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PORTUGUÊS - 2 o ANO MÓDULO 15 TEXTO NARRATIVO: TEMPO

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Academic year: 2021

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(1)

MÓDULO 15

TEXTO NARRATIVO:

TEMPO

(2)

João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro que enriqueceu entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos do bairro do Botafogo; e tanto economizou do pouco que ganhara nessa dúzia de anos, que, ao retirar-se o patrão para a terra, lhe deixou, em pagamento de ordenados vencidos, nem só a venda com o que estava dentro, como ainda um conto e quinhentos em dinheiro.

Proprietário e estabelecido por sua conta, o rapaz atirou-se à labutação ainda com mais ardor, possuindo-se de tal delírio de enriquecer, que afrontava resignado as mais duras privações. Dormia sobre o balcão da própria venda, em cima de uma esteira, fazendo travesseiro de um saco de estopa cheio de palha. A comida arranjava-lha, mediante quatrocentos réis por dia, uma quitandeira sua vizinha, a Bertoleza, crioula trintona, escrava de um velho cego residente em Juiz de Fora e amigada com um português que tinha uma carroça de mão e fazia fretes na cidade.

Bertoleza também trabalhava forte; a sua quitanda era a mais bem afreguesada do bairro. De manhã vendia angu, e à noite peixe frito e iscas de fígado; pagava de jornal a seu dono vinte mil-réis por mês, e, apesar disso, tinha de parte quase que o necessário para a alforria. Um dia, porém, o seu homem, depois de correr meia légua, puxando uma carga superior às suas forças, caiu morto na rua, ao lado da carroça, estrompado como uma besta.

(3)

João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro que enriqueceu entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos do bairro do Botafogo; e tanto economizou do pouco que ganhara nessa dúzia de anos, que, ao retirar-se o patrão para a terra, lhe deixou, em pagamento de ordenados vencidos, nem só a venda com o que estava dentro, como ainda um conto e quinhentos em dinheiro.

Proprietário e estabelecido por sua conta, o rapaz atirou-se à labutação ainda com mais ardor, possuindo-se de tal delírio de enriquecer, que afrontava resignado as mais duras privações. Dormia sobre o balcão da própria venda, em cima de uma esteira, fazendo travesseiro de um saco de estopa cheio de palha. A comida arranjava-lha, mediante quatrocentos réis por dia, uma quitandeira sua vizinha, a Bertoleza, crioula trintona, escrava de um velho cego residente em Juiz de Fora e amigada com um português que tinha uma carroça de mão e fazia fretes na cidade.

Bertoleza também trabalhava forte; a sua quitanda era a mais bem afreguesada do bairro. De manhã vendia angu, e à noite peixe frito e iscas de fígado; pagava de jornal a seu dono vinte mil-réis por mês, e, apesar disso, tinha de parte quase que o necessário para a alforria. Um dia, porém, o seu homem, depois de correr meia légua, puxando uma carga superior às suas forças, caiu morto na rua, ao lado da carroça, estrompado como uma besta.

da vizinha, e com tamanho empenho a lamentou, que a boa mulher o escolheu para confidente das suas desventuras. Abriu-se com ele, contou-lhe a sua vida de amofinações e dificuldades. “Seu senhor comia-lhe a pele do corpo! Não era brinquedo para uma pobre mulher ter de escarrar pr’ali, todos os meses, vinte mil-réis em dinheiro!” E segredou-lhe então o que tinha juntado para a sua liberdade e acabou pedindo ao vendeiro que lhe guardasse as economias, porque já de certa vez fora roubada por gatunos que lhe entraram na quitanda pelos fundos.

Daí em diante, João Romão tornou-se o caixa, o procurador e o conselheiro da crioula. No fim de pouco tempo era ele quem tomava conta de tudo que ela produzia e era também quem punha e dispunha dos seus pecúlios, e quem se encarregava de remeter ao senhor os vinte mil-réis mensais.

(AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. São Paulo: Ática, 2001.) Glossário:

• Pagar de jornal: pagar por dia de trabalho. (N.E.) 1) Considerando o texto anterior, responda: a) Quais os tempos verbais predominantes?

b) De que modo se dá a ordenação de tempo no texto? c) Qual o marco temporal inscrito no texto? Os fatos narrados são simultâneos, anteriores ou posteriores a esse marco?

