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RELATÓRIO TÉCNICO FINAL

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Academic year: 2021

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RELATÓRIO TÉCNICO FINAL

Projeto Agrisus N.

o

653/10

Título da Pesquisa: Plantio Direto e Calagem no Sistema Cana Crua

Coordenador: Denizart Bolonhezi

Instituição: Pólo Regional Centro-Leste - Agência Paulista de Tecnologia dos

Agronegócios (APTA)

Endereço: Avenida Bandeirantes, n. 2419, CEP:14030-670, Ribeirão Preto/SP, Fone

(16-36371091), E-mail: denizart@apta.sp.gov.br ou dbolonhezi@gmail.com

Local da Pesquisa

:

Setor de Agronomia do Pólo Centro-Leste (antiga Estação

Experimental do IAC), Ribeirão Preto/SP

Valor Financiado pela Agrisus: R$ 26.660,00

Vigência do Projeto: 05/03/2010 a 30/04/2012

____________________________________________________________

1. INTRODUÇÃO

A área cultivada com cana-de-açúcar no Estado de São Paulo está estimada em 5.768.186 ha na safra 2013/14, dos quais estão em reforma 722.294 ha (CANASAT, 2014). Com o preço do açúcar em queda no exterior, na próxima safra a produção será destinada para o mercado de bioetanol, visando o mercado de 20 milhões de veículos flexfuel da frota nacional. A renovação dos canaviais é o caminho para elevar as médias de produtividade que vem caindo nos últimos anos (de 82 para 68 t de colmos ha-1), contudo com os elevados custos para renovação dos canaviais, estimados entre R$ 5.500 e R$ 7.000 por hectare, uma alternativa é o cultivo de grãos na entressafra e adoção do sistema plantio direto. O aumento nos custos está relacionado com o aumento na cotação do dólar, que implica em aumentos nos preços de fertilizantes e defensivos, porém também está relacionado com a necessidade de aumentar o número de operações agrícolas no preparo do solo (grande quantidade de palhada) e consequentemente maior consumo de diesel.

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Enquanto na safra 2006 a colheita mecanizada crua representava somente 32% da área colhida, na safra passada chegou a 85%. Considerando que a partir deste ano, a colheita sem queima será obrigatória em canaviais com declividade inferior a 12% de declividade, o tema principal da presente pesquisa (plantio direto em reforma de canaviais) apresenta indiscutível relevância.

Neste sistema de colheita, os talhões são sistematizados (maior distância ou eliminação dos terraços) para reduzir número de manobras das colhedoras, contudo com a incorporação da palhada acumulada ao longo dos cortes (média de 15 Mg ha-1 de matéria seca), o solo fica mais exposto aos riscos de erosão e os custos com preparo aumentam em aproximadamente 30%. Além disso, o dimensionamento dos terraços na cana-de-açúcar são incompatíveis com as culturas de rotação, resultando em sérios problemas de conservação de solo. Deve-se salientar que, o assoreamento de sulco de plantio de cana, tem ocasionado significativo aumento nos custos com replantio. Nestas condições, é desejável a adoção dos princípios da agricultura conservacionista, os quais estão alicerçados no mínimo revolvimento do solo, na manutenção dos resíduos na superfície do solo e na rotação de culturas, sendo o sistema plantio direto o mais eficiente no controle de processos erosivos do solo. Todavia, a falta de informações técnicas sobre a viabilidade da aplicação superficial de corretivos e resíduos agroindustriais, assim como a presença de compactação ocasionada pelo intenso tráfego, tem justificado o predomínio do preparo do solo antes do plantio da cana-de-açúcar, mesmo nas áreas em que a soja foi semeada diretamente sobre palhiço de cana.

Frente às questões apresentadas foi possível estabelecer algumas hipóteses: (i) o crescimento da cana-de-açúcar e a produtividade de colmos não é reduzida significativamente no plantio direto; (ii) a aplicação superficial do calcário sobre palhada de cana crua altera os atributos químicos em profundidade abaixo de 10 cm; (iii) o preparo convencional não melhora as principais características físicas do solo em áreas de cana crua. Considerando o contexto discutido e as hipóteses estabelecidas, a presente pesquisa tem os seguintes objetivos; avaliar as características agronômicas e sistema radicular da cana-de-açúcar em preparo convencional e plantio direto após cultivo de soja, bem como as alterações em alguns atributos químicos e físicos do solo em experimento de longa duração.

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2. MATERIAL & MÉTODOS

2.1. Instalação da Pesquisa e Características do Solo

Por se tratar de uma pesquisa de longa duração, é importante mencionar algumas informações que auxiliarão na compreensão dos resultados obtidos e que estarão apresentados neste relatório final. O histórico das atividades realizadas desde a instalação do projeto em 1998 estão apresentadas no Quadro 1. Da mesma forma, são apresentadas as características químicas da fertilidade do solo no início (Quadro 2), bem como algumas informações dos calcários utilizados nas três aplicações realizadas (Quadro 3). O solo da gleba está classificado como LATOSSOLO Vermelho eutroférrico, textura argilosa (EMBRAPA, 2006).

Quadro 1. Histórico das realizadas nos primeiros 11 anos de condução do experimento.

Anos Operações 98 99 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Amostragens x x x x x x x Calagem x x x Semeadura Soja x x x x Colheita Cana x x x x x x X x x Plantio Cana x x

Quadro 2. Características químicas dos solos da área experimental, antes da aplicação da primeira calagem. Média de 32 pontos de amostragem.

Identificação Prof. pH M.O. P K Ca Mg H+Al S.B. CTC V Ribeirão cm - g dm-3 mg dm-3 --- mmolc dm

-3

--- % Preto 0-20 4.8 31 23 0.8 24 7.2 43.9 31.8 75.8 41

Quadro 3. Principais características dos calcários utilizados nas três aplicações. Características dos

Calcários

Anos

1998 2003 2008

Origem/Marca Rocha Metamórfica (Itaú) Rochas Metamórfica (Solofértil) Rocha Sedimentar (Diamante) CaO (%) 30 35 24 MgO (%) 16 15 17 PN (%)1 93 105 85 PRNT (%)2 91.5 85 70 1

PN – poder de neutralização do corretivo, expresso em porcentagem equivalente de carbonato de cálcio puro; e 2 PRNT – poder relativo de neutralização total, calculado em função dos valores de PN e RE: PRNT (%) = (PN x RE) / 100.

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O último corte mecanizado foi realizado em agosto de 2008, sendo que a variedade cultivada na ocasião foi IAC-912218. Devido à drástica redução de produtividade no quarto corte, definiu-se em reformar o canavial e para manter o histórico do experimento, foram realizadas amostragens de solo, aplicação do calcário nas respectivas doses (0, 2, 4 e 6 t ha-1 de calcário dolomítico) e semeadura de soja em novembro de 2008 e novembro de 2009. O cultivo de dois anos de soja está sendo apregoado por alguns agricultores da região nordeste do estado de São Paulo, como uma alternativa para aumentar a produtividade da cana-de-açúcar sobretudo em anos de alta lucratividade desta oleaginosa. Nos últimos dois ciclos de soja optou-se por cultivares transgênicos Monsoy 7908 e Monsoy 7211. As características agronômicas das cultivares foram avaliadas nos dois anos de cultivos. Convém salientar, que embora os componentes da produção tenham sido realizados através de amostras, o restante da produção da parcela foi colhido mecanicamente, reproduzindo fielmente a realidade do produtor. Isto foi possível devido o dimensionamento do tamanho das parcelas e dos carreadores (Figura 1).

Após a colheita da soja (17/03/2010) e antes da incorporação dos resíduos para plantio da cana-de-açúcar no sistema convencional, foi realizada a caracterização dos atributos físicos e químicos do solo em todas as parcelas (Figura 2). Para fins de determinação das características químicas da fertilidade do solo, foram retiradas 10 amostras estratificadas simples para formar uma composta, referentes a 5 profundidades 0-0.5, 0.5-0.10, 0.10-0.20, 0.20-0.40, 0.40-0.60 m. A amostragem foi realizada entre os dias 18/03/2010 e 23/03/2010 e totalizaram 160 amostras compostas. No mesmo período foram retiradas amostras indeformadas nas profundidades 0-0.5, 0.5-0.10, 0.10-0.20, 0.20-0.40, 0.40-0.60 m, utilizando-se anéis volumétricos de 100 cm3. Todas as amostras foram encaminhadas para os Laboratórios de Fertilidade e Física do Centro de Solos e Recursos Agroambientais do Instituto Agronômico de Campinas.

Figura 1. Vista geral da área experimental antes e após o segundo cultivo de soja Monsoy 7211.

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Figura 2. Trincheiras e anéis volumétricos para coleta de amostras indeformadas.

O preparo do solo nas parcelas convencionais foi realizado nos dias 24, 25 e 26 de março de 2011, utilizando-se arado de aivecas, grade aradora e grade niveladora (Figura 3). Nas parcelas referentes aos tratamentos em plantio direto, aplicou-se herbicida glifosate (5 L p.c. ha-1). A sulcação foi realizada na mesma profundidade (aproximadamente 40 cm) nos dois sistemas de manejo do solo (Figura 4). Nesta operação, foram aplicados 40, 160 e 80 kg ha-1 de N, P2O5 e K2O.

As mudas da variedade IACSP95-5000 foram distribuídas manualmente no dia 31/03/2010, de acordo com a recomendação para este genótipo, ou seja, 15 gemas por metro (Figura 5). A razão da escolha se deve a alta exigência em fertilidade do solo, a boa adaptabilidade às condições de colheita mecanizada, ao excelente perfilhamento e à razoável tolerância a ferrugem alaranjada.

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Figura 4. Vista da condição de cada sistema antes da sulcação (esquerda). Operação de abertura dos sulcos e aplicação de fertilizantes (direita).

