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Universidade Federal do Vale do São Francisco UNIVASF Pró-Reitoria de Integração aos Setores Comunitários e Produtivos - PROIN

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Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF

Pró-Reitoria de Integração aos Setores Comunitários e Produtivos - PROIN

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE EXTENSÃO PIBEX 2013-2014

ANEXO 02

PROJETO DE EXTENSÃO

Título:

Educação e convivência com o semiárido: descobrindo a cura através das plantas medicinais da caatinga

Colegiado Proponente:

Colegiado de Ciências Farmacêuticas

Coordenador:

Prof. Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida

Equipe

Nome Unidade Categoria Profissional Função no Projeto

Jackson Roberto G. da S. Almeida CFARM Professor Orientador

Franciely Ferreira Santana CFARM Estudante Bolsista

Amanda Leite Guimarães CFARM Técnica de Laboratório Apoio técnico Ana Paula de Oliveira CFARM Técnica de Laboratório Apoio técnico Área temática:

Linha de Extensão:

Promoção e/ou prevenção à saúde

Fundamentação Teórica Apresentação:

O Semiárido brasileiro representa 11,39% do território nacional e abriga 29% da população do País. Possui uma extensão de 969.589,4 km² representando cerca de 62% do território nordestino (incluindo a parte semiárida de Minas Gerais).

No Semiárido vivem aproximadamente 20.858.264 milhões de pessoas, com destaque para o fato de que 9,08 milhões (44%) pertencem à zona rural, caracterizada por

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alta vulnerabilidade, já que estão entre os mais pobres da região, com índices de qualidade de vida muito abaixo da média nacional. A densidade demográfica de 21,5 hab/km² não parece alta quando comparada com a média nordestina que é de 28 hab/ km², contudo, tomando por base outras regiões semiáridas no mundo, apresenta-se como uma das mais elevadas (IRPAA, 2011 a).

Como principal característica climática, destacam-se as temperaturas médias elevadas e precipitações médias anuais inferiores a 800 mm, extremamente concentradas em até três a quatro meses, gerando períodos de chuvas e estiagens. Cerca de 80% do subsolo do semiárido é formado por rocha cristalina, que não favorece a acumulação de água. Os outros 20% são sedimentares, com boa capacidade de armazenamento de águas subterrâneas. As feições de relevo refletem a dinâmica climática e estrutural, mas, apesar de dominar grandes extensões dissecadas, é possível registrar significativas áreas ocupadas por serras e vales úmidos.

Com relação aos recursos hídricos, a região apresenta praticamente um só rio permanente: o São Francisco, pois o Rio Parnaíba toca só marginalmente à parte oeste do semiárido brasileiro. Os demais aparecem de forma intermitente (apenas nos períodos de chuva), desempenhando, contudo, um papel fundamental na dinâmica de ocupação dos espaços nessa região. Em relação à disponibilidade e potencial de água existente, devem ser considerados também os açudes públicos e reservatórios privados, além das alternativas crescentes de captação de água das chuvas para o consumo doméstico.

Do ponto de vista hídrico, o semiárido é bastante conhecido por características próprias: apenas uma pequena parcela da região tem uma média pluviométrica anual inferior a 400 mm. No semiárido como um todo, essa média sobe para 750 mm por ano. É bem verdade que existe o problema de má distribuição dessa chuva no período e no espaço geográfico, mas, de fato, não existe ano sem chuva. Nos anos mais secos dificilmente chove menos que 200 mm (IRPAA, 2011a). Desse modo, a disponibilidade de água é o fator mais determinante para a vegetação e a fauna, e até certo ponto para a exploração humana dos recursos naturais.

A vegetação predominante de Caatinga é uma expressão do clima, em conjunto com outros fatores geo-ambientais, representados pelo relevo, solo e subsolo. É um revestimento vegetativo baixo, arbustivo-arbórea ou arbóreo-arbustiva e, raramente, arbórea, comportando folhas miúdas e hastes espinhentas, adaptadas para conter os efeitos de uma evapotranspiração muito intensa.

