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Processo nº Recuperação Judicial de Mariel Alimentos Ltda. e Romabel Alimentos Ltda.

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Academic year: 2021

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Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 2ª Vara Especializada de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca da Capital do Estado de São Paulo

Processo nº 1111502-20.2020.8.26.0100

Recuperação Judicial de Mariel Alimentos Ltda. e Romabel Alimentos Ltda.

O ADMINISTRADOR JUDICIAL nomeado para atuar no processo de recuperação judicial requerida por MARIEL ALIMENTOS LTDA. e ROMABEL ALIMENTOS LTDA., vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar a sua RELAÇÃO DE CREDORES prevista no art. 7º, § 2º, da Lei n. 11.101/2005 (Doc. 01), acompanhada dos pareceres elaborados por este AJ (Doc. 02), da manifestação das Recuperandas (Doc. 03) e dos cálculos elaborados pela Rio Branco Consultores (Doc. 04).

Após a análise das habilitações e divergências, o Administrador Judicial constatou o passivo total geral de R$ 7.848.456,01, sendo (i) R$ 6.163.733,82, passivo geral concursal; (ii) R$ 191.861,66, passivo geral extraconcursal; e (iii) R$ 1.492.860,53, passivo geral tributário.

Por fim, o AJ informa que realizou o envio da minuta do Edital do Art. 7º, § 2º, da LRF, em formato word, ao e-mail institucional do cartório (sp2falencias@tjsp.jus.br), para fins de publicação.

São Paulo, 05/04/2021.

CAMIÑA, DEL PONTE E OSHIRO – SOCIEDADE DE ADVOGADOS Administrador Judicial

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2ª VARA DE FALÊNCIAS E RECUPERAÇÕES JUDICIAIS DO FORO CENTRAL CÍVEL DE SÃO PAULO – RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE MARIEL ALIMENTOS LTDA. E ROMABEL ALIMENTOS LTDA. – PROCESSO Nº 1111502-20.2020.8.26.0100

EDITAL, para conhecimento das partes e de terceiros interessados, nos termos do art. 7º, § 2º, da Lei nº 11.101/2005, passado na forma abaixo: o Dr. Marcelo Barbosa Sacramone, MM. Juiz de Direito da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca de São Paulo/SP, na forma da Lei, FAZ SABER aos que o presente EDITAL virem ou dele tiverem conhecimento que, com base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais das empresas em recuperação e nos documentos que foram apresentados pelos credores, a Administração Judicial apresentou a relação de credores a que alude o artigo 7º, parágrafo 2º da Lei n°11.101/2005, podendo qualquer credor, devedor ou seus sócios ou, ainda, o Ministério Público, pelo prazo de 10 dias corridos contados da publicação deste edital, apresentar impugnação contra a relação de credores ora publicada, apontando a ausência de qualquer crédito ou manifestando-se contra a legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado, tudo nos termos do art. 8º da Lei 11.101/2005, ficando cientificados que terão acesso aos documentos que fundamentaram a elaboração da relação abaixo, pelo prazo de 10 (dez) dias corridos, no endereço da Administração Judicial Camiña, Del Ponte e Oshiro-Sociedade de Advogados., com endereço na Alameda Lorena, nº 638, cjs. 11-12, CEP 01424-002, representado pelo Dr. Alberto Camiña Moreira, OAB/SP 347.142, São Paulo/SP, com agendamento prévio no e-mail credormariel.romabel@gmail.com.

LISTA DE CREDORES: CLASSE I – TRABALHISTA: ADRIANA PEREIRA ASTOLFI, R$ 2.557,11; ALEXANDRE MARTINEZ FRANCO SOC IND ADVOCACIA, R$ 3.200,00; ALINE ALMEIDA DE OLIVEIRA MOREIRA, R$ 3.030,89; ALINE BASTOS CANDIDO GOES, R$ 3.494,90; ALINE LIUR DA SILVA, R$ 3.057,59; ANA CLAUDIA DA COSTA CHACHA, R$ 2.483,91; ANA PAULA DORNELAS SARAIVA DE JESUS, R$ 3.494,16; ANDREA MARQUES SILVA, R$ 2.313,25; BELMIRO JOSE DE ALMEIDA ARAUJO, R$ 2.674,10; CASSIO BATISTA DE BRITO, R$ 3.632,83; DAISLAINE RAFAELA DE JESUS IRMAO, R$ 3.797,12; DAVID TOMAS DA SILVA SANTOS, R$ 4.580,97; DIOGO BENTO DA SILVA, R$ 302,36; ELIAS ALVES CARVALHO, R$ 1.682,06; ELISANGELA CAETANO DOS SANTOS, R$ 3.764,67; ERIVAN PEREIRA FERREIRA, R$ 7.682,63; FABIANO PACHECO LEMOS, R$ 3.834,97; FLAVIO FERREIRA DA SILVA, R$ 2.280,54; FRANCISCO JOSE DE SOUZA, R$ 2.307,90; GERALDO JANUARIO DOS SANTOS, R$ 4.134,10; GILDENBERG ARAÚJO DE SOUZA, R$ 2.563,35; ISAURA OLIVEIRA DA SILVA, R$ 2.853,72; JESSICA PEREIRA DA SILVA, R$ 2.102,69; JONATHA ANDERSON DA SILVA, R$ 2.413,80; JORGE CARLOS ALEXANDRE CARDOSO, R$ 3.413,76; JULIA APARECIDA DO NASCIMENTO TEMPORIM, R$ 4.435,38; JULIANA DE SOUZA OLIVEIRA, R$ 1.947,89; LEILA DA MATA SILVA, R$ 4.098,62; LUCA DE DONATO JUNIOR, R$ 5.921,58; LUCAS SILVA DOS SANTOS, R$ 2.338,38; LUCINALVA NOVAIS DE SOUZA, R$ 1.988,76; MARIA APARECIDA FERNANDES MARIANO, R$ 1.828,23; MARIA DAS NEVES CABRAL DE LIMA, R$ 4.180,59; MARIA FRANCINAIDE DOREA DA MOTA, R$ 1.684,69; RACHEL DE BARROS TURELLA, R$ 5.425,02; RENATO ANTONIO DOMINGOS FIGUEIRO, R$ 2.911,69; RICARDO SILVA BEZERRA, R$ 2.927,55; ROBERIO DOMINGUES FARIAS, R$ 2.080,34; ROSIANE APARECIDA DE OLIVEIRA SILVA, R$ 11.443,24; ROSSELY GOM ES DE AZEVEDO, R$ 2.760,67; SEBASTIANA CARDOSO DA SILVA, R$ 9.756,06; SIMONE NEGRI INACIO RUEDA, R$ 3.926,18; SUELI APARECIDA BATISTA, R$ 1.983,63; TAINAN SILVA DE MENEZES, R$ 3.438,02; VAGNER BATISTA DE CARVALHO, R$ 3.233,17; VANIA DOS SANTOS NASCIMENTO, R$ 3.441,48; VICTOR GABRIEL DA SILVA, R$ 2.817,09; WILSON DEODATO, R$ 3.891,36; YAN AMARAL DE OLIVEIRA, R$ 2.335,08; TOTAL CLASSE I – TRABALHISTA: R$