(4)

Tragédia anunciada

Uma semana depois de celebrar o Dia Mundial da Água, o Brasil perpetrou um marco na história ambiental. Uma mancha tóxica resultante do processo químico de branqueamento do papel se alastrou por quase 100 quilômetros de rios, deixando mais de 600 mil pessoas sem água e um cenário desolador. Foi um dos mais graves desastres ecológicos do País.(...)

(IstoÉ, 09/04/03)

2) Indique a sequência mais coerente para dar continuidade ao parágrafo iniciado:

a) O acidente começou na madrugada do sábado 29, quando 1,2 bilhão de litros de resíduos tóxicos vazaram do reservatório da fábrica Cataguazes Indústria de Papel, no município mineiro de Cataguases.

b) O impacto da espuma tóxica diminui à medida que segue para São João da Barra, em direção ao mar.

c) De manhã, muitos moradores das cidades do norte e noroeste do Rio de Janeiro munem-se de baldes e garrafões e munem-se postam na fila dos caminhões-pipa de Defesa Civil para encher seus recipientes.

d) A empresa é reincidente em crime ambiental e já havia sido autuada por causar poluição e funcionar sem licença.

e) Nenhuma dessas sequências é coerente.

Charles sofre pancada no tornozelo direito e preocupa Palmeiras

Volante se machucou em dívida com Diego Souza, ficou caído no gramado e precisou de ajuda para deixar o treino.

(http://www.estadao.com.br/noticias/esportes,charles-sofre-pancada-no-tornozelo-direito-e-preocupa-palmeiras,1053744,0.htm)

3) Sobre o texto acima, há a manchete (“Charles sofre pancada no tornozelo direito e preocupa Palmeiras”) e o subtítulo (“Volante se machucou em dividida com Diego Souza, ficou caído no gramado e precisou de ajuda para deixar o treino.”)

Pois bem: repare que os tempos verbais da manchete e do subtítulo são diferentes, no entanto, falam de uma mesma situação. Sobre o tempo verbal usado na MANCHETE pode-se dizer que:

a) Trata-se do presente do indicativo, sendo usado para expressar uma situação ocorrida no dia da publicação da notícia.

b) Trata-se do presente histórico, sendo usado para expressar uma situação ocorrida no dia anterior à publicação da notícia.

c) Trata-se do presente histórico, sendo usado para expressar uma situação ocorrida no dia anterior e no dia da publicação da notícia.

d) Trata-se do presente do indicativo, sendo usado como uma ação habitual no presente, co-mum no cotidiano do jogador palmeirense.

e) Trata-se do futuro do presente, sendo usado para expressar uma situação que vai ocor-rer na próxima partida.

(5)

Tragédia anunciada

Uma semana depois de celebrar o Dia Mundial da Água, o Brasil perpetrou um marco na história ambiental. Uma mancha tóxica resultante do processo químico de branqueamento do papel se alastrou por quase 100 quilômetros de rios, deixando mais de 600 mil pessoas sem água e um cenário desolador. Foi um dos mais graves desastres ecológicos do País.(...)

(IstoÉ, 09/04/03)

2) Indique a sequência mais coerente para dar continuidade ao parágrafo iniciado:

a) O acidente começou na madrugada do sábado 29, quando 1,2 bilhão de litros de resíduos tóxicos vazaram do reservatório da fábrica Cataguazes Indústria de Papel, no município mineiro de Cataguases.

b) O impacto da espuma tóxica diminui à medida que segue para São João da Barra, em direção ao mar.

c) De manhã, muitos moradores das cidades do norte e noroeste do Rio de Janeiro munem-se de baldes e garrafões e munem-se postam na fila dos caminhões-pipa de Defesa Civil para encher seus recipientes.

d) A empresa é reincidente em crime ambiental e já havia sido autuada por causar poluição e funcionar sem licença.

e) Nenhuma dessas sequências é coerente.

Charles sofre pancada no tornozelo direito e preocupa Palmeiras

Volante se machucou em dívida com Diego Souza, ficou caído no gramado e precisou de ajuda para deixar o treino.

