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MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE UHE COLÍDER

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Academic year: 2021

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MONITORAMENTO DE FAUNA TERRESTRE

UHE COLÍDER

Rio Teles Pires, MT

Empresa Executora:

Ambiotech Consultoria

Equipe de execução:

Coordenação geral:

Biól. Raphael Eduardo Fernandes Santos

Herpetofauna:

Biól. Rafael Lucchesi Balestrin (Resp. técnico) Biól. Guilherme Bard Adams

Auxiliar local

Avifauna:

Biól. Raphael Eduardo Fernandes Santos (Resp. técnico) Biól. Tacyanne Maria Moraes Correia

Auxiliar local

Mastofauna:

Biól. Luana C. Munster (Resp. técnico) Biól. João Eduardo C. Brito Biól. Igor Soares de Oliveira

(3)

SUMÁRIO

ÍNDICE DE FIGURAS ... IV ÍNDICE DE FOTOS ... V ÍNDICE DE TABELAS ... VIII ÍNDICE DE GRÁFICOS ... X

1 APRESENTAÇÃO ... 1

2 INTRODUÇÃO ... 2

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 4

3.1 LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS AMOSTRAIS ... 4

3.1.1 Canteiro de Obras (ADA) ... 5

3.1.2 Reservatório ... 6

3.1.3 Área Controle ... 7

3.1.4 Manutenção das parcelas e transecções ... 8

3.2 MÉTODOS ... 8

3.2.1 Trabalho de campo ... 9

3.2.2 Análise dos dados ... 9

4 RESULTADOS ... 10

4.1 HERPETOFAUNA... 10

4.1.1 Procedimentos Metodológicos ... 10

4.1.1.1 Métodos Sistematizados ... 10

4.1.1.2 Métodos não sistematizados ... 12

4.1.1.3 Análise dos dados ... 13

4.1.2 Parcela 1 – Área de Influência Direta (AID, canteiro de obras) ... 14

4.1.2.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps with Drift Fences) (AIQ) ... 14

4.1.2.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT) ... 14

4.1.2.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR) ... 15

4.1.2.4 Registros não sistematizados ... 15

4.1.3 Parcela 2 - Área Diretamente Afetada (ADA, reservatório) ... 16

4.1.3.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps with Drift Fences) (AIQ) ... 16

4.1.3.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT) ... 16

4.1.3.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR) ... 17

4.1.3.4 Registros não sistematizados ... 18

4.1.4 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (AII, controle) ... 20

4.1.4.1 Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps with Drift Fences) (AIQ) ... 20

(4)

4.1.4.2 Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT) ... 21

4.1.4.3 Amostragem em sítio de reprodução (ASR) ... 22

4.1.4.4 Registros não sistematizados ... 22

4.1.5 Espécies endêmicas, raras ou não descritas ... 24

4.1.6 Espécies procuradas para caça ... 24

4.1.7 Espécies de interesse econômico ... 25

4.1.8 Espécies de interesse científico ... 25

4.1.9 Espécies de interesse médico-veterinário ... 25

4.1.10 Espécies indicadoras de qualidade ambiental ... 25

4.1.11 Riqueza e abundância ... 26

4.1.12 Similaridade entre as parcelas de amostragem durante a oitava campanha ... 27

4.1.13 Suficiência amostral ... 28

4.1.14 Dados não-sistematizados adicionais ... 29

4.1.15 Considerações finais ... 31

4.1 AVIFAUNA ... 33

4.1.1 Procedimentos Metodológicos ... 33

4.1.1.1 Identificação das Espécies ... 33

4.1.1.2 Avaliações Quantitativas ... 34

4.1.1.3 Análise dos Dados ... 36

4.1.2 Riqueza de espécies ... 36

4.1.3 Espécies raras, ameaçadas de extinção ou protegidas por lei ... 76

4.1.4 Espécies endêmicas ... 76

4.1.5 Espécies migratórias ... 76

4.1.6 Espécies relevantes ... 79

4.1.7 Esforço amostral ... 79

4.1.8 Comparação entre as áreas amostrais ... 81

4.1.8.1 Parcela 1 – Área Diretamente Afetada (Canteiro de Obras) ... 81

4.1.8.2 Parcela 2 – Área Diretamente Afetada (Reservatório)... 82

4.1.8.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (Área Controle) ... 82

4.1.9 Similaridade entre as áreas ... 83

4.1.10 Anilhamento ... 85

4.1.11 Índice Pontual de Abundância (IPA) ... 88

4.1.12 Métodos não sistematizados ... 91

4.1.13 Índice de diversidade ... 98 4.1.14 Espécimes coletados ... 98 4.1.15 Dados reprodutivos ... 98 4.1.16 Considerações finais ... 98 4.2 MASTOFAUNA ... 101 4.2.1 Procedimentos Metodológicos ... 101

4.2.1.1 Pequenos mamíferos não-voadores ... 101

4.2.1.2 Morcegos ... 101

(5)

4.2.1.4 Análise dos dados ... 102

4.2.2 Riqueza de espécies ... 104

4.2.3 Espécies ameaçadas ... 113

4.2.4 Espécies endêmicas ... 115

4.2.5 Espécies raras ... 115

4.2.6 Espécies migradoras e suas rotas ... 115

4.2.7 Espécies Bioindicadoras ... 115

4.2.8 Espécies exóticas... 117

4.2.9 Espécies cinegéticas ... 117

4.2.10 Espécies de importância econômica ... 117

4.2.11 Espécies de risco epidemiológico ... 118

4.2.12 Esforço amostral ... 120

4.2.13 Comparação entre as áreas amostradas ... 122

4.2.13.1 Parcela 1 – Área Diretamente Afetada (ADA) – Canteiro de obras ... 122

4.2.13.2 Parcela 2 – Área Diretamente Afetada (ADA) – Reservatório ... 122

4.2.13.3 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (AII) – Controle ... 122

4.2.13.4 Comparação entre as áreas ... 122

4.2.13.5 Comparação entre as fases do monitoramento ... 123

4.2.13.6 Pequenos mamíferos ... 124

4.2.13.7 Morcegos ... 125

4.2.13.8 Mamíferos de médio e grande porte ... 126

4.2.14 Atropelamentos ... 129 4.2.15 Considerações finais ... 133 5 REFERÊNCIAS ... 134 5.1 HERPETOFAUNA... 134 5.2 AVIFAUNA ... 135 5.3 MASTOFAUNA ... 138

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ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1 – CROQUI COM A INDICAÇÃO DAS TRÊS ÁREAS AMOSTRAIS E PERÍMETRO PARCIAL DO FUTURO RESERVATÓRIO (AZUL) ... 4 FIGURA 2 – CROQUI INDICANDO A TRANSECÇÃO E OS PONTOS DE ESCUTA DA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ... 5 FIGURA 3 – CROQUI INDICANDO AS TRANSECÇÕES E OS PONTOS DE ESCUTA DA ÁREA DO RESERVATÓRIO. PONTOS COM SUFIXO “B” REFEREM-SE À AVIFAUNA, E PONTOS COM SUFIXO “A” REFEREM-SE À HERPETOFAUNA E MASTOFAUNA. ... 6 FIGURA 4 – CROQUI INDICANDO A TRANSECÇÃO E OS PONTOS DE ESCUTA DA ÁREA CONTROLE ... 8

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ÍNDICE DE FOTOS

FOTO 1 – ADULTO DE CERCOSAURA EIGENMANNI REGISTRADO PELO MÉTODO DE AQ DA ADA ... 16 FOTO 2 – LEPTODACTYLUS MYSTACEUS REGISTRADO NAS AQ DA ADA ... 17 FOTO 3 – NINHO DE JACARÉ REGISTRADO PELO MÉTODO DE PALT DA ADA ... 18 FOTO 4 – ILHA DE AREIA (UTM 21L 646.818 M / 8.786.219 M) UTILIZADA POR JACARÉS E TARTARUGAS COMO SÍTIO REPRODUTIVO NA ADA... 19 FOTO 5 – PROCERATOPHRYS SP. REGISTRADO NA ÁREA CONTROLE PELO MÉTODO DE AQ ... 21 FOTO 6 – LEPTODACTYLUS KNUDSENI REGISTRADO NA ÁREA CONTROLE PELO MÉTODO DE PSLT ... 22 FOTO 7 – FILHOTE DE PALEOSUCHUS TRIGONATUS REGISTRADO NA AII PELO MÉTODO DE PALT ... 23 FOTO 8 – SUCURI (EUNECTES MURINUS) DE GRANDE PORTE, COM MAIS DE 6 M DE COMPRIMENTO, ENCONTRADA MORTA NA ADA ... 30 FOTO 9 – SUCURI (EUNECTES MURINUS) DE APROXIMADAMENTE 2,5 M ENCONTRADA MORTA DURANTE A OITAVA CAMPANHA NA ÁREA QUE FORMARÁ O RESERVATÓRIO DA UHE COLÍDER, EM LOCAL PRÓXIMO DA BARRAGEM ... 30 FOTO 10 – DETALHE DA SERPENTE HYDRODINASTES GIGAS ENCONTRADA MORTA ... 31 FOTO 11 – MAÇARICO-PINTADO (ACTITIS MACULARIUS) FOTOGRAFADO NO LEITO DO RIO TELES PIRES, ONDE SERÁ FORMADO O RESERVATÓRIO DA UHE COLÍDER ... 77 FOTO 12 – MAÇARICO-DE-PERNA-AMARELA (TRINGA FLAVIPES) CAPTURADO NA ÁREA DA UHE COLÍDER, SOB TRATAMENTO VETERINÁRIO ANTES DA SOLTURA ... 78 FOTO 13 – SABIÁ-NORTE-AMERICANO (CATHARUS FUSCESCENS) CAPTURADO NA ÁREA CONTROLE ... 79 FOTO 14 – UIRAPURU-VEADO (MICROCERCULUS MARGINATUS) CAPTURADO NA ÁREA CONTROLE ... 88 FOTO 15 – GUARACAVA-DE-CRISTA-ALARANJADA (MYIOPAGIS VIRIDICATA) CAPTURADO NA ÁREA CONTROLE ... 88 FOTO 16 – RENDADINHO (WILLISORNIS POECILINOTUS) ANILHADO NA ÁREA DO RESERVATÓRIO... 88 FOTO 17 – INHAMBU-XINTÃ (CRYPTURELLUS TATAUPA) ENCONTRADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ... 92 FOTO 18 – URUBU-REI (SARCORAMPHUS PAPA) FLAGRADO NA ÁREA CONTROLE ... 92 FOTO 19 – MARACANÃ-GUAÇU (ARA SEVERUS) FOTOGRAFADA NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ... 92 FOTO 20 – MARACANÃS-VERDADEIRAS (PRIMOLIUS MARACANA) NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ... 92 FOTO 21 – ANACÃ (DEROPTYUS ACCIPITRINUS) FOTOGRAFADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ... 93 FOTO 22 – MAITACA-DE-CABEÇA-AZUL (PIONUS MENSTRUUS) FOTOGRAFADA NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ... 93 FOTO 23 – CURICA-DE-BOCHECHA-LARANJA (PYRILIA BARRABANDI) FOTOGRAFADA NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ... 93

