PRÊMIO AMIGO DO MEIO AMBIENTE 2020
CAPACITAR PARA MUDAR – REDUÇÃO DE RESÍDUOS ATRAVÉS DE AÇÕES EDUCATIVAS EM UM HOSPITAL DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
Nome da organização: Pró saúde - Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência
Adriana Rodrigues Durans Cunha Analista de Sustentabilidade. (91)981320460
adriana.cunha@prosaude.org.br
Agnes Reis
Coord. Do Serviço de Higiene e Limpeza. (91)982504907
agnes.reis@prosaude.org.br
Roberta Cardins
Coord. De Projetos sociais roberta.cardins@prosaude.org.br (91)983650859
Ananindeua –Pará Novembro 2020
a) INTRODUÇÃO.
O Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), foi estruturado com perfil de grande porte, para ser referência em atendimentos de excelência a pacientes de trauma e queimados. Atualmente, gerenciada pela Pró-Saúde Associação Beneficente de assistência Social e Hospitalar, desde 12/12/2012, obtém aprovação de 96% da população. O Hospital possui em seu quadro um total de 1.450 colaboradores.
A instituição compreende que o manejo correto dos resíduos, desde sua geração até a sua disposição final, com ênfase na Produção mais limpa, “produzir mais e melhor com menos”, vem se tornando ao longo dos anos, um requisito importante para a qualidade e sustentabilidade das instituições de saúde públicas ou privadas em todo o mundo, e ainda, o cumprimento das legislações e normas vigentes no país (Resoluções RDC 222/2018-ANVISA; CONAMA 358/2005; Lei 12.305/2010 e RDC 75/2016).
Assim sendo o desafio em relação a Gestão Ambiental, não se limita apenas em reciclar, tratar e destinar adequadamente os seus resíduos, mas implantar, cada vez mais, o conceito da não geração, e redução da geração de resíduos na sua origem, não só porque eles identificam perdas e desperdícios, mas pelas inerentes questões de redução de custos, demandas legais, conscientização da comunidade e preservação ambiental.
Após análise dos resíduos infectantes gerados no ano 2017, identificou-se que a quantidade gerada mensalmente no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), excedia 132 toneladas de resíduo infectante/mês.
b) OBJETIVO.
Desenvolver competências por meio de atividades práticas e teóricas, objetivando fomentar uma cultura sustentável, afinado com as necessidades sistêmicas da instituição; Através de capacitações pré-programadas, com foco em qualificação profissional e ações realizadas in loco nos setores da unidade, motivando mudanças significativas no comportamento dos colaboradores do HMUE.
O projeto Capacitar para mudar - Ações educativas em um hospital de urgência e emergência, visa reduzir a quantidade de resíduo gerado na unidade, com foco especifico nos resíduos dos grupos A (infectantes e biológicos) e grupo E (perfurocortantes), através de capacitações baseadas em metodologias ativas, criando assim um despertar de consciência e compromisso com a preservação ambiental, nos colaboradores do hospital.
Ações educativas são iniciadas quando o novo admitido ingressa na instituição, através da integração institucional, os novos colaboradores passam um dia no auditório do HMUE, aprendendo sobre diversos temas entre eles a geração, classificação, segregação de resíduos. Os treinamentos são aplicados durante o tempo que o colaborador passar contratado na instituição, e ocorre através de palestras, ações realizadas nas unidades, com o objetivo de capacitar os grupos de trabalho que atuam nos mais diferentes setores do hospital, entendendo que a conscientização, educação é a forma mais eficaz de produzir mudanças duradouras nas rotinas de trabalho.
O Plano Anual de Treinamento – PAT da instituição, aborda temas como: Descarte de resíduo, classificação dos resíduos, conceito de resíduo de serviço de saúde, destinação final dos resíduos, em outros, a aplicação do PAT iniciasse logo após a integração institucional.
Imagem 1: Treinamento para colaboradores da unidade.
O ciclo de capacitação continua, através de treinamentos que abordam metodologias ativas, para repasse do conhecimento, como: uso do lúdico, rodas de conversas, jogos educativos e dinâmicas.