Simultaneamente ao fechamento do sulco, foi aplicado 1,2 L p.c. ha-1 do inseticida fipronil, na formulação do produto comercial Evidence™, com o objetivo de reduzir infestação de cupins e percevejo castanho (Figura 5).

Figura 5. Operação de cobertura dos sulcos (esquerda). Distribuição das mudas (direita)

Informações sobre as condições microclimatológicas foram coletadas em estação automatizada, que está posicionada a cerca de 200 metros do experimento. Nas Figuras 6, 7 e 8 podem-se observar a distribuição da chuva, temperatura máxima e mínima do ar, respectivamente para o período da cana planta, primeira e segunda soqueira. No Quadro 5 encontra-se um resumo das datas de plantio da cana e das três colheitas, bem como as quantidades de chuva e outras informações microclimatológicas.

Quadro 5. Informações microclimatológicas ocorridas nos três ciclos de desenvolvimento da variedade de cana IACSP95-5000. Ribeirão Preto, SP.

Informações Microclimatológicas Cana Planta Primeira Soqueira Segunda Soqueira

Ciclo total de dias 475 368 391

Número de dias com chuva 158 120 128

Pluviosidade total (mm) período 1524.4 1292.4 1303.1 Média das temperaturas máximas (OC) 28.7 28.9 29.1

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Figura 6. Distribuição da chuva, das temperaturas máximas e mínimas, ao longo do desenvolvimento da cana planta. Período compreendido do plantio (01/04/2010) até a primeira colheita (18/07/2011). Ribeirão Preto, SP.

Figura 7. Distribuição da chuva, das temperaturas máximas e mínimas ao longo do desenvolvimento da primeira soqueira. Período compreendido da colheita da cana planta (18/07/2011) até colheita da primeira soqueira (19/07/2012). Ribeirão Preto, SP.

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Figura 8. Distribuição da chuva, das temperaturas máximas e mínimas ao longo do desenvolvimento da primeira soqueira. Período compreendido da colheita da primeira soqueira (19/07/2012) até colheita da segunda soqueira (13/08/2013). Ribeirão Preto, SP.

2.2. Avaliações e Procedimento das Colheitas

2.2.1. Porcentagem de Falhas, Perfilhamento e Biomassa Seca da Parte Aérea

Avaliações do percentual de falhas (> 50 cm) foram realizadas aos 45 e 120 dias após o plantio, considerando 7 sulcos de 20 metros em cada parcela. Mensalmente, a partir da emergência (45 dias) foram realizadas contagens do número de perfilhos e coletas de amostras da parte aérea, para determinação do acúmulo de biomassa. Amostras foram retiradas em dois pontos de 0,5 m de sulco, lavadas e secadas em estufa com circulação forçada de ar (T ± 60 oC). Estas amostras foram moídas e deverão ser encaminhadas ao Laboratório de Fertilidade do Centro de Solos do IAC para determinação do conteúdo de macronutrientes. O mesmo procedimento foi empregado nas duas soqueiras avaliadas.

As avaliações mensais da biomassa da parte aérea e contagens de perfilhos continuaram até a colheita da cana planta, mantendo-se os mesmos procedimentos. Para determinação da biomassa da parte aérea, foram amostrados 2 pontos de 1 metro no 3o e 7o sulcos. Em virtude do crescimento vegetativo muito vigoroso, a partir da avaliação de outubro, a biomassa fresca total também começou a ser avaliada e somente uma alíquota do total (2 kg) foi levada para estufa de secagem

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para determinação da matéria seca. Para efetuar as leituras antes das plantas murcharem, foi utilizado balança digital portátil para pesagem no campo. Após pesagem em campo, foram amostrados 10 colmos em cada parcela. Estas amostras foram transferidas para o laboratório, a fim de realizar as determinações biométricas (altura de colmo, número de internódios por colmo, diâmetro médio dos colmos, biomassa fresca e seca de colmos e folhas) e acompanhamento da curva de maturação com refratômetro portátil.

Figura 9. Biometria para determinação dos componentes da produção e avaliação do acúmulo de biomassa seca da parte aérea da variedade IACSP95-5000. Ribeirão Preto, SP.

2.2.2. Avaliações agronômicas e tecnológicas do caldo

Na Figura 10 encontram-se as imagens de satélite da gleba do experimento em duas ocasiões, após o plantio e na colheita da segunda soqueira. A colheita das amostras para avaliações agronômicas foram realizadas entre os dias 8 e 12 de agosto de 2013. Nota-se que as parcelas são grandes e permitem a completa mecanização das operações.

Figura 10. Imagem de satélite da área experimental em 2010 por ocasião da instalação do canavial (esquerda). Imagem de satélite da área experimental por ocasião da colheita em agosto de 2013.

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Foram colhidos manualmente dois sulcos de 20 metros em cada sub-parcela (sistema x doses de calcário), conforme Figura 11. Os colmos após limpeza das folhas foram contados e amontoados defronte a subparcela para pesagem com carregadeira (Figura 12). Uma amostra de 10 colmos foi retirada do campo para medidas de algumas características agronômicas (número de internódios, comprimento e diâmetro médio). Aproveitou-se a mesma amostra para as determinações das características tecnológicas do caldo. Os colmos foram encaminhados ao Laboratório de Tecnologia do Centro de Cana do IAC, onde foram determinados; Brix, Pol, AR e pureza do caldo extraído, teor de fibra e açúcar total recuperável (ATR), conforme método CONSECANA.

Figura 11. Detalhes do corte manual da cana-de-açúcar e vista da parcela após corte

Figura 12. Equipamentos para avaliação da biomassa colhida no campo.

2.2.3. Amostragens de solo e raiz, processamento e análises das imagens.

As amostragens de solo para fins de fertilidade foram realizadas antes do plantio da cana e após a cana planta. Além das análises de rotina, foram determinados o calcário residual nas profundidades 0-5, 5-10, 10-20 e 20-40 cm. Conforme mencionado no 3o relatório parcial, ocorreu um acidente no Laboratório do Centro de Solos do IAC e as amostras remetidas para determinação do carbono orgânico foram descartadas. Por conseguinte, foram retiradas (outubro/2012) amostras

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compostas na camada 0-5, 5-10, 10-20, 20-40 e 40-60 cm em todos os tratamentos, as quais foram encaminhadas a Campinas para análise através do equipamento CNHS, no qual foram analisados os teores de carbono, nitrogênio e enxofre. Amostras indeformadas foram retiradas antes do plantio da cana e após a colheita da primeira soqueira para determinação dos atributos previamente definidos, tais como; porosidade total, microporosidade, macroporosidade e densidade do solo. Na primeira soqueira as amostras de anéis volumétricos foram retiradas em duplicatas na linha e entrelinha da cana-de-açúcar, acompanhando o mesmo procedimento dos levantamentos de resistência à penetração com penetrômetro de impacto, conforme Stolf (1991). Amostras de solo foram retiradas para certificar a condição e umidade nas camadas de 0-20 e 20-40 cm, por ocasião das duas últimas avaliações.

A quantificação da biomassa e distribuição do sistema radicular da cana planta foi realizado pelo Método do Trado (Fujiwara et al., 1994), em duas épocas de amostragem (novembro/2010 e abril/2011), sendo seis buracos em cada ponto em transepto (15, 45 e 75 cm a partir da soqueira, tanto para direita quanto para esquerda), conforme Figura 13. Este procedimento foi repetido no período de desenvolvimento da primeira soqueira, amostrando-se a cada 2 meses, porém considerando as doses de calcário C0 (testemunha) e C1 (2,0 t ha-1 de calcário dolomítico). Nesta série de amostragens foi utilizado uma sonda ao invés do trado cerrilhado, tendo sido amostrado a cada 10 cm da superfície do solo até 100 cm, em 6 posições em relação à soqueira, conforme esquema apresentado na Figura 13. As amostragens foram realizadas em setembro/2011, novembro/2011, fevereiro/2012 e abril/2012. O procedimento adotado para armazenamento, lavagem, limpeza, secagem e pesagem foram os mesmos da fase de cana-planta, conforme imagens da Figura 15.

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As avaliações do sistema radicular na segunda soqueira foi realizada com sonda em 2,0 pontos nas profundidades 0-20, 20-40, 40-60, 60-80, 80-100 cm, em todas as sub-subparcelas. Esta medida foi realizada em novembro2013, conforme Figura 14. Para facilitar a dispersão da argila e a lavagem das amostras, em cada amostra foi acrescentado cerca de 20 mL de solução de água com álcool (20%), conforme Figura 15. Depois da lavagem e separação em peneira de 0,5 mm, imagens das raízes foram obtidas em scanner de mesa.

As mesmas foram processadas no software Safira®, através do qual foram determinados; o comprimento médio, a área coberta por raízes, volume e o diâmetro médio. Na Figura 16 está apresentada a sequencia de análise das imagens, sendo A- imagem gerada pelo scanner, B- imagem binarizada (converte as cores em preto com fundo contrastante em branco), C- filtragem e retirada de impurezas na imagem, D e E- esqueletamento (traçado o centro de cada fragmento para cálculo do diâmetro médio ponderado) e F- imagem pronta para processamento. Após obtenção das imagens, as amostras foram secas em estufa com circulação forçada de ar para determinação da matéria seca. Os valores de matéria seca foram expressos em g dm-3. Para extrapolar os valores em kg ha-1, procedeu-se cálculo através da equação; MR (kg ha-1) = [(massa seca de raiz/volume do trado)*volume da camada de solo amostrada] x 1000, conforme proposto por Otto et al. (2009).

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Figura 15. Sequencia do preparo das amostras, desde a diluição em solução alcoólica, passado pela lavagem, separação em peneira de 0,5 mm e retirada das impurezas.

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Figura 16. Sequência de geração das imagens no software Safira (EMBRAPA), desde a imagem obtida no scanner até o processamento final (binarização, filtragem, esqueletamento e análise).

