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HANDEBOL EM CADEIRA DE RODAS: EFEITO DE INTERVENÇÃO INTRASSUJEITO EM UM JOVEM COM AMPUTAÇÃO TRANSFEMORAL

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HANDEBOL EM CADEIRA DE RODAS: EFEITO DE INTERVENÇÃO INTRASSUJEITO EM UM JOVEM COM AMPUTAÇÃO TRANSFEMORAL

FLÁVIO ANDERSON PEDROSA DE, MELO (PPGEEs/UFSCar)1 MEY DE ABREU VAN MUNSTER (PPGEEs/UFSCar)2

1. INTRODUÇÃO

Nos dias atuais, o crescimento político, educacional e científico voltado à pessoa com deficiência tem possibilitado o envolvimento dessas em diferentes contextos, inclusive o esportivo. As atividades físicas e esportivas desenvolvidas por pessoas com deficiências, subjacentes à Educação Física como área do conhecimento, são denominadas atividades

físicas adaptadas e esportes adaptados.

O esporte adaptado envolve finalidades pedagógicas, recreativas, terapêuticas e competitivas, abrangendo um conjunto de modalidades modificadas ou criadas especificamente com o intuito de atender as necessidades especiais das pessoas com deficiências, por meio de adequações e ajustes nas regras, nos espaços físicos, nos materiais e equipamentos, ou ainda nas metodologias de ensino (MUNSTER; ALMEIDA, 2010). Para os autores, o mesmo pode ser compreendido como fenômeno sociocultural de múltiplas possibilidades, tendo em vista que suas dimensões sociais também compreendem a educação, o lazer e o rendimento, cujas referências principais são, respectivamente, a formação, a participação e o desempenho (MUNSTER; ALMEIDA, 2010).Os principais efeitos positivos proporcionados pelo esporte quando atrelado às pessoas com deficiências físicas apontados por alguns estudos, fazem alusão à melhora na realização das atividades diárias, autoconceito, não só em relação à melhora de sua condição física (aumento da resistência e força) e/ou psicológica (Por exemplo, diminuição da ansiedade e depressão, aumento da auto-estima e auto-eficácia), mas também no concernente a maiores oportunidades de relações interpessoais. (SERNAGLIA; DUARTE; DALLA DÉA, 2010; GORGATTI, 2008; MARTIN, 2006; MARTIN; SMITH, 2002).

Ainda referindo-se aos efeitos das atividades físicas para a pessoa com deficiência, Shapiro e Martin (2010) mencionam que os benefícios obtidos por jovens com deficiências físicas engajados nos esportes e atividades físicas também estão ligados a aspectos psicossociais, dentre os quais se encontram as relações interpessoais e ampliação do círculo social (MARTIN; SMITH, 2002), bem como o aumento da diversão, prazer durante sua participação (MARTIN, 2006) e, capacitação para consumação da sua participação no esporte (MARTIN, 1999).

1

Graduação em Educação Física pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL); Mestrando em Educação Especial (PPGEEs/UFSCar).

2

Doutorado em Educação Física (UNICAMP); Docente do Departaamento de Educação Física e Motricidade Humana da Universidade Federal de São Carlos (DEFMH/UFSCar); Docente do Programa de Pós-Graduação

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Existem atualmente diversas modalidades esportivas adaptadas, dentre as quais se encontra o Handebol em Cadeira de Rodas (HCR), esta é uma modalidade esportiva em ascendência no Brasil, sua origem possui dois momentos distintos: na década de 90, surgem as primeiras iniciativas da modalidade em caráter lúdico e pedagógico oriundas dos projetos de extensão e pesquisa da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e, em 2005, na Universidade Paranaense (Unipar), o HCR adquire nova configuração e passa por processo de sistematização das regras, estabelecendo-se como modalidade esportiva (OLIVEIRA e MUNSTER, 2009).

