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Efeito da fotobiomodulação na pressão arterial de ratos hipertensos

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CAMPUS SÃO CARLOS

PROGRAMA INTERINSTITUCIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS PIPGCF UFSCar – UNESP

THIAGO FRANCISCO DE MORAES

EFEITO DA FOTOBIOMODULAÇÃO NA PRESSÃO ARTERIAL DE RATOS HIPERTENSOS

SÃO CARLOS 2018

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THIAGO FRANCISCO DE MORAES

EFEITO DA FOTOBIOMODULAÇÃO NA PRESSÃO ARTERIAL DE RATOS HIPERTENSOS

Tese apresentada ao Programa Interinstitucional de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas Associação Ampla UFSCar/ UNESP, para obtenção do título de Doutor em Ciências, Área de Concentração Ciências Fisiológicas.

Orientação: Prof. Dr. Gerson Jhonatan Rodrigues

SÃO CARLOS 2018

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Dedico este trabalho aos meus pais José Francisco de Moraes e Maria aparecida Jacintho de Moraes (in memorian) por tudo que sou e, à minha esposa Adriana Pereira de Moraes e a minha filha Alice de Moraes, pelo carinho e ajuda e incentivo dado.

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AGRADECIMENTOS

À Deus primeiramente, por estar sempre ao meu lado me guiando e por tantas oportunidades oferecidas que pude aproveitar ao máximo e com muita dedicação.

A minha esposa Adriana Pereira de Moraes pela dedicação, paciência e incentivo durante esta jornada a qual reconheço que sem sua ajuda, acredito que tudo seria mais árduo, não tenho palavras para agradecer o que fez e o que faz por mim. Agradeço todos os dias a Deus por ter colocado você em meu caminho e por ter realizado meu sonho maior, ser pai de uma criança incrivelmente brilhante e encantadora que serve de inspiração para seguir a vida lutando e também, peço a ele em orações que lhes de muita saúde e proteção sempre!

A minha filha Alice de Moraes, por existir em minha vida e também, por me dar muita força nos momentos difíceis em que passei para chegar até aqui, filha que Deus te abençoe por toda a vida e lhe conceda muita saúde e paz. Deixo registrado aqui filha, que passe o tempo que passar, estarei sempre presente em sua vida e pronto para te ajudar no que for preciso com a força de Deus. Te amo muito!

Aos meus pais José Francisco de Moraes e Maria Aparecida Jacintho de Moraes (In memorian) pelo fato de minha existência, minha educação e pelo homem que sou, meu eterno agradecimento a vocês. Obrigado pai por ter me proporcionado realizar o maior sonho da minha vida profissional, ser médico veterinário e exercendo a profissão com muito amor pelos animais, cumprindo o juramento sempre! Mãe, mesmo não estando presente ao meu lado, mas sim junto à Deus, sinto a todo momento sua energia me fortalecendo e protegendo dos perigos que a vida nos impõe, saiba que onde quer que esteja, te amarei eternamente! Obrigado por tudo, amo vocês!

A você larinha, que mesmo em meio as tempestades (dificuldades) me acalma e está sempre abanando o rabinho para mim independente de qualquer situação e me lambendo como se quisesse me dizer: calma, tudo vai dar certo! Peço a Deus todos os dias para que ele lhe conceda muita saúde e agradeço por ter colocado você em nossas vidas. Sempre terei você em meu coração!

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Ao meu orientador, Prof. Dr. Gerson Jhonatan Rodrigues que nesse período em que estivemos juntos, foi mais que um orientador, um grande irmão, espero poder um dia retribuir por tudo aquilo que fez por mim, por minha esposa e minha filha indiretamente, por ser um ser humano de coração bom e também, deixo aqui registrado a minha gratidão. Que Deus abençoe você e toda sua família, conte comigo sempre que precisar!

Aos colegas do Laboratório de Farmacologia Cardiovascular, Izabela Vatanabe, Carla, Nick Donias e Barbara Macedo, Jorge, Júlio, Teresa, Alexandre Kanashiro, Ariane, Cintia, Barbara, Graziele, Luis, Nadine, Junior, Manuela, Adriane Liberale, Thales e Gabriel. Obrigado a todos vocês.

A todos os docentes do Departamento de Ciências Fisiológicas, em especial: À Profa. Dra. Keico Okino Nonaka primeiramentre por ser uma pessoa

maravilhosa, pela amizade que tivemos, por ter disponibilizado o laboratório de Neuroendocrinologia e o biotério, grato!

Aos funcionários do Departamento de Ciências Fisiológicas, em especial Sr. Sérgio, por ter nos ajudado por todos estes anos com seu esforço. Muito obrigado!

Em especial, a todos os amigos do Laboratório de neuroendocrinologia que me ajudaram e me apoiaram nesta trajetória: Ao Victor Fabrício, Bruna Biffe, Karina silva, Leo Rufino, Carol Martin, Charles Chenwei Wang. Muito obrigado!

Aos amigos que fiz no LBBM: Carol, Kelli, Leonardo, Livia, Milene, Patty, Vinicius, Sabrina, Cynthia, Rafael, Tais, Vanessa, mas, em especial a Bruna casali, por ter sido muito prestativa mesmo estando muito ocupada, deixava suas coisas de lado para me ajudar, muito obrigado por tudo!

À Profa. Dra. Lusiane Maria Bendhack (Departamento de ciências

Farmacêuticas de Ribeirão Preto USP), por ter disponibilizado seu laboratório de Farmacologia Cardiovascular para a realização de treinamento técnico. Grato!

Aos alunos da Profa. Lusiane, Thiago e Laena por me ensinarem as técnicas

de isolamento e montagem de anéis de artéria de coronária e mesentérica de ratos wistar em miógrafo para estudo de tensão isométrica, muito obrigado!

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Aos parceiros que nos ajudaram durante os projetos com Laser: Prof. Dr. Nivaldo Parizoto, Prof. Dr. Paulo Bossini, Dra. Patrícia Brassolatti, muito obrigado!

À DMC equipamentos de São Carlos pela parceria e por ter disponibilizado equipamentos de fotobiomodulação (LASER e LED).

Aos animais, por terem contribuído com este estudo e também, com o avanço da pesquisa, meu eterno agradecimento.

À Profa. Dra. Evelin C. Carnio, docente da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (USP), por colaborar com as medidas de nitrito e nitrato do sangue dos animais.

Ao CNPq (160446/2014-7) e à Fapesp (2012/24477-8) pelo auxílio financeiro concedido para realização deste trabalho.

O presente trabalho foi realizado com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.

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Deus não escolhe os capacitados

e sim, capacita os escolhidos.

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RESUMO

Introdução: A hipertensão afeta um quarto da população brasileira adulta e é o principal fator de risco para infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e doença renal crônica e tem sido considerada como um problema de saúde mundial. Estudos prospectivos relataram que a redução da pressão arterial pode diminuir substancialmente o risco cardiovascular. Embora os avanços no entendimento da fisiopatologia da hipertensão e da implementação de estratégias de prevenção e tratamento efetivo, a hipertensão continua sendo um dos grandes problemas de saúde pública do mundo. Nos vasos sanguíneos, o estímulo com luz (ou fotobiomodulação) induz a liberação de NO gerando a vasodilatação. Objetivos: Em animais hipertensos renais (2R-1C), avaliar o potencial efeito da fotobiomodulação (FBM) sobre a pressão arterial. Métodos: foram utilizados ratos da espécie Rattus norvegicus, da linhagem Wistar, machos com peso corporal inicial entre 180 e 200 gramas (g). Em animais acordados, foi determinada a pressão arterial sistólica (PAS) por meio da técnica de pletismografia de cauda (NIBP System-ADinstruments), antes do procedimento cirúrgico e seis semanas após este procedimento. Foram utilizados os animais hipertensos (2R-1C) que apresentaram PAS maior ou igual a 160 mmHg. Posteriormente, os animais hipertensos foram anestesiados para implantação da cânula na artéria femoral para avaliar a pressão arterial após aplicação aguda de fotobiomodulação em diferentes energias 0,6; 1,8; 3,6; 7,2; 13,8; 28,2; 55,8 e 111,6 Joule. Foram realizados protocolos de reatividade vascular e quantificação de NO pela técnica de detecção das formas estáveis de NO (nitrito e nitrato) utilizando o equipamento NO analiser (Sievers). Resultados: A

aplicação aguda abdominal da FBM a 660 nm foi capaz de induzir efeito hipotensivo duradouro em ratos hipertensos, e este efeito dependente de energia. A aplicação da FBM em anéis aórticos isolados induziu vasodilatação por mecanismo dependente de NO. Conclusão: A fotobiomodulação com o laser vermelho (660 nm), em irradiação na faixa de energia de 7,2 a 55,8 J, apresenta uma janela terapêutica eficaz para reduzir a PAS, PAD, PAM, FC e induzi um efeito hipotensivo duradouro, com perda de efeito em maior irradiação de energia (111,6 J).

