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Guia Metodológico para Condução das Jornadas de Capacitação do Produtor Rural

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Academic year: 2021

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PROJETO BANCO DO NORDESTE /PNUD

Guia Metodológico para Condução das

Jornadas de Capacitação do Produtor Rural

Antônio Lacerda Souto

Ricardo Ramos de Cerqueira

Recife, agosto/97

SUMÁRIO

(2)

Apresentação

1. Por que Jornadas de Capacitação do Produtor Rural?

2. Considerações Metodológicas

3. Considerações Temáticas

4. Planilha das Jornadas de Capacitação do Produtor Rural

5. Roteiro Indicativo de Condução

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1. POR QUE JORNADAS DE CAPACITAÇÃO DO

PRODUTOR RURAL?

As Jornadas de Capacitação do Produtor Rural (JPR) são eventos patrocinados pelo Banco do Nordeste destinados a pequenos produtores rurais do Nordeste. Objetivam que os agricultores se sensibilizem para a importância da gestão de sua propriedade sob a ótica empresarial, onde a capacitação, a utilização racional dos recursos internos e a organização dos produtores são imprescindíveis.

Não são eventos isolados, mas parte de um processo maior que é o Programa de Capacitação para o Desenvolvimento Econômico Sustentável de Pólos Regionais, desenvolvido pelo Banco do Nordeste em parceria com diversas Instituições. Na realidade eles buscam despertar nos pequenos produtores o interesse pela capacitação, a necessidade de continuar se qualificando para alcançar o autodesenvolvimento e a autogestão e, finalísticamente, a melhoria da qualidade de vida.

Os eventos em referência foram definidos como Jornadas, termo que segundo o “Aurélio” significa “caminho que se faz em um dia” ou “duração do trabalho diário”. No contexto da capacitação quer se expressar a idéia de eventos modulados em blocos (jornadas), com um cunho prático muito forte, onde o aprendizado se dará a partir da realização de tarefas práticas e da experiência dos participantes.

Seria ingênua e, por que não dizer, tola a pretensão de se fazer um Manual de Condução das Jornadas, com esquemas rígidos e definitivos. A proposta deste trabalho é servir como guia, como um referencial metodológico para o facilitador das Jornadas, seja ele um técnico do Banco do Nordeste ou de alguma Instituição parceira. De posse desse instrumental, o técnico terá mais facilidade na condução e mais segurança para adaptar e criar novas alternativas de discussão. O que ele precisa ter claro são os objetivos dos eventos e a proposta de capacitação na qual eles se inserem.

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2. CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS

“Ninguém sabe tudo

Cada um sabe um

pouco Juntos saberemos mais”

A base pedagógica desse Programa de Capacitação é uma base construtivista, na qual o conhecimento é construído a partir da realidade e da experiência dos participantes. É uma proposta pedagógica onde o conhecimento não é repassado aos produtores pelos técnicos (sobreposição do saber técnico sobre o saber popular) mas construído a partir da troca de saberes entre produtores e técnicos (integração de saberes).

Para que esse processo aconteça, se faz necessário que os técnicos, historicamente considerados como “instrutores”, passem a atuar como facilitadores do processo de capacitação, criando condições que favoreçam a reflexão, a discussão e a tomada de decisão por parte dos agricultores.

Os técnicos precisam avançar da posição de “condutor do processo”

para a de “facilitador de processos”.

É papel do facilitador aportar novos elementos às discussões (informações técnicas, dados da realidade, pontos de vista divergentes, etc.), como forma de ajudar os produtores a tirar suas próprias conclusões. Não é papel do facilitador levar as suas conclusões e induzir os agricultores a assumi-las; afinal, as respostas que assumimos com mais firmeza são fruto de reflexões, análises e conclusões tiradas por nós mesmos.

Os técnicos atuando como facilitadores de processo estarão permanentemente enfrentando desafios tipo: “qual deve ser a tática de abordagem para este grupo?”, “como criar condições para que os participantes sejam tocados?”. Estas são questões cruciais, pois sabemos que a capacitação só alcança o seu objetivo quando os participantes mudam o seu comportamento, e que, para mudar o comportamento, as pessoas precisam querer mudar, precisam estar sensibilizadas para a mudança.