Por esta ser uma modalidade esportiva adaptada ainda recente, são ainda escassos os estudos em HCR. Estudos acerca dessa modalidade trouxeram discussões em torno do processo de sistematização da modalidade (ITANI; ALMEIDA; ARAÚJO, 2004); avaliação e adaptação de baterias de testes (COSTA e SILVA et al., 2010); tem-se o estudo de Oliveira e Munster (2013) que engloba a análise das habilidades motoras do HCR, dentre alguns outros. Porém, no que diz respeito ao processo de ensino e aprendizagem dos fundamentos específicos da modalidade e sistematização de programa de treinamento ainda se faz necessário o desenvolvimento de mais estudos que tragam o enfoque no processo.

Sendo assim, o estudo em questão teve por objetivo verificar a influência de um programa de treinamento do Handebol em Cadeira de Rodas (HCR) nas habilidades específicas de um atleta com deficiência física decorrente de amputação. Como objetivo específico, analisar as habilidades específicas do Handebol em Cadeira de Rodas em um atleta com deficiência física decorrente de amputação antes e após a intervenção na modalidade.

2. MÉTODO

O estudo caracteriza-se como uma pesquisa exploratória com participação de sujeito único, com delineamento intrassujeitos, especificamente o delineamento A-B. O Delineamento A-B possui o sujeito como seu próprio controle. No delineamento A-B, a fase “A” representa as mensurações em linha de base e a fase “B” refere-se às mensurações realizadas durante o tratamento (LOURENÇO; HAYASHI; ALMEIDA, 2009).

Este estudo foi realizado em 12 semanas, utilizando-se de duas sessões semanais, cada uma com 1 hora e 30 minutos de duração. Participou do estudo um único sujeito, integrante das atividades desenvolvidas pelo Projeto de Atividades Físicas, Esportivas e de Lazer adaptadas à pessoas com deficiências – PROAFA, ligado ao Departamento de Educação Física e Motricidade Humana – DEFMH/UFSCar. Como critérios de inclusão na amostra, determinou-se que o sujeito: deveria apresentar deficiência física (acometimento membros inferiores); estar clinicamente apto à prática de exercícios físicos e esportes; não ter participado de experiências anteriores na modalidade em questão.

2.1 Participante

O participante do estudo foi selecionado de maneira intencional, uma vez que o mesmo nunca havia praticado ou vivenciado qualquer modalidade esportiva sobre rodas e, sequer havia tido experiências com o handebol convencional. O participante tem entre suas características a deficiência física, decorrente de uma amputação transfemoral no membro inferior direito,

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pertence ao sexo masculino e possui 19 anos de idade. No quadro 1 encontra-se a caracterização do participante.

Quadro 1. Caracterização do Sujeito: Idade (em anos), tipo de deficiência e tempo de lesão (em anos).

Gênero Idade Etiologia Tempo

de Lesão

Recursos para Locomoção M 19,7 Amp. Transfemoral do membro inferior direito. 7,5 Prótese e muletas

2.2 Procedimentos de coleta de dados

A coleta de dados foi constituída por quatro etapas, dentre as quais se destacam: 1. Aplicação da anamnese; 2. aplicação inicial do protocolo de testes; 3. Período de intervenção; e 4. reaplicação do protocolo de tarefas.

Inicialmente o participante foi submetido a uma anamnese, com vistas a obter informações pessoais acerca da etiologia da deficiência, dispositivos utilizados para locomoção, grau de autonomia, possíveis implicações relacionadas à saúde, experiências esportivas anteriores, disponibilidade de horários etc. Após a aplicação da anamnese foi realizada a aplicação inicial do protocolo de habilidades específicas.

O instrumento de coleta de dados foi constituído por um protocolo de testes elaborado pelos autores especificamente para a finalidade do estudo. O protocolo envolveu uma bateria de 5 testes, relacionados aos seguintes fundamentos da modalidade:

1) Passe/Recepção – O teste envolveu a precisão do passe e recepção adaptado de Costa e Silva et al. (2010), em que é demarcada uma distância de 3 metros da parede; após o aval do pesquisador o participante obtém o tempo de 1 minuto para se manter atirando a bola contraa parede e recebendo-a de maneira continua.

2) Arremesso - Utilizou-se a baliza oficial da modalidade Handebol em Cadeira de Rodas, (1,60 m de altura x 3m de largura). Esta foi dividida em 6 zonas, numeradas de 1 a 6. O participante foi instruído que teria 3 tentativas para cada zona, totalizando 18 tentativas, de maneira que antes de fazer o arremesso o participante teria que falar em qual das zonas faria sua tentativa. O arremesso foi feito da linha dos 6 metros.

