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Michel Assis NAVARRO (G UEM) Juliano Desiderato ANTONIO (UEM) CONSIDERAÇÕES INICIAIS

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NÃO-ARBITRARIEDADE NA SINTAXE E NO DISCURSO: UM ESTUDO DA COMBINAÇÃO DE ORAÇÕES EM NARRATIVAS ORAIS, NARRATIVAS ESCRITAS, ELOCUÇÕES FORMAIS E TEXTOS CIENTÍFICOS

Michel Assis NAVARRO (G – UEM) Juliano Desiderato ANTONIO (UEM)

ISBN: 978-85-99680-05-6

REFERÊNCIA:

NAVARRO, Michel Assis; ANTONIO, Juliano Desiderato. Não-arbitrariedade na sintaxe e no discurso: um estudo da combinação de orações em narrativas orais, narrativas escritas, elocuções formais e textos científicos. In: CELLI – COLÓQUIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS E LITERÁRIOS. 3, 2007, Maringá. Anais... Maringá, 2009, p. 1837-1849.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Na história dos estudos da linguagem, a reflexão a respeito da relação entre palavra e objeto denominado, entre expressão e conteúdo, remonta à Antiguidade clássica, com as discussões que dividiram os filósofos gregos entre convencionalistas e naturalistas. Por um lado, os convencionalistas sustentavam que tudo em uma língua resultava do costume e da tradição, ou seja, era mera convenção, por outro lado, os naturalistas argumentavam que as expressões lingüísticas eram, por natureza, apropriadas aos objetos e conceitos que significavam (NEVES, 1987; FURTADO DA CUNHA; COSTA; CEZARIO, 2003).

No começo do século XX, quando os parâmetros epistemológicos fundamentados por Ferdinand de Saussure permitiram o estabelecimento da Lingüística como ciência, a concepção da arbitrariedade dos signos lingüísticos se consolidou como consenso. Contudo, à medida que os estudos lingüísticos se desenvolviam, essa posição foi sendo questionada por alguns filósofos e lingüistas. As teorias do paradigma lingüístico funcionalista são as que mais têm combatido o conceito da língua como um sistema autocontido, arbitrário. Os teóricos funcionalistas sustentam que a gramática de uma língua natural não é uma entidade autônoma, e que fatores comunicativos, socioculturais e cognitivos refletem-se na estrutura da língua. Nas pesquisas funcionalistas defende-se o princípio da iconicidade, ou seja, de que há uma relação não-arbitrária entre expressão e significado, e que a estrutura da língua reflete, de

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alguma maneira, a estrutura da experiência humana. Nesta pesquisa, pretendeu-se, a partir do quadro teórico-metodológico do funcionalismo, investigar a não-arbitrariedade lingüística na sintaxe e no discurso, realizando-se um levantamento da freqüência de ocorrência de orações paratáticas, de orações hipotáticas, de orações encaixadas e de orações independentes de um corpus formado por narrativas orais, narrativas escritas, elocuções formais e textos científicos.

CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS

O pressuposto de que a função primordial da linguagem é servir de instrumento de comunicação e interação entre os seres humanos está presente em todas as teorias funcionalistas. Contudo, a concepção funcionalista do que seja comunicação não se restringe a simples transmissão de informações proposicionais, mas compreende todos os eventos de fala que acontecem nas sociedades humanas. Até mesmo atos lingüísticos a princípio compreendidos como não-comunicativos, como falar consigo mesmo, são na verdade também comunicativos, no sentido que compartilham com os atos comunicativos os mesmos fatores fundamentais que determinam o modo pelo qual o falante cria atos lingüísticos. Quer quando falamos com alguém, quer quando falamos conosco, haverá um estado-de-coisas, ou seja, um aspecto da realidade a ser interpretado. Tal aspecto será relevante para a situação, o falante terá alguma razão para realizar o evento de fala que pretende, as relações dos falantes consigo mesmo influenciarão a maneira como realizarão os atos pretendidos e tais atos serão sempre sensíveis ao ambiente em que se efetivam.

Ao se opor à tradição formalista dos estudos da linguagem, que compreende a gramática como uma entidade autônoma e reduz a língua a um sistema autocontido, sem interferências de fatores externos, a análise funcionalista rejeita a distinção rígida entre sistema e uso, pois a estrutura se desenvolve para satisfazer as necessidades humanas de exprimir significados e estabelecer comunicação e é organizada em função dessas necessidades. Os vários níveis de análise da língua: fonológico, morfológico, sintático e, sobretudo, o nível semântico, são estudados de forma integrada e relacionados com o contexto de uso, que envolve as necessidades e as regras de ordem pragmática (DIK, 1989). De maneira que a pragmática passa a ser um componente do sistema lingüístico e não um fenômeno exterior a ele. A fonologia, a morfologia, a sintaxe e a semântica são mediadoras das interações verbais e as regras pragmáticas incidem sobre os paradigmas de interação verbal em que as expressões são aplicadas.