(http://www.estadao.com.br/noticias/esportes,charles-sofre-pancada-no-tornozelo-direito-e-preocupa-palmeiras,1053744,0.htm)

3) Sobre o texto acima, há a manchete (“Charles sofre pancada no tornozelo direito e preocupa Palmeiras”) e o subtítulo (“Volante se machucou em dividida com Diego Souza, ficou caído no gramado e precisou de ajuda para deixar o treino.”)

Pois bem: repare que os tempos verbais da manchete e do subtítulo são diferentes, no entanto, falam de uma mesma situação. Sobre o tempo verbal usado na MANCHETE pode-se dizer que:

a) Trata-se do presente do indicativo, sendo usado para expressar uma situação ocorrida no dia da publicação da notícia.

b) Trata-se do presente histórico, sendo usado para expressar uma situação ocorrida no dia anterior à publicação da notícia.

c) Trata-se do presente histórico, sendo usado para expressar uma situação ocorrida no dia anterior e no dia da publicação da notícia.

d) Trata-se do presente do indicativo, sendo usado como uma ação habitual no presente, co-mum no cotidiano do jogador palmeirense.

e) Trata-se do futuro do presente, sendo usado para expressar uma situação que vai ocor-rer na próxima partida.

(6)

Não era feio o lugar, mas não era belo. Tinha, entretanto, o aspecto tranquilo e satisfeito de quem se julga bem com a sua sorte. A casa erguia-se sobre um socalco, uma espécie de degrau, formando a subida para a maior altura de uma pequena colina que lhe corria nos fundos. Em frente, por entre os bambus da cerca, olhava uma planície a morrer nas montanhas que se viam ao longe; um regato de águas paradas e sujas cortava-as paralelamente à testada da casa; mais adiante, o trem passava vincando a planície com a fita clara de sua linha campinada [...].

BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Penguin & Companhia das Letras. p.175.

4) Qual importância no uso do pretérito imperfeito para a narrativa acima?

5) Leia com atenção o texto a seguir e marque todos os elementos que assimilam a sequen-ciação temporal.

Era uma pequena loja de inverno. Bolsas, sapatos, ponchos e, por trás de tanta lã e tanto couro, uma menina escondia-se à espera de um cliente. Logo, bate à porta um menino franzino, que tremia de frio e que procurava um aconchego em uma daquelas roupas. A menina foi, então, em sua direção quando, neste momento, o menino a olhou, denunciando que não poderia pagar pelo produto ofertado. Foi aí que a menina lhe abriu um sorriso que esquentava o coração e lhe envolveu num poncho vinho, que a avó dela mesma fizera e, dali, encaminhou o menino franzino para que seguisse seu caminho em paz.

(7)

Não era feio o lugar, mas não era belo. Tinha, entretanto, o aspecto tranquilo e satisfeito de quem se julga bem com a sua sorte. A casa erguia-se sobre um socalco, uma espécie de degrau, formando a subida para a maior altura de uma pequena colina que lhe corria nos fundos. Em frente, por entre os bambus da cerca, olhava uma planície a morrer nas montanhas que se viam ao longe; um regato de águas paradas e sujas cortava-as paralelamente à testada da casa; mais adiante, o trem passava vincando a planície com a fita clara de sua linha campinada [...].

BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Penguin & Companhia das Letras. p.175.

4) Qual importância no uso do pretérito imperfeito para a narrativa acima?

5) Leia com atenção o texto a seguir e marque todos os elementos que assimilam a sequen-ciação temporal.

Era uma pequena loja de inverno. Bolsas, sapatos, ponchos e, por trás de tanta lã e tanto couro, uma menina escondia-se à espera de um cliente. Logo, bate à porta um menino franzino, que tremia de frio e que procurava um aconchego em uma daquelas roupas. A menina foi, então, em sua direção quando, neste momento, o menino a olhou, denunciando que não poderia pagar pelo produto ofertado. Foi aí que a menina lhe abriu um sorriso que esquentava o coração e lhe envolveu num poncho vinho, que a avó dela mesma fizera e, dali, encaminhou o menino franzino para que seguisse seu caminho em paz.