3) Velocidade – Foi utilizado o teste de Winnick; Short (2001), o qual são determinados dois pontos demarcados por cones, com distância de 20 metros. Em um dos pontos estava um profissional da Educação Física (assistente de pesquisa) e no outro ponto o pesquisador, com

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cronômetro. O participante ficou a vontade para percorrer o percurso o mais rápido possível, assim que ele passasse a linha inicial o profissional que estava com um dos braços levantados baixava o mesmo, assim o pesquisador acionava o cronômetro para obter o tempo que o indivíduo levou para percorrer os 20 metros.

4) Agilidade - Foi utilizado o Teste Texas Fitness Adaptado (BELASCO E SILVA, 1998; GORGATTI E BOHME, 2003). Para sua realização foi utilizado 5 cones que ficavam dispostos em distâncias de 9 x 6 metros e, um cone centralizado no meio do retângulo. O percurso foi montado e explicado ao participante, houve um primeiro momento de reconhecimento juntamente ao pesquisador, logo após houve um segundo momento de reconhecimento por parte do participante sozinho, em seguida o indivíduo foi instruído a tentar percorrer o percurso no menor período de tempo possível, nesse momento o pesquisador acionaria o cronômetro para obter o tempo gasto pelo indivíduo.

5) Drible – Foi utilizada a adaptação do teste de condução de bola (COSTA e SILVA et al., 2010). O teste consistiu em passar pelos obstáculos driblando em zig-zag de maneira continua. O percurso possui 15 metros de comprimento divididos em 6 cones, numa distância de 3 metros entre um cone e outro, com área de escape de 2 metros nas duas extremidades. O participante obteve 3 tentativas, os escores foram computados levando em consideração a melhor tentativa destas.

O teste de condução de bola mensura a habilidade motora especifica “drible” no HCR, que é de fundamental importância visto que são escassos os instrumentos para avaliar esta variável em atletas praticantes de modalidades esportivas sobre cadeira de rodas (COSTA e SILVA et al, 2010).

2.3 Programa de Treinamento de Handebol em Cadeira de Rodas

Para o desenvolvimento do programa de treinamento em HCR, levou-se em consideração a necessidade de partir de atividades mais simples e, gradativamente para as atividades mais complexas, que exigissem maior destreza de movimentos. Dentre as habilidades que devem ser estimuladas à pessoa que está iniciando numa modalidade esportiva sobre rodas Auxter, Pyfer e Huettig (2001) apontam que um programa de treinamento deve incluir as habilidades

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de mobilidade e deslocamento sobre a cadeira de rodas. A criança deve praticar atividades de movimentação na cadeira de rodas que possibilitem modificar as variáveis de movimento de tempo, espaço, força e fluxo.

Assim como no estudo de Oliveira e Munster (2013), cada sessão foi planejada levando em consideração os conteúdos do HCR juntamente aos fundamentos específicos da modalidade. Foram trabalhados ainda fundamentos utilizados nas demais modalidades esportivas sobre rodas e conteúdos advindos do handebol convencional.

Fundamento Agilidade e Velocidade:

Foram aplicadas atividades que exigissem do participante controle sobre a cadeira, maior aproveitamento da propulsão, propulsão com utilização do tronco, deslize, mudança de direção sem utilização da propulsão, atividades envolvendo diferentes intensidades e controle de tronco durante o deslize.

Fundamento Drible:

Utilizou-se inicialmente atividades mais simples, drible estático e, aos poucos foram utilizados exercícios que exigissem do aluno o controle sobre a cadeira com a utilização da bola. Dentre os quais se encontram: drible unilateral, bilateral em deslocamento, mudança de direção repentina, frenagem, zig-zag.

Fundamento Passe/Recepção:

Foram trabalhadas inicialmente atividades sem deslocamento, passe estático (passe de ombro, passe lateral, passe picado, passe por trás das costas) e, posteriormente foram aplicados o passe em deslocamento, passe em deslocamento unilateral (em duplas) e bilateral (em trios), bem como atividades que exigissem do participante o controle sobre a cadeira e a coordenação para a execução do passe.

