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Correlação das medidas antropométricas reais do peso e da altura com os métodos de estimativa em pacientes adultos do Hospital Regional de Ceilândia

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Academic year: 2021

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Correspondência Martina Celi Bandeira Rufi no Núcleo de Nutrição e Dietética – Hospital Regional de Ceilândia QNM 17 Área Especial 01, Ceilândia, Brasília-DF. 72215-170, Brasil. martinaceli@gmail.com

RESUMO

Introdução: O peso corporal e a altura são as medidas antropométricas

mais utilizadas para avaliação nutricional e manejo clínico de pacientes internados. Entretanto, para pacientes acamados são necessários méto-dos para estimá-los e poucos estuméto-dos tem avaliado estes métométo-dos para a população brasileira adulta internada, sendo a maioria dos estudos realizados em idosos.

Objetivo: Avaliar a correlação dos métodos de estimativa de peso e da

altura com as medidas antropométricas reais em pacientes adultos do Hospital Regional de Ceilândia.

Método: Foi realizado estudo transversal e analítico. As fórmulas de

es-timativas de peso e altura propostas por Chumlea et al. (1988; 1985), meia envergadura do braço (Kwok; Whitelaw, 1991) e os métodos in-diretos de aferição de altura (altura recumbente) foram analisadas pelo coefi ciente de correlação de Pearson, utilizando as medidas reais como padrão ouro. Participaram do estudo 100 pacientes entre 20-59 anos.

Resultados: Todas as estimativas de altura apresentaram fortes

correla-ções com a altura real: altura recumbente (r=0,94), meia-envergadura (r=0,84) e Chumlea et al. (1985) para sexo masculino (r=0,85) e femi-nino (r=0,87), todos com o p<0,0001. O peso também apresentou forte correlação com a fórmula de Chumlea et al. (1988) em ambos os sexos (r=0,92; p<0,0001).

Conclusão: Todas as medidas estimadas apresentaram boa correlação

com as medidas reais, principalmente a altura recumbente e o peso es-timado pelas fórmulas de Chumlea et al. (1988).

Palavras-chave: Peso; Altura; Estimativa de peso; Estimativa de altura;

Pacientes acamados.

Correlação das medidas antropométricas reais do peso

e da altura com os métodos de estimativa em pacientes

adultos do Hospital Regional de Ceilândia

Correlation of methods to estimate weight and height and direct

anthropometric measurements of adult patients at Hospital Regional

de Ceilândia, DF

Polyana Alves Rodrigues1

Martina Celi Bandeira Rufi no1

Elaine Alves Correia1

Julyanna Marques Rolim de Lima1

Adriana Queiroz Lisboa1

¹Departamento do Núcleo de Nutrição e Dietética do Hospital Regional de Ceilândia, Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, Brasília-Brasil.

Recebido em 26/julho/2010 Aprovado em 17/janeiro/2011

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ABSTRACT

Background: Body weight and height are most commonly used

anthro-pometric measurements to nutritional assessment and clinical manage-ment of hospitalized patients. However, to measure height and weight in bedridden patients have been used methods to estimate them. Few studies have evaluated these methods for Brazilian population hospita-lized, most in the elderly people.

Objective: The aim of this study was to evaluate correlation among

me-thods to estimate weight and height and direct anthropometric measu-rements of adult patients at Hospital Regional de Ceilândia.

Methods: For this purpose a cross-sectional and analytical study was

carried out comparing the formulas to estimate weight and height pro-posed by Chumlea et al. (1988, 1985), half arm span (Kwok; Whitelaw, 1991) and indirect methods for measuring height (recumbent height). To determine the correlation was used Pearson’s coeffi cient. The study

included 100 patients, aged 20-59.

Results: All methods to estimate height showed strong correlation

with the direct measurement: recumbent height (r = 0.94), half-scale (r=0.84) and Chumlea et al. (1985) (r = 0.85 for males and r = 0.87 for females) with p <0.0001. The direct weight also showed a strong cor-relation with the formula of Chumlea et al. (1988) in both sexes (r = 0.92, p <0.0001).

Conclusion: This study shows that all the methods had good correlation

with the direct anthropometric measurements, especially the recumbent height and weight estimated by the formula of Chumlea et al. (1988).

