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Elaborado pelo Observatório Permanente da Gestão Pública EBAPE/FGV

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Academic year: 2021

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OBSERVATÓRIO PERMANENTE DA GESTÃO PÚBLICA

CARTA DO DIRETOR

A Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (EBAPE), da Fundação Getulio Vargas, tem se firmado no contexto brasileiro e internacional por suas ações e compromisso em acompanhar e analisar a administração pública contemporânea, suas mudanças e novas exigências. Atenta aos processos de transformação econômica, social, política e cultural que ocorrem na sociedade brasileira e se projetam na esfera do setor público, configurando novas idéias e práticas de gestão, a EBAPE não pode prescindir de manter um sólido sistema de acompanhamento dessas transformações.

Com efeito, mudanças importantes têm ocorrido no papel, na estrutura e na ação do Estado brasileiro. Entretanto, ao contrário do que se poderia esperar, o grande volume de informações pontuais e isoladas que tem sido produzido e divulgado sobre o setor público, ao sobrepor dados de diferentes fontes, com conteúdos e metodologias diversos, contribui mais para gerar confusão e desinformação do que para oferecer referências consistentes para a análise. A constituição do Observatório Permanente da Gestão Pública não só propiciou a racionalização no uso das informações, análises e pesquisas disponíveis sobre a dinâmica e as transformações do Estado, mas também atuou como catalisador de análises e projetos de pesquisa sobre o setor público, melhorando a capacidade de resposta da Escola e de seus pesquisadores às questões colocadas pela sociedade em geral.

Nesse contexto, o Boletim de Acompanhamento do Desempenho da Gestão Pública, tem como missão contribuir para ampliar e sistematizar o conhecimento disponível à sociedade sobre a situação da administração pública brasileira, apresentando dados consolidados e análises objetivas sobre os movimentos, fatos e tendências que caracterizaram o trimestre anterior da administração pública.

NOTA METODOLÓGICA

O Boletim de Acompanhamento do Desempenho da Gestão Pública é uma publicação que leva ao público o resultado de um levantamento dos principais indicadores da gestão no Brasil.

O Boletim é parte do esforço do Observatório Permanente da Gestão Pública de consolidação de uma base de dados qualificada e consistente sobre o setor público brasileiro, em torno da qual serão articulados estudos, boletins, pesquisas junto a gestores e especialistas, e elaborado sistema de avaliação de desempenho e análises de conjuntura sobre o setor.

Estes indicadores serão coletados por meio de pesquisa secundária em documentos públicos e fontes de informação previamente qualificadas, organizados para análise, ou ainda estudos e relatórios de pesquisa. Serão utilizadas também bases de dados produzidas pela própria Fundação Getulio Vargas, preferencialmente aquelas de caráter público.

Coordenação:

Direção Acadêmica: Prof. Bianor Scelza Cavalcanti Coordenação Acadêmica: Profa. Alketa Peci

Coordenação Executiva: Prof. Joaquim Rubens F. Filho Equipe Técnica: Saulo Rocha e Julienn Levrero Contatos e sugestões: opgp@fgv.br

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Nesta 2ª Edição do Boletim, além da atualização de alguns gráficos com dados de 2008, incluímos novas perspectivas de análise, em relação à 1ª edição. Como exemplo, citamos a evolução da participação percentual das despesas dos Ministérios da Saúde e Educação em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto, entre 2000 e 2007 (Gráficos 7, 8, 9 e 10). Outra inovação importante, nesta edição, é o desmembramento das despesas com pessoal ativo pelos três Poderes: Executivo, Judiciário e Legislativo. Assim, torna-se possível observar a trajetória desta variável, comparando-a com a participação de cada Poder no total das despesas, ao longo do tempo (Gráficos 11, 12 e 13). Ao incluir este tipo de análise comparativa, amplia-se, para o leitor, a possibilidade de reflexão sobre a prioridade atribuída aos diferentes setores que compõem o governo central.