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FOTO 24 – CABURÉ-DA-AMAZÔNIA (GLAUCIDIUM HARDYI) FOTOGRAFADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ... 93 FOTO 25 – BACURAU-DE-LAJEADO (HYDROPSALIS NIGRESCENS) FOTOGRAFADO NA ÁREA PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO ... 93 FOTO 26 – MÃE-DA-LUA-GIGANTE (NYCTIBIUS GRANDIS) FOTOGRAFADO NO LOCAL ONDE ESTÁ SENDO CONTRUÍDA A BARRAGEM ... 93 FOTO 27 – SURUCUÁ-GRANDE-DE-BARRIGA-AMARELA (TROGON VIRIDIS) FOTOGRAFADO NA ÁREA CONTROLE. DETALHE DA CAUDA ... 94 FOTO 28 – SURUCUÁ-GRANDE-DE-BARRIGA-AMARELA (TROGON VIRIDIS) FOTOGRAFADO NA ÁREA CONTROLE. DETALHE DAS COSTAS ... 94 FOTO 29 – SURUCUÁ-VIOLÁCEO (TROGON RAMONIANUS) FOTOGRAFADO NA ÁREA PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO ... 94 FOTO 30 – SURUCUÁ-DE-BARRIGA-VERMELHA (TROGON CURUCUI) FOTOGRAFADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ... 94 FOTO 31 – ARIRAMBA-DA-MATA (GALBULA CYANICOLLIS) FOTOGRAFADO NA ÁREA PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO ... 94 FOTO 32 – MACURU-DE-PESCOÇO-BRANCO (NOTHARCHUS HYPERRHYNCHUS) FOTOGRAFADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ... 94 FOTO 33 – SARIPOCA-DE-GOLD (SELENIDERA GOULDII), MACHO, FOTOGRAFADO NA ÁREA CONTROLE ... 95 FOTO 34 – ARAÇARI-MULATO (PTEROGLOSSUS BEAUHARNAESI) FOTOGRAFADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ... 95 FOTO 35 – PICA-PAU-AMARELO (CELEUS FLAVUS), MACHO, FOTOGRAFADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ... 95 FOTO 36 – PICA-PAU-DE-BARRIGA-VERMELHA (CAMPEPHILUS RUBRICOLLIS) FOTOGRAFADO NA ÁREA DO RESERVATÓRIO ... 95 FOTO 37 – IPECUÁ (THAMNOMANES CAESIUS) FOTOGRAFADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS. ESPÉCIE NUCLEAR EM BANDOS MISTOS... 95 FOTO 38 – MACHO DE CHOCA-CANELA (THAMNOPHILUS AMAZONICUS) FOTOGRAFADO NA ÁREA PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO ... 95 FOTO 39 – PAPA-FORMIGA-DO-IGARAPÉ (SCLATERIA NAEVIA), MACHO, FOTOGRAFADO NA ÁREA PREVISTA PARA O RESERVATÓRIO ... 96 FOTO 40 – FORMIGUEIRO-DE-CARA-PRETA (MYRMOBORUS MYOTHERINUS), MACHO, FOTOGRAFADO NA ÁREA CONTROLE ... 96 FOTO 41 – ARAPAÇU-GALINHA (DENDROXETASTES RUFIGULA) FOTOGRAFADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ... 96 FOTO 42 – ARAPAÇU-GALINHA (DENDREXETASTES RUFIGULA) FOTOGRAFADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ... 96 FOTO 43 – BARRANQUEIRO-CAMURÇA (AUTOMOLUS OCHROLAEMUS) FOTOGRAFADO NA ÁREA CONTROLE ... 97 FOTO 44 – CABEÇA-ENCARNADA (PIPRA RUBROCAPILLA), MACHO, FOTOGRAFADO NA ÁREA CONTROLE ... 97 FOTO 45 – FERREIRINHO-ESTRIADO (TODIROSTRUM MACULATUM) FOTOGRAFADO NO ENTORNO DA ÁREA CONTROLE ... 97 FOTO 46 – CAÇULA (MYIORNIS ECAUDATUS), O MENOR PASSERIFORME DO BRASIL, FOTOGRAFADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ... 97

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FOTO 47 – ANAMBÉ-BRANCO-DE-MÁSCARA-NEGRA (TITYRA SEMIFASCIATA), MACHO, FOTOGRAFADO NO ENTORNO DA ÁREA CONTROLE ... 97 FOTO 48 – TEMPERA-VIOLA (SALTATOR MAXIMUS) FOTOGRAFADA NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ... 97 FOTO 49 – MORCEGO TONATIA BIDENS, NOVO REGISTRO NO MONITORAMENTO DA UHE COLÍDER ... 104 FOTO 50 – CACHORRO-VINAGRE (SPEOTHOS VENATICUS), ESPÉCIE AMEAÇADA DE EXTINÇÃO SOB A CATEGORIA VU (VULNERÁVEL), REGISTRADO POR ARMADILHA FOTOGRÁFICA. NA IMAGEM DE CIMA AS SETAS INDICAM A CABEÇA E A CAUDA CURTA (CARACTERÍSTICAS TÍPICAS DA ESPÉCIE). NA FOTO DE BAIXO A CABEÇA DE UM DOS INDIVÍDUOS PODE SER OBSERVADA. ... 114 FOTO 51 – MACACO-ARANHA-DE-CARA-BRANCA (ATELES MARGINATUS), FOTOGRAFADO NA ÁREA CONTROLE ... 115 FOTO 52 – MORCEGO DERMANURA GNOMA, ESPÉCIE ENDÊMICA, CAPTURADA NA OITAVA FASE ... 115 FOTO 53 – ARIRANHA (PTERONURA BRASILIENSIS), REGISTRADA NA OITAVA FASE. NOTA-SE O MESMO FILHOTE JÁ RELATADO ANTERIORMENTE (HÁ UM ANO), INDICANDO QUE O GRUPO FAMILIAR UTILIZA PERMANENTEMENTE A ÁREA QUE FORMARÁ O RESERVATÓRIO .. 116 FOTO 54 – MACACO-PREGO (SAPAJUS CF. APELLA) FOTOGRAFADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ... 128 FOTO 55 – CUXIÚ (CHIROPOTES ALBINASUS) FOTOGRAFADO NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS ... 128 FOTO 56 – CACHORRO-DO-MATO (CERDOCYON THOUS) NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS128 FOTO 57 – CATETO (PECARI TAJACU) FOTOGRAFADO NA ÁREA CONTROLE ... 128 FOTO 58 – CUTIA (DASYPROCTA LEPORINA) FOTOGRAFADA NA ÁREA CONTROLE... 128 FOTO 59 – PACA (CUNICULUS PACA) FOTOGRAFADA NA FLORESTA CILIAR DO RIO TELES PIRES QUE FORMARÁ O RESERVATÓRIO ... 128 FOTO 60 – ANTA (TAPIRUS TERRESTRIS) MORTA POR ATROPELAMENTO NO CANTEIRO DE OBRAS ... 130 FOTO 61 – CACHORRO-DO-MATO (CERDOCYON THOUS) ATROPELADO DENTRO DO CANTEIRO DE OBRAS ... 131 FOTO 62 – JUPARÁ (POTOS FLAVUS) RECÉM ATROPELADO NA ESTRADA QUE DÁ ACESSO À USINA, EM FRENTE À ÁREA CONTROLE ... 132 FOTO 63 – DETALHE DO JUPARÁ (POTOS FLAVUS) ATROPELADO E O MOTIVO DA MORTE DE UM ANIMAL QUE ESTAVA SENDO MONITORADO NA ÁREA CONTROLE ... 132