O processo de sensibilização passa portanto por aspectos ligados à vontade (aspectos volitivos), passam pelo lado sentimental do ser humano. Significa dizer que trabalhar unicamente com aspectos cognitivos (relacionados ao conhecimento), através do repasse de informações, não é suficiente para sensibilizar as pessoas. O facilitador precisa estar

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permanentemente buscando formas de “tocar”, de “mexer” com o lado dos sentimentos dos participantes.

Para que haja sensibilização é necessário que os participantes passem por um processo de reflexão sobre a realidade em que vivem e a que desejam para o futuro. É necessário também que, a partir desse processo de reflexão haja um comprometimento interior com a mudança de comportamento (de uma prática atual para uma nova prática).

Entretanto, não adianta querer mudar se você não dispõe dos meios para viabilizar essa mudança. Para que o ciclo da capacitação se complete e traga como resultado uma nova prática, torna-se necessário que os participantes se instrumentalizem e apliquem este instrumento na prática.

SENSIBILIZAR-SE

Reflexão Comprometimento Instrumentalização Aplicação do Instrumento

CAPACITAR-SE

Levando em consideração esses aspectos, as Jornadas de Capacitação do Produtor Rural foram estruturadas no sentido de propiciar momentos de sensibilização e de instrumentalização. Não são eventos com longas exposições teóricas por parte do facilitador; na realidade, o facilitador contribui com exposições muito curtas que atuam como aporte de novos elementos para a reflexão e discussão do grupo.

O processo de sensibilização é iniciado quando se propõe uma reflexão dos participantes sobre aspectos da sua própria realidade (orçamento de atividades produtivas, identificação das etapas mais onerosas, problemas existentes e passíveis de solução pelos próprios agricultores, etc.). Aspectos que no dia a dia eles não estão muito atentos e que influem diretamente na receita da unidade produtiva. Ou seja, busca-se trabalhar valorizando a experiência dos produtores (o conhecimento se constrói a partir da realidade), ao mesmo tempo em que se cria um ambiente de reflexão sobre as implicações concretas daquele tipo de postura sobre a sua vida, em especial sobre os seus

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rendimentos (o facilitador cria condições para que os participantes cheguem às sua próprias conclusões).

Como já foi dito anteriormente, é importante que, aliada à sensibilização já ocorra alguma instrumentalização, que também atua como elemento sensibilizador. O processo de instrumentalização é iniciado quando se propõe uma análise sobre alternativas para o autodesenvolvimento e autogestão e quando se esboça um plano de negócios contemplando ações de curto, médio e longo prazos.

Vale ressaltar que os participantes não saem das Jornadas com o Plano de Negócios fechado. O Plano sai apenas esboçado, necessitando portanto de um assessoramento e acompanhamento técnico para o seu detalhamento e conclusão. Este acompanhamento poderá ser feito pelas Instituições que atuam em parceria com o Banco do Nordeste na área de assistência técnica e extensão rural.

As Jornadas, como parte de um processo maior, obviamente não atendem a todas as necessidades de capacitação dos participantes, mas buscam despertar nesses produtores a necessidade de continuar se capacitando. Capacitação essa que poderá ser continuada com os eventos previstos no Programa de Capacitação para o Desenvolvimento Econômico Sustentável de Pólos Regionais e com outros eventos patrocinados pelo SENAR, SEBRAE, EMATER e demais Instituições que trabalham com capacitação.

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3. CONSIDERAÇÕES TEMÁTICAS

“Terão mais possibilidades de êxito os agricultores que saibam solucionar os seus problemas

e não tanto os que tenham com que fazê-lo.”

(Polán Lacki)

Apresentamos a seguir as idéias centrais dos temas propostos para as Jornadas, como forma de subsidiar as exposições e ponderações do facilitador. Tais idéias foram extraídas do livro “DESENVOLVIMENTO AGROPECUÁRIO: da dependência ao

protagonismo do agricultor” de autoria de Polán Lacki (vide bibliografia). Esta

publicação é utilizada como texto de referência para condução do referido evento.

TEMA

: A saída do pequeno produtor: mais recursos ou melhores conhecimentos?

A agricultura é uma atividade econômica e, como tal, só poderá sustentar-se se for rentável. Para isso deverá ser encarada com visão empresarial. A forma profissional e empresarial de fazer agricultura exige que os produtores tenham melhores conhecimentos, habilidades, aptidões e destrezas para lhes proporcionar auto-suficiência técnica e, especialmente, autoconfiança, a fim de assumirem eles próprios a solução de seus problemas.

