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INFLUÊNCIA DA LATERALIDADE NO DESENVOLVIMENTO MOTOR DE CRIANÇAS DE CINCO ANOS RESUMO

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Conexão ci.: r. cient. UNIFOR-MG, Formiga, v. 8, n. 2, p. 87-96, jul./dez. 2013

INFLUÊNCIA DA LATERALIDADE NO DESENVOLVIMENTO MOTOR DE CRIANÇAS DE CINCO ANOS

Elaine Aparecida Ferreira Mourão Egressa do curso de Licenciatura em Educação Física do UNIFOR-MG Ricardo Wagner de Mendonça Trigo Professor Mestre Docente do curso de Educação Física da UFV-Campus Florestal

Recebido em: 12/12/2013 Aprovado em: 24/03/2014

RESUMO

O presente trabalho aborda, por meio de pesquisa bibliográfica, questões a respeito da lateralidade, desenvolvimento motor e relações com a psicomotricidade em crianças com cinco anos de idade. Faz uma abordagem a respeito do papel do professor de Educação Física, fundamentado nos Parâmetros Curriculares Nacionais, e seu trabalho com objetivos voltados para a solução de problemas de má lateralidade apresentados por crianças na faixa etária em estudo. Considera as dificuldades acarretadas pela má definição da lateralidade, pois esta é um fator de fundamental importância para o desenvolvimento das crianças. Aborda, ainda, como a Educação Física escolar pode auxiliar no processo ensino-aprendizagem e fazer com que a criança supere as dificuldades apresentadas, dando enfoque especial à utilização do próprio corpo como ferramenta pedagógica.

Palavras-chave: Lateralidade. Educação Física escolar. Crianças.

INFLUENCED BY THE LATERALITY ENGINE OF CHILDREN IN DEVELOPMENT OF FIVE YEARS

ABSTRACT

This paper discusses, through bibliographic research, questions regarding the laterality, motor development and relations with psychomotor in children five years old. It makes an approach to the role of physical education teacher, founded the National Curricular Parameters, and his work with goals aimed at addressing the problems presented by laterality of poor children in the age group studied. Consider the difficulties brought about by poor definition of laterality, as this is a crucial factor for the development of children. Also addresses such as Physical Education can assist in the teaching-learning process and make the child overcome the difficulties presented, giving special emphasis to the use of one's body as a pedagogical tool. Keywords: Handedness. Physical Education. Children.

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Conexão ci.: r. cient. UNIFOR-MG, Formiga, v. 8, n. 2, p. 87-96, jul./dez. 2013 1 INTRODUÇÃO

É extremamente importante conhecer e aprender de maneira clara os aspectos que cerceiam a lateralidade da criança, principalmente para os profissionais que pretendem atuar na área da Educação Física.

A lateralidade é uma atividade que influencia o desenvolvimento motor da criança e está presente em todos os níveis de seu desenvolvimento. Está inserida no contexto educacional, no que tange ao desenvolvimento infantil, integrado à identificação das formas que intervêm no processo escolar para desenvolvimento do comportamento motor.

Sabe-se que o desenvolvimento motor, bem como os elementos da psicomotricidade são fundamentais ao processo de aprendizagem, principalmente para as crianças de cinco anos, pois, é nessa idade que elas desenvolvem aquisições do acervo motor. Por isso, devem ser a elas proporcionadas as possibilidades para o melhor desempenho.

A Educação Física na escola deverá ampliar condições para que as crianças, principalmente de cinco anos, possam solucionar possíveis problemas de má lateralização durante a prática das atividades físicas, pois, é nessa idade que apresentam dificuldades na leitura e escrita. Acredita-se que um dos fatores relevantes nessas dificuldades seja a falta de lateralidade.

O presente estudo apresenta como prioridade o conhecimento da importância em se trabalhar a lateralidade aliada à Educação Física, bem como sua influência no desenvolvimento motor de crianças de cinco anos.

Especialistas têm notado a lateralidade como parte essencial no desenvolvimento saudável das crianças, uma vez que, em seus relacionamentos, apresentam diferentes interferências marcadas pelo desenvolvimento motor. Portanto, esta pesquisa se justifica na influência de trabalhar a lateralidade com as crianças de cinco anos dentro da escola, por parte dos profissionais de Educação Física.

Faz-se importante lembrar que os efeitos são diferentes e próprios de cada criança. Neste sentido, esta pesquisa tem como problema de investigação: Será que o professor de Educação Física poderá facilitar o aprendizado da criança que apresenta má definição da lateralidade?

