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EVENTOS ESTRESSORES VIVENCIADOS POR PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM EM UNIDADES DE EMERGÊNCIA.

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*Especialista em Enfermagem em Emergência Atualiza Pós-Graduação

Email: luaninha_ss@hotmail.com

Luana Sampaio Silva*

RESUMO

Trata-se de um estudo de revisão de literatura que tem como objetivo identificar os principais eventos estressores vivenciados pelos profissionais de enfermagem em unidades de emergência e contribuir para um maior conhecimento sobre as causas de estresse que acometem estes profissionais frente à estressante rotina destas unidades. Realizou-se levantamento bibliográfico sobre a temática proposta através de busca on-line de artigos e periódicos no google acadêmico, além das bases de dados Scielo, Lilacs e Medline, sendo selecionados os artigos que continham dados relevantes para análise e conclusão do objetivo proposto. Após leitura e compilação dos artigos selecionados para análise, foram identificados como principais eventos estressores: alta demanda; sobrecarga de trabalho, tendo que realizar as tarefas em tempo reduzido; carência de recursos humanos e materiais; ambiente físico; nível de barulho na unidade; realização de atividades burocráticas; desenvolvimento de atividades além da função ocupacional; desgaste emocional; resolução de imprevistos; competitividade e relação interpessoal; assistência ao paciente e relacionamento com familiares.

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1 INTRODUÇÃO

As unidades de emergência tem como finalidade o atendimento a pacientes com afecções agudas específicas, e conta com o trabalho de equipes especializadas. Estas podem ser classificadas em pronto atendimento, que presta assistência a doentes, dentro do seu horário de funcionamento, com ou sem risco de vida, que necessitam de atendimento imediato; pronto socorro, que funciona nas 24 horas e possui leitos de observação para prestar assistência a doentes, com ou sem risco de vida, necessitando de atendimento imediato; e emergência que é a unidade de assistência a doentes, com ou sem risco de vida, cujos agravos necessitam de atendimento imediato. (WEHBE; GALVÃO, 2001).

O setor de urgência e emergência ainda é a principal porta de entrada dos usuários nos serviços de saúde devido à facilidade e rapidez de acesso, sem maiores burocracias. Essa atitude propicia o aumento da demanda de atendimentos, longas filas, escassez de profissionais, carências de recursos materiais, falta de espaço físico, entre outros problemas, comprometendo o atendimento de emergência para aqueles que de fato precisam. (HARBS; RODRIGUES; QUADROS, 2008).

Foi na década de 70 que os hospitais norte-americanos perceberam a necessidade de desenvolver a qualidade do atendimento no setor emergência e começaram a investir nos profissionais que ali atuavam. No Brasil, entretanto, esta percepção da necessidade de capacitação dos profissionais de emergência só aconteceu a partir da década de 80. (WEHBE; GALVÃO, 2001).

Os serviços de emergência hospitalar podem ser considerados como o de maior fluxo de atividades de profissionais e usuários, além de sua maior complexidade. (ALMEIDA; PIRES, 2007).

Segundo Almeida; Pires (2007) o trabalho nos serviços de emergência requer, dos profissionais, amplo conhecimento das situações de saúde e domínio do processo de trabalho, que exige pensamento rápido, agilidade, resolutividade dos problemas emergentes e uso da tecnologia. Portanto, os profissionais que atuam nessa área estão sujeitos a um maior

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sofrimento psíquico devido à dinâmica ininterrupta e muitas vezes imprevisível. Compreende-se então que os enfermeiros que atuam em unidades de emergência estão sob constante estresse.

O termo estresse foi usado primeiramente como conceito da física e da engenharia em referência à resistência ao estresse (força ou tensão) sofrida por uma barra de metal, até que ela se deformasse. (FERREIRA; MARTINO, 2006).

Este mesmo termo, estresse, foi utilizado pela primeira vez na área de saúde, em 1936, por Hans Selye ao perceber que muitas pessoas sofriam de doenças físicas diversas, com sinais e sintomas em comum. (MENZANI, 2006).

Após período de pesquisa, Hans Seyle definiu o estresse como “um estado manisfestado por uma síndrome específica, constituída por todas as alterações produzidas num sistema biológico”. (FERREIRA; MARTINO, 2006).