Procedeu-se a análise de variância dos resultados agronômicos e de algumas características do solo, através do software estatístico ESTAT (UNESP, Jaboticabal). Quando significativas, as regressões são apresentadas em gráficos.

A B

C D

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A seguir estão apresentados os principais resultados obtidos neste projeto de longa duração, muitos já mencionados nos três relatórios parciais, mas agora reunidos em quatro tópicos; resultados sobre fertilidade do solo, resultados de algumas características físicas, resultados do estudo do sistema radicular da cana-de-açúcar, bem como os efeitos nos componentes da produtividade e nas características tecnológicas do caldo.

3.1. Alterações na Fertilidade do Solo

Nas Tabelas 1 e 2, pode-se observar que a saturação por bases e o pH (CaCl2) aumentou de

forma linear em função das doses de calcário nos dois sistemas de manejo do solo em todas as profundidades avaliadas. Embora com menor magnitude que no sistema convencional, a elevação da saturação por bases e do pH é verificada mesmo em camadas mais profundas, inclusive abaixo de 40 cm (Figuras 17 e 18), ocorrência não verificada nos primeiros anos desta pesquisa (em 1999). Tabela 1. Valores de saturação por bases (%) na diferentes profundidades (cm) dos tratamentos de manejo de solo e doses de calcário, referente à amostragem de março de 2010. Ribeirão Preto, SP.

Sistema de Manejo (SM)

Saturação por Bases (V%)

0-5 5-10 10-20 20-40 40-60 --- % --- Preparo Convencional 65,9 B 64,4 66,0 66,3 A 58,1 Plantio Direto 80,4 A 69,4 59,8 56,3 B 58,0 Teste F 184,5 ** 7,6 ns 7,1 ns 61,2** 0,01 ns Calcário, t/ha (C) 0,0 42,3 D 42,1 C 49,8 B 52,3 B 52,1 B 2,0 75,1 C 64,8 B 53,6 B 54,9 B 53,8 AB 4,0 80,9 B 77,4 A 72,0 A 65,8 A 61,4 AB 6,0 87,4 A 83,2 A 76,3 A 71,9 A 64,8 A Regressão L** L** L** L* L** (PD) Interação SM x C Teste F C.V.(%) parcela C.V.(%) subparcela 17,6 ** 4,2 4,9 3,7 * 7,7 8,4 1,0 ns 10,5 13,0 1,75 ns 5,9 10,9 0,62 ns 21,8 13,9 L: regressão linear; * e ** teste F significativo respectivamente a 5 e 1% de probabilidade

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Figura 17. Regressões lineares entre saturação por bases (V%) e doses de calcário, em dois sistemas de manejo do solo (convencional e plantio direto), em experimento de longa duração. Análise referente a amostragem antes do plantio do terceiro canavial (março de 2010). Ribeirão Preto, 2010.

Tabela 2. Valores de pH (CaCl2) na diferentes profundidades (cm) dos tratamentos de manejo de solo e doses

de calcário, referente à amostragem de março de 2010. Ribeirão Preto, SP.

Sistema de Manejo (SM) pH (CaCl2)

0-5 5-10 10-20 20-40 40-60 Preparo Convencional 5,6 B 5,6 5,6 A 5,7 A 5,7 A Plantio Direto 6,0 A 5,7 5,5 B 5,5 B 5,6 B Teste F 70,3 ** 1,7 ns 14,8 * 77,8 ** 13,7 * Calcário, t/ha (C) 0,0 5,2 C 5,0 C 5,1 B 5,3 B 5,5 B 2,0 5,8 B 5,5 B 5,3 B 5,4 B 5,5 B 4,0 6,0 AB 5,9 A 5,9 A 5,7 A 5,7 AB 6,0 6,2 A 6,1 A 6,0 A 5,9 A 5,8 A Regressão L** L** L** L** L* (PD) Interação SM x C Teste F C.V.(%) parcela C.V.(%) subparcela 0,79 ns 2,3 5,0 0,94 ns 3,1 4,3 1,95 ns 2,4 4,1 1,42 ns 1,5 3,3 0,44 ns 1,4 2,7 L: regressão linear; * e ** teste F significativo respectivamente a 5 e 1% de probabilidade

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Figura 18. Regressões lineares entre valores de pH (CaCl2) e doses de calcário, em dois sistemas de manejo

do solo (convencional e plantio direto), em experimento de longa duração. Análise referente a amostragem antes do plantio do terceiro canavial (março de 2010). Ribeirão Preto, 2010.

Os resultados encontrados na presente pesquisa concordam com publicação de Rheinheimer eta l. (2000), que verificaram significativos aumentos no pH na camada de 10 cm, após aplicação superficial de 17 t ha-1 de calcário em área cultivada com pastagem. Estes autores explicam que alta taxa de aplicação promove a formação de uma frente de alcalinização que atua em profundidade ocasionando alterações em diversos atributos químicos do solo. Da mesma forma, porém em solo com textura mais argilosa, Caires et al. (2005), também conseguiram verificar significativas alterações no pH em profundidade, as quais atribuíram à aplicação anual do calcário em doses relativamente altas.

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Além disso, conforme Sorato e Crusciol (2008), pode haver movimento de partículas de calcário no plantio direto, mediante percolação de água através de planos de fraqueza e canais formados por raízes, explicando assim a determinação de calcário não dissolvido na camada de 20-40 cm. Entretanto, a movimentação do solo ocorrida na operação de sulcação pode ter sido um dos fatores determinantes, além da formação de bioporos através da manutenção do sistema radicular ano após ano, associado à atividade de insetos e outro componentes da biologia do solo. De qualquer forma, estes resultados contribuem sobremaneira para compreensão das diversas hipóteses sobre a frente de alcalinização ocorrida com a aplicação de calcário em superfície em sistemas de plantio direto já estabilizados. Estes resultados remetem à necessidade de refinamento das próximas análises, com vistas a concluir com mais propriedade, sobre as causas da elevação do pH e da saturação por bases no sistema plantio direto.

A melhoria da fertilidade do solo em função da aplicação do calcário em superfície, pode ser também evidenciada pelo aumento da CTC mesmo nas camadas mais profundas. Na Tabela 3, observa-se que a CTC dobrou na camada de 0-5 cm no plantio direto. O fato de não ter sido verificado significância para análises da regressão no sistema plantio direto na camada 0-5 cm e menor magnitude que o convencional, pode estar relacionado com a variabilidade nos conteúdos de carbono ao longo do perfil decorrente da decomposição irregular dos resíduos (palhiço de cana crua, resíduo da soqueira e palhada da soja cultivada na reforma). Os resultados de carbono a serem gerados poderão auxiliar nesta discussão, considerando que a CTC dos solos tropicais são extremamente dependentes da matéria orgânica do solo.

Tabela 3. Valores da CTC (mmolc dm-3) na diferentes profundidades (cm) dos tratamentos de

manejo de solo e doses de calcário, referente à amostragem de março de 2010. Ribeirão Preto, SP.

Sistema de Manejo (SM)

Capacidade de Troca de Cátions (CTC)

0-5 cm 5-10 cm 10-20 cm 20-40 cm 40-60 cm --- mmolc dm-3 --- Preparo Convencional 88 B 64,4 66,0 66,3 A 58,1 Plantio Direto 170 A 71,3 59,8 56,3 B 58,0 Teste F 26,3 ** 6,9 ns 7,1 ns 61,2 ** 0,01 ns Calcário, t/ha (C) 0,0 106,0 45,9 C 49,8 B 52,5 B 52,1 A 2,0 127,0 64,8 B 53,6 B 54,8 B 53,8 AB 4,0 131,0 77,4 A 72,0 A 65,8 A 61,4 AB 6,0 150,0 83,3 A 76,3 A 71,9 A 64,9 B Regressão L** (PC) L** L**(PC) *(PD) L**(PC) *(PD) L**(PD) Interação SM x C Teste F C.V.(%) parcela C.V.(%) subparcela 0,37 ns 34,8 30,5 0,43 ns 10,9 12,9 1,02 ns 10,5 13,0 1,75 ns 5,9 10,9 0,62 ns 21,8 13,9 L: regressão linear; * e ** teste F significativo respectivamente a 5 e 1% de probabilidade

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Nas Tabelas 4 e 5 estão apresentados os teores de Ca+2 e Mg+2 trocáveis. Observa-se que nas camadas superiores (0-5 e 5-10 cm) os teores de cálcio são significativamente maiores no plantio direto, para a média das doses de calcário, mas para os teores de Mg+2 esta diferença somente é verificada nos primeiros 10 cm. Para os dois sistemas de manejo o estudo da regressão (Figuras 19 e 20) demonstra que ocorre aumento linear nos teores Ca+2 e Mg+2, em função das doses de calcário, mesmo em subsuperfície (40-60 cm).

