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Parte I Enquadramento da actividade turística em Portugal

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A TRADIÇÃO EQUESTRE COMO ELEMENTO DE VALORIZAÇÃO DA OFERTA TURÍSTICA

Congresso Internacional de Turismo Equestre Alter do Chão - 17.Maio.08

Parte I – Enquadramento da actividade turística em Portugal

Cumprimentos e Agradecimentos.

O Presidente do Turismo de Portugal, Dr. Luís Patrão, lamenta não poder estar presente mas envia uma saudação à Federação Internacional de Turismo Equestre por ter escolhido Portugal para realizar este Congresso Internacional.

É uma iniciativa que muito nos honra e a que o Turismo de Portugal com muito gosto e interesse se associou desde a primeira hora.

À Coudelaria de Alter, o Presidente do Turismo de Portugal também envia um agradecimento especial por ter acolhido o evento nestas magníficas instalações, testemunho da tradição equestre nacional.

Julgamos que a realização deste Congresso Internacional, que reúne especialistas do mundo equestre e do sector do turismo, é uma excelente oportunidade para reflectir sobre as dinâmicas de desenvolvimento associadas a esta realidade e traçar estratégias de abordagem futuras.

Por outro lado, este Congresso também ocorre num momento de viragem no turismo nacional. De facto, os últimos dados disponíveis apontam para a inversão do ciclo de relativa estagnação do turismo nacional e para o início de um período de expansão da nossa actividade.

Com efeito, os 12,3 milhões de turistas internacionais que escolheram o nosso país como seu destino de férias em 2007 – um máximo histórico - colocam-nos entre os principais 20 destinos turísticos mundiais.

Por outro lado, os quase 40 milhões de dormidas gerais e os cerca de 7.400 milhões de euros de receitas turísticas são testemunhos da enorme vitalidade da actividade turística nacional e um estímulo para todos os que trabalham no turismo em Portugal.

Para além destes aspectos, destacamos, ainda, a aprovação, pelo Governo, do Plano Estratégico Nacional do Turismo, documento que tem como propósito traçar os objectivos estratégicos para o desenvolvimento do turismo nacional, orientar a actuação do Turismo de Portugal e das demais entidades públicas com responsabilidades neste sector e, por fim, criar as condições na envolvente das

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empresas que contribuam para a definição de estratégias competitivas do sector empresarial – o motor da actividade turística.

Os objectivos traçados no PENT são ambiciosos:

- Representar 15% do Produto Interno Bruto e 15% do Emprego em 2015

- Sermos o destino de maior crescimento da Europa, baseando o turismo na qualificação da oferta e na formação de recursos humanos e posicionando este sector económico como um dos motores da economia nacional e regional

Estes objectivos traduzem:

• o reconhecimento do enorme potencial que Portugal possui do ponto de vista turístico:

o A excelência dos seus recursos naturais e patrimoniais

o A hospitalidade dos portugueses, internacionalmente reconhecida o Uma História que nos orgulha

• A imprescindibilidade do envolvimento dos empresários e de todos os que trabalham no sector

• O papel que cabe aos organismos públicos – enquanto co-produtores de bens e serviços dirigidos aos turistas (na área do património, dos museus, dos eventos, …) e co-responsáveis pela qualificação do destino Portugal

Os resultados turísticos obtidos em 2007 são encorajadores.

Com efeito, em termos de dormidas, que começaram a crescer significativamente desde 2005, atingimos um volume na ordem dos 39,6 milhões (+5,3% do que em 2006); as dormidas de estrangeiros cresceram 5,7% (1 p.p. acima do crescimento previsto no PENT -4.6%).

Ao nível das receitas, o crescimento de 11% em 2007 superou a meta prevista no PENT em 1,8 p.p.

Finalmente, o n.º de turistas estrangeiros aumentou 9,2%, o que representa +3,4 p.p do que o crescimento previsto no PENT (5,8%).

Estes resultados representam igualmente uma enorme responsabilidade de prosseguir com o esforço de qualificação do turismo em Portugal por forma a assegurar níveis competitivos relevantes no contexto europeu e mundial.

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Neste contexto, é determinante apostar nos factores diferenciadores de Portugal para consolidar a oferta turística no contexto dos vários produtos turísticos estratégicos; é determinante ainda, garantir níveis de qualidade e sustentabilidade capazes de dar resposta aos mercados cada vez mais segmentados e exigentes.

Parte II – A relevância do Turismo Equestre no desenvolvimento turístico de Portugal

Sem querer repetir algumas das conclusões que, ao longo dos 2 dias de Congresso têm, seguramente, vindo a ser identificadas, julgamos importante reter alguns aspectos sobre o Turismo Equestre:

• Em primeiro lugar, a relevância do turismo equestre na atracção de significativos fluxos de turistas, tanto na vertente de:

o Turismo a cavalo (numa perspectiva activa de participação em provas equestres, aprendizagem ou passeios a cavalo)

o como em termos de Turismo do cavalo (em que a capacidade de gerar eventos associados a uma imagem de destino equestre sólido e a tradições equestres emergem como factores relevantes)

• É um importante nicho de mercado das viagens na Grã-Bretanha, Irlanda, Roménia, França, Estados Unidos e Espanha;