O presente trabalho objetivou analisar as contribuições da lateralidade no desenvolvimento motor de crianças de cinco anos, por meio da análise da ocorrência de tal

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desenvolvimento, verificando como o professor de Educação Física pode contribuir para solucionar dificuldades da má lateralidade em crianças dessa idade.

Visando à otimização do trabalho com a lateralidade e suas interferências na coordenação, foi realizada uma coleta de dados bibliográficos em livros, revistas, documentários, periódicos e artigos afins, reunindo várias informações sobre o assunto.

2 CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DE LATERALIDADE

O termo lateralidade é oriundo da palavra “latus” que em latim significa “lado”, é a propensão que o ser humano possui de utilizar preferencialmente mais um lado do corpo do

que o outro em três níveis; mão, olho e pé(OLIVEIRA, 2005).

A definição de lateralidade tornou-se um assunto que gera sempre uma polêmica, uma vez que é bastante discutido por profissionais da área de Psicologia e da Educação Física, como Le Boulch (1987), Weineck (2003), Gallahue e Ozmun (2005). A volta de forma frequente e especial ao assunto está relacionada à importância dada por profissionais à condição da lateralidade ser um fator de fundamental relevância para o desenvolvimento da criança, pois trabalha o desenvolvimento psicomotor que é fundamental para que o ser humano adquira habilidades importantes para a evolução, dentre outras, das áreas cognitiva e psicossocial.

Negrine (1986) postula que a lateralidade está articulada ao esquema interno do ser humano que o leva a usar melhor ou com maior facilidade um lado do corpo, isso ocorre sempre que uma atividade exige uma maior habilidade.

Romero (1988) faz referência ao conceito de lateralidade indicando que este estabelece estreita relação com aquisição da noção de direita e esquerda e deixa claro que a automatização da lateralização é necessária, indispensável e deve ocorrer o quanto mais cedo possível.

Faria (2001) entende que:

Lateralidade é a consciência interna que a criança tem dos lados direito e esquerdo de seu corpo, não se tratando de um conceito adquirido, mas de programas de atividades cuja finalidade é o desenvolvimento de acuidades sensoriais e habilidades motoras, já que a criança é exposta a uma grande quantidade de estímulos que aumentam esta consciência (FARIA, 2001, p. 69).

O processo da lateralidade é essencial às relações entre a motricidade e a organização psíquica intersensorial, é a conscientização integrada e simbolicamente interiorizada dos dois

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lados do corpo, lado esquerdo e lado direito, o que pressupõe a noção da linha média do corpo. É daí que ocorrerão as relações de orientação face aos objetos, às imagens e aos símbolos, razão pela qual a lateralização vai interferir nas aprendizagens escolares (FONSECA, 1988).

A lateralização é uma característica do homem e coloca em jogo a especialização hemisférica do cérebro, refletindo a organização funcional do sistema nervoso central. Ter consciência do corpo pressupõe a noção de esquerda e direita. A lateralidade, por sua vez, participa com mais força, precisão, preferência, velocidade e coordenação no processo de maturação psicomotor da criança (PACHER, 2008).

Há diferentes tipos de lateralidade, dentre eles, destacam-se a “lateralidade manual, lateralidade da perna e do pé, e lateralidade da capacidade de rotação (giros e saltos com giros)” (WEINECK, 2003, p. 562).

Na visão do autor acima, a lateralidade é um fenômeno que não se restringe à habilidade manual unilateral; é uma série de habilidades de outras partes do corpo. Entende, ainda, que há uma lateralidade funcional e uma morfológica, a primeira “refere-se à dominância da função de uma determinada parte do corpo [...] emprego preferencial ou dominância de desempenho. A lateralidade morfológica refere-se à aparência desta parte do corpo que apresenta dominância funcional” (WEINECK, 2003, p. 562).

Durante o crescimento é que se define a dominância lateral na criança indicando se sua agilidade será melhor do lado direito ou do lado esquerdo. A lateralidade influencia o desenvolvimento motor da criança e está presente em todos os níveis de seu desenvolvimento, porém, será definitiva, à medida que a criança atravessar todas as fases do desenvolvimento.

Deve-se considerar a importância de se conhecer os conceitos básicos de lateralidade, principalmente, aos profissionais da Educação Física, vez que os programas de atividades físicas estimulam a consciência no que diz respeito à lateralidade, promovendo o desenvolvimento.

