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Introdução Desde a sua criação e a tomada de consciência da sua existência e de tudo o que lhe rodeia o homem sempre procura desvendar, e clarificar

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Academic year: 2021

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Introdução

Desde a sua criação e a tomada de consciência da sua existência e de tudo o que lhe rodeia o homem sempre procura desvendar, e clarificar tudo aquilo que lhe rodeia e é misterioso, o pois é essa a característica do ser humano, a surpresa e a indagação do que lhe é obtuso, para isso tem recorrido as várias vias possíveis, desde a experiencia para poder estudar que é acessível aos sentidos, a razão para poder fazer especulações e críticas racionais, porém, a dada altura se percebe que é limitado, fraco, e ínfimo descobre a existência de uma outra realidade, superior e transcendente que não pode ser alcançada somente com os sentidos, usando as suas próprias forças, até a razão pela sua imperfectibilidade não alcança essa realidade.

Surge então a questão, qual seria a via mais conveniente para poder alcançar essa realidade que prescinde do conhecimento do racional?

É na tentativa de responder esta questão que temos os nosso trabalho, que vai num espaço de cinco páginas de desenvolvimento com apoio das obras relacionadas, falar sobre o agnosticismo fideísta, que de uma forma sucinta irá nos iluminar nesse curso.

O trabalho está dividido em titulo se subtítulos.

O primeiro título é sobre a contextualização do tema e conceitualização geral, no mesmo iremos abordar sobre o agnosticismo, e o que lhe diz respeito (origem e definição do termo) bem como os seus tipos. Achamos melhor começar por este título pois o nosso tema é composto por dois termos e não seria fácil perceber o ponto fulcral do mesmo trabalho sem antes perceber o significado do primeiro termo.

O segundo título é: o agnosticismo fideísta, neste está o desenvolvimento principal do nosso trabalho, e toda a explicação, iremos definir o agnosticismo fideísta, elencar as suas crenças, assim como os seus tipos, bem como os defensores desta doutrina, e por fim traremos a apreciação crítica que é a súmula do trabalho, a crítica à esta doutrina, isto é os aspectos positivos e negativos. Este subtítulo é em geral a nossa reprodução literária sobre o trabalho. Sempre que achamos necessário colocamos as notas de rodapé para facilitar a compreensão do trabalho.

E para a elaboração do mesmo usamos as regras metodológicas recomendadas, com todas as referências bibliográficas na última página.

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O AGNOSTICISMO FIDEÍSTA Contextualização

Apesar de a humanidade ter tomado consciência sobre a indispensabilidade de Deus na sua vida, e a importância de ter Fé, não uma fé forçado nem cega, mas uma convicção e adesão voluntária a Deus, nem sempre, e nem em todos acreditam do mesmo jeito, é por isso que iremos abordar de seguida algumas teorias que deste assunt.

Conceito e etimologia do termo agnosticismo

O termo agnosticismo vem da palavra grega a-agnostos que quer dizer „„agnóstico‟‟, ou seja “não conhecimento, aquele que não conhece”. Para um agnóstico, a razão humana é incapaz de prover fundamentos racionais suficientes para justificar a afirmação de que uma divindade não existe. Na medida em que se defende que nossas crenças são racionais se forem suficientemente apoiadas pela razão humana, a pessoa que aceita a posição filosófica de agnosticismo terá o entendimento de que nem a afirmação de que uma divindade existe nem a afirmação de que uma divindade não existe são racionais. Assim, o Catecismo da Igreja Católica esclarece:

O agnosticismo reveste muitas formas. Em certos casos, o agnóstico recusa-se a negar Deus. Postula, pelo contrário, a existência dum ser transcendente, incapaz de Se revelar e do qual ninguém seria capaz de dizer fosse o que fosse. Em outros casos, não se pronuncia sobre a existência de Deus, declarando ser impossível prová-la, e até afirmá-la ou negá-la [CIC 2127].1