O uso de metodologia ativa, tem se mostrado muito eficaz, haja vista que este método insere o aluno no contexto de aprendizagem como agente principal, onde este é estimulado a participar, assumindo uma postura ativa no processo de construção do conhecimento.
assistenciais, usando a técnica da dinâmica de grupo.
As horas de treinamento são monitoradas pelo Núcleo de Educação Permanente - NEP, como forma de quantificar o total de colaboradores capacitados por mês, bem como o total de horas de treinamento, garantindo que em cada área de trabalho haja mais de 60% de colaboradores capacitados, por setor, garantindo assim a disseminação do conhecimento adquirido. A plano anual de treinamento - PAT, que apresenta a grade de cursos a serem realizados por cada colaborador, conforme sua função dentro da instituição, atualmente mantém em sua grade 10 treinamentos de caráter essencial, que aborda temas sustentáveis, manejo de resíduos, PGRSS, entre outros, conforme tabela abaixo.
Tabela 1: Fragmento do Plano anual de treinamento.
trabalho, ocasionava a descarte incorreto de itens classificados como comum e orgânico, em lixeiras especificas de resíduo infectante, fato que contribuía para elevação do total de resíduo infectante gerados na unidade.
Foi aumentado o quantitativo de lixeiras nos setores assistenciais, possibilitando a correta segregação do resíduo nas unidades, evitando a mistura de vários tipos de resíduo.
Para disseminar o programa de gerenciamento de resíduos sólidos em serviço de saúde, é realizado anualmente de forma semestral, durante 05 dias, diversas atividades para os colaboradores (oficinas, treinamentos e palestras) voltadas para o gerenciamento de resíduos. Treinamentos com foco no descarte correto de resíduo do grupo E, classificados como perfurocortantes, ocorrem de forma lúdica, com a participação da mascote “Perfurito”, que de foram descontraídas ensina técnicas voltadas para a correta utilização da caixa coletora (descarpack) muito usada nas instituições de saúde.
Imagem 2: Capacitação lúdica sobre descarte de resíduos do grupo E, com a participação da mascote “Perfurito”.
Para estimular o comprometimento dos líderes de setor, mensalmente é feito análise dos indicadores que mensuram a quantidade de resíduos gerados. Esta prática permite a interação entre o setor de Serviço de Higienização e Limpeza (SHL), Sustentabilidade e demais áreas do hospital geradoras de resíduos, visando o engajamento das lideranças em ações que visem redução. Outra ação implantada foram as rondas realizada nas áreas do hospital, pelos membros da comissão do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos em Serviço de Saúde- PGRSS. Realizada mensalmente. A ronda objetiva evidenciar se o descarte do resíduo está ocorrendo de forma adequada. A visita realizada é registrada em formulário de controle, que contribui para identificar as fragilidades a serem sanadas dentro da instituição, bem como registrar as sugestões dos colaboradores que atuam diretamente na produção e descarte do resíduo, quando a ronda evidencia descarte incorreto, uma ação corretiva é iniciada, e esta celeridade só é possível, devido o monitoramento mensal feito in loco.
TOTAL 0,00 20.000,00 40.000,00 60.000,00 80.000,00 100.000,00 120.000,00 140.000,00 TOTAL 2020 74.269,63 2019 106.643,22 2018 131.376,92 2017 132.389,28
Geração anual de resíduo infectante kg
O projeto Capacitar para mudar - Ações educativas em um hospital de urgência e Emergência e contínuo, e se desdobra sempre em novas ações. O monitoramento do projeto através de planilhas de Excel e indicadores, nos mostra que a instituição está no caminho certo é que o descarte correto de resíduo infectante no hospital, começa a se solidificar como uma cultura vivida por todos os colaboradores.
O projeto iniciado em 2018 se mostrou exitoso, haja vista que em 2017 foram gerados 132.389,28 kg de resíduo infectante, enquanto que no ano de 2019, um ano após aplicação do projeto, evidencia-se a redução de 24.733,70 kg de resíduo.
Gráfico 1: Quantitativo de resíduo infectante gerado nos anos de 2017, 2018, 2019 e janeiro a outubro de 2020.
Fonte: Sustentabilidade /HMUE 2020.