(8)

(UERJ) Múltiplo sorriso

Pendurou a última bola na árvore de Natal e deu alguns passos atrás. Estava bonita. Era um pinheiro artificial, as parecia de verdade. Só bolas vermelhas. Nunca deixava de armar sua árvore, embora as amigas dissessem que era bobagem fazer isso quando se mora sozinha. Olhou com mais vagar. Na luz do fim da tarde, notou que sua imagem se espelhava nas bolas. Em todas elas, lá estava seu rosto, um pouco distorcido, é verdade – mas sorrindo. “Estão vendo?”, diria às amigas, se estivessem por perto. “Eu não estou só.”

6) Ao dizer que o pinheiro era artificial, “mas parecia de verdade”, a narrativa realça um estado que define a personagem. Isto ajuda o leitor a compreender o fingimento da personagem em relação à:

a) existência de suas amigas b) consciência de sua beleza c) presença de várias pessoas d) exposição de alguma intimidade

7) Há um contraste irônico entre o título do conto e o seu desenvolvimento. As ideias essenciais desse contraste são:

a) alegria - isolamento; b) admiração - distorção; c) ornamentação - inutilidade; d) multiplicidade - contemplação.

(9)

(UERJ) Múltiplo sorriso

Pendurou a última bola na árvore de Natal e deu alguns passos atrás. Estava bonita. Era um pinheiro artificial, as parecia de verdade. Só bolas vermelhas. Nunca deixava de armar sua árvore, embora as amigas dissessem que era bobagem fazer isso quando se mora sozinha. Olhou com mais vagar. Na luz do fim da tarde, notou que sua imagem se espelhava nas bolas. Em todas elas, lá estava seu rosto, um pouco distorcido, é verdade – mas sorrindo. “Estão vendo?”, diria às amigas, se estivessem por perto. “Eu não estou só.”

6) Ao dizer que o pinheiro era artificial, “mas parecia de verdade”, a narrativa realça um estado que define a personagem. Isto ajuda o leitor a compreender o fingimento da personagem em relação à:

a) existência de suas amigas b) consciência de sua beleza c) presença de várias pessoas d) exposição de alguma intimidade

7) Há um contraste irônico entre o título do conto e o seu desenvolvimento. As ideias essenciais desse contraste são:

a) alegria - isolamento; b) admiração - distorção; c) ornamentação - inutilidade; d) multiplicidade - contemplação.

(10)

8) “‘Estão vendo?’, diria às amigas, se estivessem por perto.” (l. 9)

O trecho acima revela o choque entre o mundo imaginário da personagem e a realidade de sua solidão. Esse choque entre imaginação e realidade é enfatizado pela utilização do seguinte recurso de linguagem:

a) o uso das aspas duplas; b) o emprego dos modos verbais; c) a presença da forma interrogativa; d) a referência à proximidade espacial.

9) No trecho: “‘Estão vendo?’ Diria às amigas, se estivessem por perto”. a) O presente marca o momento da narração;

b) O presente registra o que será dito futuramente pela personagem; c) O uso do futuro do pretérito garante a ideia hipotética da cena; d) O futuro do pretérito é usado para caracterizar o tempo da narrativa.

(11)

8) “‘Estão vendo?’, diria às amigas, se estivessem por perto.” (l. 9)

O trecho acima revela o choque entre o mundo imaginário da personagem e a realidade de sua solidão. Esse choque entre imaginação e realidade é enfatizado pela utilização do seguinte recurso de linguagem:

a) o uso das aspas duplas; b) o emprego dos modos verbais; c) a presença da forma interrogativa; d) a referência à proximidade espacial.

9) No trecho: “‘Estão vendo?’ Diria às amigas, se estivessem por perto”. a) O presente marca o momento da narração;

b) O presente registra o que será dito futuramente pela personagem; c) O uso do futuro do pretérito garante a ideia hipotética da cena; d) O futuro do pretérito é usado para caracterizar o tempo da narrativa.

(12)

1) Reescreva o texto colocando, a seguir, o primeiro verbo no Presente do Indicativo e fazendo em seguida todas as alterações necessárias.

Cassi olhou um instante, com seu olhar mau, o velho mulato; mas a nada se atreveu. Estiveram calados dois ou três minutos um diante do outro, até que o famoso violeiro tomou o alvitre de despedir-se. Clara veio saber da cena pela narração que seu pai fez à sua mãe, e ficou aborrecida, cheia de desgostos com eles e com a situação em que estava, imposta por eles, para o seu sofrimento.