Na visão funcionalista, há um forte enfoque sobre a relação entre discurso e contexto, no sentido de que a comunicação não se realiza por meio de frases e orações, mas sim mediante estruturas maiores caracterizadas como conversação, texto científico, elocução formal, etc. Reconhece-se a relação entre o texto e o contexto em que ele é criado e compreendido. Halliday, em An Introduction to Functional Grammar (1985), postula a função textual da linguagem, segundo o qual consiste em uma função instrumental em relação às outras duas por ele propostas (ideacional: entender o ambiente e interpessoal: agir sobre os outros nesse ambiente), pois diz respeito à criação do texto, que implica a contextualização das unidades lingüísticas e a função destas no próprio texto (co-texto) e na situação comunicativa.

Como pode ser percebido, o estudo da relação não-arbitrária entre estrutura e função, em qualquer modelo que se declare funcionalista, tem por pressuposto a concepção de que a língua é um sistema adaptável, e de que tal sistema resulta da

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competição entre motivações internas e externas a ele mesmo. Adaptável porque a gramática de um língua natural é sempre uma solução temporária para a competição simultânea entre pressões extralingüísticas e pressões internas à língua. Essa solução temporária, decorrente de um processo chamado de gramaticalização, produz categorias gramaticalizadas que são preservadas para serem usadas como formas cristalizadas (DUBOIS, 1985). O termo gramaticalização refere-se ao processo por meio do qual itens lexicais perdem temporariamente seu status lexical e tornam-se categorias gramaticais sob a pressão de restrições de ordem funcional (BUTLER. 2003). Assim, o estado de uma língua em um tempo determinado é o resultado da competição entre motivações (metas sociais, papeis dos falantes em uma situação comunicativa, contexto no qual ocorre um evento de fala, restrições de produção, restrições cognitivas, etc), e o que parece arbitrário na língua é fruto dessa competição. Observe-se o que diz Givón a respeito da competição entre motivações:

Claramente, qualquer concepção simplista de funcionalismo, qualquer que seja o empenho do trabalho em termos de um mapeamento direto entre função e forma está fadado ao fracasso. A função geral da linguagem é a ‘comunicação’, mas a comunicação é um ‘processo’ altamente complexo, envolvendo muitas dimensões diferentes em muitos níveis de análise diferentes [...]. Cada uma dessas dimensões impõe suas próprias exigências sobre a estrutura e essas exigências não são mutualmente compatíveis, por isso o sistema é constantemente puxado para trás e para frente entre eles em um processo de adaptação sem fim (Nutz, 2000, p. i26; pud Butler, 2003, p. 14) (tradução nossa).

Dessa maneira, sustentar a existência de motivações extralingüísticas equivale também a afirmar a existência de similaridades entre forma e conteúdo, ou seja, reconhecer o princípio da iconicidade. De acordo com as pesquisas funcionalistas, a iconicidade é considerada como um dos princípios fundamentais que organizam a gramática de qualquer língua natural. Tal termo refere-se ao princípio por meio do qual certos fenômenos gramaticais refletem de algum modo certos aspectos da realidade conforme a experienciamos (DUTRA, 2003). Em outros termos, a iconicidade consiste em uma correlação ‘natural’ que se estabelece entre um fenômeno gramatical e seu conteúdo. Daí a definição de Halliday da sua gramática funcional como “natural grammar” (1985, p. 17). Estudos têm demonstrado que a estrutura da língua tende a refletir de diversas maneiras a estrutura da experiência humana. Lingüistas funcionais e cognitivistas, bem como filósofos da linguagem e da mente têm defendido a idéia de que a estrutura de uma língua natural reflete de alguma maneira tanto as propriedades de conceituação humana do mundo quanto as propriedades da estrutura da mente humana ou até as propriedades da “realidade”. Mas que fique claro que a visão funcionalista não é inocente a ponto de sustentar uma idéia simplista de iconicidade, segundo a qual a forma lingüística espelha de maneira transparente e biunívoca aspectos extragramaticais. Os modelos funcionalistas têm apontado, em acordo com Pierce (1940), que a sintaxe das línguas naturais apresenta uma correlação moderada com seu conteúdo. Assim, nos processos de codificação princípios de ordem icônica interagem com princípios mais simbólicos, de maneira a refletir os conteúdos não de forma direto, mas através de um arranjo icônico de signos. Tais arranjos podem causar a impressão de arbitrariedade, mas são na verdade a solução temporária para a competição entre motivações icônicas, cognitivas, socioculturais e internas ao próprio sistema lingüístico.