A diversidade biológica, principalmente na flora, as várias formas de manifestações culturais e até mesmo os diferentes micro-climas fazem do semiárido brasileiro uma região extremamente rica e com grande potencial para o desenvolvimento. Apesar de rico, possui um ecossistema frágil e com pouca capacidade de reconstituição. Esta fragilidade é decorrente dos próprios fatores climáticos e acentuada pela pouca compreensão que as

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pessoas têm sobre a natureza na região, o que leva a uma ação involuntária, predatória, na busca de recursos para sua sobrevivência, mas também a ações criminosas depredatórias de grandes empresas e grupos econômicos.

As atividades econômicas predominantes são de subsistência, com pequenos roçados, criatórios de animais de pequeno e médio porte, artesanato e extrativismo voltado para o consumo familiar. As famílias camponesas do semiárido ainda não desenvolveram uma cultura de produção para o mercado, pelo fato de a maioria não terem o direito de propriedade da terra onde vivem, mantendo uma relação de permanência temporária com a propriedade agrícola.

Apesar do potencial que tem, o semiárido é a região mais pobre do país, com alto índice de analfabetismo e com a mais baixa renda per capta. Essa situação é decorrente não só do clima, mas da estrutura sócio-política e econômica implantada na região, trazendo com isso várias dificuldades para se viver bem na região. Devido a uma má compreensão sobre a caatinga, muita gente imagina a região como inóspita para qualquer ser humano viver bem, devido principalmente à irregularidade de chuva e a baixa produtividade agrícola de parte dos seus solos. As pessoas vivem nessa área extraem sua sobrevivência exatamente dos recursos naturais que a região oferece. É um bioma composto por uma enorme variedade de arbustos e árvores como angico, aroeira, umburana, juazeiro, catingueira e tantas outras espécies (IRPAA, 2011b).

Antigamente acreditava-se que a caatinga seria o resultado da degradação de formações vegetais mais exuberantes, como a Mata Atlântica ou a Floresta Amazônica. Esse pensamento sempre produziu a falsa ideia de que o bioma seria homogêneo, com biota pobre em espécies e em endemismos, estando pouco alterada ou ameaçada, desde o início da colonização do Brasil. Entretanto, estudos apontam a caatinga como sendo rica em biodiversidade, endemismos e bastante heterogênea; como também pode ser considerada um bioma extremamente frágil (ALVES, 2007). Essa vegetação até pouco tempo era tida como desvalorizada e pouco estudada. Na última década, passou-se a estudá-la mais detalhadamente, e ainda hoje pouco se conhece sobre as suas potencialidades (OLIVEIRA et al., 2009).

A grande diversidade de espécies vegetais, muitas das quais endêmicas ao bioma é relatada na literatura. Estima-se que pelo menos 932 espécies já foram registradas para a região, sendo 380 endêmicas. Devido às várias décadas de anos do uso impróprio e insustentável dos recursos naturais, a caatinga foi um bioma muito desgastado e é considerado o ecossistema brasileiro menos estudado, menos conhecido cientificamente e menos conservado (ALVES et al., 2009). Daí o interesse de vários pesquisadores em estudá-la.

Diversas famílias botânicas são encontradas nesse bioma, onde predominam espécies pertencentes às famílias Fabaceae, Euphorbiaceae e Bromeliaceae. Alguns

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exemplos de espécies da família Fabaceae são as catingueiras (Caesalpinia pyramidalis, C.

microphylla, C. bracteosa), as juremas (várias espécies do gênero Mimosa), o mororó

(Bauhinia cheilantha), o pau-ferro (Caesalpinia ferrea), a imburana-de-cheiro (Amburana

cearensis) e o mulungu (Erythrina velutina).

Entre as muitas espécies de Euphorbiaceae, aparecem a faveleira (Cnidoscolus

phyllacanthus), a cansanção (Cnidoscolus urens), o marmeleiro (Croton sonderianus),

velames (também espécies de Croton) e maniçobas (espécies do gênero Manihot). Dentre as espécies da família Bromeliaceae, podemos destacar a presença do caroá (Neoglaziovia

variegata), macambira de porco (Bromelia laciniosa) e macambira de flecha (Encholirium spectabile).