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ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 1 – ÁREAS AMOSTRAIS SELECIONADAS PARA O MONITORAMENTO DA FAUNA TERRESTRE ... 4 TABELA 2 – AMBIENTES E COORDENADAS DOS SÍTIOS REPRODUTIVOS ONDE FOI APLICADO O MÉTODO DE ASR ... 12 TABELA 3 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE AID DA UHE COLÍDER, DURANTE A OITAVA CAMPANHA ... 15 TABELA 4 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE ADA (RESERVATÓRIO) DURANTE A OITAVA CAMPANHA ... 20 TABELA 5 – ESPÉCIES DE ANUROS E RÉPTEIS REGISTRADOS NA PARCELA DE AII, DURANTE A OITAVA CAMPANHA ... 24 TABELA 6 – ÍNDICES DE RIQUEZA E DIVERSIDADE OBTIDOS PARA HERPETOFAUNA, POR PARCELA AMOSTRAL ... 27 TABELA 7 – LISTA DAS ESPÉCIES ESPERADAS PARA A ÁREA DE INFLUÊNCIA DA UHE COLÍDER, COM A INDICAÇÃO DAS ESPÉCIES REGISTRADAS NAS SETE PRIMEIRAS FASES DE CAMPO, E AQUELAS CITADAS NO EIA DO PRESENTE EMPREENDIMENTO ... 38 TABELA 8 – ESFORÇO AMOSTRAL EMPREGADO DURANTE A OITAVA CAMPANHA ... 80 TABELA 9 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA DO CANTEIRO DE OBRAS EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO ... 82 TABELA 10 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA DO RESERVATÓRIO EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO ... 82 TABELA 11 – NÚMERO DE ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA ÁREA CONTROLE EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO ... 83 TABELA 12 – ÍNDICES DE SIMILARIDADE ENTRE AS TRÊS ÁREAS AVALIADAS, CONFORME ANÁLISE DE CLUSTER (BRAY-CURTIS ... 84 TABELA 13 – NÚMERO DE CAPTURAS E DE ESPÉCIES CAPTURADAS DURANTE O ANILHAMENTO EM CADA UMA DAS FASES DE CAMPO ... 85 TABELA 14 – COMPARAÇÃO DO NÚMERO DE INDIVÍDUOS CAPTURADOS NAS TRÊS ÁREAS AMOSTRAIS, NAS SETE FASES DE CAMPO ... 86 TABELA 15 – TAXA DE CAPTURA DAS ESPÉCIES CAPTURADAS DURANTE A OITAVA FASE DE CAMPO DO ANILHAMENTO ... 87 TABELA 16 – ÍNDICE PONTUAL DE ABUNDÂNCIA (IPA) DAS ESPÉCIES AMOSTRADAS PELO MÉTODO DE CONTAGENS EM PONTOS DE ESCUTA EM CADA UMA DAS TRÊS ÁREAS AMOSTRAIS ... 89 TABELA 17 – REGISTROS INÉDITOS OBTIDOS NA OITAVA FASE DE CAMPO, COM A INDICAÇÃO DAS ESPÉCIES ENCONTRADAS POR MEIO DE MÉTODOS SISTEMATIZADOS E NÃO SISTEMATIZADOS ... 92 TABELA 18 - MAMÍFEROS REGISTRADOS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA UHE COLIDER... 105 TABELA 19 – PRINCIPAIS ZOONOSES ADQUIRIDAS DE MAMÍFEROS SILVESTRES, RESPECTIVOS AGENTES ETIOLÓGICOS E VIAS DE TRANSMISSÃO (ADAPTADO DE BARBOSA

ET AL. 2011.) ... 118

TABELA 20 – ESFORÇO AMOSTRAL DESPENDIDO DURANTE AS FASES DO MONITORAMENTO DE FAUNA ... 121 TABELA 21 – COMPARAÇÃO ENTRE A RIQUEZA E A DIVERSIDADE DE ESPÉCIES REGISTRADAS EM CADA ÁREA AMOSTRAL E EM CADA FASE DO MONITORAMENTO DA

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MASTOFAUNA. EM CADA CÉLULA É APRESENTADA A RIQUEZA, SEGUIDA PELA DIVERSIDADE ENTRE PARÊNTESES ... 124 TABELA 22 – ESPÉCIES DE PEQUENOS MAMÍFEROS REGISTRADAS NA SÉTIMA FASE DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), SEPARADAS POR ÁREA DE ESTUDO ... 125 TABELA 23 – ESPÉCIES DE MORCEGOS REGISTRADAS NA OITAVA FASE DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), DIVIDIDAS POR ÁREA DE ESTUDO ... 125 TABELA 24 – ESPÉCIES DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE REGISTRADAS NA OITAVA FASE DO MONITORAMENTO, SEGUIDAS POR SUAS ABUNDÂNCIAS E ABUNDÂNCIAS RELATIVAS (%), E DIVIDIDAS POR ÁREA DE ESTUDO ... 127

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ÍNDICE DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – ANÁLISE DE SIMILARIDADE (BRAY-CURTIS) PARA A HERPETOFAUNA REGISTRADA POR MEIO DOS MÉTODOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADI, ADA E AII) DURANTE A OITAVA CAMPANHA ... 28 GRÁFICO 2 – CURVA DO COLETOR ALEATORIZADA (500 RANDOMIZAÇÕES), CONSTRUÍDA COM BASE NA HERPETOFAUNA REGISTRADA PELOS MÉTODOS SISTEMATIZADOS APLICADOS NAS PARCELAS DE INTERESSE (ADA, AID, AII) DURANTE AS OITO CAMPANHAS 29 GRÁFICO 3 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA ACUMULADA DO NÚMERO DE ESPÉCIES REGISTRADAS AO LONGO DA OITAVA FASE, TOTALIZANDO 260 ESPÉCIES ... 80 GRÁFICO 4 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA ACUMULADA DO NÚMERO DE ESPÉCIES REGISTRADAS AO LONGO DO MONITORAMENTO. O PRIMEIRO VALOR FOI CITADO NO EIA DO REFERIDO EMPREENDIMENTO. ... 81 GRÁFICO 5 – DENDROGRAMA ILUSTRATIVO DA SIMILARIDADE EXISTENTE ENTRE AS TRÊS ÁREAS AMOSTRAIS: CANTEIRO DE OBRAS (CA), RESERVATÓRIO (RE) E ÁREA CONTROLE (CO) ... 84 GRÁFICO 6 – GRÁFICO ILUSTRANDO A CURVA DO COLETOR REFERENTE ÀS OITO FASES DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA ... 121 GRÁFICO 7 – SIMILARIDADE DE BRAY-CURTIS APRESENTADA ENTRE AS ÁREAS DE ESTUDO DURANTE A OITAVA FASE. LEGENDA: CA = CANTEIRO DE OBRAS, RE = RESERVATÓRIO E CO = ÁREA-CONTROLE ... 123 GRÁFICO 8 – RIQUEZA DE ESPÉCIES REGISTRADAS POR ÁREA E NO TOTAL POR FASE DO MONITORAMENTO ... 124 GRÁFICO 9 – ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) DOS MORCEGOS CAPTURADOS DURANTE A OITAVA FASE DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA... 126 GRÁFICO 10 – ABUNDÂNCIA RELATIVA (%) DOS MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE REGISTRADOS DURANTE A OITAVA FASE DO MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA ... 127

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1 APRESENTAÇÃO

A UHE Colíder terá uma potência instalada de 300 MW e energia firme de 166,3 MW médios. O reservatório possuirá área total de 143,5 km², abrangendo os municípios de Nova Canaã do Norte, Itaúba, Colíder e Cláudia, no estado de Mato Grosso.

A implantação da UHE Colíder alterará a riqueza, a abundância e a diversidade de es-pécies faunísticas na sua área de implantação, devido às consequências produzidas pelo desmatamento prévio da bacia de acumulação e de seu alagamento.

O programa de monitoramento é ferramenta fundamental para o estabelecimento de estratégias de conservação de espécies e ambientes ameaçados – caso dos remanes-centes de Floresta da região do empreendimento – uma vez que permitem conhecer tendências ao longo do tempo. Os resultados obtidos por meio deste tipo de pesquisa podem indicar o papel dos remanescentes de floresta na região, incluindo suas fun-ções como corredores ecológicos no entorno imediato da área direta ou indiretamente afetada pelo empreendimento. Tais informações irão compor a base de dados para futuras atividades de manejo e conservação, incluindo o estabelecimento de parâme-tros para minimizar os impactos adversos das atividades de implantação do empreen-dimento, sobre diferentes grupos animais.

Em 04/01/2011, o IBAMA expediu a Licença para Captura, Coleta e Transporte de Ma-terial Zoológico sob o nº 02013004996/10-08. Após a emissão da Licença a Copel ini-ciou o Monitoramento de Fauna que tem prazo de duração de cinco anos, com campa-nhas trimestrais.

Em 30/05/2012, o IBAMA renovou a Licença para Captura, Coleta e Transporte de Ma-terial Zoológico sob o nº 02013.001712/2010-11, permitindo a continuidade do moni-toramento.

O presente relatório refere-se aos resultados obtidos após a execução da oitava fase de campo do monitoramento pré-enchimento de fauna terrestre na área de influência da UHE Colíder, realizada no mês de outubro de 2012, durante o início da estação chuvosa.

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2 INTRODUÇÃO

Estudos de monitoramento tem como principal objetivo conhecer a influência dos principais impactos (positivos e negativos) gerados pela implantação de um empreen-dimento sobre a fauna local. Além de tentar desvendar estes impactos, estudos de monitoramento recomendam medidas mitigadoras ou compensatórias, suportadas por uma base de dados consistente, gerada a partir de amostragens realizadas em um gradiente de tempo. Alguns grupos faunísticos expressam de maneira mais clara que outros os impactos causados a partir da implantação de um empreendimento.

As aves são o grupo que melhor responde aos impactos causados em um ambiente, pois a especificidade de hábitat permite avaliar impactos negativos por meio da pre-sença ou ausência de alguns táxons.

