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ACESSIBILIDADE DOS ALUNOS USUÁRIOS DE CADEIRA DE RODAS: O DIREITO A EDUCAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

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ISBN 978-85-89943-23-9

ACESSIBILIDADE DOS ALUNOS USUÁRIOS DE CADEIRA DE RODAS: O DIREITO A EDUCAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Elaine S. S. Fontes Graduanda em Educação Física/UFS elaine.ss.fontes@bol.com.br RESUMO

A pessoa com deficiência possui o direito de ser integrada na sociedade em diversos meios sociais, inclusive no ambiente escolar. Este artigo propõe uma reflexão sobre as questões da inclusão e acessibilidade para os alunos que fazem uso da cadeira de rodas nas aulas de educação física. Trata-se de uma revisão teórica baseada em livros, decretos e leis, relacionados às pessoas com deficiência. Faremos exposições de questões conceituais e de políticas públicas, com caráter informativo de como a educação e o lazer, estão presentes na vida da população, e especificamente nas aulas de educação física. Tratando de questões que dizem respeito a ações pedagógicas inclusivas. Já existe legislação que garante o acesso a escola para pessoas com deficiência, porém, faz-se necessário um olhar crítico e reflexivo sobre como estará sendo proporcionado esse direito que todos os cidadãos possuem. Deve ser priorizando a inclusão e a participação de todos, pessoas com ou sem deficiência nas escolas, como também, nas aulas de educação física.

Palavras-Chave: Inclusão, Educação Física, Acessibilidade.

ACESSIBILIDADE, EDUCAÇÃO E EDUCAÇÃO FÍSICA

A inclusão da pessoa com deficiência é uma realidade cada vez maior na contemporaneidade. Desde meados da década de 1990 até os dias atuais muitas conquistas foram alcançadas visando à inclusão da pessoa com deficiência nos mais variados âmbitos da vida social. Não estamos aqui afirmando que a saga da inclusão já está posta e é uma realidade conquistada, porém, são visíveis que avanços foram alcançadas e que muita coisa foi melhorada no que tange a inclusão dessas pessoas.

Segundo Bartalotti (2006) para falar de inclusão social é necessário identificar seu contraponto e conviver com ele: a exclusão - algo que fere a dignidade humana. Assim, é preciso compreender a exclusão e seu contexto, para então podermos

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promover ações transformadoras para a inclusão. A Constituição Federal de 1988 fala do direito de locomoção e total acesso pessoas que se encontram na condição de limitação motora, mas na prática isso não acontece por conta da série de dificuldades encontradas pela falta de respeito e acessibilidade nos mais diversos locais.

Neste sentido, a acessibilidade no âmbito da pessoa com deficiência trata da transposição de barreiras dos mais variados âmbitos. Desta forma, “a acessibilidade é vista como um meio de possibilitar a participação e integração das pessoas nas atividades cotidianas que ocorrem no espaço construído, com segurança, autonomia e conforto” (MORAES, 2007, p.29). Ou seja, a acessibilidade é entendida como a transposição de uma barreira com autonomia e segurança.

A pessoa com deficiência possui direito a sua integração na sociedade em diversas áreas como no direito de ir e vir, do acesso a cultura, espaços de lazer, práticas do esporte, educação e trabalho. A Constituição Federal Brasileira (artigo 205) afirma que é obrigação dos órgãos e Poder Público assegurar às pessoas com deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive os direitos à cultura, desporto, turismo e lazer.

Em 1996 a Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDBEN) torna possível a inclusão da pessoa com deficiência na escola de ensino regular. Para cumprir esse novo modelo de paradigma de inclusão, a escola enfrenta desafios em receber o chamado “diferente”, tendo que modificar sua estrutura física e suas ações pedagógicas. E a Educação Física também como componente curricular obrigatório, tem o dever de assegurar as práticas de ensino para o aluno que faz o uso da cadeira de rodas, que é o foco desta pesquisa. Superando assim, qualquer barreira que possa impossibilitar o direito da pessoa com deficiência a educação e as aulas de educação física.

Outro documento também importante que trata da inclusão é a Declaração de Salamanca de 1994, que de maneira mais decisiva foi responsável por contribuir e impulsionar a Educação Inclusiva em todo o mundo. Meios legais existem dentre os princípios básicos da Constituição, se inclui o respeito à dignidade da pessoa humana, que se insere neste contexto, ou pelo menos deveria ser encontrado. Mas, ainda estamos longe de afirmar que este direito está garantido ou assegurado para pessoas que se encontram na condição de limitação motora.