Em alguns modelos funcionalistas o princípio da iconicidade é geralmente dividido em três subprincípios: da quantidade, da integração e da ordenação. O

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subprincípio da quantidade significa que quanto maior a quantidade de informação a ser expressa maior a quantidade de forma, de maneira que a complexidade de uma expressão gramatical reflete a complexidade do conteúdo que veicula. Em outros termos, a complexidade do pensamento se reflete na complexidade da expressão, e o que é mais simples ou esperado é expresso por meio de mecanismos menos complexos. Um exemplo do princípio de quantidade é a maior presença de hipotaxe na escrita, que em função da sua natureza argumentativa exprime relações lógico-semânticas mais complexas, como será observado na análise do corpus do presente trabalho. O subprincípio da integração, segundo o qual os elementos mais próximos no nível da codificação sintática estarão mais unidos mentalmente, ou seja, no nível cognitivo. O subprincípio da ordenação prevê que de modo geral a informação mais importante para o produtor de um evento de fala está no começo da cadeia sintática: a ordem sintática dos elementos tende a refletir a sua ordem de importância para o enunciador.

Investigações mais atenuadas do fenômeno da iconicidade na linguagem têm permitido descrever, com maior detalhe, as condições comunicativas, socioculturais e cognitivas que governam o emprego de recursos de codificação morfossintática para a expressão de novos significados. O princípio da marcação, por exemplo, cujos três principais critérios (complexidade estrutural, distribuição de freqüência e complexidade cognitiva) servem para distinguir entre categorias marcadas e não marcadas, tem reforçado a concepção de que a organização das estruturas sintáticas de qualquer língua natural não difere muito das estruturas semântico-cognitivas da mente humana (CUNHA, OLIVEIRA e MARTELOTTA, 2003).

Para o propósito deste trabalho - que foi o de investigar, a partir da visão funcionalista da linguagem, mais especificamente da gramática sistêmico-funcional, associada principalmente ao nome de Halliday, a não-arbitrariedade lingüística na sintaxe e no discurso - foi realizado um levantamento da freqüência de ocorrência de orações paratáticas, hipotáticas, encaixadas e independentes de um corpus formado por narrativas tanto orais quanto escritas, por textos científicos e por elocuções formais.

Para examinar a freqüência de uso de parataxe, de hipotaxe, encaixamento e orações independentes no corpus, usamos a taxomonia e as definições de orações realizadas por Halliday, sobretudo no seu livro An Intruduction to Functional Grammar (1985). No modelo de Halliday (1985), que tem como base o complexo de orações – seqüências de orações estruturalmente ligadas -, pode-se encontrar uma taxonomia capaz de distinguir os tipos de orações abrigadas pela gramática tradicional sob os rótulos de “coordenadas” e “subordinadas”. No sistema tático do modelo de Halliday, há dois tipos de interdependência: paratática e hipotática. No primeiro caso, a relação se estabelece entre elementos de mesmo estatuto, sem que um dependa do outro, uma oração iniciando e a outra continuando. Tanto a oração iniciante quanto a que se segue são livres, cada uma podendo ter função completa. Tais relações são definidas pela gramática tradicinal de “coordenação”. No segundo caso, o estatuto dos elementos não é igual, ou seja, um elemento modifica o outro, sendo o modificador dependente do modificado. Estabelece-se uma relação hierárquica entre as orações, ou seja, um estatudo desigual em que um elemento modifica o outro. Tais relações são classificadas pela gramática tradicional de “subordinação”. O rótulo orações independentes foi utilizado, neste trabalho, para denominar aquelas orações que não fazem parte de um complexo oracional, que estão “soltas no texto”. Segundo Halliday, as relações entre orações devem ser interpretada

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...em termos do componente ‘lógico’ do sistema lingüístico: relações semântico-funcionais que formam a lógica natural do sistema lingüístico. Um é o sistema de interdependência ou sistema ‘tático’, parataxe e hipotaxe, que no geral são todos complexos – palavra, grupo, frase e oração. O outro é sistema lógico-semântico de expansão e projeção, que é especificamente uma relação inter-oracional – ou melhor, uma relação entre processos, geralmente (mas não sempre) expressos na gramática como um complexo de orações. Esses dois juntos fornecerão o modelo funcional para a descrição do complexo de orações (1985, p. 193,) (tradução nossa).