Muitas dessas espécies são utilizadas pelo homem na agricultura, produção de carvão e lenha, na alimentação de humanos e animais, bem como na medicina popular, para o tratamento e cura de doenças. A extração predatória do homem tem levado muitas espécies à condição de “ameaçadas de extinção”. Assim, várias iniciativas têm sido tomadas para a conservação de espécies do bioma. Além da importância da conservação da biodiversidade, há também a necessidade de estudos químicos e farmacológicos de espécies endêmicas visando à obtenção de bioprodutos com potencial aplicação na saúde humana e animal. Numa região como a nossa, com uma flora tão diversificada, a pesquisa das propriedades químicas e farmacológicas das plantas torna-se imperativa, sejam elas utilizadas pela medicina popular ou não.

Esse projeto é uma proposta de trabalho com vistas a incentivar a produção, manipulação e uso de plantas medicinais da caatinga em comunidade rurais do Vale do São Francisco. É resultante da ideia de tentar melhorar e dar acesso às famílias carentes do meio rural a uma alternativa de assistência à saúde, baseado na produção de plantas medicinais, manipulação e distribuição de remédios caseiros.

O emprego correto de plantas medicinais requer, logo de início, sua seleção baseada na comprovação científica de eficácia e segurança terapêuticas, bem como a escolha das formas apropriadas de preparação e administração de seus produtos.

Desejamos assim, que esta proposta seja implementada e levada a efeito de forma séria e coerente, onde poderá se transformar numa semente de um projeto maior, que atenda de maneira desejada, um significativo número de famílias do meio rural e urbano da nossa região. Para isso, desejamos incentivar a implantação de farmácias vivas com hortas de maneira progressiva. Essas ações serão complementadas pela divulgação do uso correto de plantas medicinais, contribuindo assim, para uma melhoria da qualidade de vida da população.

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Justificativa:

Segundo os estudiosos, o Brasil é um verdadeiro hospital para a prática da medicina natural, pela riqueza de plantas com princípios ativos para o tratamento de saúde, o que concorre para tornar a medicina fitoterapêutica como uma boa alternativa no sentido de melhorar a assistência à saúde em qualquer região do país.

No Nordeste, e principalmente no semiárido, com concentração de população de baixo poder aquisitivo, a recomendação feita pela Organização das Nações Unidas (ONU) quanto ao estudo das plantas medicinais utilizadas pela medicina popular, deve ser reconsiderada de forma especial, notadamente, em função dos baixos custos dos medicamentos e facilidade de interiorização de seus benefícios.

Por outro lado, a medicina natural produz um tipo de agente que requer um baixo investimento para a sua fabricação, com a vantagem, ainda, de ser produzido mais próximo ao consumidor em razão da matéria prima se encontrar em todas as áreas interioranas. Como apoio a este trabalho, existe atualmente toda uma tecnologia já disponível e várias instituições com esse tipo de preocupação desenvolvendo alguns trabalhos só que de forma dispersa, sem objetivos mais definidos, o que tem concorrido para ações paralelas e resultados pouco expressivos.

Ademais, onde o programa já foi implantado, vem recebendo total apoio das prefeituras dos municípios, pela redução acentuada dos custos que, atualmente, a edilidade tem com a distribuição de medicamentos tradicionais, onerando os cofres públicos.

Desta forma, é possível se promover uma melhoria significativa na área de saúde dos municípios, com a introdução nas comunidades rurais e periferias urbanas, de um programa que incentive a produção, manipulação e distribuição de produtos fitoterapêuticos,

Com o objetivo de incentivar o estudo e o uso racional de plantas medicinais no país, o Governo Federal aprovou a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, através do Decreto 5.813/2006, que se constitui em parte essencial das políticas públicas de saúde, meio ambiente, desenvolvimento econômico e social para a melhoria da qualidade de vida da população brasileira. Alguns princípios nortearam sua elaboração, tais como: ampliação das opções terapêuticas e melhoria da atenção à saúde dos usuários do SUS; uso sustentável da biodiversidade brasileira; valorização e valoração dos conhecimentos das comunidades tradicionais; fortalecimento da agricultura familiar; geração de emprego e renda; desenvolvimento industrial e tecnológico e a perspectiva de inclusão social e regional, além da participação popular e do controle social sobre todas as ações decorrentes dessa iniciativa.

No Brasil, o problema relacionado aos medicamentos está associado ao fato de que o desenvolvimento e a industrialização destes dependem de instituições multinacionais. No Nordeste, este problema se agrava porque grande parte da população tem baixo poder aquisitivo e carência de medicina assistencial. Por possuir uma vegetação diversa e rica, e

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por ser uma das regiões com população de níveis mais baixos de vida do país, o Nordeste poderia ser beneficiado com este tipo de pesquisa. O Brasil tem ampla tradição na utilização de plantas medicinais para o tratamento de diversos tipos de doenças e nós devemos aproveitar ao máximo o potencial terapêutico das nossas plantas.