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168.448,08; CLASSE III – QUIROGRAFÁRIOS: AGRO NIPPO PRODUTOS ALIMENTICIOS LTDA, R$ 495,00; ALBERTO PIRRO RUGGIERO, R$ 420.627,78; AMERICAN FRUIT AGRO COMERCIAL LTDA, R$ 774,13; AMIL ASSISTENCIA MEDICA INTERNACIONAL S.A, R$ 8.278,00; ASSEIO SANEAMENTO AMBIENTAL LTDA, R$ 493,45; ASSEIO SANEAM ENTO AM BIENTAL LTDA, R$ 520,65; BANCO BRADESCO S/ A, R$ 1.748.581,29; BANCO DO BRASIL SA, R$ 1.171.241,27; BANCO SANTANDER, R$ 40.000,00; BRF S.A., R$ 32.333,47; CABOCLO DISTRIBUIDORA LTDA, R$ 2.850,00; CAGIU COMERCIO DE LATICINIOS LTDA, R$ 988,80; CAIXA ECONOMICA FEDERAL, R$ 825.854,89; CAOA MOTOR DO BRASIL LTDA, R$ 1.977,12; CASA FERNANDES DE PNEUS LTDA, R$ 6.193,81; CENTRO DAS INDUSTRIAS DO ESTADO DE SAO PAULO, R$ 1.441,07; CENTROESTE CARNES E DERIVADOS LTDA, R$ 1.551,00; CIA DE SANEAMENTO BASICO DO EST DE SP SABESP, R$ 4.268,32; CIL DISTRIBUIDORA DE ALIMENTOS LTDA, R$ 2.679,30; CLEAN FIELD IND E COM DE PROD ALIMENT LTDA, R$ 33.646,44; COMERCIAL TATENO DELIHOUSE LTDA, R$ 6.633,90; COMERCIO DE FRUTAS NOVA ERA LTDA, R$ 287,00; COOPERATIVA CENTRAL AURORA ALIMENTOS, R$ 1.543,87; CR DISTRIBUIDORA DE EMBALAGENS DESCARTAVEIS E, R$ 9.870,52; DISPLOKI DISTRIBUICAO COMERCIO E REPRESENTACO, R$ 531,57; DISTRIB DE FRIOS E LATI CASTELO DA BEIRA LTDA, R$ 23.186,62; DISTRIBUIDORA DE EM BALAGENS CASTROPIL LTDA., R$ 9.300,30; DISTRIPIRES COMERCIAL E REPRESENTACAO LTDA., R$ 10.973,47; DOCES DOCELANDIA & VAZ EIRELI, R$ 9.694,17; E.M. COLORS ETIQUETAS AUTO ADESIVAS EIRELI, R$ 6.537,67; ECOMAQ COMERCIO DE MAQUINAS E PRODUTOS, R$ 3.227,74; ELASTOBOR BORRACHAS E PLASTICOS LTDA, R$ 698,60; ELETROPAULO M ETROP ELETRIC DE SP S.A., R$ 7.982,50; EMPORIO ANDALUZIA LTDA, R$ 18.278,29; ENTREMINAS INDUSTRIA E COMERCIO DE LATICINIOS, R$ 6.072,61; FRUTANIA COMERCIO DE FRUTAS LTDA., R$ 4.766,18; GARCIA & RUBENS IND E COM LTDA, R$ 12.716,15; GERAIS DE MINAS - ALIMENTOS LTDA, R$ 18.643,20; GOOD PACK INDUSTRIA, COMERCIO E REPRESENTACOES, R$ 710,91; GUILHERMINO DOS SANTOS CLARO ALIMEN. EIRELLI, R$ 3.883,06; HP EMBALAGENS INDUSTRIA E COMERCIO LTDA, R$ 8.137,53; HYDE ALIMENTOS LTDA, R$ 4.698,53; IND DE TORRONE N SRA DE MONTEVERGINE LTDA, R$ 2.580,48; INDUSTRIA DE SUCOS DO SURHYT LIMITADA, R$ 15.203,13; ITAMONTES LATICINIOS LTDA, R$ 40.921,65; ITAU UNIBANCO S.A., R$ 902.404,00; KALUNGA COM E IND GRAFICA LTDA, R$ 2.817,02; KIM NETO IND. E COM . PANIF LTDA, R$ 6.048,00; KOZZY ALIM ENTOS LTDA, R$ 2.623,99; LATICINIO VALE DO PARDO LTDA, R$ 8.681,30; LATICINIOS CAMANDUCAIA LTDA, R$ 1.424,40; LATICINIOS TIROLEZ LTDA, R$ 4.845,76; LEVITARE - INDUSTRIA E COMERCIO DE LATICINIOS, R$ 298,00; LUCAS CRISTOFARO NOGUEIRA, R$ 400,00; MEGA MUNTAZ GROUP BRASIL LTDA, R$ 2.767,50; MINERVA S.A., R$ 1.937,34; NEI COMERCIO, IMP. E EXP LTDA, R$ 2.234,66; NEOLAT COM ERCIO DE LATICINIOS LTDA, R$ 29.443,98; NESTLE BRASIL LTDA, R$ 7.309,93; NOVA MEGA G ATACADISTA DE ALIMENTOS LTDA, R$ 30.549,55; NOVA MIX INDUSTRIAL E COMERCIAL DE ALIM LTDA, R$ 18.029,55; PAMPLONA ALIMENTOS S/A, R$ 1.522,51; PANDURATA ALIMENTOS LTDA., R$ 14.835,66; PARANA VEICULOS E SERVIÇOS AUTOMOTIVOS LTDA M, R$ 1.050,00; POLENGHI IND ALIMENTICIAS LTDA, R$ 1.649,04; POLYMARK EMBALAGENS LTDA, R$ 19.534,95; PONTO SOLAR COMERCIAL LTDA, R$ 3.468,48; PRINT SOLUTION GROUP COM SERV DE INFORMATICA, R$ 869,07; RELIPEL EMBALAGENS FLEXIVEIS LTDA, R$ 20.675,28; RIANDA COMERCIO DE PRODUTOS ALIM ENTICIOS LTDA, R$ 1.387,37; RIO BRANCO ALIMENTOS S/A, R$ 6.409,74; ROSARIAL ALIMENTOS S/A, R$ 8.928,00; VIGOR ALIMENTOS S.A, R$ 2.475,80; S&B COMERCIO DE FRUTAS EIRELI, R$ 2.737,32; SABERPACK SISTEMAS DE EMBALAGEM LTDA, R$ 1.743,62; SEARA COMERCIO DE ALIMENTOS LTDA, R$ 46.287,33; SEQUOIA ALIMENTOS LTDA, R$ 2.475,65; SINDICATO TRABALHADORES REFEIÇÕES COLETIVAS, R$ 933,60; SISTEMAS DE SERVICOS R.B. QUALITY COMERCIO DE, R$ 5.711,06; SOFTBRAS SOFTWARE LTDA, R$ 1.228,22;TECNOBOX INDUSTRIA E COMERCIO DE EMBALAGENS, R$ 6.256,00; WICKBOLD E NOSSO PAO INDUSTRIA

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5.826.450,21; CLASSE IV – ME E EPP: 4R AMBIENTAL COM DE APARAS LTDA ME, R$ 465,50; A A COSTA S/ C LTDA EPP, R$ 56.984,62; BEIRUTHE - INDUSTRIA DE PANIFICACAO LTDA, R$ 950,92; BELLGA COM ERCIAL LTDA M E, R$ 100,00; CASTOR ALIM ENTOS LTDA - EPP, R$ 26,42; ECOFILM PLASTICOS LTDA - EPP, R$ 14.384,26; GILBERTO DE O. DIAS - M E, R$ 1.488,26; GUADALUPE IND E COM DE GUARDANAPOS LTDA EPP, R$ 3.380,00; MARCOS DE ALMEIDA PANIFICAÇÃO ME, R$ 66.045,42; PROFFIT BR COM DE EQUIP DE SEG E SERV LTDA EP, R$ 1.557,92; SIDNEY EBNER - EPP, R$ 14.499,54; SISTMARC SISTEMAS DE MARC INDUSTRIAL LTDA EPP, R$ 2.415,00; E.M. COLORS ETIQUETAS AUTO ADESIVAS EIRELI, R$ 6.537,67; TOTAL CLASSE IV – ME E EPP: R$ 168.835,53; TOTAL GERAL: R$ 6.163.733,82.

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PROCESSO Nº 1111502-20.2020.8.26.0100

RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE MARIEL ALIEMNTOS LTDA. E ROMABEL ALIMENTOS LTDA. DATA DA DISTRIBUIÇÃO DO PEDIDO DE RJ: 20.11.2020

ANÁLISE DAS HABILITAÇÕES E DIVERGÊNCIAS DE CRÉDITO I) BANCO DO BRASIL S.A.:

1. Trata-se de divergência de crédito apresentada pelo Banco do Brasil S.A., via e-mail ao AJ, na qual requer a retificação do valor de R$ 1.758.001,96 (um milhão, setecentos e cinquenta e oito mil e um reais e noventa e seis centavos), constante da Classe III do Edital do art. 52, § 1º, da LRF, para R$ 391.417,07 (trezentos e noventa e um mil quatrocentos e dezessete reais e sete centavos).

2. Pleiteia o reconhecimento de que os contratos 30.010.125, 30.010.953, 30.011.932 e 30.010.429 são extraconcursais, tendo em vista que seriam operações que possuem garantias consubstanciadas em Cessão de Direitos Creditórios.

3. As Recuperandas concordaram com os valores listados pelo Banco do Brasil, mas discordaram do pedido de não sujeição dos contratos à recuperação judicial, em razão da (i) ausência de registro da garantia em cartório; e (ii) não individualização da garantia.

4. Diante das alegações de ambas as partes, cumpre ao AJ identificar, inicialmente, se de fato existe previsão de garantia fiduciária nos referidos contratos.