Key words: Body weight, body height, estimated weight, estimated

hei-ght, bedridden patients.

nutricionais, entre outras5. A altura representa o

maior indicador do tamanho corpóreo. Essa medi-da combinamedi-da com o peso pode ser utilizamedi-da como índices para avaliação do estado nutricional, como por exemplo, o índice de massa corporal (IMC)6.

Em pacientes acamados, o peso e a altura nem sempre são possíveis de serem aferidos. Nesse caso, podem ser utilizados métodos alternativos para estimá-los7. O uso de métodos de estimativa

de peso e altura pode garantir a determinação ade-quada das necessidades nutricionais dos indivídu-os acamadindivídu-os8. O método mais utilizado para

esti-mativa de peso é a fórmula proposta por Chumlea e colaboradores9 que foi desenvolvida para

ido-INTRODUÇÃO

A avaliação do estado nutricional do paciente hos-pitalizado tem ganhado destaque dentro do tra-tamento clínico1. A partir dela é possível

identi-fi car as alterações do estado nutricional, como a obesidade e a desnutrição. Estes dois distúrbios nutricionais exercem infl uência negativa na saúde dos indivíduos2,3. Para realizar essa avaliação são

necessários vários indicadores, dentre os quais se encontram os antropométricos4.

O peso corporal e a altura são as medidas antro-pométricas mais utilizadas para a avaliação nutri-cional e o manejo de pacientes internados. O peso é importante para realização de cálculo de medi-camentos, fl uxo e tempo de diálise, necessidades

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sos americanos e apresentou boa correlação com o peso real em idosos. Para aplicação desta fórmu-la são necessárias as medidas antropométricas da prega cutânea subescapular e das circunferências do braço e da panturrilha.

Algumas destas medidas são muito utilizadas na prática clínica. A circunferência do braço, junto com a medida da prega tricipital são os parâme-tros mais aferidos para avaliação de reserva adi-posa e de tecido muscular8. A prega subescapular

junto com mais três pregas (triciptal, biciptal e su-prailíaca) é utilizada para estimar a gordura cor-poral8. A circunferência da panturrilha é um dos

parâmetros para avaliação de depleção de massa muscular aguda, muito utilizada em idosos e pa-cientes críticos10.

Para a estimativa de altura tem-se utilizado méto-dos diretos, como a altura recumbente e indiretos, como fórmulas. A altura recumbente é realizada com o paciente deitado em posição supina, onde a distância entre o topo da cabeça e a base do pé corresponde à altura do indivíduo10. Em algumas

situações o paciente é impossibilitado de se posi-cionar na posição supina, o que difi culta a aferição da altura recumbente11.

Existem algumas fórmulas de estimativa de altura desenvolvidas a partir de medidas de ossos longos, que são proporcionais a altura e não sofrem inter-ferência posturais12. As mais utilizadas são a

pro-posta por Chumlea e colaboradores13, baseada na

medida da altura do joelho e a proposta por Kwow e Whitelaw41, baseada na envergadura do braço.

Estas formas de estimativas de peso e altura são amplamente utilizadas na avaliação nutricional e no cálculo de necessidades nutricionais em pa-cientes hospitalizados acamados, todavia foram desenvolvidas para idosos institucionalizados9,13,14.

Nesse contexto, este trabalho teve como objetivo avaliar a correlação das medidas antropométricas reais do peso e da altura com seus métodos de esti-mativa em pacientes adultos do Hospital Regional de Ceilândia, Distrito Federal e avaliar sua aplica-bilidade nestes pacientes.

MÉTODO

Trata-se de um estudo transversal e analítico, rea-lizado no período de fevereiro a julho de 2009. A amostra foi constituída por 100 pacientes

interna-dos nas unidades de Clínicas Médica e Cirúrgica do Hospital Regional de Ceilândia da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (HRC/SES/ DF). Estas clínicas foram escolhidas, por abranger os pacientes enquadrados nos critérios de inclu-são e excluinclu-são do estudo.

A amostra foi calculada por meio do programa G*Power, considerando um nível de signifi cância de 5% e um poder do teste a 85%.