Para o cumprimento desses objetivos, são necessários esforços dos órgãos públicos, principalmente as universidades, para divulgar e incentivar o uso racional de plantas medicinais. Este projeto vem sendo desenvolvido desde o mês de março de 2012 junto a comunidades rurais e urbanas dos municípios de Juazeiro e Petrolina. Foi elaborado material informativo, como uma cartilha e folders para distribuição com a população, orientando sobre as principais propriedades químicas e farmacológicas de espécies de plantas medicinais da caatinga, bem como riscos e benefícios de seus usos.

O projeto vem sendo desenvolvido de forma satisfatória e a partir de agora pretendemos ter uma maior atuação no município de Petrolina, atuando em comunidades rurais e orientando a população sobre o uso correto de plantas medicinais. Assim, para dar continuidade a este projeto, é importante a sua aprovação, para que uma maior parcela da população tenha acesso a essas informações e possam ser beneficiadas com um tratamento adequado à base de plantas medicinais. Pretende-se dar uma orientação científica quanto ao seu uso.

Objetivos:

Geral

Desenvolver a produção, difusão e uso racional de plantas medicinais da caatinga na região do Vale do São Francisco, com vistas a melhorar o padrão de saúde das comunidades rurais e urbanas, principalmente as de menor poder de renda, com ênfase nas indicações terapêuticas e no preparo de remédios caseiros à base de plantas medicinais.

Específicos

- Fazer o levantamento das plantas medicinais usadas pela população em comunidades rurais na região do Vale do São Francisco;

- Resgatar o conhecimento que as pessoas das comunidades têm sobre as indicações terapêuticas e as formas de preparação e uso de plantas medicinais;

- Orientar a população das comunidades rurais sobre o uso correto de plantas medicinais; - Formar e educar de forma permanente, agentes multiplicadores desse conhecimento; - Expandir a assistência à saúde à população rural dos municípios;

- Redução dos custos com tratamento de saúde através da atenção primária, fazendo-se uso de plantas medicinais;

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- Gerar mais emprego e renda no meio rural dos municípios; - Capacitar técnicos e monitores nessa atividade;

- Capacitar pessoas das comunidades na produção, uso e manipulação de plantas medicinais e na fabricação de remédios caseiros;

- Promover a organização social das comunidades para este tipo de atividade; - Gerar pesquisa e tecnologias de produção;

- Promover a implantação de hortos de plantas medicinais nas comunidades;

- Elaborar um sistema de informações sobre plantas medicinais para os profissionais da área de saúde e para a população;

- Vincular o uso de plantas medicinais à preservação do meio ambiente; - Fortalecer as atividades de ensino, pesquisa e extensão da nossa instituição;

- Contribuir para a formação de recursos humanos qualificados, que possam contribuir para uma melhoria da qualidade de vida da população da região do semiárido.

Metas:

- Ter conhecimento, ao final de 12 meses, das principais espécies de plantas medicinais usadas por comunidades rurais da região do Vale do São Francisco;

- Ter reduzido, ao final de 12 meses, a incidência de doenças que acometem a população, bem como os custos com o uso de medicamentos para tratamento de doenças;

- Ter capacitado, ao final de 12 meses, pelo menos 50 técnicos e monitores para atuação nas comunidades;

- Ter criado, ao final de 12 meses, novas oportunidades de trabalho em cada comunidade beneficiada;

- Ter contribuído, ao final de 12 meses, para o aumento da cadeia produtiva das comunidades, gerando mais emprego e renda para as comunidades beneficiadas;

- Ter instalado, ao final de 12 meses, pelo menos 4 hortos de plantas medicinais nas comunidades selecionadas;

- Ter contribuído, ao final de 12 meses, para a formação de recursos humanos qualificados capazes de atuar na cadeia produtivas dos fitoterápicos;

- Contribuir, a médio e longo prazo com a assistência farmacêutica baseada no uso de fitoterápicos.