5. No contrato 30010125, o Banco do Brasil dispõe que a garantia está prevista na cláusula vigésima quinta, que determina:

“VIGÉSIMA QUINTA – CESSÃO DE CRÉDITOS – Fica o FINANCIADOR autorizado, a qualquer tempo, ceder, transferir, dar em penhor o crédito oriundo deste instrumento, bem como, ceder os direitos, títulos, garantias ou interesses seus a terceiros, na forma regulamentada pelo Conselho Monetário Nacional”.

6. Com todo o respeito, este Administrador Judicial considera que a referida cláusula não constitui qualquer tipo de garantia de pagamento, mas apenas descreve que o financiador pode realizar a cessão do crédito oriundo deste Instrumento. Por essa razão, o referido contrato não pode ser considerado extraconcursal no entender deste AJ.

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7. Da leitura do referido contrato, o Administrador Judicial também não identificou qualquer outra cláusula que constitua qualquer tipo de garantia fiduciária.

8. A situação parece ser diferente com relação aos demais contratos de n. 30010429, 30010953 e 30011932. As cláusulas que preveem a garantia fiduciária nestes instrumentos são vigésima oitava, no que tange ao primeiro contrato, e a cláusula vigésima, no que tange aos dois últimos. Para análise, as referidas cláusulas estão redigidas a seguir:

“VIGÉSIMA OITAVA – CESSÃO DE DIREITOS CREDITÓRIOS – Como forma e meio de efetivo pagamento da dívida decorrente deste Instrumento, que se compõe de principal, juros, correção monetária e demais obrigações legais e convencionais, a FINANCIADA cede(m) e transfere(m) ao FINANCIADOR, em caráter irrevogável e irretratável, por esta e melhor forma de direito, a modo pró-solvendo, e nas exatas quantias que se tornarem exigíveis, os valores provenientes do pagamento dos créditos convencionados na cláusula VIGÉSIMA SÉTIMA, retroconvencionada”.

“VIGÉSIMA – CESSÃO DE DIREITOS CREDITÓRIOS – Como forma e meio de efetivo pagamento da dívida decorrente deste Instrumento, que se compõe de principal, juros, correção monetária e demais obrigações legais e convencionais, a FINANCIADA cede(m) e transfere(m) ao FINANCIADOR, em caráter irrevogável e irretratável, por esta e melhor forma de direito, a modo pró-solvendo, e nas exatas quantias que se tornarem exigíveis, os valores provenientes do pagamento dos créditos mencionados na cláusula DÉCIMA NONA retroconvencionada”.

“VIGESIMA – CESSÃO DE DIREITOS CREDITÓRIOS – Como forma e meio de efetivo pagamento da dívida decorrente deste Instrumento, que se compõe de principal, juros, correção monetária e demais obrigações legais e convencionais, a FINANCIADA, e o INTERVENIENTE CEDENTE cedem e transferem ao FINANCIADOR, em caráter irrevogável e irretratável, por esta e melhor forma de direito, a modo pro-solvendo, e nas exatas quantias que se tornarem exigíveis, os valores provenientes do pagamento dos créditos mencionados na cláusula DECIMA NONA retroconvencionada”.

9. Neste caso, de fato, se trata de garantia fiduciária de cessão de direitos creditórios que, a princípio, estaria excluída dos efeitos da recuperação judicial, nos termos do art. 49, § 3º, da LRF. Para confirmação da extraconcursalidade, o Administrador Judicial deve analisar dois pontos que foram suscitados pelas Recuperandas em sua resposta à presente divergência.

10. O primeiro deles diz respeito à ausência de registro da garantia em cartório. Segundo as Recuperandas, o Banco do Brasil não comprovou que houve o registro do título em cartório, o que

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descaracterizaria a garantia, nos termos da Súmula 60 do TJSP e do art. 66 da Lei n. 4.728/65 (alterado pelo Decreto-Lei nº 911/69).

11. Contudo, tal argumento não merece prosperar, tendo em vista que a Terceira Turma do STJ já decidiu que:

“a exigência de registro, para efeito de constituição da propriedade fiduciária, não se faz presente no tratamento legal ofertado pela Lei n. 4.728/1995, em seu art. 66-B (introduzido pela Lei n. 10.931/2004), à cessão fiduciária de direitos sobre coisas móveis, bem como de títulos de crédito, tampouco com ela se coaduna. Ficou assente, na oportunidade, que a constituição da propriedade fiduciária, oriunda de cessão fiduciária de direitos sobre coisas móveis e de títulos de crédito, dá-se a partir da própria contratação, afigurando-se, desde então, plenamente válida e eficaz entre as partes (REsp 1.559.457/MT, desta Relatoria, Terceira Turma, julgado em 17/12/2015, DJe 03/03/2016)”1.

12. Superado este ponto, passa o AJ à análise da questão da não individualização da garantia. Sustentam as Recuperandas que o credor não especificou devidamente o objeto da cessão fiduciária prevista nos contratos, isto é, quais os direitos creditórios que foram cedidos em garantia.

13. Nos contratos mencionados acima, há a indicação de que o objeto da alienação fiduciária estaria descrita nas cláusulas VIGÉSIMA SÉTIMA, no caso do contrato 30010429, e DÉCIMA NONA, no caso dos contratos 30010953 e 30011932.

14. O contrato 30010429 enviado ao AJ está incompleto (pula da página 11 a 16), de modo que não foi possível verificar quais foram os créditos objeto da garantia, nem se foram devidamente descritos e individualizados.

15. O AJ solicitou o envio do contrato completo, porém ainda não houve resposta pela credora. Desse modo, o Administrador Judicial entende não ser possível considerar que o referido crédito é extraconcursal, ao menos até que se faça a análise da cláusula vigésima sétima do contrato.

16. A cláusula décima nona, referente aos demais contratos, prevê o seguinte:

DECIMA NONA – CESSÃO DE DIREITOS CREDITÓRIOS – A FINANCIADA e o INTERVENIENTE CEDENTE, cumulativamente) obriga(m)-se a registrar em cobrança, - na

1 STJ, AgInt nos EDcl no AgInt no REsp 1816967/PR, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado

em 31/08/2020, DJe 08/09/2020. No mesmo sentido: “A jurisprudência desta Corte é no sentido de que a ausência de registro ou o registro posterior da garantia fiduciária não resulta na submissão do crédito à recuperação judicial” (AgInt no REsp 1824756/GO, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 25/11/2019, DJe 29/11/2019).

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proporção de 30,24% (trinta inteiros e vinte e quatro centésimos pontos percentuais)2 da dívida que vise amparar – os créditos que tem a receber decorrentes das vendas ou serviços por ela realizados, vencíveis a prazo de até 180 dias, e desde que não exceda o vencimento final deste Contrato, de sorte a tornar as prestações autoliquidáveis, nas épocas combinadas. A cobrança desses créditos far-se-á por indicação dos dados constantes das respectivas faturas, nos moldes previstos no Termo de Adesão e Recebimento do Contrato de Prestação de Serviços de Cobrança Eletrônica firmada entre o FINANCIADOR e a FINANCIADA, em 29/05/2013 e entre o FINANCIADOR e o INTERVIENIENTE CEDENTE em 04/06/2013.

Faculta-se ao FINANCIADOR, a seu critério, selecionar, entre os créditos registrados, os que servirão de base para o cálculo daquele percentual, entendido que a FINANCIADA e o INTERVENIENTE CEDENTE obrigam-se a substitui-los por outros de valor igual ou superior, se vencidos e não pagos.

17. Observa-se, portanto, que os créditos dados em garantia são aqueles que a devedora tem a receber decorrentes das vendas ou serviços por ela realizados, vencíveis a prazo de até 180 dias, desde que não exceda o vencimento final do contrato.

18. Resta saber se tal garantia está suficientemente especificada e individualizada, nos termos da jurisprudência do Col. STJ e do Eg. TJSP.

19. O Col. STJ, no julgamento do AgInt nos EDcl no AgInt no REsp 1816967/PR se debruçou justamente na definição das características necessárias para que haja a devida constituição do negócio fiduciário, a fim de excluí-lo ou não, dos efeitos da recuperação judicial. Nesta oportunidade, a 3ª Turma considerou “que a exigência de especificação de título representativo do crédito, como requisito formal à confirmação do negócio fiduciário, além de não possuir previsão legal – o que, por si, obsta a adoção de uma interpretação judicial ampliativa – cede a uma questão de ordem prática incontornável. Efetivamente, por ocasião da realização da cessão fiduciária, afigura-se absolutamente possível que o título representativo do crédito cedido não tenha sido nem sequer emitido, a inviabilizar desde logo, sua determinação no contrato”.