O complexo oracional envolve relações lógico-semânticas tanto paratáticas quanto hipotáticas. Halliday apresenta também um mecanismo chamado integração ou encaixamento. Nesse mecanismo, uma oração funciona como elemento constituinte da estrutura de outra oração. A relação da oração encaixada com uma oração externa é indireta, pois o grupo que forma com a oração principal funciona como intermediário nessa relação. Assim, uma oração encaixada não estabelece relações táticas com outras orações, apenas relações lógico-semânticas. As orações hipotáticas adverbiais, na taxonomia de Halliday, correspondem à combinação entre encarecimento e hipotaxe. O termo encarecimento (enhancement, em inglês) é utilizado no sentido de realce, ou seja, a oração dependente modifica a oração-núcleo, expressando notações de tempo, espaço, modo, causa, condição, introduzidas por preposições, conjunções ou locuções conjuntivas hipotáticas. Chafe (1984) afirma que a oração hipotática adverbial serve para “emoldurar” o conteúdo da oração-núcleo. Quanto às expressões conjuntivas das orações paratáticas, elas expressam notações de adição, de negação, adversativa, de substituição, alternação e subtração.

CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS

O corpus da pesquisa foi formado por quatro gêneros de textos: elocuções formais, textos discursivos escritos, narrativas orais e narrativas escritas. As elocuções formais foram gravadas durante a apresentação de trabalhos de alunos do curso de graduação em Letras da Universidade Estadual do Paraná (UEM), com autorização prévia solicitada. Os textos escritos foram os trabalhos sobre os quais os graduandos de Letras falaram em suas elocuções formais gravadas. Já as narrativas orais e escritas foram coletadas a partir da exibição de um vídeo mudo que foi recontado pelos sujeitos da pesquisa – intitulado “O pavão misterioso” - e que se baseia em uma história do folclore nordestino e cujos personagens são bonecos representando seres humanos.

Tanto as elocuções formais quanto as narrativas orais foram transcritas com base nas normas de transcrição alfabética do projeto NURC, mas com algumas adaptações. Os textos escritos e as narrativas escritas, por sua vez, foram reproduzidos da mesma maneira que entregues pelos informantes, sem qualquer forma de correção.

Dois programas foram empregados como ferramentas computacionais para o tratamento dos dados do corpus. Um para a quantificação dos dados referentes à combinação de orações, Systemic Coder, versão 4.5, desenvolvido pelo lingüista canadense Mick O’ Donnel e disponível para download no site www.wagsoft.com. O programa permite ao usuário criar uma rede sistêmica hierárquica de traços lingüísticos de modo a facilitar a codificação de dados. O usuário primeiro realiza a segmentação e, em seguida, cada seguimento é apresentado individualmente na tela do computador para que os traços pertinentes a ele possam ser codificados. Por último, os dados obtidos são apresentados estatisticamente. O outro programa – RSTTool, versão 3.11, também

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criado por Micke O’Donnel e disponível para download no site www.wagsoft.com - foi utilizado para a elaboração retórica dos textos do corpus. Desenvolvido sobretudo para facilitar a diagramação da estrutura retórica de textos, nele pode-se criar duas listas de relações, as núcleo-satélite e as multinucleares. Pós a segmentação do texto cuja diagramação será elaborada, traçam-se os modelos que representam e designam os tipos de relações existentes entre as porções de texto.

ANÁLISE

A análise do quadro 1 fornece um panorama da distribuição da freqüência de ocorrência de cada tipo de oração no corpus.

Quadro 1 – Distribuição da freqüência de ocorrência de cada tipo de oração no corpus Independente Paratática Hipotática Encaixada

N/total % N/total % N/total % N/total % Narrativa oral 24/736 3,3 505/736 68,6 107/736 14,5 100/736 13,6 Narrativa escrita 13/560 2,3 355/560 63,4 103/560 18,4 89/560 15,9 Elocução formal 145/861 16,8 431/861 50,1 139/861 16,1 146/861 17 Texto científico 0/1192 - 608/1192 51 245/1192 20,5 339/1192 28,5

Primeiramente, deve-se observar que as orações independentes são as que têm a freqüência de ocorrência mais baixa no corpus. Nas narrativas, a freqüência é de 3,3% na modalidade oral e de 2,3% na modalidade escrita. Nas elocuções formais, a ocorrência é de 16,8%, ao passo que no texto científico não há nenhuma ocorrência.