Tabela 4. Teores de cálcio trocável (mmolc dm-3) na diferentes profundidades (cm) dos tratamentos

de manejo de solo e doses de calcário, referente à amostragem de março de 2010. Ribeirão Preto/SP

Sistema de Manejo (SM)

Teores de Cálcio Trocável (Ca+2)

0-5 cm 5-10 cm 10-20 cm 20-40 cm 40-60 cm --- mmolc dm-3 --- Preparo Convencional 36,1 B 41,1 B 39,8 A 37,5 27,3 Plantio Direto 95,9 A 57,8 A 33,4 B 28,6 28,0 Teste F 169,5 ** 11,5 * 22,8 * 9,6 ns 0,01 ns Calcário, t/ha (C) 0,0 30,3 B 28,9 B 25,8 B 29,4 B 24,8 B 2,0 71,4 A 37,4 B 27,1 B 27,1 B 23,8 B 4,0 76,5 A 59,1 A 42,8 A 33,8 AB 28,5 AB 6,0 92,0 A 72,4 A 50,8 A 42,0 A 33,5 A Regressão L** L** L** L* (PD) L* (PC) L* Interação SM x C Teste F C.V.(%) parcela C.V.(%) subparcela 3,9* 18,3 36,3 1,5 ns 28,1 27,9 0,75 ns 10,3 28,8 3,14 ns 24,5 18,8 1,34 ns 24,8 16,8 L: regressão linear; * e ** teste F significativo respectivamente a 5 e 1% de probabilidade

Tabela 5. Teores de Mg trocável (mmolc dm-3) na diferentes profundidades (cm) dos tratamentos de

manejo de solo e doses de calcário, referente à amostragem de março de 2010. Ribeirão Preto/SP

Sistema de Manejo (SM)

Teores de Magnésio Trocável (Mg+2)

0-5 cm 5-10 cm 10-20 cm 20-40 cm 40-60 cm --- mmolc dm-3 --- Preparo Convencional 18,8 B 19,6 18,5 15,9 A 10,8 Plantio Direto 36,6 A 23,5 15,8 10,8 B 9,3 Teste F 115,5 ** 4,4 ns 5,1 ns 20,6 * 1,33 ns Calcário, t/ha (C) 0,0 11,4 C 8,0 D 8,9 B 7,5 C 6,1 C 2,0 29,5 B 19,5 C 12,3 B 10,4 C 8,0 C 4,0 29,3 B 26,4 B 21,5 A 15,4 B 11,1 B 6,0 40,6 A 32,3 A 32,3 A 20,3 A 15,0 A Regressão L** L** L** L** L*(PD) L** (PD) Interação SM x C Teste F C.V.(%) parcela C.V.(%) subparcela 5,3 ** 16,9 21,5 2,09 ns 24,6 18,4 1,31 ns 19,7 33,3 6,1 * 23,9 23,8 7,2 ** 36,6 17,6 L: regressão linear; * e ** teste F significativo respectivamente a 5 e 1% de probabilidade

(20)

Figura 19. Regressões lineares entre teores de cálcio (mmolc dm-3) e doses de calcário, em dois sistemas de manejo do solo

(convencional e plantio direto), em experimento de longa duração. Análise referente a amostragem antes do plantio do terceiro canavial (março de 2010). Ribeirão Preto, 2010.

Caires et al. (2005; 2008), informam que logo no primeiro ano após aplicação do calcário já é possível verificar aumentos nos teores de cálcio e magnésio trocáveis na camada de 0-5 cm, contudo para camada 5-10, o tempo decorrido para observar elevação significativa nos teores de Mg2+ foi de 2,5 a 5 anos, com resultados consistentes até o 10o ano.

(21)

Do ponto de vista prático, pode-se dizer que após 12 anos com aplicação superficial de calcário periodicamente, ocorre aumento nos teores de Ca+2 e Mg+2 em profundidade, favorecendo assim o desenvolvimento do sistema radicular. Convém salientar, que os teores de Mg+2 são significativamente maiores no PD na testemunha sem calcário, resultado que pode estar associado com o aumento da matéria orgânica nesta camada (PD).

Figura 20. Regressões lineares entre teores de cálcio (mmolc dm-3) e doses de calcário, em dois sistemas de manejo do

solo (convencional e plantio direto), em experimento de longa duração. Análise referente a amostragem antes do plantio do terceiro canavial (março de 2010). Ribeirão Preto, 2010.

(22)

Deve-se considerar que a acidez no tratamento controle, mesmo no convencional foi reduzida, em comparação com a condição inicial. Uma das razões pode estar relacionada aos dois anos consecutivos de soja antes do plantio do atual canavial. Pelo fato de não utilizar adubação nitrogenada, houve redução no processo de acidificação.

Na Tabela 6 estão apresentados os teores de fósforo nas diferentes profundidades. Observa-se principalmente na camada superficial que o plantio direto apreObserva-senta valores significativamente maiores que no convencional. O estudo da regressão demonstra que para o sistema plantio direto ocorre resposta linear em função das doses de calcário até 10 cm, enquanto para o convencional esta resposta é verificada também na camada de 10-20 cm. Bolliger et al. (2006) em extensa revisão sobre os benefícios do plantio direto no Brasil, apresenta diversos artigos os quais mencionam que no sistema plantio direto a demanda por fertilizante fosforado pode ser reduzida em 50% em virtude do aumento expressivo nos teores de fósforo orgânico que pode corresponder até 70% deste nutriente na camada de 0-20 cm. Pode-se inferir também que após 12 anos sem revolvimento, sendo dois anos consecutivos com soja, no sistema plantio direto o fósforo remanescente das adubações fica concentrado na camada superficial, contribuindo assim para acusar maiores valores no plantio direto sem calcário. A resposta em função da calagem concorda com o conhecimento básico e já consolidado sobre fertilidade do solo, ou seja, aumento do pH e consequente aumento na disponibilidade do fósforo.

Tabela 6. Teores de Fósforo - P (mg dm-3) na diferentes profundidades (cm) dos tratamentos de manejo de solo e doses de calcário, referente à amostragem de março de 2010. Ribeirão Preto/SP

Sistema de Manejo (SM) Teores de Fósforo (P) 0-5 cm 5-10 cm 10-20 cm 20-40 cm 40-60 cm --- mg dm-3 --- Preparo Convencional 34,6 B 34,6 29,2 28,6 A 19,6 Plantio Direto 48,8 A 33,4 25,4 20,3 B 16,6 Teste F 57,8 ** 0,93 ns 6,4 ns 10,1 * 0,01 ns Calcário, t/ha (C) 0,0 35,0 25,6 B 24,0 C 23,8 AB 16,3 B 2,0 41,8 28,1 B 21,6 BC 20,1 B 15,8 B 4,0 42,3 34,0 B 30,3 AB 25,3 AB 23,1 A 6,0 47,9 48,3 A 33,4 A 28,5 A 17,1 AB Regressão L**(PD) L* L **(PD) L** (PC) L ns L ns Interação SM x C Teste F C.V.(%) parcela C.V.(%) subparcela 0,79 ns 12,7 22,8 1,2 ns 10,8 26,6 1,2 ns 15,4 21,3 0,73 ns 30,1 23,2 1,96 ns 47,4 25,3 L: regressão linear; * e ** teste F significativo respectivamente a 5 e 1% de probabilidade

(23)

Com relação às alterações ocorridas nos teores de potássio no solo, os resultados apresentados na Tabela 7, demonstram altos valores de coeficiente de variação, fato que dificulta a compreensão dos efeitos do manejo e do calcário sobre este atributo. Inicialmente é importante comentar que o potássio é o elemento extraído em maior quantidade pela cana-de-açúcar, apesar de não fazer parte de nenhum composto orgânico presente na cultura (Orlando-Filho, 1993). Em 100 toneladas de colmos e folhas, são extraídos e exportados 174 kg de K+. Para a média dos tratamentos, os teores de potássio encontravam-se antes do plantio da cana-de-açúcar na faixa de 1,1 mmolc dm-3, portanto requereria aplicação de 140 kg ha-1 de K2O, contudo a quantidade

aplicada foi em torno de 120 kg. Provavelmente, os resíduos dos dois anos de soja puderam contribuir para o fornecimento da diferença que foi requerida pela cana-de-açúcar. Pode-se considerar que em 2 toneladas de resíduos de soja, pode-se fornecer cerca de 72 kg ha-1 de K2O. No

entanto, esta informação demanda atenção quanto à quantidade a ser aplicada nesta primeira cana soca. Segundo as recomendações, para expectativa de produção acima de 100 t, deve-se aplicar 160 kg ha-1 de K2O. Muito embora, como a área foi colhida sem queima, conforme informações de

literatura próximo de 85 % do potássio presente no palhiço da cana retorna ao solo no primeiro ano. Tabela 7. Teores de Potássio (mmolc dm-3) na diferentes profundidades (cm) dos tratamentos de

manejo de solo e doses de calcário, referente à amostragem de março de 2010. Ribeirão Preto/SP

Sistema de Manejo (SM) Teores de Potássio (K+) 0-5 cm 5-10 cm 10-20 cm 20-40 cm 40-60 cm --- mmolc dm-3 --- Preparo Convencional 1,3 0,95 0,58 0,78 0,81 Plantio Direto 1,5 0,86 1,05 0,78 0,71 Teste F 2,4 ns 0,17 ns 3,66 ns 0,01 ns 0,09 ns Calcário, t/ha (C) 0,0 1,53 1,10 0,93 0,71 0,69 2,0 1,38 0,85 1,06 0,80 0,64 4,0 1,50 0,91 0,66 1,01 0,68 6,0 1,34 0,75 0,61 0,63 1,04 Regressão ns ns ns ns ns Interação SM x C Teste F C.V.(%) parcela C.V.(%) subparcela 0,04 ns 25,8 28,3 0,89 ns 65,5 37,3 1,18 ns 85,5 85,4 2,12 ns 60,4 44,1 0,37 ns 113,9 78,9 L: regressão linear; * e ** teste F significativo respectivamente a 5 e 1% de probabilidade

(24)

Figura 21. Regressões lineares entre teores de fósforo (m dm-3) e doses de calcário, em dois sistemas de manejo do solo (convencional e plantio direto), em experimento de longa duração. Análise referente a amostragem antes do plantio do terceiro canavial (março de 2010). Ribeirão Preto, 2010.