Obs.: Devido à dinâmica da modalidade, durante todas as atividades aplicadas sempre foram trabalhados passe e recepção para propiciar ao participante o melhor entendimento do jogo.

Fundamento Arremesso:

Inicialmente foi necessário que o participante obtivesse um maior controle sobre a cadeira para que houvesse o maior direcionamento para esse fundamento. Para o desenvolvimento do arremesso, foram trabalhados educativos para execução do arremesso sem riscos de obtenção de lesões; direcionamento do arremesso inicialmente estático comas variações embaixo, em cima e picado; Posteriormente foi trabalhado o drible em deslocamento com finalização/arremesso.

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Para melhor compreensão os dados serão apresentados e discutidos por habilidade específica e testes aplicados pré e pós-programa.

3.1 Testes de habilidades específicas de locomoção e deslocamento

Os testes de velocidade, agilidade e drible em deslocamento estão apresentados na Figura 1 como habilidades de locomoção e mobilidade. Em relação ao teste de velocidade, inicialmente o participante atingiu 7”54 (7 segundos e cinquenta e quatro décimos), já no pós-teste a marca foi de 4”99 segundos, apresentando redução de 2”33 segundos. No pós-teste de agilidade o participante atingiu no pré-teste o tempo de 27”88 segundos e no pós-teste 18”36 segundos, redução de 7”21 segundos. Com relação ao teste de drible em deslocamento, o participante atingiu o tempo de 34”1 segundos no pré-teste e 15”3 segundos no pós-teste, redução de 15”30 segundos em relação à primeira aplicação. É importante ressaltar que os resultados supracitados seguiram uma relação inversamente proporcional, tendo em vista que a unidade base foi o tempo, quanto menores os valores, melhores os resultados.

Figura 1. Descrição dos testes de velocidade, agilidade e drible em deslocamento.

Após a reaplicação do protocolo, pôde-se notar que nas tarefas de “agilidade e velocidade”, além de uma redução do tempo (melhora quantitativa), percebeu-se também um avanço qualitativo, uma vez que o participante obteve evolução no seu controle sobre a cadeira, proporcionando menor tempo na execução das tarefas. De acordo com Gorgatti e Böhme (2003), a capacidade de aceleração da cadeira de rodas a partir da posição parada é determinada por três componentes principais: a configuração da cadeira de rodas, a força explosiva, a técnica de propulsão do atleta atrelada ao ajuste da cadeira de rodas às características específicas do praticante. Portanto, acredita-se que o participante da pesquisa obteve melhora em suas capacidades de força explosiva, ajuste à cadeira, bem como na execução da propulsão em cadeira de rodas, caracterizada pelas fases de propulsão e recuperação, culminando na diminuição do tempo para execução da tarefa.

Comparando o desempenho do sujeito no quesito velocidade com o de atletas de HCR testados no estudo de Costa e Silva et al. (2010), é possível notar que este atingiu médias significativas e bastante parecidas com atletas que possuem etiologias correspondentes,

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demonstrando que houve ganho no controle sobre a cadeira e melhor aproveitamento das propulsões. Referindo-se às habilidades necessárias a serem trabalhadas num programa de treinamento específico de modalidades sobre rodas Gorgatti e Böhme (2005) assinalam que este deve englobar a propulsão da cadeira de rodas em situações variadas: para frente, para trás, em curvas, com obstáculos, em terrenos acidentados, com possíveis inclinações, e com superfícies diferentes, além do que o professor pode alternar os exercícios solicitando que o aluno execute-os em diferentes intensidades. Assim, devem ser dadas diferentes oportunidades de experimentação dos movimentos para obtenção de uma maior intimidade com a cadeira, independente das características da lesão do praticante.

