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Sustentabilidade Ambiental da Alimentação Humana

Environmental Sustainability of Food

Ana Margarida Carvalho Pena

Orientado por: Dr.ª Ana Sofia Costa Coorientado por: Dr. Pedro Carvalho

Revisão Temática

1.º Ciclo em Ciências da Nutrição

Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto

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Índice Lista de Abreviaturas ... ii Resumo ... iii Abstract ... iv Introdução ... 1 Sustentabilidade Ambiental ... 2

Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) ... 4

Pegada de Carbono/GEEs ... 5

Rótulos de Pegada de Carbono/Calculadoras de Pegada de Carbono ... 10

A Alimentação Mediterrânica ... 11 Conclusão ... 14 Agradecimentos ... 16 Referências ... 17 Anexos ... 20 Índice de Anexos ... 20

(4)

Lista de Abreviaturas (por ordem alfabética)

ACV Avaliação do Ciclo de Vida

APN Associação Portuguesa dos Nutricionistas

CH4 Metano

CO2 Dióxido de Carbono

CO2e Equivalentes de dióxido de carbono

EIOA Environmental Input-Output Analysis

EU União Europeia

FAO Food and Agriculture Organization

GEE Gases com Efeito de Estufa

IPCC Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas

LCA Life Cycle Assessment

N2O Óxido Nitroso

OMS Organização Mundial de Saúde

ONG Organização Não Governamental

UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência

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Resumo

Num mundo em constante crescimento e globalização, os impactes ambientais são cada vez mais notórios e prejudiciais, colocando em risco a sustentabilidade e a segurança alimentar das gerações vindouras. Através da análise de vários estudos realizados, chegou-se à conclusão que, na Europa, é o setor alimentar o principal responsável pelas emissões antropogénicas de Gases com Efeito de Estufa (GEEs). Deste modo, é necessário criar políticas e estratégias que reduzam o consumo de alimentos com maiores emissões de GEEs (como a carne e os produtos lácteos) e que incentivem ao maior consumo de alimentos com menor impacte ambiental, como é o caso dos produtos de origem vegetal (pouco processados e transportados). Como exemplo de um padrão alimentar sustentável aparece a Alimentação Mediterrânica, devendo, portanto, ser incentivada a sua adesão por parte das populações. Além disso, há a necessidade de informar os consumidores sobre os impactes que as suas escolhas alimentares têm no ambiente. Neste contexto, a implementação de rótulos com a informação sobre a pegada de carbono parece ser uma boa estratégia para transmitir essa informação aos consumidores. Por outro lado, devem ser desenvolvidas ferramentas de cálculo das emissões de dióxido de carbono (CO2), mais específicas para a produção e obtenção dos alimentos.

Neste trabalho apresenta-se um exemplo de uma ferramenta de cálculo das

emissões de CO2 na produção do salmão, em diferentes cenários, concluindo-se

que, dos parâmetros estudados, o transporte aéreo e o elevado processamento

(6)

Palavras-chave: Sustentabilidade, Impacte Ambiental, Emissões GEEs,

Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), Alimentação Mediterrânica

Abstract

In a world of constant growth and globalization, environmental impacts are increasingly notorious and harmful, threatening the sustainability and food security of future generations. Through analysis of several studies, we can conclude that in Europe, the food sector is primarily responsible for anthropogenic emissions of Greenhouse Gases (GHGs). Thus, there must be created policies and strategies that reduce the consumption of food with higher emissions of greenhouse gases (such as meat and dairy products) and to encourage the increased consumption of food with less environmental impact, such as plant-based products (little processed and transported). As an example of a sustainable eating pattern is the Mediterranean Diet and, therefore, should be encouraged to the population. Moreover, there is the need to inform consumers about the impacts that their food choices have on the environment. Thus, the implementation of nutrition labels with information about the carbon footprint would be a good example to transmit this information to consumers. On the other hand, must be developed calculation tools

of carbon dioxide (CO2) emissions, more specific to the production and acquisition

of food. This paper presents an example of a tool for calculating CO2 emissions in

the production of salmon in different scenarios, concluding that, from the parameters studied, air transport and high processing are the ones that lead to higher emissions of CO2.