Segundo De Meur e Staes (1989, p. 12), a lateralidade é de grande importância na vida da criança vez que “influi na ideia que a criança tem de si mesma, na formação do seu esquema corporal, na percepção da simetria do seu corpo”. Pode ainda contribuir para que se determine a “estruturação espacial”, em relação ao eixo do seu próprio corpo.

O trabalho com a lateralidade aplicado na pré-escola e nas séries iniciais do ensino fundamental pode atuar como prevenção de problemas futuros como má concentração, dificuldades para reconhecer palavras, confusão com letras e sílabas e outras dificuldades

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relacionadas à alfabetização. Uma criança cujo esquema corporal é mal formado não coordena bem os movimentos.

É perfeitamente possível relacionar problemas de orientação com a dificuldade de aprendizado da leitura. Segundo Le Boulch (1987, p. 33), é uma “relação de causa e efeito”. Os dois problemas são sintomas ligados à dislateralidade.

As funções motoras (movimento) não podem ser separadas do desenvolvimento intelectual (memória, atenção, raciocínio) nem da afetividade (emoções e sentimentos), segundo De Meur e Staes (1989). Para que ocorra adequadamente o ato de ler e escrever, é indispensável o domínio de habilidades a ele relacionado. Tais habilidades são as manifestações psicomotoras.

A lateralidade, de acordo com Faria (2001, p. 83), tem relação como o conhecimento do próprio corpo, porém, não depende apenas do desenvolvimento cognitivo, “mas também da percepção, formada tanto de sensações visuais, táteis, sinestésicas e, em parte, da contribuição da linguagem, que ajuda a precisar os conceitos, estabelecendo a distinção entre o seu eu e o mundo exterior”.

Alguns problemas relacionados à aprendizagem são vistos desta maneira:

Os transtornos psicomotores – como a lateralidade e a estruturação do esquema corporal – são, de certa forma, responsáveis pela síndrome da dislexia. Há alterações psicomotoras que interferem nas tarefas escolares, com reflexos diretos na escrita, dentre os quais podem ser citados e considerados: Falta de maturidade motora, a qual se manifesta através de uma debilidade motora na realização dos movimentos gráficos, na lentidão e na dificuldade de maneira geral; tonicidade alterada para menos ou para excesso: as crianças hipotônicas fazem traço débil e letras mal acabadas ou incompletas, e as crianças hipertônicas realizam o traço com demasiada pressão, sendo frequentes as sincenesias e os movimentos espasmódicos; incoordenações psicomotoras que, isolada ou juntamente com as alterações neurológicas ou emocionais, se manifestam através de dificuldades mais ou menos graves, em alguns casos, para segurar o lápis e controlar os movimentos (ROMERO, 1988, p. 9).

Dessa forma, o corpo oferece inúmeras possibilidades de ação da criança e é direta a relação dela com a organização das sensações relativas ao seu próprio corpo e à informação do mundo exterior. Essas sensações possibilitam ao corpo o desenvolvimento da percepção e desenvolvimento motor. À medida que se conhece o próprio corpo, estimula-se o desenvolvimento motor global e vão se desenvolvendo as possibilidades de sentir e interagir com o mundo.

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Conexão ci.: r. cient. UNIFOR-MG, Formiga, v. 8, n. 2, p. 87-96, jul./dez. 2013 3 O DESENVOLVIMENTO MOTOR E PSICOMOTRICIDADE

Aos cinco anos, a criança já apresenta certo grau de independência para realizar algumas atividades sozinhas e para comunicar suas necessidades a um adulto. Consegue perceber, também, que precisa seguir regras para viver em uma sociedade.

Conforme Holditch (1992, p. 12), a criança de cinco anos é um tanto pragmática, não possui um senso de realidade totalmente formado, sua linguagem desenvolve a passos largos e, ainda, “sente a agonia de dar os primeiros passos ao encontro de sua identidade e de sua descoberta de interagir com outros”.

Várias mudanças ocorrem ao longo da vida e estão relacionadas ao deslocamento de partes do corpo ou de todo o corpo no espaço, o que constituem o desenvolvimento motor. Este propicia a comunicação e interação entre as pessoas e o meio ambiente; é também muito importante para a aquisição do conhecimento de si e do espaço natural em que vive (GALLAHUE; OZMUN, 2005).

Ainda para os autores, o desenvolvimento motor é parte do processo de desenvolvimento total humano e está relacionado às áreas cognitivas e afetivas do comportamento e, ainda, pode ser influenciado por muitos fatores, como gênero, idade e ambiente. Está diretamente ligado ao processo de aprendizagem, movendo-se constantemente, vez que o mundo está sempre em processo de mudança.

