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6 Estratégias em Nível da Unidade de Negócios

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Academic year: 2021

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6 Estratégias em Nível da Unidade de Negócios

As Unidades de Negócio ou UNs são subsistemas organizacionais com mercado, conjunto de concorrentes e missão diferente de outros subsistemas organizacionais da empresa (WRIGHT; KROLL; PARNELL, 2009; CERTO; PETER, 1993).

Figura 9: Modelo de estrutura organizacional de organização dividida em Unidades de Negócio

Adaptado pelo autor a partir de Certo e Peter (1993).

A estratégia de unidades de negócios diz respeito a como competir com êxito em determinado setor (GUPTA, 1999), podendo ser considerada um conjunto de estratégias genéricas para orientar as organizações. São chamadas genéricas porque podem ser adotadas por qualquer tipo de unidade de negócio (WRIGHT; KROLL; PARNELL, 2000). O professor Gupta (1999) destaca cinco elementos considerados críticos na gestão da estratégia das UNs, conforme Figura 10:

Figura 10: Elementos Críticos da Estratégia de Unidades de Negócio

Fonte: Adaptado de Gupta (1999).

Definição do escopo4 da unidade de negócios, é a definição do escopo da unidade

de negócios, que representa o que está e o que não está inserido no âmbito da unidade de negócios, e quais são os respectivos clientes alvos. Ainda nesta fase devem ser identificadas quais são as necessidades dos clientes a unidade de negócios tenta atender e quais são as competências essenciais para o atendimento dessas necessidades (GUPTA, 1999).

4Limite ou abrangência de uma operação

Definição do escopo da unidade de negócio Estabelecimen to das metas das unidades de negócios Definição das bases pretendidas para a vantagem competitiva Projeto da constelação de valores

Gestão da cadeia de valores interna da unidade de

negócios e da sua integração com as cadeias

de valores dos parceiros e clientes

Presidente

Vice-Presidente Vice-Presidente Vice-Presidente

Gerentes de Divisão 1 2 3 Gerentes de Divisão 1 2 3 Gerentes de Divisão 1 2 3

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Estabelecimento das metas das unidades de negócios, a partir de alvos financeiros e não financeiros que direcionarão o desenvolvimento da estratégia da unidade de negócios, a avaliação de seu desempenho e a adoção de medidas corretivas. As principais metas a serem definidas são: metas financeiras (retorno sobre os ativos), metas de posição no mercado e satisfação do cliente (participação no mercado), metas internas (retenção dos empregados, redução dos prazos dos ciclos) e metas de inovação e aprendizado (porcentagem das vendas de novos produtos em relação as vendas totais) (GUPTA, 1999).

Definição das bases pretendidas para a vantagem competitiva, consiste na definição das bases pretendidas para a vantagem competitiva, ou seja quais as dimensões referentes ao cliente, ao longo das quais a unidade de negócios pretende ser não apenas boa, mas melhor do que os concorrentes. Nesta fase é importante determinar se a unidade pretende tornar-se superior e continuar assim em relação aos concorrentes, ou se será aceita a possibilidade de ser igual ou estar em desvantagem em relação aos concorrentes (GUPTA, 1999).

Projeto da constelação de valores representa o que a unidade de negócios fará e o que confiará aos seus parceiros de negócios. Neste tópico, deverá ser abordado que atividades referentes aos clientes serão executadas pela unidade de negócio e que atividades referentes aos clientes serão terceirizadas para os nossos parceiros de negócios (GUPTA, 1999).

Gestão da cadeia de valores interna da unidade de negócios e da sua integração com as cadeias de valores dos parceiros e clientes, assim como a sua integração com as cadeias de valores dos parceiros e clientes. A cadeia de valor é um conceito que reflete o que a empresa está fazendo, qualquer que seja o setor de atividade em que se encontre. Por exemplo, há uma força de vendas que visita os clientes, uma equipe que projeta os produtos e também a logística necessária para entregá-los ao cliente. Ambos são elos de uma cadeia de valor, ou seja, das atividades que a compõe. O propósito da gestão da cadeia de valores é gerar e sustentar superioridade competitiva ao longo das bases pretendidas para a vantagem competitiva (GUPTA, 1999).

6.1 Estratégias Genéricas Para Grandes Unidades de Negócios

Já as estratégias genéricas voltadas para grandes unidades de negócios são: estratégia de custos baixos, diferenciação e custo baixos-diferenciação, e em determinados casos é possível utilizar alguma combinação dessas estratégias genéricas (estratégias múltiplas).