A explicação para esses dados está relacionada às condições de produção de cada gênero de texto e das modalidades oral e escrita da língua, em especial no que diz respeito ao planejamento dos enunciados (OCHS, 1979). No que se refere à modalidade oral, ou seja, a língua falada, sabe-se que ela é menos planejada, mais espontânea, produzida em uma série de jorros delimitados por unidades de idéia. Uma unidade prototípica de idéia consiste em uma fala com um único contorno de entonação; é precedida e seguida por um tipo de hesitação que ocorre entre um intervalo momentâneo e uma pausa que dura alguns segundos; é formada por uma frase verbal junto com uma frase nominal, proposicional ou adverbial; e contém em média sete palavras que levam aproximadamente dois segundos para serem pronunciadas. Uma unidade de idéia também está ligada à memória de curto prazo, aquela, em geral, expressa o que esta pode manter a cada enunciação. De maneira que a memória de curto prazo, de acordo com evidências lingüísticas, contém a quantidade de informação que um falante pode prestar atenção e enunciar de cada vez (CHAFE, 1985). Em função, por um lado, de na modalidade oral a produção do enunciado ser concomitante com o seu planejamento, e por outro, uma unidade de idéia conter toda a quantidade de informação que tanto o falante quanto o ouvinte pode manter em um simples foco de consciência (restrição cognitiva), a ocorrência na fala de orações independentes é maior do que na escrita, como pudemos também verificar no corpus deste trabalho. Observe-se, a seguir, um exemplo de oração independente retirado de uma narrativa oral:

Exemplo 1

1 Nesse:: .. nesse pequeno filme,

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Quando produziram as narrativas, os informantes haviam assistido a um filme que serviria de roteiro para a elaboração dos textos. Como os informantes já tinham como parâmetro a narrativa do filme, que contribuiu para que tivessem uma visão global do texto que iriam produzir, eles puderam dedicar - até mesmo nas narrativas orais - mais tempo a uma maior elaboração tática e lógico-semântica de seus enunciados. Assim, nos textos da modalidade oral do corpus, a quantidade de orações que ocorreram fora de um complexo oracional apresentou uma freqüência mais baixa nas narrativas orais (3,3 %) do que nas elocuções formais (16,8%). O filme funcionou como um parâmetro icônico a partir do qual os informantes tiveram que produzir suas narrativas. Por isso a conclusão de que na modalidade oral, a menor ocorrência de orações independentes nas narrativas deveu-se ao fato de os informantes terem como referente, ou melhor, como “roteiro” a ser seguido, um filme.

No momento da produção das elocuções formais, embora os falantes tivessem delimitado tópicos que seriam desenvolvidos em suas falas - dado que apresentavam os resultados dos trabalhos por eles realizados a uma platéia - não tinham um “roteiro” a ser seguido como no caso das narrativas. Pode-se supor, portanto, que não somente o planejamento simultâneo com a produção do enunciado favoreceu, visto que assim também ocorreu nas narrativas orais, a uma freqüência mais alta, nas elocuções formais, de orações que ocorrem “soltas” no texto, mas também o fato de não haver como parâmetro algo tão concreto como um filme de narrativa linear.

Por outro lado, sabe-se que a modalidade escrita, qualquer que seja o gênero textual, consiste em um processo devagar, deliberado e sujeito à edição. A qualidade integrada da escrita favorece o uso de orações hipotáticas adverbiais e, consequentemente, o estabelecimento de um maior número de relações lógico-semânticas e de hierarquias entre as orações (HALLIDAY, 1985). Além disso, na escrita o produtor do texto é livre de restrições impostas, como na fala, pela presença de um ouvinte e pela limitada capacidade temporal e informacional de focalização da consciência tanto do falante quanto do ouvinte. Embora uma escrita considerada mais legível apresente unidades de idéia cujas características se aproximam das unidades prototípicas de idéia presentes na fala, o fato não só de a escrita apresentar um maior número de relações lógico-semânticas, mas também o fato de que na leitura o leitor poder mapear uma maior quantidade de informação do que o ouvinte em uma mesma quantidade de tempo favorece a maior complexidade semântica da escrita. Assim, as unidades de idéia no texto escrito são mais longas tanto porque quem escreve tem mais tempo para colocar mais informação nelas quanto porque o leitor consegue captar mais quantidade de informação do que o leitor em uma única unidade.