ORÇAMENTO E FINANÇAS Balanço Orçamentário

Do conjunto de indicadores para a avaliação da gestão no Brasil destacamos, para este 2° Boletim, o balanço orçamentário, calculado por meio da diferença entre receita e despesa da administração direta e indireta. Constata-se, no período analisado, o valor superior das despesas em comparação com as receitas, indicando contínuo saldo negativo no balanço orçamentário.

O gráfico 1 aponta uma alta volatilidade na execução orçamentária do governo federal em 2005, 2006, 2007 e no 1º trimestre de 2008. Sendo conhecido o fato que o mês de Dezembro concentra um grande volume da execução do orçamento anual, como observado em dezembro de 2006 (R$ 111.461 milhões), e em dezembro de 2007 (R$ 87.779 milhões). No 1º trimestre de 2008, o governo federal executou do orçamento R$ R$ 74.381 milhões em janeiro, R$ 42.189 milhões em fevereiro e R$ 64.764 milhões em março.

Evolução da Execução Orçamentária

0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 fev/05abr/0 5 jun/05ago/0 5 out/0 5 dez/0 5 fev/06abr/0 6 jun/06ago/0 6 out/0 6 dez/0 6 fev/07abr/0 7 jun/07ago/0 7 out/0 7 dez/0 7 fev/08abr/0 8 Mês E m R $(m ilhares ) Total Geral

Gráfico 1 – Evolução da Execução Orçamentária. Fonte: Ministério da Fazenda, 2008.

Quando se trata de receitas, o gráfico 2, a seguir, permite observar um ligeiro aumento, mas contínuo, da participação da arrecadação tributária em relação ao PIB ao longo dos últimos 10 anos, refletindo o crescimento da participação estatal na economia.

Participação da Arrecadação da Receita Federal sobre o PIB

0% 5% 10% 15% 20% 25% 1998 .I 1998 .III 1999 .I 1999 .III 2000 .I 2000. III 2001 .I 2001. III 2002. I 2002. III 2003 .I 2003 .III 2004 .I 2004 .III 2005 .I 2005. III 2006. I 2006. III 2007. I 2007. III 2008 .I  Trimestre % Relação

Gráfico 2 – Relação entre Arrecadação das Receitas Federais e PIB. Fonte: Ministério da fazenda e IBGE, 2008.

Observa-se, no gráfico 3, a trajetória destas duas variáveis, o crescimento da arrecadação das receitas federais e do produto interno bruto (PIB), trimestralmente, para o período compreendido entre os anos de 1998 e 2008.

PIB e Arrecação Tributária

0 100.000 200.000 300.000 400.000 500.000 600.000 700.000 1998 .I 1998 .III 1999.I1999 .III 2000 .I 2000 .III 2001 .I 2001 .III 2002 .I 2002 .III 2003 .I 2003 .III 2004 .I 2004.II I 2005.I2005 .III 2006 .I 2006 .III 2007 .I 2007.I II 2008 .I  Trimestre R $ ( m il hõ es ) PIB Arrecadação

Gráfico 3 – PIB e Arrecadação Tributária Trimestrais. Fonte: Ministério da fazenda e IBGE, 2008.

Para efeito de análise, a arrecadação do 3° trimestre de 2007 foi de R$ 109.791 milhões e do 4° trimestre foi de R$ 126.373 milhões, deste total, do 4° trimestre, 7,91% foi representado pelo IPI, 36,90% pelo Imposto sobre a Renda, 7,78% pela CPMF, 22,26% pela COFINS e 7,60% pela CSLL. A destacar que a variação entre o 3° trimestre e o 4° trimestre de 2007 foi representada por um crescimento na arrecadação de 11,52% do IPI, 7,59% da CSLL, 4,39% da CPMF, 6,02% da COFINS contrabalançado por uma redução do Imposto sobre a Renda de 12,63%.

Dentre o conjunto de impostos e contribuições que compõem a arrecadação federal, do valor total de R$

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167.228 milhões arrecadados no período de janeiro a abril de 2008, as principais participações foram representadas pelo imposto sobre a renda total (IR), com 39,57%, e a contribuição para a seguridade social (COFINS), com 22,72%.