Como critérios de inclusão foram considerados os adultos com idade de 20 a 60 anos, de ambos os sexos, que deambulassem. Foram excluídos da pesquisa os pacientes acamados, gestantes e de-mais pacientes que apresentassem condições clíni-cas que interferissem na aferição de peso e altura, tais como: edema, ascite, amputações e problemas ortopédicos. Os pacientes da clínica cirúrgica, em sua maioria, foram submetidos ao estudo no pré--operatório.

Os dados foram coletados por três pesquisadoras previamente treinadas. O peso e a altura reais dos pacientes foram aferidos. As medidas antropomé-tricas de circunferência da panturrilha (CP), altura do joelho (AJ), circunferência do braço (CB), pre-ga cutânea subescapular (PCSE), meia enverpre-gadu- envergadu-ra do benvergadu-raço (½ EB) foenvergadu-ram realizadas paenvergadu-ra a apli-cação de fórmulas de estimativa de peso e altura. Os métodos de estimativa avaliados foram:

Peso • Chumlea et al. (1988)9: Mulheres: peso (kg) = [1,27 x CP (cm)] + [0,87 x AJ (cm)] + [0,98 x CB (cm)] + [0,4 x PCSE (mm)] – 62,35 Homens: peso (kg) = [0,98 x CP (cm)] + [1,16 x AJ (cm)] + [1,73 x CB (cm)] + [0,37 x PCSE (mm)] – 81,69. Altura • Chumlea et al. (1985)13: Mulheres: altura (cm) = 84,88 + [1,83 x AJ (cm)] – [0,24 x idade (anos)] Homens: altura (cm) = 64,19 + [2,02 x AJ (cm)] – [0,04 x idade (anos)] • Kwok e Whitelaw (1991)11: Altura (cm): 2x ½ EB

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Para obtenção do peso real foi utilizada balança digital, marca Plena, com escala de 100g e capa-cidade de até 150kg. A altura real foi medida com estadiômetro portátil, marca WSC, com escala em centímetros, de haste móvel, utilizando técnicas apropriadas para aferição8.

As medidas da CB, CP, ½ EB e AR foram obtidas com auxílio de uma fi ta antropométrica inelástica, com precisão de milímetros. Para aferição da CP, AJ e ½ EB foi utilizada metodologia descrita em Fontanive et al. 8 e a PCSE pela técnica

apresenta-da por Kamimura et al.15

A análise estatística foi realizada com o auxílio do PASW 18.0 Statistics (Predictive Analytics Software). Foi utilizada a estatística descritiva para a apresentação e descrição da amostra e dos resul-tados obtidos. O Teste t de Student para amostra pareada foi aplicado para verifi car a existência de diferenças estatisticamente signifi cantes entre as médias das medidas antropométricas reais e es-timadas. Para averiguar a correlação utilizou-se o coefi ciente de correlação de Pearson. Foi estabe-lecido um nível de signifi cância de 5% para todos os testes.

O projeto de pesquisa foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da SES/DF. Os participantes foram esclarecidos sobre a pesquisa e consentiram com sua inclusão ao assinarem o termo de consentimento livre e esclarecido.

RESULTADOS

Participaram do estudo 100 pacientes, com pre-domínio do sexo feminino (58%). A idade média da amostra foi de 40,35 ±10,59 anos, sendo 39,05 ± 9,71 anos para as mulheres e 42,14 ±11,25 anos para os homens. O IMC médio da amostra foi de 25,5 kg/m2, sendo 26,0 kg/m2 para mulherese

24,9 kg/m2 para homens. A distribuição da

amos-tra nas clínicas foi de 43 pacientes (43%) da clí-nica médica (28 homens e 15 mulheres) e 57 pa-cientes (57%) da clínica cirúrgica (14 homens e 43 mulheres).

A Tabela 1 expõe as médias do peso real e peso estimado, de acordo com o sexo. Verifi cou-se que, para as mulheres, a média do peso estimado pela fórmula de Chumlea et al. (1988)9 é igual a média

do peso real. Entretanto, para os homens, a média do peso estimado apresentou diferença signifi cati-va, evidenciando que as mesmas não se equivalem.