O gênero texto científico é um dos que exigem maior adequação formal à língua padrão escrita. Além disso, o texto escrito pode ser planejado “globalmente”, tem-se uma visão do texto como um todo, o escritor tem mais tempo para integrar as unidades dentro de complexos oracionais, e também pode ser “editado”, isto é, não aparecem no texto escrito as marcas de sua elaboração (CHAFE, 1985). Dessa forma, o produtor do texto científico escrito tem não apenas a possibilidade, como também a obrigação, de produzir um texto completamente coeso e com encadeamento formal adequado aos padrões exigidos para esse gênero de texto, o que explica a não ocorrência no corpus de orações independentes, que ocorrem “soltas” em um texto.

As orações paratáticas são as que apresentam freqüência de ocorrência mais alta no corpus. Nas narrativas orais, a freqüência é um pouco mais alta (68,6%) do que nas narrativas escritas (63,4%). Nos textos de caráter científico, a freqüência de ocorrência

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das orações paratáticas é mais baixa, 50,1% nas elocuções formais e 51% nos textos científicos. Tal resultado pode ser explicado pela natureza dos textos analisados no corpus. As narrativas tratam de ações e eventos que se sucedem no tempo, encadeamentos sem relações hierárquicas, ou seja, relações de mesmo estatuto, o que favorece a parataxe, como no exemplo a seguir, retirado de uma narrativa oral.

Exemplo 2

.. empurra .. o pai da garota, .. derruba ela/ele no chão, ... e sai correndo pra fora,

Por outro lado, a argumentação no texto de caráter científico exige o uso de mecanismos lingüísticos que codifiquem as relações lógico-semânticas que o falante deseja expressar. Embora as relações lógico-semânticas possam ser encontradas em qualquer tipo de texto, é no texto científico, argumentativo por natureza, que elas ocorrem com maior freqüência e com maior grau de complexidade semântica, o que pode ser usado para explicar a alta freqüência de orações hipotáticas (20,5%) nos textos científicos.

Como já mencionado acima, a freqüência de ocorrência do mecanismo tático classificado de hipotaxe pela literatura funcionalista, é sempre mais alta na modalidade escrita do que na modalidade oral. As orações dependentes nesse mecanismo expressam noções temporais, espaciais, modais, causais, condicionais. Nas elocuções formais, a freqüência das orações hipotáticas é 4,4% mais baixa do que nos textos científicos escritos. Nas narrativas, a diferença na freqüência das orações hipotáticas entre as modalidades oral e escrita é 3,9%. Novamente, recorre-se às diferenças no processo de produção da fala e da escrita para a explicação desses dados. Na fala, ocorre a simultaneidade entre a produção e o planejamento de um enunciado, dificultando o uso de estruturas táticas mais complexas que envolvam maior elaboração. Por outro lado, quem escreve dispõe de mais tempo para procurar os meios lingüísticos mais adequados para codificar no texto as relações lógico-semânticas que deseja exprimir. Esses dados servem de argumento a favor do princípio da não-arbitrariedade, segundo o qual a complexidade formal reflete a complexidade semântica do conteúdo a ser expresso, como os períodos nos quais predomina a hipotaxe, em que se estabelecem maior número de relações hierárquicas entre conteúdos (BUTLER, 2003). Pode-se mencionar também o subprincípio da quantidade, citado por Furtado da Cunha, Costa e Cezario (2003), segundo o qual a complexidade do pensamento tende a se refletir na complexidade da expressão, quanto mais complexo o pensamento mais complexo será a forma de codificá-lo na língua. O quadro 2 também fornece subsídio a favor desse argumento.

Quadro 2 – Tipos de oração-núcleo

Paratática Hipotática Encaixada Independente N/total de orações-núcleo em cada conjunto de textos % N/total de orações-núcleo em cada conjunto de textos % N/total de orações-núcleo em cada conjunto de textos % N/total de orações-núcleo em cada conjunto de textos % Narrativa oral 97/107 90,7 2/107 1,9 7/107 6,5 1/107 0,9

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Narrativa escrita 93/103 90,3 4/103 3,9 5/103 4,9 1/103 1 Elocução formal 86/139 61,9 12/139 8,6 12/139 8,6 29/139 20,9 Texto científico 155/245 63,3 53/245 21,6 32/245 13 5/245 2,1

O complexo oracional no qual uma oração hipotática se encontra pode ser mais complexo ou menos complexo estruturalmente, de acordo com o tipo de oração-núcleo ao qual a oração hipotática está ligada. Quando uma oração hipotática se liga a uma oração-núcleo hipotática ou a uma oração-núcleo encaixada, pode-se encontrar um complexo oracional que se resolve em uma série de combinações entre orações de níveis diferentes, uma vez que orações-núcleo desses dois tipos já estão ligadas a outras orações, ou seja, estabelece-se uma hierarquia de diversos níveis entre as orações que se combinam.