Key Words: Sustainability, Environmental Impact, GHGs emissions, Life

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(9)

Introdução

Os alimentos são, para o Homem, muito mais do que simples vetores para a sua alimentação. Estes têm muitas funções para os seres humanos, não só o fornecimento de nutrimentos (como proteínas, entre outros), mas também

oferecer prazer ou ser um símbolo de cultura e identidade social.(1)

A nível planetário, temos preocupações diferentes em relação ao desenvolvimento sustentável das populações. Por um lado, nas economias desenvolvidas (que constituem apenas 20% da população mundial), responsáveis por 80% dos impactes do ciclo de vida do consumo, o objetivo seria reduzir o seu impacte ambiental negativo, havendo, contudo, como entraves a essas mudanças, os hábitos de consumo incutidos e as infraestruturas já existentes. No caso das economias de desenvolvimento rápido, como se encontram em crescimento exponencial (criando, nas próximas décadas, cerca de 80% das suas infraestruturas), existe a possibilidade de criar novas estruturas respeitando desde logo o conceito de produção e consumo sustentáveis, evitando, assim, cometer os mesmos “erros” das economias desenvolvidas. Por fim, no caso das economias que se encontram na “base da pirâmide”, encontram-se os objetivos de erradicar a pobreza e estabelecer uma base para o crescimento sustentável com equidade. (2)

Verifica-se que toda a atividade económica e, portanto, os impactes

ambientais relacionados são movidos pelo consumo (2) e englobam os impactes

da produção, uso e gestão de resíduos de produtos ou serviços consumidos. (3,

(10)

Através da modificação dos consumos alimentares é possível ter um grande impacte no ambiente. Estima-se que as atividades relacionadas com a cadeia alimentar sejam o principal contribuinte do aquecimento global na Europa (31%). (5)

A população mundial encontra-se em crescimento exponencial, verificando-se, também, o crescimento da riqueza acompanhado por dietas com maior impacte, mais ricas em carne e produtos lácteos. Com este cenário, é expectável que haja um aumento dos impactes (absolutos e relativos) do

consumo de alimentos. (6) A sustentabilidade ambiental deve ser uma questão

a ter em atenção pela população, uma vez que as mudanças que vão

acontecer no clima vão afetar a Segurança Alimentar (food security) global. (7, 8)

Desta forma, devem ser tomadas medidas para que seja possível providenciar uma boa qualidade de vida a uma população crescente (prevista de 9 biliões de pessoas até 2050), mas garantindo que não se esgotem irremediavelmente os

recursos da Terra, o que depende da vontade humana. (9-11)

Sustentabilidade Ambiental

O Desenvolvimento Sustentável, ou Sustentabilidade, pode ser definido como, atender às necessidades do presente sem comprometer a capacidade

das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades. (12)

Quando falamos de Desenvolvimento Sustentável, temos que perceber que este conceito se trata de um triângulo em equilíbrio, com as componentes económica, social e ambiental em consonância. Como exemplos de Alimentação Sustentável temos a pesca sustentável, por exemplo, do

(11)

bacalhau, em que os produtos resultantes desta prática vêm com essa indicação no rótulo, possibilitando ao consumidor uma escolha informada. (13) Outro exemplo é a Agricultura Biológica, que pode ser definida como um sistema agrícola que procura fornecer ao consumidor, alimentos frescos, saborosos e autênticos e ao mesmo tempo respeitar os ciclos de vida naturais dos mesmos. Neste sentido, foram estabelecidas normas na união Europeia (UE), no Regulamento (CEE) 2092/91 do Conselho de 24 de Junho de 1991 relativo ao modo de produção biológico de produtos agrícolas e à sua indicação nos produtos agrícolas e nos géneros alimentícios. (14, 15)

“O consumo sustentável centra-se na formulação de estratégias que promovam a equidade da maior qualidade de vida, o uso eficiente dos recursos naturais e a satisfação efetiva das necessidades humanas, ao mesmo tempo que promovem o desenvolvimento social equitativo, a competitividade económica e inovação tecnológica''. Esta citação é retirada da "Declaração de

Oslo sobre o Consumo Sustentável" (16) , um manifesto desenvolvido por cerca

de 50 cientistas de todo o mundo em fevereiro de 2005. (10)

Então, pode-se dizer que é necessário um "triângulo de mudança", em que as empresas, os consumidores e as políticas governamentais realizem, cada um, os seus papéis essenciais. No entanto, verifica-se que não há nenhuma "bala de prata" que garanta mudanças radicais em direção à sustentabilidade. (10)

Esforços significativos têm que ser feitos para tornar os nossos sistemas de produção e de consumo mais sustentáveis. Neste contexto, a vários níveis, a necessidade de políticas em matéria de produção e consumo sustentáveis é

(12)

Cada vez mais há um reconhecimento mundial do conceito de sistemas alimentares sustentáveis, compreendendo menores custos ambientais, sociais e económicos. (18)

Avaliação Do Ciclo De Vida (ACV)

A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), que é regulamentada pela ISO

14040 (19) (constituída por uma série de padrões internacionais), é uma

ferramenta de apoio para as políticas de produção e de consumo sustentáveis, permitindo, às entidades responsáveis, reunir dados sobre questões ambientais e usá-los para orientar a reestruturação da cadeia de suprimentos, a fim de

melhorar performances ambientais globais. (20) Esta ferramenta incorpora uma

metodologia que permite avaliar os impactes dos produtos em todo o seu ciclo.

(1)

Teoricamente, a ACV pode ser utilizada por três grupos distintos, como uma ferramenta de suporte de decisão: pelos produtores de produto, para melhorar o desempenho ambiental de um sistema de produção; pelos consumidores de produto, para orientar decisões de compra; e pelos decisores políticos, para informar e orientar estratégias de longo prazo. (20) Neste sentido, a ACV, em que os encargos ambientais e os impactes ambientais de toda a cadeia de consumo e produção de um produto são avaliados, pode ser usada como uma ferramenta eficiente para melhorar o desempenho ambiental das cadeias de produção e dos produtos, bem como fornecer informação valiosa para os consumidores. (19, 21)

A ACV é o método mais comummente utilizado para estimar a energia e os Gases com Efeito de Estufa (GEEs) (expressa em equivalentes de dióxido de carbono (CO2e)) incorporados nos produtos e serviços avaliados. (22-24) Os

(13)

inputs energéticos no ciclo de vida dos alimentos podem variar significativamente, devido a uma multiplicidade de fatores relacionados com os ciclos de vida animal ou vegetal, condições meteorológicas, tipologia do processamento e o uso de várias tecnologias e métodos de transporte. Por

exemplo, Carlsson-Kanyama et al. (2003) (25) estimou um intervalo de variação

de 2 a 220 GJ para o consumo de energia primária por 1000 kg de produtos alimentares. Impactes inferiores são, geralmente, atribuídos a produtos

vegetais ou produtos que não requerem tratamentos agrícolas complexos. (20)

As etapas de execução deste método podem ser vistas, mais pormenorizadamente, no Anexo A.

Com o intuito de melhorar as pesquisas em torno da alimentação mais benéfica para o Homem, seria pertinente incluir nas ACV dos alimentos, os seus aspetos nutricionais, ao nível do produto, fornecendo uma maior compreensão acerca da sustentabilidade da produção de alimentos, mas também servir de auxílio às entidades políticas responsáveis e aos consumidores em geral, na realização das suas escolhas mais em consciência deste assunto. (21)

Pegada de Carbono/ GEEs

Pode-se definir a pegada de carbono como quantidade de CO2 que é

produzida, em determinada atividade, ou seja, a soma do conjunto total de emissões criadas com qualquer organização, evento ou produto e, como tal, é uma medida chave da componente antropogénica de mudança climática, pois estima o impacte total que resulta de atividades. (22)

(14)

O consumo de energia está associado às emissões de CO2, ou seja,

quanto maior o consumo de energia, maiores as emissões deste gás. Assim, ao reduzir a energia consumida, melhora-se o impacte ambiental, visto que se

emitem menores quantidades de CO2 para a atmosfera. E combater as

alterações climáticas significa reduzir as emissões de gases de efeito de

estufa. (26) Para alcançar tais metas, exige-se um esforço concertado de

governos, empresas e indivíduos, que passa pelo aumento da eficiência energética, pela utilização de tecnologias mais voltadas para o ambiente e por alterações de comportamentos, no sentido de uma utilização mais racional da energia. (26)