20. E prossegue: “a lei especial de regência (Lei n. 10.931/2004, que disciplina a cédula de crédito bancário) é expressa em admitir que a cessão fiduciária em garantia da cédula de crédito bancário recaia sobre um crédito futuro (a performar), o que, per si, inviabiliza a especificação do correlato título (já que ainda não emitido)”.

21. Dessa forma, resta absolutamente permitido que a alienação fiduciária recaia sobre recebíveis, como ocorre no presente caso. Contudo, faz-se necessário que o contrato não deixe qualquer dúvida quanto à indicação dos créditos cedidos. No caso estudado pelo Col. STJ, o contrato era bem definido neste ponto, tendo havido a indicação de que os créditos cedidos eram referentes aos

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recebíveis dos “contratos de abertura de crédito – BB Giro Recebíveis n. 035.210.161 e de Abertura de Crédito Fixo nº 40/04462/9, os quais ingressarão, a esse título (em garantia fiduciária), em conta vinculada para esse exclusivo propósito”.

22. No entanto, os contratos aqui analisados apresentam situação bastante diferente quanto à individualização da garantia fiduciária, que é bastante genérica e ampla na visão deste AJ. Isso porque foi dado em garantia um percentual dos créditos que a Recuperanda tem a receber decorrente das vendas ou serviços por ela realizados, vencíveis a prazo de até 180 dias.

23. Não se explica a quais vendas ou serviços esse percentual se aplica, e mais, a cláusula ainda reserva o direito do financiador selecionar, a seu critério, entre os créditos registrados, os que servirão para base de cálculo do percentual. O contrato assegura ao credor a escolha dos créditos que servirão para a garantia fiduciária. Todavia, essa faculdade não foi exercida pelo credor, de sorte que não houve a individualização da garantia.

24. Ademais, o contrato está redigido em forma de alternativa, vendas ou serviços, o que é sinal claro de que não se sabe sobre o que incide a garantia. As Recuperandas vendem tanto para o poder público como para empresas privadas, e não se sabe sobre quais recebíveis estaria vinculada a garantia pretendida pelo banco.

25. Com a devida vênia, o AJ considera que a referida garantia não foi suficientemente individualizada para se constituir e ser considerada para fins de exclusão dos contratos dos efeitos da recuperação judicial.

26. Neste mesmo sentido, já houve posicionamento do Eg. TJSP, quando entendeu que o contrato em que se previu a garantia fiduciária foi genérico, sem elementos suficientes para identificar a origem dos créditos ou o valor total da garantia. Vejamos:

“Com efeito, do que consta da cópia do referido instrumento contratual (fls. 73/77), extrai-se que a garantia em questão foi mencionada de forma genérica, sem elementos mínimos que permitam a identificação, ao menos, da origem desses créditos, e do valor total da garantia:

‘Dados dos créditos cedidos fiduciariamente: totalidade dos direitos sobre os títulos de créditos entregues pelo Cliente e/ou pelo Garantidor ao Itaú Unibanco para prestação dos serviços de cobrança, discriminados em relação anexa, através de fita magnética ou de teleprocessamento que fará parte deste Termos. (fls. 73)’

‘Valor mínimo da Garantia: 10% do saldo devedor da Operação Garantida (fls. 73)’.

Inclusive, consta no item 3.2, às fls. 74, que ‘os títulos serão relacionados em demonstrativos emitidos pelo Itaú Unibanco, que farão parte deste termo’, mas referidos demonstrativos não foram sequer apresentados.

(10)

Ou seja, não há elementos mínimos para identificação e especificação dessa garantia, para fins de incidência do art. 49, § 3º, da Lei Federal n.º 11.101/2005, sendo que o próprio contrato exigia a documentação a ser relacionada nos demonstrativos emitidos pela própria instituição financeira”3.

27. Portanto, é possível verificar uma semelhança entre os casos, pois (i) não há identificação da origem dos créditos, nem do valor total da garantia; (ii) também há definição de porcentagem sobre a operação/serviços garantidos; e (iii) está a critério do Banco do Brasil definir entre os créditos registrados quais serviriam como base de cálculo para garantia.

28. Assim, para este AJ os referidos contratos não podem ser considerados extraconcursais, pois (i) o contrato 30010125 prevê a possibilidade de cessão de crédito, o que é diferente de garantia de cessão de direitos creditórios, não sendo hipótese do art. 49, § 3º, da LRF; (ii) o contrato 30010429 está incompleto, de modo que não foi possível ao AJ atestar que a garantia foi devidamente constituída para fins de exclusão do crédito da RJ; e (iii) os contratos 30010953 e 30011932 não individualizaram suficientemente a garantia.

29. Analisada a controvérsia sobre a concursalidade do crédito, que é de natureza quirografária, passa o AJ a verificar a atualização dos créditos até a data do pedido da recuperação judicial, nos termos do art. 9º, II, da LRF.

30. A documentação apresentada permitiu ao AJ a verificação dos valores e datas de liberação de recursos e pagamentos realizados no âmbito da operação, o que possibilitou a elaboração do cálculo do valor devido ao Banco do Brasil S.A., que constitui o montante de R$ 1.171.241,27 (um milhão, cento e setenta e um mil, duzentos e quarenta e um reais e vinte e sete centavos), conforme o parecer da Rio Branco Consultores anexo.

31. Ressalta o AJ, por fim, que há uma operação, de n. 356705116, que é mencionada na petição de divergência, porém não foi encaminhado nenhum documento comprobatório referente a ela, apesar de solicitação ao credor pelo AJ, de modo que foi desconsiderada do cálculo.

II) BEIRUTHE INDÚSTRIA DE PANIFICAÇÃO LTDA. - ME:

1. Trata-se de pedido de divergência de crédito apresentado por Beiruthe Indústria de Panificação Ltda.-ME, via e-mail ao AJ, na qual requer a minoração do seu crédito de R$ 2.403,50 (dois mil, quatrocentos e três reais e cinquenta centavos), constante da Classe III do Edital do art. 52, § 1º, da LRF, para R$ 950,00 (novecentos e cinquenta reais).

3 TJSP; Agravo de Instrumento 2112256-51.2020.8.26.0000; Relator (a): Alexandre Lazzarini; Órgão Julgador: 1ª Câmara

Reservada de Direito Empresarial; Foro de São Bernardo do Campo - 5ª Vara Cível; Data do Julgamento: 02/12/2020; Data de Registro: 03/12/2020. (Grifos do original).

(11)

2. Sustenta que a origem do seu crédito é a ausência de pagamento de notas fiscais referentes à compra pela recuperanda Romabel de pães sírios fornecidos pela credora. Para comprovar as suas alegações, apresentou: (i) notas fiscais em aberto; e (ii) planilha de cálculos.

3. A Recuperanda se manifestou sobre este pedido, nos seguintes termos: “Considerando que o próprio credor informa que seu valor é menor, as recuperandas concordam com a divergência”.

4. Apesar do pedido da credora e da concordância das Recuperandas, o Administrador Judicial verificou que o valor de R$ 950,00 diz respeito aos valores originais das notas, devendo ser atualizados até a data da distribuição do pedido de recuperação judicial (20.11.2020), nos termos do art. 9º, II, da LRF.

5. Para tanto, considerou todas as notas fiscais apresentadas pela credora e realizou a sua atualização desde a data de cada vencimento até a data da distribuição do pedido de recuperação judicial (20.11.2020), com correção monetária pelo índice do TJSP e juros de mora de 1% ao mês.

6. Assim, o valor atualizado das notas fiscais apresentadas é de R$ 950,52 (novecentos e cinquenta reais e cinquenta e dois centavos), o qual deve ser constar na Classe IV do Edital de Credores, considerando que se trata de microempresa.

III) BANCO BRADESCO S.A.:

1. Trata-se de divergência de crédito apresentada pelo Banco Bradesco S.A., via e-mail ao AJ, na qual requer a alteração do seu crédito de R$ 2.006.133,29 (dois milhões, seis mil e cento e trinta e três reais e vinte e nove centavos), constante da Classe III do Edital do art. 52, § 1º, da LRF, para R$ 1.775.981,53 (um milhão, setecentos e setenta e cinco mil, novecentos e oitenta e um reais e cinquenta e três centavos).

