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Representante do Ministério Público: JATIR BATISTA DA CUNHA;

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Academic year: 2021

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Tribunal de Contas da União

Representante do Ministério Público: JATIR BATISTA DA CUNHA; Assunto:

Recurso de Reconsideração. Acórdão:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de recurso de reconsideração interposto por Antonio Garrêto Sousa, na condição de ex-prefeito do município de Mata Roma/MA, com o objetivo de reformar o Acórdão 634/2000, da 2ª Câmara, que julgou irregulares suas contas, condenando-o ao pagamento do débito de R$ 77.702,50 (setenta e sete mil, setecentos e dois reais e cinqüenta centavos), correspondente ao montante dos recursos recebidos da extinta Fundação de Assistência do Estudante - FAE por meio do Convênio 441/96, celebrado em 26/6/96.

Considerando que o recurso preenche os requisitos legais e regimentais de admissibilidade. Considerando a grave inconsistência nos documentos apresentados pelo recorrente, com indícios de terem sido elaborados especificamente para justificar a interposição do presente recurso;

Considerando que estes documentos não foram capazes de alterar o entendimento desta Corte, nem se fizeram acompanhar de elementos de convencimento do contrário;

Considerando, ainda, as conclusões dos pareceres do Ministério Público e da SERUR. Colegiado:

Segunda Câmara Classe:

Classe I Sumário:

Recurso de Reconsideração interposto contra o Acórdão 634/2000 - TCU - 2ª Câmara. Conhecimento. Ausência de elementos capazes de elidir as irregularidades que motivaram a decisão recorrida. Não provimento. Manutenção do Acórdão recorrido.

Natureza:

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Data da Sessão: 18/10/2001

Relatório do Ministro Relator:

Trata-se de recurso de reconsideração interposto por Antonio Garrêto de Sousa, ex-prefeito de Mata Roma/MA, contra o Acórdão 634/2000 por meio do qual esta 2ª Câmara julgou irregulares as contas do recorrente, relativas ao Convênio 441/96 celebrado como parte do Projeto de Descentralização do Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE, entre a extinta FAE e o referido município, visando a promover o atendimento da alimentação escolar, fornecendo aos alunos 635.760 refeições no período letivo de 1996 e 1.271.520 nos períodos letivos de 1997 e 1998, garantindo para cada refeição diária o mínimo de 250 kilocalorias e 9 gramas de proteína.

2.A correspondente transferência financeira no valor de R$ 77.702,50 (setenta e sete mil, setecentos e dois reais e cinqüenta centavos) foi repassada ao município em duas parcelas, a 1ª de R$ 63.575,50 e a 2ª de R$ 14.127,00, em 09/7/96 e 04/11/96, respectivamente. 3.Presente a prestação de contas, foram detectados graves falhas (f. 70 v.p.) ensejadoras de citção por parte desta Corte de Contas. O responsável, embora tomando ciência do respectivo ofício citatório, não apresentou defesa, razão porque esta Corte em Sessão de 16/11/2000 julgou irregulares suas contas, condenando-o ao pagamento das quantias recebidas.

Passando ao exame do recurso interposto pelo Sr. Antonio Garrêto de Sousa, adoto excertos da instrução a cargo da 10ª SECEX como parte de meu Relatório, ressaltando que suas conclusões foram acolhidas pelo Diretor e pelo Secretário de Controle Externo:

"MÉRITO

10.O recorrente apresenta um arrazoado sobre a Lei nº 4.320/64 e disserta também sobre a contabilidade e seus propósitos. Além disso, aduz relação com os números das notas fiscais, seus valores e o estabelecimento emissor.

10.1Anexa cópia do Aviso de Licitação (fls.04); Relação das propostas (fls.05); Termo de Renúncia (fls.06); Propostas dos licitantes (fls.07); Relatório da Comissão de Licitação (fls.10); Ata de reunião (fls.11); Termo de adjudicação (fls.12) e Mapas de classificação e apuração das propostas (fls.13 e 14).

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11.Na relação apresentada, conforme relatado em 10 desta, constam dados já existentes no processo às fls.37, 38 e 39 do volume principal. Entretanto, estes suprem a irregularidade apontada pelo FNDE (fls.70, vp) referentes ao anexo V - B (fls.38, vp), à exceção da data da nota fiscal de C.C. Farias (fls.41, vp). Porém continuam ausentes os números dos cheques aos fornecedores que o recorrente informa não terem sido listados por ter sido a compra realizada à vista (fls.02). O fato de ter sido compra à vista não impediria fosse emitida a listagem dos cheques, entrementes a diligência efetuada pela SECEX/MA nos oferece a solução para o caso, uma vez que os cheques foram sacados diretamente pela Prefeitura, fato omitido pelo recorrente.