Palavras chave: hipertensão, fototerapia, fotobiomodulação, laser de baixa intensidade, óxido nítrico.

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ABSTRACT

Introduction: Hypertension affects a quarter of the Brazilian adult population and is the main risk factor for myocardial infarction, stroke and chronic kidney disease, and has been considered a global health problem. Prospective studies have reported that lowering blood pressure may substantially decrease cardiovascular risks. Although advances in understanding the pathophysiology of hypertension and implementing effective prevention and treatment strategies, hypertension remains one of the major public health problems in the world. It is known that in the blood vessels, light (or photobiomodulation) induces NO release leading to vasodilation. Aims: In renal hypertensive rats (2K-1C), to evaluate the effect of Photobiomodulation (FBM) on blood pressure. Methods: Wistar rats of the Rattus norvegicus, specie were used. In agreed animals, systolic blood pressure (SBP) was determined by the technique of tail plethysmography (NIBP System-ADinstruments) before the surgical procedure and six weeks after this procedure. Hypertensive animals (2K-1C) with SBP greater than or equal to 160 mmHg were used. Subsequently, the hypertensive animals were anesthetized to implant the cannula in the femoral artery in order to evaluate the arterial pressure after acute photobiomodulation in different energies 0.6; 1.8; 3.6; 7.2; 13.8; 28.2; 55.8 and 111.6 Joule. In addition, it was performed vascular reactivity studies and the nitric oxide was quantified. Results: Our results indicate that the acute abdominal application of FBM at 660 nm induced a long-lasting hypotensive effect in hypertensive rats, being this energy effect dependent. The application of FBM in isolated aortic rings induced vasodilation by NO-dependent mechanism. Conclusion: We conclude that photobiomodulation with the red laser (660 nm) at an irradiation in the energy range of 7.2 to 55.8 J presents an effective therapeutic window to reduce SBP, PAD, MAP, HR and induces a hypotensive effect lasting, with loss of effect in higher energy irradiation (111.6 J).

Key words: hypertension, phototherapy, photobiomodulation, low level laser, nitric oxide.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Pletismografia de cauda (Método não invasivo)...21 Figura 2. Técnica cirúrgica para implantação do clip de prata para indução da hipertensão renovascular (2R-1C)...22 Figura 3. Cirurgia para canulação da artéria femoral e exteriorização dorsal para monitoramento da pressão arterial (método invasivo)...22 Figura 4. Canulação da artéria femoral para monitoramento da pressão arterial direta (método invasivo)...23 Figura 5. Transdutor de pressão e amplificador (AD Instruments) para monitoramento da pressão arterial direta (método invasivo)...24 Figura 6. Miógrafo (Danish Myo Tech, modelo 610M, JP-Trading I/S, Aarhus, Dinamarca) para estudo de reatividade vascular...25 Figura 7. Aparelho utilizado para quantificação do NO pelo método quimioluminiscência (NO Analizer 280i Sievers, Boulder, CO, EUA)...27 Figura 8. Aplicação da fotobiomodulação pela via transcutânea na região abdominal do rato em 6 ponto consecutivos (manta). Protótipo desenvolvido pela DMC equipamentos...29 Figura 9. FBM utilizando um laser com uma única ponta diretamente no anel aórtico pré-contraído com fenilefrina totalizando 56 seg...29 Figura 10. Organograma dos grupos experimentais...31 Figura 11. Valores basais da pressão arterial em ratos normotensos (2R) e ratos hipertensos (2R-1C). As barras mostram as médias ± DP de PAS, PAD e PAM. * p< 0,05, indica diferença para PAS, PAD e PAM entre 2R e 2R -1C...32 Figura 12. Magnitude do efeito hipotensivo da fotobiomodulação (FBM) na pressão arterial sistólica (PAS) nos grupos 2R e 2R-1C. As barras mostram as médias ± SD de diminuição na PAS após FBM (A). Efeito da FBM sobre FC nos grupos 2R e 2R-1C. As barras mostram a média ± DP da diminuição da FC após FBM (B). * p< 0,05, indica diferença entre os grupos 2R e 2R-1C...33 Figura 13. Duração do efeito hipotensivo induzido pela FBM na PAS em animais 2R e 2R-1C. As barras mostram a média ± SD da duração do efeito em segundos na PAS. * p< 0,05, indica diferença entre animais 2R e 2R-1C...33

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Figura 14. Efeito do FBM na concentração sérica de NO em ratos 2R e 2R-1C. As barras mostram as médias ± SD da concentração de NO antes e depois da aplicação FBM. * p< 0,05, indica diferença entre os grupos 2R e 2R-1C antes e após FBM. + indica diferença entre 2R e 2R-1C...34 Figura 15: Delta da pressão arterial sistólica (PAS) de animais 2R-1C na sequência da irradiação total de energia: 0,6; 1,8; 3.6; 7.2; 13,8; 28,2; 55,8 e 111,6 Joule (J) por aplicação. * p≤0,05 (em comparação com 0,6 J), ** p≤0,05 (em comparação com 1,8 J), *** p≤0,05 (em comparação com 3,6 J) e + p≤0,05 (em comparação com 7,2 J).35 Figura 16: Delta de queda da pressão arterial diastólica (PAD) em animais 2R-1C na sequência de irradiação de energia total: 0,6; 1,8; 3,6; 7,2; 13,8; 28,2; 55,8 e 111,6 Joule (J) por aplicação. * p≤0,05 (em comparação com 1,8 J), ** p≤0,05 (em comparação com 55,8 J)...36 Figura 17: Delta de queda da pressão arterial media (PAM) em animais 2R-1C na sequência de irradiação total: 0,6; 1,8; 3,6; 7,2; 13,8; 28,2; 55,8 and 111,6 Joule (J) por aplicação. *p≤0.05 (em comparação com 0.6 J), **p≤0.05 (em comparação com 55.8 J)...37 Figura 18: Delta de queda da freqüência cardíaca (FC) em animais 2R-1C na sequência da energia total de irradiação de: 0,6; 1,8; 3.6; 7,2; 13,8; 28,2; 55,8 e 111,6 Joule (J) por aplicação. * P≤0,05 (em comparação com 0,6 J), ** p≤0,05 (em comparação com 55,8 J /cm2)...37 Figura 19: Tempo de efeito hipotensivo em animais 2R-1C na sequência de irradiação de energia: 0,6; 1,8; 3.6; 7.2; 13,8; 28.2; 55,8 e 111,6 Joule (J) por aplicação. * P≤0,05 (em comparação com 0,6 J / cm2), ** p≤0,05 (em comparação com 1,8 J / cm2) *** p≤0,05 (em comparação com 1,8 J / cm2) *** p≤0,05 (em comparação com 3,6 J / cm2)...38

Figura 20: Efeito da FBM no relaxamento de anéis aórticos isolados com endotélio (E+), sem endotélio (E-), (E+) na presença de Hidroxicobalamina, (E+) na presença de L-NAME, (E+) na presença de ODQ. A traçado representativo dos experimentos realizados na reatividade vascular. B) As barras mostram, a média ± DP do efeito relaxante em %. * p<0,05, indica diferença entre anéis aórticos...39

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Parâmetros de terapia de fotobiomodulação in vitro e in vivo...28 Tabela 2. Parâmetros da terapia de fotobiomodulação in vivo para avaliação da PA frente a diferentes energias...30

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LISTA DE ABREVIATURAS

HA - Hipertensão Arterial

AVC - Acidente Vascular Cerebral OMS - Organização Mundial da Saúde DC - Débito cardíaco