O conhecimento é considerado o mais importante fator de desenvolvimento do mundo moderno, entre outras razões, porque:

- é suficiente, em muitos casos, para solucionar os problemas mais imediatos dos agricultores;

- é o único que tem o grande mérito de torná-los menos dependentes do fator mais escasso (capital) e que diminui a dependência dos fatores externos (recursos e serviços).

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TEMA

: Os grandes problemas dos pequenos agricultores

Para efeito didático os problemas são classificados em duas categorias:

Problemas Externos: aqueles que se originam fora das propriedades e comunidades, ou cuja solução está fora do controle dos agricultores. Por exemplo: ausência de políticas agrícolas claras e estáveis; serviços agrícolas de apoio insuficientes e ineficientes; crédito rural escasso e burocratizado; altos preços dos insumos; baixo preço de venda dos produtos agropecuários; etc.;

Problemas Internos: os que se originam dentro das propriedades e comunidades e cuja solução está (ou poderia estar) ao alcance das famílias rurais. Por exemplo: os pequenos produtores compram no varejo os poucos insumos e o fazem de maneira individual, em pequenas quantidades, adquirindo produtos processados com alto valor agregado; não preparam o solo no momento oportuno e de forma adequada; usam sementes de má qualidade e as semeiam fora de época e com espaçamento inadequado; não adotam medidas elementares (de baixo custo ou custo zero) para conservar o solo e melhorar a fertilidade; vendem os excedentes como produtos primários (sem valor agregado), no atacado, em forma individual e com preços baixos; etc.

Como é fácil constatar , os problemas externos anteriormente mencionados são reais e incidem negativamente no desenvolvimento agropecuário. Infelizmente suas soluções dependem de fatores que estão fora do controle dos agricultores e alguns deles até do próprio governo. É improvável que os agricultores consigam solucioná-los, a menos que, através de um processo de organização, canalizem suas demandas e obtenham o poder político para reivindicá-las.

Ao contrário dos problemas externos, os problemas internos têm sido minimizados e ignorados. É lamentável que sua importância tenha sido subestimada porque sua eliminação poderia minimizar, em grande parte, os problemas externos ou reduzir sua importância relativa e sua solução está ou poderia estar ao alcance dos próprios agricultores.

As ações em prol do desenvolvimento agropecuário deverão começar pela solução dos problemas internos, com base nos recursos que os agricultores realmente possuem em suas propriedades e através da iniciativa e do esforço das próprias famílias. Cumprida esta etapa, poderão avançar de forma gradual e organizada até a solução dos problemas externos, baseando-se em recursos e ações também externas. Só assim as famílias rurais terão reais possibilidades de desenvolver-se e atingir o crescimento com equidade. Será sempre mais frutífero e estimulante começar pelos problemas solucionáveis em vez de frustar-se ao dar prioridade aos problemas não solucionáveis.

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TEMA

: Estratégia para o autodesenvolvimento e a autogestão

A via realista de alcançar a rentabilidade e a competitividade dos pequenos produtores rurais é através da introdução de inovações tecnológicas e gerenciais, para que os agricultores se tornem mais eficientes, aumentem sua própria produtividade e elevem os rendimentos dos escassos recursos que possuem. Se escassos, é com maior razão que sejam mais produtivos.

Fora desta via realista, será difícil encontrar soluções para uma agricultura que infelizmente já não recebe subsídios e que, além do mais, está sendo obrigada a competir com a agricultura subsidiada dos países desenvolvidos. A partir de agora, só poderá ser rentável e competitiva a agricultura que for eficiente para incrementar a produtividade e os rendimentos de todos os fatores de produção.

