Oratório familiar
10
º ANO
| Catequese 1. Primeira parte
A família reúne-se no seu «Oratório familiar». Sugere-se a colocação de uma cruz, uma vela acesa e uma imagem de Nossa Senhora. Podem usar-se estatuetas ou estampas. Se a família tiver alguma devoção especial a um santo ou santa em particular, pode também colocar-se a sua imagem. De qualquer modo, a cruz deve ser sempre central. Convém que haja perto cadeiras para todos se sentarem.
Antes de começar a oração, é preciso combinar tarefas: uma pessoa preside (sugere-se que seja o adolescente) e são necessários 2 leitores. Caso no momento de oração participem apenas duas pessoas, então uma preside e a outra responde e faz as leituras. Após alguns momentos de silêncio, todos rezam como se segue (o V. marca as intervenções de quem preside e o R. a resposta de todos):
V. Em nome do Pai, (†) do Filho e do Espírito Santo.
R. Ámen.
A seguinte jaculatória é rezada por todos ao mesmo tempo e repete-se três vezes:
Espírito Santo, amor do Pai e do Filho, inspirai-me sempre o que devo pensar, o que devo dizer, como devo dizer, o que devo calar, o que devo escrever, como devo agir, o que devo fazer, para a Vossa glória, o bem do mundo e a minha própria santificação.
Então, o adolescente que preside explica o sentido da celebração:
Vivemos tempos novos, dos quais ninguém estava à espera. A este propósito, partilhamos uma reflexão escrita por uma catequista:
«Em Março, quando surgiram as primeiras notícias sobre o confinamento por causa deste vírus, não imaginava que mesmo a nossa fé seria posta em causa. Ao tomar conhecimento das consequências desta pandemia (milhares de infetados e um crescente número diário de óbitos) e saber que seria impossível organizar as reuniões semanais da catequese, presumi que os jovens iam sentir falta desse tempo que passávamos a discutir
os problemas pessoais que algum dos catequizandos pudesse ter, bem como o teor da catequese. Talvez seja a falta desses encontros que nos faça notar que a catequese e a Eucaristia têm um papel fundamental na orientação dos jovens, pois existem muitas maneiras de serem tentados a percorrer caminhos sinuosos. No entanto, nem tudo pode ser considerado uma desvantagem, pois haverá mais tempo para refletir nos próprios problemas e verificar que existe uma resolução fácil ou pessoas com problemas bem mais complicados».
Tempos novos exigem caminhos novos. E exigem pessoas novas! A experiência de ser chamado por Deus para percorrer veredas que ninguém percorreu antes é uma constante na história da Igreja. Um dos primeiros a experimentá-lo de forma radical foi Saulo – depois, «São Paulo».
Todos se sentam. Então, entoa-se o seguinte cântico (repete-se várias vezes):
Bendiz o Senhor, louva o Seu Santo Nome! Bendiz o Senhor que à vida nos conduz.
O leitor 1 proclama a seguinte leitura (At 9, 1-25).
Leitura do Livro dos Atos dos Apóstolos
Saulo não pensava senão em ameaças de morte contra os discípulos do Senhor. Por isso, foi ter com o chefe dos sacerdotes e pediu-lhe cartas de apresentação para as sinagogas da cidade de Damasco, e para lá prender os que seguiam o Caminho do Senhor. Quer fossem homens, quer fossem mulheres, ia levá-los presos para Jerusalém. Mas, quando ia de viagem, já perto de Damasco, Saulo viu-se de repente envolvido pelo clarão duma luz que vinha do céu. Caiu por terra e ouviu então uma voz que dizia: «Saulo, Saulo, porque Me persegues?» E ele perguntou: «Quem és tu, Senhor?» A
voz respondeu-lhe: «Eu sou Jesus, a quem tu persegues! Levanta-te, entra na cidade e lá te dirão o que deves fazer». Os homens que viajavam com Saulo pararam assustados, porque ouviram a voz, mas não viram ninguém. Saulo levantou-se do chão e tinha os olhos abertos, mas não via nada. Tiveram que o levar pela mão para Damasco. Durante três dias ficou sem ver, e nesses dias não comeu nem bebeu.
Em Damasco morava um crente, chamado Ananias, a quem o Senhor apareceu numa visão e lhe disse: «Ananias!». «Estou aqui, Senhor», respondeu ele. E o Senhor continuou: «Prepara-te, vai à Rua Direita e, em casa de Judas, pergunta por um homem de Tarso chamado Saulo. Ele está a orar e teve uma visão em que lhe apareceu um homem chamado Ananias, que entrou e impôs as mãos sobre ele para que tornasse a ver». Ananias respondeu: «Senhor, tenho ouvido muita gente falar a respeito desse homem e de todo o mal que tem feito em Jerusalém contra os Teus santos. Ele veio a Damasco com poderes que lhe deram os chefes dos sacerdotes para prender os que invocam o teu nome». Mas o Senhor disse a Ananias: «Vai, porque Eu escolhi esse homem para ir falar de Mim aos pagãos, a reis e ao povo de Israel. Eu mesmo lhe mostrarei o muito que tem de sofrer por causa de Mim». Então Ananias foi, entrou em casa de Judas, impôs as mãos sobre Saulo e disse: «Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho, mandou-me vir ter contigo para que tornes a ver e fiques cheio do Espírito Santo». Nisto, caíram dos olhos de Saulo uma espécie de escamas e ele voltou a ter vista. Então levantou-se e foi batizado. E depois de comer, recuperou as forças. Saulo ficou alguns dias com os discípulos em Damasco.