O agnosticismo ainda pode ser definido de várias maneiras com base no catecismo; as vezes, é usado para indicar uma dúvida ou abordagem céptica a determinadas perguntas. Em alguns sentidos, o agnosticismo é uma posição sobre a diferença entre crença e conhecimento, em vez de qualquer alegação específica ou crença. E ainda:

O agnosticismo pode, por vezes, encerrar uma certa busca de Deus. Mas pode igualmente representar um indiferentismo, uma fuga perante a questão última da existência e uma preguiça da consciência moral. Com muita frequência, o agnosticismo equivale a um ateísmo prático. [CIC 2128].2

1

AA.VV. Catecismo da Igreja Católica, Gráfica de Edição, 1999Coimbra, 2ª. 2 idem

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Origem do termo

A palavra „agnóstico‟ foi criada pelo biólogo Inglês Thomas Henry Huxley (1825-1895), em 1869 usou o vocábulo agnosticismo3. Para Ele este termo tinha significado „„

renúncia do conhecimento’’, isso quer dizer que, a oposição à pretensão de querer conhecer

aquilo que esta além das possibilidades das ciências num momento determinado.

Pensadores e trabalhos escritos anteriores, promoveram seus pontos de vista o agnosticismo. Entre estes, buscamos Protágoras, um filosofo grego do século V a.C. que afirma: "Sobre os deuses, ignoro se existem ou não, que figura têm, e ainda que se conhece não poderia falar deles". Propriamente não realiza uma negação, mas ignora o problema.

Diferença entre Agnosticismo, ateísmo e cepticismo

Devido a uma semelhança entre os seus fundamentos é normal, fazer-se confusão entre Agnosticismo, o ateísmo e cepticismo, entretanto são termos com ideias parecidas e que de alguma forma se influenciaram, mas não são os mesmos pois:

O ateísmo é uma posição que rejeita todo tipo de religião, porque a religião trata dos assuntos espirituais. O ateu não acredita em Deus nem em forças espirituais, por isso não aceita a existência de Deus nem coisas sobrenaturais.

Os defensores do agnosticismo não rejeitam a existência de Deus, mas sim a capacidade racional de provar a mesma. Eles estão no intermediário entre a crença e não crença.

O cepticismo é a doutrina segundo a qual o espírito humano não pode atingir qualquer verdade com certeza absoluta.

Portanto enquanto cepticismo não acredita absolutamente em nada isto é, devido a limitação das capacidades do homem, o agnosticismo nega a possibilidade das demonstrações metafísicas.

Tipos de agnosticismo

Há vários tipos de agnosticismo. Além de que algumas pessoas se identificam particularmente como agnósticos, mas os mais conhecidos são:

 Kantiano:  Fideísta;  Positivista; e  Modernista. 3

Huxley, Thomas Henry. Agnosticism (Agnosticismo), 1889. Apud DIXON Thomas (2008) science and Religion: a Very Short Introduction. Oxford: oxford University Press: p 63

(4)

Outras fontes também aludem ao agnosticismo teísta, ateísta, forte, empírico, apático, ignosticismo, e modelar.4 Entretanto neste contexto interessam-nos mais estes que estão relacionados com o nosso tema de pesquisa principalmente o Agnosticismo Fideísta.

Agnosticismo fideísta Conceituação

De todos os tipos supracitados, nós iremos nos focalizar mais no agnosticismo fideísta:

Fideísmo etimologicamente deriva do latim “Fides” que significa “fé” e esta do Grego

“pistis” que significa convicção da verdade de algo.

Agnosticismo fideísta é um método apologético que busca proteger a fé através de um isolamento intelectual.5

Ou ainda teoria segundo a qual, as crenças religiosas se baseiam unicamente na fé e não na razão.6 Portanto Agnosticismo fideísta é um sistema de doutrinas que rejeita o emprego da razão para o exercício da fé, ou seja, prega que a crença religiosa não deve ser apoiada pela razão.

