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o_r,r_m
E
E
-E
SEM 95-2
sEQz27'Lo¢a1z
- ~AUTzaREDA, SANDQO BATISTA
ájT1TzTEcNoLoG1A
E
PRocEsso
DE INTE
jGRACAO VERTICAL
NA
AGROINDUS-tz
iUNIVERSIDADE
FEDERAL
DE
SANTA
CATARINA
CURSO
DE
GRADUAÇÃO
EM
CIÊNCIAS
BcoNôM1cAs
Tecnologia e Processo de Integração Vertical
na
Agroindústria de Frango de Corte, o casodaDaGranja
S/A
- Agroindustrial._
Monografia
submetida ao Departamento de CiênciasEconómicas
para obtenção de carga horáriana disciplinaCNM
5420
-Monografia.
V
\
Por: Sandro Batista
Breda
Orientador:
Prof
Dr. RenatoRamos
Campos
YÁrea
de Concentração:Economia
daTecnologia
É
¡~
'Palavras-chave: a) Integração vertical, b) Tecnologia e c) Agroindústria
UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE SANTA
CATARINA
cURso
DE
GRADUAÇÃO
EM
c1:ENc1As
EcoNÓM1cAs
'A
banca
examinadora resolveu alribuira
notaK9
ao aluno Sandro BatistaBreda
na
disciplinaCNM
5420
-Monogafia,
pela apresentação deste trabalho.Prof
Dr.R~
Ramo
Campos
Preidente
Prof
‹×ÍÊ><=‹/Á.
/Vifw-Êâz‹z=
Banca
Examinadora:Membro
prof
Lflyêíl LioMembro
C3
iii
AGRADECIMENTOS
A
Deus
pelodom
da
vida.Especialmente
a meus
pais, Valter e Julieta, pela iv/ida, educação,conflança
eprincipalmente pelo apoio.
H
Aos
meus
irmão, Marcos,
Júnior, Juliana, Renato e Justina (inmemoriam)
queme
apoiaram e acreditaram
em
mim,
sendo verdadeiro amigos e companheiro nestaetapa
daminhavida.
À
Josiane e Bianca, minhas queridas, quesouberam compreender a
falta detempo
para
com
elas durante toda afaculdade.Ao
orientador,Prof
Dr. RenatoRamos
Campos,
pelo interese, honestidade, incentivoe companheirismo nesta
jomada.
A
todos osmeus
amigos e amigas, queme
incentivaram, especialmente az FabianoZago, Valter Mauricio Goedert,
Marc
J inbo e Rosinha. .I
SUMÁRIO
~LISTA
DE
ANExos
... .. viRESUMO
... ._/viiCAPÍTULOI
p ›/
I.PROBLEMÁTICAEOBJETIVOS
... là ... ..os 1.2. Objetivos ... ..`. ... ..1l 1.2.1. Geral ... ..ll 1.2.2. Específicos ... ..11 1.3. Metodologia. ... ..12CAPITULO
II2.
DESENVOLVIMENTO
DA
AGROINDÚSTRIA
E
A
IMPORTÂNCIA
DA
INTEGRAÇÃO
VERTICAL
... .... ..132.1. Desenvolvimento
daProdução
deCame
de Frangono
Brasil ... ..l3V 2.2.
As
Relações de Subordinação entre Produtor Rural e aAgroindústria...l8 2.3. Tecnologia e Processo de Integração Vertical das Agroindústrias ... ..21CAPÍTULO
III3.
CARACTERIZAÇÃO
E
O
GRAU DE
COMPLEMENTARIEDADE
E
ESPECIFICIDADE
Dos
Arrvos
DA
CADEIA
I›RoDU'rIvA
DE
I~¬RANGos
DE
CoRrE
... ... ..32CAPÍTULO
Iv
44.
A
EXPERIENCIA
DA
INTEGRAÇÃO
VERTICAL
E
DA
PARCERIA
NA
DAGRANIA
s/A
... ..414.1. Histórico
do
desenvolvimentodafirma
eda
integração verticalna
'empresa
DaGranja
S/A
... ..414.2. Desenvolvimento daparceria
com
os produtore rurais ... ..444.2.1. Treinamento e qualificação de mão-de-obra. ... ..46
4.2.2. Caracteristicas
da
localização das propriedades rurais ... ..464.3.
A
integração vertical sob o ponto de vista dos produtores ruraicom
contrato de parceria. ... ... _.: ... ..4'7CAPÍTULO
V
5.
CONCLUSÕES
... ..BIBLIOGRAFIA
... ..ANEXOS
... ._Anexo
I. Contrato de Parceria. ... ..59
... ._ 63 .; ... .. 65
Anexo
II. Roteiro de entrevistacom
fimcionáriona
unidadedaLapa.
vii
RESUMO
Aborda-se o desenvolvimento
da
produção econsumo de
carne de frango no Brasil,principalmente
a
partir de 1970, -faz-seuma
síntese de algumas interpretações sobre odesenvolvimento
da
agroindústriano
Brasil, identificando-se os conceitos principaisdo
quadrode referência que será utilizado
no
trabalho.Após
esta análie, apresenta-sea
cadeia produtivado
fiango
e descreve-se as características dos ativodo
processo produtivo sobo
ponto de'vista de sua especificidade e complementariedade.
A
partir de então, partiu-se para o estudode
caso para verificarcomo
ocorre o processo de integração vertical conjugada aos contratos deparceria
com
o produtor rural. _CAPÍTULO
I1. Problemática e Objetivos
l
1.1.
O
problema
O
processo de modernizaçãoda
agropecuária brasileiraa
partir de 1970, segundoKageyama
(1983 p.S40), teve seudeempenho
marcado
por três características principai: a)crescimento
pequeno
e até negativo dos produtos 'tecnologicamente tradicionais destinados aomercado
intemo (alimentos básicos), b)um
crecimento
acelerado e modernizado das culturasmodemas,
geralmente exportadas e vinculadas às agroindústrias (soja, produção de aves,suínos, leite), e finalmente; c)
um
crescimentoda
proporção exportadaem
relaçãoà
produçãototal.
'
_
i
Segundo
Kageyama
(1983 p.S4S) o processo de modernizaçãoda
agricultura,a
partirda década
de etenta., esteve altamente associadaa
politicade
crédito ruralcom
jurossubsidiados.
Em
1980,o volume
total de financiamento foi superiora 1970
em
noventa vezesem
termos nominais e quase quatro vezeem
termo reai, crescendoa
uma
taxa geométricareal de
17,5%
ao anopma
custeio e16,2%
ao ano para investimentos.Sem
dúvidas o processo' de modernizaçãoda
agricultura brasileira exibiuimultaneamente caracteristica de grande
dinamismo
e modernização,mais
não deixoude
apresentar problemas para os mais fi'acos, os pequenos agricultores.
Ese
processo teve efeitosperversos
como
a
concentração e exclusão,o
crescimentoda
ociosidade das terras e a retraçãoda
produção de alimentos básicos. z9
As
agroindustrias produtoras de frangos e suínos, principalmenteno
suldo
Brasil, sebeneficiaram muito
com
a
concessão de grandes empréstimos,a
juros subsidiados por partedo
govemo.
Como
são grandes gnipos,com
grandepoder
politico e econômico, levaramuma
grande vantagemna
obtenção desses empréstimos,sem
contar' queboa
parte dos produtos elaborados por estas agroindústrias destinam-seà
exportação, isso teve grande pesono
que concerneà
obtenção de empréstimos,dada a
necessidade de estimular as exportaçõespara
manter o equilibriona
balança de pagamentos.Segundo
Graziano (1983 p.31),“...a tecnificação (ou modemização) representou antes
uma
imposição do queuma
oportunidade conquistada pelo pequeno camponês, seu sentido maior foi tan só,
uma
maiorsubordinação do produtor ao sistema
Graziano (1983 p.3l), diz que é possivel identificar três formas gerais de subordinação
da
pequena
produção e entre estas refere-seà
subordinaçãodo
pequenosagricultores às agroindústrias e as grandes cooperativas. Neste trabalho pretende-se analisar
essa relação sob
o
ponto de vistada
organização' das empresas agroindustriais e suasvinculações
com
o desenvolvimento de sua capacidade competitivaO
processo de integraçãovertical é
uma
estratégia competitiva muito utilizada pelas agroindústrias produtoras decame
de
fiango, assimcomo,
o processo de “quase integraçäofflou
seja, contratos de parceriacom
oprodutor rural, atravé dos quai,
a
agroindústria evitaa compra
no
mercado
da
matéria-prima.O
processo de contratos de parceria dos pequenos agricultores às agroindústrias é muitoevidente
no
suldo
paisSegundo
Graziano (1983 p.34),“...a produção avlcola integrada de Santa Catarina envolve de
um
lado, milhares depequenos proprietários organizados com base no trabalho familiar, e de outro,
uma
das maiores.zzgroindxãstriasdo ramo de carnes e derivados pertencente a
um
,vasto complexo agroindustnalque é proprietario. desde frotas de aviação até fábricas de insumos agrícolas.
O
“contrato deintegração " engloba desde o fornecimento dos insumos
em
geral ánntinhos, medicamentos,concentrados etc), assistência técnica intensiva, até o controle completo da comercialização e
transformação industnal pela agroindústria
Para
opequeno
produtor cabe apenas adotar as práticas definidas pela assistênciaconcentrado, se
bem
quea
produção de milho e outros componentejá não
é mais requisito,hoje
em
dia, para estabelecero
contrato de parceria, é necesario somente quea
mão-de-obra
seja familiar, pois
a
agroindústriajá fomece a
ração pronta para oconsumo
das aves.*Em
fimção
da
formaçãoda
estrutura agráriada
região,há
um
número
muito grande depequenos agricultores que
não possuem
outras opções de produção, o que permiteà
agroindústria selecionar o
melhore.
No
processo agroindustriala
firma
compradora, atravésdos contratos
de
produção,impõem
não
apenas o preço e as condições de pagamento,mas
estabelece cláusulas determinando
a forma
de produção nas pequenas propriedades.Sob
o
ponto de vista das características tecnológicas dos processos produtivos éposivel
compreendera
intensa utilização das estratégias de integração verticalcomo
importante instrumento
do
processo competitivo."...portanto, as empresas que se
tomaram
líderes da indústria de carnes no Brasil nosanos 80 desenvolveram formas combinadas de integração vertical, através da propriedade de
matrizeiros e fábricas de ração, unidades nas quais o controle da produção da matéria-prima
básica e detemunante, e relações contratuais nas fases de cn'açâ'o e manejo da ave, nos quais o
controle é exercido pela assistência técnica e ofomecímento dos insumos básicos. ”. (CAIMPOS,
t 1994 p.I 40)
Sob
esta análise, as relaçõesde
contratocom
os produtore mraistambém
podem
sercompreendidas
no
contextodo
processo de integraçãoda
agroindústria produtora decmne
pelo grau de complementariedade dos ativos ve pela naturezada
especificidade desses ativos,levando
em
contaa
teoria dos custos de transação eas
características tecnológicas dos processos produtivos.Instituiçõe econômicas
com
várias etapas produtivas são coordenadas porum
mesmo
comando
organizacional o qual permitea
tomada
de decisões e cria condutas adaptativas eseqüenciais, argumenta
Pondé
(1994, p. 16). Dentro dessas etapas produtivas existem ativosnecessarios
à
produção, os quaispossuem
graus de complementariedade distintos uns dosoutros. Fmtão
a
decisão sobrea
propriedadeou não
dos ativosem
relaçãoa
eu grau. dell
Dentro deste contexto surgem indagações,
como:
qual é realmente o papeldo
integrado(é
um
ativo importanteno
processo produtivo de fi'angos?) e quais são as relaçõescom
a
agroindústria que
permeiam
esse processo?O
que prevê o contrato de parceria? Estas sãoalgumas das perguntas as quais procurar-se-á dar algumas respostas.
E
para isso foi feitoum
estudo de caso
com
afirma DaGranja
S/A. - Agroindustrial.1.2. Objetivo
1.2.1. Geral:
o Analisar as características
da
tecnologiacomo
instrumento dos processos deintegração vertical
na
agroindústria avlcola,a
partirdos
anos 80, atravé deum
estudo decaso.
1.2.2. Específicos:
0 Analisar o desenvolvimento dos processos de integação vertical
ea
relaçäo decontrato
com
o produtor mral. q0
Analiar
as caracteristicas dos ativo segundo sua natureza e graude
complementaridade.o Analisar as principais características dos contratos nas relações entre
a
1.3.
Metodologia
O
estudo sobre integração verticalno
setor avicola realizou-secom
a
utilização dosmétodos
histórico-descritivo eo
analítico. 'Primeiramente foi feito
um
levantamento bibliográfico de fontes secundáriasno
sentidode reconhecer as interpretações sobre o processos de integração vertical
no
setor avícola e oscontratos
de
integraçãocom
opequeno
produtor rural.Posteriormente realizou-se coleta primária de dados através de questionários e
entrevistas,
no
sentidoide e verificar as caracteristicas das relações quepermeiam o
integrado-agroindústria, o motivos para
a
estratégia de integração verticalda
empresa
ea
situação dosparceiros para se observar quais são as relações deles
com
a
agroindústria.O
estudo de caso abordoua
experiênciada DaGranja
S/A
- Agroindustrial e seusparceiros.
A
CAPÍTULO
II2. Desenvolvimento
da
Agroindústria ea
importânciada
Integração Vertical.1
Este capitulo se constitui
num
breve históricoda
indústria de carne de li-ango,na
resenha de algumas interpretações que tentam explicar
a
formação das integrações verticaina
agroindústria
no
Brasil ena
definição deum
quadro referencial paraa
análise.2.1. Desenvolvimento
daproduçâo
decame
de frangono
BrasilA
produção
industrial defiangos
de corte éuma
atividade recenteno
pais, obtendocrescimento significativo principalmente durante
a
década
de setenta. Anteriormente,a
principal parcela
da
produção provinha de criações domésticas.A
partir daihá
um
crescimento,
em
princípiodo mercado
interno e, logo após,do
extemo.-
Esse
crescimentoocorreu
a
uma
taxamédia
de15%
ao ano, ao longoda
década, iniciando os anos80
com
consumo
internoper
capita cerca de quatro vezesmaior
daquele verificadono
iniciodo
periodo. Observar os
dadosdatabela
2.1.Hoje
oconsumo
decame
de frangoper
capita,no
Brasil, situa-seem
tomo
de 23lçg/ano, segundo França (1995, p. 11), mantendo-se
em
constante elevação.Conforme
reportagem
da
revistaExpresão
somente nas últimas décadas oconsumo
aumentou cerca dePRODUÇÃO E
CONSUMO DE
CARNE DE
FRANGO
NO
BRASIL
(1970/90)Ano
Produção
(1000T)Consumo per
capita (Kg/ano)1970
1972
1974
1976
1978
1980
1982
1984
1986
1988
1990
217
294
434
552
7251250
15431384
1749
1947
2300
2,3 3,0 4,2 5,0 7,4 9,7 9,8 8,3 11,0 11,8 13,2Fonte: IBGE,
com
baseem
Luce 8; Karsten (1992), adaptada pelo autor.Dede
o final dos anos60
a
produção nacional decame
defiango
encontra-seem
expansão,
mas
foi nas décadas de70
e80
que assumiua maior
importânciano mercado de
carnes
no
Brasil, ganhandocada
vezmai
espaçofSomente
em
quinze anosaprodução
de frangos aumentouem
609,5%.É
um
percentualbastante
expresivo
levandoem
consideração as várias criesmacroeconômicas
enfientadaspelos empresários brasileiros.
Em
trinta anosa
produção de frangos ofi'eu profundasmudanças, tornando-se
um
ramo
de alto padrão tecnológico,homogêneo
emodemo.
‹Em
Santa Catarina,no
mesmo
período,a
indústria defiangos
cresceu 819,S%.Em
Santa Catarina esta atividade de caracteristicas industriais e demercado
também
teve seu iniciono
começo
da década
de essenta,mas
foino
final dela, que grupos econômicos voltados, atéentão, ao
rmlo
suíno diversificaram paraa
produçãode
carne defiango
integrandocom
o1
_
l5
produtor rural, desenvolvendo relações contratuais
com
os produtore avicolas, os quaischamados
de parceirosou
produtores integradoscomo
alguns autores citam.~
Foi
na década
de 70, impulsionado pelo “milagreeconômico
brasileiro”, quehouveram
os maiores incrementosna
produção avicola, isso tudo favorecidopor
uma
politicacredittcia farta e subsidiada.
Na
década
seguinte,com
o encarecimentodo
crédito edificuldades
de
exportação, retraiu-sea
expansãoda
avicultura nacional.Mas
em Smta
Catarina continuou
a
expansão acelerada, apoiada pela política pública estadual atravésdo
apoio
do
PROCAPE
Até
meados
dos anos 70,a
produção avícola nacional, destinava-se exclusivamentepara o
mercado
interno.Nos
anos seguinteda
mesma
década
busca-se atingiro
'mercadoextemo. Esse processo foi liderado pela indústria catarinense.
As
exportações 'foramimportantes
no
sentido detomar
as empresas competitivas internacionalmente, e o parqueagroindustrial brasileiro consolidou-se nesse processo,
Num
contexto de intensificaçãoda
concorrência
a
produção de frango constitui-senum
importante setor de disputasna
concorrência intemacional.
Mais
de13%
da
produção destina-se aomercado
externo e o Brasilé o terceiro
maior
exportador decame
defiango do mundo.
As
exportações cresceram até 1982,permanecendo
estáveis até1985
e sofrendoqueda
até o primeiro semestre de 1989.
O
mercado
internona década
de 80, reconquista sua importância,em
fimção
de várioaspectos econômicos, tais
como:
o aumentodo
preços das outras carnesem
relaçãoa
de frango,levando
a
uma
mudança
nos hábitos alimentares dos brasileiros; os beneficiosdo
avançostecnológicos via preços mais competitivos; os plano de estabilização (Ex. Plano Cruzado, que
deu aos assalariados,
meo
quepor pouco
tempo, opoder
de se alimentaremvumpouco
melhor, sendo
a
indústriado
fiango
uma
das maiores beneficiárias desse processo).De
1985
a
1994
a demanda
brasileira mais que duplica, poiso mercado
como
umtodo
cresceunuma
média, de
8,86%
ao ano e oconsumo
interno10,65%
ao ano.As
exportações voltarama
Devido
ao acirramentoda
concorrência internacional,a
partir de 1985, osexportadores
mudarmn
de estratégia, diversificando produtos emercados
e demonstrandoagressividade
na busca
demercados
potenciais. ~Neste início de
década a
produção nacional de frangosvêm
crescendono
seu ritmohistórico, ampliando
cada
vez mais sua importânciano complexo
de carnes.De
1990-94a
produção nacional expandiu-se
em
média
9,2%
ao ano.Essa
expansão é levemente inferiora
média
de expansãodo mercado
brasileiro. -Como
omercado
decame
de frango é altamente competitivo e exige dos dirigentesalto nível de conhecimento
do
setor eda
organização industrial (processo produtivo), esteassunto
merece
especial atenção,no
sentido de identificar as relaçõe existentes e quais astecnologiasutilizadas por estas agroindústrias, as quais
buscam
atingircada vez
maismercados
a
preços mais competitivos.Segundo
Coutinho e Ferraz (1994, p. 208) hojeo
desafio competitivodo complexo
agroindustrial,
como
um
todo, é direcionar-se maisa
mercadosonde
os produtospossuam
maior valor agregado, diferenciando os produtos.
Segundo o
estudo sobrea
competitividadeda
indústria brasileira coordenado peloautores, Coutinho e Ferraz (1994), o
complexo
agroindustrial (CAI)tem
ótimas chances de seinserir nos mercados, pois; a)
tem
competitividadeno mercado
externo(mesmo
frente aossubsídios concedido
a
produção agroindustrialem
outros paises); b)tem
porteeconômico
favorável; e, 'possui urna
boa
infraestrutura. iO
estudomencionado
mostrou que as empresas lideresem
várias indústriastêm
buscado
a
obtenção de vantagens competitivas baseadas atravé das seguintes estratégias:Capacitação
Tecnológica: as empresas líderes estão atuandono
sentido de,cada vez
mais, utilizar
novos
equipamentos e novas técnicas deproceamento,
bem
como,
desenvolvimento de
novos
produtos.17
Agilidade
de Respostas
asMudanças
no Mercado:
constantemente surgemnovas
necessidadespara
facilitar e melhorar o padrão de vida dos consumidores,iso
fazcom
que asempresas estejam,
como
jamais visto, atentasa
essas necessidades dos consumidores.Já
queestão inseridas
num
mercado
altamente competitivo e oligopolizado, qualquer reduçãono
percentual das vendas alteram sua lucratividade
em
relação às concorrentes.Essa
agilidade deresposta às
mudanças no mercado
está diretamente relacionadacom
o empenho
das empresasa
diferencimem seus produtos e conquistarem
a
preferência dos consumidores.Rigorosas Especificações
de
Atributosdos
Produtos: estátambém
relacionadaa
agilidade de respostas às
mudanças no
mercado,porém
acrescenta-se aquia
necessidadedessas empresas
buscarem
uma
qualidade ótima de seus produtos,já
que se concorretambém
com
empresas estrangeiras, e estasem
linhas geraisobedecem
essas especificações, queseriam: produtos
com
menos
calorias,menos
teor de colesterol,homogêneo,
tenham controlesanitário
adequado,
e que atinjam,em
fidta, as exigênciasdo
consumidores.As
mudanças
tecnológicas recentes, direcionadasà
automação flexível enovos
modelos
organizacionais, fortalecerama
noção de que: só produzirem
larga escalanão
ésuíiciente para se obter competitividade, é necessário,
também,
a
obtenção de economias deescopo, e isso hoje é decisivo para se produzir
com
competitividade.As
empresas,.cada vezmai,
possuem
suas linhas de produção voltadas aodeenvolvimento
de_ produtos afins, quepossuam
urnamea
base tecnológica ou relacionadoa
uma mesma
área de comercialização.Segundo
Coutinho e Ferraz (1994, p. 239), esse processotem
setomado
uma
fonte de lucromais
sólida.A
fabricação de produtos afins traza
vantagem denão
se dispersar capacitaçõesem
produtoscom
baixa sinergia.Hoje
muitas das grandes empresas, as quaisdominam
uma
boa
parte
do mercado
de commodities, reduziram, consideravelmente,esa
produção, direcionando-se para grupo de produtos de intenso valor adicionado,
com
alto conteúdo tecnológico,voltados, muitas vezes, aos interesses dos clientes, esse
proceso
denominou-se“descomoditização”. `
i
Então essa
nova forma
de produzir,dado
onovo
paradigma, afetou consideravelmentea. agroindústria, que teve que se pautar,
cada vez
mais,em
produtoscom
maior valor' \
adicionado procurando
uma
maior
diferenciação,bem
como,
uma
reorganizaçãoem
suas formas de produção, muitas vezesmudando
o modelo
organizacionalda
agoindústria. -2.2.
As
relações de subordinação entre produtor rural ea
agroindústria.Segundo
SORJ
(1980, p.29),"...durante.um longaperiodo a fonte central de geração de excedentes agrícolas foia
eaçansão da produção tmdsdonal. Essa expansão' deu-se essencialmente pela existência de
terras dtspontveis (e viáveis
em
termos de fertilidade, custos de transporte etc) e força detrabalho.
0
incremento acelerado e constante dos excedentes agrícolas, adequado a 'umaeconomia industrial
em
expansãocom
a economia brasileira, favoreceuuma
revolução dasforças produtivas
A
partir de1960
0 padrão de desenvolvimento de agicultura, baseadona
expansãoda
fi'onteira agricola,
começou a
apresentar claras limitações.Na
medida
que foi se esgotando estepadrão,
a produção
agroindustrialcomeçou a
e desenvolvera
partir de incrementosda
produtividade,
a
partir dal,a
criação deum
complexo
agoindustrial interno permitiunovos
incrementos
da
produção eda
produtividade agrícola. .Segundo
Soij (1980, p.i 30)o
Brasil, nesta época, atingiuum
nível de acumulaçãoindustrial, através de ganhos de produtividade dos CAIs2, que lhe permitiu expandir sua
produção agrícola (tanto para o
mercado
internocomo
para omercado
externo).Para
Soij (1980, p. 30), o desenvolvimentodo
processo de integração entre produtorrural e
a
agroindústria brasileirajá
ocorre desde o' periododa
colonizaçãodo
Brasil (a partirdos engenhos
de
açúcar,aproduçüo
agrícola de exportação era,em
diverso graus, processadadentro
do
pais).Porém
as agroindústrias de produção de insumos e de processamento dealimentos
em
grande escala para omercado
interno éum
acontecimento relativamentecontemporâneo.
2 Sorj
(1980) define Complexo Agroindustrial como: "...o conjunto formado pelos vários setores produtores
de insumos e maqufnarías agrícolas, de tmnsfonnação industria! dos produtos agropecuários e de
'19
“A indústria de alimentos, embora sendo
um
dos primeiros ramos da produção industrial do Brasil, manteveem
geral, até a decada de 60, as caraterlstfoas darndúsma
tradicionalcom
baixa composição orgâruoa de capital, sem chegar a terum
impacto importantena própria produção rural ”.(SORJ.' I 980, p. 32)
Porém,
a
partir de 1960,o
efeito conjunto dos niveis de acumulação industrial,a
expansão
do mercado
urbano, e o próprio crescimentoda
agricultura, viabilizarama
utilizaçãocrecente de tecnologia
mais
avançada.A
criação deum
complexo
agroindustrial, segundo ~Sorj(1980, p. 32), foi possibilitado pelo
deenvolvimento
agricola anterior e e transformouao
mesmo
tempo no
maior acelerador das transformaçõesna
agricultura.Em
1970
onovo complexo
agroindustrial assumiu asmesmas
formas dos outrosramos
de produção industrial
no
Brasil, isto é, alto grau de concentração, concorrência oligopólica,controle pelo capital monopolista estrangeiro e nacional (muitas veze
formando
uma
joint-venture).
Dentro desse contexto, surge,
também,
ocomplexo
agroindustrialdo
fiango
de corte,que teve
como
principal característica dentro desse processo de expansãoda
agroindústria deprocessamento agropecuário,
uma
crescente diversificação dos produtos, através demodificações nos sabores, cortes-distintos, novas embalagens etc.
Nese
sentido, segundo Sori (1980, p. 44),"...o desenvolvimento da agroindústria permite acelerar a transformação da
agricultura atraves de sua modernização tecnológica
Esse desenvolvimento se dá, praticamente,
com
o sistema integrado de produção, oqual redefine os vários atores dentro
da
cadeia produtiva, tornando-se muito mais competitivasa
nível demercado
intemo e extemo. _Na
mea
linhado
Sorj surgem autorescomo
Graziano,analiam a
modernização sobo ponto de vista
da
diferenciaçãoou
capitalização dos pequenoscmponeses. Segundo
esteeconomias
camponeas,
sendo muitas vezes responsávelpor
transformaçõesna
unidade produtivacamponesa
etambém
nas relaçõescom
a
ociedade capitalista.“...o pacote tecnológico para da agricultura emerge como
um
elemento-chave natransformação dinâmica desse setor, seja no sentido de destruir, manter ou elevar
a
economiacamponesa a
um
patamar mais alto de integraçãocom
a economia global. Então, o pacotetecnológico apresenta-se como de alta relevância no direcionamento dos processos de
diferenciação e de composição do setor camponês no sentido ascendente ou descendente/ou
seja, na direção de
um
processo de proletarização ou de capitalização ”.(GRAZL4NO.I983,p. 21).O
padrão tecnológico, orientado basicamente parauma
expansãodo complexo
agroindustrial (a montante e
a
jusanteda
agricultura), mostra que não foi totalmente absorvidopelos pequenos produtores, conduzindo-os
a
um
crescente diferencial de produtividadeem
relação às unidades que
puderam
se modernizar.Graziano diz que o mais importante dentro
desa
“questão tecnológica”, e oproblema
de sua adequação, é discutira
questãoda
apropriaçãodo
fiutosdo
aumentoda
produtividadeque
a
modernização traz consigo, o que remete, portanto, aopoder
relativo decada
urna dasclasses
ou
fiações
de classes envolvidas.É
importante perceber, segundo Graziano, que oscamponeses
não são independentes enem
estão desconectadosdo
circuito globalda
produção capitalista.Ao
contrário, estão dediversas formas subordinados
a
esta produção.Segundo
Graziano (1983, p. 23),apequena
produçãodo
Brasilpode
serclasificada
em
três grandes grupos:l
a) formas subordinadas ao proprietário fiindiário; b) formas subordinadas ao capital comercial; e,
c) formas subordinadas às agroindústrias e cooperativas capitalistas (é
a
que nosinteressa).
Os
dois primeiros gnipos ocorremcom
mais
frequência nas regiõe de fionteiraagrícola, e aúltima está associada
a
produção de matérias-primas que são intensivasem
mão-
21
-
Nos
dois primeiros grupos, as contradições principais, segtmdo Graziano, entre osprodutores direto e os comerciantes
passam
pela questãodo
controleda
terra edo
financiamento e comercialização dos produtos agrícolas,
já
na
última,a
contradição principalsitua-se nas negociações
em
tomo
do
preço que se deve pagm' ao produtor agrícola pelamatéria-prima.
Estaforma
de articulaçãodapequena
produçãocom
o
grande capital (agroindústria ecooperativas capitalistas) se estabelece, basicamente,
a
partir das relações deum
mercado
monopsônico ou
deum
oligopsônio fortemente concentrado,onde o comprador impõe
as regrasda
comercialização e por vezes atémeo
aprodução.Nesta
relação de subordinação distinguem-se duas fonnas principai,a
saber:“a)
Quando
aƒi rmafimci
ana apenascomo
se fosseum
capital comercial modernizado:que, atraves de contratos de compra. impõe o preço e as condições de pagamento, de certa
forma. não interferindo, na esfera da produção agropecuária propriamente dita. Eicempío:
Agroindústria Wntcola no
RS
e da Cana-de-açúcar no Nordeste.b)
Quando
afirma
compradora, através dos contratos, impõe não apenas o preço e ascondições de pagamento, mas estabelece cláusulas determinando a própria “maneira de
produzir"das unidades camponesas. Exemplo: a criação de frangos de corte, principalmente na
regiao sui z
defizm (amzmwo.
1983).Esta última
forma
será objeto deste estudo, especialmentea
produção de frangos,porém
não sob o ponto de vista abordado por Graziano,mas
im
pelo ponto de vista dascaracterística tecnológicas que afetam as relações entre os vários store
da
cadeia produtiva, osquais estão sujeitos às
mudanças do
padrão de produção.2.3. Tecnologia e processo de integração vertical das agroindústrias.
Os
novos
padrões tecnológicosnum
quadro de acirramentoda
concorrência afetama
forma
de organização das empresas agroindustriais, e, dentro dessas novas formas,intensificaram-se as estratégias de integração vertical,
onde
a
interdependência tecnológica(fluxos tecnológicos) influência e é influenciada pelas inovações tecnológicas nos diversos
segmento
da
cadeia etambém
fora dela. ,Diversos autores que estudaram
a
relação entrea
agricultura ea
indústriadesenvolveram noções especificas
como
as deComplexo
Agroindustrial3 (CAI) eComplexos
Agroindustriais completos
ou
incompletos.Com
o objetivo de observar as caracteristicas dosprocessos produtivos para obtenção de produtos especificos
como
o
fiango, leite etc,destacamos
anoção
de cadeia produtivaem
tomo
deum
produto, que está inseridono
conceitode Sistema Agroalimentar (SAA).
'
V .
”...a noção de sistema abriga
uma
idéia de organicidade na busca deum
resultado(FARINA e
Z
YLBERSZTAÍN. 1992,19.IO SAA
representaa
maneira pela qual as necessidades alimentaresda
população sãoatendidas, portanto,
a
qualidadedo
atendimento está diretamente relacionadaao
seudesempenho. Dentro
do
SAA,
existem muitas diferençasno
tocante à' dinâmica,desempenho
eorganização das cadeias produtivas.
A
cadeia produtivapode
ser definidacomo:
recorte dentro do sistema agroatimentar mais amplo, privilegiando os relações
entre agropecuária, indústria de transformação e distribuição,
em
tomo
deum
produtoprincipal 0"rango, trigo, leite, tomate, laranja etc}.(..,¡Dentro da cadeia, entende-se que o
segmento da indústria de transfonnação de primeiro e segundo processamentos exerce
fimção
estratégica. Badu: mudanças tecnológicas na agropecuária e muitas vezes também na estrutura de distribia'çdo(..,) ".(FARBV'A e
Z
YLBERSZTAIN. 1992.9. 190).As
empresas agroalimentaresassumem
caracteristicas distintasuma
das outrasno
tocante
à
dinâmica, organização e desempenho, já que seus produtos especificos são diferentesdentro
do
SAA
A
interdependência tecnológica, originadaem
torno dos produtos especificos3 Para Kageyama et al (1987), citado
em
Farina e Zylbersztajn (1992, p. 194), o conceito de CAI, nãovpode mais assumir urna dimensão de generalidade perante as várias diferenças que existemem
tomo da produção dosdistintos produtos que envolvem tal conceito. Para eles a heterogeneidade existente dentro do CAI faz
com
quesurja urna nova maneira de pensar' esse conceito, agora
bem
mais segmentado dentro de umlcontexto maisamplo. Eles definiram quatro formas de produção relacionada à produção agicolaz a) CAIs completos; b) CAB;
incompletos; c) atividades modemizadas; e, d) produção
em
bases artesanais, sendo que, cadauma
dessasformas de produção estão relacionadas
auma
base tecnológica distinta das demais.23
tais
como,
aves, leite etc, assumeuma
característica fiindamental quando se falaem
cadeiaprodutiva.
As
mudanças
tecnológicasna
agricultura apontam,cada vez
mais,para
a
necessidadeda
interdependência de informações dentroda
cadeia tantoa
respeito de gostos e preferênciasdo
consumidores, de maneiraa
identificar as suas exigências, quantoa
necessidadede
identificar as inovações .geradas
na
indústria de equipamentos e insumos.Essa
interdependênciaé importante caracteristica dos sistemas das agoindústrias que são organizados
a
partirde
cadeias produtivas, dentro de
um
dado
padrão tecnológico, definidasem
tomo
de produtosespecíficos.
O
mercado
consumidorpode
ratificar'ou
rejeitar as estratégias de crescimento dasempresas, e,
a
crescente organização, informação e conscientizaçãodo
consumidores alterou,muitas vezes, o
modelo
organizacional e produtivoem
que as empresas industriais operavam,condicionando suas estratégias coinpetitrivasf'
FARINA
E
ZYLBERSZTAJN
(1992)chama
a
atenção paraa
importância dasrelações
com
os fornecedores de equipamentos se insumos pois...“
É
ai que se estabelecem os fluxos temoiógieos tanto para a agropemáría como paraa indústria agroalimentar.
É
neste segmento que se desencadeia o processo de adoção de novasformas de produzir, por suas acigëncías de quantidade, qualidade e fluxo regular a matéria-
prima ”.(
FARNA
e ZYLBERSZTAÍN, 1992, p. I 89).H
Portanto, para esta
abordagem a
relação entrea
dinâmica industrial e seusfornecedores é tanto mais forte quanto
maior a
dependência existente entrea
matéria-prima e asexigências técnicas
do
processo industrial de produção.Esta será
a
idéia básica deste estudo,ñmdamentado no
sentido de mostrar quea
organização institucional
da
cadeia depende das relações tecnológicas entre seus segmentos,com
ênfase naanálise das relaçõe de contrato que se estabelecem entre os produtoresmrai
ea
agroindústriaNão
é necessário saber, apenas, que existeuma
exploração por parte'do
comando
das agroindústrias paracom
seus “integrados”, é necessário,também,
analisar e4
A
partir de meados de 1980 houve
uma
tendência geral ao aumento de integração das atividades deprocessamento de soja e carnes por parte das empresas que atuam numa das duas cadeias agroindustriais, ou
seja, pode ser visto
como uma
forma de diversificação coerentecom
as bases produtivas (e os ativos) destas empresas. Esta integração permite ainda racionalização e economia de custos, inclusive de transporte namedida
em
que as cargas se constituemem
produtos de maior valor agregado (óleo, farelo, carnes eentender
como
essas relações seprocessam
e porquê as agroindústrias necessitam operarcom
contratos e
não
como
proprietários dos aviários edamão-de-obras
O
conceito de cadeia produtiva,a
partir deum
produto especifico, está relacionadoa
uma
estratégia organizacionalda
empresa, e,na
maioria das vezes relacionadaa
estratégia deintegração vertical, pelo
meno,
para produtos elaboradoscom
maior
conteúdo tecnológico,que é o caso
daprodução
defiangos
de corte.Deffine-se
o
conceito de integração vertical, eguudo Williamson (1985) citadoem
Farina e Zylbersztajn (1992, p. 196),
como:
'
_
“...o controle hierárquico gerericial de estágios sucessivos de produção,
tecnologicamente separáveis "_ `
Os
contratos firmados entreuma
empresa
e seusfomecedores ou
distribuidoresnão
sedenomina
integração vertical, o conceito de integração vertical implicana
propriedade das unidades de produção.Sendo
assim,a fimção
dos contratos deprodução ou
fornecimento écustos de produção e transação°, de
forma
tão eficiente quantoa
integração dasatividades produtivas.
Neste caso
a
escolha entre comprarou
fazer dependerá dos custos de produção (escala e escopo) e dos custos de transação7.Se
os custos de transação viamercado
superarem oscustos
do
controle atravésda
hierarquia, as atividades serão incorporadas pela ñrma, casocontrario o
mercado
sera utilizado pela firma.-'
Sendo
assim, os custos de transação ditarãoa
regra, caso elesforem
maiorescom
a
internalização
da
produção via integração vertical conjugadacom
os contratos , utilizar-se-á o5
Será que integram simplesmente pelo fato de explorar os pequenos agricultores?
O
fato da exploração epatente e não devemos desmerecê-lo, pelo contrário é muito interesante e deve ser estudado
com
afinco,porém não será objeto desse estudo.
“Custos de transação correspondem aos custos de fazer o sistema econômico funcionar,
em
um
ambiente deincerteza, complexidade organizacional, e oportunismo dos agentes econômicos.”
(FARINA
E
ZYLBERSZTAIN.
1992, p. 196). .7 Para Pondé (1994. p.
2),
com
a noção de custos de transação integrada à teoria schumpeteriana, pode-sechegar a
uma
compreensão mais apurada do papel de determinados arranjos institucionais das indústrias,25
mercado
paraa
obtençãoda
matéria-prima,porém
añrma
ficará
sujeita às oscilações de oferta edemanda
dos insumo e técnicas necessáriasà
produção competitiva.Caso
contrário, optar-se-á pela integração vertical conjugada aos contratos,
a
qualtem
a
vantagem de se poder prevero nivel
de
produçãosem
se “preocupar”com
tai oscilações.Os
contratos de integraçãopodem
ser formaisou
informais,dependendo do
grau derelacionamento e reputação
do
atoresda
cadeia produtiva.Uma
das preocupaçõeda
coordenação central ao assumirem os contratos é
o
monitoramento das atividadesno
sentidoda
produção e
também como
forma
de evitar o comportmuento oportunista dos agentes envolvidos.Então, esses contratos
têm
dois principais objetivos:um
ex-ante, que atuano
sentido deincentivar o trabalho
do
agenteem
fimção
das ordensdo
principal e outro ex-post, que atuano
sentido de salvaguardar as relações já formalizadas desincentivando o oportrmismo.
O
monitorento
da
produção é direcionadono
sentidode
se otimizaraprodução
para que se produzacom
homogeneidade
e qualidade, reduzindo,ao
máximo,
os custo de escala eescopo, aumentado
a
eficiência, Consequentemente, aprodutividade e competitividade.Dando
continuidadea
esta análise,podemos
dizer que:uma
agroindústriapode
depender de seus fomecedores (contratados
ou
não) de matéria-primaem
dois aspectos: a)no
que se refere
ao
abastecimentoda
firma,
em
quantidade e regularidade condizentecom
a
escala de produção, e b)
no
que se refereà
qualidade damatéria-primaHoje, é raro observar
uma
agroindústria que possui sua produção toda intemalizada,no
tocanteà
produção de matéria-primaNesse
entido,a
integração vertical, aliada aoscontratos de fornecimento, é
uma
estratégia organizacional alternativa, utilizada por váriasempresas agroindustriais,
como
forma
de garantiruma
parcelada
matéria-prima necessária,para produzir
com
competitividade.Enfocando
um
assunto importante dentroda
estratégia de integração vertical, que sãoos custos de transação,
vamos
tratar aqui das característicasdesas
transaçõena
estratégia dePondé
(1994, p. 25) baseadoem
Williamson, cita três características básicas das'¬
transações existentes entre as várias etapas
da
cadeia produtiva e que são distintauma
dasoutras. _
Na
estratégia de integração vertical essas características são as seguinte:- Freqüência; :malisando as transações existentes entre as várias etapas
da
cadeiaprodutiva, percebe-se que
não há
sentidoem
se integral'ou
assumir contratoscom
agentes queparticipam desta relação poucas vezes. Isso,
do
ponto de vistaeconômico
dessas organizações,é inviável. Portanto,
a fieqüência
das transações é muito importanteno
sentido de torna-lasviáveis, economicamente,
a
essesitema
organizacional.-
Grau
de
Incateza: Verifica-se que o grau de incerteza,ou
seja,a
expectativa dosagentes
econômicos
envolvido nas várias etapas produtivas, está relacionadoao
comportamento oportunista desses agentes.
Se
analisarmos essas transações sobuma
óticaintertemporal, verificamos que existe
uma
certa desconfiançaem
relaçãoà
atitude dessesagentes que estão sujeitos
a
uma
racionalidade limitadaSendo
assim, esses agentes sãomovidos a
desenvolver relações contratuai, nas quais constam cláusulas quediminuem
o impactos dos custosde
transação, casoalgum
dos agenteseconômicos
haja de maneira quenão
respeite o previsto nos contratos.
No
entanto,ee
grau de incerteza tendea
ir diminuindoà
medida
que existauma
maior interação desse agentena
cadeia produtiva-
Especiflcidade
dos Ativos:É
uma
das características mais importantes dentrodese
sistema organizacional.
Os
ativos especificos são definidoscomo
ativos. especializados, que,caso ocorra
uma
paralização de seu funcionamentoou
ruptura dos contratos, ocorreuma
perda
inevitável
em
todoo
processo produtivo, quebrandoa
continuidade das transações. Issoo
toma
fimdamental
dentro deuma
perspectivaeconômica
globaldo
processo produtivo.Confonne Pondé
(1995, p. 26), quatro são os fatores quepodem
determinaro
surgimento de ativos espectficos: .
27
I “a aquisição de equipamentos dedicados para ofertar ou consumir os bens ou
serviços transacionados. ou seja, unidades de capital
fxo
que são especiaiieadas e atendem arequerimentos particulares da outra parte envolvida na retação.(Os equipamentos são
dedicados quando seu uso e especifico para
uma
determinada fiinção);oa
expansão da capacidade produtiva direcionada e dimensionada unicamente paraatender à demanda de
um
conjunto de transações, implicandouma
inevitávei ociosidade (oerda)no caso de interrupção da reiação;
0 exigência de proximidade geográfica entre as partes que transaoionam, combinada
com custos de transferir unidadesprodutivas caso haja troca de demandante
ou
ofiartante;0 diferentes formas de aprendizado(espea`alizaçdo da mão-de-obra), que fazem
com
que os demandantes e ofertantes de determinados produtos acabem se servindo mutuamente
com
maior eficiência do que poderiam fazercom
novos parceirosEntão
a
especificidade dos ativos, dentro desse contexto, fazcom
que as organizaçõesque
operam
com
o sistema integrado de produçãodesenvolvam
formas de evitara
“quebra” dasrelações entre as etapas produtivas que
envolvam
ativos especificos, poisiso
resultarianuma
inevitável
perda
paraafirma
e não apenas paraa
etapa que se desligoudo
processo, visto queinterromperia
a
continuidadeda
produção. Essas fonnas de evitara
“quebra” das relações deprodução, e apresentam,
na
maioria doscaso,
com
a
formulação de contratos que atuamno
sentido de sustentar
a
integridade das transações, os quais, através de legislação específica,possuem
algunsmecanismos
de ajusteem
condições anormais de produção.Nesse
sentido,V “...quando o processo industrial exige certas caradertstims específicas do produto
agropecuario,pode-se afirmarque existe
uma
especificidade do ativo mantido pela indústria: oequipamento é mantido pela ƒinna e é destinado
a
produzir detemiinado conjunto de produtos edepende de materia-prima com especificações correias, isto è, que seja homogênea e que
apresente determinado padrão de quaiidade. "
FARINA E Z YLBERSZTAIN
(I 992).Então, arealização de transações recorrentes que envolvam, significativamente, ativos
específicos estimulará o desenvolvimento de instituições que garantam sua continuidade e
a
efetivação dos eventuais ajustes necessários. A
~
Os
aspectos até aqui mencionados são importante para analisar as caracteristicasda
organização das empresas para produzir competitivamente
na
indústria de fiangos,mas
deve-sePara
Campos
(1994 p.132),“a absorção de inovações combinadas
com
o desenvolvimento de fontes deaprendizagens internas direcionou as empresas para a diversificação das fontes de materias-
primas e desenvolvimentos de novos produtos
com
maior valor agregado. Esse processo deaprendizagem foi acompanhado pelo processo de integração para trás (matrizeiros e fábrica de
ração) articulado ao desenvolvimento de relações contratuais
com
os produtores de suínos eaves... ” _
O
novo paradigma
paraa
produção competitiva levou as empresas líderea
ampliarem seus esforços tecnológicos
em
todas as fases produtivasda
cadeia, eno
caso dasagroindústrias produtoras de frangos de corte,
a aborver
inovações biotecnológicasna
criaçãoe
manejo
das aves,além do
desenvolvimento de competências tecnológicas destinadasà
absorver inovações
em
produtos e procesos, então:9
“Esse conjunto de competências está relacionado ao paradigma tecnológico e pode
ser caracterizado pela (a) capacidade para controlar a absorção das inovações tecnológicas na
obtenção de matéria-prima, que se poderia chamar de capacidade para integrar e, (b) esforços
tecnoiogicos para absorver inovações nas fases de processamento, que se poderia chamar de
capacidade para diferenciar”. (CAMPOS. I 994, p. 1 33)
O
efeito das continuas inovaçõesna
agoindústria de frangos de corteprovocou
a
interligação das várias etapas
do
processo produtivo, isso fezcom
que aumentassea
necessidade de submetê-lo aos
comandos
deuma
organização central para facilitar o controlede todo o processo. ç
l
Um
exemplo
das interdependências tecnológicas éa
absorção de inovações deconentesda
aplicaçõesda
biotecnologiano
campo
do
melhoramento animal, que possibilitao controle sobre caracteristicas
do
tamanho, cor e quantidade de gorduradosanimais
e que sereflete nas possibilidades de
composição
dos produtos finais, nas etapas de processamento.A
automação nos processos de abate de aves, também, exige
uma
maior uniformidade das aves,que é obtida pelo controle
do
processo de criação emanejo dos
animai. Então,a
absorção deinovações
no
processamentotomou
importantetambém
o controleda
tecnologiana
etapa de29
Para
a
análiseda
geração e difusãodas inovações,“as possibilidades de aproveitamento das oportunidades tecnológicas oferecidas pelo
paradigma dependem, tambem, das formas de apropriabilidade privada dos resultados das
inovações. Tais formas resultam de
uma
combinação de fatores relacionados à natureza datecnologia e de seus reflexos nos processos, produtos e formas de aprendizagem, dos
instrumentos legais de proteção e, também, de aspectos relacionados às economias de escalas."
(Campos, 1994, p.I 35). \
.
As
condições de apropriabilidadegna
indústria de aves se relacionam,principalmente, aos custos de aprendizagem (capacidade técnica de acesso aos equipamentos e
capacidade de desenvolvimento de produto).