Diante disso, observa-se que o desenvolvimento motor está relacionado às mudanças que ocorrem ao longo da vida, desde a mais tenra idade e promove comunicação e interação entre as pessoas e o meio ambiente.

O estudo do homem por meio do seu movimento nas suas diversas relações com o mundo permitiu que fosse percebida uma articulação corpo-relacionamento-movimento a que se dá o nome de psicomotricidade.

O termo psicomotricidade foi usado pela primeira vez no ano em que surgiu a necessidade de nomear as zonas do córtex cerebral, situadas além das regiões motoras e identificar uma área que definisse certos fenômenos clínicos, isso se deu por volta de 1870 (LUSSAC, 2008).

Segundo Le Boulch (1987, p. 35), a psicomotricidade evidencia-se por meio de “ações educativas em movimentos espontâneos e atos corporais da criança”. Esse processo proporciona uma imagem do corpo, o que contribui para a formação da personalidade.

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Conforme Fonseca (1988, p. 67), um dos processos de desenvolvimento da imagem corporal está o desenvolvimento da musculatura fina, que favorece o desenvolvimento de conceitos como os de “lateralidade, posições, medida, quantidade, alternância, equilíbrio e muitos outros”.

A vida moderna proporciona às crianças um excesso de inatividade. Essa falta de atividade tem provocado dificuldades cada vez maiores de realização de movimentos simples, causando tensões musculares desnecessárias, rigidez e má postura, entre tantos outros problemas.

Essa inatividade, segundo Cunha (1990), reforça a importância do desenvolvimento motor e suas contribuições ao desenvolvimento cognitivo. Para a autora, o desenvolvimento psicomotor “é de grande importância para o aprendizado da leitura e escrita” (p. 134). Completa ainda que as “crianças com nível superior de desenvolvimento conceitual e psicomotor são as que apresentam os melhores resultados escolares”.

A psicomotricidade pode ser vista, então, como uma ciência que busca transformar o corpo em um instrumento de relação e expressão com o outro, isso mediante o movimento dirigido ao ser em sua totalidade, observando seus aspectos motores, emocionais, afetivos, intelectuais e sociais.

4 EDUCAÇÃO FÍSICA E DESENVOLVIMENTO MOTOR

É de grande importância o papel da Educação Física no que concerne a contribuições com as associações entre lateralidade e desenvolvimento motor. Dentro dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), a Educação Física é vista como elemento fundamental na formação de cidadãos críticos, participativos e com responsabilidade social, pois pretende promover a autonomia dos grupos, bem como valorizar os jogos como cultura lúdica.

É fundamental que as situações de ensino e aprendizagem incluam instrumentos de registro, reflexão e discussão sobre as experiências corporais, estratégicas e grupais que as práticas da cultura corporal oferecem à criança de cinco anos, por meio da Educação Física.

Fazer uso do lúdico pode levar a criança a compreender valores específicos para todas as fases da vida humana e, principalmente, para as crianças com cinco anos de idade. Quando analisamos os PCN’s de Educação Física, percebemos que por meio de atividades lúdicas é possível que o educando explore e desenvolva muito mais a sua criatividade, bem como melhore a sua capacidade de aprender (BRASIL, 1997).

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Para Gallahue e Ozmun (2005), um programa de Educação Física bem elaborado transforma-se em uma importante forma de gerar oportunidades e estímulos para que as crianças desenvolvam a percepção espacial e de forma global.

Segundo Campão (2008), a melhor maneira de desenvolver as habilidades motoras é dar à criança oportunidades de desempenhá-las. Como já foi visto, o movimento é de grande importância para o desenvolvimento global da criança. Pelos movimentos, as pessoas interagem com o meio ambiente, relacionando-se com os outros, apreendendo sobre si, seus limites, capacidades e solucionando problemas.

Para que seja eficiente o processo de ensino, é importante que o profissional de Educação Física, ao trabalhar na educação infantil, conheça os estágios do desenvolvimento humano da fase em que a criança está, a fim de proporcionar os estímulos adequados a cada etapa, respeitando características, necessidades e interesses (CAMPÃO, 2008).

Segundo Le Boulch (1987), para que aconteça o sucesso da criança na sua vida escolar, é preciso que, no período caracterizado pela organização psicomotora e estruturação da imagem corporal, sejam proporcionados a ela trabalhos em torno de seu desenvolvimento motor. Dessa forma, ela poderá vivenciar situações nas quais possa ter confiança em seu corpo e em suas potencialidades. Isso poderá ser realizado nas aulas de Educação Física, nas quais poderá ser trabalhada a psicomotricidade e desenvolver o potencial da criança, proporcionando uma sustentação para uma boa aprendizagem.