(13)

1) Reescreva o texto colocando, a seguir, o primeiro verbo no Presente do Indicativo e fazendo em seguida todas as alterações necessárias.

Cassi olhou um instante, com seu olhar mau, o velho mulato; mas a nada se atreveu. Estiveram calados dois ou três minutos um diante do outro, até que o famoso violeiro tomou o alvitre de despedir-se. Clara veio saber da cena pela narração que seu pai fez à sua mãe, e ficou aborrecida, cheia de desgostos com eles e com a situação em que estava, imposta por eles, para o seu sofrimento.

2) Altere o marco temporal instalado nas frases abaixo, transportando-o para o passado. a) Quando ele falar eu já terei dito muitas tolices.

b) Estarei passeando em Paris quando tudo acontecer. c) Quando começar a chover, eu já terei chegado a casa.

(14)

Não obstante os meus quarenta e tantos anos, como eu amasse a harmonia da família, entendi não tratar o casamento sem primeiro falar ao Cotrim. Ele ouviu-me e respondeu-me seriamente que não tinha opinião em negócio de parentes seus. Podiam supor-lhe algum interesse, se acaso louvasse as raras prendas de Nhã-Loló; por isso calava-se. Mais: estava certo de que a sobrinha nutria por mim verdadeira paixão, mas se ela o consultasse, o seu conselho seria negativo. Não era levado por nenhum ódio; apreciava as minhas boas qualidades, – não se fartava de as elogiar, como era de justiça; e pelo que respeita a Nhã-Loló, não chegaria jamais a negar que era noiva excelente; mas daí a aconselhar o casamento ia um abismo.

— Lavo inteiramente as mãos, concluiu ele.

— Mas você achava outro dia que eu devia casar quanto antes...

— Isso é outro negócio. Acho que é indispensável casar, principalmente tendo ambições políticas. Saiba que na política

devo, não é de minha honra.

(Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas)

3) É correto afirmar que Cotrim, diante da perspectiva de sua sobrinha casar-se com Brás Cubas:

a) expressa seu interesse pelo casamento, porém, dubiamente, pois quer manter uma imagem de imparcialidade.

b) revela sua honradez, já que ambos são seus parentes e, portanto, não seria adequado aconselhar Brás Cubas.

c) pensa que o casamento, como um negócio, tem de ser decidido apenas pelos principais interessados.

d) dissimula seu ódio contra Brás Cubas, elo-giando as boas qualidades do cunhado. e) recusa-se a dar opiniões porque tem muito afeto por Nhã-Loló e julga que Brás Cubas não a merece.

(15)

devo, não é de minha honra.

(Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas)

3) É correto afirmar que Cotrim, diante da perspectiva de sua sobrinha casar-se com Brás Cubas:

a) expressa seu interesse pelo casamento, porém, dubiamente, pois quer manter uma imagem de imparcialidade.

b) revela sua honradez, já que ambos são seus parentes e, portanto, não seria adequado aconselhar Brás Cubas.

c) pensa que o casamento, como um negócio, tem de ser decidido apenas pelos principais interessados.

d) dissimula seu ódio contra Brás Cubas, elo-giando as boas qualidades do cunhado. e) recusa-se a dar opiniões porque tem muito afeto por Nhã-Loló e julga que Brás Cubas não a merece.

4) “Não obstante os meus quarenta e tantos anos, entendi não tratar o casamento sem primeiro falar ao Cotrim”

A alternativa que mantém o mesmo sentido das orações é:

a) Conforme meus quarenta e tantos anos, compreendi que não deveria acertar o casamento sem primeiramente falar dele ao Cotrim.

b) Como já tinha quarenta e tantos anos, considerei que deveria combinar o casamento, mas falando inicialmente dele ao Cotrim.

c) Quando já tinha quarenta e tantos anos, pensei que deveria combinar o casamento, embora antes devesse falar dele ao Cotrim.

d) Apesar de meus quarenta e tantos anos, pensei que não deveria combinar o casamento sem primeiro falar dele ao Cotrim.

e) Sem me incomodar com meus quarenta e tantos anos, considerei que deveria combinar o casamento, primeiramente falando dele ao Cotrim.