A
possibilidade de mantero
“segredo”da
fabricação
na
indústria, sedá
imiito mais pela possibilidade de evitara
difusão de detalhesdo
processo produtivo obtido através
da
acumulação de experiênciado
que pela guardada
fórmulado
produtoou
pelo registro de patentes, que inexistena
indústria brasileira de alimentos.Para
Campos
(1994, p.37)amparado
porTeece
(1986, p. 301-302), diz que:“...se geralmente a proteção legal dos lucros do inovador é garantida, as firmas
inovadoras,
podem
definir suas fronteiras baseadas simplesmente na sua habilidade paraidentificar as necessidades dos usuários e responder a estes através de pesquisa e
desenvolvimento. Quanto mais frágeis os métodos de proteção legal, maior sera o incentivo para
integrar
com
ativos especializados relevantes, consequentemente, quando as indústrias nasquais a proteção legal e fraca, podera ocorrer a integração para ativos especializados ou co-
especialzzados”. _
Então
na
indústria avtcola,apoibilidade
deaborção
de inovações paraa
produçãode sua matéria-prima básica, indica os esforços para garantir as condições de apropriabilidade
através
do
controle de ativos específicos e complementares paraa
fabricação competitivaO
controle de ativos complementares a produção competitiva éuma
forma de ampliaras condições de apropriabilidade
numa
indústria caga dinâmica tecnológica écaracteristicamente a de “dominados porfornecedores ", na qual-as fronteiras de oportunidades
tecnológicas são definidas parcialmente fora da indústria. Nesse contexto os esforços para
absorçäoide inovações, frente as condições de apropriabilidade dos resultados das inovações
estende-se também para a absorção de inovações na produção de matéria-prima e insumos.
Esses movimentos ocorreram nos limites da trajetória tecnológica indicada pelo paradigma
tecnológico na indústria de carnes que. entre outros aspectos, impôs
uma
maior artiazilaçdoentre as ,fases do processo produtivo e orientou o processo para ampliação do número de
produtos com reƒlecos sobre a maior necessidade de controle e utilização das matérias-primas
básicas e principais insumos (Campos 1994, p. I 40). -
8
Existe nas empresas agroindustriais, produtoras de frangos de corte, o que chamamos de conhecimento tácito, isto é, tecnologias que são utilizadas por elas e que sua imitatividade pelos concorrentes é dificllirna ou
até
mesmo
inimitável, justamente porque se desenvolveu internamente à empresaÉ um
conhecimento único desenvolvido pela empresa.Dentro desse ponto de vista, as empresas que se
tomaram
líderesna
indústriade
carnes
no
Brasil nos anos80
desenvolveram formas combinadas de integração vertical, atravésda
propriedade de: a) matrizeiros e fábricas de ração, tmidades nas quaiso
controleda
produção
da
matéria-prima básica é determinante; e b) relações contratuais nas fases de criação emanejo
da
ave, nos quaio
controle é exercido pela assistência técnica eo fomecimento
dos insumos básico.Nesse
sentido:“...
a
propriedadedas
fábricasde
rações ede
matrizeirospara
a
produção
de
pintosde
J dia indicamum
elevadograu de
cofrmlementariedade desses ativosao
núcieo
de
conjuntosde
habilidades tecnológicaspara
a absorção das
inovações,no
que
se referea
fabricação competitivaem
facedas
condiçõesde
oportunidade eapropriabilidade
da
indústria,Da mesma
florma,as
relaçõesde
contratocom
os
produtores rurais
podem
ser compreendidas,por
um
fado,pelo grau de
complementariedade
e,por
outro,pela
naturezada
especificidade desses aävos”.(CÁMPOSÇ
1994, p. 141). _Percebe-se que
a
produção econsumo
de frangono
Brasil desenvolveu-se nas duasúltimas décadas impulsionada por
uma
crescente diminuiçãodo
preçoda
carne de frangoem
relação às
demai
carnes, isso devido principalmenteà
introduçãode
novas estratégiasorganizacionais voltadas
a
uma
maior eficiência e produtividade.A
integração vertical aliada aos contratos de produção, principalmenteno
Suldo
Brasil, difimdiu-se intensamente.
Com
iso
surgiram vário estudos nesse sentido,com
autoresdistintos
em
sua
forma
de pensar e analisar tal estratégia de produção assumidas pelas agoindústrias.Como
podemos
verificar, autorescomo
Sorj e Graziano analisaram essa estratégiadentro
de
um
contexto de subordinaçãodo camponês
em
relaçãoa
essa agroindústrias (relaçãoindústria-agricult|n'a),
dado
_um
novo
“pacotetecnológico” direcionado para
a
agn'cultura.Segundo
ele, ocomponeses
ao decidirem se tornar parceiros das agroindústriasmodificaram
seu papelna
sociedade, alguns se proletarizando outros se capitalizando, o fato é quehouve
uma
transformação,também
em
decorrência deuma
politica paraa
agicultura que semodifica
31
favoreceu as agroindústrias e
não
os pequenos agricultores, para os quais,em
principio, essapolítica deveria atender.
Já autores
como
Farina e Zylbersztain eCampos,
analisamo
desenvolvimentoda
integração vertical pela ótica
do
custos de transação e das caracteristicas das inovaçõesrealçando
a
interdependência tecnológica ea forma
de produzir competitivamente.Para
essesautore, as empresas
operam
com
a
estratégia de integração vertical conciliada aos contratos,dada
as condiçõe de apropriação dos resultadosda
tecnologia, e buscam,cada
vez mais, novastecnologias de produtos e processos
afim
de aumentaram a
eficiência perante os concorrentes.Existem algumas formas legais de proteção das inovações
(Um
exemplo
ão as leis depatentes),
mas
quando
elas sãofiacas ou
até.meo
impossíveis,comoé
o
casoda
produção decame
de frango,a empresa
integracom
ativos especializados e complementares (ativosespecíficos e
com
alta complementariedade) para protegera
apropriabilidade de sua inovaçãoe manter-se
como
liderda
indústria ._
O
capítulo seguinte abordaráuma
breve caracterização, descrição e análise dos ativosdos diferentes segmentos
da
cadeia produtiva organizada via integração verticalda
produção de3. Caracterização e o grau de complementariedade e especificidade
do
ativosda
cadeiaprodutiva de frangos de corte.
'
Este capítulo se constitui
numa
breve apresentaçãoda
cadeia produtivado
setor defiangos
de corte,bem
como,uma
análiseda
especificidade e complementariedade decada
ativoda
cadeia, relacionadosa
uma
produção competitiva.'
A
integração verticalcombinada
com
os contratosde
parceriacom
o produtor 'rural éuma
forma
de organizaçãodifimdida
entre as grandes empresasda
agroindústria de frangode
corte.
Pode
sercompreendida
pelas 'caracteristicas dos processos produtivos e pelaspossibilidades de
melhor
se apropriar dos resultadosda
introdução de inovações.Nas
organizaçõe (instituições) econômicas queoperam
com
ativos específicos éestimulado o
deenvolvimento
de salvaguardas contratuais e organizações que sustentema
integridade das transaçõe,
no
'sentido de diminuira
incerteza comportmnental (oportunismo) epermitir
a
obtenção de reduções nos custos de adaptação e ajuste das transaçõesa
novascircunstâncias.
Para Pondé
(1994. p. 27) apenas ondea
especificidade dos ativos é desprezível,a
estrutural de gestão mais eficienteem
termos transacionais seria omercado
“impessoal”,o
conteúdo dos contratos limita-se,na
maioria das vezes,a
diferimentosna
entregaou no
pagamento. A