Em contrapartida, quando uma oração hipotática se liga a uma oração-núcleo independente ou a uma oração-núcleo paratática, o complexo oracional é mais simples estruturalmente, uma vez que orações-núcleo desses dois tipos não estarão ligadas com orações de outros níveis. Em outras palavras, pode-se dizer que, no interior dos complexos oracionais em que ocorrem orações hipotáticas, há uma maior complexidade estrutural nas combinações entre orações (HALLIDAY, 1985).

Pode-se observar, no quadro 2, que a freqüência de ocorrência das orações-núcleo hipotáticas é mais alta na escrita (3,9% nas narrativas escritas; 21,6% nos textos científicos) do que na fala (1,9% nas narrativas orais; 8,6% nas elocuções formais). Em relação às orações-núcleo encaixadas, a freqüência de ocorrência dessas orações é muito baixa nas narrativas (apenas 7 ocorrências na modalidade oral e 5 ocorrências na modalidade escrita), não possibilitando uma boa distribuição dos dados. Por outro lado, nos textos de caráter científico, a distribuição dos dados é satisfatória e observa-se também uma maior freqüência de orações-núcleo encaixadas na modalidade escrita (textos científicos: 13%) do que na modalidade oral (elocuções formais: 8,6%). Isso pode ser explicado pelo fato de a escrita permitir que se focalize uma maior quantidade de informação de cada vez (CHAFE, 1985; 1992), possibilitando a construção de complexos oracionais mais complexos estruturalmente, como pode ser observado nos exemplos a seguir, retirados de textos científicos.

Exemplo 13

Assim, o caipira é definido como um homem rústico, pois, apesar de a expansão capitalista ocorrer também no meio rural, a cultura caipira sobrevive bravamente.

Exemplo 14

É exatamente isso que acontece com o dialeto caipira que, por ser uma variedade usada por trabalhadores rurais, por pessoas que vivem nestas regiões, geralmente, distantes das regiões urbanas, (...) é constantemente estigmatizado, considerado como uma corrupção da língua.

No exemplo 3, encontra-se uma oração hipotática adverbial concessiva (“...apesar de a expansão capitalista ocorrer ...”) intercalada em uma oração hipotática adverbial causal (“...pois a cultura caipira sobrevive...”) que funciona como sua oração-núcleo. No exemplo 4, a oração adverbial causal (“por ser uma variedade...”) está intercalada em sua oração-núcleo, que é a oração encaixada “...o dialeto caipira que...”.

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Voltando-se ao quadro 1, observa-se que a freqüência de ocorrência das orações encaixadas também é maior na modalidade escrita (narrativas orais: 15,9%; textos científicos: 28,5%) do que na modalidade oral (narrativas orais: 13,6%; elocuções formais: 17%). Como as orações encaixadas funcionam como constituinte de uma outra oração, tornando sua estrutura mais complexa, novamente é nossa hipótese que, na modalidade oral, devido ao fato de se poder focalizar menor quantidade de informação de cada vez (CHAFE, 1985; 1992), os falantes utilizam com maior freqüência orações que se envolvem em relações táticas mais simples, como as orações independentes e as orações paratáticas. Por isso, na escrita, em que há mais tempo para o planejamento e para o “empacotamento” da informação (CHAFE, 1985; 1992), a freqüência de orações encaixadas é mais alta.

Assim como acontece com as orações hipotáticas adverbiais, os complexos oracionais em que se encontram as orações encaixadas também podem ser mais complexos ou menos complexos estruturalmente, de acordo com o tipo de oração-matriz à qual elas estão ligadas. Quando uma oração encaixada se liga a uma oração-matriz independente ou a uma oração-matriz paratática, o complexo oracional no qual se encontra se torna mais simples do que quando se liga a uma oração-matriz hipotática ou a uma oração-matriz encaixada, uma vez que estas duas últimas já estão ligadas a outras orações, estabelecendo relações hierárquicas entre as orações, como pode ser observado no exemplo a seguir, retirado de um texto científico:

Exemplo 17

... o enfoque deste trabalho é apresentar a variação da fala que ocorre no português brasileiro, que se diferencia em cada região do país.

No exemplo 17, encontra-se uma oração encaixada (“que ocorre no português brasileiro) que funciona como oração-matriz de uma outra oração encaixada (“que se diferencia em cada região do país” ).