Para a tarefa do “drible”, na aplicação inicial o sujeito não conseguiu terminar o percurso de maneira contínua (sem perder o controle da bola) em nenhuma das suas tentativas. No entanto na reaplicação do protocolo o participante obteve um desempenho significativo, durante a reaplicação da tarefa este executou a tarefa com facilidade e obteve êxito em todas suas tentativas, executando as propulsões, dribles por entre os obstáculos sem se chocar com estes. Esta é uma tarefa bastante complexa, para um perfeito desempenho nesta tarefa, é necessário coordenar o movimento da bola juntamente às propulsões na cadeira de rodas de forma alternada, e ainda desviar dos obstáculos (COSTA e SILVA et al., 2010).

3.2 Teste da habilidade específica de arremesso

No teste de arremesso o participante atingiu na aplicação do pré-teste a marca de 6 conversões em 18 tentativas. No pós-teste o participante obteve 15 acertos em 18 tentativas possíveis. Nesta tarefa quanto maior o número de tentativas convertidas melhor o escore.

Figura 2. Descrição do teste de arremesso.

Referente ao fundamento “arremesso”, inicialmente o indivíduo obteve o aproveitamento de 6 conversões em 18 tentativas, demonstrando certa dificuldade para execução do fundamento. Após a reaplicação do protocolo o indivíduo obteve êxito em 15 das 18 tentativas. Pode-se dizer que os escores obtidos pelo sujeito foram bastante expressivos. De acordo com Gorla et al. (2010), elementos como profundidade e ângulos de lançamentos são fatores decisivos para a execução do arremesso ou lançamento, isto aliado à orientação corporal, gestual e dinâmica de movimento facilita ganho de espaço para execução do fundamento. Tendo em vista que

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este é um fundamento específico do HCR, pode-se atribuir a evolução do participante em sua execução à intervenção, demonstrando que programa foi eficaz para o desenvolvimento do fundamento arremesso. Além dos ganhos quantitativos acima citados, o participante demonstrou ganhos em termos de qualidade do movimento, quando referente à execução do fundamento considerando sua postura para execução do arremesso de ombro, bem como sua adaptação à cadeira de rodas e menor tempo para execução da tarefa.

3.3 Teste das habilidades específicas de passe e recepção

Em relação ao teste dos fundamentos de passe e recepção, o participante obteve inicialmente no pré-teste um score de 30 execuções de passe e recepção em 1 minuto. No pós-teste o participante atingiu 31 execuções em 1 minuto.

Figura 3. Descrição do teste de passe e recepção.

Na tarefa de “passe e recepção”, os dados quantitativos descritos na figura 3 trazem pequenas mudanças no número de passes e recepções executadas pelo participante. Pode-se atribuir o resultado ao possível número elevado de acertos. Partindo para uma análise qualitativa por meio da análise das filmagens foi possível verificar melhor desempenho na execução do fundamento. No primeiro momento o participante executava o passe e a recepção utilizando ambas as mãos, após o período de intervenção foi feita a reaplicação do teste, nesse momento o participante passou a realizar os passes com uma das mãos (mão direita) e em alguns momentos a recepção com apenas uma das mãos. Tendo em vista que estes são fundamentos específicos da modalidade, acredita-se que a melhora seja fruto da intervenção. Assim como nos fundamento arremesso, partindo de uma análise qualitativa, o participante demonstrou ganhos no concernente à execução dos passes e recepções, bem como sua adaptação e estabilização na cadeira de rodas.

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Pode-se concluir que por meio da aplicação programa de treinamento em handebol em cadeira de rodas foi possível obter alterações nas habilidades específicas do handebol em cadeira de rodas do participante, sendo possível observar que o participante conseguiu aprender os principais fundamentos e técnicas da modalidade. Não apenas ficou nítida a evolução em termos quantitativos (redução e melhora dos escores), como também em termos qualitativos (qualidade na execução dos movimentos), comparando-se os períodos pré e pós-intervenção. Portanto, acredita-se que o programa de treinamento foi eficaz, uma vez que o sujeito obteve enriquecimento em todas as habilidades específicas do Handebol em Cadeira de Rodas avaliadas no presente estudo, atingindo os objetivos propostos nesta pesquisa. No entanto sugere-se a realização de futuros estudos envolvendo amostras mais representativas, voltadas aos programas de treinamento da modalidade Handebol em Cadeira de Rodas, bem como no concernente às formas de avaliação de seus fundamentos específicos.

REFERÊNCIAS

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