Levando em consideração estes aspectos, qualquer estratégia para o autodesenvolvimento e autogestão dos pequenos produtores rurais deve considerar no mínimo os três componentes que analisaremos a seguir:

1. Geração e uso de tecnologias apropriadas

Faz-se necessário que o governo invista na geração de tecnologias adequadas às diversidades físico-produtivas e à escassez de insumos e recursos de capital, porque são circunstâncias que caracterizam 78% dos agricultores da América Latina. Eles necessitam de tecnologias:

 de menor risco, menos exigentes em insumos, energia e capital (fator mais escasso) por trabalho (fator mais abundante);

 que sejam de baixo custo, fácil aplicação e menor dependência de insumos externos;

 que enfatizem fatores (sementes, por exemplo) que, com um custo muito baixo, produzem grande impacto nos rendimentos;

 que priorizem aqueles fatores que, sendo de baixo custo (inoculantes), permitam aos agricultores se tornarem menos dependentes daqueles que são de alto custo (fertilizantes nitrogenados sintéticos);

 que priorizem a eliminação das suas causas em vez de corrigir as consequências; que utilizem equipamentos mais simples e de menor tamanho para que sejam adaptados à escala de produção dos pequenos agricultores;

 e, finalmente, que sejam visivelmente vantajosas e eficazes na solução dos problemas produtivos e econômicos dos agricultores.

Ao dispor de tecnologias com tais características, os agricultores teriam reais oportunidades de começar a tecnificar suas atividades produtivas, a aumentar a sua produção e incrementar a sua renda. Com esta renda adicional (e não necessariamente com o crédito oficial) poderiam adquirir aqueles fatores externos que são realmente

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necessários para atingir novos melhoramentos tecnológicos (vacinas, parasiticidas, fertilizantes, etc.).

2. Capacitação de todos os membros das famílias rurais

A premissa básica desta proposta é que só os próprios agricultores podem promover o seu desenvolvimento. Outros agentes ou fatores apenas podem contribuir para que eles o façam. Todavia, devido a sua insuficiente capacitação, os agricultores não estão em condições de realizá-lo. A conclusão lógica é que não haverá desenvolvimento, a menos que se formem e se capacitem as famílias rurais para que elas queiram (estejam motivadas), saibam e possam solucionar os seus próprios problemas. Qualquer projeto que não priorize o desenvolvimento das capacidades dos agricultores estará condenado ao fracasso, como é o caso da maioria dos projetos de alto custo executados na região Nordeste.

3. Organização dos agricultores

Ainda que imprescindível, não é suficiente que os agricultores disponham de tecnologias e recebam capacitação que lhes ajudem a produzir com eficiência técnica e gerencial, dentro das suas propriedades. Eles também têm problemas externos às suas propriedades e necessitam de melhores mecanismos para adquirir insumos e comercializar seus excedentes de forma mais eficiente e mais vantajosa; além do mais, eles têm problemas internos que não podem ser resolvidos de forma individual e, portanto, exigem decisões e investimentos grupais ou comunitários.

Por estas razões e diante da debilidade e ineficiência dos serviços oficiais de apoio à agricultura, é necessário que os produtores se organizem para estabelecer os seus próprios mecanismos de recepção (de fora) e de prestação (para dentro) de serviços. Estes serviços pertencentes aos próprios agricultores lhes permitiriam diminuir gradualmente sua dependência dos serviços externos (do Estado e das empresas privadas). Possuindo tais serviços, eles mesmos poderiam atuar em conjunto para solucionar os problemas que constituem importantes causas da insuficiência das suas receitas (rendas), tais como:

 aquisição de insumos a preços mais baixos;

 possibilidades de investimentos em conjunto;

 processamento e incorporação de valor agregado à produção em pequenas unidades agroindustriais;

 comercialização conjunta dos produtos para obter melhores preços de venda;

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TEMA

: Alternativas tecnológicas, gerenciais e organizacionais para um desenvolvimento mais endógeno e de autogestão

Apresentamos a seguir várias alternativas tecnológicas, gerenciais e organizacionais com o objetivo de demonstrar que os agricultores poderiam diminuir, de forma muito significativa, sua dependência dos fatores externos e protagonizar seu autodesenvolvimento se eles dispusessem de tecnologias apropriadas e estivessem capacitados para adotar as seguintes inovações:

 Melhoramento no planejamento das atividades e na administração das propriedades;

 Diversificação e integração de atividades agrícolas, pecuárias e florestais com o objetivo de gerar renda e auto-abastecer-se;

 Adoção de medidas elementares de recuperação e conservação dos solos;

 Melhoria e manejo da água;

 Uso de sementes de boa qualidade;

 Adoção de técnicas adequadas de semeadura;

 Eliminação oportuna de ervas daninhas utilizando a mão-de-obra familiar ou equipamentos de tração animal;

 Adoção de práticas de “manejo integrado de pragas” para reduzir o excessivo e às vezes desnecessário uso de pesticidas;

 Aplicação de medidas zootécnicas e veterinárias (produção de forragem na propriedade, vacinações, desmame precoce, manejo racional dos pastos, etc.);

 Utilização de práticas que diminuem significativamente perdas que ocorrem durante o processo produtivo, na colheita, no transporte, na armazenagem, no consumo pelos animais e na comercialização.