Anfíbios também constituem bons modelos para estudos de inventariamento e/ou monitoramento de fauna em curto prazo, por serem animais de fácil visualização, cap-tura e manuseio, e taxonomia relativamente bem conhecida. Por ocuparem tanto am-bientes terrestres quanto aquáticos, os anfíbios são excelentes bioindicadores ambien-tais, além de desempenharem importante função na dinâmica entre os ecossistemas. Em contrapartida, répteis são animais inconspícuos e de difícil amostragem, sendo muitas vezes complexo avaliar os reais efeitos do empreendimento através deste gru-po. No entanto, são importantes por disponibilizarem relevantes subsídios ao conhe-cimento do estado de conservação de regiões naturais (MOURA-LEITE et al., 1993), pois ocupam posição ápice em cadeias alimentares (exigindo assim uma oferta ali-mentar que sustente suas populações), funcionam como excelentes bioindicadores de primitividade dos ecossistemas ou, por outro lado, de diferentes níveis de alteração ambiental. A presença de espécies dependentes de algum tipo de ambiente (espécies estenóicas), bem como a presença de espécies raras e formas endêmicas, são funda-mentais para a detecção do grau de primitividade do ambiente, enquanto que a pre-sença de espécies tolerantes a um amplo espectro de condições do meio (eurióticas) pode determinar diferentes níveis de alteração.

A comunidade de mamíferos responde relativamente bem a impactos causados em seu meio por serem um grupo bastante afetado com perdas ambientais. A fragmenta-ção florestal atinge expressivamente mamíferos de grande porte e o maior problema é a falta de grandes porções florestais que possam sustentar uma comunidade clímax (CHIARELLO, 2000; CULLEN et al., 2001). Além da perda de habitats naturais a

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pres-são de caça exercida sobre os mamíferos é maior que em qualquer outro agrupamen-to animal (PERES, 1990; CHIARELLO, 2000; CULLEN et al., 2001, LEITE & GALVÃO, 2002; WCS, 2004).

A Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do mundo, e a despeito de sua gran-de importância biológica vem sistematicamente sofrendo com sua redução, transfor-mação e fragmentação (HEYER et al., 1999). Esses impactos são ligados direta ou in-diretamente à expansão da fronteira agrícola, em especial no conhecido arco do des-matamento amazônico, localizado ao noroeste do Mato Grosso e sul do Pará (HEYER et al., 1999).

O Brasil conta com aproximadas 650 espécies de mamíferos (REIS et al., 2006), sen-do 69 (~10%) delas ameaçadas de extinção (CHIARELLO et al., 2008). Aproximada-mente 30% dessas espécies ameaçadas são amazônicas, refletindo por um lado a grande riqueza ligada a esse bioma e por outro a ameaça já presente no mais conser-vado dos biomas brasileiros (CHIARELLO et al., 2008).

Considerando o número de espécies de aves existentes em território nacional, o valor atual é de 1.832 (CBRO, 2011), sendo que a ocorrência de mais de um terço deste número é esperada para a área prevista para o empreendimento em questão.

É em uma das regiões mais ricas em espécies animais do mundo que está sendo exe-cutado o monitoramento de fauna da UHE Colíder, no Rio Teles Pires, cujos resultados da oitava campanha de campo serão apresentados na sequência.

Na oitava fase de campo, o nível do Rio Teles Pires nitidamente começou se elevar devido à grande quantidade de chuvas que estão ocorrendo na região e em suas ca-beceiras desde o mês de setembro. Esta fase de campo coincide com o início da esta-ção chuvosa e com o período reprodutivo de muitos animais, em especial as aves sil-vestres. A vegetação está se modificando devido ao regime hídrico, tornando-se mais densa e verde. Muitas árvores caíram no interior da floresta devido às tempestades e aos fortes ventos que foram registrados no período. Apesar de ser um fenômeno na-tural, este fato pode ser prejudicial, pois eleva o número de clareiras no interior da mata, elevando a temperatura em diferentes micro-hábitats. Ainda não há acúmulo de água no interior das matas de várzeas, o que favorece a localização de animais silves-tres nas margens do rio. Durante a oitava campanha ocorreram chuvas intensas prati-camente em todos os dias da amostragem.

(16)

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS AMOSTRAIS

As áreas amostrais que vêm sendo avaliadas durante as fases anteriores foram man-tidas para a oitava campanha. A Tabela 1 e a Figura 1 apresentam informações gerais sobre as três áreas amostrais do monitoramento de fauna terrestre.

Tabela 1 – Áreas amostrais selecionadas para o Monitoramento da Fauna Terrestre

Área Amostral Área de Influência Margem do rio Teles Pires Ambiente/Fisionomia Localização (UTM, 21 L)

Canteiro de Obras AID Direita (MD) Floresta de terra firme 633.193 L 8.786.636 S Reservatório ADA Esquerda (ME) Floresta de várzea 638.223 L

8.786.191 S Controle AII Direita (MD) Floresta de terra firme 633.841 L

8.792.321 S

Legenda: AID – Área de Influência Direta; ADA – Área Diretamente Afetada; AII – Área de Influência

Indireta.

Figura 1 – Croqui com a indicação das três áreas amostrais e perímetro parcial do futuro re-servatório (azul)

(17)

3.1.1 Canteiro de Obras (ADA)

Para avaliar o canteiro de obras, os esforços foram concentrados na mata próxima ao local onde está instalado o Centro Provisório de Triagem de Animais Silvestres. A transecção parte da estrada de acesso ao canteiro de obras, em seu trecho mais ín-greme e pedregoso, do local de maior movimentação de veículos da obra e segue em direção ao rio Teles Pires, terminando na mata de várzea deste rio.

A Figura 2 exibe a transecção e pontos de escuta da área do canteiro de obras.

Figura 2 – Croqui indicando a transecção e os pontos de escuta da área do canteiro de obras Fonte: Adaptado de Google Earth, 2012

O principal objetivo da confecção da transecção neste local foi cobrir três diferentes formações florestais ao longo do trajeto: mata de transição em local de solo rochoso em seu trecho inicial; mata de terra firme na parte intermediária da transecção; e mata de várzea do trecho final. Os pitfalls foram instalados no trecho central da tran-secção do canteiro de obras.

As áreas a serem utilizadas pelo maquinário e para a construção da barragem foram evitadas para não ser necessária a realocação das armadilhas de queda após o início das obras.

(18)

3.1.2 Reservatório

A área selecionada para amostrar o local previsto para o reservatório se localiza na margem esquerda do rio Teles Pires, em torno de 5.300 m (por água) a montante do eixo da barragem. As transecções são linhas aproximadamente perpendiculares ao sentido do rio, partindo da floresta ciliar presente na margem.

A Figura 3 exibe as transecções e pontos de escuta da área do reservatório da UHE Colíder.

Figura 3 – Croqui indicando as transecções e os pontos de escuta da área do reservatório. pon-tos com sufixo “B” referem-se à avifauna, e ponpon-tos com sufixo “A” referem-se à herpetofauna e mastofauna.

Fonte: Adaptado de Google Earth, 2012

O trajeto de ambas transecções cobre principalmente mata de terra firme, no entanto, a floresta deste local apresenta algumas particularidades como, por exemplo, a gran-de quantidagran-de gran-de palmeiras presente no estrato médio do ambiente florestal e o solo bastante arenoso. Uma via de acesso à beira do rio foi utilizada como transecção line-ar devido à possibilidade de se deslocline-ar sem fazer ruídos e também por o solo exposto deste trecho propiciar uma grande quantidade de registros de pegadas de mamíferos. Os pitfalls foram instalados próximos ao leito do Rio Teles Pires.

(19)

Durante a primeira campanha a transecção “B” foi utilizada por todos os grupos, no entanto, a partir da segunda campanha foi observado que a presença de trabalhado-res e/ou pescadotrabalhado-res no rancho onde se localiza o início da transecções inviabilizava a coleta de dados devido à intensa movimentação de pessoas e do ruído produzido pe-los mesmos e pelo gerador de energia elétrica. Desta forma, optou-se por escolher outra transecção na mesma região que tivesse as mesmas características e estivesse localizada na mesma margem do rio para a aplicação dos métodos de pesquisa em local livre de “reservatório” ou ADA. Desta forma, a partir da segunda campanha, o trabalho de captura de aves e morcegos, e a busca direta por exemplares da herpeto-fauna é realizado na transecção “A”. Apenas o armadilhamento não é possível, pois em duas das quatro fases de campo anuais a trilha permanece alagada devido à cheia do rio Teles Pires.

3.1.3 Área Controle

O local selecionado para a Área Controle é a porção de floresta remanescente mais extensa nas proximidades da barragem, contendo mais de 15 km ininterruptos de flo-resta no sentido leste-oeste.

A Figura 4 mostra a transecção e pontos de escuta da área Controle da UHE Colíder. O trecho coberto pela transecção apresenta formações florestais secundárias, onde ocorreu corte seletivo de árvores de grande porte conforme projeto de exploração sustentável da área. No entanto, mesmo sendo uma formação florestal secundária, a área é rica e diversificada. As armadilhas de queda foram instaladas inicialmente na porção inicial da transecção, porém, a estrada de acesso à usina foi construída à pou-cos metros deste local. Desta forma, foi necessário construir outra linha de pitfalls na porção intermediária da transecção para se evitar influências da estrada sobre os re-sultados. Após isso, a primeira linha de pitfalls foi desativada, estando em atividade apenas a nova linha.

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Figura 4 – Croqui indicando a transecção e os pontos de escuta da área controle Fonte: Adaptado de Google Earth, 2012

3.1.4 Manutenção das parcelas e transecções

Apesar de todas as cercas-guia dos pitfalls terem sido integralmente substituídas na sétima campanha, uma grande reforma será novamente necessária devido à grande quantidade de árvores e galhos que caíram sobre as armadilhas. Um total de 750 me-tros de lona foi reposta na campanha anterior e grande parte desta cerca será nova-mente reconstruída para a nona fase.