É importante lembrar de que deve haver um equilíbrio das atividades, bem como o

bom senso do professor e, sobretudo, a colaboração de todos os envolvidos no processo de

ensino-aprendizagem da criança. Isso contribuirá de forma significativa para que aconteça o desenvolvimento global.

A Educação Física na escola trabalha o desenvolvimento motor, a aptidão física e, ainda, atua na utilização da prática reflexiva sobre a cultura corporal em seus aspectos mais amplos relacionados ao conhecimento global. Observa-se, então, que exerce um papel de fundamental importância no que diz respeito a contribuir para o desenvolvimento da lateralidade e, consequentemente, para o desenvolvimento motor.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo buscou verificar como ocorre a influência da lateralidade no desenvolvimento motor de crianças de cinco anos de idade. Revelou ser um tema de muita

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importância na área da Educação Física, uma vez que o trabalho adequado da disciplina em questão contribui para o desenvolvimento psicomotor de crianças.

Observou-se que o corpo é capaz de oferecer inúmeras possibilidades de ação da criança e que há uma relação direta entra a criança e as sensações relativas ao seu próprio corpo e a informação do mundo exterior. O que possibilita o desenvolvimento da percepção e desenvolvimento motor.

Pode-se constatar que a psicomotricidade pode ser vista como uma ciência que busca transformar o corpo em um instrumento de relação e expressão com o outro, isso mediante o movimento dirigido ao ser em sua totalidade, observando seus aspectos motores, emocionais, afetivos, intelectuais e sociais.

Revelou, ainda, que a Educação Física na escola pode contribuir com o desenvolvimento motor, a aptidão física e atuar na utilização da prática reflexiva sobre a cultura corporal em seus aspectos mais amplos relacionados ao conhecimento global.

Finalmente, observa-se que a lateralidade influencia o desenvolvimento motor da criança e está presente em todos os níveis de seu desenvolvimento. Por isso, a Educação Física, trabalhando a lateralidade, exerce importante papel no que diz respeito às contribuições com associações entre lateralidade e desenvolvimento motor.

Entendemos que este estudo não se encerra em si mesmo, mas abre novas perspectivas de aprofundamento em uma questão relevante não só no desenvolvimento motor, mas também nos alicerces do desenvolvimento cognitivo das crianças na faixa etária analisada.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Educação Física. Brasília: MEC/SEF, 1997.

CAMPÃO, D. S. A contribuição da educação física no desenvolvimento psicomotor na educação infantil. 2008. Monografia (Graduação em Educação Física) - Faculdade Cenecista de Osório, Osório, 2008. Disponível em: < http://www.efdeportes.com/efd123/a-contribuicao-da-educacao-fisica-no-desenvolvimento-psicomotor-na-educacao-infantil.htm> Acesso em: 12 out. 2011.

CUNHA, M. F. C. Desenvolvimento psicomotor e cognitivo: influência na alfabetização de criança de baixa renda. 1990. 250 f. Tese (Doutorado)-Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1990.

DE MEUR, A.; STAES, L. Psicomotricidade educação e reeducação. São Paulo: Manole, 1989.

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FARIA, A. M. Lateralidade: implicações no desenvolvimento infantil. Rio de Janeiro: Sprint, 2001.

FONSECA, V. Psicomotricidade. São Paulo: Martins Fontes, 1988.

GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 3. ed. São Paulo: Phorte, 2005.

HOLDITCH, L. Compreendendo seu filho de 5 anos. Rio de Janeiro: Imago,1992.

LE BOULCH, J. Educação psicomotora: a psicomotricidade na idade escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.

LUSSAC, R. M. P. Psicomotricidade: história, desenvolvimento, conceitos, definições e intervenção profissional. Revista Digital, Buenos Aires, n. 126, 2008.

NEGRINE, A. Educação psicomotora: a lateralidade e a orientação espacial. Porto Alegre: Palloti, 1986.

OLIVEIRA, G. C. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque psicopedagógico. Petrópolis: Vozes, 2005.

PACHER, L. A. G. Lateralidade e Educação Física. 2008. Disponível em: < www.icpg.com.br>. Acesso em: 03 abr. 2011.

ROMERO, E. Lateralidade e rendimento escolar. Revista Sprint, v. 8, n. 17-10, 1988. WEINECK, J. Treinamento ideal. 9. ed. São Paulo: Manole, 2003.

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