Tabela 1

Médias do peso real e o peso estimado por Chumlea et al. (1988), de acordo com o sexo, HRC, Distrito Federal, 2009.

Variável Masculino (n=42) Feminino (n=58)

Média DP p Média DP p

Peso real (kg) 69,44 ±13,39 63,80 ±13,35 Chumlea et al.

(1988) (kg) 71,46 ±13,92 0,024 63,82 ±13,12 1,00

DP= Desvio Padrão Na fi gura 1 é demonstrada uma forte correlação entre o peso real e o estimado pela fórmula de Chumlea et al. (1988)9 para ambos os sexos.

Peso real (k g) Chumlea et al. (1988) (kg) r=0,92+ Sexo Masculino (n=42) Peso real (k g) Chumlea et al. (1988) (kg) r=0,92+ Sexo Feminino (n=58) + p< 0,0001 Figura 1

Correlação entre o peso real e estimado pela fórmula de Chumlea et al. (1988), de acordo com o sexo, HRC, por meio da Correlação de Pearson, Distrito Federal, 2009.

A média da altura recumbente (162,82 cm ±8,40) e a média da altura estimada pela fórmula de Kwok e Whitelaw (1991)14 (167,53 cm ±10,09)

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A Tabela 2 mostra as médias da altura real e a altu-ra estimada por Chumlea et al. (1985)13, de

acor-do com o sexo. Verifi cou-se que a altura estima-da para os homens, pela fórmula de Chumlea et al. (1985)13, foi estatisticamente igual com a altura real.

Tabela 2

Médias da altura real e as alturas estimadas por Chumlea et al. (1985) , da amostra e de acordo com o sexo, HRC, Distrito Federal, 2009.

Variável Masculino (n=42) Feminino (n=58) Média SD Média SD Altura real (cm) 167,20 ±6,22 156,24 ±6,54 Chumlea et al. (1985) (cm) 167,56 ±4,41 162,98+ ±5,48

SD= Desvio Padrão + p< 0,0001 A Figura 2 ilustra a correlação entre a altura real e as alturas estimadas. Nota-se que as duas medidas de estimativas de altura apresentaram boa correla-ção com a altura real.

Altura recumbente (cm) Altura real (cm ) Altura real (cm ) ½ envergadura* (cm)

* ½ envergadura ao quadrado (Kwok e Whitelaw, 1991), + p< 0,0001 Figura 2.

Correlação entre a altura real e alturas estimadas (n=100), por meio da Correlação de Pearson, HRC, Distrito Federal, 2009. A altura estimada pela fórmula de Chumlea et al. (1985)13 mostrou também boa associação com a

altura real para ambos os sexos (Figura 3).

Altura real (cm ) Sexo Masculino (n=42) Chumlea et al (1985) r=0,85+ Sexo Feminino (n=58) Altura real (cm ) Chumlea et al (1985) r=0,87+ + p< 0,0001 Figura 3

Correlação entre a altura real e altura estimada pela fórmula de Chumlea et al. (1985), de acordo com o sexo, por meio do Correlação de Pearson, HRC, Distrito Federal, 2009.

DISCUSSÃO

No presente estudo, o teste de correlação de Pearson evidenciou forte correlação entre o peso real e o peso estimado por Chumlea et al.9. Este

resultado foi similar aos encontrados por Dock-Nascimento et al.7, que realizaram um estudo em

150 pacientes adultos e idosos com câncer em Mato Grosso. Os autores acharam boa correlação (r=0,87, p<0,001), assim como Sampaio et al.15

em estudo realizado no Ceará, com 209 pacientes internados adultos e idosos (r=0,94, p<0,0001). Também foi encontrado correlação em idosas não

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Filho19 conduzido em 30 indivíduos de uma

aca-demia na Paraíba (r=0,93).

Apesar de considerar a amostra do presente es-tudo representativa, uma limitação observada foi a distribuição diferenciada ocorrida na variável sexo, ocorrida provavelmente devido a caracte-rísticas divergentes das clínicas onde o estudo foi realizado. Este fato pode ter interferido no po-der estatístico dos resultados referentes a aplica-ção das fórmulas desenvolvidas por Chumlea9,13,

quando a amostra foi separada em sub-amostras por gêneros, já que as mesmas foram criadas para cada sexo.