2. Em síntese a credora alega que seu crédito é decorrente de 7 Cédulas de Crédito Bancários, sendo 3 delas firmadas com a Mariel Alimentos Ltda., de n. 0004544117, 012.151.569 (4055562) e 14011889, e as 4 restantes com a Romabel Alimentos Ltda. de n. 0004544094, 012.131.628 (3990660), 011.778.636 (4055561) e 14005460.

3. As Recuperandas se manifestaram pelo acolhimento do pedido do Banco Bradesco S.A. 4. O credor apresentou os documentos comprobatórios de cada operação de crédito, o que permitiu ao Administrador Judicial a verificação dos valores e datas de liberação de recursos e pagamentos realizados, possibilitando a sua atualização até a data da distribuição do pedido de recuperação judicial (20.11.2020), nos termos do art. 9º, II, da LRF.

(12)

5. Assim, o valor que deve constar na lista de credores em nome do Banco Bradesco S.A. é de R$ 1.748.581,29 (um milhão, setecentos e quarenta e oito mil, quinhentos e oitenta e um reais e vinte e nove centavos), na classe III (quirografário).

IV) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL:

1. Trata-se de divergência de crédito apresentada pela Caixa Econômica Federal, via e-mail ao AJ, na qual requer a alteração do seu crédito de R$ 1.264.597,78 (um milhão, duzentos e sessenta e quatro mil, quinhentos e noventa e sete reais e setenta e oito centavos), constante da Classe III do Edital do art. 52, § 1º, da LRF, para R$ 1.002.416,20 (um milhão, dois mil, quatrocentos e dezesseis reais e vinte centavos).

2. São oito contratos ao total, sendo quatro firmados com a Recuperanda Mariel Alimentos Ltda. e cinco firmados com a Romabel Alimentos Eireli:

Mariel: (i) 7605-992571116737, (ii) 746-992578780950, (iii) 197-1602.003.00000633-5; e (iv) 21.1602.734.0000555-25); e

Romabel: (i) 197-1602.003.00000239-9, (ii) 1602.717.0000006-50, (iii) 21.1602.734.0000564-16, e (iv) 21.1602.606.0000081-18.

3. Segundo a CEF, o contrato 21.1602.606.0000081-18, firmado com a Romabel, possui garantia de alienação fiduciária de veículos, de modo que o montante de R$ 176.294,00 (cento e setenta e seis mil e duzentos e noventa e quatro reais) é extraconcursal.

4. As Recuperandas se manifestaram pelo acolhimento do pedido da Caixa Econômica Federal.

5. Primeiramente, o AJ realizou análise da garantia por alienação fiduciária, constante do contrato 21.1602.606.0000081-18 (Operação 606) e verificou que, de fato, houve a alienação fiduciária à CEF de três veículos: (i) Hyundai/HR HDB de 2013/2014, (II) FIAT/DUCATO MAXICARGO de 2013/2014; e (iii) Hyundai/HR HDB de 2014/2015.

6. No Termo de Constituição de Garantia consta que a alienação fiduciária de veículos, prevista na Cláusula Primeira, tem percentual mínimo obrigatório de 50,25%.

7. Em análise à documentação apresentada, o AJ verificou os valores e datas de liberação de recursos e pagamentos realizados em cada operação e realizou a elaboração da atualização do valor devido até a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, o que resultou em R$ 825.854,89 (oitocentos e vinte e cinco mil, oitocentos e cinquenta e quatro reais e oitenta e nove centavos), que deve constar na classe III da lista de credores.

(13)

V) ITAÚ UNIBANCO S.A.:

1. Trata-se de divergência de crédito apresentada pelo Itaú Unibanco S.A., via e-mail ao AJ, na qual requer a alteração do seu crédito de R$ 1.156.808,66 (um milhão, cento e cinquenta e seis mil, oitocentos e oito reais e sessenta e seis centavos), constante da Classe III do Edital do art. 52, § 1º, da LRF, para R$ 901.978,25 (novecentos e um mil, novecentos e setenta e oito reais e vinte e cinco centavos).

2. Pleiteia, ainda, a exclusão do contrato garantido por alienação fiduciária de bens, que não se sujeitam aos efeitos da recuperação judicial, nos termos do art. 49, § 3º, da LRF, qual seja a operação nº 42155-000000772909842 – CDC MAQ EQ PRE IGUAIS.

3. As Recuperandas se manifestaram pelo acolhimento do pedido do Itaú Unibanco S.A. 4. Em análise ao contrato garantido por alienação fiduciária, o AJ verificou que na cláusula 9 houve a sua constituição, nos seguintes termos:

“9. Garantias – Para garantir o pagamento de qualquer valor devido em decorrência desta Cédula, mesmo decorrente de adiantamento a depositante, o Cliente constitui em favor do Itaú, isolada ou cumulativamente, a(s) seguinte(s) garantia(s):

9.1. Alienação fiduciária do(s) bem(ns) citado(s) no Anexo 1, parte integrante e complementar desta Cédula, que se encontra(m) livre(s) e desembaraçado(s) de quaisquer ônus ou gravames.

9.2. O Cliente continuará a exercer a posse direta sobre o(s) bem(ns) alienados fiduciariamente e será fiel depositário deste(s) bem(ns) a título gratuito (...)”.

5. No Anexo 01 do contrato, o AJ constatou que foi dado em alienação fiduciária uma fatiadora de alimentos, no valor de R$ 295.000,00 (duzentos e noventa e cinco mil reais). No entender deste AJ, a referida garantia está devidamente individualizada, de modo que não se sujeita aos efeitos da recuperação judicial.

6. Conforme a jurisprudência do Col. STJ, é desnecessário o registro da garantia, mas, mesmo que assim não fosse, as Recuperandas reconheceram que “o título foi devidamente registrado no cartório e título e documentos e a garantia está individualizada na cláusula 9”.

7. Desse modo, o Administrador Judicial procedeu ao cálculo do valor atualizado até a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, o que resultou no montante de R$ 902.404,00 (novecentos e dois mil e quatrocentos e quatro reais), a constar na classe III da lista de credores.

(14)

VI) KIM NETO IND. E COM. PANIF. LTDA.:

1. Trata-se de pedido de divergência de crédito apresentado por Kim Neto Ind. e Com. Panif. Ltda., via e-mail ao AJ, na qual requer a minoração do seu crédito de R$ 11.095,46 (onze mil e noventa e cinco reais e quarenta e seis centavos), constante da Classe III do Edital do art. 52, § 1º, da LRF, para R$ 9.151,92 (nove mil, cento e cinquenta e um reais e noventa e dois centavos).

2. Sustenta que a origem do seu crédito é a ausência de pagamento de notas fiscais referentes à compra pela recuperanda Romabel de pães fornecidos pela credora. Para comprovar as suas alegações, apresentou: (i) notas fiscais em aberto; e (ii) planilha de cálculos.

3. A Recuperanda se manifestou sobre este pedido, nos seguintes termos: “Considerando que o próprio credor informa que seu valor é menor, a Recuperanda concorda parcialmente com o pedido de divergência, para que conste o montante de R$ 9.009,12 (nove mil e nove reais e doze centavos)”, tendo em vista que teria havido o pagamento de uma nota fiscal no montante de R$ 142,80.

4. Primeiramente, o AJ identificou que há algumas notas fiscais que são extraconcursais, quais sejam: 1881030, 187748 e 1877040, referentes àC7072, cujo fornecimento dos produtos (bolos, pães etc) ocorreu posteriormente ao pedido de Recuperação Judicial, tendo sido a nota emitida após esta data, com data de vencimento também posterior (12/2020 e 01/2021). Dentre elas é que se insere a nota fiscal que teria sido paga segundo as Recuperandas.

5. Para apuração do valor das notas restantes, o Administrador Judicial verificou que o valor pleiteado pela credora diz respeito aos valores originais das notas, devendo ser atualizados desde a data de cada vencimento até a data da distribuição do pedido de recuperação judicial (20.11.2020), nos termos do art. 9º, II, da LRF, com correção monetária pelo índice do TJSP e juros de mora de 1% ao mês.

6. Assim, o valor atualizado das notas fiscais apresentadas é de R$ 6.048,00 (seis mil e quarenta e oito reais), o qual deve ser constar na Classe III do Edital de Credores.

VII) COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO DE SÃO PAULO - SABESP:

1. Trata-se de pedido de divergência de crédito apresentado por Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP, via incidente autuado sob o n. 1004101-25.2021.8.26.0100, na qual requer a majoração do seu crédito de R$ 2.059,87 (dois mil e cinquenta e nove reais e oitenta e sete centavos), constante da Classe III do Edital, para R$ 4.630,65 (quatro mil, seiscentos e trinta reais e sessenta e cinco centavos).