Os filósofos que defenderam esta corrente argumentavam que os métodos de justificação racional, através de argumentos que provam a realidade da fé, são inadequados e indesejáveis para justificar a crença em Deus, todavia é legitimo e digno de louvor, ter fé na existência de Deus.

Os fideístas acreditam que a fé é um dom divino que serve como canal, ou meio pelo qual alguém se aproxima a Deus e entende-O.

Esta doutrina se opõe à teologia natural que afirma que é possível estabelecer algumas verdades sobre Deus pela razão defendida por S. Tomás de Aquino, Leibniz, S. Anselmo, Descartes, Swinburne e muitos outros.

Crenças do agnosticismo fideísta

O agnosticismo fideísta, tem muitas teorias que usa para sustentar a sua posição, das várias, destacamos as principais:

 As questões religiosas não podem ser justificadas por meio de argumentos ou provas mas apenas pela fé;

4https://pt.m.wikipedia.org.oragnosticismo publicado aos 15 de Junho de 2017 e acesso aos 10 de Julho de 2018 as 16:37

5

MORA Ferrater José (1994) Dicionário de Filosofia (E-J) Volume 2: edicoes Loyola, pag 1035 6

Cardoso. Arte de pensar filosofia – 10º ano volume 2 pag 32 acesso em https://www.passeidireito .com/ arrtedepensarfilosofia

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 Justificar as nossas crenças em Deus é impossível, pois a natureza divina está além da nossa compreensão;

 Justificar a nossa fé é uma opção indesejável, pois ao fazendo isso, retiramos parte da essência dela, que seria acreditar mesmo sem julgar (só pela fé).

 O pecado esta de tal forma arraigado à mente humana que qualquer tentativa racional acaba prejudicada pelos efeitos do pecado.

Tipos de Agnosticismo fideísta

Radical – afirma que há um conflito entre a razão e a fé, e sem possibilidade de nenhuma harmonia. E a razão nunca pode alcançar as realidades metafísicas, e divinas, pois estão reservadas à fé.

Moderado – neste a fé não entra em conflito com a razão, pois não se trata de defender que a fé na existência de Deus tem mais valor quantas mais razões tivermos para afirmar que Ele não existe, mas apenas afirmar que a fé é uma via de acesso nos casos em que a razão não pode alcançar. Portanto é legitimo aceitar que Deus existe apesar de não haver razões conclusivas a seu favor, desde que não haja razões contra a sua inexistência.

Defensores do Agnosticismo fideísta

O agnosticismo fideísta como pensamento geral, desenvolveu-se principalmente na idade moderna, e dos seus defensores destacam-se:

Soren Kiekgaard (defensor do fideísmo radical) – foi um dos primeiros e mais importantes defensores, afirmava que a nossa crença na existência de Deus é uma má ideia porque ao faze-lo, estamos a retirar o que há de essencial na própria religião, ele considera que a fé é a maior das virtudes que o homem pode ter, e é uma aposta pessoal contra todas as evidencias.

Blaise Pascal (1623-1662) - afirma que a razão humana (o que seria teologia natural dentro da epistemologia crista) não poderia garantir segurança completa, devido ao erro humano, sem apoio da revelação divina (teologia revelada). Este era moderado, afirmava que não se pode estabelecer racionalmente a inexistência de Deus, entretanto também, não se pode estabelecer a sua inexistência. Nesse caso só a fé nos pode conduzir a verdade.

Lammenais (1782 - 1854): postulou a completa incapacidade da razão do homem para atingir qualquer verdade. Isto é, o homem somente com suas forças nunca poderia estar seguro naquilo que diz que é verdade. Neste sentido para o fideísmo e o tradicionalismo, não é possível uma demonstração da existência de Deus, porque o homem não tem nenhum elemento racional que o prove a existência de Deus pela fé por meio da razão.

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De Bornald Luís (1754-1785) – defende que o homem é um ser para a linguagem e essa linguagem provém de Deus. E nada sem essa linguagem divina.