Resultados Esperados:

Os principais resultados esperados com a implantação de um projeto de fitoterapia nos serviços de saúde pública são a redução dos custos com medicamentos e fazer com que uma maior parcela da população tenha acesso a esses medicamentos.

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Além de oferecer alternativas terapêuticas de baixo custo para a população, espera-se formar recursos humanos na área de fitoterapia e plantas medicinais, e que o projeto também atenda às necessidades de ensino, pesquisa e extensão da universidade. A capacitação de profissionais nessa área bem como de pessoas das próprias comunidades, servirá de apoio para vários programas que visem à melhoria da saúde da população. A Organização Mundial da Saúde não só reconhece como também estimula o uso de plantas medicinais pela população de países pobres, embora recomende cuidados especiais no seu uso através da distribuição de manuais para orientar estudos científicos, que confirmem sua segurança e eficácia clínica. Trabalharemos e reuniremos informações para a elaboração de um Guia Fitoterápico voltado para a população beneficiada, abrangendo principalmente os aspectos do uso correto de plantas medicinais; e uma cartilha abordando os aspectos do uso seguro, parte usada, dose, cuidados na administração, advertências, etc.

Pretendemos também incentivar as câmaras municipais a criar e aprovar leis que regulamentem o uso da fitoterapia nos serviços de saúde. Isso gerará emprego e renda para as comunidades rurais, que atuarão como fornecedores da matéria prima, propiciando um aumento da cadeia produtiva local e uma diversificação das culturas de cultivo. Com isto, busca-se tornar o projeto como referência para outros municípios da região. Além disso, é necessário desenvolver pesquisa em nível local, realizando estudos científicos com plantas da região a fim de se aumentar as alternativas terapêuticas já existentes e divulgar o nosso trabalho através de publicações nacionais e internacionais.

Espera-se com esta proposta, ampliar as opções terapêuticas a usuários do SUS, com garantia de acesso às plantas medicinais, medicamentos fitoterápicos e serviços relacionados à fitoterapia, com segurança, eficácia e qualidade, na perspectiva da integralidade da atenção à saúde. A implantação deste projeto possibilitará não só a melhoria da qualidade dos serviços de saúde, mas a integração entre as diferentes unidades que integram o projeto, como também a abertura de postos de trabalho e o desenvolvimento de um programa que integre educação e saúde, ampliando assim o impacto das ações a serem desenvolvidas. Devemos utilizar também todos os veículos de comunicação para as ações de educação, saúde e informação à população, bem como criar uma página na internet para divulgação do projeto. Através da divulgação nos meios de comunicação, criaremos feiras educativas nas escolas, eventos científicos com exposição de trabalhos e plantas medicinais e tóxicas, entre outras atividades. Pretende-se contribuir cientificamente para o estudo químico e farmacológico de plantas medicinais da região, produção industrial ou artesanal de medicamentos fitoterápicos e integrar o setor acadêmico (representado pela Universidade Federal do Vale do São Francisco) e a população local (usuária, de forma empírica e sem comprovação científica, das plantas medicinais).

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- Inserir os estudantes nas comunidades, para que os mesmos possam entender melhor a estruturação social e como esta pode influenciar no processo de adoecimento das pessoas; - Atuarem junto a movimentos sociais e associações comunitárias e aprender a importância de suas ações em busca da melhoria da qualidade de vida;

- Dialogar com moradores para poder extrair lições de vida e aprender a respeitar as concepções e culturas da população;

- Valorizar e respeitar o conhecimento das pessoas que foi acumulado e repassado de geração em geração;

- Preparar um profissional de saúde com uma visão mais profunda da realidade local, capazes de atuar segundo os princípios do Sistema Único de Saúde, principalmente no que se refere ao controle social;

- Aprofundar os conhecimentos sobre a fitoterapia e colocá-los em prática;

- Aprender a elaborar trabalhos científicos, mobilizar pessoas para palestras e outras ações educativas, construir mudanças e conhecimentos, aprender a falar em público de acordo com a sua população-alvo, organização de eventos, interação com as pessoas, trabalhar em grupo e de maneira interdisciplinar.

Em relação ás comunidades atendidas:

- Criar um espaço para discutir e compartilhar seus conhecimentos sobre o uso de plantas medicinais;

- Incentivar a produção de remédios caseiros;

- Atuar junto aos estudantes e profissionais da equipe de saúde local; - Atuar como multiplicadores dos conhecimentos adquiridos;

- Contribuir para o aumento da qualidade de vida e do nível de saúde da população beneficiada. - Capacitação de pessoas da própria comunidade, que servirão de apoio para vários programas que visem à melhoria da saúde da população.