11.1O Aviso de Licitação não menciona a modalidade de licitação e nos informa que o Presidente da Comissão de Licitação é o próprio Prefeito, contrariando o princípio da segregação de funções. As propostas apresentadas foram datilografadas na mesma máquina de escrever que coincidem também com os tipos de letras dos mapas de classificação e apuração das propostas, induzindo à suposição de uma licitação preparada. 11.2Conforme o Termo de Convênio (fls.11, vp) o convenente se compromete a seguir, entre outros, os preceitos da Lei 8.666/93 e não o faz, pois restaram ausentes a publicação em Diário Oficial do Estado ou jornais de circulação no Município, contrariando o art.21 daquela Lei. A única publicidade, o Aviso de Licitação, contraria o inciso IV do § 2º do art. 21 que determina 5 dias úteis, no mínimo, para a divulgação do certame, e o Aviso datado de 05/08/96 tem antecedência de apenas 4 dias úteis.

11.3Dessa forma, entendemos que os novos documentos apresentados não elidem por completo as irregularidades apontadas, haja vista, principalmente, tratar-se de recursos para merenda escolar que devem ter seu gerenciamento executado da melhor forma possível, sem dúvidas quanto ao destino a que devem chegar.

CONCLUSÃO

12.Ante os motivos expostos, submetemos os autos à consideração superior, propondo: I - seja conhecido o Recurso de Reconsideração para, no mérito, negar-lhe provimento, mantendo-se o acórdão recorrido em seus exatos termos;

Voto do Ministro Relator:

Interposto tempestivamente, o presente recurso de reconsideração merece ser conhecido, nos termos do artigo 32 e 33 da Lei 8.443/92.

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2.Com relação ao mérito das alegações ora apresentadas pelo responsável, acolho o entendimento manifestado pela Unidade Técnica e pelo Ministério Público. De fato, não foram carreados aos autos elementos capazes de alterar a posição desta Corte, clara e solidamente explicitada quando prolatado o Acórdão 634/2000, desta egrégia Câmara. 3.Conforme bem posto nos pronunciamentos da 10ª SECEX e do Ministério Público, os documentos apresentados com a finalidade de comprovar a realização de licitação contêm fortes indícios de terem sido elaborados especificamente para justificar a interposição do recurso. Vê-se, pois que, além de não se haver por comprovada a regular efetivação do procedimento licitatório em questão, a conduta processual do responsável pode caracterizar tentativa de alteração da verdade dos fatos (artigo 17, inciso II, do Código de Processo Civil).

4.É de bom alvitre ressaltar que a Nota Fiscal 2.141, da Distribuidora Riachuelo Ltda., no valor de R$ 40.462,93 foi emitida em 19/7/96 (f. 41 do v.p.) ou seja, anteriormente à realização do certame licitatório, cujas propostas foram abertas em 9/8/96 (f. 11) e mais ainda, a proposta oferecida pela Distribuidora Riachuelo Ltda., em atendimento a Carta-Convite 40/96 apresenta evidentes rasuras nos campos de identificação das datas e da empresa convidada (f. 7).

Ante o exposto, acolho por seus fundamentos as manifestações da unidade técnica e do douto Ministério Público e Voto por que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto ao Colegiado.

T.C.U., Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 18 de outubro de 2001

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHA Interessados:

Antonio Garrêto de Sousa (ex-prefeito). Grupo:

Grupo I Indexação:

Tomada de Contas Especial; Convênio; FAE; Prefeitura Municipal; Mata Roma MA; Prestação de Contas; Documento; Dispensa de Licitação; Recurso de Reconsideração;

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Data da Aprovação: 25/10/2001

Unidade Técnica:

SERUR - Secretaria de Recursos; Quorum:

Ministros presentes: Adylson Motta (na Presidência), Ubiratan Aguiar, Benjamin Zymler e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha (Relator).

Ementa:

Tomada de Contas Especial. Convênio. FAE. Prefeitura Municipal de Mata Roma MA. Recurso de reconsideração contra acórdão que julgou irregulares as contas e em débito o responsável ante a prestação de contas incompleta, ausência de processo licitatório, e divergências na documentação apresentada. Apresentação de novos elementos insuficientes para comprovar a regular aplicação dos recursos. Negado provimento. Data DOU:

29/10/2001 Número da Ata: 38/2001

Entidade:

Unidade: Prefeitura Municipal de Mata Roma/MA. Processo:

000.852/2000-0 Ministro Relator:

Referências

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