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Relatório de Estágio Profissional "UM LONGO PERCURSO EM BUSCA DA COMPETÊNCIA DIDÁTICA"

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UM LONGO PERCURSO EM BUSCA DA COMPETÊNCIA

DIDÁTICA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL

Relatório de Estágio Profissional, apresentado com

vista à obtenção do 2º Ciclo de Estudos conducente ao

grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos

Ensinos Básico e Secundário (Decreto-lei nº 74/2006

de 24 de Março e o Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de

Fevereiro)

Rúben Filipe Vertentes julho, 2015

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Um longo percurso em busca da

competência didática!

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL

Relatório de Estágio Profissional apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto com vista à obtenção do 2º ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário (lei nº 74/2006 de 24 de março e o Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de fevereiro).

Orientadora: Professora Doutora Paula Maria Leite Queirós

Rúben Filipe Pacheco Vertentes

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Ficha de Catalogação

Vertentes, R. (2015). Um longo percurso em busca da competência didática.

Relatório de Estágio Profissional. Relatório de Estágio Profissional para a

obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO FÍSICA, PROFESSOR, ESTÁGIO,

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“O objetivo, o foco, a persistência, e determinação nos levam a realização das nossas conquistas.”

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I

Agradecimentos

À prestigiada FADEUP, pela magnífica formação que me possibilitou, a nível pessoal e profissional.

À minha Orientadora Professora Paula Queirós, pela ótima transmissão de conhecimentos que me proporcionou ao longo do mestrado, estando sempre disponível para me ajudar em todas as dúvidas e dificuldades que senti neste meu percurso.

Ao meu Professor cooperante Luís Paulo Vieira, pela sua honestidade, simpatia e competência ao longo de todo o ano letivo. Através da sua experiência e conhecimentos, consegui evoluir muito e poder ser um bom professor no futuro.

Ao Professor Amândio Graça, por toda a sua dedicação e pela forma como se torna um verdadeiro amigo de todos os estudantes que passam pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

Aos meus pais, por todo o apoio que me deram ao longo do meu percurso académico. Por vezes, tivemos que passar algumas dificuldades juntos mas nunca me faltou nada e se estou prestes a ser Professor, tudo vos devo. Vocês são um enorme exemplo para mim!

Aos meus irmãos, Diogo e Vanessa, pela força e carinho que me demonstraram nos momentos mais difíceis e em muitas situações consegui dar a volta, devido a este mesmo apoio.

À fantástica namorada que tenho, agradeço toda a paciência e compreensão que teve comigo. A força que me transmitiu foi fundamental para a prossecução dos meus objetivos.

À Escola Secundária das Laranjeiras por me permitir realizar esta etapa importantíssima da minha formação, e a todos os professores desta escola,

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II

especialmente aos do Departamento de Educação Física, pelo acolhimento que me proporcionaram e fizeram sentir integrado desde o momento inicial.

Ao meu colega de estágio, Miguel Botelho, por todo o seu companheirismo e amizade. Este foi a ajuda mais próxima que tive. O seu espírito de entreajuda e cooperação tornou-se fundamental, face à enorme carga de trabalho do Estágio Profissional.

Aos meus alunos, por todo o carinho e boas lembranças que me proporcionaram. Inexoravelmente, estes foram responsáveis pela minha evolução como pedagogo, educador e promotor do conhecimento da Educação Física.

A todos os funcionários da Faculdade do Desporto do Porto e da Escola Secundária das Laranjeiras, pelo seu carinho, amizade e disponibilidade.

Aos meus colegas e amigos André Moreira, Mariana Duarte e Tomás Alvarez pela sua ajuda e companheirismo em todo o meu processo de desenvolvimento pessoal e profissional.

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III

Índice Geral

Agradecimentos ... I

Índice Geral... III

Índice de Figuras ... VII

Índice de Gráficos ... VIII

Índice de Quadros ... IX

Índice de Anexos ... X

Resumo ... XI

Abstract ... XII

Lista de Abreviaturas ... XIII

Capítulo I

Introdução

1.1 Caraterização Geral do Estágio e responsabilidades do Estagiário

... 2

1.2 Propósito do Relatório de Estágio ... 4

Capítulo II

Enquadramento Biográfico

2.1 Rúben ... 6 2.2 Expetativas pessoais em relação ao Estágio Profissional ... 10

Capítulo III

Enquadramento da Prática Profissional

3.1 Referências aos diferentes contextos... 16 3.1.1 Contexto Legal... 17 3.1.1.1 Regulamento do Estágio Profissional ... 17 3.1.1.2 Documento de Organização e Gestão do Departamento de Educação Física da Escola Secundária das Laranjeiras ... 17 3.1.2 Contexto Institucional ... 19 3.1.2.1 Faculdade de Desporto da Universidade do Porto ... 20

(8)

IV

3.1.2.2 Escola Secundária das Laranjeiras e seu meio envolvente ... 21

3.1.2.3 Equipamentos e instalações desportivas: potencialidades e limitações 23 3.1.2.4 Contributo da Escola Secundária das Laranjeiras na formação de professores de Educação Física ... 25

3.1.2.5 A minha integração na Escola – Principais desafios e dificuldades ... 26

3.1.2.6 Departamento de Educação Física e Desporto ... 29

3.1.2.7 Núcleo de Estágio ... 29

3.1.2.8 Escola Roberto Ivens – Minha Experiência com o 2º Ciclo ... 30

3.1.3 Contexto Funcional ... 31

3.1.3.1 A Turma do 9ºano e sua caraterização ... 31

3.2 Principais intervenientes no Estágio Profissional. ... 35

3.3 Ser Professor ... 37

3.4 O Professor de Educação Física ... 39

3.5 Professor Experiente VS Professor Estagiário ... 41

3.6 Professor reflexivo e a importância da reflexão ... 43

3.7 Relação Professor-Aluno ... 45

3.8 A Educação Física e o seu papel na escola atual ... 47

3.9 Implicações da Implementação da Educação Física no currículo escolar.. 49

3.10 A Educação Física à luz do Modelo de Estrutura do Conhecimento ... 50

Capítulo IV

Realização da Prática Profissional

4.1 Área 1 – Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem ... 52

4.1.1 Conceção ... 52

4.1.1.1 Programas de Educação Física – Análise crítica ... 53

4.1.1.2 Relação entre a teoria e a minha prática profissional ... 55

4.1.2 Planeamento ... 56

4.1.2.1 Do plano anual ao plano de aula ... 57

4.1.3 Realização ... 60

4.1.3.1 Instrução, Gestão, Disciplina e Clima ... 61

4.1.3.2 Os Modelos Instrucionais ... 64

(9)

V

4.1.3.4 As minhas dificuldades na Ginástica de Aparelhos ... 70

4.1.3.5 Portefólio Digital ... 71

4.1.4 Avaliação ... 72

4.1.4.1 Diferentes tipos de avaliação ... 73

4.1.5 Observação das aulas ... 75

4.2 Área 2 – Participação na Escola e Relação com a comunidade ... 76

4.2.1 Desporto Escolar – Reflexão sobre a minha participação ... 77

4.2.2 Direção de Turma – Reflexão sobre a minha participação ... 81

4.3 Área 3 – Desenvolvimento Profissional ... 83

4.3.1 Importância do Projeto de Formação Individual para o Relatório Final de Estágio ... 83

Capítulo V

Conclusões

5.1 Aprendizagens e sucesso obtido ... 86

5.2 Conclusão e perspetivas futuras ... 87

Capítulo VI

Disparidades comportamentais dos alunos nas aulas de

Educação Física

6.1 Resumo ... 90 6.2 Abstract ... 91 6.3 Introdução ... 92 6.4 Objetivo do Estudo ... 96 6.5 Metodologia ... 96

6.5.1 Descrição e Caraterização da Amostra ... 97

6.5.2 Delineamento do Estudo ... 97

6.5.3 Procedimentos - Métodos e instrumentos utilizados ... 103

6.6 Apresentação dos Resultados ... 103

6.7. Análise e Discussão dos Resultados... 109

6.8. Conclusões ... 111

(10)