- Divulgação do projeto nos meios de comunicação, criação de feiras educativas nas escolas, eventos científicos com exposição de trabalhos e plantas medicinais e tóxicas, entre outras atividades.

Metodologia:

O presente projeto constará de seis etapas distintas envolvendo desde a coleta de informações relacionadas ao uso de plantas medicinais à instalação de hortas medicinais nas comunidades envolvidas.

Inicialmente será realizado um levantamento das espécies de plantas medicinais existentes na região, que possam ser utilizadas para a produção de remédios caseiros ou de

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medicamentos fitoterápicos. Esse levantamento começará com a identificação das plantas utilizadas pela população das comunidades rurais, bem como os usos recomendados por eles para as diversas doenças. Serão realizadas entrevistas com a aplicação de questionários estruturados para a coleta de informações.

Na etapa seguinte será necessário um levantamento bibliográfico, identificando as espécies já existentes e as que são agronomicamente compatíveis com as condições ecológicas da região. A partir desses dois levantamentos, serão escolhidas as espécies que irão fazer parte do projeto. Para as espécies mais usadas pela população, será feita uma comparação entre o uso relatado pelas pessoas e os usos indicados na literatura, para verificar se a utilização empírica e científica apresenta semelhanças.

Posteriormente serão coletadas plantas no intuito de produzirem mudas a serem utilizadas em hortas medicinais comunitárias. Tal etapa poderá ser realizada tanto com as espécies já existentes na região, quanto com aquelas que podem ser trazidas de fora e que têm compatibilidade com as condições climáticas locais. As espécies serão identificadas botanicamente pela equipe do Herbário Vale do São Francisco (HVASF) da Universidade Federal do Vale do São Francisco. As exsicatas serão depositadas no próprio HVASF. As hortas poderão ser divididas por pequenas regiões que servirão para a produção de plantas medicinais. Uma horta central também deverá ser instalada para a produção das mudas e realização de estudos experimentais.

Quanto à divulgação do projeto, serão organizados meios de distribuição das plantas medicinais para a população. A distribuição e utilização poderão ser feitas com a recomendação do uso das plantas frescas, fornecendo as medidas recomendadas, bem como a distribuição das plantas secas empacotadas para a preparação de chás.

No entanto, não basta apenas disponibilizar as plantas. Por meio de oficinas e de distribuição de materiais como cartilhas e folhetos ilustrados, a equipe do projeto poderá ensinar a população a utilizar os medicamentos, divulgar instruções sobre indicações, forma de uso e quantidades. Isso será fundamental para que os fitoterápicos tenham uso correto e não causem problemas de saúde a quem os utilizar. Outra etapa será sensibilizar os profissionais da saúde que trabalham nas comunidades para que utilizem e recomendem os fitoterápicos.

Finalmente, serão ministrados cursos introdutórios sobre o tema em geral e sobre as plantas medicinais padronizadas direcionados às comunidades. Um Guia Fitoterápico será montado contendo indicações, restrições, doses, efeitos colaterais e fotos das plantas, que servirá como fonte de consulta diária para os profissionais da rede básica que atuam nas comunidades, bem como para a população em geral.

A partir daí, a informação será passada para toda a população com a realização de palestras e oficinas específicas sobre fitoterapia. Serão fornecidas mudas de plantas para a população beneficiada e treinamento, para que cada comunidade tenha sua própria horta

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medicinal.

É importante ressaltar que o público alvo será constituído pela população mais carente das comunidades rurais com tradição no uso de plantas medicinais. Pessoas de baixa renda, de pouco ou nenhum acesso aos atuais mecanismos de prestação de serviços de assistência na área de saúde e que residem normalmente nas comunidades rurais. São famílias de pequenos produtores rurais, aonde dificilmente chegam os programas normais do governo. Serão selecionadas comunidades rurais situadas nas proximidades do município de Petrolina.