(25)

O calcário residual foi determinado pela diferença entre os teores de Ca+Mg determinados por espectrofotometria de absorção atômica a partir de extratos obtidos por agitação com solução ácida (dissolve carbonatos e libera Ca e Mg) e por agitação com solução de acetato de amônio a pH 7,0 (não dissolve carbonatos). Esta análise foi realizada para as amostras coletadas nas profundidades 0-5, 5-10, 10-20 e 20-40 cm. Como houve interação significativa entre a forma de aplicação e as doses de calcário testados, com exceção da profundidade 10-20 cm, os resultados foram desdobrados, conforme apresentado na Tabela 8. Verifica-se na Tabela 2, que os teores de Ca+Mg residual foram significativamente maiores no plantio direto na camada de 0-5 cm, para todas as doses de calcário aplicadas. Na profundidade de 5-10 cm, esta diferença ocorreu somente na dose de 6 t ha-1. Por outro lado, na camada de 20-40 cm, foi determinado maior teor de Ca+Mg residual no plantio convencional. No sistema convencional, foi observada diferença significativa somente na camada de 20-40 cm, enquanto no plantio direto, observou-se aumento linear em função das doses, para as camadas 0-5 e 5-10 cm. Convém mencionar, que as quantidades de calcário residual na profundidade 0-5 cm no plantio direto nesta avaliação foram 31, 5.5 e 5.4 vezes maior que os teores quantificados em 1999, após a primeira calagem.

Tabela 8. Teores de cálcio e magnésio provenientes do calcário residual, não dissolvido, aplicado a solo coberto com palhiço de cana crua, em plantio direto e convencional.

Tratamentos e Profundidades de

amostragem

Teores de Ca + Mg residual, conforme dose de calcário aplicado (t ha-1)

2,0 4,0 6,0

Plantio Convencional (Ca + Mg) mmolc dm-3

0-5 cm 36.0 Ba 36.0 Ba 35.5 Ba

5 - 10 cm 28.8 Aa 36.8 Aa 31.8 Ba

10 - 20 cm 20.0 28.0 25.0

20 - 40 cm 9.5 Ab 15.8 Ab 29.8 Aa

Plantio Direto (Ca + Mg) mmolc dm-3

0 - 5 cm 88.8 Ab 113.8 Ab 200.5 Aa

5 - 10 cm 39.5 Ab 41.3 Ab 78.3 Aa

10 - 20 cm 24.0 25.0 22.0

20 - 40 cm 13.5 Aa 14.3 Aa 13.5 Ba

(26)

Na Figura 22, estão apresentados os valores de estoque de carbono calculados para cada profundidade de amostragem, comparando os dois sistemas de manejo para a média das doses calcário. Observa-se que na camada superficial de 0-5 cm de profundidade, o estoque de carbono é significativamente maior no plantio direto. Porém, na camada de 20-40 cm ocorre resultado oposto. Considerando o perfil de 0-60 cm, verifica-se que o estoque de carbono acumulado em 12 anos é 116 Mg ha-1 no plantio direto e 110,9 Mg ha-1 no convencional, uma diferença de 5,3 Mg ha-1 a mais no manejo conservacionista. Estes resultados podem ser corrigidos para mesma equivalência de massa, conforme proposto por Sisti et al. (2004), caso seja necessário comparar os diferentes manejos em relação a uma área de referência (mata) ou início da pesquisa. Contudo, como nesta primeira exploração dos dados a intenção do trabalho é apenas quantificar os estoques nos dois manejos, a transformação dos dados não se faz necessária.

Em fase anterior deste projeto de pesquisa, utilizou-se este procedimento considerando os primeiros 7 anos de adoção do plantio direto e constatou-se taxa de sequestro de carbono de 1,63 Mg ha-1 ano-1 em relação ao convencional que acumulou 0,67 Mg ha-1 ano-1, de acordo com trabalho de Segnini et al (2013). Estes resultados próximos dos valores calculados por Cerri et al. (2011), que estimam taxa de sequestro de média de 1,5 Mg ha-1 ano-1, sendo 0,73 para solos arenosos e 2,04 para solos argilosos. Todavia, estes resultados foram obtidos comparando cana queimada com cana crua, sem envolver sistema de manejo e controle local.

Convém salientar que, ambos os sistemas recebem o mesmo aporte de palhiço todos os anos. Assim sendo, a diferença favorável ao plantio direto é oriundo da contribuição da biomassa do sistema radicular mantido praticamente intacto ao longo destes anos. A diferença favorável ao sistema convencional na camada de 10-20 cm de profundidade pode ser atribuído ao fato de utilizar arado de aivecas na operação de preparo, o qual favorece a inversão de camadas de solo. Dessa forma, os resíduos presentes na superfície são incorporados, favorecendo a decomposição e incorporação do carbono nos diferentes compartimentos da matéria orgânica do solo. Em futuros estudos neste projeto é conveniente discriminar quanto de carbono é proveniente da cana-de-açúcar (C4) e quanto é resultado da contribuição dos restos culturais da soja (C3) cultivada em rotação.

(27)

Figura 22. Estoque de carbono (Mg ha-1) em diferentes profundidades de solo no manejo de solo convencional e plantio direto após 12 anos de colheita mecanizada sem queima.

3.2. Alterações nas Características Físicas do Solo

Pode-se verificar na Figura 23, que as medidas efetuadas na entrelinha (resíduos acumulados de soja e cana crua) apresentaram, para a média das doses de calcário, 3.8 % a mais de conteúdo de água na camada de 0-20 cm, em comparação aos tratamentos sem resíduo na superfície.

Vale ressaltar, que mesmo após longo período de estiagem, os resíduos acumulados ao longo dos anos, os quais não são muito visíveis (5 t ha-1 de M.S.), mas persistem na entrelinha da cana-de-açúcar, contribuiu para manter um maior conteúdo de água no solo. Na Figura 24, observa-se que esta diferença também foi verificada entre as doses de calcário, resultado que pode ser explicado por alguma alteração na distribuição dos poros, proporcionado pelas doses de calcário. Todavia, por ser tratar de uma avaliação pontual, mais resultados são necessários para concluir as razões para o aumento do conteúdo de água no solo em função das doses de calcário.

00 05 10 15 20 25 30 35 40 45 0 - 0,5 0,5 - 0,10 0,10 - 0,20 0,20-0,40 0,40-0,60 9,7 b 13,8 a 36,3 a 31,5 a 19,6 a 12,3 a 16,2 a 41,4 a 27,7 b 18,6 a Est oque de Car bono no Solo (Mg ha -1) Profundidade (m)

Estoque de Carbono no Solo em Cana-de-Açúcar

Convencional Plantio Direto

(28)

Figura 23. Umidade do solo (%) na camada de 0-20 cm nos sistemas convencional e plantio direto, determinada por TDR, referente às medidas realizada aos 150 dias após o plantio (09/09/2010). Médias seguidas por mesma letra não diferem ao nível de 5% de probabilidade (Tukey 5%).

Figura 24. Umidade do solo (%) na camada de 0-20 cm para as doses de calcário, referente às medidas realizada aos 150 DAP (09/09/2010). Médias seguidas por mesma letra não diferem ao nível de 5% de probabilidade (Tukey 5%).

Na Tabela 9., estão apresentados os resultados parciais das análises físicas realizadas nas amostras indeformadas coletadas após a colheita da soja e antes do plantio da cana-de-açúcar. Observa-se, que mesmo após 12 anos da instalação, nos quais foram realizados 8 cortes mecanizados, não foi possível identificar aumentos significativos na densidade do solo, para todas as profundidades avaliadas. Por conseguinte, pode-se dizer que os dois preparos de solo realizados nas três reformas (anos 1998, 2003 e 2008) não alteraram significativamente a densidade do solo.

11 12 13 14 15 16 17 18 Sulco Entrelinha 16.7 17.6 A 15.1 13.8 B Um id ad e d o S o lo (% ) 0 -20 cm Posição da Leitura

Umidade no Solo (%) - 0-20 cm

Plantio Direto Plantio Convencional 11.00 12.00 13.00 14.00 15.00 16.00 17.00 18.00 Sulco Entrelinha 14.6 B 15.0 AB 14.5 AB 14.3 B 16.6 AB 17.3 A 17.4 A 16.8 AB Um id ad e d o S o lo (% ) Posição da Leitura

Umidade no Solo (%) - 0-20 cm

Testemunha 2,0 t/ha 4,0 t/ha 6,0 t/ha

(29)

Convém mencionar também que, na profundidade de sulcação para plantio da cana, os valores médios de densidade são menores no plantio direto. Verifica-se também que na média dos preparos, a densidade diminuiu em função das doses do calcário. Embora não tenha ocorrido diferença estatística, a redução da densidade em função da calagem demonstra o efeito do calcário na agregação do solo, pois o cálcio aumenta a floculação da argila.

Tabela 9. Valores de densidade do solo (g cm-3) em diferentes profundidades do solo e doses de calcário nos sistemas convencional e plantio direto. Amostragem realizada antes do plantio da cana. Ribeirão Preto, 2010.

Sistema Densidade do Solo (g cm

-3 ) 0-5 cm 5-10 cm 10-20 cm 20-40 cm 40-60 cm Plantio Direto 1.14 1.21 1.30 1.26 1.24 Convencional 1.05 1.14 1.26 1.31 1.26 Teste F 5.2 ns 3.5 ns 3.6 ns 2.6 ns 0.55 ns d.m.s.(Tukey 5%) 0.11 0.05 0.06 0.09 0.07 Calcário (t/ha) Testemunha 1.18 1.24 1.30 1.31 1.26 2,0 + 2,0 + 2,0 1.11 1.18 1.30 1.30 1.24 4,0 + 4,0 + 4,0 1.03 1.16 1.32 1.27 1.24 6,0 + 6,0 + 6,0 1.06 1.12 1.19 1.24 1.25 Teste F 2.79 ns 1.58 ns 2.0 ns 0.94 ns 0.16 ns d.m.s.(Tukey 5%) 0.15 0.16 0.16 0.13 0.08 Interação S x C 1.32 ns 1.45 ns 0.3 ns 0.32 ns 0.68 ns C.V. (%) parcela 9,4 6,4 4,2 6,8 4,7 C.V. (%) subparcela 9,7 10,0 9,2 6,8 5,1

Médias seguidas por letras diferentes, diferem pelo teste de Tukey (5%).