3.2 MÉTODOS

Durante a oitava campanha, os métodos sistematizados utilizados para todos os gru-pos faunísticos abordados foram replicados nos mesmos ambientes, moldes e locais das campanhas anteriores e serão citados nos itens referentes aos resultados para cada grupo. Os métodos não sistematizados foram aplicados em ambientes novos, com o objetivo de melhor investigar as áreas e descobrir populações ou espécies de interesse específico.

(21)

3.2.1 Trabalho de campo

A oitava fase de campo do referido monitoramento foi realizada entre os dias 20 de setembro e 25 de outubro de 2012. Com o objetivo de maximizar o esforço de obser-vação direta cada equipe amostrou uma área amostral, fazendo um rodízio que permi-tiu com que as três áreas fossem monitoradas ao longo de toda a fase.

3.2.2 Análise dos dados

Após a obtenção dos dados em campo, as informações obtidas e os animais coletados foram levados aos laboratórios para análise e correta identificação. Foram feitas al-gumas análises estatísticas para efeito comparativo com as fases anteriores. Estas análises seguem o mesmo padrão apresentado nos relatórios anteriores.

(22)

4 RESULTADOS

4.1 HERPETOFAUNA

Durante esta campanha os métodos sistematizados foram replicados nos mesmos ambientes e locais da campanha anterior. Os métodos não sistematizados foram apli-cados em ambientes novos no objetivo de melhor investigar as áreas, descobrir popu-lações ou espécies de interesse específico e mitigar os efeitos de distribuições disjun-tas.

4.1.1 Procedimentos Metodológicos

4.1.1.1

Métodos Sistematizados

Os métodos sistematizados foram aplicados entre os dias 20 a 27 de setembro, quan-do cada parcela de interesse foi amostrada durante quan-dois dias.

Armadilhas de Interceptação e Queda (AIQ) (Pitfall Traps with Drift Fences, adaptado de Cechin & Martins, 2000)

Em cada parcela de amostragem foram instaladas, duas linhas de pitfalls traps with drift fences, sendo uma delas em sentido ortogonal à transecção principal e a outra em posição paralela em relação à mesma. Cada linha foi composta por 12 baldes de 60 litros (pitfalls), os quais foram instalados a uma distância de 10 metros um do ou-tro, interligados por uma cerca-guia de lona plástica (drift fence) com 50 cm de altu-ra, enterrada cerca de 5 cm de profundidade no solo e mantida em posição vertical por estacas de madeira às quais foi fixada. Para evitar acúmulo de água, os baldes tiveram seu interior perfurado. Em cada balde foi colocado um pedaço de isopor (10 cm x 10 cm), o qual se manteve suportado por quatro pequenos palitos. Esta estrutu-ra serviu de abrigo paestrutu-ra os animais em dias de muito sol e/ou flutuador em períodos de muito acúmulo de água.

Cada linha de armadilha permaneceu aberta durante seis noites consecutivas e foram revisadas, periodicamente, duas vezes ao dia, ao amanhecer e entardecer. Ao final do período de amostragem obteve-se um esforço de 144 horas/balde por parcela e um total de 432 horas/balde de amostragem na região de implantação da UHE Colíder.

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As armadilhas de interceptação e queda foram instaladas em ambientes que corres-pondiam principalmente à formação vegetal predominante em cada parcela de amos-tragem.

Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT) (adaptado de Martins & Oliveira, 1999)

Este método consistiu em percorrer as transecções principais de todas as parcelas (2 km por parcela), onde uma área de até 50 metros de cada lado da linha central foi vasculhada, mediante o revolvimento do folhiço e de troncos caídos, visando o regis-tro visual ou auditivo dos animais. Cada parcela teve sua transecção amostrada du-rante dois dias, por três pesquisadores. Em cada dia foram realizadas duas horas de procura diurna e uma hora de procura noturna, totalizando um esforço de 18 ho-ras/homem de busca por parcela e 54 hoho-ras/homem de busca nas parcelas de amos-tragem.

Para anfíbios, foram contabilizados todos os machos anuros em atividade de vocaliza-ção, assim como os indivíduos visualizados em repouso. Como para a maioria das es-pécies de anuros não é possível uma contagem precisa do número de indivíduos voca-lizando, porque muitos machos vocalizam ao mesmo tempo (coro), ou porque vocali-zam muito próximos um do outro, foram empregadas as seguintes categorias de vo-calização, modificadas de Lips et al. (2001 apud Rueda et al. 2006):

• 0 – nenhum indivíduo da espécie vocalizando;

• 1 – número de indivíduos vocalizando estimável entre 1-5; • 2 – número de indivíduos vocalizando estimável entre 6-10; • 3 – número de indivíduos vocalizando estimável entre 10-20;

• 4 – formação de coro em que as vocalizações individuais são indistinguíveis e não se pode estimar o número de indivíduos (>20).

Para estimar a abundância dos anfíbios, foi extrapolado o valor máximo de cada cate-goria amostral.

Amostragem em sítio de reprodução (ASR) ("Survey at Breeding site"; s. adaptado de Scott Jr. & Woodward, 1994)

Esse método consistiu na realização de transecções visuais e auditivas ao longo do perímetro de corpos d’água (e.g. poças temporárias, lagoas, brejos, córregos, rios e veredas) onde geralmente as populações de anfíbios se agregam para a reprodução.

(24)

Os anfíbios foram contabilizados seguindo os mesmos critérios descritos na metodolo-gia de Procura sistematizada limitada por tempo. Alguns grupos de répteis (serpentes, quelônios e crocodilianos) também são comumente registrados por este método, já que muitas espécies utilizam os corpos d’água como sítios de forrageamento e/ou re-produção. Durante o período de estudo, foram amostrados seis sítios de reprodução (e.g. brejos, riachos, veredas e poças) (Tabela 2), dois por parcela. As amostragens ocorreram à noite, quando três pesquisadores realizaram as transeções durante uma hora. Desta forma, obteve-se um esforço de captura de seis horas/homem de amos-tragem por parcela e um total de 12 horas de amosamos-tragem nas áreas de interesse.

Tabela 2 – Ambientes e coordenadas dos sítios reprodutivos onde foi aplicado o método de ASR

Ponto Localidade Ambiente/Fisionomia Coordenadas (UTM 21L)

P1 Parcela 1 (AID) Lêntico / floresta 632.683 8.786.066 P2 Parcela 1 (AID) Lêntico / área aberta 634.065 8.786.153 P3 Parcela 2 (ADA) Lótico / área aberta 638.221 8.785.502 P4 Parcela 2 (ADA) Lótico / floresta 638.492 8.784.710 P5 Parcela 3 (AII) Lótico / campo 638.492 8.784.710 P6 Parcela 3 (AII) Lótico / floresta 635.387 8.792.388

4.1.1.2

Métodos não sistematizados

Os métodos não sistematizados foram utilizados para categorizar os animais encon-trados de forma aleatória nas áreas de interesse e complementar a lista de riqueza. Estes métodos foram aplicados desde o primeiro instante da equipe nas áreas de inte-resse.

Procura Aleatória Limitada por Tempo (PALT)

Esse método consistiu em executar caminhadas ao longo de todas as áreas passíveis de se encontrar répteis e anfíbios (e.g. interior da floresta, estradas de acesso às par-celas, áreas antropizadas, margens do rio, poças temporárias, açudes, entre outros). Durante este método os locais foram vistoriados detalhadamente, havendo inspeção de tocas, serrapilheira, poças temporárias, locais abrigados sob pedras, troncos caí-dos, entulhos, interior de bromélias, galhos de árvores e outros possíveis sítios utili-zados como abrigos por répteis e anfíbios, conforme recomendado por Vanzolini et al. (1980). Esse método tem por objetivo ampliar o inventário das espécies, assim como obter informações sobre riqueza, distribuição no ambiente e padrões de atividade. A

(25)

procura ativa com coleta manual é um método bastante versátil e generalista de de-tecção e coleta de vertebrados em campo (Heyer et al., 1994).

Assim como para a metodologia de PSLT, foram empregadas as mesmas categorias de vocalização para o senso de anfíbios anuros, modificadas de Lips et al., 2001 apud Rueda et al., 2006.

Procura com Carro (PC)

A procura com carro correspondeu ao encontro de anfíbios e répteis avistados ou atropelados em estradas da região (Sawaya et al, 2008). O deslocamento da equipe em toda a AII do empreendimento contemplou este método, diariamente.

Encontros ocasionais (EO)

Como a observação de répteis é de caráter fortuito e demanda muito tempo em cam-po, necessita-se tanto da interação com os demais membros da equipe do monitora-mento como de moradores ou trabalhadores locais para que se tenha obtenção de mais evidências da presença destes animais. Este método contemplou todos aqueles espécimes encontrados por terceiros ou quando a equipe não estava realizando as atividades supracitadas.

4.1.1.3

Análise dos dados

Suficiência amostral: foi avaliada mediante a curva de registros acumulados das espé-cies. As curvas de acumulação de espécies ou curvas do coletor são um excelente procedimento para avaliar o quanto o método testado se aproximou de identificar as espécies da área de estudo. A curva formada exibe o seguinte padrão: uma curva ini-cial ascendente de crescimento acelerado, que prossegue cada vez mais devagar de acordo com o aumento do esforço amostral até formar um platô ou assíntota (Martins e Santos, 1999). Quando a curva se estabiliza (ponto assintótico), aproximadamente a riqueza total da área foi amostrada (Santos, 2004). As análises foram realizadas com base na matriz de dados de presença/ausência das espécies ao longo dos dias de amostragem, utilizando 500 adições aleatórias das amostras no programa EstimateS 7.52 (Colwell 1994-2005). A estimativa da riqueza foi calculada a partir do número de espécies identificadas em função dos dias de amostragem. O índice de estimativa da riqueza das espécies foi calculado pelo índice de Jacknife, descrito em Krebs (1989).

