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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente sem voto), BERETTA DA SILVEIRA E EGIDIO GIACOIA.

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ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento nº 2065094-65.2017.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que é agravante TIM CELULAR S/A, são agravados FACEBOOK SERVIÇOS ONLINE DO BRASIL LTDA e OI S/A.

ACORDAM, em 3ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de

São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento em parte ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente sem voto), BERETTA DA SILVEIRA E EGIDIO GIACOIA.

São Paulo, 31 de outubro de 2017.

Marcia Dalla Déa Barone RELATOR

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VOTO Nº 18.616

Agravante: Tim Celular S/A

Agravadas: Facebook Serviços Online do Brasil Ltda. e outra

Comarca: São Paulo Foro Central Cível 17ª VC Juiz: Adriana Brandini do Amparo

Ação de obrigação de fazer Decisão que indeferiu o pedido de tutela provisória de urgência Conteúdo tido como ofensivo divulgado em rede social Criação de “evento” conclamando usuários e consumidores a acionar em massa a empresa de telefonia celular autora por suposta má prestação de serviços Constatada nesta sede a presença dos requisitos legais exigidos para o deferimento da medida de urgência Possibilidade do conteúdo acarretar danos à atividade comercial da agravante e aos próprios consumidores, vez que ostenta símbolos de publicidade semelhantes ao da empresa autora Indícios de que o evento foi criado por empresa que atua no ramo de telefonia móvel Ausência de possibilidade de análise, neste momento, acerca de afronta à liberdade de expressão Confronto de direitos que deve ser realizado de forma casuística Tutela provisória deferida para que o conteúdo seja removido e para que sejam fornecidos os dados cadastrais dos usuários identificados na petição inicial como organizadores do evento, os quais não serão comunicados do objeto da demanda (Artigo 20 da Lei 12.965/2014) Decisão reformada em parte Mantido o indeferimento do pedido de decretação de segredo de justiça Afastamento da imposição de multa pelo descumprimento cominada em sede de tutela recursal, vez que não apresentada renitência por parte das agravadas Recurso provido em parte.

Vistos,

Cuida-se de recurso de agravo de instrumento interposto contra a decisão de fls. 97/98, que em sede de

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ação de obrigação de fazer indeferiu o pedido de tutela provisória de urgência. A decisão de fls. 105/106 rejeitou embargos de declaração.

A agravante alega ter tomado conhecimento da existência de uma página na rede social Facebook na qual foi criado um evento denominado “Abertura de Processo em

Massa contra Tim junto ao Procon, Anatel e R. Aqui”, organizado pela

página “Ótima Consultoria”. Sustenta a presença dos requisitos legais para o deferimento da tutela provisória de urgência para remoção do conteúdo e identificação dos usuários. Afirma ser desnecessária prova inequívoca de que a organizadora do evento atue na mesma área comercial ou de que tenha havido infração de cunho penal. Alega a existência de indícios de que a organizadora do evento presta serviços concorrentes aos seus e de que a página teria como intuito macular sua reputação e credibilidade, além de haver a probabilidade de tentativa de desvio de clientela e concorrência desleal, na medida em que a organizadora se promove como uma alternativa aos que não estão satisfeitos com os serviços da agravante. Aduz que a página ostenta imagem semelhante às suas campanhas publicitárias, utilizando indevidamente a marca. Tece considerações sobre o Marco Civil da Internet e sua aplicação na hipótese no que tange ao pedido de identificação dos usuários. Sustenta o perigo de ineficácia da tutela final uma vez que os dados podem ser apagados, sendo que por outro lado a manutenção da página no ar poderá ser causa de danos à sua atividade comercial. Pugna pela decretação do segredo de justiça a fim de evitar inclusive a dispersão de provas. Pleiteia o deferimento da tutela

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provisória de urgência para determinar: ao Facebook, que remova os conteúdos disponíveis nas URLs indicadas, que forneça dados da criação e acessos do evento, bem como do perfil dos usuários que se apresentam como organizadores da página; à Oi S/A, que forneça os dados relativos à linha telefônica indicada, postulando que ambas as requeridas se abstenham de comunicar os usuários acerca dos requerimentos da demanda, nos termos do Artigo 20 da Lei 12.965/2014.

Houve deferimento do pedido de concessão de tutela recursal antecipada.

A agravante se opôs ao julgamento virtual do recurso (fls. 141/142).