RVP - Resistência Vascular Periférica NO - Óxido Nítrico

EDHF - Fator Hiperpolarizante Derivado do endotélio NOS - Óxido Nítrico Sintase

eNOS - Óxido Nítrico Sintase endotelial nNOS - Óxido Nítrico Sintase neuronal iNOS - Óxido Nítrico Sintase induzível FBM - Fotobiomodulação

nm - Nanômetro mW - Miliwatts J - Joules

SHR - Ratos espontaneamente hipertensos 2R-1C - Hipertensos renais

2R - normotensos g - Gramas

DCF - Departamento de Ciências Fisiológicas CEUA - Comissão de Ética no Uso de Animais PAS - Pressão Arterial Sistólica

PAD - Pressão Arterial Diastólica PAM - Pressão Arterial Média FC - Frequência Cardíaca T - Tempo

mmHg - Milímetros de mercúrio mg - miligrama

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PV - Peso Vivo mm - milímetros PE10 - Polietileno 10 PE50 - Polietileno 50 % - Por cento ml - Mililítros

mmol/L - Milimolar por litro NaCl - Cloreto de sódio Kcl - Cloreto de potássio CaCl2 - Cloreto de cálcio

MgSO4 - Sulfato de Magnésio

NaHCO3 - Bicarbonato de Sódio

pH - Potencial Hidrogeniônico O2 - Oxigênio

CO2 - Gás Carbônico

°C - Graus Celsius

EC50 - Concentração necessária para gerar 50% do efeito máximo µmol/L - Micromolar por Litro

L-NAME - N-omega-Nitro-L-Arginine Methyl Ester Hydrochloride ODQ - (1H)-(1,2,4)oxadiazole(4,3-a)quinoxalin-1-one

NO2- - Nitríto

NO3- - Nitrato

Cm - Centímetros

cm2 - Centímetros quadrado

CW - Continous wave (Onda Contínua) seg - Segundos

J/Cm2 - Joules por centímetro quadrado

EPM - Erro Padrão da Média DP - Desvio Padrão

VSMC - Vascular Smooth Muscle Cells GCs - Guanilato Ciclase Solúvel

ROS - Reactivit Oxygen Species

GMPc - Guanosina Monofosfato Cíclica

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SUMÁRIO

1.0) INTRODUÇÃO...16

2.0) OBJETIVO GERAL...20

2.1) OBJETIVOS ESPECÍFICOS:...20

3.0) MATERIAIS E MÉTODOS...20

3.1) Animais e condições experimentais...20

3.2) Medida da pressão arterial (método não invasivo)...21

3.3) Cirurgia para indução da Hipertensão Renovascular (2R-1C)...21

3.4) Medida da pressão arterial (método invasivo)...22

3.5) Estudo funcional de reatividade vascular...24

3.5.1) Em artéria aorta isolada de ratos, avaliar se o tratamento com laser induz relaxamento vascular...25

3.5.2) Em artéria aorta isolada de ratos, avaliar se o tratamento com laser induz relaxamento vascular na presença do composto L-NAME (inibidor da NOS)...26

3.5.3) Em artéria aorta isolada de ratos, avaliar se o tratamento com laser induz relaxamento vascular na presença de sequestrador de NO (hidroxicobalamina)...26

3.5.4) Em artéria aorta isolada de ratos, avaliar se o tratamento com laser induz relaxamento vascular na presença do composto ODQ (inibidor da guanilato ciclase solúvel)...26

3.6) Nitrito e nitrato (NO)...27

3.7) Protocolo de fototerapia...28

3.8) Forma de análise dos resultados...31

4.0) RESULTADOS...32

5.0) DISCUSSÃO...39

6.0) CONCLUSÃO...42

7.0) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...43

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1.0) INTRODUÇÃO

A hipertensão arterial (HA) afeta um quarto da população brasileira adulta e é o principal fator de risco para infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e doença renal crônica e é considerada um problema de saúde mundial (The Brazilian Ministry of Health, 2013; Health BMO, 2014). A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o número de adultos com hipertensão aumentará de 1 bilhão para 1,5 bilhões em todo o mundo até 2020 (World Health Organization, 2003). Embora os avanços no entendimento da fisiopatologia da hipertensão e da implementação de estratégias de prevenção e tratamento efetivo, a hipertensão continua sendo um dos grandes problemas de saúde pública do mundo (POULTER et al., 2015). De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão, a HA possui uma alta prevalência e baixas taxas de controle e é considerada um dos principais fatores de risco.

Vários fatores podem provocar o desenvolvimento da hipertensão arterial, tais como predisposição genética, retenção de sódio, obesidade, enrijecimento prematuro de artérias, condições inflamatórias (como diabetes) e disfunção endotelial. A hipertensão arterial está, geralmente, associada a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos). Estudos prospectivos relataram que a redução da pressão arterial pode diminuir substancialmente o risco cardiovascular, por diminuir as alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (LEWINGTON et al., 2002). Considerando que a pressão arterial é resultado do débito cardíaco (DC) vezes a resistência vascular periférica (RVP) (LEWINGTON et al., 2002), a pressão arterial pode ser regulada por mudanças no débito cardíaco (alterações no volume do curso ou frequência cardíaca) ou alterações na resistência vascular periférica (RVP) ou variação em ambos. A RVP é regulada por artérias de resistência (principalmente arteríolas), com diâmetros entre 30-300 μm (FUNG, 2013). O tônus desses vasos desempenha um papel importante na modulação da pressão arterial, um aumento neste tônus pode ser observado em pacientes hipertensos, o que aumenta a resistência vascular periférica (LUND,1994).

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As células endoteliais desempenham um papel fundamental na regulação do tônus vascular, por meio da síntese e liberação de fatores que induzem contração e relaxamento do músculo liso vascular, apresentando importante função no controle da resistência vascular periférica (HEITZER et al., 2003). Também, as células endoteliais são importantes para o controle da coagulação, enrijecimento e inflamação vascular, dentre outras funções, por meio da liberação de fatores endoteliais (VANHOUTTE et al., 2017). Estes fatores, podem ser liberados pelas células endoteliais a partir de alguns estímulos endógenos como bradicinina, isquemia, mudanças de temperatura, estresse de cisalhamento e inflamação (YANG., 2015).

O óxido nítrico (NO) é um dos principais fatores de relaxamento liberados pelas células endoteliais, o qual apresenta potente efeito vasodilatador. A descoberta desta importante molécula vasodilatadora ocorreu em 1980, quando FURCHGOTT & ZAWADZKI observaram que o relaxamento induzido pela acetilcolina em aorta isolada de coelho dependia da integridade do endotélio. Verificaram que a acetilcolina ativa receptores muscarínicos nas células endoteliais, o que leva à liberação de uma substância que se difunde para o músculo liso subjacente, causando relaxamento vascular, a qual foi denominada Fator Relaxante Derivado do Endotélio (EDRF). Posteriormente, RAPOPORT; DRAZNIN & MURAD (1983) verificaram que agentes que induzem relaxamento devido à liberação de EDRF promovem também a ativação de enzima guanilato ciclase com consequente formação de guanosina monofosfato cíclica (GMPc). Baseado nas semelhanças bioquímicas existentes entre o EDRF e NO, identificou-se EDRF como sendo o NO (IGNARRO et al.,1989; PALMER; FERRIDGE; MONCADA, 1987).

A produção de NO nas células endoteliais ocorre por meio da oxidação de um dos nitrogênios guanidinos da L-arginina, que é convertido em L-citrulina em reação catalizada pela enzima NO-sintase (NOS) (MONCADA et al.,1989). O endotélio vascular apresenta uma importante função protetora contra as doenças cardiovasculares, sendo que a liberação do NO apresenta um papel central nesta proteção (DAVEL et al., 2011; VANHOUTTE, 2010). O NO produz vasodilatação por diversos mecanismos com a finalidade de diminuir a concentração citoplasmática de cálcio [Ca2+] no músculo liso vascular (IGNARRO, 1989). No interior da célula

muscular, o NO interage com o ferro do grupo heme da enzima guanilato ciclase solúvel (GCs), acarretando em alteração da conformação desta enzima, tornando-a

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ativa. A GCs catalisa a saída de dois grupamentos fosfato da molécula de guanosina trifosfato (GTP), resultando na produção de guanosina monofosfato cíclica (GMPc) (RAPOPORT et al., 1983). Atuando como segundo mensageiro, o GMPc ativa proteína quinase dependente de GMPc (PKG), que fosforila várias proteínas celulares e pode promover relaxamento devido à diminuição do influxo de Ca2+, via

diminuição da probabilidade de abertura dos canais de Ca2+, inibição da liberação

e/ou aumento do armazenamento de Ca2+ no retículo sarco-endoplasmático

(GEWALTIG; KOJDA, 2002). Além da via dependente de GMPc, o NO pode promover relaxamento por via independente de GMPc, como pela ativação direta dos canais para potássio, promovendo hiperpolarização da membrana celular (BOLOTINA et al., 1994) e ativação da Ca2+-ATPase do retículo sarcoplasmático

aumentando o armazenamento do Ca2+ no interior desta organela (COHEN et

al.,1999).

A redução na biodisponibilidade do NO está presente em diversas doenças cardiovasculares nas quais são encontrados níveis elevados de Angiotensina II (Ang II) (GRIENDLING et al., 1994; RAJAGOPALAN et a., 1996; MOHAZZAB et al., 1994) assim como hipercolesterolemia (AUGUST et al., 2006) dentre outros. A menor liberação de NO pelas células endoteliais é um importante marcador da função endotelial, pois quando ocorre uma diminuição nesta liberação identifica-se estas células com disfunção endotelial. O termo disfunção endotelial foi criado em 1983 por John D. Catravas e além das inúmeras funções relacionadas aos fatores liberados pelo endotélio (vasoconstritores, vasodilatadores, antiagregantes dentre outros), a disfunção endotelial é sinônimo de diminuição na biodisponibilidade biológica do NO. No modelo experimental de hipertensão arterial dois rins um clipe (2R-1C), é observado intensa disfunção endotelial, assim como diminuição do NO no tecido vascular (Rodrigues et al., 2008). Desta forma, este é um bom modelo experimental para testar estratégias farmacológicas e não farmacológicas que induzam aumento nos níveis de NO.

A liberação de NO pode ser induzida por estímulos não farmacológicos, por meio da irradiação de luz (ou fotobiomodulação). Em 1955 Furchgott e colaboradores observaram em estudo utilizando miógrafo, que a luz, em determinadas intensidades, promovia relaxamento do vaso sanguíneo. Posteriormente, diversos autores demonstraram que há fotorrelaxamento com diferentes tipos de luz, ou seja, diferentes comprimentos de onda. Desde então,

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diversos estudos têm apresentado múltiplas fontes de luz com capacidade de promover relaxamento do músculo liso vascular (MLV) (Furchgott et al., 1961; Matsunaga et al., 1989; Plass et al., 2012). A terapia laser de baixa intensidade, do inglês low level laser therapy (LLLT), também conhecida como fotobiomodulação, se apresenta como alternativa mais acessível, não invasiva, sem, ou com poucos, efeitos colaterais para diversos tratamentos, e já vem sendo utilizada, desde 1971, para acelerar a cicatrização de feridas e, atualmente, para o tratamento de vitiligo (Byun et al., 2015), psoríase, acne, e outras dermatites (Erceg et al., 2013). O termo LLLT e fotobiomodulação são equivalentes.

Sendo uma luz que não emite calor, o LED (Light-Emitting Diode) e o LASER (Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation), têm sido as fontes de luz mais utilizadas para estes experimentos. É importante ressaltar que não são todos os comprimentos de onda que são capazes de promover o relaxamento do MLV, assim como a potência e a intensidade da luz irradiada, segundo Plass e colaboradores. Estes autores demonstraram relaxamento do MLV utilizando LED e LASER em um comprimento de onda de 670 e 680 nm, respectivamente. O mesmo grupo, também demonstrou que o relaxamento causado pela irradiação de LED e LASER no MLV ocorre independentemente do estímulo da produção endotelial de NO via NOS. Porém, este relaxamento é ainda dependente da ativação da enzima guanilato ciclase solúvel (GCs) no MLV, mediada pelo NO, a partir da irradiação com LASER ou LED (Plass et al., 2012).

Este relaxamento induzido pelo Laser pode ser visto por um grupo de pesquisadores após realizarem um tratamento crônico em ratos espontaneamente hipertensos (SHR) com laser de diodo com comprimento de onda de 780 nm durante 7 semanas (três vezes por semana, com aplicação na cauda), mostrando que esta metodologia foi capaz de induzir redução na pressão arterial. Os animais que receberam o tratamento com Laser apresentaram menores valores de pressão arterial média e diastólica, bem como redução da frequência cardíaca (TOMIMURA et al., 2014). Entretanto, não há relatos na literatura de estudos que investigaram o efeito agudo da aplicação da fotobiomodulação em ratos hipertensos. Também, não encontramos estudos que avaliaram o efeito energia dependente do laser na pressão arterial.

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Hipótese:

O laser de baixa intensidade (660 nm) pode induzir diminuição da pressão arterial de forma energia dependente em ratos hipertensos, por meio da liberação de óxido nítrico.

2.0) OBJETIVO GERAL

Investigar os efeitos do laser de baixa intensidade (660 nm), em diferentes energias, na pressão arterial, em ratos hipertensos.

2.1) OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Verificar se a aplicação aguda do laser (660 nm) induz queda na pressão arterial em ratos hipertensos;

Avaliar se a aplicação do laser (660 nm) induz aumento nos níveis circulantes de óxido nítrico em animais hipertensos;

Verificar se o laser (660 nm) induz efeito energia dependente na pressão arterial em ratos hipertensos;

Em vasos isolados, verificar se o laser (660 nm) induz relaxamento vascular, bem como identificar o mecanismo de ação deste efeito.

3.0) MATERIAIS E MÉTODOS

3.1) Animais e condições experimentais

Para o desenvolvimento deste trabalho, foram utilizados ratos da espécie Rattus norvegicus, da linhagem Wistar, machos com peso corporal inicial entre 180 a 200 gramas (g), fornecidos pelo biotério central da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar, São Carlos, Brasil) e mantidos no biotério do laboratório de neuroendocrinologia do Departamento de Ciências Fisiológicas-DCF (Responsável:

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Profa. Dra. Keico Okino Nonaka). Os animais foram alocados em caixas coletivas e foram mantidos em condições de luz e temperatura controlados, alimentados exclusivamente com ração para ratos e água ad libitum. A ração utilizada foi do tipo padrão para roedores (Presence linha laboratório, Paulínea-SP, Brasil). Esta pesquisa recebeu parecer favorável da Comissão de Ética no uso de animais (CEUA) da UFSCar, São Carlos, SP-Brasil, Protocolo n° 1758180316.

3.2) Medida da pressão arterial

A pressão arterial sistólica (PAS) foi determinada nos animais acordados por meio da técnica de pletismografia de cauda (NIBP System-ADinstruments), antes do procedimento cirúrgico e seis semanas após este procedimento. Foram utilizados os animais hipertensos (2R-1C) que apresentaram PAS maior ou igual a 160 mmHg (Figura 1).

3.3) Cirurgia para indução da Hipertensão Renovascular (2R-1C)

Para obtenção de ratos hipertensos pelo modelo de hipertensão renovascular dois rins um clipe (2R-1C), foi utilizada a técnica descrita por Goldblatt (1934) adaptada para pequenos animais por Shaffemburg (1959). Os animais foram anestesiados com Tribromoetanol na dose de 5 mg/kg, que foi administrado vo volume de 1 ml para cada 100 gramas de peso vivo (PV). Por meio de laparotomia, foi implantado um clipe de prata com abertura de 0,2 mm na artéria renal, como

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descrito previamente (RODRIGUES et al., 2007; RODRIGUES et al., 2008; RODRIGUES et al., 2010; RODRIGUES et al., 2011; RODRIGUES et al., 2012), (Figura 2).

Figura 2. Técnica cirúrgica para implantação do clip de prata para indução da hipertensão

renovascular (2R-1C).

3.4) Medida da pressão arterial (método invasivo)

A pressão arterial direta foi medida em animais acordados, sem efeito da anestesia como descrito previamente (RODRIGUES et al., 2012). Para isso, a artéria femoral foi canulada e exteriorizada a cânula no dorso do animal (Figura 3).