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Taxa de captura: A abundância de espécies foi calculada dividindo o número de indiví-duos avistado pelo número total horas de procura nos pontos. No caso de espécies de vida social (ex. anfíbios), a abundância foi estimada extrapolando o valor máximo de cada categoria amostral.

Índice de Diversidade: a partir dos dados quantitativos foi feita uma média do número observado nos ambientes amostrados e assim calculado o índice de diversidade pelo método de Shannon-Wiener (Krebs, 1989) para cada ponto amostral.

Similaridade: foi utilizada para comparar a riqueza de espécies entre as parcelas, através do índice de similaridade de Bray-Curtis (Krebs, 1989), usando o modo de agrupamento Group Average, o qual permite maximizar a correlação entre as amos-tras. A abundância das espécies foi transformada [log (x+1)] para diminuir o peso das espécies quantitativamente dominantes. Os dendrogramas propostos foram elabora-dos através do pacote estatístico Primer V5 (Clarke & Gorley 2001).

4.1.2 Parcela 1 – Área de Influência Direta (AID, canteiro de obras)

4.1.2.1

Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps with Drift

Fen-ces) (AIQ)

Nas armadilhas de queda da AID foram registrados 18 espécimes de quatro espécies, sendo três espécies de anfíbios (Leptodactylus hylaedactylus, n = 13, Osteocephalus leprieuri, n = 2 e Chiasmocleis shudikarensis, n = 1) e uma espécie de lagarto (Ken-tropyx calcarata, n = 2). A taxa de captura foi de 0,12 espécimes/hora/balde ou o equivalente a, aproximadamente, um espécime a cada oito horas de funcionamento das armadilhas.

4.1.2.2

Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)

Por meio deste método foram registrados 11 espécimes de cinco espécies, sendo três espécies de anuros (Ctenophryne geayi, n = 1, Physalaemus gr. cuvieri n = 1 e Oste-ocephalus leprieuri, n = 6) e duas espécies de lagartos (Mabuya nigropunctata, n = 1 e Kentropyx calcarata, n = 2). A taxa de captura correspondeu a 0,61 espéci-mes/hora/homem ou o equivalente a, aproximadamente, dois exemplares, registrados a cada hora de procura.

(27)

4.1.2.3

Amostragem em sítio de reprodução (ASR)

Foram encontrados cinco exemplares da espécie de anfíbio anuro Leptodactylus fus-cus. Apenas no sítio P2 foram registradas atividades de vocalização do anuro Lepto-dactylus fuscus. Apesar de bastante alterado pelas obras do canteiro, ainda existem espécies que utilizam o local. O sítio P1 encontrava-se seco por ocasião do final da estação seca. Apesar das fortes chuvas, não acumulou água o suficiente para estimu-lar sua utilização por ocasião das espécies de anuros que ocorrem no local.

4.1.2.4

Registros não sistematizados

Por meio do método de PALT foram registradas três espécies de lagarto (Mabuya ni-gropunctata, Kentropyx calcarata e Tupinambis sp.). Durante esta campanha, lagartos foram bastante frequentes durante as amostragens, corroborando o esperado para o final da estação seca.

Por meio do método de EO foi registrada uma espécie: o anuro Osteocephalus leprieu-rii. Com a soma dos resultados obtidos por todos os métodos, foram registrados 39 espécimes de nove espécies, sendo seis espécies de anuros e três espécies de lagar-tos. Dentre os anuros, as famílias Leptodactylidae e Microhylidae foram as com maior representatividade (duas espécies cada) (Tabela 3). O índice de diversidade de Shan-non-Wiener foi de SW = 1,78.

Tabela 3 – Espécies de anuros e répteis registrados na parcela de AID da UHE Colíder, durante a oitava campanha

Táxon Espécie Nome popular Método

AMPHIBIA ANURA

Hylidae Osteocephalus leprieuri Perereca AQ,PSLT, EO Microhylidae Chiasmocleis shudikarensis Razinha AQ

Ctenophryne geayi Razinha PSLT

Leptodactylidae Leptodactylus hylaedactylus Razinha AQ

Leptodactylus fuscus Rã-assoviadora ASR Leiuperidae Physalaemus gr.cuvieri Rã-cachorro PSLT REPTILIA

SQUAMATA

Teiidae Kentropix calcarata Lagarto AQ, PSLT, PALT

Tupinambis sp. Tejú PALT

(28)

4.1.3 Parcela 2 - Área Diretamente Afetada (ADA, reservatório)

4.1.3.1

Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps with Drift

Fen-ces) (AIQ)

As armadilhas de queda registraram um total de 13 espécimes de sete espécies, sen-do quatro espécies de anuros (Chiasmocleis shudikarensis, n = 2, Rhinella marina, n = 4, Leptodactylus hylaedactylus, n = 2 e Leptodactylus mystaceus, n = 1) e três es-pécies de lagartos (Iphisa elegans, n = 2, Cercosaura eigenmanni (Foto 1), n = 1 e Kentropyx calcarata, n = 1).

A taxa de captura foi de 0,09 espécime/hora/balde o que equivale a, aproximadamen-te, um espécime capturado a cada 10 horas de funcionamento das armadilhas.

Foto 1 – Adulto de Cercosaura eigenmanni registrado pelo método de AQ da ADA Fonte: Rafael L. Balestrin, 2012

4.1.3.2

Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)

Por meio deste método foram registrados 34 espécimes de oito espécies, sendo cinco espécies de anuros (Leptodactylus fuscus, n = 6, Leptodactylus mystaceus (Foto 2), n = 1, Osteocephalus leprieurii, n = 2, Osteocephalus taurinus, n = 1 e Pristimantis

(29)

fe-nestratus, n = 14) e três espécies de lagarto (Ameiva ameiva, n = 4, Kentropyx calca-rata, n = 5 e Cercosaura eigenmanni, n = 1). A taxa de captura foi de 1,89 espéci-me/hora/homem ou o equivalente a, aproximadamente, duas espécime registradas a cada hora de procura.

Foto 2 – Leptodactylus mystaceus registrado nas AQ da ADA Fonte: Rafael L. Balestrin, 2012

4.1.3.3

Amostragem em sítio de reprodução (ASR)

Foram registradas duas espécies de anfíbios anuros (Rhinella margaritifera, n = 1 e Leptodactylus fuscus, n = 1).

De todas as campanhas realizadas até o momento, nesta foram observados os meno-res valomeno-res de abundância de Rhinella margaritifera, que somente foi registrada por atividade de vocalização no sítio P6, sugerindo que a espécie possa estar em atividade reprodutiva e menos dispersa no ambiente. Os demais sítios encontravam-se secos.

(30)

4.1.3.4

Registros não sistematizados

Nesta campanha procurou-se direcionar os esforços do método de PALT para o Rio Teles Pires, com o objetivo de agregar informações acerca das espécies que utilizam o rio durante o ápice da estação seca, principalmente, aquelas de tartarugas e jacarés. Por meio deste método foram registrados 23 espécimes de quatro espécies na ADA. Destas, três espécies de anuros (Hypsiboas boans, n = 11, Rhinella marina, n = 1 e Rhaebo guttatus, n = 6) e uma espécie de crocodilianos (Paleosuchus trigonatus, n = 5). Também foram encontrados ninhos de jacarés (Foto 3), provavelmente de Caiman crocodylus, e tartarugas em uma das praias de areias investigadas ao longo do rio (Foto 4), no ponto UTM 21L 646.818 m / 8.786.219 m.

Foto 3 – Ninho de jacaré registrado pelo método de PALT da ADA Fonte: Rafael L. Balestrin, 2012

(31)

Foto 4 – Ilha de areia (UTM 21L 646.818 m / 8.786.219 m) utilizada por jacarés e tartarugas como sítio reprodutivo na ADA

Fonte: Rafael L. Balestrin, 2012

Mais uma vez destaca-se a importância de projetos específicos que abranjam a fauna de quelônios e crocodilianos da ADA no Rio Teles Pires. Estes projetos são de suma importância para avaliar os reais impactos do empreendimento acerca desta fauna, bem como traçar ações prioritárias para o manejo, resgate e conservação destas es-pécies.

Com a soma dos resultados obtidos por todos os métodos, foram registrados 72 espé-cimes de 16 espécies da herpetofauna na parcela da ADA (Tabela 4). Do total de es-pécies registradas, 11 corresponderam a anuros, quatro eses-pécies de lagartos e uma espécie de jacaré. O índice de diversidade de Shannon-Wiener foi de SW = 2,49.

(32)

Tabela 4 – Espécies de anuros e répteis registrados na parcela de ADA (reservatório) durante a oitava campanha

Táxon Espécie Nome poplular Método

AMPHIBIA ANURA

Bufonidae Rhinella margaritifera Sapo ASR

Rhinella marina Sapo AQ,PALT

Hylidae Rhaebo guttatus Sapo PALT

Hypsiboas boans Perereca PALT

Osteocephalus leprieuriii Perereca PSLT

Osteocephalus taurinus Perereca PSLT Microhylidae Chiasmocleis shudikarensis --- AQ Leptodactylidae Leptodactylus hylaedactylus Razinha AQ

Leptodactylus fuscus Razinha ASR, PSLT

Leptodactylus mystaceus Razinha AQ, PSLT Strabomatidae Pristimantis fenestratus -- PSLT REPTILIA

SQUAMATA

Iphisa elegans AQ

Ameiva ameiva Calango PSLT

Kentropyx calcarata Calango AQ, PSLT

Cercosaura eigenmanni AQ, PSLT

CROCODILIA

Alligatorydae Paleosuchus trigonatus Jacaré-coroa PALT

4.1.4 Parcela 3 – Área de Influência Indireta (AII, controle)

4.1.4.1

Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps with Drift

Fen-ces) (AIQ)

As armadilhas de queda registraram um total de 27 espécimes de nove espécies, sen-do seis espécies de anuros (Leptodactylus hylaedactylus, n = 17 e Leptodactylus knu-dseni, n = 2, Rhaebo gutattus, n = 1, Osteocephalus taurinus, n = 2, Proceratophrys sp. (Foto 5), n = 1, Elachistocleis sp., n = 1), um anfisbenídeo (Amphisbaena sp., n = 1) e duas espécies de lagartos (Mabuya nigropunctata, n = 1 e Cercosaura eigenman-ni, n = 1). A taxa de captura foi de 0,18 espécime/hora/balde o que equivale a, apro-ximadamente, um espécime capturado a cada cinco horas de funcionamento das ar-madilhas.