(15)

2. Sustenta que a origem de seu crédito é a ausência de pagamento de faturas relativas à prestação de serviços de fornecimento de água, coleta e disposição de esgotos ao imóvel sede das Recuperandas, referentes ao período de setembro a novembro de 2020.

3. Para comprovar as suas alegações, apresentou: (i) nota técnica emitida pela SABESP (fls. 52/53); (ii) demonstrativos de débitos (fls. 55/55); e (iii) faturas em aberto devidas pela Mariel e pela Romabel (fls. 56/60).

4. As Recuperandas se manifestaram sobre a divergência de crédito, alegando que:

os valores referentes a outubro, cujo vencimento se deu em 05.11.2020, devido pela Romabel, já se encontra habilitado na RJ;

não tem conhecimento dos valores devidos pela Mariel, pois não há qualquer ligação em nome da Mariel na SABESP;

 concorda com a habilitação do valor referente a novembro de 2020 (R$ 2.037,05), devido pela Romabel, porém, como não foi apresentado cálculo atualizado até a data do pedido da RJ, deve ser habilitado o montante histórico;

 o crédito deve ser classificado como quirografário, por força do art. 41 da LRF. 5. Primeiramente, o Administrador Judicial constatou da análise da documentação apresentada pela credora que não há qualquer fatura em que o “Cliente Responsável pelo Débito” seja a Mariel Alimentos Ltda. Também não foi apresentado qualquer contrato que comprove a ligação entre a Mariel e SABESP.

6. Ademais, a fatura de fl. 56 apresentada como cliente responsável o Sr. José Alves de Araújo (desconhecido pelo AJ) e as faturas de fls. 57/58 o espaço correspondente à indicação do cliente responsável está em branco. Por essa razão, o AJ entende não ser possível a sua inclusão na lista de credores.

7. O endereço constante destas faturas é a Av. Dr. Lino de Moraes Leme, 171, Pq. Jabaquara, isto é, a antiga sede das Recuperandas. Contudo, as Recuperandas alteraram a sua sede para a atual em 2014, bem antes dos meses de referência cobrados nestas notas, isto é, outubro, novembro e dezembro de 2020. Desse modo, tais faturas, ao menos em princípio, não podem ser consideradas de sua responsabilidade para pagamento.

8. Apenas as faturas de fls. 59/60 apresentam como cliente responsável a recuperanda Romabel Alimentos Ltda. e dizem respeito à atual sede das Recuperandas (R. Gustavo da Silveira, 825, V. Sta. Catarina). A primeira delas tem vencimento em 05.11.2020 e a segunda em 04.12.2020. Esta questão também já foi objeto de discussão nos autos da recuperação judicial, tendo as Recuperandas apresentado as faturas às fls. 451 (leitura de outubro/2020) e fl. 453 (leitura de 24.11.2020).

(16)

9. As referidas faturas se sujeitam ao pedido de recuperação, tendo a credora pleiteado a inclusão do seu valor integral na lista de credores, como crédito privilegiado.

10. Todavia, cabe ao AJ esclarecer que inexiste tal classificação na recuperação judicial, uma vez que, em sujeitando-se à RJ, o crédito somente pode ser classificado como trabalhista, garantia real, quirografário e microempresa. A única classificação possível para a SABESP é a de crédito quirografário – Classe III.

11. Diante disso, o Administrador Judicial considerou todas as faturas de água emitidas em nome da Romabel Alimentos Ltda. e realizou a sua atualização até a data da decretação de falência (20.11.2020), nos termos do art. 9º, II, da LRF, aplicando correção monetária pelo índice do TJSP e juros de mora de 1% ao mês.

12. Assim, o valor atualizado das faturas apresentadas é de R$ 4.268,32 (quatro mil, duzentos e sessenta e oito reais e trinta e dois centavos), o qual deve ser incluído como crédito quirografário – Classe III.

(17)

RECUPERAÇÃO JUDICIAL VIA SAPORE - ANÁLISE DAS DIVERGÊNCIAS ADMINISTRATIVAS

I. Banco do Brasil S/A

O Banco do Brasil apontou os créditos arrolados pela recuperanda e, em seguida, alegou ter celebrado com a empresa diversos contratos e aditivos, requerendo o arrolamento dos valores sujeitos na RJ e o reconhecimento dos não sujeitos. Quanto a esses últimos, alegou haver garantia de alienação fiduciária. São eles:

Quanto aos valores listados pelo Banco do Brasil, a recuperanda concorda com o banco. No entanto, discorda dos pedidos de não sujeição dos contratos acima.

(18)

No caso da presente divergência do Banco do Brasil ao seu crédito arrolado no edital de credores da empresa Via Sapore, não houve a comprovação de registro do título no cartório, o que descaracteriza a garantia. A garantia fiduciária prevista em contrato por si só, não gera efeitos para a exclusão do crédito no quadro de credores de uma empresa em recuperação judicial. Assim é entendido nos tribunais e regrado por lei:

Súmula 60 TJSP: A propriedade fiduciária constitui-se com o registro do instrumento no registro de títulos e documentos do domicílio do devedor.

O Decreto-Lei nº 911/69, em seu artigo 1º mudou a redação do art. 66 da Lei nº 4.728/65 para:

"Art. 66. A alienação fiduciária em garantia transfere ao credor o domínio resolúvel e a posse indireta da coisa móvel alienada, independentemente da tradição efetiva do bem, tornando-se o alienante ou devedor em possuidor direto e depositário com todas as responsabilidades e encargos que lhe incumbem de acordo com a lei civil e penal.

§ 1º A alienação fiduciária somente se prova por escrito e seu instrumento, público ou particular, qualquer que seja o seu valor, será obrigatoriamente arquivado, por cópia ou microfilme, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do credor, sob pena de não valer contra terceiros, e conterá, além de outros dados, os seguintes:

d) a descrição do bem objeto da alienação fiduciária e os elementos indispensáveis à sua identificação.

Assim é a jurisprudência do TJSP:

Recuperação judicial – Impugnação rejeitada –

Contrato de alienação fiduciária em garantia de equipamento industrial – Ausência do registro perante o Oficial do Registro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor - Requisito necessário para a constituição da propriedade fiduciária e sua eficácia perante terceiros - Crédito que deve ser classificado como quirografário – Descaracterização da extraconcursalidade - Exclusão prevista no §3º do artigo 49 da Lei 11.101/05 não caracterizada - Súmula 60 do TJSP – Decisão reformada - Recurso provido.

Sobre essa discussão, o Dr. Marcelo Sacramone, em sua obra Comentários à Lei de Recuperação de Empresas e Falência entende:

(19)

Por fim, a propriedade fiduciária, para ser constituída e não permitir a submissão do objeto alienado fiduciariamente ao plano de

recuperação judicial, precisa estar registrada, sob pena de o crédito ser considerado quirografário e se submeter ao plano.

(...)

Nos termos do art. 1.361, parágrafo primeiro, do Código Civil, e do art. 23 da Lei n. 9.514/97, o registro é constitutivo e não meramente declaratório. Nos bens móveis fungíveis ou direitos, a Lei n. 4.728/65 não disciplina expressamente esssa exigência do registro.

A exigência do registro, entretanto, é requisito para todos os tipos de propriedade fiduciária. Isso porque, como forma de garantia da obrigação principal, a propriedade será alienada de modo resolúvel, o que impediria que os demais credores fossem satisfeitos com a liquidação do ativo transferido, enquanto este permanecer na propriedade do credor. A publicidade perante esses terceiros, assim, é elemento essencial da constituição da garantia1.

Assim, pela ausência de registro, o referido crédito deve se sujeitar à RJ.

II- DA NÃO INDIVIDUALIZAÇÃO DA GARANTIA

Além da ausência de registro, não há a individualização da garantia supostamente dada de forma fiduciária.

O artigo 18 da Lei da Alienação Fiduciária (L9514/97) determina, com objetividade, os elementos básicos necessários à elaboração do contrato de cessão fiduciária em garantia. No inciso IV, o legislador optou por adicionar a identificação dos direitos creditórios objeto da cessão fiduciária como um dos elementos básicos do referido contrato.

Mesmo foi o entendimento do legislador ao elaborar a Lei da Cédula de Crédito Bancário (L10931/2004) quando, no art. 33 da referida lei, determinou que “o bem constitutivo da garantia deverá ser descrito e individualizado de modo que permita sua fácil identificação”.