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4. PLANILHA DAS JORNADAS

TURNO 1a JORNADA (4 horas) 2a JORNADA (4 horas) 3a JORNADA (4 horas) ÚNICO  Abertura  A saída do pequeno produtor: mais recursos ou melhores conhecimentos?  Os grandes problemas dos pequenos produtores  Estratégia para o autodesenvolvimento e autogestão  Alternativas tecnológicas, gerenciais e organizacionais para o autodesenvolvimento e autogestão  Planejamento e Gestão da propriedade  O Plano de Negócios  Avaliação e Encerramento

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5. ROTEIRO INDICATIVO DE CONDUÇÃO

1

a

JORNADA

a) Abertura do Evento b) TEMA:

A SAÍDA DO PEQUENO PRODUTOR: MAIS RECURSOS OU MELHORES CONHECIMENTOS?

OBJETIVO:

Que os participantes reflitam e discutam sobre a importância do conhecimento como o mais importante fator de desenvolvimento do mundo moderno.

CONDUÇÃO:

 Aproveita-se esta atividade inicial para proceder à apresentação dos participantes e buscar informações sobre a visão destes, em relação ao tema em discussão;

 Coloca-se num cartaz o roteiro para orientar as apresentações. Por exemplo:

SEU NOME:

ATIVIDADES QUE DESENVOLVE:

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 À medida que os participantes vão se apresentando e externando sua opinião, o facilitador vai registrando a síntese das informações em cartazes, conforme o exemplo a seguir:

PRINCIPAIS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS:

O QUE MAIS PRECISO PARA ME DESENVOLVER: - Caprinocultura - Arroz irrigado - Milho e feijão - Pecuária extensiva - Banana - Beneficiamento de queijo - Capacitação - Conhecimento - Recursos financeiros - Qualidade da produção - Melhorar a comercialização - Diversificar a produção - Melhorar a organização - Irrigação - Beneficiamento da produção - Crédito com subsídios

 Exposição dialogada sobre a importância do conhecimento (capacitação) como principal fator de produção (texto de apoio, pg: 21-27).

Reflexões:

- Puxar exemplos da plenária onde a aplicação de recursos financeiros não foi suficiente para a resolução dos problemas dos pequenos agricultores (em muitos casos cria um novo problema: inadimplência junto aos agentes financeiros)

- Crédito = Confiança

(o banco confia em quem sabe aplicar bem os recursos financeiros, quem tem informação e conhecimento);

- „Se você puder produzir sem ter que recorrer ao banco, ou recorrendo pouco, você pediria empréstimo?‟ ( conhecimento é recurso e é capaz de substituir o recurso financeiro. Com conhecimento pode-se reduzir custos de produção, melhorar a comercialização, etc.).

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OS GRANDES PROBLEMAS DOS PEQUENOS PRODUTORES OBJETIVO:

Que os participantes identifiquem e analisem alguns elementos de diagnóstico

CONDUÇÃO:

 Selecionar 3 ou 4 produtos mais importantes para o grupo ( Ex: feijão, banana, arroz e bovinos);

 Dividir os participantes em grupos de interesse conforme o número de produtos selecionados (Ex: 4 produtos - 4 grupos);

 Nos grupos, calcular os custos de produção e a receita de cada atividade;

 Ainda nos grupos, identificar as etapas onde está se gastando mais (Ex: insumos, capinas, mudas, mão-de-obra, etc.);

 Em plenária, elaborar cartazes com a síntese dos trabalhos de grupo, conforme exemplo abaixo:

ATIVIDADE:

CUSTO DE PRODUÇÃO:

(para 1 ha ou x cabeças de animais) RECEITA:

PRODUTIVIDADE: SALDO (Receita-Custo):

Discussão dos resultados com o apoio de transparências das figuras Nos

1, 2 e 3 (texto de apoio) que refletem os principais problemas dos pequenos produtores nas etapas anterior, durante e posterior à produção (texto de apoio, pg: 29 a 40).