(16)

5) Releia o quarto período do trecho:

Mais: estava certo de que a sobrinha nutria por mim verdadeira paixão, mas se ela o consultasse, o seu conselho seria negativo.

Considerando a correlação dos tempos dos verbos grifados, escolha a alternativa em que a correlação se mantém, sem prejuízo de sentido.

a) está - nutre - consulta - será.

b) está - teria nutrido - consultara - será. c) está - nutre - consultar - será.

d) estivera - nutrira - consultara - fora. e) estivera - nutre - tivesse consultado - fora.

Como e porque sou romancista

Minha mãe e minha tia se ocupavam com trabalhos de costuras, e as amigas para não ficarem ociosas as ajudavam. Dados os primeiros momentos à conversação, passava-se à leitura e era eu chamado ao lugar de honra.

Muitas vezes, confesso, essa honra me arrancava bem a contragosto de um sono começado ou de um folguedo querido; já naquela idade a reputação é um fardo e bem pesado.

Lia-se até a hora do chá, e tópicos havia tão interessantes que eu era obrigado à repetição. Compensavam esse excesso, as pausas para dar lugar às expansões do auditório, o qual desfazia-se em recriminações contra algum mau personagem, ou acompanhava de seus votos e simpatias o herói perseguido.

Uma noite, daquelas em que eu estava mais possuído do livro, lia com expressão uma das páginas mais comoventes da nossa biblioteca. As senhoras, de cabeça baixa, levavam o lenço ao rosto, e poucos momentos depois não puderam conter os soluços que rompiam-lhes o seio.

Com a voz afogada pela comoção e a vista empanada pelas lágrimas, eu também cerrando ao peito o livro aberto, disparei em pranto e respondia com palavras de consolo às lamentações de minha mãe e suas amigas.

Nesse instante assomava à porta um parente nosso, o Rev.do Padre Carlos Peixoto de Alencar, já assustado com

o choro que ouvira ao entrar – Vendo--nos a todos naquele estado de aflição, ainda mais perturbou-se:

– Que aconteceu? Alguma desgraça? Perguntou arrebatadamente.

As senhoras, escondendo o rosto no lenço para ocultar do Padre Carlos o pranto e evitar seus remoques, não proferiram palavra. Tomei eu a mim responder:

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5) Releia o quarto período do trecho:

Mais: estava certo de que a sobrinha nutria por mim verdadeira paixão, mas se ela o consultasse, o seu conselho seria negativo.

Considerando a correlação dos tempos dos verbos grifados, escolha a alternativa em que a correlação se mantém, sem prejuízo de sentido.

a) está - nutre - consulta - será.

b) está - teria nutrido - consultara - será. c) está - nutre - consultar - será.

d) estivera - nutrira - consultara - fora. e) estivera - nutre - tivesse consultado - fora.

Como e porque sou romancista

Minha mãe e minha tia se ocupavam com trabalhos de costuras, e as amigas para não ficarem ociosas as ajudavam. Dados os primeiros momentos à conversação, passava-se à leitura e era eu chamado ao lugar de honra.

Muitas vezes, confesso, essa honra me arrancava bem a contragosto de um sono começado ou de um folguedo querido; já naquela idade a reputação é um fardo e bem pesado.

Lia-se até a hora do chá, e tópicos havia tão interessantes que eu era obrigado à repetição. Compensavam esse excesso, as pausas para dar lugar às expansões do auditório, o qual desfazia-se em recriminações contra algum mau personagem, ou acompanhava de seus votos e simpatias o herói perseguido.

Uma noite, daquelas em que eu estava mais possuído do livro, lia com expressão uma das páginas mais comoventes da nossa biblioteca. As senhoras, de cabeça baixa, levavam o lenço ao rosto, e poucos momentos depois não puderam conter os soluços que rompiam-lhes o seio.

Com a voz afogada pela comoção e a vista empanada pelas lágrimas, eu também cerrando ao peito o livro aberto, disparei em pranto e respondia com palavras de consolo às lamentações de minha mãe e suas amigas.

Nesse instante assomava à porta um parente nosso, o Rev.do Padre Carlos Peixoto de Alencar, já assustado com

o choro que ouvira ao entrar – Vendo--nos a todos naquele estado de aflição, ainda mais perturbou-se:

– Que aconteceu? Alguma desgraça? Perguntou arrebatadamente.