• O número de cavaleiros existentes nos principais mercados emissores para Portugal – 2,4 milhões no Reino Unido e 2 milhões na Alemanha, 400 mil na Holanda e 500 mil na Suécia – revela um importante mercado a explorar, • Esta actividade possui, ainda, características específicas que se enquadram

na lógica de desenvolvimento turístico preconizado para Portugal, e que são: o Regista uma tendência de crescimento

o Atrai turistas de praticamente todos os grupos etários

o A exemplo do golfe, é um produto off-season, com procura durante todo o ano, à excepção de Julho e Agosto, podendo funcionar como um complemento muito importante na oferta turística portuguesa. o Capta um tipo de turista que estabelece uma relação particular com a

natureza, pelo que está sensibilizado para desenvolver uma postura ambientalmente responsável.

o É um segmento de procura desperto para outro tipo de actividades não equestres, relacionadas com o património cultural e paisagístico

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dos destinos, o que permite articular o turismo equestre com outro tipo de produtos turísticos, no sentido de criar uma oferta compósita diferenciadora e susceptível de proporcionar efectivas “experiências”

Podemos, pois, dizer que a consolidação de uma oferta turística no domínio do turismo equestre – seja no contexto do turismo natureza (fruição dos espaços naturais e das zonas rurais), do touring cultural e paisagístico (descoberta dos “sítios”, do património, das tradições – como é o caso da tradição equestre), do sol e mar, do turismo de saúde e bem-estar, ou numa óptica mais especializada dos eventos desportivos ou do desenvolvimento das raças – se deverá assumir como uma oportunidade nas estratégias de desenvolvimento turístico nacional e regionais no sentido em que se constitui como um efectivo qualificador da oferta capaz de potenciar a atractividade dos destinos.

Julgamos que Portugal possui inegáveis mais-valias que permitem acreditar na viabilidade desta oportunidade, que passam pelo seguinte:

• Em termos de recursos naturais e construídos, o país possui grande diversidade de paisagens, serviços de apoio ao Turismo (alojamento, restauração e animação), bem como instalações específicas para a prática e ensino da equitação, o que lhe confere um potencial relevante para o fomento do Turismo Equestre, a nível interno e externo.

• O clima mediterrânico temperado de Portugal garante condições únicas para a criação de equinos e para o desenvolvimento das actividades equestres, salientando-se, por exemplo, a prática e o ensino do hipismo, a participação de atletas em competições desportivas, os passeios a cavalo, os eventos (galas, espectáculos, concursos, feiras, mercados), as profissões e produtos ligados ao cavalo, e ainda as visitas a diversas instalações (centros hípicos, coudelarias, museus, palácios, etc.).

• O Cavalo Lusitano, de origem portuguesa, goza de um enorme prestígio em termos internacionais pela sua pureza, beleza e pujança, e constitui um caso único de atractividade.

• As potencialidades regionais ao nível dos diferentes produtos turísticos já referenciados, são passíveis de se articularem com a oferta de Turismo Equestre, constituindo, assim, uma relação de “win/win” que a todos interessa.

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A aposta do sector privado no desenvolvimento de equipamentos dirigidos a este segmento constitui igualmente a constatação da sua importância actual e potencial. Entre os empreendimentos já com infra-estruturas para o turismo equestre, nomeadamente com centros hípicos e actividades variadas como passeios a cavalo, podemos encontrar referências de qualidade como o “La Varzea Polo Club” ou o “Westin CampoReal”, só para citar dois bons exemplos da nossa oferta. Por outro lado, encontram-se em desenvolvimento diversos outros projectos (e.g. Quintas de Óbidos, Parque Alqueva, Quinta da Ria, e Wine Hotel & Spa) que muito ajudarão para tornar Portugal um destino de excelência neste domínio.

Outro dos domínios de investimento passa pela organização de eventos equestres e, nesse particular, existe hoje um calendário rico em competições internacionais [na preparação desta intervenção efectuámos uma pesquisa que aponta para quase uma dezena de competições internacionais no ano de 2008, o que não pode deixar de ser assinalado].

Muito há, ainda a fazer no sentido de criarmos uma oferta competitiva, pelo que destacamos:

- organização e promoção de programas orientados para estes segmentos de mercado (os quais, consoante as regiões, podem assumir particularidades diferenciadoras em termos de animação complementar)

- existência de infra-estruturas adequadas às necessidades dos vários tipos de procura

- notoriedade do destino Portugal para o desenvolvimento de actividades ligadas ao turismo equestre, incluindo grandes eventos de projecção internacional

Para concluir, deixamos aqui uma referência ao projecto Belém Redescoberta, no qual o Turismo de Portugal está envolvido com a Parque EXPO/Sociedade Frente Tejo e o Ministério da Cultura e que constitui uma intervenção estruturante para o incremento da atractividade turística desta importante zona histórica lisboeta e que tem na arte equestre um dos seus vectores.

Por um lado, o novo Museu Nacional dos Coches - o museu mais visitado do país – que envolve a sua transferência para as antigas instalações do Exército, na frente ribeirinha de Belém, que serão requalificadas, permitindo criar as condições para passar a expor toda a colecção do Museu dos Coches, actualmente exposta a 60%.

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Ainda no âmbito do projecto de autoria do arquitecto brasileiro Mendes da Rocha, irá ser promovida a recuperação das actuais instalações do Museu – o Picadeiro Real, que regressará às origens de picadeiro, passando a constituir um importante espaço para animação de arte equestre e para iniciativas de promoção do Cavalo Lusitano.

Esta iniciativa permitirá, pela primeira vez, o desenvolvimento de promoção conjunta, em espaços próximos, dos Coches e da Arte Equestre.

Trata-se de um projecto com um valor global estimado na ordem dos 27 milhões de euros, estando previsto as obras decorrerem entre Janeiro de 2009 e Outubro de 2010 (fonte: Parque Expo).

Referências

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