VI

Capítulo VII

7.1 Referências Bibliográficas ... 116 7.2 ANEXOS ... XV

(11)

VII

Índice de Figuras

Figura 1 – Faculdade de Desporto da Universidade do Porto ... 21

Figura 2 – Escola Secundária das Laranjeiras ... 22

Figura 3 – Instalações Desportivas da Escola ... 23

(12)

VIII

Índice de Gráficos

Gráfico 1 – Problemas de saúde dos alunos ... 33 Gráfico 2 – Atividade desportiva regular da turma ... 33 Gráfico 3 – Disciplinas favoritas dos alunos ... 34 Gráfico 4 – Percentagem de comportamentos evidenciados pela turma (total das aulas) ... 103

Gráfico 5 – Percentagem de comportamentos perante uma liderança autoritária do professor... 104

Gráfico 6 – Percentagem de comportamentos perante uma liderança permissiva do professor ... 104

Gráfico 7 – Percentagem de comportamentos de acordo com o momento da aula (parte de manhã) ... 105

Gráfico 8 – Percentagem de comportamentos de acordo com o momento da aula (parte da tarde) ... 105 Gráfico 9 – Percentagem de comportamentos de acordo com o espaço da aula (espaço aberto) ... 106

Gráfico 10 – Percentagem de comportamentos de acordo com o espaço da aula (espaço fechado) ... 106

Gráfico 11 – Percentagem de comportamentos dos alunos, de acordo com as modalidades lecionadas ... 107

Gráfico 12 – Respostas dos professores do departamento de Educação Física à questão colocada ... 108

(13)

IX

Índice de Quadros

Quadro 1 – Idades apresentadas pelos alunos da turma ... 32 Quadro 2 – Razões apresentadas para as dificuldades nas disciplinas ... 34

(14)

X

Índice de Anexos

Anexo I – Planeamento Anual de Turma ... XVI Anexo II – Grelha de Registos aplicada no Estudo ...XVIII

(15)

XI

Resumo

O presente relatório final de estágio surge no âmbito da Unidade Curricular – Estágio Pedagógico, inserido no segundo ano do Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundários. O Estágio Profissional tornou-se fundamental na minha formação pessoal e profissional, tendo em conta os objetivos a ele inerentes, nomeadamente no que concerne à sua contribuição para o enriquecimento da minha profissionalização como professor de Educação Física. O principal objetivo deste documento visa a minha necessidade de descrever, analisar e refletir de uma forma organizada e objetiva, todo o meu trabalho desenvolvido ao longo deste ano letivo, resultante da lecionação da disciplina de Educação Física, a uma turma do 9º ano de escolaridade, na Escola Secundária das Laranjeiras. Este documento encontra-se estruturado em encontra-seis capítulos. O primeiro, referente à “Introdução”, aborda as principais finalidades e objetivos do Estágio Profissional. O segundo, denominado “Enquadramento Biográfico”, aborda o meu percurso pessoal e académico e as minhas expetativas iniciais em relação ao Estágio Profissional. No terceiro, insere-se todo o enquadramento da prática profissional, numa abordagem na qual destaco como principais pontos: o Estágio Profissional, referência aos diferentes contextos (legal, institucional e funcional), o papel do professor, a Educação Física nas escolas e a relação professor/aluno. No quarto, efetuo uma descrição cuidadosa e reflexiva de toda a minha prática profissional, atendendo às três diferentes áreas de desempenho pedagógico (Área 1 – Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem; Área 2 – Participação na Escola e a relação com a comunidade; Área 3 – Desenvolvimento Profissional). O quinto diz respeito ao meu estudo de investigação-ação. A minha intencionalidade visa perceber o porquê das disparidades de comportamentos dos alunos nas minhas aulas de Educação Física. No sexto e último capítulo, são referidas as minhas principais conclusões de todo o trabalho desenvolvido e minhas prespetivas futuras.

PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO FÍSICA, PROFESSOR, ESTÁGIO,

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XII

Abstract

The present final internship report arises in the ambit of the educational course internship, which is part of the second year of the Master’s Degree in basic and high school physical education. The professional internship became fundamental in my personal and professional education, having in mind the inherent objective, namely on which concerns in its contribution for the enrichment of my professionalization as a gym teacher. The main purpose of this document is aimed towards my need to describe, analyze and consider, in an organized manner, all of my work developed throughout the school year, resultant of the teaching of the physical education discipline, to a 9th grade class, at the Escola das Laranjeiras. This document is divided by six chapters. The first, the “Introduction”, addresses the main goals and objectives of physical education. The second, named “Biographic Framework”, addresses my personal and academic journey and my initial expectations towards physical education. In the third chapter, I have inserted the professional practical framework, in an approach with which I highlight as main points: the physical education, reference to the different contexts (legal, institutional and functional), the role of the teacher, physical education in schools and the teacher/student relationship. In the fourth chapter, I elaborate a careful and reflective description of all of my professional practice, attending to the three different areas of teaching performance (Area 1 – Organization and managing of teaching and learning; Area 2 – Participation in the school and the relationship with the community; Area 3 – Professional Development). The fifth is in regard to my study of action-investigation. My intentionality is aimed to understand the disparity of my student’s behavior in my physical education classes. The sixth and final chapter, my main conclusions are referred of all of my work developed and my future expectations.

KEY WORDS: PHYSICAL EDUCATION, TEACHER, INTERNSHIP,

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XIII

Lista de Abreviaturas

ADE`S – Atividades Desportivas Escolares DOG – Documento Organizacional de Gestão EF – Educação Física

EP - Estágio Profissional

ESL – Escola Secundária das Laranjeiras

FADEUP – Faculdade de Desporto da Universidade do Porto JDC – Jogos Desportivos Coletivos

MD – Modelo Desenvolvimental

MEC – Modelo de Estrutura do Conhecimento

MEEFEBS - Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário

MID – Modelo de Instrução Direta PAA – Plano Anual de Atividades PC – Professor Cooperante PEE – Projeto Educativo Escolar PFI – Projeto de Formação Individual

PNEF`S – Programas Nacionais de Educação Física PO – Professora Orientadora

PTI – Professor a Tempo Inteiro RE – Relatório de Estágio

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1

Introdução

Este documento insere-se no âmbito da unidade curricular de Estágio Profissional (EP), do 2.º ano do Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário (EEFEBS), da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP), e tem como objetivo a elaboração de um relatório de estágio em que descreve todo o meu trabalho realizado, enquanto estagiário, no ano lectivo 2014/2015, na Escola Secundária das Laranjeiras (ESL), Ponta Delgada, Açores.

Todo o meu EP desenvolveu-se num núcleo de estágio, formado por mim e pelo meu colega estagiário Miguel Botelho, tendo o nosso acompanhamento sido realizado pelo meu Professor Cooperante (PC) Luís Paulo Vieira, atuando na ESL, e pela minha Professora Orientadora (PO) Paula Queirós, atuando diretamente da FADEUP.