Segundo Porter, as grandes organizações que adotam a estratégia de custos baixos fabricam produtos/serviços sem sofisticação que abrange todo um setor, ou seja, engloba um mercado de massa constituído por consumidores sensíveis a preços. Uma grande atuação de mercado possibilita economias de escala em diversas áreas tais como compra (desconto sobre a quantidade), produção (em massa), financeira (menores taxas de juros) e distribuição (vendas no atacado e merchandising em massa). Esta estratégia tem como ponto fraco a vulnerabilidade a intensa competição de preços, que reduz as margens de lucro, e risco de obsolescência tecnológica.

A estratégia de diferenciação, por sua vez, tem como pressuposto a produção de bens/serviços diferenciados para todo o setor, atendendo a demanda, relativamente constante, de todo o mercado. Os consumidores destas empresas que adotam esta estratégia estão dispostos a pagar um preço mais elevado por resultados diferenciados.

Estas empresas destacam a qualidade em cada uma de suas áreas funcionais. Quanto maior for o diferencial da empresa, mais difícil torna a concorrência, sendo assim a empresa deve estar em constante inovação, a fim de manter o seu diferencial.

Já as empresas que disputam através de estratégia de custo baixo-diferenciação tendem, em grande parte, ao mesmo mercado grande, relativamente não sensível a preços e

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em busca de bens/serviços diferenciados. Esta estratégia tem como premissa produzir com qualidade.

E por fim, grandes unidades de negócios podem competir com estratégias múltiplas, ou seja, empregam mais de uma estratégia (supracitadas) de maneira adequada. Esta escolha pode estar atrelada a razões pró-ativas, de tentar modificar algum segmento de suas operações para aumentar a eficácia, ou por causas reativas de reagir a alterações do ambiente para manter a eficácia.

Em se tratando de posicionamento de mercado Kotler (1999) adota classificação de estratégias competitivas pautada no papel que a empresa desempenha no mercadoalvo, a saber: líder de mercado, desafiante, seguidora ou de nicho de mercado.

A estratégia de líder de mercado, tem como pressuposto que grande parte dos setores apresenta uma “líder” de mercado reconhecida, e que para manter o seu posicionamento, estas empresas devem optar por três ações possíveis: criar meios para a expansão da demanda total, proteger sua participação de mercado atual através de ações defensivas e ofensivas eficientes e procurar ampliar ainda mais sua participação no mercado, ainda que o tamanho do mercado permaneça constante. Neste sentido, a empresa-líder deve estar apta a estar em constante inovação, a fim de manter seu posicionamento.

A outra estratégia apresentada pelo autor é a de desafiante de mercado, que consiste em desafiar a empresa líder e outras concorrentes num esforço agressivo para ampliar a atuação no mercado ou conviver com as rivais sem perturbar o mercado (seguidoras do mercado).

Já a estratégia de seguidor de mercado tem como característica acompanhar o andamento do mercado de maneira mais passiva, aproveitando as brechas que surgem. A empresa seguidora deve ter definido um padrão de crescimento que não ocasiona retaliação competitiva, bem como deve saber manter seus clientes atuais, bem como atrair outros novos.

A última estratégia apresentada por Kotler (1999) é a de nicho de mercado, ou seja, a empresa se volta para os segmentos dentro de segmentos, ou nichos. Esta estratégia é muito comum em pequenas empresas com recursos limitados, e em divisões menores de grandes organizações. As empresas que utilizam esta estratégia podem especializar-se num tipo de consumidor final, áreas geográficas, tamanho de clientes, precificação, etc. Vale destacar que esta estratégia apresenta alguns riscos tais como o esgotamento ou crescimento do mercado estimulando o aparecimento de novas concorrentes. Por estas razoes muitas empresas optam por múltiplos nichos, dedicando-se a dois ou mais segmentos, visando aumentar as possibilidades de sobrevivência.

6.2 Estratégias Genéricas Para Pequenas Unidades de Negócios

A estratégia de Nicho-Custo Baixo ressalta a manutenção dos custos totais em um nível baixo, tendo uma área de atuação pequena, marcada pela concorrência de preço. A escolha desta estratégia implica na “fabricação” de produtos/serviços sem sofisticação voltada para clientes que são sensíveis ao preço, bem como dificulta a inovação, por medo de aumentar seus custos. As empresas que adotam esta “prática” valorizam a estabilidade em suas organizações. Uma deficiência desta estratégia é a pouca força de concorrência com grandes empresas que resolvem competir com essa estratégia e obsolescência tecnológica que pode tornar seus produtos ultrapassados e não atraentes ao mercado

Já a estratégia de Nicho-Diferenciação é compatível com unidades de negócios que produzem mercadorias/serviços bastante diferenciados que atendem as necessidades especializadas de uma faixa estreita de consumidores. Esta estratégia tem como características uma demanda relativamente constante que pode valorizar a fluidez tecnológica e

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organizacional, preços mais altos. O ponto fraco desta estratégia consiste no fato de que os concorrentes podem oferecer produtos semelhantes com preços menores.