Participação dos Impostos sobre a Arrecadação de Receita Federal

IR 39,57% IOF 3,70% CPMF 0,59% COFINS 22,72% CSLL 9,32% OUTROS 24,11%

Gráfico 4 – Relação dos Impostos sobre a Arrecadação da Receita Federal. Fonte: Ministério da Fazenda, 2008. Ainda dentro da dimensão Orçamento e Finanças, verificam-se no gráfico 5, as despesas totais dos Poderes Legislativo e Judiciário, entre 2001 e 2007. As despesas do Legislativo em 2001 foram de, aproximadamente, R$ 2,9 bilhões, e em 2007 de R$ 5,7 bilhões, representando um aumento em torno de 96%. Quando se trata do Judiciário este aumento foi de, aproximadamente, 143%, de R$ 10,2 bilhões em 2001 para R$ 24,8 bilhões em 2007.

Demonstrativo das Despesas da União por Poder

10.195 11.726 14.091 18.660 20.343 24.105 24.767 3.547 4.260 4.882 5.399 5.927 5.718 2.980 0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano E m R $ ( m ilh ões ) Legislativo Judiciário

Gráfico 5 – Demonstrativo das despesas liquidadas da União por Poder. Fonte: Ministério da Fazenda, 2008. No gráfico 6, apresenta-se esta mesma variável, despesas totais liquidadas, para o Poder Executivo. No período compreendido entre 2001 e 2007, as despesas foram incrementadas em, aproximadamente, 105%. Sendo R$ 369,3 bilhões em 2001, e R$ 758,1 bilhões em 2007

Demonstrativo das Despesas da União por Poder

369.280 422.700 473.560 518.626 579.433 765.776 758.133 0 100.000 200.000 300.000 400.000 500.000 600.000 700.000 800.000 900.000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano E m R $ ( m il hões ) Executivo

Gráfico 6 – Demonstrativo das despesas da União por Poder. Fonte: Ministério da Fazenda, 2008.

Ministério da Saúde

Ao desagregar as despesas da União em alguns setores, como saúde, e compará-las com o PIB, identifica-se uma reta ascendente do PIB e certa estabilidade das despesas com saúde (Gráfico 7). No ano de 2000, as despesas totais com saúde foram de R$ 43,47 bilhões, e em 2007 de R$ 44,36 bilhões.

Execução das Despesas da Saúde e PIB

35.000 37.000 39.000 41.000 43.000 45.000 47.000 49.000 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano S a úde e m R $ ( m ilh ões ) 0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 P IB em R $ ( b ilh ões ) Saúde PIB

Gráfico 7 – Execução das despesas da saúde e o Produto Interno Bruto (PIB). Fonte: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e IBGE, 2008.

No gráfico 8, a seguir, observa-se a participação percentual das despesas com saúde em relação ao PIB. Em 2000, esta participação era de 3,69%, em 2007 foi de 1,74%.

Participação (%) da Despesa com Saúde em relação ao PIB

3,69% 3,53% 2,95% 2,23% 2,16% 2,04% 2,02% 1,74% 0,0% 0,5% 1,0% 1,5% 2,0% 2,5% 3,0% 3,5% 4,0% 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano % Saúde X PIB

Gráfico 8 – Participação (%) da despesa com saúde em relação ao PIB. Fonte: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e IBEGE, 2008.

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Ministério da Educação

Ao desagregar as despesas da união com educação e compará-las com o PIB identifica-se a mesma curva ascendente do PIB e queda das despesas relativas no setor (Gráfico 9). No ano de 2000, as despesas totais com educação foram de R$ 22,77 bilhões, e em 2007 de R$ 21,25 bilhões.

Execução das Despesas da Educação e PIB

15.000 16.000 17.000 18.000 19.000 20.000 21.000 22.000 23.000 24.000 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano E d uc a ç ão em R$ ( m ilhõe s ) 0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 PI B e m R $ ( b ilh õ e s ) Educação PIB

Gráfico 9 – Execução das despesas da educação e PIB. Fonte: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2008.