Apreciação crítica

O agnosticismo fideísta é uma corrente que analisada no contexto desenvolvida, com todas as circunstâncias condicionadoras, pode até ter sido necessária e importante, pois ao afirmando a fé, como a via para o conhecimento de Deus, estava resgatando a importância de confiança naquilo em que a pessoa deposita a sua crença, também chamar atenção ao excessivo uso da razão que poderia esvaziar o sentido profundo da acção misteriosa divina para os homens.

Todavia podemos aceitar que a razão não permite saber todas as verdades metafísicas e teológicas, entretanto também é um meio indispensável para alcançar o conhecimento verdadeiro, aliás, se Deus não achasse necessário não a teria concedido ao homem.

Esta doutrina também pretendendo abdicar-se de qualquer tipo de racionalização para argumentar a sua fé em Deus, acaba caindo em contrariedade consigo mesma pois para sustentar as suas teses acaba recorrendo a mesma razão. Portanto verifica-se uma certa incoerência nos seus argumentos, pois afirmam que a razão está corrompida pelo pecado original, e que o homem deve se guiar pelas suas paixões, acreditando com, base na fé, até mesmo o tipo moderado é insustentável pois se baseia no falso pressuposto que não é possível provar racionalmente que Deus não existe, portanto existe, como se pode notar é uma falácia.

Portanto deve haver uma complementaridade entre a fé e a razão pois a religião, não seria religião se estivesse somente baseado na razão e explicasse todas as sua s verdades por esta, alias nem seria possível ter fé, mas também não seria religião se não usasse a razão pois descartaria toda a possibilidade de estabelecer doutrinas e a sua justificação. É por isso que a carta Encíclica fides et ratio recomenda:

A fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de O conhecer a Ele, para que, conhecendo-O e amando-O, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio (cf. Ex 33, 18; Sal 2726, 8-9; 6362, 2-3; Jo 14, 8; 1 Jo 3, 2). (Fides et ratio p 8)7

O agnosticismo foi condenado pela Igreja Católica, por intermédio do Papa Pio IX, no século XIX por meio do Concilio Vaticano I.

7

PAULO, João II. Fides et ratio: carta encíclica aos Bispos da Igreja Católica sobre as relações entre a Fé e Razão. S. Paulo: Paulinas, 1998.

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Conclusão

Depois da leitura reflexiva sobre o nosso trabalho notamos que esta doutrina, o que defende a possibilidade de conhecer a Deus somente pela fé, é uma doutrina que teve as suas bases no agnosticismo é radical na possibilidade do conhecimento de Deus somente pela fé, as suas várias crenças se resumem na limitação da capacidade humana de atingir as verdades absolutas no caso concreto de Deus.

A mesma doutrina se subdivide em dois tipos um radical e outro moderado, entretanto ambos os tipos desembocam no mesmo erro da incoerência e fragilidade nos seus argumentos, pois a primeira radicaliza a fé, e a segunda é muito inconsistente, não tendo alguma posição por defender.

É por isso que não tão genial se apegar nesta corrente pois tem uma visão reducionista de formas do conhecimento de Deus.

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Bibliografia

1. AA.VV. Catecismo da Igreja Católica, Gráfica de Edição, 1999Coimbra,

2. MORA Ferrater José (1994) Dicionário de Filosofia (E-J) Volume 2: edicoes Loyola, 3. QUINSONON, Marie-Therese. Dicionário cultural do cristianismo. Edições Loyola,

França, 1999

4. Cardoso. Arte de pensar filosofia – 10º ano volume 2 pag 32 acesso em

https://www.passeidireito .com/ arrtedepensarfilosofia

5. Huxley, Thomas Henry. Agnosticism (Agnosticismo), 1889. Apud DIXON Thomas (2008) science and Religion: a Very Short Introduction. Oxford: oxford University 6. https://pt.m.wikipedia.org.oragnosticismo publicado aos 15 de Junho de 2017 e acesso

Referências

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