Atualmente, já se sentem as mudanças climáticas. Através de um vasto estudo sobre este acontecimento, é consensual entre os cientistas que estas alterações climáticas são consequência das atividades do Homem e devem-se às elevadas emissões de GEEs. O Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), uma entidade que reúne centenas de cientistas de todo o mundo, no seu Quarto Relatório, divulgado em fevereiro de 2007,

confirma estas evidências. (26-28) De acordo com Grupo de Trabalho I do Quarto

Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental para as Alterações

Climáticas (IPCC) (27), verifica-se que o uso de combustíveis fósseis (recursos

naturais não renováveis) é a principal fonte de emissões derivadas das

atividades do Homem, sendo o dióxido de carbono (CO2) o GEE antropogénico

mais relevante, não esquecendo que outros GEEs, tal como o metano, também contribuem para as alterações climáticas. (18, 29)

A comunidade internacional está a responder a este desafio através de acordos internacionais, o mais importante dos quais é o Protocolo de Quioto,

(15)

sob o qual os países industrializados se comprometeram a reduzir as suas emissões. Este Protocolo incide nas emissões de seis gases de efeito estufa, entre eles o dióxido de carbono, metano e óxido nitroso. Este protocolo representa um passo importante no esforço para combater o aquecimento global, pois contém objetivos vinculativos e quantificáveis de redução de gases de efeito estufa. Em geral, os países industrializados comprometem-se a reduzir, coletivamente, as suas emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 5% relativamente aos níveis de 1990, durante o período 2008 a 2012.

(30)

Deste modo, estima-se que para evitar mudanças climáticas que atinjam proporções drásticas, é necessário uma redução de 50% das emissões de GEEs a nível global, e redução de 80% das emissões de GEEs nos países

desenvolvidos, até 2050.(31) (Anexo B)

Vários estudos concluíram que o impacte ambiental do consumo na Europa é devido, essencialmente, a três produtos/serviços: alimentos, transporte e habitação (que, em conjunto, representam 70-80% dos impactes

ambientais do ciclo de vida em sociedade (2, 32)). Considerando todas as

variáveis que compõem cada um destes fatores (como por exemplo, transporte de carro e aéreo, incluindo para férias; os alimentos, essencialmente a carne e os produtos lácteos; e o consumo de energia elétrica na habitação, para

aquecimento/arrefecimento, entre outros), Tukker et al. (2006) (5) , entre outros

autores, concluíram que o consumo de alimentos é o que mais contribui para o impacte ambiental da Europa, com 31%, sendo claramente superior à habitação (23,6%) e ao transporte (18,5%). (2, 5, 6, 18, 33, 34)

Neste sentido, sendo o setor alimentar reconhecido como o que tem maior impacte ambiental na Europa, pode observar-se que, também em todo o

(16)

mundo, o consumo de alimentos contribui com uma parte substancial da energia total utilizada e total de GEE emitidos. (35) Muito desse impacte tão significativo pode ser explicado, pelo facto do sistema alimentar produzir emissões em todas as fases do seu ciclo de vida, desde o processo de criação até à fabricação, distribuição e armazenamento refrigerado até à preparação e

consumo de alimentos em casa e eliminação de resíduos. (31) Por exemplo,

Steinfeld et al. (2006) (36) estimou que 18% das emissões globais de gases de

estufa são devidas ao setor de criação de animais por si só. (1)

Sabe-se que a energia está mais relacionada com as emissões de CO2 do

que com as emissões dos outros GEEs, logo, verifica-se que é pertinente

reduzir essas emissões de CO2 na produção de alimentos, para diminuir o

impacte desse setor no ambiente. (35, 37) Isto revela-se de uma enorme

importância, porque diversos estudos concluíram que é o setor agrícola que tem o maior impacte ambiental (33, 38, 39) (Anexo C). No ano 2000 (38), as emissões globais de GEEs do setor agrícola foram de 32%, sendo que 57%

destes corresponde ao dióxido de carbono (CO2), 25% de metano (CH4) e 19%

de óxido nitroso (N2O). (35)

Em relação aos GEEs, o CO2 é produzido quando se dá a combustão de

combustíveis fósseis para produzir energia (convertendo-se em energia elétrica, para aquecer as habitações ou para fazer funcionar unidades industriais, por exemplo), ou pela desflorestação (incêndios e queimas controladas). (26)

Relativamente aos outros GEEs, segue-se o metano (CH4), que é o

segundo GEE com maior relevância, a seguir ao CO2. Este é produzido quando

(17)

nomeadamente, a partir da fermentação entérica dos ruminantes, principalmente bovinos (pela degradação dos alimentos por bactérias e outros microrganismos no aparelho digestivo). (26, 29, 33) Deste modo, as emissões

deste GEE são vinculadas a alimentos como a carne e o leite. (29)