Mantendo a seqüência anterior o gráfico 10, apresenta a participação percentual das despesas com educação em relação ao PIB, evidenciando uma queda entre 2000, com participação de 1,93%, e 2007 com 0,83%.

Participação (%) da Despesa com Educação em relação ao PIB 1,93% 1,74% 1,53% 1,17% 0,95% 0,91% 0,88% 0,83% 0,0% 0,5% 1,0% 1,5% 2,0% 2,5% 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano % Educação X PIB

Gráfico 10 – Participação (%) da Despesa com Educação em relação ao PIB. Fonte: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2008.

RECURSOS HUMANOS

DESPESA MENSAL DE PESSOAL (%)

Para este tipo de despesa mostramos, para cada Poder, a participação percentual dos gastos com pessoal em relação à despesa mensal total da União com servidores federais. No gráfico 11 observamos a distribuição das despesas dos três Poderes entre setembro de 2005 e dezembro de 2007.

Despesa Mensal de Pessoal Ativo da União por Poder

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 set‐05nov‐0 5 jan‐06mar‐0 6 mai‐0 6 jul‐06 set‐06nov‐0 6 jan‐07mar‐07mai‐0 7 jul‐07 set‐07nov‐0 7 Mês E m R$ ( M il hõ es )

JUDICIÁRIO LEGISLATIVO EXECUTIVO

Gráfico 11 – Despesa Mensal de Pessoal Ativo da União por Poder. Fonte: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2008.

Em relação aos gastos do Poder Executivo, o pessoal civil da Administração Indireta participa com um maior volume financeiro, em comparação com Militares e Administração Direta (Gráfico 12).

Despesa Mensal de Pessoal Ativo da União do Poder Executivo

0 500 1000 1500 2000 2500 3000

set‐05 nov‐05 jan‐06 mar‐06mai‐06 jul‐06 set‐06nov‐06jan‐07mar‐07mai‐07 jul‐07 set‐07nov‐07

Mês E m R $ (m ilhões )

Civis Adm. Indireta Civis Adm. Direta MILITARES

Gráfico 12 – Despesa Mensal de Pessoal Ativo da União - Poder Executivo. Fonte: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2008.

No gráfico a seguir apresentamos a participação percentual de cada um dos três Poderes na despesa anual da União com pessoal ativo.

Participação Percentual da Despesa Anual de Pessoal Ativo da União por Poder, segundo a situação de vínculo

13,9% 17,9% 8% 3% 12,1% 0 5 10 15 20 25 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano %

Civis Adm. Direta Civis Adm. Indireta MILITARES

LEGISLATIVO JUDICIÁRIO

Gráfico 13 – Participação Percentual da Despesa de Pessoal Ativo da União por Poder. Fonte: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2008.

Para análise da participação do quadro civil da União (Gráfico 14), tomamos como referência o ano de 2007. Verifica-se que a administração direta com 43,71% e

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autarquias com 30,82% possuem a maior participação na despesa de pessoal.

Participação Percentual da Despesa de Pessoal Ativo Civil da União - 2007 Ministério Público da União; 4,09% Empresas Públicas; 4,72% Banco Central do Brasil; 2,20% Fundações; 12,26% Sociedades de Economia Mista; 2,20% Autarquias; 30,82% Administração Direta; 43,71% G ráfico 14 – Participação percentual da despesa de pessoal ativo civil da união. Fonte: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2008.

Servidores Ativos Federais da União

No gráfico a seguir, observa-se a variação percentual dos servidores ativos da União no Executivo, Legislativo e Judiciário.

Variação dos Servidores Ativos da União

5,13% -2,33% 40,91% 1,27% 44,58% 7,88% -15% -5% 5% 15% 25% 35% 45% 55% 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano %

Executivo Legislativo Judiciário 1995 = 100

Gráfico 15 –. Fonte: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2008.