Referências Bibliográficas:

ALMEIDA, J. R. G. S.; MORAES, A. C. A.; RIBEIRO, R. L.; GOES, R. M. O.; QUINTANSJÚNIOR, L. J. Plantas medicinais comercializadas por raizeiros no Vale do São Francisco. In: 1ª Reunião Regional da Sociedade Brasileira de Plantas Medicinais. Livro de Resumos. Fortaleza-CE, 2005.

ALVES, J. K. A.; ARAÚJO, M. A.; NASCIMENTO, S. S. Degradação da caatinga: uma investigação ecogeográfica. Revista Caatinga, v. 22, n. 3, p. 126-135, 2009.

ALVES, J. J. A. Geoecologia da caatinga no semi-árido do Nordeste brasileiro. CLIMEP: Climatologia e Estudos da Paisagem, v. 2, n. 1, p. 58-71, 2007.

CALIXTO, J. B. Medicamentos fitoterápicos. In: Plantas Medicinais sob a Ótica da Química Medicinal Moderna. Chapecó: Argos, p. 297-316, 2001.

IRPAA. Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada, 2011a. Disponível IRPAA. Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada. Boletim do Recatingamento, ano 2, n. 21, 2011b.

MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais: guia de seleção e emprego de plantas usadas em fitoterapia no Nordeste do Brasil. Ed. UFC, 2007.

OLIVEIRA, P. T. B. et al. Florística e fitossociologia de quatro remanescentes vegetacionais em áreas de serra no cariri paraibano. Revista Caatinga, v. 22, n. 4, p. 169-178, 2009. emhttp://www.irpaa.org/modulo/fundamentos. Acesso em 31 de agosto de 2011.

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Público-Alvo:

- Comunidade rurais no distrito de Uruás - Comunidade rurais no distrito de Pau-Ferro - Comunidade rurais no distrito de Rajada

Total aproximado de pessoas beneficiadas

Nº de Pessoas Beneficiadas 150 pessoas 150 pessoas 150 pessoas 450 pessoas Cronograma de Execução

Evento Período Observações

Continuação do projeto que vem sendo executado

Mar/13 Serão feitos contatos com trabalhadores rurais dos distritos para marcar reunião com líderes comunitários das comunidades para definição de estratégias Reunião com líderes comunitários Mar/13 a Abr/13

Seleção das espécies vegetais Mar/13 a Abr/13

Levantamento bibliográfico Mar/13 a Fev/14

Coleta das plantas e produção de mudas Abr/13 a Fev/14 Cursos para profissionais da rede básica de

saúde e para a população

Abr/13 a Fev/14 Instalação de hortas medicinais comunitárias Abr/13 a Fev/14 Divulgação do projeto e elaboração de material

informativo

Abr/13 a Fev/14 Trabalho com as comunidades envolvidas Abr/13 a Fev/14

Entrega de relatório parcial Set/13

Entrega de relatório final Fev/14

Apresentação dos resultados Fev/14

Acompanhamento e Avaliação Indicadores:

- Elaboração de material de divulgação

- Apresentação de palestras, cursos e oficinas para profissionais de saúde e a população em geral

- Cursos para profissionais de saúde

- Reuniões com as comunidades rurais envolvidas - Publicação de artigos científicos

- Apresentação de trabalhos em congressos e outros eventos - Apresentação de relatórios parcial e final

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Sistemática:

A sistemática de avaliação será feita através de acompanhamento das atividades desenvolvidas pelos alunos e pela comunidade sob a forma de seminários e reuniões periódicas no sentido de se avaliar os procedimentos e o andamento do projeto. A forma de valorização do projeto será feita através de divulgação nos principais meios de comunicação da região e do estado, publicação de trabalhos científicos com os resultados obtidos no projeto e, se possível, criação de uma página na internet para divulgação das atividades e dos resultados obtidos.

Proposta Orçamentária

Rubrica Justificativa Valor (R$)

Custeio

Bolsa de Extensão

Incentivar o bolsista a participar do projeto, bem como de eventos científicos, aquisição de livros e outro tipo de material bibliográfico

4.800,00

Total 4.800,00

Co-Financiamento

(Informe se o Projeto terá outro financiamento além do PIBEX – 2013/2014) Agências de Fomento Quais: Não se aplica

Outros Quais: Não se aplica

Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida Petrolina-PE, 13 de outubro de 2012

Luciano Augusto de Araújo Ribeiro Petrolina-PE, 13 de outubro de 2012

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