Começou então a pregar nas sinagogas dizendo que Jesus é o Filho de Deus. Todos os que o ouviam ficavam admirados e perguntavam: «Não era este homem que andava em Jerusalém a matar os que invocam o nome de Jesus? Não foi precisamente para os prender e levar aos chefes dos sacerdotes que ele veio aqui?». Mas Saulo estava cada vez mais forte e as provas que ele apresentava de que Jesus era o Messias confundiam os judeus que moravam em Damasco. Algum tempo depois, os judeus reuniram-se e resolveram matar Saulo. Mas ele soube desse plano. Como os judeus vigiavam as portas da cidade, de dia e de noite, para ver se o matavam, os discípulos de Saulo meteram-no dentro dum cesto e desceram-no, de noite, pelo muro da cidade.
Palavra do Senhor.
R. Graças a Deus.
Segue-se o Salmo Responsorial.
Esta é a geração dos que procuram o Senhor.
1| Do Senhor é a terra e o que nela existe, o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares e a consolidou sobre as águas.
2| Quem poderá subir à montanha do Senhor? Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro, o que não invocou o seu nome em vão.
O leitor 2 faz a seguinte leitura:
Saulo, um judeu nascido em Tarso, notabilizou-se como caçador e perseguidor dos seguidores de Jesus. No entanto, enquanto caminhava de Jerusalém para Damasco de forma a continuar com as suas violentas demandas, viu um clarão e ouviu uma voz que lhe perguntou: «Porque Me persegues?». Era a voz de Jesus. E a sua vida mudou.
O próprio Jesus saiu ao caminho de Saulo da forma misteriosa que o texto nos relata. Aquele mesmo Jesus que Paulo persegue é o que vem ao seu encontro, que o acolhe. Por isso é que o encontro com Jesus transforma Saulo. Saulo abre-se à fé em Cristo, acolhe essa fé na sua vida e torna-se uma das Suas maiores testemunhas. Jesus serve-Se de Saulo – que depois muda o nome para «Paulo» – para que o anúncio do Reino de Deus encontre caminhos novos. São Paulo é um pioneiro. É ele que inicia o Novo Testamento: a Primeira Carta aos Tessalonicenses, o primeiro texto do Novo Testamento a ser redigido, é escrita por Paulo no ano 51. São Paulo inicia um novo modo de evangelizar: através das suas cartas. É São Paulo o primeiro a trazer o Evangelho para a Europa. É São Paulo quem repreende São Pedro, num momento em que este se afastou da sua missão de unir a Igreja. São Paulo foi um homem novo para um tempo novo. Foi ele que disse: «Para mim, viver é Cristo e morrer é lucro. Toda a minha glória está na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo»!
E nós, qual o nosso papel a desempenhar neste tempo novo que todos estamos a viver? Em silêncio, peçamos ao Senhor que nos ilumine a mente e coração, para descobrirmos o nosso lugar no mundo.
No final da meditação, vem um momento longo de silêncio (3 minutos). Todos são convidados a pedir a graça de ter um coração inteligente, capaz de perceber a vocação a Deus nos chama. Quem quiser, pode ajoelhar-se.
Ao fim do tempo assinalado, todos se levantam e cantam:
Senhor Jesus, tu és Luz do mundo: dissipa as trevas que me querem falar. Senhor Jesus, és Luz da minha alma: saiba eu acolher o Teu amor.
O adolescente que preside inicia as preces:
Jesus chama-nos a todos a ser protagonistas nos tempos novos que vivemos, levando o Seu Evangelho a toda a parte, sobretudo aos que vivem longe de Deus. Imploremos-Lhe com fé:
Dai-nos, Senhor, um coração novo!
Os leitores 1 e 2, alternadamente, propõem as preces.
1| Pelas famílias das nossas comunidades paroquiais, que abriram o coração perante esta nova realidade, oremos irmãos.
2| Para que todos os idosos e enfermos da nossa comunidade consigam ultrapassar as suas dificuldades com a ajuda de Deus, oremos irmãos.
3| Pela equipa sacerdotal, para que Deus os proteja e lhes dê força para cuidarem de todas as comunidades, oremos irmãos.
4| Por todos os jovens, que estudam e rezam, para que compreendam, na escola, a forma como Deus criou o mundo, e, na catequese, descubram o porquê de Ele o ter feito, oremos irmãos.
5| Por todos os jovens e adolescentes, para que o Senhor aumente a sua fé e os faça seguir sempre os Seus caminhos, oremos irmãos.
6| Por todos os catequistas, para que o Espírito Santo os ilumine com a Sua força e sabedoria para transmitirem a Palavra de Deus, oremos irmãos.
O adolescente que preside inicia o Pai-nosso, que todos rezam juntos.
No final, o adolescente conclui com a seguinte oração:
V. Senhor Deus, queremos apresentar-nos diante de Vós com o que somos e temos, com as nossas virtudes e os nossos defeitos, com as nossas preguiças e a nossa generosidade. É tudo para Vós! Se Vos agrada, enviai-nos a levar o Evangelho do Vosso Filho a todos os que precisam de o ouvir, a começar por nós próprios. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
R. Ámen.
O momento de oração conclui-se do seguinte modo:
V. O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna.
R. Ámen.
E, voltados para a imagem de Nossa Senhora, rezam em conjunto:
À Vossa proteção nos acolhemos, Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita.
Então, em silêncio, todos se benzem.
Para rezar em silêncio…
Procura, na página 6 do teu catecismo, o poema/oração:
