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PROJETO MÃOS LIMPAS: AÇÕES DE INCENTIVO À HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

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Academic year: 2021

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* Resumo revisado por: Anaclara Ferreira Veiga Tipple. Projeto Mãos Limpas, FEN-140. 1 Faculdade de enfermagem- e-mail:jeenna_spagnoli@hotmail.com

PROJETO MÃOS LIMPAS: AÇÕES DE INCENTIVO À HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

SPAGNOLI, Jeenna Louhanna Umbelina1; REZENDE, Fabiana Ribeiro; BATISTA, Fenanda Costa; SANTOS, Jackelline Evellin Moreira; CESAR, Flaviane Cristina Rocha; TIPPLE, Anaclara Ferreira Veiga Palavras-chave: Lavagem de mãos, educação em saúde, controle de

infecções.

Introdução

A pele possui capacidade de abrigar microrganismos e de transferir estes para as superfícies, por meio de contato direito, pele com pele, ou indireto, por meio de objetos e superfícies do ambiente, e este fato justifica a relevância da higienização das mãos (HM) para prevenir a transmissão de microrganismos em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS) (BRASIL, 2008a).

A HM é considerada a medida mais simples e menos dispendiosa para a prevenção da propagação de microrganismos infecciosos em EAS, e isoladamente, a ação mais importante para a prevenção e controle das infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) (BRASIL, 2007; BRASIL, 2008a; SIEGEL et al, 2007).

Desta forma, a HM com água e sabão ou álcool a 70% líquido ou gel, deve ser realizada por todos os profissionais que trabalham em EAS, que mantém contato direto ou indireto com os pacientes, bem como por acompanhantes e usuários do serviço (BRASIL, 2007; BRASIL, 2008a).

Apesar de sua importância, estudos têm mostrado que a adesão a esta prática é insatisfatória (BARBACAME, 2004; MARTINEZ, CAMPOS e NOGUEIRA, 2009). Algumas justificativas têm sido apresentadas pelos Profissionais da Área da Saúde (PAS) como barreira de adesão à HM, entre elas estão a falta de conhecimento relacionada às recomendações e à importância da técnica correta de higiene de mãos (OLIVEIRA, ARMOND, CLEMENTE, 2005).

Considera-se que para haver maior adesão, é necessário que os PAS, sejam esclarecidos e reconheçam a associação da higienização correta e frequente das mãos com a prevenção e controle de infecções em EAS (BRASIL, 2008a; World Health Organization - WHO, 2009).

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Estudos evidenciam que o aumento na adesão à HM reduziu os índices endêmicos de infecções (CORRADI, 2010; COSTA, 2010). Atividades de educação continuada, como campanhas periódicas de incentivo à HM, motivam os trabalhadores da saúde a aderirem à essa prática. Entretanto, a manutenção dessa conquista é um desafio, pois após algum período, os índices de adesão retornam aos patamares anteriores (NEVES et al, 2006; CORRADI, 2010), por isso a necessidade da continuidade dessas campanhas.

Assim como nos EAS a transmissão de microrganismos pode ocorrer em locais que oferecem assistência à criança em idade pré-escolar fora do domicílio, visto que são ambientes com características epidemiológicas especiais, por abrigar população com perfil característico (MAMUS et al, 2008) e sob risco específico para a transmissão de microrganismos infecciosos: crianças aglomeradas recebendo cuidado de forma coletiva (NESTI e GOLDBAUM, 2007).

A adoção à prática simples e eficaz da HM por crianças ou trabalhadores de centros infantis é difícil de acontecer, quer seja na frequência desejável, ou no modo correto de realizá-la (VICO, 2001). Isso demonstra a carência e a necessidade de sistematização de ações voltadas ao controle de infecções nessas instituições (TOSCANI et al, 2007).

O objetivo do projeto “Mãos Limpas” é aplicar estratégias de incentivo à higienização das mãos.

Metodologia

O Projeto está inserido no Núcleo de Estudos e Pesquisas de Enfermagem em Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde - NEPIH da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás e desenvolve atividades de incentivo à HM desde 2006 em EAS, de Goiânia-Go e cidades do entorno, das redes pública, privada e filantrópica, com PAS, pacientes e acompanhantes; bem como em Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, e em outros da mesma natureza, da rede privada ou filantrópica e pré-escolas da região metropolitana de Goiânia-GO, com crianças, pais e trabalhadores; acadêmicos e profissionais da área da saúde participantes de eventos científicos.

São desenvolvidas ações de incentivo à HM com agendamento e planejamento prévio com a equipe executora que decide as estratégias a serem

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utilizadas, considerando as particularidades e necessidades de cada público. As estratégias de incentivo adotadas são: banners informativos estilizados alusivos à HM; faixa temática do projeto; folder educativo contendo informações sobre a importância da HM para a prevenção das infecções em EAS, as indicações para a realização desta técnica; os recursos necessários e a técnica padronizada; demonstração da técnica correta de HM preconizada pelo Ministério da Saúde, utilizando tinta colorida e luvas de procedimento; discussão sobre a importância, barreiras e benefícios da HM; teatro de fantoches.

Além disso, anualmente, o projeto promove eventos científicos e culturais sobre a temática no mês de maio, considerando que o dia cinco de maio é preconizado pela OMS (OMS, 2009) como o dia mundial de HM e o dia 15 de maio o dia nacional de controle de infecção (Brasil, 2008b). O projeto promove um festival de paródias alusivas à HM o “CANTAFEN” é que terá em 2012 a sua VII versão e reúne profissionais da área da saúde e acadêmicos, tanto da UFG como de outras instituições de ensino.

Resultados e discussão

Desde o ano de 2006 o Projeto Mãos Limpas desenvolve ações educativas sobre HM e neste período foram realizadas cerca de 140 campanhas e com estas, aproximadamente 6500 pessoas dentre pacientes, acompanhantes, PAS, estudantes da área da saúde, trabalhadores de centros infantis e crianças matriculadas nestas instituições. Em cada campanha foi utilizada no mínimo três estratégias, e a escolha se deu a partir das características de cada público. O projeto tem compromisso firmado junto à Secretaria Municipal de Educação de levar as campanhas a todos os CMEI o que vem sendo implementado desde 2009, no ano de 2012 foram realizadas 8 campanhas nessas unidades.

Os alunos bolsistas e voluntários participam ativamente das atividades o que consideramos contribuir para o desenvolvimento de habilidades e competências para a aplicação de estratégias com diferentes públicos na promoção da saúde. Por outro lado o projeto, no que se refere aos alunos, requer permanente atualização na temática e por meio de um grupo virtual são alimentadas informações pelo coordenador e demais componentes acerca de legislações e recomendações nacionais e internacionais. Também são realizadas reuniões científicas onde são discutidas publicações recentes sobre o tema.

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O festival de paródias tem se apresentado como importante estratégia de mobilização em torno da temática; “Higienização das mãos enquanto medida de prevenção de infecção” e por outro lado a sua realização. Bem como das jornadas científicas contribui para capacitar os integrantes do projeto para a realização de eventos científico-culturais.

Conclusões

Ao considerar o número de participantes nas campanhas, é possível vislumbrar um número muito maior de beneficiados, visto que estes são potenciais disseminadores das informações obtidas. E, na medida em que houver impacto na adesão deste grupo à higienização das mãos, também, serão beneficiados, no caso dos profissionais da área da saúde, os seus clientes.

Apesar da dificuldade de mensurar o quanto as ações influenciaram na adesão à higienização das mãos, nos índices endêmicos de infecção e mesmo na incidência das infecções da infância nos CMEI consideramos os aspectos supra citados como indicadores positivos de resultado da implementação do projeto e reafirmam a necessidade de campanhas desta natureza.

Referências Bibliográficas

BARBACANE, Jeannette L. Back to the basics: handwashing. Geriatr. Nurs., Michigan, v. 25, n.2, p. 90-92, april 2004. Disponível em:

<http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0197457204000825>. Acesso: 27 abr. 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2616 de 12 de maio de 1998. Normas para o Programa de Controle de Infecção Hospitalar. D.O.U., 13 de maio de 1998.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Higienização das mãos em serviços de

saúde. – Brasília, 2007. Disponível em:

<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/higienizacao_maos.pdf> Acesso em: 27 abr. 2012

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do Paciente: Higienização

de Mãos. 2008a. Disponível em:

<http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/paciente_hig_maos.pdf> Acesso em: 27 abr. 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Lei nº 11.723, de 23 de junho de 2008. Institui o Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares. D.O.U., 24 de junho 2008b.

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CORRADI, Mírian de Freitas Dal Ben. Avaliação da eficácia de medidas preventivas no

controle de Acinetobacter spp. e Pseudomonas aeruginosa resistente a

carbapenêmicos em unidade de terapia intensiva. 2010. Dissertação (Mestrado em

Doenças Infecciosas e Parasitárias) - Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-02092010-171207/>. Acesso em: 27 abr. 2012.

COSTA, Kátia Gonçalves. Transmissão de Acinetobacter baumannii resistente em uma

unidade de terapia intensiva: abordagem do ambiente e da higiene das mãos através

de um modelo matemático determinístico. 2010. Dissertação (mestrado) – Escola

Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2010.

MAMUS, Cristiana Nive Celante et al. Enteroparasitoses em um Centro Educacional Infantil do Muncípio de Iretama/Pr. SaBios: Revista Saúde e Biol., Campo Mourão, v.3, n.1, p.39-44, jun-dez., 2008.

MARTINEZ, Mariana Reclusa; CAMPOS, Luiz Alexandre A. F; NOGUEIRA, Paulo Cesar K. Adesão à técnica de lavagem de mãos em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Rev

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NESTI, Maria M. M.; GOLDBAUM, Moisés. As creches e pré-escolas e as doenças transmissíveis. J. Pediatr. (Rio J.), v.83, n.4, 2007.

NEVES, Zilah Cândida Pereira et al. Hand hygiene: the impact of incentive strategies on adherence among healthcare workers from a newborn intensive care unit. Rev. Latino-am

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<http://www.scielo.br/pdf/rlae/v14n4/v14n4a12.pdf>. Acesso em: 27 abr. 2012. OLIVEIRA, Adriana Cristina; ARMOND, Guilherme Augusto; CLEMENTE, Wanessa Trindade. Infecções hospitalares: epidemiologia, prevenção e controle. Rio de Janeiro: Guanabara/Koogan S.A., 2005.

PRIMO, Mariusa Gomes Borges et al. Adesão à prática de higienização das mãos por profissionais de saúde de um Hospital Universitário. Rev. Eletr. Enf., v.12, n.2, p.266-271, 2010.

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TOSCANI, Nadima Vieira et al. Desenvolvimento e Análise de Jogo Educativo para Crianças Visando à Prevenção de Doenças Parasitológicas. Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.11, n.22, p.281-94, mai/ago 2007.

VICO, E. S. R. Estudo da mortalidade de crianças usuárias de creches no município de

São Paulo. 2001. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Saúde Pública, Universidade de

São Paulo, São Paulo.

World Health Organization. WHO Guidelines on Hand Hygiene in Health Care. First Global Patient Safety Challenge Clean Care is Safer Care. Geneva, 2009. Disponível em: <http://whqlibdoc.who.int/publications/2009/9789241597906_eng.pdf.>. Acesso em: 27 abr. 2012.

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