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. IMPUGNAÇÃO DE CRÉDITO. CÉDULAS DE CRÉDITO BANCÁRIOS GARANTIDAS POR CESSÕES FIDUCIÁRIAS DE CRÉDITOS REPRESENTADAS POR DUPLICATAS MERCANTIS ESCRITURAIS. Bens vinculados à alienação fiduciária, ao arrendamento ou à

(20)

49 da Lei n. 11.101 /05). Hipóteses de propriedade fiduciária. Contratos registrados perante o Cartório de Títulos e Documentos antes do pedido de recuperação e seu deferimento. Atendimento ao art. 1.3361 do CC e à Súmula n. 60 deste Tribunal. Transferência de créditos recebíveis a título de cessão fiduciária. Recebíveis, quando atendem aos requisitos da cessão fiduciária, não se submetem à recuperação judicial. Inobservância dos pressupostos legais. Falta de individualização dos créditos alienados. Violação no art. 1.362, IV, do Código Civil, e art, 18, IV , da Lei no 9.514/97, em aplicação ao art. 66-B, caput, e §4º, da Lei n. 4.728/65, com redação dada pela Lei n. 10.931/04. Precedentes. Crédito submetido à recuperação judicial na classe quirografário. Propriedade fiduciária não constituída. Recurso improvido. (Agravo de Instrumento Nº 2018.0000128772, 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribuna de Justiça de São Paulo, Relator: Hamid Bdine, Julgado em 28/02/2018).

No mesmo sentido, o Dr. Marcelo Sacramone entende que, em havendo a ausência de identificação das garantias, o crédito deverá se sujeitar à RJ:

Caso não haja a individualização dos créditos cedidos, os pressupostos da cessão fiduciária não estarão preenchidos e os créditos se submeterão à recuperação judicial como quirografários2.

Ora, em não havendo a individualização das garantias, de que forma o Banco cobrará seu crédito alheio ao processo de recuperação judicial? A finalidade da norma do parágrafo terceiro do art. 49 da Lei nº 11.101/05, de exclusão do devedor fiduciária, tão somente serve para que a garantia fiduciária seja executada.

Não se trata de mero formalismo, mas as leis especiais, em mais de uma oportunidade, demonstraram o mesmo entendimento quanto à necessidade de discriminação dos créditos objeto da cessão fiduciária.

De acordo com a leitura dos artigos 18, IV, e 19, I, da Lei n. Lei n. 9.514/1997, evidencia-se que a cessão fiduciária sobre títulos de créditos opera a transferência da titularidade dos créditos cedidos. Ou seja, o objeto da cessão fiduciária são os direitos creditórios que hão de estar devidamente especificados no instrumento contratual.

(21)

Portanto, ao contrário do disposto pelo art. 66-B, §1º, da Lei 4.728/62, o proprietário fiduciário (no caso, o Banco) não se incumbiu do ônus da prova quanto à identificação dos bens do seu patrimônio que se encontram em poder do devedor. A cédula de crédito bancário em nenhuma de suas cláusulas, tratou de individualizar os recebíveis dados em garantia fiduciária.

Assim, a recuperanda informa que não concorda com os pedidos os pedidos formuladores pelo Banco do Brasil, por entender que as Cédulas de Crédito Bancário nº 30.010.125, nº. 30.010.953, nº 30,011,932 e nº. 30.010.429, não se enquadram na execução do art. 49, § 3º, da Lei nº. 11.101/05, devendo se submeter aos efeitos da RJ.

Ato contínuo, seja determinado que os contratos de nº 30.010.125, nº. 30.010.953, nº 30,011,932 e nº. 30.010.429, sejam submetidos aos efeitos da RJ, para constar na Classe III – Quirografária, no valor de R$ 886.070,44.

II. Caixa Econômica Federal

A CEF, em sua divergência apresentada, apontou ter seu crédito arrolado como quirografário no montante de R$ 1.264.597,78. Após, requereu a retificação do valor para que conste R$ 1.002.416,20 como crédito quirografário e R$ 176.294,00 como crédito extraconcursal.

Quando aos créditos extraconcursais, apontou a operação nº 21.1602.606.0000087-18, relativa à operação de empréstimo realizado com as recuperandas, com garantia de alienação fiduciária de veículos.

Com isso, requer-se o acolhimento do pedido da CEF.

III. SABESP

A SABESP apresentou habilitação de crédito. Alegou ser credora das recuperandas na importância de R$ 4.630,65, decorrentes da prestação de serviços públicos de água e serviços de coleta de esgotos referentes aos meses de setembro, outubro e novembro de 2020. Por fim, requereu o recebimento da habilitação como crédito privilegiado.

(22)

2.059,87 (dois mil e cinquenta e nove reais e oitenta e sete centavos), decorrente da competência de outubro de 2020, contra a ROMABEL.

Em sua divergência, requer a habilitação dos seguintes valores:

Não há em que se falar na habilitação do valor de outubro, cujo vencimento fora em 05/11/2020, devido pela Romabel, porquanto este já se encontrava habilitado na RJ.

Já no que se refere aos valores devidos pela Mariel, a empresa desconhece tais cobranças, porquanto inexiste qualquer ligação em nome da Mariel na SABESP.

Quanto ao valor da competência de novembro/20, devido pela Romabel, no montante de R$ 2.037,05, a recuperanda concorda com sua habilitação. No entanto, considerando que não fora juntado cálculo atualizado até a data do pedido de RJ, na forma do art. 9º, inciso II, da Lei n. 11.101/05, deve o valor ser habilitado pelo montante histórico..

Porém, quanto a classificação do crédito como privilegiado, a recuperanda entende que, por força da LRF, em seu art. 41 o crédito deverá ser mantido na classe quirografária,

(23)

inexistindo essa diferenciação no âmbito da RJ, e, agora com a Nova Lei, inexiste também na falência.

IV. ITAÚ UNIBANCO S/A

O credor restou arrolado na relação da recuperanda, sendo titular do crédito no valor de R$ 1.156.808,36, na Classe III – Credores Quirografários.

Aponta que constatou divergência entre o valor arrolado, assim, requereu a retificação dos créditos sujeitos para o valor de R$ 901.978,25 (novecentos e um mil, novecentos e setenta e oito reais e vinte e cinco centavos) na classe dos quirografários.

No mais, requereu a exclusão do crédito com garantia fiduciária de bens no valor de R$ 20.781,14, informando que o valor advém da Cédula de Crédito Bancária – CDC MAQ EQ PRE IGUAIS nº 42155-000000772909842 – ATUALIZADO ATÉ A DATA DA DISTRIBUIÇÃO DA RJ EM 20/11/2020.

Considerando que o título foi devidamente registrado no cartório de título e documentos e a garantia está individualizada na cláusula 9, as recuperandas concordam com a divergência apresentada pelo Itaú Unibanco S/A.

V. BANCO BRADESCO S/A

O Banco Bradesco S/A teve seu crédito arrolado no edital de credores das recuperandas no valor de R$ 2.006.133,29 na classe III- Quirografários. O banco apresentou divergência para que conste o valor de R$ 1.775.981,53 relativo ao seu crédito, na classe dos quirografários.

(24)

A credora KIM Neto Indústria e Comércio de Panificadora LTDA apresentou documentos relativos aos valores em aberto da empresa com as recuperandas, que somam o valor de R$ 9.151.92, constante em planilha enviada pela credora.

Destaca-se que a KIM Neto já está habilitada na RJ pelo valor de R$ 11.095,46 (onze mil e noventa e cinco reais e quarenta e seis centavos)

No que se refere a nota fiscal ela já foi paga, conforme comprovante anexo:

C7072 MARIEL ALIMENTOS LTDA EPP 05/01/2021 01/12/2020 1881030-1/1 142,80 142,80 05.614.321/0001-08

Considerando que o próprio credor informa que seu valor é menor, a Recuperanda concorda parcialmente com o pedido de divergência, para que conste o montante de R$ 9.009,12 (nove mil e nove reais e doze centavos).

VII. Beiruthe Indústria de Panificação LTDA.

A credora Beiruthe Indústria de Panificação LTDA apresentou as notas fiscais dos valores devidos pelas recuperandas, as quais somaram o valor de R$ 950,00.

Destaca-se que, na primeira relação de credores, o credor constou com o valor total de R$ 2.403,50 (dois mil, quatrocentos e três reais e cinquenta centavos).

Considerando que o próprio credor informa que seu valor é menor, as recuperandas concordam com a divergência.