Nesse sentido, podemos abordar a Educação Física como parte integrante do processo de educação inclusiva que é definida por Hegarty, 1994, (citado por RODRIGUES, 2003) como: “o desenvolvimento de uma educação apropriada e de alta

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qualidade para alunos com necessidades educacionais especiais na escola regular”. Para que a Educação Física atenda a esse objetivo, os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) dizem que ela, para alcançar todos os alunos, deve tirar proveito das diferenças ao invés de configurá-las como desigualdades.

A educação física tem o privilégio de poder proporcionar vivências das mais variadas formas. Tanto no esporte, quanto nas vivências lúdicas e na cultura corporal do movimento. Seus benefícios incluem o desenvolvimento físico, relacionado com alterações orgânicas (aspectos metabólicos, cardiorrespiratórios e músculo-osteoarticulares) e o desenvolvimento das características psicológicas, como aumento do bom humor, redução do estresse e auto conceito mais positivo. Além desses benefícios, o esporte também está relacionado com o desenvolvimento das qualidades sociais, como a empatia pelas pessoas e o desenvolvimento do relacionamento dentro de diferentes grupos sociais (ZUCHETTO; CASTRO, 2002).

A escola deve proporcionar práticas pedagógicas para inserção desses alunos que faz uso da cadeira de rodas, para que não sejam privados do conhecimento escolar e das práticas desenvolvidas nas aulas de Educação Física. Assim, podem ter a oportunidade de uma participação efetiva nas aulas com as devidas adaptações.

Quando voltamos à história, tocamos no contexto histórico do processo de formação do corpo e seus diferentes aspectos. Na Educação Física o corpo era considerado como uma máquina para produção da pessoa saudável. Um corpo forte e atlético. O corpo com alguma limitação era totalmente excluído. Com o passar do tempo, esse conceito de corpo muda, e o considerado como “o diferente”, passar a ser notado e com capacidade de realizar as mais diversas atividades.

Para a população de pessoas com deficiência enfatiza-se a prática de atividades que levem em conta a sua capacidade, necessidades e limitações, auxiliando os mesmos no desenvolvimento e aprimoramento de movimentos necessários para a realização de tarefas essenciais no seu cotidiano (AZEVEDO; BARROS, 2004). Para Teodoro (2006), uma questão interessante é que quando a pessoa com deficiência começa a ter sucesso no esporte, a sociedade reconhece que, além de atleta, o indivíduo passa a ser cidadão representante da instituição a que pertence (clube, cidade, estado e país), tornando-se motivo de orgulho para todos.

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METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão teórica baseado na literatura publicada, livros, dissertações, decretos e leis, que asseguram os direitos à prática da educação escolar nas aulas de Educação Física por parte dos alunos que alunos que fazem uso da cadeira de rodas no ambiente escolar. Apresentamos também as questões conceituais e de políticas públicas que possam garantir o direito dos alunos a ter o acesso à educação.

Foram selecionados 3 textos que fazem menção a importância da Educação Física nesse processo de integração do aluno que faz uso da cadeira de rodas. São textos que nos remete a uma leitura a fim de compreender o processo educacional, fazendo relação com os aspectos da Acessibilidade e como podem ser inseridos nas aulas de Educação Física.

-Texto 1: EDUCAÇÃO INCLUSIVA E O PAPEL DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO CONTEXTO ESCOLAR ( Marcia da Silva Damazio e Alessandro Teodoro Bruzi). -Texto 2: EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA INCLUSIVA: Estudo de caso de uma escola regular em Salvador, Bahia, Brasil (Danilo Alves de Araújo Junior)

-Texto3: EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA, NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS (NEE) NA ESCOLA REGULAR NO MUNICÍPIO DE GETÚLIO VARGAS – RS ( Emanuele Stempczynski e Mônica Telli Moreno da Silva)

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE

O principal objetivo de uma revisão bibliográfica é reunir ideias oriundas de diferentes fontes, visando construir uma nova teoria ou uma nova forma de apresentação para um assunto já conhecido. Diante disso, reunimos obras que pudessem entrelaçar nosso debate a cerca da Acessibilidade nas aulas de Educação Física, e com isso, reunindo ideias comuns.

Devemos então mencionar que os trabalhos com a diversidade, que segundo os PCNs (1997) são apontados como temas de urgência no País, indicados como da realidade social, que precisam ser problematizados e refletidos. Sendo trabalhada por todos os componentes curriculares, inclusive nas aulas de Educação Física.

Mantoan (1997) ressalta que é preciso instrumentar professores para saberem trabalhar com a diversidade na sala de aula, porque a realidade não é homogênea. A garantia de sucesso para a construção da identidade de cada um ocorre através da vivência e da diversidade.