O aumento da floculação da argila proporcionado pelo cálcio, favorece a formação de microagregados, os quais interferem na porosidade total do solo. Pode-se observar na Tabela 10., que na camada de 5 a 10 cm, houve interação entre sistema de manejo e doses de calcário. O desdobramento desta interação (Figura 25), demonstra que a porosidade total aumentou significativamente na dose de 6,0 t ha-1 de calcário no sistema convencional, o qual apresentou 7% a mais de poros que o plantio direto, nesta dose. Somente na profundidade de 0 a 5 cm, a porosidade total foi estatisticamente maior no sistema convencional, para a média das doses de calcário. Nas demais profundidades não houve diferença para porosidade total.

(30)

Tabela 10. Porosidade total (%) em diferentes profundidades do solo e doses de calcário nos sistemas convencional e plantio direto. Amostragem realizada antes do plantio da cana. Ribeirão Preto, 2010.

Sistema Porosidade Total do Solo (g cm

-3 ) 0-5 cm 5-10 cm 10-20 cm 20-40 cm 40-60 cm Plantio Direto 60.2 b 58.5 a 58.1 59.0 60.2 Convencional 62.6 a 60.9 b 59.2 57.7 59.5 Teste F 12.3 * 21.2 * 1.63 ns 2.57 ns 4.7 ns d.m.s.(Tukey 5%) 2.33 1.64 2.8 2.6 1.0 Calcário (t/ha) Testemunha 60.0 58.8 b 58.1 57.5 59.0 2,0 + 2,0 + 2,0 61.6 59.3 ab 58.8 59.0 60.8 4,0 + 4,0 + 4,0 61.9 59.3 ab 57.8 57.8 60.4 6,0 + 6,0 + 6,0 61.6 61.5 a 59.9 59.1 59.3 Teste F 0.57 ns 3.85 * 0.92 ns 0.77 ns 1.2 ns d.m.s.(Tukey 5%) 4.6 2.54 3.86 3.8 3.1 Interação S x C 0.36 ns 6.1 ** 0.67 ns 0.75 ns 0.51 ns C.V. (%) parcela 3,8 2,4 4,3 3,9 1,6 C.V. (%) subparcela 5,3 3,0 4,7 4,6 3,7

Médias seguidas por letras diferentes, diferem pelo teste de Tukey (5%).

A maior porosidade total verificada no sistema convencional na dose 6,0 t ha-1, encontra correspondência com os resultados de macroporosidade apresentados na Tabela 11. O desdobramento da interação significativa entre sistema x doses de calcário (Figura 26 e 27), mostra que a macroporosidade foi 8,5 % maior no convencional na maior dose de calcário. Portanto, na profundidade de 5 a 10 cm, o preparo convencional aliado a alta dose de calcário aumentou significativamente a o percentual de macroporos. Contudo, o efeito do preparo neste caso, contribuiu para aumentos significativos no percentual de macroporos até a camada de 10-20 cm. Estes resultados demonstram que mesmo após dois anos consecutivos de cultivo de soja no sistema convencional, o preparo de solo alterou este atributo somente nos primeiros 20 cm de solo.

Tabela 11. Macroporosidade (%) em diferentes profundidades do solo e doses de calcário nos sistemas convencional e plantio direto. Amostragem realizada antes do plantio da cana. Ribeirão Preto, 2010.

Sistema Macroporosidade do Solo (%)

0-5 cm 5-10 cm 10-20 cm 20-40 cm 40-60 cm Plantio Direto 16.0 b 17.8 b 13.9 b 16.9 17.8 Convencional 22.8 a 19.7 a 18.6 a 15.0 17.3 Teste F 85.7** 13.2 * 10.9 * 4.4 ns 0.13 ns d.m.s.(Tukey 5%) 3.4 1.7 4.6 2.8 4.4 Calcário (t/ha) Testemunha 16.1 b 16.9 15.5 14.8 17.3 2,0 + 2,0 + 2,0 18.1 ab 18.9 14.6 16.9 18.8 4,0 + 4,0 + 4,0 22.3 a 18.7 16.1 14.6 17.4 6,0 + 6,0 + 6,0 21.2 ab 20.5 18.9 17.5 16.6 Teste F 4.5 * 2.1 ns 1.56 ns 1.3 ns 0.72 ns d.m.s.(Tukey 5%) 8.4 4.1 6.5 5.1 4.2 Interação S x C 3.05 ns 4.7 * 0.54 ns 0.16 ns 0.86 ns C.V. (%) parcela 10,7 8,1 24,7 15,8 22,1 C.V. (%) subparcela 19,2 15,4 28,4 22,5 17,1

(31)

Figura 26. Desdobramento da interação sistemas de manejo x doses de calcário, para porosidade total do solo (%) na profundidade de 5-10 cm.

Figura 27. Desdobramento da interação sistemas de manejo x doses de calcário, para macroporosidade do solo (%) na profundidade de 5-10 cm..

Por outro lado, no plantio direto verificam-se aumentos significativos da microporosidade nas duas primeiras camadas de solo (0-5 e 5-10 cm), conforme apresentado na Tabela 12. O efeito das doses de calcário foi verificado somente na profundidade de 0 a 5 cm, na qual observa-se redução da microporosidade com o aumento das quantidades aplicadas. Deve-se considerar que na gênese dos Latossolos Vermelhos, a grande quantidade de óxidos de ferro, confere a estes solos uma grande quantidade de microagregados, fato que favorece boa permeabilidade. A redução da microporosidade, favorece ainda mais esta característica, indicando que o risco de aumento da compactação é diminuído. 54.00 56.00 58.00 60.00 62.00 64.00 66.00

Convencional Plantio Direto

59.5 b 58.00 59.5 b 58.500 59.5 b 59.500 65.0 Aa 58.0 B Por o si d ad e To tal (% ) Sistema de Manejo

Prof. 5-10 cm

Testemunha 2,0 t ha calcário 4,0 t ha calcário 6,0 t ha calcário 0 5 10 15 20 25

Convencional Plantio Direto

17.3 b 16.500 18.5 b 19.300 18.3 b 19.00 24.8 Aa 16.3 B M ac ro p o ro si d ad e d o so lo ( % )

Sistema de Manejo do Solo

Prof. 5-10 cm

Testemunha 2,0 t ha calcário 4,0 t ha calcário 6,0 t ha calcário

(32)

Esta pode ser uma explicação para não ter sido constatado aumentos expressivos nos valores de densidade, mesmo no sistema plantio direto, o qual está sem preparo desde 1993. Ressalta-se também que abaixo de 10 cm, não foi verificado aumento na microporosidade no plantio direto. As amostras indeformadas permitiram também a caracterização da curva característica de retenção de água no solo, composta por seis pontos de tensão (0.5, 2, 6, 10, 30 e 1500 kPa), para cada tratamento. Nas Tabelas 13, 14, 15 e 16, estão apresentados os resultados das análises físicas após a colheita mecanizada da cana planta. Vale observar que o plantio direto não diferiu do sistema convencional de manejo de solo, considerando os indicadores de compactação medidos e ponderando as características do solo (fração argila com predomínio de óxido de ferro).

Tabela 12. Microporosidade (%) em diferentes profundidades do solo e doses de calcário nos sistemas convencional e plantio direto. Amostragem realizada antes do plantio da cana. Ribeirão Preto, 2010.

Sistema Microporosidade do Solo (%)

0-5 cm 5-10 cm 10-20 cm 20-40 cm 40-60 cm Plantio Direto 44.1 a 42.2 a 43.4 42.6 42.4 Convencional 39.4 b 40.6 b 42.2 42.9 42.2 Teste F 315 ** 13.0 * 2.6 ns 0.14 ns 0.01 ns d.m.s.(Tukey 5%) 0.82 1.8 2.4 2.1 1.65 Calcário (t/ha) Testemunha 44.0 43.1 42.7 43.0 42.1 2,0 + 2,0 + 2,0 43.5 42.0 44.1 42.5 42.3 4,0 + 4,0 + 4,0 39.0 41.3 43.5 43.6 42.4 6,0 + 6,0 + 6,0 40.5 40.0 40.9 41.9 43.0 Teste F 3.18 * 2,03 ns 1.9 ns 0.88 ns 2.3 ns d.m.s.(Tukey 5%) 5.4 3.6 4.00 3.2 2.6 Interação S x C 0.56 ns 0.52 ns 0.42 ns 0.68 ns 1.9 ns C.V. (%) parcela 1,8 3,9 4.9 4,4 3,4 C.V. (%) subparcela 9,1 6,3 6,6 5,3 3,2

Médias seguidas por letras diferentes, diferem pelo teste de Tukey (5%).

Tabela 13. Densidade do solo (g cm-3) em diferentes profundidades e doses de calcário nos sistemas convencional e plantio direto, amostrada na linha e entrelinha após 2o corte. Ribeirão Preto, 2012.

Sistema Densidade do Solo (g cm

-3

)

0-5 cm 5-10 cm 10-20 cm 20-40 cm 40-60 cm Linha Entre Linha Entre Linha Entre Linha Entre Linha Entre Plantio Direto 1.03 b 1.02 b 1.10 1.10 1.31 1.29 1.19 1.26 1.24 1.22 Convencional 1.12 a 1.12 a 1.14 1.14 1.24 1.24 1.22 1.24 1.28 1.26 Teste F 14.4 * 19.7 * 1.4ns 0.54ns 5.7 ns 3.3 ns 2.34ns 0.27ns 0.84ns 1.87ns d.m.s.(Tukey 5%) 0.07 0.06 0.07 0.14 0.08 0.07 0.06 0.11 0.13 0.11 Calcário (t/ha) Testemunha 1.10 1.10 1.14 1.12 1.26 1.30 1.19 1.28 1.24 1.21 2,0 + 2,0 + 2,0 1.03 1.06 1.11 1.12 1.34 1.24 1.22 1.25 1.27 1.19 4,0 + 4,0 + 4,0 1.07 1.06 1.11 1.10 1.28 1.28 1.24 1.27 1.28 1.25 6,0 + 6,0 + 6,0 1.07 1.07 1.10 1.14 1.21 1.25 1.19 1.21 1.25 1.28 Teste F 0.98ns 0.78ns 0.64ns 0.44ns 1.56 ns 0.92 ns 0.75ns 1.00ns 0.51ns 1.35ns d.m.s.(Tukey 5%) 0.11 0.06 0.09 0.06 0.16 0.12 0.11 0.12 0.12 0.14

(33)

Tabela 14. Porosidade total (%) do solo em diferentes profundidades e doses de calcário nos sistemas convencional e plantio direto, amostrada na linha e entrelinha após 2o corte. Ribeirão Preto, 2012.