Alguns estudos com a população brasileira não utilizaram o teste de correlação de Pearson e com-pararam a média do peso estimado por Chumlea et al.9 com a média do peso real. Um estudo

rea-lizado em outro hospital do DF16, com 121

adul-tos e idosos, encontraram resultados superestima-dos, porém a média do peso estimado para o sexo feminino foi a que mais se aproximou da média do peso real (Idosas: diferença média = 0,68kg; Adultas: diferença média = 0,78kg). Entretanto,

esse estudo não realizou teste estatístico para ve-rifi car nível de signifi cância. No nosso estudo, foi observado que não houve diferença entre as mé-dias do peso estimado e do peso real para o sexo feminino.

Analisando a amostra total Sampaio et al.15

encon-traram que a média do peso real é estatisticamente igual ao estimado por Chumlea et al.9 (p = 0,250).

Em contrapartida, estudo realizado em São Paulo e no Paraná18, com 368 pacientes adultos e idosos

encontraram média do peso real diferente da mé-dia estimada da amostra total. Esses estudos não analisaram a amostra separada por sexo, difi cul-tando a comparação com o nosso estudo, o que pode constituir um viés em seus resultados, pois essas fórmulas são específi cas para o sexo.

Quanto aos resultados relativos à altura, obser-vou-se no nosso estudo que todos os métodos ava-liados apresentaram boa correlação com a altura real. Em relação às fórmulas de Chumlea et al.13,

foi encontrada boa correlação com a altura real em ambos os sexos. Oliveira e Fernandes Filho19,

Dock-Nascimento et al.7 e Sampaio et al.17

tam-bém encontraram correlação favorável entre essas medidas. Essa fórmula tem como uma das variá-veis a altura do joelho, uma medida que não é al-terada com a idade e apresenta-se fortemente cor-relacionada com a estatura20.

A média da altura estimada para o sexo masculino pela fórmula de Chumlea et al.13 foi

estatisticamen-te igual da altura real. No estudo de Albuquerque et al.16 as médias no sexo masculino foram as que

mais se aproximaram de zero (Idosos: diferença média=1,76cm, Adultos: diferença média=2,15cm). Estudos que não separaram a amostra por sexo17,18

acharam que a média estimada era diferente da mé-dia real. No presente estudo, ao separar a amostra em gênero, o poder estatístico diminuiu o que pode ter gerado viés no resultados.

A fórmula da meia envergadura do braço14 teve boa

correlação com a altura real. Dock-Nascimento et al.7, encontraram correlação signifi cante (r=0,74;

p<0,001) entre a altura real e a altura estimada por essa fórmula. Ainda nos métodos de estimativas de altura, a recumbente apresentou melhor corre-lação, provavelmente por ser uma medida direta. Por esse motivo, sugere-se que a altura recumben-te deve ser o método de preferência para estimar a altura em pacientes acamados.

Todavia, é importante salientar que esse método pode ter sua técnica de aferição comprometida por situações clínicas, onde o paciente não pode fi car no leito no ângulo de 180º, impossibilitando a re-alização da metodologia correta para aferição da altura recumbente. Assim, as fórmulas de estima-tiva podem ser necessárias e utilizadas, pois apre-sentam também uma boa correlação.

A maioria das médias dos métodos de estimati-vas de peso e altura superestimarem os valores reais, todavia, todos os métodos de estimativa apresentaram forte correlação com a medida real em pacientes adultos do HRC. Conclui-se que apesar de não fornecerem o valor exato da me-dida, as fórmulas de estimativas de peso e altura podem ser utilizadas como parâmetro de acom-panhamento nutricional e cálculo de necessida-des nutricionais em pacientes adultos acamados internados no HRC.

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REFERÊNCIAS

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Este trabalho foi realizado no Hospital Regional de Ceilândia da Secretaria de Estado do Distrito Federal, departamento do Núcleo de Nutrição e Dietética, onde também foi apresentado em monografi a no Hospital Regional de Ceilândia, em 2009. Esta pesquisa foi fi nanciada pela FEPECS/SES/DF.

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