Figura 3. Cirurgia para canulação da artéria femoral e exteriorização dorsal para monitoramento da

pressão arterial (método invasivo).

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Para avaliar o efeito da FBM na pressão arterial em tempo real, esta foi monitorada pelo método invasivo por meio de implantação de uma cânula de polietileno na artéria aorta abdominal através da artéria femoral (Figura 4).

Os ratos foram anestesiados com (Ketamina 100 mg / Kg + Xylazina 100 mg / Kg). A seguir, foi implantada cânula de polietileno (PE10 conectada a PE50) preenchida com solução salina heparinizada a 2%. Esta, foi implantada na aorta abdominal através da artéria femoral medida da pressão arterial. No dia seguinte, em ratos não anestesiados, a cânula intra-arterial foi conectada ao transdutor de pressão e amplificador (AD Instruments) (Figura 5).

A FBM foi aplicada e a pressão arterial foi medida continuamente. A Pressão Arterial Sistólica (PAS), Pressão Arterial Diastólica (PAD) e Pressão Arterial Média (PAM) foi medida antes, durante e após a aplicação da FBM. Além disso, o tempo de efeito hipotensivo também foi medido. A PAS, PAD e PAM foram continuamente registradas em ratos não anestesiados após a FBM para obtenção do registro do efeito hipotensivo (queda) e também, para registro do tempo de efeito (retorno aos valores basais) onde posteriormente, estes registros foram analisados .

Figura 4. Canulação da artéria femoral para monitoramento da pressão arterial direta (método

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Figura 5. Transdutor de pressão e amplificador (AD Instruments) para monitoramento

da pressão arterial direta (método invasivo).

3.5) Estudo de reatividade vascular

Para o registro da tensão isométrica, foram utilizadas preparações de aorta torácica isolada de ratos. Os ratos foram eutanasiados por decapitação e, as aortas foram isoladas, dissecadas e cortadas em segmentos de aproximadamente 2,0 mm de comprimento, como descrito previamente (Rodrigues et al., 2011). Os anéis de aorta foram montados entre dois ganchos de metal e mantidos em banho para órgão isolado contendo 10 ml de solução fisiológica de Krebs com a seguinte composição em mmol/L: (NaCl130,0; KCl 4,7; KH2PO4 1,2; CaCl2 1,6; MgSO41,2; NaHCO3 14,9;

glicose 5,5) em pH 7,4, sob gaseificação com mistura de carbogênio (95% O2 e 5%

CO2), a 37°C. Para estabilização, as preparações permaneceram em repouso por 60

minutos sob tensão basal de 1,5 g (pré-determinada pela curva de tensão com KCl). As aortas foram estimuladas com EC50 da fenilefrina (0,1µmol/L) até que as

contrações fossem reproduzidas. A seguir, foram iniciados os protocolos específicos. Utilizamos Miógrafo (Danish Myo Tech, modelo 610M, JP-Trading I/S, Aarhus, Dinamarca) para estudo de reatividade vascular (Figura 6).

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Figura 6. Miógrafo (Danish Myo Tech, modelo 610M, JP-Trading I/S, Aarhus, Dinamarca) para estudo

de reatividade vascular.

O miógrafo foi conectado a um sistema para aquisição de dados (PowerLab / 8SP, ADinstrument, Austrália) e este a um computador. Em alguns experimentos o endotélio vascular foi removido mecanicamente para evitar a interferência do NO produzido pelo endotélio. A efetividade dessa remoção foi demonstrada pela ausência de relaxamento à acetilcolina (1µmol/L) em aorta pré-contraida com a EC50

da fenilefrina (0,1µmol/L). Em experimentos em que as investigações dependiam da presença do endotélio, os experimentos foram realizados em aortas de ratos que apresentaram relaxamento estimulado com acetilcolina de no mínimo 80 %. Estes experimentos foram realizados em vasos de ratos normotensos.

3.5.1) Em artéria aorta isolada de ratos, avaliar se o tratamento com laser induz relaxamento vascular. Para a realização deste experimento, as aortas foram isoladas de ratos e montadas em miógrafo (Danish Myo Tech, modelo 610M, JP-Trading I/S, Aarthus, Dinamarca).

Objetivo: Verificar se o laser induz relaxamento vasculharem aortas com e sem endotélio.

Protocolos:

a) Em anéis de aorta com endotélio íntegro, foram realizadas aplicações do laser vermelho, (660 nm), potência de saída de 100 mW e tempo de exposição de 56 seg.

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b) Em anéis de aorta sem endotélio, foram realizadas aplicações do laser vermelho (660 nm), potência de saída de 100 mW e tempo de exposição de 56 seg para verificar o relaxamento.

3.5.2) Em artéria aorta isolada de ratos, avaliar se o tratamento com laser induz relaxamento vascular na presença do composto L-NAME (inibidor da NOS). Para a realização deste experimento, as aortas com endotélio foram isoladas de ratos e montadas em miógrafo (Danish Myo Tech, modelo 610M, JP-Trading I/S, Aarthus, Dinamarca).

Objetivo: Avaliar se o laser induz relaxamento vascular via ativação da enzima óxido nítrico sintase (NOS).

a) Em anéis de aorta com endotélio íntegro, foram realizadas aplicações do laser vermelho (comprimento de onda de 660 nm, potência de 100 mW e tempo de exposição de 56 seg) na presença do L-NAME (100 µm/L), inibidor não-seletivo da NOS. Os anéis foram incubados com L-NAME 30 minutos antes da aplicação da fotobiomodulação.

3.5.3) Em artéria aorta isolada de ratos, avaliar se o tratamento com laser induz relaxamento vascular na presença de sequestrador de NO (hidroxicobalamina). Para a realização deste experimento, as aortas com endotélio foram isoladas de ratos e montadas em miógrafo (Danish Myo Tech, modelo 610M, JP-Trading I/S, Aarthus, Dinamarca).

Objetivo: Avaliar se o efeito vasodilatador do laser é mediado pela liberação de NO.

a) Em anéis de aorta com endotélio íntegro, foram realizadas aplicações do aser vermelho (660 nm), potência de de saída de 100 mW e tempo de exposição de 56 seg) na presença da Hidroxicobalamina (1 µmol/L) que é um sequestrador de NO•. Os anéis foram incubados com hidroxicobalamina 30 minutos antes da

aplicação da fotobiomodulação.

3.5.4) Em artéria aorta isolada de ratos, avaliar se o tratamento com laser induz relaxamento vascular na presença do composto ODQ (inibidor da guanilato ciclase solúvel). Para a realização deste experimento, as aortas com

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27

endotélio foram isoladas de ratos e montadas em miógrafo (Danish Myo Tech, modelo 610M, JP-Trading I/S, Aarthus, Dinamarca).

Objetivo: Avaliar se o relaxamento induzido pelo laser é dependente da ativação da enzima guanilato ciclase solúvel (GCs).

a) Em anéis de aorta com endotélio íntegro, foram realizadas aplicações do laser vermelho (660 nm), potência de saída de 100 mW e tempo de exposição de 56 seg) na presença do ODQ (1 µmol/L), inibidor seletivo da GCs. Os anéis de aorta foram incubados com ODQ por 30 minutos antes da aplicação da fotobiomodulação. 3.6) Nitrito e nitrato

A quantificação do NO foi realizada em amostras de sangue, coletadas antes e após a aplicação da fotobiomodulação. A coleta após a aplicação da fotobiomodulação, foi realizada após o fim do efeito hipotensivo. Os níveis séricos de óxido nítrico foram obtidos medindo as concentrações séricas de seus produtos finais estáveis nitrito (NO2-) e nitrato (NO3-), respectivamente, identificados como

NOx (PEREIRA et al., 2014). A quantificação do NO foi realizada pela técnica de quimioluminiscência usando o NO Analizer 280i (Sievers, Boulder, CO, EUA), (Figura 7).

Figura 7. Aparelho utilizado para quantificação do NO pelo método quimioluminiscência (NO Analizer

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28

3.7) Protocolo de fotobiomodulação

Os parâmetros da terapia (PBM) para a realização dos experimentos iniciais in vitro e in vivo estão apresentados na Tabela 1.

Tabela 1. Parâmetros de terapia de fotobiomodulação in vitro e in vivo.

Parâmetros do Laser [unidade] Experimento In vitro Experimento In vivo Comprimento de onda do centro [nm] 660 (vermelho) 660 (vermelho)

Modo operacional CW CW

Potência de saída [mW] 100 100

Área do spot [cm2] 0,028 0,028

Forma do feixe Circular Circular

Perfil do feixe Gaussiano Gaussiano

Irradiância [W/cm2] 3,57 3,57

Tempo de exposição [seg] 56 56

Fluência [J/cm2] 200 1.200

Energia total [J] 5,6 33,6

Número de pontos irradiados 1 6

Área irradiada [cm2] 0,028/ponto 0,028/ponto

Técnica de aplicação 1 cm do alvo no banho Contato com o alvo

Número e frequência de tratamento (sessões) 1x 1x

Todas as aplicações foram realizadas pela mesma pessoa, usando o equipamento Photon Laser III (DMC Equipment, São Carlos, SP, Brasil) (figura 9) ou um protótipo desenvolvido pela DMC equipamento, manta com 6 pontos de emissão de laser vermelho 660 nm (figura 8).

A manta foi mantida direcionada para a pele em um ângulo de 90 ° e com uma leve pressão. O laser foi aplicado pela via transcutânea na região abdominal do rato em 6 pontos durante 56 segundos (seg) cada ponto.

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Figura 8. Aplicação da fotobiomodulação pela via transcutânea na região abdominal do rato em 6

ponto consecutivos (manta). Protótipo desenvolvido pela DMC equipamentos.

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Em nosso laboratório temos disponibilidade de laser de spot pequeno (0,028 cm2). Para realização dos experimentos in vitro, nos anéis aórticos isolados, uma

única aplicação de FBM foi realizada diretamente no anel aórtico pré-contraído com fenilefrina totalizando 56 seg de FBM utilizando um laser entregue por uma única ponteira (Figura 9).

Figura 9. FBM utilizando um laser com uma única ponta diretamente no anel aórtico pré-contraído

com fenilefrina totalizando 56 seg.

Os parâmetros da terapia (FBM) para a realização dos experimentos finais in vivo (efeito energia-dependente) para avaliação da pressão arterial frente as diferentes energias irradiadas são mostradas na tabela 2.

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Tabela 2. Parâmetros da terapia de fotobiomodulação in vivo para avaliação da PA frente a diferentes energias

Parâmetros do laser [unidade] Valores e [unidades]

Comprimento de onda [nm] Modo operacional

AlGaAs – 660nm CW

Energia [J] por ponto Energia total [J]

Potência de saída [mW]

0.1; 0.3; 0.6; 1.2; 2.3; 4.7; 9.3 e 18.6 [J] 0.6; 1.8; 3.6; 7.2; 13.8; 28.2; 55.8 e 111.6 [J] 100 [mW]

Densidade de energia por ponto [J/cm2] 2.5, 7.5, 15, 30, 57.5, 117.5, 232.5 e 465 [J/cm2]

Densidade de energia Total [J/Cm2]

Irradiância [W/Cm2]

Técnica de aplicação

15, 45, 90, 180, 345, 705, 1395 e 2736 [J/cm2]

3,57 [W/Cm2]

Contato com o alvo Área do spot

Frequência do tratamento

0,028 [cm2]

Única aplicação

Tempo de irradiação 6; 18; 36; 72; 130,8; 282; 549 e 1098 [seg]

Após a chegada ao laboratório (em torno de 180-200 g), os ratos foram alocados em caixas coletivas e ficaram em período de aclimatação por cinco dias em ciclo claro/escuro para que pudessem se adaptar ao novo ambiente (biotério) e às manipulações realizadas e procedimentos posteriores. No 6° dia foi realizada a mensuração da pressão arterial sistólica pelo método de pletismografia de cauda para o registro de controle individual antes do procedimento cirúrgico, para indução da hipertensão renovascular 2R-1C. No sétimo dia, os animais foram pesados para a realização da cirurgia e realocados para recuperação, em que permaneceram por um período de 6 semanas (tempo padronizado). A seguir, foi realizada a mensuração da pressão arterial sistólica por pletismografia de cauda para seleção dos animais hipertensos, com pressão arterial sistólica ≥160mmHg. Os animais que não atingiram estes níveis de pressão, foram excluídos dos experimentos. Os animais devidamente selecionados, foram separados em 7 grupos compostos por 7 animais cada. Os animais receberam os nomes de suas respectivas energias utilizadas (Ex: grupo 0,6; grupo 1,8 etc). Então, os animais foram submetidos à cirurgia para canulação da artéria femoral e mantidos em repouso por 24 horas para que não houvesse influência dos anestésicos sobre a pressão arterial no momento do experimento. Com os animais acordados, cada grupo recebeu sua respectiva (energia do laser) por via percutânea na região abdominal e ao término da aplicação da fotobiomodulação (tempo específico para cada energia), foi monitorada a pressão

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31

arterial direta para aquisição dos registros e avaliação do tempo de efeito e ao término, foi realizada a eutanásia dos animais (Figura 10).

Figura 10. Organograma dos grupos experimentais.

3.8) Forma de análise dos resultados

Para análise estatística dos dados da reatividade vascular e quantificação do óxido nítrico, foi utilizado o programa Prisma 6.0. Após a coleta, os dados foram devidamente analisados utilizando ANOVA seguida de um pós-teste Newman Keuls ou teste t de student para determinar o nível de significância entre os grupos. O nível de significância estatística adotado foi de P< 0,05. Os resultados estão apresentados como média ± erro padrão da média (EPM). Para análise dos resultados da pressão artérial (PAS,PAD,PAM e FC) utilizamos ANOVA seguido do teste post hoc de comparação múltipla de Newman-Keuls. Os dados são expressos como média ± DP. O nível de significância estatístico foi indicado por p <0,05. (Software Graphpad Prism 5.0, Software Inc, La Jolla, CA, EUA).

4.0) RESULTADOS

Seis semanas após as cirurgias, os animais 2R-1C apresentaram níveis elevados de pressão arterial. Em ratos 2R-1C, o valor de PAS foi de (187 ± 23

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32

mmHg, n=6), PAD (125 ± 19 mmHg, n = 6) e PAM (147 ± 21 mmHg, n = 6) foram superiores aos valores encontrados em ratos controle 2R: PAS (111 ± 13 mmHg, n = 8, p< 0,05), PAD (72 ± 14 mmHg, n = 8, p< 0,01) e PAM (85 ± 13 mmHg, n = 8, p< 0,01) (Figura 11).

Figura 11. Valores basais da pressão arterial em ratos normotensos (2R) e ratos hipertensos (2R-1C).

As barras mostram as médias ± DP de PAS, PAD e PAM. * p< 0,05, indica diferença para PAS, PAD e PAM entre 2R e 2R -1C.

Em ratos 2R-1C, a FBM induziu diminuição de PAS, PAD, PAM e FC. Em animais 2R-1C, a magnitude do efeito hipotensivo para a mesma dose da aplicação

da fotobiomodulação foi maior (redução PAS: -24 ± 3 mmHg, n = 6; redução PAD: -20 ± 10, n = 6 e redução do PAM: -22 ± 7, n = 6) comparado com os animais 2R (redução PAS: -10 ± 2 mmHg, n = 8, p< 0,05; redução PAD: -3 ± 7, n = 8, p< 0,05 e redução de PAM: -5 ± 5, n = 8, p< 0,05) (Figura 12A). Em ratos normotensos e hipertensos não foi verificado efeito hipotensivo agudo após a aplicação de laser a 808 nm. No que diz respeito à FC, a aplicação da FBM induziu diminuição neste parâmetro em 2R-1C (Δ FC: -18 ± 6 bpm, n = 6) e 2R (Δ FC: -6 ± 2 bpm, n = 8), com maior efeito em ratos 2R-1C do que em 2R (p< 0,05) (Figura 12B).

Figura 12. Magnitude do efeito hipotensivo da fotobiomodulação (FBM) na pressão arterial sistólica

(34)

33

(A). Efeito da FBM sobre FC nos grupos 2R e 2R-1C. As barras mostram a média ± DP da diminuição da FC após FBM (B). * p< 0,05, indica diferença entre os grupos 2R e 2R-1C.