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Foto 5 – Proceratophrys sp. registrado na área controle pelo método de AQ Fonte: Rafael L. Balestrin, 2012

4.1.4.2

Procura Sistematizada Limitada por Tempo (PSLT)

Por meio deste método foram registrados dez exemplares de três espécies de anuros (Leptodactylus hylaedactylus, n = 6, Leptodactylus knudseni, n = 2 (Foto 6) e Osteo-cephalus leprieurii, n = 2). A taxa de captura foi de 0,56 espécies/hora/homem ou o equivalente a, aproximadamente, duas espécies capturados a cada hora de amostra-gem.

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Foto 6 – Leptodactylus knudseni registrado na área controle pelo método de PSLT Fonte: Rafael L. Balestrin, 2012

4.1.4.3

Amostragem em sítio de reprodução (ASR)

Foram registradas duas espécies de anfíbios anuros (Hypsiboas albopunctatus, n = 5 e Osteocephalus taurinus, n = 5). Osteocephalus taurinus foi observado em atividade de vocalização no sítio P6.

4.1.4.4

Registros não sistematizados

O método de PALT registrou sete espécimes de cinco espécies, duas espécies de anu-ros (Osteocephalus sp. n = 1 e Leptodactylus labirinthicus, n = 2), duas espécies de serpentes (Oxyrhopus guibei, n = 1 e Corallus hortulanus, n = 2) e o jacaré Paleosu-chus trigonatus, n = 1. Destaque para o filhote de jacaré PaleosuPaleosu-chus trigonatus que foi observado distante do rio em um corpo de água lótico acima de uma cachoeira no ponto UTM 21L 635.174 m / 8.789.417 m (Foto 7).

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Foto 7 – Filhote de Paleosuchus trigonatus registrado na AII pelo método de PALT Fonte: Rafael L. Balestrin, 2012

Vale destacar dois registros realizados por meio de encontros ocasionais. Mais uma vez foi registrado um exemplar da serpente Lachesis muta atropelada na es-trada de acesso para a barragem. Também foi registrado um exemplar de Boa constrictor pela primeira vez na AII.

Com a soma dos resultados obtidos através de todos os métodos de amostragem, fo-ram registrados 56 exemplares de 18 espécies, sendo dez espécies de anuros, quatro espécies de serpentes, duas espécie de lagartos, um anfisbenídeo e uma espécie de jacaré (Tabela 5). O índice de diversidade de Shannon-Wiener foi de SW = 2,17.

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Tabela 5 – Espécies de anuros e répteis registrados na parcela de AII, durante a oitava campanha

Táxon Espécie Nome poplular Método

AMPHIBIA ANURA

Bufonidae Rhaebo guttatus sapo AQ Hylidae Hypsiboas albopunctata perereca ASR

Osteocephalus leprieurii perereca PSLT

Osteocephalus taurinus perereca AQ, ASR

Osteocephalus sp. perereca PALT

Microhylidae Elachistocleis sp. razinha AQ Cycloramphidae Proceratoprhys sp. sapo AQ Leptodactylidae Leptodactylus knudseni rãzinha AQ, PSLT

Leptodactylus labirinthicus razinha PALT

Leptodactylus hylaedactylus razinha AQ, PSLT REPTILIA

SQUAMATA

Scincidae Mabuya nigropunctata. scinco AQ Gymnophtalmidae Cercosaura eigenmanni lagarto AQ Amphisbaenidae Amphisbaena sp. cobra-de-duas-cabeças AQ Boidae Corallus hortulanus bico-de-papagaio PALT

Boa constrictor jiboia EO

Colubridae Oxyrhopus guibei. falsa-coral PALT Viperidae Lachesis muta* pico-de-jaca EO Alligatorydae Paleosuchus trigonatus jacaré-coroa PALT

4.1.5 Espécies endêmicas, raras ou não descritas

Deve-se atenção especial à serpente pico-de-jaca ou surucucu (Lachesis muta), fre-quentemente encontrada nos fragmentos de mata da AII. Ainda vale destacar aquelas espécies ubiquitárias que podem corresponder à complexos de espécies. Além daque-las mencionadas em outras campanhas, destacam-se, também, as espécies do gênero Cnemidophorus.

4.1.6 Espécies procuradas para caça

Até o momento, pelo menos cinco espécies que compõem a herpetofauna da região estudada podem sofrer pressão de caça: a rã Leptodactylus labirinticus, os jacarés Caiman crocodilus e Paleosuchus trigonatus, o jabuti Chelonoides denticulatae e o la-garto Tupinambis sp. Atenção especial deve ser dada à coleta de ovos de quelônios e crocodilianos durante a seca nas praias de areia que se formam ao longo do Rio Teles Pires.

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Mesmo não representando animais utilizados na caça de subsistência, serpentes são alvos frequentes da população, provavelmente, por serem animais estigmatizados desde o gênesis. Desta forma, representam animais de interesse sempre que existir sobreposição de ocorrência com intensa atividade humana.

4.1.7 Espécies de interesse econômico

Deve-se dar atenção especial para as espécies citadas nos itens “Espécies procuradas para caça” e “Espécies de interesse veterinário” por representarem animais que fazem parte da dieta dos moradores locais e que infringem acidentes ofídicos, o que afeta diretamente a força de trabalho humano, possuindo assim viés econômico.

4.1.8 Espécies de interesse científico

Como já mencionado, devido a escassez de estudos realizados na região as taxoceno-ses de répteis e anfíbios são de inquestionável relevância para a ciência. Vale destacar que aquelas espécies que utilizam direta ou indiretamente o rio para sua reprodução e/ou alimentação deveriam ser contempladas com projetos específicos.

4.1.9 Espécies de interesse médico-veterinário

Das espécies com ocorrência confirmada e prevista para a área, oito serpentes (as jararacas, Bothrops atrox, Bothrops moojeni, Bothropoides taeniatus, Lachesis muta e as corais Micrurus sp. Micrurus lemniscatus, Micrurus paranaensis e Micrurus surina-mensis) são consideradas de interesse médico-veterinário, por ocasionarem acidentes ofídicos envolvendo humanos e animais de criação.

Além das serpentes, existem algumas espécies de sapos venenosos (Rhinella cf. schneideri, R. margaritifera, Rhaebo guttatus) que podem ocasionar intoxicação em animais domésticos, como cães e gatos, caso sejam abocanhados e/ou ingeridos.

4.1.10 Espécies indicadoras de qualidade ambiental

Como já descrito, anfíbios são excelentes bioindicadores ambientais, além de desem-penharem importante função na dinâmica entre os ecossistemas. Entretanto, segundo Dufrêne & Legendre (1997), uma boa espécie bioindicadora necessita apresentar alta abundância e frequência de ocorrência em determinada área. Neste sentido, espécies

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de encontro ocasional (e.g. serpentes), ou que ocorrem em baixa abundância nas áreas amostradas não possuem valor como bioindicadores, apesar de poder ser afeta-das por impactos ambientais decorrentes da implantação da UHE Colíder. Espécies que ocorrem habitualmente nas margens do Rio Teles Pires seriam bons modelos para tentar estabelecer comparações entre os momentos pré e pós-enchimento do reserva-tório. Destas, destacar-se-iam Hypsiboas boans (extremamente frequente na vegeta-ção arbustiva do Rio Teles Pires), Leptodactylus rhodomistax e algumas espécies de sapos que parecem utilizar as partes alagadas do rio para a reprodução, como por exemplo, Rhinella margaritifera e Rhaebo guttatus.

Por serem de fácil visualização e captura, além de ocuparem posição ápice na cadeia alimentar (exigindo assim uma oferta alimentar que sustente suas populações), o ja-caré Paleosuchus trigonatus poderá funcionar como excelentes bioindicadores de pri-mitividade dos ecossistemas ou, por outro lado, de diferentes níveis de alteração am-biental ao longo do processo de implantação da UHE Colíder. No entanto, sugere-se a elaboração de projetos que atendam especialmente esta espécie, assim como projetos direcionados a fauna de quelônios da região.

4.1.11 Riqueza e abundância

Na presente campanha pôde-se observar um período de transição entre as estações seca e chuvosa. Nos primeiros dias de amostragem o período revelou-se seco, porém quando as chuvas passaram a ser frequentes, observou-se a elevação do nível do Rio Teles Pires. Algumas questões interessantes puderam ser observadas em relação à riqueza e abundância das espécies neste período (Tabela 6). Serpentes ainda perma-neceram escassas e pouco frequentes, provavelmente, refletindo os efeitos da estação seca, enquanto os lagartos apresentaram-se mais frequentes e abundantes que nas demais campanhas.