ESTATAIS / ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

Investimento em Empresas Estatais Federais – Setor Produtivo e Instituições Financeiras

Este indicador descreve a evolução do volume de investimento das empresas estatais federais, entre 1999 e 2007. Estas empresas estão dividas em dois grandes setores: o setor produtivo e o setor financeiro. O primeiro setor é, predominantemente, influenciado pelas empresas pertencentes aos Grupos Petrobrás e Eletrobrás. Tendo maior destaque a evolução acelerada e contínua dos investimentos da Petrobrás quando comparados com as empresas do grupo Eletrobrás. O total de investimentos para o setor produtivo evoluiu de R$ 7,93 bilhões em 1999 para R$ 32,82 bilhões em 2006, e R$ 39,78 bilhões em 2007 (Gráfico 16). Deste total, os investimentos de Petrobrás e Eletrobrás

representam, respectivamente, R$ 34,53 e R$ 3,1 bilhões em 2007.

Setor Produtivo Estatal Evolução do Investimento das Empresas Estatais Federais 0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 45.000 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano R $ ( m il hõ es )

PETROBRÁS ELETROBRÁS TOTAL

Gráfico 16 - Evolução do Investimento – Estatais Federais – Setor Produtivo. Fonte: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2008.

O segundo setor, das instituições financeiras, é composto, principalmente, pelas empresas do Grupo BB e Caixa Econômica Federal (Gráfico 17). Notamos, para as estatais federais deste grupo, o incremento no valor total dos investimentos para o ano de 2007, quando atingiu R$ 2,73 bilhões. Sendo o investimento de Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal de R$ 1,24 bilhão e R$ 915 milhões, respectivamente, em 2007.

Setor Financeiro - Evolução do Investimento das Empresas Estatais Federais 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano R $ ( m il hô es ) BB Caixa Total

Gráfico 17 – Evolução do Investimento – Estatais Federais – Instituições Financeiras. Fonte: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2008.

Percentual de Execução do Orçamento de Investimento das Estatais Federais – Por Ministério Uma vez estabelecido o volume de investimentos realizados pelas empresas estatais dos setores produtivos e financeiros, faz-se relevante observar a capacidade de execução destas empresas quando agrupadas por ministério.

O gráfico 18 apresenta o percentual de execução do orçamento de investimentos das empresas estatais, agrupadas por seus respectivos ministérios. Por exemplo, observamos que os piores desempenhos para a execução do orçamento de investimentos foram do grupo de

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empresas ligadas ao Ministério dos Transportes. Aproximadamente, 24% em 2006, e 6% em 2007, para o conjunto das empresas estatais deste ministério. Importante notar que as estatais ligadas ao Ministério dos Transportes são, majoritariamente, as Cias. De Docas de vários estados.

Cabe ressaltar também o decréscimo acentuado no percentual de execução de investimentos das estatais ligadas ao Ministério da Defesa, principalmente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (INFRAERO). Este percentual, que foi de 76% em 2006, declinou para 44% em 2007.

Em contrapartida, verificamos o alto percentual de execução de investimentos das estatais federais ligadas ao Ministério das Minas e Energia, acima de 70%, entre 2001 e 2007.

Estatais e Respectivos Ministérios - Investimentos

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano R eal iz aç ão ( % )

Ministério da Fazenda Ministério dos Transportes

Ministério de Minas e Energia Ministério da Defesa

Gráfico 18 – Evolução do Percentual Realizado dos Investimentos – Estatais Federais. Fonte: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2008.

CONCLUSÃO

Para o próximo Boletim, 3ª Edição, consolidaremos o acompanhamento da gestão pública federal com a atualização dos dados até o 2º trimestre de 2008, principalmente na dimensão Orçamento e Finanças, sempre que disponibilizados pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Serão incluídos outros Ministérios na análise para a 3ª Edição do Boletim, preferencialmente, aqueles diretamente relacionados com a infra-estrutura logística do país, como: Transportes e Defesa.

Finalmente, com a intenção de aprimoramento contínuo deste Boletim de Acompanhamento da Gestão Pública, colocamo-nos à disposição para a sugestão de novos indicadores e perspectivas de análise.