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As normas estabelecidas por lei asseguram a autonomia e segurança dos alunos que fazem uso da cadeira de rodas. O que infelizmente não observamos, é a falta de preparo da escola e dos professores em receber esse aluno que precisa ser inserido nas aulas de educação física. Não somente está presente, mas fazer parte do processo de construção das aulas, participar e interagir. A escola precisa se mostrar preocupada para garantir a inclusão desse aluno quando falamos da cultura escolar.

O professor de Educação Física nos dias atuais, apresentam uma certa limitação na efetivação da temática inclusão. O que mais ouvimos é que em sua formação, não houve esse aprendizado, não teria sido fornecido o suporte necessário para saber como lidar com os alunos que faz uso da cadeira de rodas. Mas, também, não podemos deixar de citar, que com os avanços tecnológicos a cerca da informação, as pessoas tendem a ter maior acesso a conteúdos e métodos de ensino inclusivo na Educação Física.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de inclusão educacional ainda passa por diversos aspectos que envolvem a discussão acerca da mesma. E que são muitas as questões a serem respondidas e os problemas a serem solucionados.

A relação da educação geral e a Educação Física precisam está ligadas ao que o ambiente escolar necessita, como também, atender aos parâmetros de inclusão ao aluno que faz-se do uso de uma cadeira de rodas. Embora as adaptações nos espaços destinados a educação, à prática de esportes sejam ainda discretas, as questões de acessibilidade, atualmente são bastante discutidas o que torna uma temática extremamente importante para que seja feita uma inclusão efetiva.

Sabemos que a acessibilidade vai além de ultrapassar barreiras arquitetônicas, e junto a essas devemos associar as chamadas barreiras atitudinais dos cidadãos responsáveis pela execução e realização dos projetos de edificações, assim como, os demais usuários. Devemos pensar e criar meios que garantam a educação escolar para todos, sem nenhuma distinção.

E para isso, a inclusão escolar exige um ensino adaptado para alguns alunos, onde os professores que fazem seu planejamento, que valorizam as e as diferenças, não só daqueles que possuem limitação motora, e sim de todos aqueles que se sentem excluídos pela sociedade. A escola deve ser um espaço aberto a todos, pois sendo democrática e acolhedora, estará contemplando todas as diferenças e individualidades e a Educação Física

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Para Soler (2005) a tarefa do professor de Educação Física é complexa, pois deve compatibilizar os interesses do grupo com aqueles que apresentam NEE, atendendo a individualidade de cada um. Ou seja, professor de Educação Física na inclusão tem o papel de apresentar ao aluno o novo e o desconhecido, proporcionar vivências e experiências de ensino que possam ajudar essa criança que faz uso da cadeira de rodas, possibilidades de um novo olhar, novos elementos, fazendo com que ela tenha que reestruturar internamente, gerando novos conhecimentos.

REFERÊNCIAS

AZEVEDO, P. H.; BARROS, J. F. O Nível de Participação do Estado na Gestão do Esporte Brasileiro como Fator de Inclusão Social de Pessoas Portadoras de Deficiência. R. Bras. Ci. e Mov, v. 12, n. 1, p. 77-84, 2004.

BARTALOTTI, Celina Camargo. Inclusão social das pessoas com deficiência: Utopia ou possibilidade. São Paulo: Paulus, 2006.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, n˚ 9.394. Brasília, DF: Senado Federal, 20/12/96.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. Brasília, DF: MEC/SEF, 1997.

_______. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília, DF: UNESCO, 1994.

MANTOAN, M. T. E. Inclusão Escolar: caminhos, descaminhos, desafios, perspectivas. In: ________. O Desafio das Diferenças nas Escolas. Petrópolis: Vozes, 2008. Cap. 1, p. 29.

MORAES, M. C. Acessibilidade no Brasil: Análise da NBR 9050. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Centro Tecnológico,Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Florianópolis, 2007.

RODRIGUES, David. A Educação Física Perante a Educação Inclusiva: reflexões conceptuais e metodológicas. Maringá, PR: Rev. da Educação Física/ UEM, v. 14, nº 1, p. 67 – 73. 2003.

SOLER, R. Educação Física Inclusiva na Escola: em busca de uma escola plural. 2ed. Rio de Janeiro:Sprint, 2005

TEODORO, C. M. Esporte de alto rendimento praticado por pessoas com deficiência: Relatos de atletas paraolímpicos. Dissertação (Mestrado). Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2006.

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BRASIL. (2004). Presidência da República. Decreto nº 5.296, 2 de dezembro de 2004.Declaração de Salamanca (1994). CORDE.

ZUCHETTO, A. T; CASTRO, R. L. V. G. As Contribuições das Atividades Físicas para a Qualidade de Vida dos Deficientes Físicos, Rev Kinesis. n.26, p. 52-166, 2002.

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