Quadro 3 – Tipos de oração-matriz

Paratática Hipotática Encaixada Independente N/total de orações-matriz em cada conjunto de textos % N/total de orações-matriz em cada conjunto de textos % N/total de orações-matriz em cada conjunto de textos % N/total de orações-matriz em cada conjunto de textos % Narrativa oral 72/100 72 13/100 13 7/100 7 8/100 8 Narrativa escrita 58/89 65,2 9/89 10,1 15/89 16,9 7/89 7,9 Elocução formal 84/146 57,5 12/146 8,2 27/146 18,5 23/146 15,8 Texto científico 235/339 69,3 53/339 15,7 51/339 15 - -

Como pode ser observado no quadro 3, a freqüência de orações-matriz hipotáticas somada à freqüência de orações-matriz encaixadas é mais alta nos textos escritos do que nos textos orais. Como já confirmado acima, isso se deve ao fato de a

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cada vez e também permitir que se disponha de mais tempo para “empacotar” a informação (CHAFE, 1985; 1992), tornando possível que sejam empregadas estruturas mais complexas estruturalmente no interior dos complexos oracionais.

Para concluir, um ponto importante a destacar, embora não tratamos dele no presente estudo, o que exigiria uma pesquisa à parte, também se refere à diferença que presumivelmente se encontra entre a atitude de uma falante e a atitude de quem escreve em relação ao conhecimento que está sendo transmitido. De modo geral, enquanto ao julgar a validade do conhecimento que transmitem, os falantes se limitam à probabilidade de algo ser categoricamente verdadeiro ou falso, quem escreve recorre - em função do caráter mais argumentativo do texto escrito e da quantidade de tempo de que dispõe para deliberar acerca do valor do conhecimento que quer transmitir – a graus de verdade, probabilidades estatísticas e argumentações para fundamentar a sua opinião. A preocupação com a confiabilidade estatística do conhecimento transmitido, manifesta-se na utilização de relações hipotáticas, bem como em expressões como supostamente, presumivelmente, geralmente, essencialmente, de certo modo, invariavelmente, até certo ponto, etc.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos resultados da análise, a presente pesquisa, tal como muitas realizadas nas últimas décadas, demonstrou que há fatores externos à língua que motivam o estabelecimento e a manutenção de determinados padrões lingüísticos. A análise das orações paratáticas, hipotáticas, encaixadas e das orações independentes de um corpus formado por narrativas orais, narrativas escritas, elocuções formais e textos científicos, confirmaram a hipótese da não-arbitrariedade da sintaxe e do discurso.

Observou-se uma maior freqüência de orações independentes nas narrativas orais e nas elocuções formais, em função das condições de produção da modalidade oral. Por um lado, a simultaneidade entre planejamento e produção do enunciado e. por outro, e a quantidade de informação que um falante pode manter a cada enunciação, favoreceram uma freqüência mais alta de orações independentes no texto. No que diz respeito à hipotaxe, a maior ocorrência desse mecanismo tático nos textos escritos, principalmente nos de caráter científico, deveu-se tanto à natureza argumentativa própria ao texto escrito quanto ao maior tempo de que dispõe quem escreve para procurar os meios lingüísticos mais adequados para expressar as relações lógico-semânticas que deseja. Já a maior ocorrência de orações paratáticas nas narrativas decorre de estas tratarem de ações e eventos que se sucedem no tempo. Esses dados servem de argumento a favor do princípio da não-arbitrariedade, segundo o qual a complexidade formal reflete a complexidade semântica - como nos períodos em que predomina a hipotaxe, nos quais se estabelece maior número de relações lógico-semânticas e hierarquias entre as orações e, por isso, maior quantidade de informação de cada vez. Os dados também confirmam o princípio da quantidade: a complexidade do pensamento tende a se refletir na complexidade da expressão, ou seja, a estrutura da expressão gramatical indica a estrutura do conceito que ela transmite.

A competição entre motivações externas e internas ao sistema lingüístico, o conceito de que as categorias lingüísticas podem espelhar as categorias conceituais e o que parece arbitrário e distorcido no sistema lingüístico decorre do mapeamento da experiência em categorias formais, parecem reforçar a afirmação de Haiman de que

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... a estrutura do pensamento reflete a estrutura da REALIDADE em uma dimensão maior do que [..] é reconhecida. Essencialmente, eu acredito que muitos (senão todos) dos universais formais da sintaxe que agora prendem a atenção dos teóricos da sintaxe, serão declarados como propriedades do mundo em vez de propriedades da mente em si. (1979, p. 537).

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