Diferentes estudos apresentam definições variadas para o termo estresse. Harbs; Rodrigues; Quadros (2008), definem estresse como o desgaste geral do organismo devido à alterações psicofisiológicas ocorridas no indivíduo frente à situações de irritação, excitação, amedrontamento e até felicidade. Para Stacciarini; Tróccoli (2001), embora não haja um conceito elaborado sobre o estresse, os sujeitos percebem a existência do fenômeno.

Para Maschi (1998), apud Menzani (2006), o estresse pode ser definido de três diferentes formas como, estímulo na focalização do impacto causado pelo estressor; resposta repercutida pelo estressor por meio da apreciação da tensão; e ação entre o meio externo e interno do indivíduo pelo processo pessoa-ambiente, dificultando na sua identificação.

O alto nível de estresse continuamente pode desencadear doenças físicas e esgotamento emocional do indivíduo, apresentando-se por atitudes de pessimismo, comprometendo o trabalho, mudança de comportamento, insubordinação e superficialidade na resolução de problemas, podendo evoluir para retração, reclusão social e perda do controle emocional, afetando os relacionamentos pessoais e profissionais. (FERREIRA, MARTINO, 2006).

O estresse é uma tentativa de retorno à normalidade, de um organismo que se depara com uma situação estressora, sendo assim, uma reação normal do corpo. O prejuízo está no efeito acumulativo do estresse, que contribui para o aparecimento das doenças. O estresse

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ocupacional é determinado pela demanda do trabalho e a capacidade de enfrentamento do sujeito. (SILVEIRA; STUMM; KIRCHNER, 2009).

Segundo Menzani (2006), o desgaste do organismo advém do efeito multiplicador do estresse repetitivo ou crônico. O estresse é considerado uma resposta adaptativa, baseada em características individuais ou processos psicológicos, que levam às demandas físicas ou psicológicas do organismo.

O trabalho em enfermagem é suscetível ao estresse pela sua própria natureza. A trajetória marginalizada desses profissionais é marcada pela busca da autonomia e falta de apoio de outras classes. Para maior compreensão do estresse nesses profissionais, deve-se levar em conta a história da evolução da atividade, o contexto sócio-econômico, a característica da pessoa, além das potenciais fontes de estresse envolvidas. (STACCIARINI; TRÓCCOLI, 2001).

Dada a complexidade das demandas assistenciais nas unidades de emergência e o reconhecimento por parte de pesquisadores de que a atuação do profissional de enfermagem é estressante, surge o interesse de realizar a pesquisa sobre o dado assunto.

Neste sentido, determinou-se como questão norteadora: Quais os principais eventos estressores vivenciados pelos profissionais de enfermagem em unidades de emergência? Esse estudo tem como objetivo geral identificar os principais eventos estressores vivenciados pelos profissionais de enfermagem em unidades de emergência.

Espera-se contribuir para um maior conhecimento dos eventos estressores vivenciados pelos profissionais de enfermagem, que atuam nos serviços de emergência, devido à estressante rotina dessas unidades e a interferência destes em uma vida laboral saudável.

Sendo assim, possibilita-se não só aos profissionais de enfermagem, mas também aos profissionais da área saúde, em geral, que atuam nos serviços de emergência uma maior compreensão dos fatores causadores de estresse em suas rotinas, possibilitando uma nova visão de trabalho que permita a estes profissionais exercerem suas atividades de forma mais saudável e menos pesarosa, lhes trazendo por conseguinte preservação da saúde, prazer profissional e qualidade na assistência.

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1.1 METODOLOGIA

A metodologia é o caminho e o instrumental próprio de abordagem da realidade. A metodologia inclui concepções teóricas de abordagem, o conjunto de técnicas que possibilitam a apreensão da realidade e o potencial criativo do pesquisador. (MINAYO, 1994).

Segundo Vieira; Hassne (2001), as revisões bibliográficas resumem a literatura sobre determinado tema, dando visão abrangente de achados relevantes e mostrando a evolução de conhecimentos sobre o tema.