Em ratos hipertensos 2R-1C, o efeito hipotensor induzido pelo laser foi mais prolongado (2R-1C: 3055 ± 491s, n = 6) do que o obtido em ratos normotensos 2R (2R: 61± 21s p< 0,001, n = 8) (Figura 13).

Figura 13. Duração do efeito hipotensivo induzido pela FBM na PAS em animais 2R e 2R-1C. As

barras mostram a média ± SD da duração do efeito em segundos na PAS. * p< 0,05, indica diferença entre animais 2R e 2R-1C.

O valor basal de NO no soro foi maior em ratos 2R-1C (43 ± 5 μM, n = 6) do que em ratos 2R (34 ± 5 μM, n = 6; p< 0,05) (Figura 14). Para avaliar o efeito da FBM sobre a concentração sérica de NO, a quantificação foi realizada antes e depois da aplicação da fotobiomodulação. A aplicação da FBM induziu elevação da concentração de NO no soro de animais 2R-1C (De: 43 ± 5 μM para: 60 ± 2 μM, n = 6, p< 0,05) e de animais 2R (De: 34 ± 5 μM, para: 41 ± 5 μM, n = 6; p< 0,05) com

B A

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34

efeito tanto em 2R quanto em 2R-1C. Porém, a elevação foi mais intensa nos ratos 2R-1C, quando comparados com os 2R (elevação 2R-1C: 17 ± 5 μM > 2R: 7 ± 1 μM, p< 0,05).

Figura 14. Efeito do FBM sobre a concentração sérica de NO em ratos 2R e 2R-1C. As barras

mostram as médias ± SD da concentração de NO antes e depois da aplicação FBM. * p< 0,05, indica diferença entre os grupos 2R-1C e 2R antes e após FBM. + indica diferença entre 2R-1C e 2R.

Após verificar que o laser é capaz de induzir queda na pressão arterial, tivemos como objetivo verificar se este efeito é dependente da quantidade de energia emitida pelo laser. Verificamos que a fotobiomodulação aplicada de forma aguda diminuiu a PAS de maneira energia-dependente (0,6 J: -2 ± 1 mmHg, n = 7 < 7,2 J: -10± 4 mmHg, n = 8 < 28,2 J: -19 ± 6 mmHg, n = 11 e 55,8 J: -18 ± 4 mmHg, n = 8; p <0,05). Verificamos que a fotobiomodulação atingiu efeito máximo 28,2 J, sem efeito aditivo em doses mais altas (55,8 J) em comparação com 28,2 J. Como pode ser verificado na figura 15, em maior energia (111,6 J: 2 ± 4 mmHg, n = 7) o efeito hipotensor induzido pela fotobiomodulação não foi verificado.

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Figura 15: Efeito da aplicação sobre a pressão arterial sistólica (PAS) de animais 2R-1C na

sequência da irradiação total de energia: 0,6; 1,8; 3.6; 7.2; 13,8; 28,2; 55,8 e 111,6 Joule (J) por aplicação. * p<0,05 (em comparação com 0,6 J), ** p<0,05 (em comparação com 1,8 J), *** p<0,05

(em comparação com 3,6 J) e + p<0,05 (em comparação com 7,2 J).

A fotobiomodulação induziu uma diminuição na PAD (1,8 J: -5 ± 2 mmHg n = 7 < 7,2 J: -9 ± 14 mmHg, n = 8; 13,8 J: -10 ± 7 mmHg, n = 8; 28,2 J: -9 ± 8 mmHg, n = 11; 55,8 J: -13 ± 6 mmHg, n = 8; p <0,05), como pode ser verificado na figura 16. O efeito máximo foi atingido em 7,2 J. A energia mais alta não induziu diminuição na PAD (111,6 J: 2 ± 8 mmHg, n = 7).

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Figura 16: Efeito da aplicação sobre a pressão arterial diastólica (PAD) em animais 2R-1C na

sequência de irradiação de energia total: 0,6; 1,8; 3,6; 7,2; 13,8; 28,2; 55,8 e 111,6 Joule (J) por aplicação. * p<0,05 (em comparação com 1,8 J), ** p<0,05 (em comparação com 55,8 J).

O efeito hipotensor máximo sobre a pressão arterial média foi atingido em 13,8 J de irradiação de energia (0,6 J: -1 ± 4 mmHg, n = 7 <13,8 J: -13 ± 6 mmHg, n = 8, p <0,05), sem efeito para a energia de 111,6 J (0 ± 6 mmHg, n = 7) (Figura 17).

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Figura 17: Efeito da aplicação sobre a pressão arterial media (PAM) em animais 2R-1C na sequência

de irradiação total: 0,6; 1,8; 3,6; 7,2; 13,8; 28,2; 55,8 e 111,6 Joule (J) por aplicação. *p<0.05 (em comparação com 0.6 J), **p<0.05 (em comparação com 55.8 J).

A frequência cardíaca diminuiu após a aplicação da fotobiomodulação, com efeito máximo em 28,2 J (-39,15 ± 16,10 BPM, n = 11). A aplicação de energia mais alta (111,6 J) induziu aumento da FC de 21 ± 20, n = 7) (Figura 18).

A irradiação de energia mais alta (28,2 e 55,8 J) de fotobiomodulação foi capaz de induzir efeitos hipotensores prolongados (28,2 J: 3068 ± 2275 seg, n = 11; 55,8 J: 3760 ± 2059 seg, n = 8). A maior irradiação de energia (111,6 J) não induziu efeito hipotensor (Figura 19).

Figura 19: Tempo de efeito hipotensivo em animais 2R-1C na sequência de irradiação de energia:

0,6; 1,8; 3.6; 7.2; 13,8; 28.2; 55,8 e 111,6 Joule (J) por aplicação. * P<0,05 (em comparação com 0,6 J / cm2), ** p<0,05 (em comparação com 1,8 J / cm2) *** p<0,05 (em comparação com 1,8 J / cm2) ***

p<0,05 (em comparação com 3,6 J / cm2).

Figura 18: Efeito da aplicação sobre a freqüência cardíaca (FC) em animais 2R-1C na sequência da

energia total de irradiação de: 0,6; 1,8; 3.6; 7,2; 13,8; 28,2; 55,8 e 111,6 Joule (J) por aplicação. * P<0,05 (em comparação com 0,6 J), ** p<0,05 (em comparação com 55,8 J /cm2).

(39)

38

Estudo em anel aórtico isolado foi realizado para investigar os possíveis mecanismos de ação da FBM. Em anéis aórticos de ratos normotensos, a aplicação da fotobiomodulação induziu o relaxamento em aortas com ou sem endotélio (E+: 50,06 ± 8,19%, n = 8; E-: 42,10 ± 12,58%, n = 5) e a inibição da NOS (L-NAME) não modificou o efeito (L-NAME: 44.30 ± 8.59%, n = 6). No entanto, o sequestrador de NO (hidroxicobalamina) ou o inibidor de guanilato ciclase solúvel (ODQ) aboliu o relaxamento induzido pela fotobiomodulação (HIDROX: 0,56 ± 0,02%, n = 5, p< 0,001; ODQ: 0,54 ± 0,01%, n = 5, p< 0,001) (Figura 20). Os resultados obtidos nos experimentos em anéis aórticos de ratos hipertensos (2R-1C), mostram que o relaxamento induzido pelo FBM foi semelhante em anéis de aorta com ou sem endotélio (E+: 49,9 ± 7,25%, n = 6; E-: 45,19 ± 10,94%, n = 6).

Figura 20: Efeito da FBM laser sobre o relaxamento de anéis aórticos isolados com endotélio (E+) ou

sem endotélio (E-), (E+) na presença de Hidroxicobalamina, (E+) na presença de L-NAME, (E+) na presença de ODQ. A traçado representativo obtido nos experimentos de reatividade vascular. B) As

barras mostram, a média ± DP do efeito relaxante em %. * p<0,05, indica diferença entre anéis aórticos.