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1. Credor:BEIRUTHE INDUSTRIA DE PANIFICACAO LTDA ME – Classe

IV - Habilitação

A documentação fornecida pelo credor permite verificar de maneira satisfatória os valores das Notas Fiscais pendentes de recebimento. Dessa forma, o valor atualizado de seu crédito até o dia 20/11/2020 (data da distribuição da Recuperação Judicial) é o que segue:

Portanto, o valor a ser considerado na lista de credores é de R$ 950,92.

2. Credor: KIM NETO INDUSTRIA E COMERCIO DE PANIFICAÇÃO LTDA – Classe III - Habilitação

A documentação fornecida pelo credor permite verificar de maneira satisfatória os valores das Notas Fiscais pendentes de recebimento, na qual contém datas de vencimento após data da distribuição da Recuperação Judicial. As Notas Fiscais 1881030, 187748 e 1877040 são extraconcursais. Dessa forma, o valor atualizado de seu crédito até o dia 20/11/2020 (data da distribuição da Recuperação Judicial) é o que segue:

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3. Credor: COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO DE SÃO PAULO - SABESP – Classe III – Habilitação

O credor forneceu documentos referentes a duas instalações (RGIs 87250985 e 90111451). No entanto, as Recuperandas reconhecem apenas os valores referentes ao RGI 87250985 (instalação no endereço atual das Recuperandas).

Dessa forma, o valor atualizado de seu crédito até o dia 20/11/2020 (data da distribuição da Recuperação Judicial) é o que segue:

Portanto, o valor a ser considerado na lista de credores é de R$ 4.268,32.

4. Credor: Banco do Brasil – Classe III – Quirografária.

O credor apresentou documentos das operações de crédito 30010071, 30010125,

30010429, 30010433, 30010442, 30010642, 30010953, 30011760 e 30011932. Apesar de mencionado na petição de divergência, não foi apresentado nenhum documento referente a operação 356705116.

A documentação fornecida pelo credor permite verificar os valores e datas de liberações de recursos e pagamentos realizados no âmbito da operação. Além disso, forneceu extratos das contas correntes 25.025 e 71.076, que apresentavam saldos devedores de R$ 6.192,89 e R$ 11.492,55, respectivamente, e extratos de tarifas pendentes de cobrança nos totais de R$ 710,91 (25.025) e R$ 658,91 (71.076).

Dessa forma, os valores atualizados dessas operações até o dia 20/11/2020 (data da distribuição da Recuperação Judicial) são os que seguem:

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 30010071:

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Portanto, o valor devido nessa operação é de R$ 87.956,82.  30010442:

Portanto, o valor devido nessa operação é de R$ 3.511,67.

(30)

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Portanto, o valor devido nessa operação é de R$ 131.913,70.  30010953:

(31)

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 30011760:

Portanto, o valor devido nessa operação é de R$ 29.938,30.  30011932:

(33)

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 30010433:

Portanto, o valor devido nessa operação é de R$ 1.067,66.  30010429:

(34)

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Abaixo segue o quadro resumo das operações:

Portanto, o valor a ser considerado na lista de credores é de R$ 1.171.241,27.

5. Credor: Itaú Unibanco S.A. – Classe III – Quirografária.

O credor apresentou documentos das operações de crédito 11116-000791200078321, 11116-000791200090367, 000791200010480, 11173-000791200082422, 46802-000001522058393 e 884845522272. O contrato 42155-000000772909842 foi considerado extraconcursal, motivo pelo qual não foi considerado no presente parecer.

Dessa forma, os valores atualizados dessas operações até o dia 20/11/2020 (data da distribuição da Recuperação Judicial) são os que seguem:

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 11116-000791200090367:

Portanto, o valor devido nessa operação é de R$ 49.057,54.

 11173-000791200010480:

(37)

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Portanto, o valor devido nessa operação é de R$ 81.324,97.

11173-000791200082422:

(38)

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Portanto, o valor devido nessa operação é de R$ 63.853,69.

 46802-000001522058393:

Portanto, o valor devido nessa operação é de R$ 311.436,85.

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No dia 03/11/2020 não houve o pagamento da parcela devida. Sobre o valor inadimplido foram aplicadas as cláusulas penais do contrato, como demonstrado abaixo:

Dessa forma, a soma do saldo do contrato e da parcela inadimplida é a que segue:

Portanto, o valor devido nessa operação é de R$ 229.323,02. Abaixo segue o quadro resumo das operações:

Portanto, o valor a ser considerado na lista de credores é de R$ 902.404,00. 6. Credor: Banco Bradesco S/A – Classe III – Divergência

O credor apresentou documentos das operações de crédito 0004544117, 012.151.659 (4055562), 11173-000791200010480, 0004544094, 13990660, 011.778.636 e 14.005.460.

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0004544117:

Portanto, o valor devido nessa operação é de R$ 84.178,04.  012.151.569:

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No dia 10/11/2020 não houve o pagamento da parcela devida. Sobre o valor inadimplido foram aplicadas as cláusulas penais do contrato, como demonstrado abaixo:

Dessa forma, a soma do saldo do contrato e da parcela inadimplida é a que segue:

Portanto, o valor devido nessa operação é de R$ 359.813,90.  14011889:

Portanto, o valor devido nessa operação é de R$ 173.881,55.

0004544094:

Nas datas de 02/10/2020, 04/11/2020 e 09/11/2020 não foram realizados os pagamentos de juros devidos. Sobre os valores inadimplidos foram aplicadas as cláusulas penais do contrato, como demonstrado abaixo:

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Portanto o valor devido nessa operação é de R$ 215.660,32.  13990660:

Nas datas de 01/10/2020 e 03/11/2020 não houve pagamentos das parcelas devidas. Sobre os valores inadimplidos foram aplicadas as cláusulas penais do contrato, como demonstrado abaixo:

Portanto, o valor devido nessa operação é de R$ 582.040,01.

(43)

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No dia 18/11/2020 não houve pagamento da parcela devida. Sobre o valor inadimplido foram aplicadas as cláusulas penais do contrato, como demonstrado abaixo:

Portanto, o valor devido nessa operação é de R$ 158.930,56.  14.005.460:

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Portanto, o valor a ser considerado na lista de credores é de R$ 1.748.581,29. 7. Credor: Caixa Econômica Federal – Classe III – Divergência

O credor apresentou documentos das operações de crédito

0.000.000.000.711.167, 0.000.000.000.787.809, 734-1602.003.633-50,

21.1602.734.0000555-25, 197-1602.003.00000239-9, 1602-717-0000006/50,

21.1602.734.0000564.16 e 21.1602.606.0000081-18.

Dessa forma, os valores atualizados dessas operações até o dia 20/11/2020 (data da distribuição da Recuperação Judicial) são os que seguem:

0.000.000.000.711.167:

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Portanto, o valor devido nessa operação é de R$ 106.300,45.  734-1602.003.633-5:

Nas datas de 01/10/2020 e 03/11/2020 não houve pagamento das parcelas devidas. Sobre os valores inadimplidos foram aplicadas as cláusulas penais do contrato, como demonstrado abaixo:

Portanto, o valor devido nessa operação é de R$ 117.051,36.  21.1602.734.0000555-25:

(46)

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Portanto, o valor devido nessa operação é de R$ 50.756,88.

 197-1602.003.00000239-9:

Nas datas de 01/10/2020 e 03/11/2020 não ocorreram os pagamentos devidos. Assim, foram aplicadas as cláusulas penais do contrato, como demonstrado abaixo:

(47)

pág. 23 de 26

1602-717-0000006-50:

(48)

pág. 24 de 26

21.1602.734.0000555/25

(49)

pág. 25 de 26

21.1602.606.0000081/18:

As parcelas datadas em 02/06/2020 e 02/08/2020 tiveram seus valores temporariamente inadimplidos. No ato do pagamento foram considerados os encargos moratórios e, devido a este fato, os valores das parcelas considerados para o cálculo da evolução do saldo devedor foram os valores originais.

Nas datas de 02/09/2020, 02/10/2020 e 02/11/2020 não houve pagamento das parcelas devidas. Sobre os valores inadimplidos foram aplicadas as cláusulas penais do contrato, como demonstrado abaixo:

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Existe nesse contrato garantia de alienação fiduciária de 3 (três) veículos que somam, conforme quadro presente no próprio contrato (abaixo reprodizdo), o montante de R$ 170.852,00

Dessa forma, o crédito sujeito à Recuperação Judicial é o que segue:

Portanto, o valor devido nessa operação é de R$ 104.885,24. Abaixo segue o quadro resumo das operações:

Portanto, o valor a ser considerado na lista de credores é de R$ 825.854,89. Thiago Fogaça Almeida

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