Este é um estudo de revisão de literatura, no qual foi adotado a metodologia da pesquisa bibliográfica, baseada na análise da literatura já publicada sobre os eventos estressores vivenciados pelos profissionais de enfermagem que atuam em unidades de emergência. Para tanto, seguiram-se os seguintes passos metodológicos:

No primeiro momento, fez-se o levantamento bibliográfico sobre a temática proposta, no qual buscou-se os descritores estresse, eventos estressores, emergência e enfermagem. O acesso às informações foi via on-line através de busca de artigos, periódicos, teses e dissertações de livre acesso na internet, além das bases de dados Scielo, Lilacs e Medline.

Em um segundo momento foram selecionados os artigos que continham dados relevantes para análise e conclusão do objetivo proposto, tendo como critério de inclusão que os sujeitos dos estudos fossem profissionais de enfermagem atuantes em unidades de emergência. Foram analisados, portanto, um total de sete artigos.

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2 RESULTADOS

Após estudo dos artigos selecionados, foi observado que quanto ao ano de publicação, os resultados encontrados indicam que houve um crescimento do interesse de estudo sobre esta temática nos últimos cinco anos, já que dos sete artigos selecionados, cinco (71,4%) foram publicados entre os anos de 2006 e 2009.

A maioria dos estudos analisados tem uma abordagem quantitativa, exclusivamente. Tendo apenas 1 abordagem quali-quantitativa.

Dentre as publicações, duas foram realizadas na região Sul do Brasil, três na região Sudeste do Brasil, uma na região Norte de Portugal e uma a nível de Brasil, abrangendo as cinco regiões do país.

Em relação aos dados sócio-demográficos encontrados nestes estudos foram abordadas as seguintes variáveis: idade, sexo, estado civil e tempo de atuação na profissão. Da totalidade dos artigos estudados, dois não apresentaram dados sócio-demográficos dos sujeitos do estudo. Ao analisar os outros 5 artigos constatou-se que da população de enfermeiros entrevistados, a maioria é do sexo feminino, tem entre 30 e 45 anos de idade, é casada e tem filhos. Em relação à profissão, a maioria atua em média há 10 anos como profissional de enfermagem.

Após leitura e compilação dos artigos selecionados para análise, foram identificados pelos profissionais de enfermagem atuantes em unidades de emergência como principais eventos estressores: alta demanda; sobrecarga de trabalho, tendo que realizar as tarefas em tempo reduzido; carência de recursos humanos e materiais; ambiente físico; nível de barulho na unidade; realização de atividades burocráticas; desenvolvimento de atividades além da função ocupacional; desgaste emocional; resolução de imprevistos; competitividade e relação interpessoal; assistência ao paciente e relacionamento com familiares. (SILVEIRA; STUMM; KIRCHNER, 2009; McINTYRE; McINTYRE; SILVERIO, 1999; MENZANI; BIANCHI, 2009; BATISTA; BIANCHI, 2006; MENZANI, 2006; CALDERERO; MIASSO; WEBSTER, 2008; BOLLER, 2003).

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Em relação aos estressores alta demanda e sobrecarga de trabalho, com tempo reduzido para realização das tarefas, Silveira; Stumm; Kirchner (2009), relatam que o excesso de demanda de atendimento hospitalar impede um atendimento adequado a todos. A racionalização, mecanização e burocratização do trabalho induzem o trabalhador a prestar atendimento inadequado e desumanizante. Dizem ainda que a sobrecarga exigida dos enfermeiros, aliada a outras questões como, realização de esforço físico e diversidade das atividades, é significante no desempenho do trabalho, contribuindo para o surgimento de estressores.

Batista; Bianchi (2006), sugerem que o ritmo acelerado de trabalho para a finalização de tarefas pré-determinadas leva ao surgimento de problemas psicológicos e até mesmo físicos no profissional. Para Menzani; Bianchi (2009); Menzani (2006), a percepção de que a demanda de trabalho é superior aos recursos disponíveis gera um quadro de tensão no indivíduo, evoluindo para exaustão física e emocional deste diante dos estressores de trabalho, o que leva muitos profissionais a mudar de emprego ou até de profissão. Menzani (2006), relata ainda que uma das principais razões pelo abandono do emprego pelos enfermeiros é a possibilidade de reduzirem os níveis de estresse.