Sistema Porosidade Total (%)

0-5 cm 5-10 cm 10-20 cm 20-40 cm 40-60 cm Linha Entre Linha Entre Linha Entre Linha Entre Linha Entre Plantio Direto 66.0 65.6 64.2 64.1 59.2 59.1 61.9 60.6 61.2 60.7 Convencional 64.0 63.9 63.7 63.2 61.8 61.6 62.0 61.8 61.1 60.4 Teste F 2.86ns 3.3ns 0.23ns 0.48 ns 5.63ns 5.3 ns 0.01ns 0.59ns 0.03ns 0.07ns d.m.s.(Tukey 5%) 3.0 3.0 3.0 3.0 4.0 4.0 4.0 5.0 3.0 2.0 Calcário (t/ha) Testemunha 65.2 65.2 64.2 63.3 61.4 59.7 62.2 60.3 60.5 61.3 2,0 + 2,0 + 2,0 65.9 63.8 63.4 64.0 61.2 61.3 60.8 62.5 61.1 60.5 4,0 + 4,0 + 4,0 63.4 63.8 63.8 63.4 59.9 59.4 61.2 59.1 60.7 60.1 6,0 + 6,0 + 6,0 66.3 66.1 64.7 64.1 59.5 60.9 63.8 63.1 62.2 60.6 Teste F 2.26ns 2.44ns 0.33ns 0.18 ns 1.40ns 0.98 ns 1.6 ns 2.62ns 0.41ns 0.27ns d.m.s.(Tukey 5%) 3.0 2.0 4.0 4.0 3.0 4.0 4.0 4.0 5.0 4.0 Interação S x C 3.8* 0.96ns 0.84ns 0.82 ns 5.84** 0.23 ns 0.24ns 0.24ns 1.07ns 2.66ns C.V. (%) parcela 4,4 3,9 3,9 5,4 5,2 5,2 5,8 7,4 4,1 4,1 C.V. (%) subparcela 3,8 3,2 4,3 4,2 3,8 4,3 4,7 5,3 5,4 4,5 Interação S x C 0.22ns 2.9 ns 0.80ns 2.14ns 1.4 ns 0.30 ns 0.60ns 0.19ns 0.80ns 1.18ns C.V. (%) parcela 5,5 5,6 6,3 10,9 6,2 5,4 4,3 8,2 9,3 8,2 C.V. (%) subparcela 7,3 5,4 5,7 4,2 8,9 6,2 6,2 6,9 6,8 8,4

Médias seguidas por letras diferentes, diferem pelo teste de Tukey (5%).

Tabela 15. Macroporosidade (%) do solo em diferentes profundidades e doses de calcário nos sistemas convencional e plantio direto, amostrada na linha e entrelinha após 2o corte. Ribeirão Preto, 2012.

Sistema Macroporosidade (%)

0-5 cm 5-10 cm 10-20 cm 20-40 cm 40-60 cm Linha Entre Linha Entre Linha Entre Linha Entre Linha Entre Plantio Direto 36.8 36.4 37.9 a 37.9 41.6 41.6 38.3 39.4 41,6 39.2 Convencional 35.7 36.2 36.4 b 36.4 39.7 39.6 38.2 39.1 41,3 40.2 Teste F 2.4ns 0.08ns 65.3** 4.3 ns 3.8 ns 5.41ns 0.01ns 0.16ns 0.20ns 0.44ns d.m.s.(Tukey 5%) 2.0 2.0 1.0 2.0 3.0 2.0 2.0 3.0 2.0 3.0 Calcário (t/ha) Testemunha 37.2 35.9 38.3 37.1 40.4 41.4 38.4 29.9 40.9 39.3 2,0 + 2,0 + 2,0 35.7 36.6 37.0 37.5 42.6 40.6 38.8 40.4 41.3 38.6 4,0 + 4,0 + 4,0 34.9 36.1 36.5 36.4 40.7 40.4 38.5 39.0 42.3 40.1 6,0 + 6,0 + 6,0 37.1 36.5 36.6 37.8 38.6 39.9 37.4 37.7 41.2 40.3 Teste F 1.4 ns 0.16ns 1.03ns 1.3 ns 2.0 ns 0.61ns 0.78ns 1.94ns 0.51ns 1.41ns d.m.s.(Tukey 5%) 4.0 3.0 3.0 2.0 5.0 3.0 3.0 3.0 3.0 4.0 Interação S x C 0.1 ns 2.16ns 0.35ns 0.91 ns 0.70ns 0.68ns 0.42ns 0.38ns 1.8ns 1.93ns C.V. (%) parcela 4,7 6,0 1,5 5,9 6,7 5.9 5,4 6,8 4,3 7,3 C.V. (%) subparcela 7,1 6,5 6,2 4,2 7,9 5.6 5,3 6,3 5,9 6,8

(34)

Tabela 16. Microporosidade (%) do solo em diferentes profundidades e doses de calcário nos sistemas convencional e plantio direto, amostrada na linha e entrelinha após 2o corte. Ribeirão Preto, 2012.

Sistema Microporosidade (%)

0-5 cm 5-10 cm 10-20 cm 20-40 cm 40-60 cm Linha Entre Linha Entre Linha Entre Linha Entre Linha Entre Plantio Direto 30.7 29.2 26.3 26.2 17.6 17.4 23.7 21.2 19.7 21.2 Convencional 30.4 27.7 27.5 26.9 22.1 21.9 23.6 22.8 19.8 20.3 Teste F 0.01ns 0.79ns 1.7ns 0.19 ns 5.8 ns 6.2 ns 0.01ns 0.4ns 0.01ns 0.36ns d.m.s.(Tukey 5%) 8.0 5.0 2.0 6.0 6.0 5.0 5.0 7.0 4.0 4.9 Calcário (t/ha) Testemunha 27.9 29.3 25.8 26.2 21.1 18.3 23.7 20.4 19.6 22.0 2,0 + 2,0 + 2,0 30.3 27.2 26.4 26.5 17.3 20.7 21.9 22.2 19.8 21.9 4,0 + 4,0 + 4,0 31.4 27.7 27.3 27.1 18.7 18.9 22.7 20.1 18.4 19.41 6,0 + 6,0 + 6,0 32.7 29.5 28.1 26.4 22.5 20.9 26.4 25.4 21.0 19.6 Teste F 0.70ns 0.80ns 0.48ns 0.08 ns 1.78 ns 0.77 ns 1.58ns 2.15ns 0.45ns 0.73ns d.m.s.(Tukey 5%) 9.0 5.0 5.0 6.0 7.0 6.0 6.0 6.0 6.0 6.0 Interação S x C 0.35ns 2.00ns 0.72ns 1.09 ns 2.56 ns 0.49 ns 0.17ns 0.02 1.55ns 2.90ns C.V. (%) parcela 24,1 16,6 9,2 19,5 26,5 26,1 20,1 31,9 17,5 21,1 C.V. (%) subparcela 22,6 12,5 15,3 13,5 24,9 21,2 18,1 21,1 22,8 22,9

Médias seguidas por letras diferentes, diferem pelo teste de Tukey (5%).

Em termos de resistência à penetração, pode-se observar nos gráficos da Figura 28, que a variação amenta em profundidade apresentando média acima de 3,0 MPa. Devido esta medida ser dependente da umidade do solo, da textura, da agregação e da estrutura; sua interpretação isolada não contribui para explicar quanto as alterações ocorridas nos atributos físicos influenciaram o crescimento das raízes, bem como os componentes de produção. Além disso, o tipo de equipamento também pode gerar resultados mais ou menos conclusivos, pois depende do operador. Contudo, serve como uma referência para identificar qual camada apresenta maior impedimento ao crescimento de raiz.

De acordo com GREGO et al. (2010) em trabalho conduzido no mesmo solo e local da presente pesquisa, concluíram em estudo da variabilidade espacial, que as manchas com menor resistência à penetração e densidade do solo, também apresentaram maior perfilhamento e maior desenvolvimento do sistema radicular. OTTO et al. (2011) concluíram que após três anos consecutivos de colheita mecanizada, a densidade do solo e a resistência à penetração aumentou, mas a porosidade total diminuiu. Verificaram restrição severa ao crescimento das raízes da variedade SP81-3250 quando a resistência à penetração foi superior a 2,0 Mpa e Ds > 1,78 g cm-3. Porém estes resultados foram obtidos em canaviais implantados no sistema convencional de preparo do solo. Não foram encontrados resultados na literatura sobre plantio direto de cana-de-açúcar para confrontar com os obtidos neste trabalho.

(35)

Figura 28. Resistência à penetração referente a 4a época de amostragem (abril/2012). Valores médios de umidade do solo nas parcelas era 22,8%, por ocasião da amostragem. Ribeirão Preto, 2012. Fonte: Tadeu Cury – Dissertação de Mestrado oriunda deste projeto.

BRAUNACK et al. (2006) cita diversos trabalhos que mencionam perdas na produtividade da cana-de-açúcar entre 10 e 40% decorrentes do tráfego de máquinas, embora para condições de colheita com solo seco na Austrália, não tenham observado resultados significativos, mas sim uma expressiva interação com variedades. De acordo com GARSIDE et al. (2013) o efeito da compactação pode reduzir em 57% a produtividade da cana planta, porém esclarecem que após a primeira colheita esta diferença não é mais significativa. Portanto, os resultados obtidos na presente pesquisa permitem concluir que, em muitas situações o aumento da compactação do solo decorrente do intenso tráfego na colheita mecanizada nem sempre prejudica a produtividade do canavial.