As senhoras, escondendo o rosto no lenço para ocultar do Padre Carlos o pranto e evitar seus remoques, não proferiram palavra. Tomei eu a mim responder:

Compreendeu o Padre Carlos e soltou uma gargalhada, como ele as sabia dar, verdadeira gargalhada homérica, que mais parecia uma salva de sinos a repicarem do que riso humano. E após esta, outra e outra, que era ele inesgotável, quando ria de abundância de coração, com o gênio prazenteiro de que a natureza o dotara.

Foi essa leitura contínua e repetida de novelas e romances que primeiro imprimiu em meu espírito a tendência para essa forma literária [o romance] que é entre todas a de minha predileção?

Não me animo a resolver esta questão psicológica, mas creio que ninguém contestará a influência das primeiras impressões.

(ALENCAR, José de. Como e porque sou romancista. Campinas: Pontes, 1990.)

Glossário:

remoque: zombaria, caçoada

6) A reação do Padre Carlos é muito diferente daquela que apresentam as senhoras diante da “morte” do personagem, situação que, no texto, é demarcada também pelo emprego de certas palavras.

A diferença entre a reação das senhoras e a do Padre Carlos é indicada pelo uso das seguintes palavras:

a) consolo – riso b) lágrimas – desgraça c) homérica – inesgotável d) comoção – gargalhada

(18)

7) Não me animo a resolver esta questão psicológica, mas creio que ninguém contestará a

influência das primeiras impressões. (l. 51-53)

Ao final do texto o autor levanta uma questão, mas diz que não pode resolvê-la. Entretanto, a segunda parte da frase sugere que o autor tem uma resposta.

Este é um conhecido processo retórico, pelo qual o autor adota o procedimento indicado em: a) criticar para negar;

b) negar para afirmar; c) duvidar para justificar; d) reconhecer para criticar.

(19)

7) Não me animo a resolver esta questão psicológica, mas creio que ninguém contestará a

influência das primeiras impressões. (l. 51-53)

Ao final do texto o autor levanta uma questão, mas diz que não pode resolvê-la. Entretanto, a segunda parte da frase sugere que o autor tem uma resposta.

Este é um conhecido processo retórico, pelo qual o autor adota o procedimento indicado em: a) criticar para negar;

b) negar para afirmar; c) duvidar para justificar; d) reconhecer para criticar.

8) Na composição das suas memórias, o escritor José de Alencar relaciona indiretamente sua infância a questões da vida adulta.

Essa relação entre a memória da infância e uma reflexão sobre o presente está mais clara-mente estabelecida em:

a) “passava-se à leitura e era eu chamado ao lugar de honra.” (l. 4-5) b) “já naquela idade a reputação é um fardo e bem pesado.” (l. 8-9)

c) “lia com expressão uma das páginas mais comoventes da nossa biblioteca.” (l. 17-18) d) “mas creio que ninguém contestará a influência das primeiras impressões.” (l. 52-53)

(20)

9) “Vendo-nos a todos naquele estado de aflição,” (l. 29-30)

O fragmento acima poderia ser reescrito, com o emprego de um conectivo. A reescritura que preserva o sentido original do fragmento é:

a) caso nos visse a todos naquele estado de aflição b) porém nos viu a todos naquele estado de aflição c) quando nos viu a todos naquele estado de aflição d) não obstante nos ver a todos naquele estado de aflição

(21)

9) “Vendo-nos a todos naquele estado de aflição,” (l. 29-30)

O fragmento acima poderia ser reescrito, com o emprego de um conectivo. A reescritura que preserva o sentido original do fragmento é:

a) caso nos visse a todos naquele estado de aflição b) porém nos viu a todos naquele estado de aflição c) quando nos viu a todos naquele estado de aflição d) não obstante nos ver a todos naquele estado de aflição

10) – Foi o pai de Amanda que morreu! Disse, mostrando-lhe o livro aberto.

Compreendeu o Padre Carlos e soltou uma gargalhada, (l. 40-41)

De acordo com o texto, a compreensão que o padre teve da situação foi possível pela com-binação das palavras do narrador com:

a) um gesto simultâneo à fala; b) um senso apurado de humor;

c) uma opinião formada sobre a família; d) um conhecimento prévio do problema.

Referências

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