Sobre a carência de recursos humanos e materiais os autores Silveira; Stumm; Kirchner (2009); Menzani; Bianchi (2009), referem que a insuficiência de recursos humanos e materiais gera um ritmo de trabalho acelerado, levando a problemas físicos e de ordem profissional ao enfermeiro. A falta de funcionários repercute ainda na baixa qualidade da assistência. Portanto, é importante que se considere a eficácia do serviço, quantidade e competência técnica à análise do quadro de pessoal.

Para Bastita; Bianchi (2006), a falta de funcionário é considerada fonte de estresse, repercutindo na qualidade do cuidado e promovendo confrontos entre os profissionais, os pacientes e familiares. O profissional deve ter condições mínimas de material e pessoal para promover uma assistência efetiva e eficaz diante das intercorrências comuns a este ambiente. Estes mesmos autores, assim como Menzani (2006), ainda relatam que problemas relacionados à estrutura do ambiente de trabalho são considerados pelos enfermeiros como estressores, já que apresentam-se como determinantes na carga de trabalho. Evidenciou-se que os hospitais com más condições de trabalho interferem na saúde do trabalhador e merecem, portanto, maior atenção dos gestores.

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O nível de barulho na unidade ocasiona efeitos adversos do ruído que são proporcionais ao tempo de exposição. Ao ruído inesperado o organismo tem um reação de alarme e a repetitividade deste processo gera situações de estresse, além do ruído atrapalhar a comunicação, assim como, o andamento do serviço secundário à diminuição da concentração, cansaço físico e mental e queda na produtividade. (MENZANI; BIANCHI, 2009; MENZANI, 2006).

Infelizmente nem toda instituição hospitalar fornece um profissional específico para realizar as tarefas burocráticas e administrativas, ficando o enfermeiro responsável, além da assistência, por realizar estas atividades, gerando um acúmulo de tarefas. (MENZANI, 2006). Para os autores Silveira; Stumm; Kirchner (2009); Menzani; Bianchi (2009), desenvolver atividades burocráticas e além da função ocupacional é preocupante, pois o acúmulo de funções gera uma sobrecarga de trabalho. Para muitos enfermeiros a execução de funções que poderiam ser desempenhadas por outros profissionais gera acúmulo desnecessário, que culmina em conflitos e esgotamento emocional.

Outro fato interessante levantado por Batista; Bianchi (2006), é que o cumprimento de tarefas burocráticas apresenta-se como estressor devido à formação acadêmica assistencialista do profissional, que deve ser atuante junto ao paciente, já que se trata de casos graves, em sua maioria.

Os enfermeiros sinalizam como estressante o sentir desgaste emocional.

Trabalhos relacionados com serviços humanos são potenciais fontes de tensões. Os profissionais de saúde sofrem o impacto dos seus medos, sentindo-se emocionalmente esgotados, o que afeta no desempenho das suas atividades. O enfermeiro é o profissional que mantem maior contato com o paciente e a família e esta proximidade gera o sentimento de angústia e desgaste emocional. (MENZANI, 2006).

Lidar com vidas exige cuidados redobrados, sugerindo que o ambiente de trabalho seja o mais saudável possível. (SILVEIRA; STUMM; KIRCHNER, 2009).

Quanto à resolução de imprevistos como evento estressor, Silveira; Stumm; Kirchner (2009), dizem que quanto maior a incerteza, maior o sentimento de ameaça. Em uma unidade de emergência os profissionais devem estar preparados para todo tipo de acontecimento, revelando decisões rápidas e eficazes. O profissional deve assumir uma postura de alerta

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constante devido às características próprias da dinâmica de serviço deste setor. (BATISTA; BIANCHI, 2006).

Devido à sua alta rotatividade e dinâmica inconstante, o trabalho em emergência não admite um planejamento assistencial que seja seguido completamente. Esta imprevisibilidade promove ainda a descontinuidade do serviço por parte dos profissionais que atuam nesta unidade. (MENZANI, 2006).

Interações interpessoais estão envolvidas na maioria das ocupações, sejam entre colegas, superiores ou subordinados, e quando resultam em conflitos, tem-se uma fonte de estresse. (CALDERERO; MIASSO; WEBSTER, 2008).