Contraminutas às fls. 187/222 e 224/232.

É o relatório.

Cuida-se de ação de obrigação de fazer com o intuito de remover da rede social Facebook a página de um “evento” denominado “Abertura de Processo em Massa contra Tim

junto ao Procon, Anatel e R. Aqui”, bem como para compelir as

requeridas a fornecer os dados cadastrais dos usuários que constam como criadores da página. A agravante alega que o conteúdo impugnado poderia ocasionar danos à sua atividade comercial.

Inicialmente cumpre rejeitar o pedido de decretação do trâmite processual em segredo de justiça com fulcro no Artigo 189 do Código de Processo Civil, vez que não configurados os requisitos legais, inexistindo a necessidade de preservação de dados da

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agravante, o que não se confunde com a medida prevista no Artigo 20 da Lei 12.965/2014.

Da análise dos elementos constantes dos autos é possível aferir a presença dos requisitos legais para a concessão da tutela provisória na hipótese, inclusive diante da legislação específica sobre a matéria (marco civil da Internet), ou seja, a probabilidade do direito alegado e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, ficando ratificada nesta oportunidade a decisão monocrática que antecipou a tutela recursal.

Nenhuma liberdade, ainda que constitucionalmente defendida, como ocorre com a livre manifestação do pensamento, é ilimitada. A Constituição Federal não só consagra o direito de livre manifestação do pensamento (Artigo 5º, IV) como também assegura a liberdade de expressão em relação à atividade jornalística, intelectual e de comunicação (Artigo 5º, IX), mas não afasta a possibilidade de avaliação das consequências da divulgação do pensamento, que poderá ou não ser considerado ofensivo a um dos atributos da personalidade humana e, extensivamente, à personalidade jurídica, caracterizando danos de ordem moral.

A manutenção das informações tidas por ofensivas na Rede Mundial de Computadores poderia ser causa de danos irreversíveis à honra e imagem do ofendido, caso se constate inverídicas ou dissociadas da realidade, matéria que somente poderá ser analisada oportunamente e, em sede própria.

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2055311-49.2017.8.26.0000 Agravo de Instrumento / Direito de Imagem

Relator(a): Paulo Alcides Comarca: Campinas

Órgão julgador: 6ª Câmara de Direito Privado Data do julgamento: 10/08/2017

Data de publicação: 11/08/2017 Data de registro: 11/08/2017

Ementa: AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER PROPOSTA CONTRA A EMPRESA "GOOGLE DO BRASIL". PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA DEFERIDO PARA DETERMINAR A REMOÇÃO DE PUBLICAÇÕES VEICULADAS NAS REDES SOCIAIS "YOU TUBE". PLAUSIBILIDADE DO DIREITO E

PERIGO DA DEMORA. APARENTE EXCESSO NO

EXERCÍCIO DO DIREITO À LIBERDADE DE EXPRESSÃO. POTENCIAL PREJUÍZO À IMAGEM DOS AGRAVADOS, PERTENCENTES A CORPO DOCENTE DE RENOMADA

UNIVERSIDADE ESTADUAL. DECISÃO MANTIDA.

RECURSO DESPROVIDO.

2157756-82.2016.8.26.0000 Agravo de

Instrumento / Responsabilidade Civil

Relator(a): Galdino Toledo Júnior Comarca: São Paulo

Órgão julgador: 9ª Câmara de Direito Privado Data do julgamento: 18/10/2016

Data de publicação: 18/10/2016 Data de registro: 18/10/2016

Ementa: TUTELA PROVISÓRIA Ação de obrigação de fazer Pleito de urgência deferido para determinar ao Facebook a exclusão da conta de URL em nome da autora, bem como o fornecimento dos dados de cadastros disponíveis e registros eletrônicos Manutenção Empresas responsáveis pelas redes sociais que devem desenvolver mecanismos hábeis a identificar seus usuários Art. 22, parágrafo único, da Lei 12.965/2014, que, ademais, não exige dos interessados a apresentação de qualquer dado técnico para fornecimento judicial de registros de conexão ou de registros de acesso a aplicações de internet Responsabilidade do agravante que decorre da atividade lucrativa desenvolvida - Agravo desprovido.