Em relação à fauna de anuros, pôde-se observar uma variação na atividade de algu-mas espécies em relação ao aumento periódico do volume de chuvas. Algualgu-mas espé-cies apresentaram-se em franca atividade reprodutiva e, consequentemente, em mai-or frequência que nas campanhas anterimai-ores. Destas, destacam-se as espécies do gê-nero Osteocephalus e Pristimantis fenestratus. Também se pode observar um aumen-to da frequência de jovens de Rhaebo guttatus e filhotes do jacaré Paleosuchus trigo-natus nas margens do Rio Teles Pires, o que também está de acordo com este período de transição.

(39)

Tabela 6 – Índices de riqueza e diversidade obtidos para herpetofauna, por parcela amostral

Parcela

Método

Riqueza (espécies) Taxa de captura (espéci-mes/hora/homem)

Diversidade (SW)

AIQ PSLT ASR AIQ PSLT ASR

AID (1) 8 8 11 0,05 1,5 16,5 2,29 AID (2) 4 4 9 0,05 1,5 11,33 2,03 AID (3) 3 5 4 0,02 0,8 0,5 2,08 AID (4) - - - - AID (5) 4 4 9 0,04 0,28 26 2,27 AID (6) 10 3 5 0,24 0,67 4,5 2,28 AID (7) 2 4 - 0,03 0,33 - 1,76 AID (8) 4 5 1 0,12 0,61 - 1,78 ADA (1) 5 8 2 0,11 0,94 1,08 2,19 ADA (2) 8 12 2 0,20 2,5 3,50 1,88 ADA (3) 4 6 5 0,03 3,1 6,17 2,08 ADA (4) - - - - ADA (5) 4 10 6 0,27 1,28 4,3 1,84 ADA (6) 6 6 1 0,09 1,33 0,02 2,40 ADA (7) 3 4 - 0,02 0,28 - 1,28 ADA (8) 7 8 2 0,09 1,89 - 2,49 AII (1) 5 6 7 0,09 0,38 2,66 2,39 AII (2) - 2 8 - 1,16 5,5 1,67 AII (3) 4 1 3 0,04 1,6 6,5 1,79 AII (4) - - - - AII (5) 2 3 8 0,01 0,28 14,8 2,09 AII (6) 1 3 6 0,05 0,17 3,5 2,41 AII (7) - 1 - - 0,06 - AII (8) 9 3 2 0,18 0,95 - 2,17

Nota: Em negrito os resultados obtidos durante a oitava campanha. Legenda: AID = canteiro de obras,

ADA = reservatório e AII = área controle; método sistematizado: AIQ = armadilhas de interceptação e queda, PSLT = procura sistematizada limitada por tempo e ASR = amostragens em sítio reprodutivo e diversidade (SW = índice de Shannon-Wiener); (1) = primeira campanha, (2) = segunda campanha, (3) = terceira campanha, (4) = quarta campanha, (5) = quinta campanha, (6) sexta campanha, (7) sétima campanha, (8) = oitava campanha.

4.1.12 Similaridade entre as parcelas de amostragem durante a oitava

campanha

Nesta campanha, a análise de Cluster separou ao nível de similaridade de, aproxima-damente, 25% as parcelas em dois grupos. Dos grupos formados, o que apresentou maior índice de similaridade está unido no nível de 36%, constituído pelas parcelas ADA e AID. A parcela da AII está separada em um grupo à parte (Gráfico 1). Não há comparação com o período equivalente do ano passado, pois os estudos estavam sus-pensos por embargo da obra. No entanto, a maior similaridade entre as áreas da ADA

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e AID pode ser explicada, pelo menos em partes, pela maior proximidade destas áreas entre si, assim como com o Rio Teles Pires que, durante a estação, parece abri-gar uma quantidade significativa de espécimes de anfíbios e répteis em atividade.

Gráfico 1 – Análise de similaridade (Bray-Curtis) para a herpetofauna registrada por meio dos métodos aplicados nas parcelas de interesse (ADI, ADA e AII) durante a oitava campanha

4.1.13 Suficiência amostral

A curva de suficiência amostral foi elaborada com base apenas nos registros obtidos por meio dos métodos sistematizados aplicados nas parcelas de amostragem. Até o momento, estes métodos registram um total de 63 espécies. A curva de suficiência amostral continua em formato ascendente, indicando que o número de espécies da herpetofauna, nas parcelas de interesse, é superior ao registrado pelos métodos sis-tematizados até o momento (Gráfico 2), o que pode ser confirmado, pelas espécies registradas, pelos métodos não sistematizadas e atividades de resgate de fauna. O estimador de riqueza Jacknife projetou um total de, aproximadamente, 78 espécies (SD = 3,94) para as parcelas até o momento. Em comparação com a riqueza obser-vada (63 espécies), pode-se afirmar que os métodos sistematizados aplicados amos-traram 81% do total de espécies estimadas para as parcelas até o presente momento.

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Gráfico 2 – Curva do coletor aleatorizada (500 randomizações), construída com base na herpetofauna registrada pelos métodos sistematizados aplica-dos nas parcelas de interesse (ADA, AID, AII) durante as oito campanhas

No Gráfico 2, a primeira campanha corresponde aos dias 1 a 6, a segunda campanha aos dias 7 a 12, a terceira campanha aos dias 8 a 18, a quinta campanha aos dias 19 a 24, a sexta campanha aos dias 25 a 30, a sétima campanha aos dias 31 a 36, e oi-tava campanha dias 37 a 42. A quarta campanha foi interrompida logo no início das atividades e não está contabilizada na análise. A linha contínua representa a curva média e as linhas pontilhadas representam os intervalos de confiança (95%).

4.1.14 Dados não-sistematizados adicionais

Após a coleta de dados em relação à herpetofauna da área da UHE Colíder, as demais equipes vieram a coletar dados importantes acerca as serpentes da área avaliada. Sendo assim, estes registros não foram inseridos nas análises estatísticas, mas são apresentados à parte.

Um fato incomum foi o encontro de três serpentes de grande porte, mortas nas mar-gens do Rio Teles Pires, no local previsto para o reservatório, nas proximidades da barragem. Não se conhece o real motivo que as levou à morte, e este fato merece ser melhor investigado. No mesmo dia, durante vistoria realizada por água ao longo da ADA, foram encontradas duas sucuris (Eunectes murinus) (Foto 8 e Foto 9) e uma serpente da espécie Hydrodinastes gigas (Foto 10). A marcação feita neste indivíduo foi uma marca em uma escama ventral próxima á cloaca, no entanto, a serpente

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en-contrava-se em avançado estágio de decomposição e a região da escama marcada já estava deteriorada. Contudo, acredita-se que seja o mesmo indivíduo capturado e marcado na sétima campanha, pois foi encontrada exatamente no mesmo local e apresentava os mesmos porte, coloração, e padrão dos desenhos.

Foto 8 – Sucuri (Eunectes murinus) de grande porte, com mais de 6 m de compri-mento, encontrada morta na ADA

Fonte: Tacyanne M. M. Correia, 2012

Foto 9 – Sucuri (Eunectes murinus) de aproximadamente 2,5 m encontrada morta durante a oitava campanha na área que formará o reservatório da UHE Colíder, em local próximo da barragem

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Foto 10 – Detalhe da serpente Hydrodinastes gigas encontrada morta Fonte: Tacyanne M. M. Correia, 2012

4.1.15 Considerações finais

Especificamente para esta campanha, não foi possível estabelecer comparações com o período equivalente do ano anterior devido à paralização da obra naquele momento. No entanto, mesmo sem parâmetros de referência, pode-se dizer que os padrões ob-servados estão de acordo com aqueles relatados pela bibliografia como normais para este período do ano (Ávila-Pires, 1995; Carvalho, 2006; Lima et al., 2005; Vitt et al., 2008).

Neste período pôde-se observar a transição entre as estações seca e chuvosa expres-sada pela baixa frequência das serpentes, alta frequência de lagartos e aumento da atividade reprodutiva dos anuros, em especial aquelas espécies do gênero Osteo-cephalus e da espécie Pristimantis fenestratus. Mesmo com as fortes chuvas que ocor-reram em todos os dias de amostragem, os pontos de escuta não foram capazes de reter água, permanecendo secos. Nesta campanha vale ressaltar a captura, pela pri-meira vez, de um exemplar de Proceratophrys sp. nas armadilhas de queda da área controle. Espécies deste gênero possuem reprodução explosiva que só ocorre conco-mitantemente com fortes chuvas e sua atividade corrobora o início do período chuvo-so na região.

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Novamente foi encontrado um exemplar da espécie Lachesis muta agonizando após ter sido atropelada na estrada de acesso para a UHE Colíder na AII. Este fato já foi observado em outras campanhas bem como com outras espécies e, até o momento as questões propostas não foram suficientes para sensibilizar os motoristas que continu-am a atropelar estes animais. Desta forma, sugere-se que sejcontinu-am intensificados os programas de educação ambiental que visem orientar os trabalhadores e colaborado-res no sentido de pcolaborado-reservar a vida selvagem, principalmente daquelas espécies histo-ricamente estigmatizadas pelo ser humano.

Mais uma vez sugere-se que sejam implantados programas específicos que atendam de forma efetiva a fauna de quelônios e crocodilianos do Rio Teles Pires. Estes pro-gramas serviriam para complementar os estudos de monitoramento, atendendo de forma efetiva e adequada estas espécies que utilizam, diretamente, o Rio Teles Pires e podem ser afetadas pela implantação do empreendimento.

Até o presente momento, considerando-se todos os métodos de amostragem, foram registradas 42 espécies de anfíbios anuros, 30 espécies de serpentes, 11 espécies de lagartos, três espécies de anfisbênios, três espécies de quelônios e duas espécies de crocodilianos, totalizando 91 espécies da herpetofauna. Este número torna-se ainda maior quando considerado os dados provenientes do resgate de fauna da AID, onde foram registradas espécies que ainda não foram contempladas pelos métodos do mo-nitoramento.

Referências

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