Para Silveira; Stumm; Kirchner (2009), as relações entre colegas podem ser fonte potencial de estresse, no entanto, quando pautadas pela compreensão, tolerância e espírito de auto-ajuda, podem contribuir para um bom ambiente de trabalho, sem competitividade. As situações de conflito sugerem transformações, e devem ser repensadas para que se tenha a oportunidade de mudança nas formas de agir. Para os autores a competitividade é marcante no contexto social atual, dividindo o mundo em vencedores e perdedores.

A atuação na enfermagem com suas longas jornadas, turnos desgastantes, monotonias, escalas, esforço físico, ansiedade, ritmo excessivo de trabalho leva o profissional a considerar o trabalho como uma obrigatoriedade, e não mais uma fonte de satisfação pessoal. (MENZANI, 2006).

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3 CONCLUSÃO

No mundo capitalista em que vivemos, o homem busca incansavelmente pela sua satisfação, seja ela no âmbito pessoal ou profissional, através de uma rotina desgastante, promotora de estresse.

De acordo com as publicações analisadas, percebe-se que os fatores organizacionais estão entre os principais causadores de estresse entre os profissionais de enfermagem que atuam em unidades de emergência, sobrepondo-se aos aspectos pessoais e familiares, também relatados. Há uma relação proporcional entre o estresse e o estado de saúde destes profissionais. Quanto menos saudável o ambiente de trabalho, considerando-se todos os aspectos, maior o estresse e consequentemente a probabilidade de adoecimento deste indivíduo.

A enfermagem ainda é considerada como uma das profissões mais estressantes do mundo, pois impõe ao profissional contato constante com os paciente e resolutividade em situações imprevisíveis, o que propicia a ocorrência de eventos estressores. Estas situações extremas às quais estão expostos demandam do profissional além de conhecimento técnico-científico, agilidade, eficiência e cautela, causando esgostamento emocional e físico.

Verifica-se que é a característica da atividade exercida pelo profissional, principalmente, que proporciona a ocorrência de estresse, repercutindo negativamente em suas vidas.

O estresse reduz a capacidade laboral do trabalhador, pois dificulta a comunicação, reduz a produtividade, desorganiza o serviço, traz insatisfação e, secundário à tudo isso, há uma assistência deficitária que compromete o restabelecimento da saúde do paciente.

Observa-se ainda que a ocorrência destes eventos estressores acontecem muitas vezes em cadeia, ou seja estão interligados. Uma vez desencadeado um evento estressor, tantos outros vêm acontecer. O profissional sofre então pelo acúmulo destes eventos, que acontecem de forma subsequente, gerando maior sofrimento, já que se tem a percepção de que são vários os problemas a serem resolvidos.

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Os profissionais de enfermagem que atuam em unidades de emergência devem estar sempre preparados para reconhecer estes eventos estressores e suas interferências no serviço, para que de forma prévia e otimista busquem meios de enfrentá-los.

Apesar da urgência do assunto e da necessidade imediata que se tem de saber mais sobre os aspectos negativos do estresse na vida do profissional de enfermagem, ainda há um número restrito de publicações à cerca do tema, quando direcionado ao setor de emergência.

Sendo assim, torna-se importante que novos estudos sejam realizados a fim de ampliar o conhecimento sobre os eventos estressores vivencidos pelos profissionais de enfermagem em unidades de emergência, contribuindo para o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento que minimizarão, ou até mesmo eliminarão, estes fatores. Deste forma, os profissionais, através de suas capacidade individuais, resgatarão a sua satisfação profissional e tornarão suas rotinas mais agradáveis e menos pesarosas.

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STRESSORS EVENTS EXPERIENCED BY NURSING PROFESSIONALS AT EMERGENCY UNITS.

ABSTRACT

This is a study of literature review which aims to identify the major stressors events experienced by nursing professionals at emergency units and contribute to a better understanding of the causes of stress that affect these professionals facing the stressful routine of these units. We conducted a literature review on this topic through online search of articles and academic journals on google, and the databases SciELO, Lilacs and Medline. Articles that contained relevant data for analysis and completion of the proposed objective were selected. After reading and compiling the articles selected for analysis were identified as major stressors events: high demand, heavy workload, having to perform tasks in less time, lack of human and material resources, physical environment, level of noise in the drive, achieving bureaucratic activities, development of activities beyond the occupational function, emotional distress, resolution of contingencies; competitiveness and interpersonal relations, patient care and relationships with family members.

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REFERÊNCIAS

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