PONTO DE VISTA

Armando Cunha Professor Titular da EBAPE/FGV Quando se analisam os dados referentes à execução orçamentária do primeiro trimestre de 2008, seja comparativamente a outros exercícios financeiros imediatamente anteriores – 2005, 2006 e 2007, sejam em relação às projeções para o próprio exercício corrente, duas classes de observações podem ser feitas. Numa primeira perspectiva, o foco pode ser o de identificar os fatores que, conjunturalmente, de forma direta ou indireta, respondem pelo desempenho orçamentário do Governo Federal no período. Numa outra ótica, o foco pode ter um caráter mais prospectivo, o qual, a partir da experiência recente acumulada na gestão pública federal, nos remeta para as mudanças necessárias ao alcance de maior qualidade no gasto público, indo-se para além da análise quantitativa do desempenho orçamentário. É sob essa segunda perspectiva que se alinham as observações que se seguem.

Como tem sido amplamente veiculado na mídia e discutido em ambientes da academia e da prática, a gestão pública no contexto brasileiro tem sido marcada pela provisão de serviços com alto grau de desperdício, com elevados custos e com baixa capacidade de dar respostas em consonância com as expectativas da sociedade. São vários os “caminhos” a serem trilhados no enfrentamento desse enorme e complexo desafio. Seguramente, a identificação e implementação de novos conceitos e práticas orçamentárias estão entre eles. Se o orçamento público pode servir como extraordinária alavanca para facilitar o consenso social e para os esforços de reforma da gestão pública no país, a mobilização para isso impõe-se em duas vertentes da ação governamental, concomitantemente: a macro e a micro.

Na vertente macro, trata-se de fortalecer a dimensão econômica e política do orçamento público. É exatamente nessa vertente que se observam os “avanços” mais significativos de reformas orçamentárias no contexto brasileiro, isto é, a busca do equilíbrio orçamentário, como linha de reforma, sob a marca da “responsabilidade fiscal”. Não obstante, a “rigidez orçamentária” - reduzida margem de manobra para escolhas orçamentárias - não dá sinais de abrandamento e continua sendo um mega

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problema macroeconômico. Na dimensão política, a par de algumas mudanças importantes no processo legislativo do orçamento, a partir de meados dos anos 1990, observa-se uma clara tendência ao incrementalismo orçamentário como decorrência inequívoca da ampliação do pluralismo político no Brasil, desde os anos 1980.

Não basta! Esses movimentos de adequação do orçamento público à transição econômica e política que se vem observando no país nos últimos vinte e cinco anos estão longe de sinalizarem o alcance de maior qualidade no gasto público, sobretudo em face do esgotamento de certas medidas ao nível macroscópico como, por exemplo, a capacidade de geração contínua de superávits primários para promover equilíbrio das contas públicas.

Na vertente micro, que tem a ver com o desempenho das diferentes organizações que compõem o setor público, está o desafio mais urgente para que os esforços na vertente macro não se tornem infrutíferos ou pirotécnicos. No nível das organizações, é dramática a necessidade de se direcionar as decisões orçamentárias, a sua implementação e o seu controle, para os “produtos” e para os resultados – efeitos dos “produtos”- que se pretendam alcançar em curto, médio e longo prazo. Esse caminho requer que sejam enfrentadas as precariedades e fontes de ambigüidades na gestão das organizações do setor público. Para isso, impõe-se repensar as responsabilidades individuais, buscar maior interatividade e consenso informado para as decisões orçamentárias, e maior autonomia para decisões operacionais. Mais ainda, requer manter políticos, gestores e profissionais na administração pública accountable por “produtos” e por resultados a serem obtidos.

Sem qualquer dúvida, a conexão entre os esforços nas duas vertentes – macro e micro – é fundamental para que se alcance transformação nas decisões quanto à alocação de recursos e sua implementação.

É esse movimento, de se repensar e inovar sobre conceitos e práticas do orçamento público, que deverão garantir que os indicadores sejam mais do que a simples expressão numérica da execução orçamentária, sejam expressão da qualidade da gestão pública.

Este Ponto de Vista representa a opinião individual do autor.

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