OBSERVAÇÕES:

As discussões geradas na 1as jornada deverão abrir reflexões em 2 linhas, que serão exploradas na jornada seguinte:

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2a) „O agricultor sozinho não vai muito longe‟

2

a

JORNADA

a) Retrospectiva da 1a Jornada

Iniciar com uma breve retrospectiva da Jornada anterior. Consolidar num cartaz, os problemas identificados na discussão das planilhas de custo e receita, que são passíveis de controle pelos agricultores. Por exemplo:

PROBLEMAS PODEMOS CONTROLAR

- Venda ao atravessador - Recursos mal utilizados - Alto custo de ração

X X X

b) TEMA:

ESTRATÉGIA PARA O AUTO DESENVOLVIMENTO E A AUTOGESTÃO OBJETIVO:

Que os participantes reflitam e discutam sobre a estratégia para um desenvolvimento mais endógeno e de autogestão, a partir dos elementos de diagnóstico identificados.

CONDUÇÃO:

 Divide-se os participantes em grupos de interesse ou vizinhança;

 Iniciar com a reflexão: -„Desenvolvimento‟ que vem de fora não se sustenta

- Ninguém desenvolve o outro. Você pode „apoiar‟ o outro para que ele se desenvolva;

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 Em grupos, discutir e propor as grandes linhas de ação que os agricultores deverão implementar como parte da estratégia de desenvolvimento. Esta discussão deverá ser conduzida a partir dos elementos de diagnóstico identificados e analisados anteriormente;

 Em plenária, os grupos apresentam os resultados da discussão e o facilitador os registra num cartaz;

 Após a discussão na plenária o facilitador conclui reforçando que a estratégia para o autodesenvolvimento e autogestão dos pequenos agricultores passa pela:

- Capacitação dos pequenos produtores e suas famílias; - Organização dos produtores;

- Geração e uso de tecnologias socialmente apropriadas (tecnologias de baixo custo)

 Texto de apoio, pg: 41 a 50.

c) TEMA:

ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS, GERENCIAIS E ORGANIZACIONAIS PARA UM DESENVOLVIMENTO MAIS ENDÓGENO E DE AUTOGESTÃO;

OBJETIVO:

Que os participantes aprofundem a reflexão e discussão sobre as alternativas tecnológicas, gerenciais e organizacionais que compõem a estratégia para o desenvolvimento endógeno.

CONDUÇÃO:

 A partir das discussões dos grupos o facilitador vai aprofundando e incorporando novos elementos à discussão;

 A exposição poderá ser apoiada em transparências das figuras Nos 5, 6 e 7 que refletem algumas alternativas de apoio ao desenvolvimento endógeno nas etapas anterior, durante e posterior à produção.

(18)

3

a

JORNADA

a) Retrospectiva da 2a Jornada

b) TEMAS:

- PLANEJAMENTO E GESTÃO DA PROPRIEDADE; - O PLANO DE NEGÓCIOS.

OBJETIVO:

Que os participantes esbocem um plano de ações de curto, médio e longo prazo

CONDUÇÃO:

 Divide-se os participantes por grupos de interesse;

 Nos grupos, discute-se as ações que deverão ser implementadas no curto, médio e longo prazo como forma de desenvolver os produtores e suas famílias;

 Pode-se sugerir uma planilha como a que aparece a seguir:

ATIVIDADES Curto Prazo até -/-/- Médio Prazo de -/- até -/-/- Longo Prazo de -/- até -/-/- Fonte de Recursos 1. Produção ... ... ... ... ... ... ... 2. Beneficiamento ... ... ... ... ... ... 3. Vendas ... ... ... ... ...

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BIBLIOGRAFIA

CERQUEIRA, Ricardo R. de. Jogos pedagógicos na capacitação das organizações de

produtores rurais. Projeto BNB/PNUD, Série Cadernos Metodológicos – No 2, Recife, 1996.

GONI, Arturo Jordán. O que é a metodologia GESPAR?. Projeto BNB/PNUD, Série Cadernos Metodológicos – No 1, Recife, 1995.

LACKI, Polán. Desenvolvimento Agropecuário: da dependência ao protagonismo do

agricultor. Banco do Nordeste do Brasil/FAO. Escritório Regional da FAO para

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