Ao longo de todo o ano letivo, lecionei uma turma de 9º ano. Também lecionei uma unidade didática (Ginástica de aparelhos) no 1º Período, numa escola de 2º Ciclo (Roberto Ivens), no intuito de obter experiência na lecionação de aulas de Educação Física (EF), com alunos de faixas etárias inferiores. Tive ainda a oportunidade de ser Professor a tempo inteiro, durante uma semana (20 a 24 de Abril), na qual lecionei sete turmas distintas, procurando sempre dar a melhor resposta no sentido de adquirir a máxima experiência e aprendizagem num contexto mais próximo da minha realidade profissional.

Este segundo ano de EP é o último passo do meu longo percurso académico. Neste estágio tive a oportunidade, num plano mais funcional, de por em prática todos os meus conhecimentos e experiências adquiridas ao longo de toda a minha formação universitária.

Chu, Kwan e Warning (2012), consideram o estágio profissional um importante processo na preparação dos estagiários para as suas futuras atividades profissionais. Os autores referem ainda que toda a experiência prática e as aprendizagens informais adquiridas por meio de outras instituições

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2

(escolas) são formas de aperfeiçoamento das habilidades dos estagiários, permitindo-lhes alcançar novas perceções sobre o seu futuro profissional.

Paulo Freire, referido por Alarcão (1996b, p.177) considera a consciencialização como um elemento fundamental proveniente de uma atitude de questionamento e que deve ser confrontada com as práticas letivas.

Alarcão (1996b) refere ainda que “quanto maior a capacidade de reflexão, maior a capacidade de automatização”, ou seja, um professor estagiário deve ter a capacidade de refletir sobre a sua prática e gerir as suas próprias aprendizagens de forma a ganhar maior autonomia. Assim sendo, no presente relatório estão descritas, de um modo consciente e reflexivo, todas as minhas situações de aprendizagem, limitações, desafios, dificuldades sentidas e principais expetativas.

1.1. Caracterização geral do Estágio e responsabilidades do Estagiário

“Uma das grandes virtudes deste segundo ano (Estágio Profissional) é que possibilita-me a minha integração, de uma forma orientada e objetiva num contexto profissional que para mim é único, refletindo sobre as minhas ações, em busca de uma melhor performance e assim poder vir a ser melhor profissional/docente do ensino da educação física no âmbito escolar”.

(Reflexão pessoal Aula nº 17 e 18 – 23/10/2014)

As normas orientadoras do EP referem que “O Estágio Profissional visa

a integração no exercício da vida profissional de forma progressiva e organizada, em contexto real, desenvolvendo as competências profissionais que promovam nos futuros docentes um desempenho crítico e reflexivo, capaz de responder aos desafios e exigências da profissão” (Matos, 2014, p.3).

No entendimento de Ribeiro da Silva (2012), o EP refere-se a um

“momento fundamental na formação profissional dos jovens professores, sendo, frequentemente, a única experiência de ensino acompanhado antes do fim da sua formação inicial”. É um processo de enorme responsabilidade e

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3

um professor com qualidade, competente e conhecedor da relação entre a teoria e a prática, contextualizando o seu conhecimento no espaço escolar.

Para Pimenta e Lima (2004, p.156, cit. por Sérgio, 2014, p.20) o EP necessita de ter uma “dimensão ampla, em que estejam presentes a escola e

sua organização social, o trabalho docente e a sala de aula”.

Segundo Ritnner (1999, cit. por Oliveira; Piccinini & Retour, 2010) o estudante-estagiário, por intermédio do EP, familiariza-se com as todas as atividades, além de representar um meio de inserção profissional.

De acordo com Gonçalves Júnior e Ramos (1998, p.14), o EP não pode ser entendido, por toda a comunidade educativa, como um mero cumprimento de uma exigência legal, desassociado da sua realidade. Este deve sim, ser pensado e realizado tendo sempre por base o papel do estagiário, a universidade que o prepara e a escola futura depois da formação académica.

O EP iniciou-se no dia 1 de Setembro de 2014 e estendeu-se até final do ano letivo. De acordo, com o regulamento da Unidade Curricular Estágio Profissional do Ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em EF nos Ensinos Básicos e Secundários da FADEUP, as atividades do EP obedecem a 3 áreas de desempenho distintas.

Atendendo ao mesmo regulamento, o meu compromisso passou por cumprir diversificados objetivos, papéis e responsabilidades das quais destaco:

Realizar todas as tarefas previstas nas normas orientadoras do EP;

Elaborar e realizar o meu Projeto de Formação Individual (PFI);

Lecionar a turma do 9ºano ao longo do ano letivo, realizando as diversas tarefas de planificação, realização e avaliação inerentes;

Participar em todas as reuniões dos diferentes órgãos da Escola e sessões de natureza científica, cultural e pedagógica, realizadas na ESL;

Elaborar e manter atualizado o meu portefólio digital;

Observar diversas aulas do meu colega de Núcleo de Estágio Miguel Botelho e do meu PC Luís Paulo Vieira;

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4

Assessorar os trabalhos de direção de turma, de coordenação de grupo e de departamento, com o intuito de conhecer todas as funções e cargos de um professor de EF;

Colaborar nas inúmeras atividades do Desporto Escolar;

Elaborar e defender publicamente o Relatório de Estágio. 1.2. Propósito do Relatório de Estágio

Este Relatório de Estágio (RE) pretende ser um documento organizado, objetivo e de fácil leitura, com o propósito de descrever e refletir sobre todas as atividades que foram efetuadas durante este ano de estágio, atendendo a três dimensões essenciais: a investigação, a ação e a reflexão.

Este documento é um modo de finalizar, sistematizar e refletir um longo percurso, conjugando a teoria com a prática. Este meu caminho não termina por aqui, pois um professor competente deve estar sempre atualizado e em formações contínuas.

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Enquadramento Biográfico

2.1. Rúben

Após efetuar uma auto-reflexão e análise, empenhei-me em descrever quem sou eu, bem como todo o meu percurso até este momento, referindo a pessoa que será um futuro professor de Educação Física, capaz de educar e formar pessoas.

Chamo-me Rúben Filipe Pacheco Vertentes, tenho 28 anos, nasci na Ilha de São Miguel (Açores) a 4 de Outubro de 1986 e sou natural do concelho da Povoação. Morei vários anos na freguesia das Furnas com os meus pais. Atualmente resido na cidade de Ponta Delgada com a minha namorada.

Como principais virtudes, sou uma pessoa dinâmica, humilde, muito paciente, trabalhadora, perfecionista e com os meus objetivos bem delineados. Tento sempre dar o meu melhor em tudo o que participo e estou sempre pronto a aprender. Quanto aos meus defeitos, sou por vezes teimoso e inseguro.

Em relação à minha família, tenho uns pais fantásticos que estão sempre a meu lado, um irmão que se encontra a finalizar a licenciatura em Enfermagem na Universidade dos Açores e uma irmã a concluir o oitavo ano de escolaridade.

As palavras acima descritas poderiam resumir a minha pessoa. Contudo, seria redutor e limitativo identificar-me em apenas algumas palavras. Assim sendo, sem deixar de tentar ser sucinto, posso afirmar que o Desporto sempre esteve presente na minha vida.

Sendo nos recreios escolares, com os meus amigos após as aulas, com o meu irmão em casa após o jantar, entre outras situações, o que eu queria era uma bola para poder jogar futebol. Foi com enorme felicidade, que aos 10 anos, minha mãe colocou-me num clube desportivo da minha freguesia, o Futebol Clube Vale Formoso. A partir daí, até aos meus 20 anos, fiz sempre parte desta instituição como jogador federado.