Para as condições do Brasil, BELLINASO (1997), concluiu que em presença de camada compactada, o uso de aração com aiveca ou subsolagem, proporcionaram aumentos de produtividade de cana (TCH), respectivamente de 9% (144 t.ha-1) e 8% (143 t.ha-1), em relação ao uso de grade (132 t.ha-1). O controle do tráfego é considerado o quarto pilar da Agricultura Conservacionista, pois é inegável o efeito deletério da compactação do solo nos sistemas agrícolas. Uma das características do sistema de colheita mecanizada da cana crua é a utilização de colhedoras e transbordos com massa total de 20-30 t, cujo tráfego é repetido durante os vários ciclos da cultura sob condições variáveis de conteúdo de água no solo, com elevado potencial de compactação (BLAIR et al., 1998; BRAUNACK et al., 2006).

(36)

3.3. Quantificação da Biomassa e Análises de Imagens de Raiz

Na fase de cana planta, pode-se observar na Figura 29, que houve resposta quadrática para o percentual de biomassa seca de raízes quantificadas na camada de 0-20 cm, nas duas épocas de avaliação e nos dois sistemas de manejo. O percentual da biomassa de raízes na camada superficial aumenta com as doses de calcário, com máximo na dose 2,0 Mg ha-1 de calcário após 8 meses do plantio e na dose 4,0 Mg ha-1 após 13 meses. O sistema convencional concentrou 7,8 % a mais da biomassa de raízes na camada superficial, em comparação com o plantio direto que apresentou distribuição mais uniforme ao longo do perfil. SMITH et al. (2005), esclarecem que de maneira geral, cerca de 50% da biomassa de raízes de cana-de-açúcar estão presentes nos primeiros 20 cm e 85% até 60 cm, informações concordantes com as apresentadas no presente trabalho. O menor percentual de biomassa seca de raízes, quantificado no plantio direto, na camada superficial, pode ser indicativo de um maior adensamento do solo, embora os valores de densidade não tenham demonstrado diferenças significativas. VASCONCELOS et al. (2003), mencionam que ocorre redução significativa da biomassa do sistema radicular da cana, em função do aumento na densidade do solo. Por outro lado, se considerarmos todo o perfil amostrado (0-70 cm), o plantio direto proporcionou acréscimo médio de 1711 kg ha-1 na biomassa seca de raízes, em relação ao preparo convencional (Figura 30), por ocasião do 8o mês após o plantio. Houve resposta quadrática para biomassa seca de raízes em função do aumento das doses de calcário, somente no sistema convencional para amostragem realizada no 13o mês, com máximo de 8460 kg ha-1 na quantidade de 2,0 Mg ha-1 de calcário dolomítico (gráfico não apresentado). Não são encontrados resultados na literatura, quanto ao efeito de sistemas de manejo e doses de calcário sobre a biomassa de raiz da cana-de-açúcar. É importante enfatizar que pesquisa sobre distribuição da biomassa de raiz em sistema de colheita sem queima, permite compreender melhor a contribuição das raízes para o estoque de carbono no solo, ainda pouco estudado segundo SMITH et al. (2005).

Figura 29: Distribuição percentual da biomassa seca de raízes de cana-de-açúcar na camada de 0-20 cm. Avaliações realizadas em novembro/2010 (esquerda) e abril/2011 (direita). Ribeirão Preto, 2011

(37)

Figura 30: Biomassa seca de raízes de cana-de-açúcar (IACSP95-5000), quantificada na camada 0-70 cm em duas épocas (8o e 13o mês após plantio-31/03/2010) no sistema convencional e plantio direto. Médias das doses de calcário e 4 repetições. Ribeirão Preto, 2011.

Dentre as várias causas para explicar as variações na distribuição da biomassa de raiz da cana-de-açúcar, as alterações nos atributos físicos do solo, decorrentes do tráfico de máquinas durante a colheita mecanizada é talvez o mais importante, de acordo com pesquisas conduzidas nas condições australianas (BRAUNACK et al., 2006). Outros aspectos podem estar relacionados com o regime hídrico, com as características da variedade em questão, com o tipo de solo e talvez com o método adotado para amostragem. As análises estatísticas referentes às diversas comparações entre profundidade, posição e época de amostragem ainda não foram concluídas.

Uma análise geral dos resultados de biomassa de raiz na fase de desenvolvimento da primeira soqueira, confrontados com a distribuição das chuvas pode ser observada na Figura 31. Ao contrário da fase de cana planta, as amostragens realizadas no período com excedente hídrico apresentaram menor biomassa seca de raiz para o tratamento plantio direto, quando se considerou somente a testemunha e dose 2,0 t/ha de calcário. Comparando-se a biomassa seca das raízes na cana planta e na primeira soqueira, considerando a mesma época, verifica-se uma drástica redução. Uma das razões pode ser a maior estação de crescimento na fase de cana planta, pelo menos 100 dias a mais. A quantidade de chuva acumulada no período pode ser outra razão (ver Quadro 5). O aumento da compactação poderia ser um causa, porém conforme já mencionado anteriormente não foi constatada diferença estatística para os indicadores avaliados, exceto na camada de 0-5 cm. Vale lembrar que estes resultados foram utilizados como dissertação de mestrado em parceria com o IAC, portanto contribuiu para formação de recursos humanos.

Com relação ao estudo do sistema radicular da terceira soqueira, pode-se observar na Tabela 17, que em termos de biomassa seca (Mg ha-1) não fora verificadas diferenças estatísticas entre os

(38)

tratamentos. Em média, o sistema plantio direto produziu nesta fase inicial de desenvolvimento cerca de 620 kg ha-1 a mais de biomassa seca de raiz, considerando a camada de 0-100 cm.

Figura 31. Esquema confrontando acúmulo de biomassa e balanço hídrico nos sistemas de manejo convencional e plantio direto, para 1a soqueira da cana-de-açúcar IACSP-955000. Ribeirão Preto/2011. Fonte: Dissertação de Mestrado do IAC, Tadeu Cury – Resultados oriundos do projeto em questão.

Na camada superior (0-40 cm) verificou-se um aumento da biomassa seca de raiz em função do aumento das doses de calcário, porém sem diferenças estatísticas, porém nota-se tendência oposta nas camadas inferiores (60-100 cm). Em termos de comprimento e diâmetro das raízes, também não foram observadas diferenças estatísticas, porém constatam-se maiores valores no sistema plantio direto (Tabelas 18 e 19). Todavia, para as características de volume e área das raízes (Tabelas 20 e 21), foram observadas diferenças estatísticas entre os tratamentos. O plantio direto aumentou significativamente o volume de raízes na camada superior do solo (0-40 cm) e no perfil total (até 100 cm). Quanto ao efeito do calcário, observa-se aumento linear do volume em função das doses de calcário. Resultados semelhantes também foram verificados para a característica área superficial das raízes, porém com interação significativa constatada na camada abaixo de 60 cm de profundidade.

(39)

Tabela 17. Biomassa das raízes da variedade IACSP-95-5000 na terceira soqueira, analisadas pelo software Safira®, em diferentes profundidades do e doses de calcário nos sistemas convencional e plantio direto. Ribeirão Preto, 2014.

Sistemas (S) Biomassa das Raízes (t ha

-1 ) 0-40 cm 60-100 cm 0-100 cm Plantio Direto 1,65 a 0,66 a 2,76 a Convencional 1,27 a 0,71 a 2,14 a Teste F 8,01 ns 0,13 ns 4,08 ns d.m.s.(Tukey 5%) 0,42 0,37 0,96 Calcário (C) – t ha-1 Testemunha 1,24 a 0,70 a 2,34 2,0 + 2,0 + 2,0 1,49 a 0,72 a 2,12 4,0 + 4,0 + 4,0 1,47 a 0,67 a 2,59 6,0 + 6,0 + 6,0 1,65 a 0,64 a 2,74 Teste F 0,91 ns 0,90 ns 1,00 ns d.m.s.(Tukey 5%) 0,70 0,47 1,09 Interação S x C 0,13 ns 1,24 ns 0,30 ns C.V. (%) parcela 25,90 48,56 34,88 C.V. (%) subparcela 33,93 48,75 31,60

* e ** teste F significativo respectivamente a 5 e 1% de probabilidade

Tabela 18 Comprimento das raízes da variedade IACSP-95-5000 na terceira soqueira, analisadas pelo software Safira®, em diferentes profundidades do e doses de calcário nos sistemas convencional e plantio direto,. Ribeirão Preto, 2014.

Sistemas (S) Comprimento das Raízes (mm/1908.5 cm

3 ) 0-40 cm 60-100 cm 0-100 cm Plantio Direto 10442,98 4191,57 a 17317,90 a Convencional 7972,14 3975,88 a 14139,40 a Teste F 6,39 ns 2,66 ns 2,64 ns d.m.s.(Tukey 5%) 3111,18 421,16 6221,36 Calcário (C) – t ha-1 Testemunha 9057,70 a 4482,84 ab 16141,87 a 2,0 + 2,0 + 2,0 9301,47 a 3461,13 c 15068,87 a 4,0 + 4,0 + 4,0 8749,63 a 3665,83 bc 13728,91 a 6,0 + 6,0 + 6,0 9721,46 a 4725,10 a 17974,94 a Teste F 0,12 ns 5,97 ns 1,95 ns d.m.s.(Tukey 5%) 4743,49 1006,33 5140,26 Interação S x C 0,69 ns 2,18 ns 1,01 ns C.V. (%) parcela 30,04 9,17 35,16 C.V. (%) subparcela 36,74 17,42 23,11

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