2143756-77.2016.8.26.0000 Agravo de

Instrumento / Responsabilidade Civil

Relator(a): Christine Santini Comarca: Americana

Órgão julgador: 1ª Câmara de Direito Privado Data do julgamento: 02/09/2016

Data de publicação: 02/09/2016 Data de registro: 02/09/2016

Ementa: Agravo de Instrumento. Antecipação de tutela Determinação de remoção de página da rede social agravante, sob pena de incidência de multa diária de R$ 1.000,00 Agravado que afirma não ser o criador da página que utiliza seu nome e de sua clínica de forma a prejudicar sua imagem Liberdade de expressão que não pode ser exercida de forma irrestrita, prejudicando direto de terceiros Multa que tem caráter coercitivo e visa ao cumprimento de obrigação de fazer Valor fixado segundo critérios da razoabilidade e proporcionalidade

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Incidência apenas em caso de descumprimento da determinação judicial pela agravante Manutenção da decisão agravada. Nega-se provimento ao recurso.

Na hipótese dos autos, a probabilidade do direito alegado reside no fato de que o conteúdo impugnado, em tese, seria capaz de acarretar eventuais danos à imagem e à atividade comercial da agravante, operadora de telefonia celular.

Nada obstante tenha sido ultrapassada a data do evento criado junto à rede social (30.11.2016) e o fato de que havia pouca adesão de outros usuários a página permanecia ativa junto ao site Facebook por ocasião do ajuizamento da ação, sendo que as ilações ali contidas estimulavam de forma generalizada os consumidores supostamente insatisfeitos com o serviço prestado pela agravante a promover simultaneamente ações em diversas frentes com o intuito de resolver problemas atribuídos à responsabilidade da agravante. Nota-se ainda que o organizador estampou na capa do evento a imagem de personagens da campanha publicitária da agravante.

Ademais, referido tipo de página em que se organizam eventos pode ter seus dados relativos à data, horário e local alterados pelo criador enquanto estiver disponível para edição, ainda que ultrapassada a data nela constante.

Há indícios de que o evento foi criado por empresa que aparentemente também disponibiliza serviços de telefonia móvel (Ótima Consultoria), representada pela sócia Thalita Mariana, sendo cabível, portanto, o pedido de fornecimento dos dados cadastrais dos respectivos perfis na rede social.

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Não se mostra aceitável a manutenção do referido conteúdo apenas com sustento na possibilidade de liberdade de expressão, aliás, aqui defendida por quem não é autor ou responsável pelo evento.

O perigo de dano irreparável decorre da velocidade de propagação do conteúdo tido por ofensivo bem como de eventual confusão dos consumidores que poderiam associar a página à própria atividade da agravante, diante da utilização de símbolos publicitários semelhantes. Por outro lado, não se vislumbra qualquer possibilidade de repercussão negativa aos demais usuários da rede social em razão da retirada da página do evento.

No mais, ambas as requeridas se manifestaram no sentido de que foi promovido o cumprimento da ordem de remoção de conteúdo e de fornecimento de dados determinada por esta Relatoria, questão que deverá ser analisada com maior acuidade pelo magistrado “a quo”, sendo incabível, nesta sede, discussões relativas ao cumprimento da obrigação de fazer.

Por outro lado, não houve renitência injustificada das agravadas em cumprir a ordem liminar, o que permite o acolhimento do pedido formulado pela agravada Oi S/A em contraminuta para afastar a incidência de multa diária, vez que a penalidade não se mostrou necessária para os fins a que se destina.

Assim, confirma-se o deferimento da tutela provisória de urgência para determinar ao requerido Facebook a remoção do conteúdo disponível nos “links” relacionados no item a.1 de

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fls. 31 e o fornecimento dos dados relativos à criação e administração do evento que possam contribuir para identificação dos usuários Ótima Consultoria e Thalita Mariana, cujas páginas estão descritas no item a.2 de fls. 31. Em relação à requerida Oi S/A a determinação de fornecimento dos dados de cadastro da linha telefônica indicada no item a.4 de fls. 31.

Para ambas as agravadas mantém-se a ordem de abstenção de comunicar aos usuários identificados sobre o objeto da demanda, nos termos do Artigo 20 da Lei 12.965/2014, a fim de evitar a dispersão de dados e eventual destruição de provas em detrimento do interesse da agravante.

Em face do exposto, pelo voto, Dá-se provimento em parte ao recurso, nos termos ora alvitrados.

MARCIA DALLA DÉA BARONE

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