A série histórica do resíduo infectante dentro da unidade, apresentada no gráfico abaixo, mostra acentuada redução, e traz a projeção de que no ano de 2020 o Hospital, produzirá um quantitativo de resíduo de classificação infectante menor que no ano de 2019. Em maio e junho houve elevação na quantidade de resíduos infectantes, devido a pandemia do Covid-19, onde o hospital manteve uma ala para atendimento de pacientes com Covid, composta por 20 leitos, entretanto, as boas práticas de manejo e descarte de resíduos foram mantidas pelos grupos de trabalho.
ANO JANEIR O
FEVERE IRO
MARÇ
O ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOST O SETEM BRO OUTUB RO NOVE MBRO DEZEM BRO Série1 2017 11.254, 11.059, 11.779, 10.260, 10.181, 11.928, 10.936, 10.298, 10.692, 12.597, 10.482, 10.919, Série2 2018 10.406, 17.392, 10.861, 10.771, 10.203, 10.228, 9.840,1 10.048, 11.310, 10.929, 9.186,4 10.199, Série3 2019 12.528, 10.404, 10.981, 9.791,4 11.004, 8.696,3 8.481,0 6.964,3 6.632,7 7.382,2 7.133,2 6.643,6 Série4 2020 8.049,7 6.643,6 7.475,2 6.198,0 8.020,4 10.207, 7.133,2 6.861,9 7.436,8 6.243,3 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000 20000 R ES ÍD UO E M KG
Série histórica Resíduo infectante
Gráfico 2: Quantitativo de resíduo infectante gerado mensalmente.
Fonte: Sustentabilidade /HMUE 2020.
Relacionamos o sucesso do projeto as ações educativas realizadas pela comissão do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos em Serviço de Saúde- PGRSS, em parceria com o setor de sustentabilidade e Núcleo de Educação Permanente –NEP, haja vista que o uso de diferentes métodos de ensino e sensibilização do colaborador desde o primeiro dia de trabalho no hospital, é uma importante estratégia para a adoção de hábitos sustentáveis. Em relação a 2017 antes da aplicação do projeto, a unidade mantinha índice de 2,93 horas de treinamento por colaborador, um ano após a implantação do projeto, este índice foi elevado para 3,33 horas de treinamento por colaborador.
Vislumbramos o engajamento dos colaboradores no que diz respeito ao cumprimento das diretrizes do PGRSS, fato que se confirma na redução dos custos com a coleta e destinação final dos resíduos do grupo A e grupo E, a economia no ano de 2019 foi de R$ 71.334,05.
As projeções mostram que a economia com descarte de resíduo infectante e perfurocortante no ano de 2020 será ainda maior, haja vista que nos dez primeiros meses de 2020, o hospital já economizou R$ 71.818,34.
Gráfico 3: Monitoramento financeiro custos /economia.
O Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), reconhece que a implantação de uma nova cultura é algo contínuo, e o investimento em educação, produz mudanças significativas. Diante de um cenário cada vez mais preocupante de poluição do meio ambiente, motivado na maioria das vezes pela falta de conhecimento, investir em metodologias ativas de ensino se torna um fator estratégico para as empresas que assumem compromisso socioambiental.
e) INFORMAÇÕES ADICIONAIS. COAUTORES.
Equipe do núcleo de educação permanente-NEP 1.Juliana Campos – Aux. Administrativo
2.Carla Miranda - Aux. Administrativo
3.Angeline Parente – Enf. Educação continuada
REFERENCIAL TEÓRICO.
CORNELL, J. Vivências com a natureza. 3. ed. São Paulo: Aquariana, 2008.
CASCINO, F. Educação ambiental: princípios, história, formação de professores. 3. ed. São Paulo: SENAC-SP, 2003. 2018 2019 JAN A OUTUBRO 2020 CUSTO R$ 313.564,68 R$ 242.230,63 R$ 170.412,29 ECONOMIA R$ 71.334,05 R$ 71.818,34 R$ R$ 50.000,00 R$ 100.000,00 R$ 150.000,00 R$ 200.000,00 R$ 250.000,00 R$ 300.000,00 R$ 350.000,00