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5.0) DISCUSSÃO

principal achado deste estudo foi que a terapia de fotobiomodulação induz efeito hipotensor duradouro em ratos hipertensos, o qual é dependente da energia aplicada. Em ratos normotensos este efeito foi observado, mas em menor magnitude e menor tempo de duração. Da mesma forma, a mesma dose da FBM induz maior aumento da concentração de NO no soro de ratos hipertensos, comparado com o soro de ratos normotensos. Assim, esses resultados indicam que o efeito FBM depende da concentração de NO liberado, já que o NO é um potente vasodilatador.

A vasodilatação induzida pelo NO ocorre principalmente pela ativação da guanilato ciclase soluvel (GCs), enzima que catalisa a produção de guanosina-3 ', 5'-monofosfato cíclica (GMPc) (RAPOPORT et al., 1983). Em menor concentração, o NO modula as respostas fisiológicas, o relaxamento de células musculares lisas vasculares (VSMC) requer níveis entre 10 e 30 nM de NO (THOMAS et al., 2008). Desta forma, um menor incremento de níveis de NO pode induzir maior efeito hipotensor, o que poderia explicar a hipotensão mais acentuada sob o efeito da FBM em ratos hipertensos.

Nos anéis aórticos isolados, verificamos que a FBM (660 nm) foi capaz de induzir vasodilatação, por mecanismo dependente do NO. O relaxamento induzido pela FBM não foi reduzido nos anéis aórticos sem endotélio e em anéis aórticos com endotélio na presença de inibidor de NOS. Estes resultados sugerem que o

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relaxamento induzido pela FBM não é dependente de endotélio e ativação de NOS. A inibição de GCs (ODQ) e a presença do sequestrador de NO (Hidoxicobalamina) aboliu o efeito da FBM. Estes resultados indicam que o efeito da FBM é dependente de liberação do NO, e não depende da ativação NOS. Em anéis de coronária de porco isolado, a FBM (680 nm) induziu vasodilatação por um mecanismo dependente de NO, e a inibição de NOS não modificou o efeito Plass et al., 2012). Assim, nossos resultados estão de acordo com a literatura.

Analisamos o efeito da FBM em anéis aórticos de ratos hipertensos (2R-1C), e uma magnitude similar de relaxamento foi verificada entre anéis aórticos de 2R-1C 2R e. Desta forma, nossos resultados sugerem que o efeito hipotensor mais duradouro e prolongado induzido pela FBM é mediado pela liberação sistêmica e mais duradoura de NO, com maior liberação sistêmica de NO em ratos hipertensos. O mecanismo molecular subjacente a estas respostas não foi identificado neste estudo.

Dados da literatura demonstram que a FBM induz proliferação e migração de células endoteliais, bem como a síntese de NO. Nas células HUVECs isoladas, a FBM (632,5 nm) aumentou a liberação de NO após 2 horas de tratamento com FBM e aumentou a expressão de eNOS após 24 horas (SAMOILOVA et al., 2008). Em humanos, a FBM (385-750 nm) induziu aumento transitório na microcirculação sistêmica e local, por 90 min em voluntários saudáveis e 24 horas em voluntários diabéticos (SAMOILOVA et al., 2008; SAMOILOVA et al., 2008). Assim, o efeito hipotensor da FBM verificado neste estudo poderia estar relacionado à produção de NO prolongada.

Em fluidos biológicos, o NO tem meia-vida curta, apenas alguns segundos (MCINTYRE et al, 1999). Mesmo assim, alguns estudos sugerem que além de uma meia-vida muito curta do NO em fluidos biológicos, o NO pode estimular efeitos prolongados. Foram demonstrados efeitos hemodinâmicos usando doadores de NO de forma dose efeito (SILVA, 1999; RODRIGUES et al., 2012). Em nosso estudo, a fotobiomodulação foi capaz de reduzir a pressão arterial por cerca de 60 minutos. Além disso, parte da magnitude da pressão arterial reduzida pode ter sido influenciado pela diminuição da FC, com consequente diminuição do débito cardíaco. Este resultado corroborou com resultados de outros grupos de pesquisa (KUBASZEWSKI et al, 1994).

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A frequência cardíaca (FC) diminuiu em resposta à aplicação aguda da FBM, com maior efeito em ratos hipertensos. A aplicação crônica durante 7 semanas de FBM a 780 nm, diminuiu a FC em ratos SHR, com pouco efeito em ratos normotensos (TOMIMURA et al, 2014). Assim, parte do efeito hipotensor induzida por FBM aguda pode ser induzida pela diminuição da FC com consequente diminuição do débito cardíaco. Em nosso trabalho, a quantificação dos níveis sanguíneos basais de NO indica que o NO é mais elevado nos hipertensos do que nos ratos normotensos. Da mesma forma, uma maior concentração de níveis sanguíneos basais de NO foi verificada em ratos espontaneamente hipertensos (SHR), em comparação com normotensos VAZIRI (1998), corroborando com os nossos resultados.

A hipertensão é uma condição assintomática a longo prazo, e é um dos principais fatores de risco de morte, além disso, em idades entre 40-69 anos, uma diferença de 20 mmHg na PAS está associada as altas taxas de morte por acidente vascular cerebral e óbitos por outras doenças vasculares (LEWINGTON et al, 2002). Talvez a contribuição mais importante do estudo atual para aplicação clínica é que uma exposição relativamente breve da FBM na região abdominal dos ratos é eficaz na indução de efeito hipotensor por cerca de 60 minutos.

A luz laser (vermelha), atua através da absorção por fotorreceptores específicos, por exemplo, citocromo-c oxidase. A fotobiomodulação também tem um efeito positivo na função endotelial Szymczyszyn (2016), aumentando seu potencial antioxidante e angiogênico. Plass e Cols demonstraram que a fotobiomodulação no comprimento de onda de 680 nm pode induzir um relaxamento dependente da dose em segmentos de vasos coronários de porco, este estudo sugere que a vasodilatação é mediada por um mecanismo intracelular de óxido nítrico dependente (PLASS et al, 2012).

Para definir uma janela terapêutica para irradiação laser de 660 nm na região abdominal, um intervalo de irradiação de energia de 0,6 a 111,6 J foi testado. Verificamos um importante efeito hipotensor de 7,2 a 55,8 J, e o efeito foi perdido em maior irradiação de energia (111,6 J). Assim, nossos resultados sugerem que a fotobiomodulação induz um efeito hipotensor importante de forma energia dependente.

Um resultado interessante observado para todos os parâmetros medidos foi a resposta bifásica à irradiação do laser vermelho, incluindo um possível efeito

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inibitório na intensidade de irradiação de energia de 111,6 J, que não diminuiu a pressão arterial e aumentou a frequência cardíaca. Esta resposta de dose bifásica foi encontrada previamente, em que a aplicação de intensidades de energia mais baixas ocorre efeito benéfico, por outro lado, maior intensidade apresenta efeitos inibitórios (GAL et al, 2009). Uma hipótese para essa resposta bifásica é que a luz estimula a produção de espécies reativas de oxigênio (EROS) nas mitocôndrias. Quando é estimulado com baixas intensidades, podem iniciar vias benéficas de sinalização celular. No entanto, em maiores intensidades de luz, a produção de EROS podem danificar a mitocôndria que poderia levar ao início da apoptose pela via mitocondrial, incluindo a liberação do citocromo c (Huang et al, 2011).

É importante observar principalmente as aplicações clínicas, uma vez que o tempo de exposição prolongada da radiação laser, principalmente em maiores saídas de potência, pode induzir o aquecimento da pele trazendo algum desconforto e alguma dor que é pronunciada em pessoas com peles mais escuras e também em maior irradiação de energia o efeito é perdido (JOENSEN et al, 2011). Desta forma, identificar a janela terapêutica de aplicação da fotobiomodulação facilita sua aplicação na clínica, uma vez que vai direcionar o tratamento para doses eficazes. 6.0) CONCLUSÃO

Nossos resultados indicam que a aplicação aguda da FBM na região abdominal dos ratos, em comprimento de onda de 660 nm, 100 mW foi capaz de induzir um efeito hipotensor de forma energia dependente e prolongado em ratos hipertensos renais (2R-1C), bem como promover vasodilatação em anéis aórticos isolados por mecanismo dependente de NO. Além disso, concluímos que o efeito hipotensor do laser ocorre em uma janela terapêutica eficaz (7,2 a 55,8 J), com perda de efeito na maior irradiação de energia (111,6 J).

7.0) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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