A última estratégia, destacada pelo autor, é a nicho-custos baixos/diferenciação, que consiste na produção de bens ou serviços altamente diferenciados, que suprem as necessidades especializadas de um grupo seleto de clientes ou nicho de mercado, e ao mesmo tempo mantém custos baixos. Sendo que para atingir este fim de se manter diferenciado e ao mesmo tempo apresentar custos reduzidos, as empresas devem adotar práticas administrativas que contemplem a dedicação à qualidade, inovação do processo, inovação de produto e alavancagem por meio da perícia e da imagem organizacional :

Dedicação à qualidade: qualidade é definida como a “totalidade de traços ou

características de um produto ou serviço relacionadas com sua capacidade de satisfazer as necessidades declaradas ou implícitas”. A preocupação com a qualidade pode reduzir custos envolvidos com refugo, garantias e atendimento pós-venda, além de deixar os clientes mais satisfeitos aumentando as possibilidades de que compre este mesmo produto, desta mesma empresa outra vez.

A preocupação com a qualidade vem crescendo nos últimos anos, e a implantação da administração pela qualidade total (TQM- Total Quality Management), também. Historicamente, a qualidade tem sido considerada em geral uma atividade de controle que acontece perto do final do processo de produção, uma mensuração posterior do sucesso da produção; ao longo dos anos os administradores têm percebido que esta é uma visão equivocada e que a preocupação com a qualidade deve estar presente em todos os momentos da concepção e produção e um produto ou serviço. Quando a qualidade passa a ser vista desse modo, prevalecem estas condições:

• Fabricar um produto e qualidade diminui a quantidade de defeitos, o que por sua vez aumenta o volume de produção;

• Fabricar um produto corretamente da primeira vez reduz o número de rejeições e o tempo gasto em retrabalho;

• Tornar os funcionários da operação responsáveis pela qualidade elimina a necessidade de inspeção.

Qualquer melhoria na qualidade, em qualquer tipo de empresa parece gerar resultados atraentes. Esses resultados tendem a aparecer em média dois anos e meio após os programas de TQM terem sido implantados; esses programas necessariamente continham as seguintes características em comum:

• Foco da empresa na satisfação das exigências do cliente; • Alta administração liderando a postura de enfatizar a qualidade; • Envolvimento de todos os funcionários no processo;

• Integração de processos sistemáticos para gerar melhoria contínua.

Inovação de processo: atividades que aumentam a eficiência das operações e da

distribuição. Essas melhorias costumam reduzir custos e também aumentar a diferenciação de produtos ou serviços.

Inovação de produtos: pode reduzir custos e auxiliar na diferenciação.

Alavancagem por meio da perícia e da imagem da organização: perícia organizacional

– capacidade que a empresa tem de fazer algo particularmente bem em comparação com seus concorrentes.

 

 

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Bibliografia 

ASSAF NETO, A. A dinâmica das decisões financeiras. Caderno de Estudos, v. 9, n. 16, p. 9-25, 1997.

BARBOSA, E. R.; BRONDANI, G. Planejamento Estratégico Organizacional, Revista Eletrônica de Contabilidade, v. 1, n. 2, p. 107-123. 2005.

BREALEY, R. A.; MYERS, S. C. Princípios de finanças empresariais. Lisboa: Editora McGraw-Hill, 1999.

CLEMENTE, N. M.; GREENSPAN, S. D. Winning at mergers and acquisitions. USA: John Wiley & Sons, Inc., 1998.

CORRÊA, H.; GIANESI, I.; CAON, M. Planejamento, Programação e Controle da Produção com MRPII / ERP: Conceitos, Uso e Implantação. São Paulo: Editora Atlas. 1999.

GUPTA, A . K. Estratégia das unidades de negócios: gerenciando um único negócio. In: FAHEY, L.; RANDALL, R. M. MBA curso prático: estratégia, 2a. Edição, Rio de Janeiro: Campus, 2001.

HAYES, R.; WHEELWRIGHT, S. Competing through manufacturing. Harvard Business Review. Jan./Feb. 1985.

Referências

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