Frequentei no ensino secundário, o curso científico-humanístico de Ciências e Tecnologias. Apesar de adorar o mundo desportivo, não escolhi a opção de Desporto, devido à escassez de materiais desportivos e de

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estruturas que havia na minha escola para a prática da maioria das modalidades que são lecionadas na disciplina de Educação Física. Apesar das condições precárias da minha escola, sempre tive bons professores, especialmente de Educação Física. Identificava-me muito com estes e comecei a questionar o porquê de não poder ser um professor de Educação Física no futuro.

Após concluir o ensino secundário, desejava ingressar no ensino superior. Procedi a uma pesquisa on-line para verificar quais as faculdades de Educação Física do país que permitiam como prova de ingresso, a disciplina de Psicologia porque tinha sido nesta disciplina que obtive, o meu melhor resultado num exame nacional, 16 valores e este era um aspeto que não poderia ignorar. Após esta pesquisa, a única faculdade que aceitava esta prova de ingresso era a Universidade da Madeira. Candidatei-me como primeira opção, para esta faculdade no curso de Educação Física e Desporto e consegui ficar colocado na 13ª posição de 40 vagas.

Com o meu sonho bem vincado de um dia poder ser um profissional de Educação Física senti a necessidade de abdicar da minha prática desportiva e de deixar para trás, o que de mais importante tenho neste mundo, a minha família, rumo à ilha da Madeira. Considero este passo, um dos mais importantes na minha vida até ao momento. Os meus primeiros meses na ilha não foram de fácil adaptação. Apesar de estar novamente num território insular, a ilha da Madeira é mais desenvolvida que a ilha de São Miguel.

Os meus professores exigentes na faculdade, os meus novos colegas, um novo lar, a distância da família e amigos, as minhas dificuldades em cozinhar foram, indubitavelmente, os principais motivos para as minhas dificuldades de adaptação a uma nova realidade. Outra enorme dificuldade que senti foi o facto de não saber nadar. Este sempre foi um segredo meu, que partilho neste relatório de estágio, dizendo que entrei num curso de Educação Física sem saber nadar. Apesar de viver numa ilha, muito poucas vezes ia a uma praia e nunca me senti à vontade no mar ou numa piscina. Mal sabia eu as dificuldades que me esperariam. Ainda lembro-me como se fosse hoje, na aula de apresentação na faculdade, o meu Coordenador de Curso, Professor

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Doutor Jorge Soares perguntar se alguém tinha dificuldades na natação e eu fui o único a por o dedo no ar referindo que não sabia nadar. Fui gozado pelos meus colegas durante um largo tempo. Apesar de todas estas adversidades, não baixei os braços e comecei a ter aulas de natação. Tive aulas durante todo o 1º semestre do 1º ano, das 6h às 7h da manhã, por ser de madrugada que o professor Jorge Soares estava disponível para me poder ajudar. Consegui “aprender a nadar” após diversas aulas de empenho, persistência e muita motivação intrínseca da minha parte.

Todas as razões acima referidas acabaram por tornar difícil a minha integração na faculdade e no meu primeiro ano, apenas consegui efetuar 5 de 8 cadeiras anuais. Após este primeiro ano e já estando mais integrado, senti a necessidade de ter que acelerar porque senão iria ter problemas sérios com os meus pais, caso não estivesse a corresponder às expetativas iniciais.

Sempre que tinha a oportunidade em participar em torneios de futebol ou futsal na Universidade participava. No meu 3º ano, participei num torneio de futsal denominado “Troféu do Reitor” promovido pela Associação Académica da Universidade da Madeira. Neste torneio, logo no 1º jogo, nos instantes iniciais da partida lesionei-me com alguma gravidade no joelho direito, tendo sido transportado de ambulância para o Hospital. Após realizar uma ressonância magnética foi diagnosticado uma rotura de ligamentos do cruzado anterior e uma fissura total do menisco, com um tempo de paragem estimado de 6 meses. Após esta lesão, esperei cerca de 2 meses para ser operado. Durante este tempo, foram enormes as dificuldades que senti para me deslocar para a faculdade e realizar as minhas tarefas diárias, mas nunca deixei de presenciar todas as aulas e cumprir com os meus deveres. Fui operado numa clínica privada localizada na cidade do Funchal. Toda a minha recuperação foi feita no Clube Nacional da Madeira e decorreu com sucesso.

Com todos estes condicionalismos, tornou-se para mim praticamente impossível terminar a licenciatura nos três anos devidos. Assim sendo, necessitei de um ano extra para realizar duas unidades curriculares e o estágio profissional. Dadas as dificuldades económicas dos meus pais, senti por bem

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9

realizar um part-time na entidade Pans & Company de forma a suportar os meus encargos ao longo do ano.

Acabei por realizar o meu estágio final da licenciatura no Clube Nacional da Madeira, tendo sido este um estágio muito gratificante e no qual aprendi muito. Neste estágio, os meus principais objetivos consistiram na realização de funções de comunicação com o público-alvo, divulgação de eventos, criação de quadros competitivos e elaboração de calendarizações, treinador dos escalões de formação do clube, entre outras funções. Importante será dizer, que este estágio despertou-me competências no sentido de efetuar um transfer para a prática, de todo o conhecimento adquirido. Após este estágio, concluí a minha licenciatura, no ano de 2011, com uma média final de 12 valores.

Regressei aos Açores, como jovem licenciado e concorri a um estágio de transição denominado “Estagiar L” para a vida ativa de jovens recém formados promovido pelo Governo Regional dos Açores. Após concurso, fiquei colocado num Centro Social e Cultural, na Freguesia do Cabouco. Neste estágio, o meu objetivo passou por dinamizar inúmeras atividades sociais e culturais, nomeadamente: apoio a criança e jovens problemáticos e desfavorecidos, educação e formação profissional dos cidadãos e outras restantes atividades de interesse social. Inexoravelmente, nesta entidade adquiri uma bagagem importante de conhecimentos e experiências para poder aplicar nas escolas ou em clubes.

Para além deste estágio remunerado, voltei a estar associado ao futebol, desempenhando funções de treinador principal do escalão de infantis “A” no Clube Futebol Vale Formoso e como diretor do plantel sénior do mesmo clube. Finalizada a época desportiva 2012/2013 recebi propostas de alguns clubes da ilha para ser treinador principal de escalões com idade superior. Apesar de serem boas propostas, comecei-me a aperceber que sem o grau de Mestre, nunca poderia alcançar um sonho antigo de lecionar a disciplina de Educação Física numa escola.

Na luta pelo meu sonho e também por ter a consciência que investir na minha formação é sempre positivo, procedi à minha candidatura no 2º Ciclo em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, na Faculdade de

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Desporto do Porto (FADEUP) e consegui ser colocado. Optei pela FADEUP em vez de outras faculdades do país, devido ao facto de esta ser considerada por muitas pessoas a melhor faculdade de Desporto, a nível nacional. Outra razão que pesou na minha preferência foi de já ter estado anteriormente de visita, no Porto e achar esta cidade, uma cidade fantástica.

Em setembro de 2013, ingressei então na FADEUP e desde o primeiro momento procurei dar o meu melhor em tudo o que do mestrado se tratasse. Foi com uma enorme satisfação que soube da oportunidade que tinha em poder realizar o meu 2º ano nos Açores, na Escola Secundária das Laranjeiras. Nem pensei duas vezes e para mim foi fundamental poder estar mais próximo da minha família, namorada e amigos.

Em simultâneo com o Estágio Profissional, encontro-me a monitorizar aulas de natação (a diferentes escalões) no complexo de piscinas Viriato Madeira, na cidade da Ribeira Grande.

O Estágio Profissional foi sem dúvida, o momento mais importante e marcante de todo o meu percurso académico.

2.2. Expectativas pessoais em relação ao Estágio Profissional

“É bom sonhar, mas melhor é sonhar e trabalhar. A fé é poderosa, mas a ação com a fé é mais poderosa ainda”.

Thomas Robert Gaines

Após ficar a conhecer a instituição na qual iria estagiar, a minha primeira preocupação foi conhecer e analisar o Plano Anual de Atividades (PAA) e o Projeto Educativo Escolar (PEE) de forma a perceber qual a missão da Escola Secundária das Laranjeiras, facilitando assim o meu processo de inclusão neste contexto educativo particular.

Depois de finalizado o meu percurso da licenciatura e do primeiro ano do 2º ciclo, cheguei então ao aguardado e desejado ano de EP.

A concepção que tinha do EP era deste ser um ano de muito trabalho e muita responsabilidade. Tinha consciência de que seria um ano duro mas daria o meu melhor a fim de alcançar o meu grande de sonho, ser professor de EF.

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11

“Para mim este estágio é a oportunidade de uma vida para poder alcançar o meu sonho que é ser professor de Educação Física. Assim sendo, encaro-o com uma enorme responsabilidade e empenho e sempre com uma vontade enorme em aprender. Estou cada vez mais consciente que ser professor não é uma profissão fácil e exige muito de mim”. (Projeto de

Formação Individual)

Desde o primeiro momento, encarei o EP com a máxima responsabilidade, humildade, esforço e determinação para assim conseguir alcançar os objetivos pretendidos.

Ramos (2007) salienta que os estágios profissionais em EF devem ser encarados como um momento importante de aquisição de conhecimentos e que necessitam ser valorizados por toda a estrutura curricular, pelos professores universitários e pelos formandos.

Segundo Onofre (2002, p. 188), a prática pedagógica é essencial na formação do futuro professor, pois permite que este ponha em prática os conhecimentos científicos e teóricos adquiridos durante a formação inicial, no contexto escolar. A sua ausência “provoca muitas dificuldades no estudante,

principalmente no que diz respeito à necessidade de entrelaçamento de saberes científicos com saberes pedagógicos e práticos” (Krug, 2001 cit. por

Lima, et al., 2014, p. 88).

O EP, na minha opinião possibilitou-me a aquisição de experiências enriquecedoras e gratificantes que no futuro poderei utilizar no desempenho da atividade profissional em contexto não supervisionado.

O nervosismo, inquietação e ansiedade foram algumas sensações que me acompanharam na fase inicial do EP, resultando daí, inúmeras incertezas, medos e receios. Que receção na ESL? Como seria o meu professor cooperante? Qual o ano de escolaridade e a turma que iria lecionar? Uma turma com bom comportamento? Que condições espaciais e materiais a ESL apresentava para a prática de EF? Estaria à altura do desafio imposto pelas exigências do EP? Estas foram algumas das perguntas às quais fui obtendo respostas diárias, quase sempre marcadas pela positiva.

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Uma das minhas principais intencionalidades neste EP foi dar a real importância à disciplina de EF. Como poderia fazer isto? Ao longo das minhas aulas, tive sempre a preocupação dos meus alunos terem prazer e gosto pela prática desportiva, promovendo nas aulas atividades lúdicas, dinâmicas, estimulantes e interessantes. Procurei inovar e diversificar, estabelecendo uma melhor relação entre a teoria e a prática na metodologia de ensino. Procurei transmitir uma mensagem aos meus alunos de que as aulas de EF não são apenas uma recreação nem uma hora de lazer, mas sim uma aula como todas as restantes disciplinas, com diversos conhecimentos que só trazem enormes benefícios, aplicados ao cotidiano.

Infelizmente, cada vez mais, não é dada a devida importância à EF. Esta disciplina nem sempre é colocada como uma real educação humana, mas simplesmente como um suporte para as atividades desportivas o que acaba por tornar a disciplina dispensável. Cabe-me a mim e a todos os profissionais de EF transformarmos todo este paradigma.

Outro propósito foi o desenvolvimento das capacidades físicas e motoras dos alunos, conseguindo que estes adquirissem interesse pela prática de atividades físicas desportivas e exercício regular.

Outra intenção, como professor estagiário foi cumprir, com sucesso, todas as tarefas regulamentadas nas normas do EP.

Como objetivo pessoal, pretendia terminar o EP com o sentimento de dever cumprido e com os melhores resultados. Para tal, tive de esforçar-me e superar-me a mim mesmo, ultrapassando todas as dificuldades e adversidades, tendo amadurecido a nível pessoal e profissional.

Na relação professor-aluno, pretendia ser um professor dinâmico capaz de motivar os alunos e fazer com que se ajudassem uns aos outros. Tive o objetivo de poder marcar os meus alunos pela positiva, para que mais tarde, estes guardassem boas recordações das aulas do professor estagiário e de todas as experiências proporcionadas.

Relativamente às minhas carências e dificuldades, a solução passou por refletir constantemente sobre as minhas ações, tentando obter soluções para os problemas surgidos.

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Seguindo esta linha de pensamento, Vieira (1993, p.26) refere que “a reflexão constitui um instrumento-chave de teorização a partir da experiência e da reestruturação de saberes anteriores” e através do ato de refletir, consegue-se compreender as ações realizadas, tornando o formando mais consciente do seu desempenho e assim possibilitar o seu crescimento pessoal e profissional.

Em relação às minhas expetativas sobre a ESL, desejava que esta fosse uma escola com qualidade, que oferecesse boas condições físicas e materiais para a prática de EF e meios de trabalho que promovessem o processo ensino/aprendizagem.

Quanto à minha orientadora de Estágio, a Professora Doutora Paula Queirós, as minhas expetativas foram que me possibilitasse um aperfeiçoamento das minhas competências com vista a atingir o sucesso profissional.

Sobre o meu professor cooperante, Professor Luís Paulo Vieira, tinha a perfeita consciência de que este seria um elemento fundamental para a minha orientação/sucesso deste Estágio Profissional. Nem todos os estagiários têm a oportunidade de serem supervisionados por um professor tão competente, rigoroso e exigente. Para corresponder às minhas expetativas e às do meu professor cooperante, tive de ser uma pessoa organizada, dedicada, disponível e competente. Estas foram, indubitavelmente, as caraterísticas fundamentais para o sucesso da minha relação com o meu professor cooperante.

Sobre o núcleo de Estágio, prespetivava criar uma boa relação com o meu colega de estágio Miguel Botelho. Seria fundamental darmo-nos bem, ajudando-nos um ao outro. Este era a minha ajuda mais próxima. Era um objetivo pessoal manter sempre o espírito de entreajuda e cooperação com o meu colega, face à enorme carga de trabalho que o EP exige. Com este, pretendia partilhar todas as minhas alegrias, receios e dificuldades desta prática.

No que concerne ao departamento de EF, esperava encontrar professores que apoiassem a minha integração na escola. Queria construir uma relação de companheirismo com todos os professores, partilhando informações e conhecimentos. No decorrer do EP, tenho a consciência de que

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aproveitei ao máximo toda a disponibilidade demonstrada, tendo assim aperfeiçoado as minhas competências profissionais.

No que respeita aos órgãos de gestão da escola, auxiliares de ação educativa e professores em geral, tinha o intuito de estabelecer uma relação positiva com todos, de forma a explorar o potencial da ESL. Através da experiência de todos só fiquei a ganhar, construindo boas relações profissionais com toda a comunidade escolar.

Todas estas minhas expetativas acabaram por se concretizar no meu EP. Através do meu cotidiano na Escola, consegui adquirir maior competência e conhecimentos.

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Enquadramento da Prática Profissional

3.1. Referências aos diferentes contextos

O EP é a grande e última possibilidade que um estudante-estagiário tem para adquirir experiência pessoal e profissional num contexto real e supervisionado, durante um ano letivo completo. Batista (2011) cit. por Batista e Pereira (2014, p.89), salienta que o EP tem o intuito de “dotar e capacitar o

futuro professor de Educação Física de ferramentas que auxiliem a desenvolver uma competência baseada na experiência refletida e com significado”.

Importa salientar que todo este EP encontra-se orientado e definido de acordo com diferentes orientações, que podem ser de caratér legal, institucional e funcional.

O contexto legal está associado a todo um conjunto de regulamentos que definem o EP. Assim sendo, evidenciarei alguns decretos-lei fundamentais para a estruturação e funcionamento do EP. Do mesmo modo, será apresentada a natureza e objetivos do regulamento do EP e por fim, uma abordagem sobre o documento organizacional e de gestão (DOG) da ESL.

O contexto institucional congrega as instituições que nortearam a minha experiência profissional supervisionada (FADEUP e ESL). Neste contexto, de um modo objetivo, farei transparecer a faculdade onde me formei, a escola onde estagiei e todo o seu meio envolvente, os equipamentos e materiais desportivos que tinha ao dispor dos professores, todo o meu processo de integração na ESL, o meu núcleo de estágio e a minha experiência enriquecedora na Escola Roberto Ivens.

Por fim, o contexto funcional refere-se ao modo de funcionamento do EP e está interligado às funções vitais de cada interveniente. Neste âmbito, farei uma análise detalhada sobre a turma que fui responsável, as funções dos principais intervenientes neste estágio, o professor reflexivo e a importância da reflexão, a relação professor-aluno, a Educação Física na escola atual e os diferentes estilos de liderança por parte um professor.

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3.1.1 Contexto Legal

De acordo com Matos (2014, p. 2) toda a estruturação e funcionamento do EP obedece a inúmeros regulamentos, entre os quais, o regulamento geral da Universidade do Porto, o regulamento geral da FADEUP e o regulamento do Curso de MEEFEBS.

3.1.1.1 Regulamento do Estágio Profissional

Atendendo à natureza do EP, o regulamento da unidade curricular EP (artigo 2º) refere que “A Iniciação à Prática Profissional do Ciclo de Estudos

conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP) integra o Estágio Profissional – Prática de Ensino Supervisionada (PES) e o correspondente Relatório (RE), rege-se pelas normas da instituição universitária e pela legislação específica acerca da Habilitação Profissional para a Docência (…) O EP é uma unidade curricular do segundo ciclo de estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física da FADEUP e decorrer nos terceiro e quarto semestres do ciclo de estudos” (Matos, 2014, p.2).

Em relação ao objetivo, é referido no artigo 2º, pela mesma autora que

“O EP visa a integração no exercício da vida profissional de forma progressiva e orientada, através da prática de ensino supervisionada em contexto real, desenvolvendo as competências profissionais que promovam nos futuros docentes um desempenho crítico e reflexivo, capaz de responder aos desafios e exigências da profissão”.

3.1.1.2 Documento de Organização e Gestão de Departamento de Educação Física da Escola Secundárias das Laranjeiras

Após finalizar o meu primeiro ano de MEEFEBS, o meu grande desejo era poder regressar aos Açores e efetuar o EP em São Miguel, podendo assim estar mais próximo da minha família e dos meus amigos. De igual modo, tinha conhecimento de que se fizesse o EP na Ilha de São Miguel, realizava-o na

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ESL, e tenho a consciência que nem todos os estagiários puderam efetuar o seu EP numa escola que lhes oferecesse todas as condições e recursos para a lecionação das aulas de EF.

Tive a possibilidade de lecionar as minhas aulas de EF num pavilhão, na sala de ginástica, na sala de Judo, na sala de treino físico, na piscina de 25 metros, em 2 campos de futsal com piso de relva sintética, pista de atletismo ou até numa estrutura artificial de escalada interior. Através destas fantásticas condições, tornou-se para mim mais fácil cumprir todo o programa nacional do 3º ciclo.

Apesar das ótimas condições da ESL, ao longo do ano letivo, fui verificando uma desmotivação, desinteresse e fraca adesão, dos alunos em geral, na participação nas atividades desportivas escolares promovidas e organizadas pelo Departamento de EF, nas atividades de crédito, no Laranjeiras Clube, etc.

A interpretação que faço deste facto é que nem sempre é suficiente ter-se uma boa escola, quando os próprios alunos não estão motivados e disciplinados para a prática desportiva. É fundamental um professor ser proativo, dinâmico, competente e rigoroso para assim conseguir motivar os seus alunos e alterar todos estes maus hábitos.

Com a intencionalidade de poder alterar este paradigma, e também de melhorar toda a organização e funcionamento escolar, o Departamento de EF da ESL definiu um documento próprio, denominado Documento de Organização e Gestão. Qual a sua finalidade? Segundo este mesmo documento (2014, p.3), “estabelecer as normais e os procedimentos a observar

pela Escola Secundária das Laranjeiras na matéria referente às características, organização e gestão de Educação Física e do Desporto Escolar”, sempre

respeitando e tendo por base os Programas Nacionais de EF (PNEF`S). Perante isto, este documento para mim, sendo estagiário, ou para um professor novo na ESL ou mesmo até para os professores com mais experiência profissional, este documento é com certeza, uma mais-valia, permitindo aos docentes de EF, um melhor enquadramento e organização com a realidade e

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dinâmica escolar. Infelizmente, nem todas as escolas possuem um documento orientador desta natureza.

Relativamente à sua estruturação, o DOG é constituído por onze capítulos: 1- caraterização do contexto educativo da escola; 2- desenvolvimento programático da EF; 3- normas para a implementação das opções de organização curricular; 4- Avaliações; 5- Atividades de enriquecimento curricular; 6- normas gerais para as aulas de EF e atividades de complemento curricular; 7- plano curricular dos cursos tecnológico de desporto e profissional de técnico de apoio à gestão desportiva; 8- Livros referenciados e livros adotados; 9 – Coordenador do desporto escolar; 10- Regimento do departamento; 11- Plano de formação do pessoal docente para os anos civis de 2013/2015. Por último, encontram-se dois anexos, um referente às fichas de autoavaliação dos alunos e o outro referente ao caderno 2014-2015.

Como aluno-estagiário, afirmo que consegui ao longo do EP, com que a minha turma se propusesse e cumprisse todos os conteúdos adjacentes ao programa nacional para o 3º ciclo. Relembro que nem todas as escolas nacionais têm as mesmas condições da ESL e isto, indubitavelmente, condiciona o papel do professor no cumprimento dos PNEF`S.

Contudo, para uma adoção dos PNEF`S nas escolas por parte dos professores de EF, as condições materiais e estruturais nem sempre são o maior entrave.

Agostinho (referido por Whitaker, 2000), refere que em muitos casos, o motivo das escolas não adotarem os PNEF`S prende-se com a resistência na aprendizagem de novos métodos e novos sistemas de avaliação, não encarando da melhor forma, um cenário que escape ao controlo dos intervenientes, considerando “uma ameaça e não uma oportunidade”.

3.1.2 Contexto institucional

Como referi anteriormente, o contexto institucional congrega as instituições que nortearam a minha experiência profissional supervisionada (FADEUP e ESL). A minha orientação no EP ficou a cargo da Professora Paula

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Queirós, (Docente da FADEUP) e do Professor Luís Paulo Vieira (Professor da ESL). Ambos ajudaram-me em tudo o que foi necessário, contribuindo para a minha formação inicial como professor.

3.1.2.1 Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

“A Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP) confere ao desporto uma grande importância na formação e na investigação, assim consagrada nos estatutos: O objeto de estudo da FADEUP situa-se no domínio do desporto, tomado este no seu sentido abrangente e plural: enquanto atividade preponderantemente orientada para o desenvolvimento e aperfeiçoamento corporal do Homem; enquanto prática com diferenciação de acentuações e intencionalidades nos domínios da educação e formação institucionais, do rendimento desportivo, da recreação e tempos livres, da reeducação e reabilitação”. 1

No ano de 2013, tinha a enorme motivação em realizar um mestrado que me permitisse lecionar EF nas escolas. O meu objetivo era o de ingressar numa faculdade que me preparasse e formasse da melhor maneira possível, como futuro professor de Educação Física.

Todas as pessoas com quem abordei este assunto aconselharam-me a Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, alegando que era uma faculdade de prestígio e das mais reconhecidas em Portugal e na Europa. Seguindo o conselho destas pessoas amigas, no mesmo ano ingressei no MEEFEBS da FADEUP.

Através do meu primeiro contacto com a faculdade, apercebi-me das fantásticas condições que a FADEUP oferece aos seus estudantes, uma faculdade moderna com diversos espaços de estudo e a oportunidade em poder ficar a estudar até tarde com os meus colegas, excelente comida na cantina e com preços muito acessíveis, salas de aula em ótimas condições, instalações apropriadas para a prática de diversos desportos, professores

1

Informação retirada da apresentação da FADEUP presente no site oficial da faculdade:

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exigentes, novas metodologias de ensino e com enorme competência, sempre prontos a ajudar qualquer aluno sempre que necessitasse.

Sendo aluno de uma Faculdade deste nível, digo sem quaisquer problemas que o meu dinheiro em propinas não poderia ter sido melhor empregue e se estou prestes a formar-me como docente, tudo devo a esta instituição.

3.1.2.2 Escola Secundária das Laranjeiras e seu meio envolvente A escola é uma instituição primordial na formação e educação das crianças e jovens. Esta possibilita a estes a aquisição de diversos valores fundamentais, tais como: a responsabilidade, autonomia, respeito, disciplina, solidariedade, entre outros. Na opinião de Fernandes (2011), a escola “é o palco onde se cruzam diferentes lógicas de ação e onde os professores contracenam com os alunos e outros agentes locais (Augusto, 2012, p.17).

A escola deve estar enquadrada com a realidade, procurando corresponder da melhor forma, aos problemas do cotidiano na tentativa de potencializar a qualidade da educação. Para Queirós (2002), “a escola tem de

facto de estar preparada para perceber os alunos que acolhe, para os perceber e entender as suas culturas, integrando-as, articulando os novos saberes com os conhecimentos clássicos, de modo a que se estabeleça uma ponte constante entre os jovens e a escola” (Moura, 2011, p.84).

Relativamente à ESL, onde realizei todo o meu EP, esta escola apresenta como visão “ser uma escola de qualidade, onde impere a vivência da

cidadania, num clima de tranquilidade propício à aprendizagem”. Em relação à

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sua missão, esta pretende “formar cidadãos com capacidades e competências

que lhes permitam um contínuo aperfeiçoamento individual, contribuindo para desenvolver o espírito de responsabilidade, autonomia, solidariedade e profissionalismo, com base numa sólida formação científica, social e pessoal”.

Em relação aos seus valores, possibilita aos seus alunos “solidariedade,

respeito e aceitação do outro e das suas diferenças, justiça, responsabilidade, disciplina, cultura do trabalho como dignificação da pessoa, integridade e competência”. 2

Inaugurada no dia 17 de Dezembro de 1986, a Escola Secundária das Laranjeiras localiza-se na freguesia de São Pedro, 3 km a nordeste do centro da cidade de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel – Arquipélago dos Açores.

Funciona em regime diurno e todos os anos proporciona diversas oportunidades educativas. Neste ano letivo 2014/2015 frequentaram 797 alunos, distribuídos pelo Ensino Básico (285 alunos), Ensino Secundário (181 alunos), Ensino Profissional (97 alunos), Programa Formativo de Inserção de Jovens (PROFIJ - 114 alunos), UNECA's (Transição para a vida ativa - 55 alunos) e Ensino Vocacional (65 alunos).

O corpo docente da Escola Secundária das Laranjeiras é constituído por 123 docentes, 19 são contratados e 104 pertencem ao Quadro de Nomeação Definitiva (QND). Deste corpo docente, existem 9 Mestres, 5 docentes com Pós-Graduação, 86 Licenciados e 4 Bacharéis ou equiparados. O pessoal não

2

Informação retirada do site da Escola Secundária das Laranjeiras presente no site da escola:

http://esl.pai.pt/

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docente é constituído por 11 assistentes técnicos sendo um deles Encarregado do Pessoal de Ação Educativa e 41 assistentes operacionais. Existe ainda uma técnica superior. Todo este pessoal pertence ao quadro com vínculo efetivo à escola.

Agregado à escola encontra-se o Complexo Desportivo das Laranjeiras que integra diferentes espaços e equipamentos desportivos cuja gestão é autónoma. Em tempo letivo, estas instalações são preferencialmente cedidas para as aulas de Educação Física, nas quais desenvolvi grande parte do meu EP.

Este complexo desportivo é constituído por um pavilhão desportivo, com as dimensões 44x22 metros, com ar condicionado e bancada; Sala de ginástica, com as dimensões de 21x21 metros; Piscina de 25 metros com água aquecida, ar condicionado e bancada; Polidesportivos exteriores, em piso de relva sintético; Pista de atletismo, em piso sintético, com 6 corredores; Sala de treino físico; Campo de futebol relvado 100x64 metros com bancada.

3.1.2.3 Equipamentos e instalações desportivas: potencialidades e limitações

Os equipamentos e as instalações são fatores que beneficiam a aprendizagem dos alunos. “Quanto maior for o conhecimento do professor

sobre os materiais e equipamentos úteis para o ensino, melhores serão as opções pedagógicas para a obtenção do sucesso na aprendizagem dos seus alunos” (Schempp P., 2003, p.31).

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Ao longo do meu percurso como estudante-estagiário, tive a oportunidade de estagiar numa escola que me proporcionou uma enorme variedade de materiais desportivos e todos eles em excelente estado de conservação. Nunca necessitei de adaptar as minhas aulas devido a insuficiência ou inexistência de materiais desportivos, nem ter de construir materiais “reciclados”.

Todas as instalações desportivas do complexo garantem as condições essenciais de segurança para a prática de atividade física.

A ESL possibilita a qualquer professor de EF, fantásticas condições físicas e materiais para a lecionação de qualquer modalidade, tornando-se assim mais fácil para um professor cumprir o seu planeamento anual de acordo com os PNEF`S.

Após ter lecionado variadas aulas de EF no complexo, destaco como principais potencialidades e limitações as seguintes:

Potencialidades:

 Em toda a minha lecionação, pude usufruir de todo o espaço disponível na instalação. Por exemplo, quando as aulas decorriam no pavilhão, tinha todo o espaço deste para a minha aula, enquanto que alguns dos meus colegas estagiários, noutras escolas, tiveram apenas disponível para as suas aulas, um terço ou metade do pavilhão.

 Ao longo do ano letivo, as condições climatéricas na Ilha de São Miguel foram excelentes e quando lecionei as minhas aulas no exterior, nunca choveu. Foram poucas as vezes que necessitei de um plano alternativo, em caso de precipitação, quando lecionava em instalações ao ar livre (polidesportivo ou pista de atletismo). Caso necessitasse de utilizar um plano “b”, tinha condições materiais e espaço físico à minha disposição que me permitiriam dar a aula praticamente da mesma forma como se estivesse a dar no exterior, logicamente com as adaptações necessárias.  O complexo desportivo das Laranjeiras possui condições para a promoção

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encontra-se capacitado para organizar eventos de grandes dimensões, como por exemplo, os jogos desportivos escolares.

Limitações:

 O polidesportivo de ar livre apresenta um piso sintético desgastado. Em caso de precipitação, a qualidade do solo e a inexistência de cobertura acabaria por limitar a prática das modalidades, ficando o piso demasiado escorregadio e colocando em causa a integridade física dos alunos.

 A existência de uma parede artificial de escalada no exterior do complexo deixou de ser possível porque esta era vandalizada. Assim sendo, esta situação acaba por ser limitadora porque a modalidade de escalada tem de ser realizada obrigatóriamente num espaço interior.

 Na ESL, ao longo do ano letivo, foi aplicado um sistema de rotação pelas instalações do complexo desportivo. Todo o meu planeamento anual

(ANEXO I) foi elaborado de acordo com este sistema de rotação. Seguindo

este roulement, em alguns espaços, os tempos de lecionação eram mais reduzidos e acabaram por tornar mais curtas algumas modalidades ao longo do ano letivo.

3.1.2.4 Contributo da Escola Secundária das Laranjeiras na formação de professores de Educação Física

Inúmeros foram os professores da disciplina de EF que tiveram a oportunidade de realizar o seu EP na ESL. O primeiro EP na ESL decorreu no

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ano letivo de 1990/1991 e desde esta data, decorreram dezoito processos de estágio.

Foi possível formar e lançar no mercado de trabalho 61 professores de EF, encontrando-se alguns deles, presentemente, a lecionar na ilha de São Miguel.

O papel dos professores orientadores é fundamental para um bom funcionamento do estágio. A ESL disponibilizou, durante ao longo dos anos, cinco professores para exercer a função de Orientador de Estágio.3

Indubitavelmente, tive o privilégio de ser orientado da melhor forma, através de muito rigor, competência, trabalho, reflexão sobre tudo o que fiz e enorme responsabilidade, foram as palavras de ordem. Desde o primeiro dia, foi esta a mensagem que o meu professor cooperante fez passar e fiz questão de cumprir todos os seus conselhos e recomendações, ao longo do ano.

Na minha opinião, um estudante-estagiário com a possibilidade de estagiar na ESL não deverá hesitar porque só tem a ganhar, essencialmente pelas condições que o Complexo das Laranjeiras oferece para a lecionação de EF e também pela qualidade de orientação dos professores que assumem as funções de orientadores de estágio profissional.

3.1.2.5 A minha integração na Escola – Principais desafios e dificuldades

“É um erro vulgar confundir o desejar com o querer. O desejo mede os obstáculos; a vontade vence-os…” .

Alexandre Herculano

O meu processo de integração na ESL decorreu de forma progressiva. Quero com isto dizer que, com o tempo enquadrei-me no contexto escolar, percebendo toda a missão, regulamento interno, projeto educativo da escola e plano de atividades da ESL.

Inexoravelmente, este processo torna-se mais fácil quando se está rodeado de pessoas humildes, competentes e prestáveis. Fui muito bem

3

Informação retirada do site da Escola Secundária das Laranjeiras, no blog do Departamento de Educação Física: http://eflaranjeiras.blogspot.pt/search/label/Forma%C3%A7%C3%A3o

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acolhido por todo o corpo docente da escola, não sendo visto nem considerado como um “simples”estudante-estagiário mas como um professor de EF.

Os meus momentos iniciais na ESL foram de enorme nervosismo, ansiedade e expetativa. Colocava a mim mesmo, questões como: Quem é o meu PC? Quem serão os professores do Departamento de EF? Que ano de escolaridade é que vou lecionar? Quais vão ser as minhas primeiras tarefas como aluno estagiário? Fui obtendo respostas, a estas e outras questões ao longo do EP.

Aguardei com enorme expetativa, o meu primeiro contato com o meu PC. O meu objetivo foi passar uma boa imagem de mim próprio, como uma pessoa humilde, trabalhadora e responsável, o que realmente sou. Inicialmente, acusei imenso nervosismo ao apresentar-me e falar com este.

Outro obstáculo que senti foi no meu primeiro contato com os professores do departamento de EF. A minha timidez e nervosismo foram bem patentes na minha primeira reunião de departamento. Parecia que estava num tribunal à espera de ser julgado. Era enorme a minha vontade para que chegasse o fim da reunião sem que fosse necessária a minha intervenção. Esta timidez deveu-se à minha falta de experiência em contactar e poder ter uma conversa formal com professores. Sempre estive habituado em estar no lado do aluno, e passar para o lado do Professor foi um momento deveras marcante. A partir desta reunião e da reunião geral de Professores comecei a consciencializar-me que viria a ser um professor e quiçá um dia estar a ajudar os alunos estagiários no seu processo de integração.

Outra dificuldade para mim, indubitavelmente, foi a lecionação da primeira aula à minha turma. Apesar de esta ser apenas uma aula de apresentação e de diálogo com os alunos, este foi o meu primeiro contato com estes e seria fundamental, passar uma imagem de competência, autoridade e assertividade.

As minhas palavras iniciais saíram “tremidas” como se não conseguisse controlar a pausa entre cada palavra. A minha projeção de voz, também não foi a melhor. No entanto, consegui controlar-me rapidamente e à medida que a aula se desenrolou fiquei mais calmo.

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As minhas dificuldades de adaptação, face à indisciplina que a turma apresentava nas aulas iniciais, foram para mim, um enorme obstáculo para a minha integração no EP. Numa fase inicial, os alunos pretendiam conhecer-me e testar-me até ao limite.

“ (…) um aluno ter referido à sua colega: “Não sabes ser árbitro, és fraquinha tal como o professor, é estagiário, é fraquinho…”. Acabei por não responder e chamar a atenção do aluno mas na próxima aula terei isto em conta e chamar-lhe-ei à atenção. Estas situações devem dizer-se no momento. O que lhe poderia ter dito? Bastava apenas dizer-lhe assim: “ Eu sou estagiário mas eu sou o teu professor. É teu dever respeitares-me se queres alcançar uma boa nota no final do ano”. Este seria um comentário pela positiva, não desmotivando o aluno mas fazendo-lhe perceber quem é o professor”.

(Reflexão aula nº10 – 07/10/2014)

Um dos meus grandes desafios durante todo o EP, especialmente numa fase inicial de integração, foi de conseguir manter a serenidade e competência relativamente a situações adversas no decorrer das aulas. A minha exaltação e inexperiência ao longo das primeiras aulas foram notórias. Adotando determinadas estratégias utilizadas pelo meu PC nas suas aulas, aos poucos, fui adquirindo maior firmeza e profissionalismo, demonstrando serenidade e competência nas minha lecionações e na própria relação professor-aluno.

Fullan (2002), refere que professores mais experientes têm maior capacidade de pensar, agir e de enfrentar o cotidiano do trabalho pedagógico. Esta torna-se na principal diferença existente entre os professores estagiários e os professores com larga experiência profissional.

Diariamente, o EP permitiu-me vivenciar e distinguir duas realidades distintas, a de estudante-estagiário para a FADEUP e o de professor para a ESL. Para Ribeiro (2005), toda a atividade docente deve adquirir um caratér de reflexão-ação, ou seja, política, subjetiva, reflexiva, social, concreta e real. Para que o estudante-estagiário tenha conhecimento do que significa a atividade docente e conseguir efetuar a distinção entre as duas realidades, deverá ter uma visão indissociada de todos os tópicos acima referidos pelo autor.

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