Outro GEE relevante é o óxido nitroso (N2O), que é gerado pela

transformação microbiana de azoto em solos e adubos e que está associado a fertilizantes agrícolas. O fabrico destes fertilizantes utiliza grandes quantidades de energia e produz emissões diretas deste GEE. O uso excessivo de fertilizantes, adubos e pesticidas pode aumentar significativamente os impactes ambientais, tais como, eutrofização, acidificação, consumo de água e produção de resíduos. O nível de emissões deste GEE depende da quantidade de fertilizante utilizado, das condições do solo e das condições climáticas (20, 26, 29,

35)

A Food and Agriculture Organization (FAO) (40) estima que, globalmente, o

sistema de criação de gado contribui para 18% das emissões de GEEs. Um relatório da UE (5) coloca a contribuição da carne e produtos lácteos em aproximadamente 13% de todos os GEEs da UE, ou metade do impacte total

dos alimentos. (31) Como exemplo comparativo podemos observar que 1 kg de

emissões de GEEs está associada a rendimentos de 162 g de proteína a partir de trigo (fonte vegetal), de 32 g de proteína a partir do leite e de apenas 10 g a partir da carne de vaca. (31)

Fundamentalmente, pode-se concluir que as reduções nas emissões dos GEEs neste setor, passam por mudanças nas indústrias de carne e produtos lácteos e por mudanças no padrão alimentar da população, no sentido do aumento do consumo de alimentos vegetais. Todavia, o setor de produção de

(18)

carne vai responder à diminuição da procura pelo mercado interno, aumentando as exportações, não havendo, assim, uma relação linear entre o consumo e a produção. Deste modo, para que haja reduções mais significativas no impacte ambiental, seriam necessárias mudanças mais drásticas ao nível da alimentação, não só ao nível das escolhas alimentares mas também nas práticas de produção e distribuição de alimentos. (6, 33, 41)

Podemos, então, concluir que as escolhas alimentares podem ter influência

sobre as emissões de GEEs. (2, 29, 31, 37)

Rótulos de Pegada de Carbono/ Calculadoras de Pegada De Carbono

Em teoria, os consumidores podem exercer a sua escolha de produtos e serviços de forma sustentável. (2) Contudo, na sua maioria, estão “presos” a convenções, a hábitos, normas e infraestruturas da sociedade moderna que compactuam com atividades com elevadas emissões de GEEs, que, na prática, limitam muito as escolhas do consumidor. Assim, deve-se investir em mudanças nos comportamentos de consumo, sendo a melhor forma através de instrumentos e campanhas que permitam ao consumidor compreender o impacte ambiental das suas atividades e escolhas quotidianas e quais as respetivas consequências. Para que tais mudanças de comportamento possam

ocorrer, é necessário atuar em três níveis, simultaneamente:

motivação/intenção, habilidade e oportunidade. (2, 21, 22). Desta forma, colocar a

informação ambiental em rótulos de produtos alimentares, aliada à sua informação nutricional, de forma clara e percetível a toda a população parece ser uma excelente maneira do consumidor perceber o impacte que determinado produto teve no ambiente durante o seu ciclo de vida e, assim,

(19)

fazer as suas escolhas de consumo em consciência. Alguns países (como Suécia e Inglaterra) já incluem a pegada de carbono em alguns rótulos nutricionais (Anexo D).

De qualquer forma, apesar das informações acerca da pegada de carbono ainda não constarem nos rótulos de produtos alimentares, existem já, neste momento, no mercado, várias calculadoras da pegada de carbono, onde se

podem calcular as emissões de CO2 de determinados produtos ou atividades.

No Anexo E podem-se ver alguns exemplos de calculadoras existentes. Neste

contexto criei uma ferramenta de avaliação da emissões de CO2 associadas ao

consumo alimentar, especificamente, para a obtenção do salmão, no sentido de perceber o funcionamento desta ferramenta e analisar os vários cenários possíveis (consultar o Anexo F).

A Alimentação Mediterrânica

De acordo com a Associação Portuguesa de Nutricionistas (APN), a “Alimentação Mediterrânica descreve uma forma específica de comer e beber, a qual tem vindo a ser relacionada com benefícios marcados na saúde das populações. Por esta razão, este tipo de alimentação é muitas vezes definida

como o gold standard de uma alimentação saudável”. (42) A Alimentação

Mediterrânica, declarada a 16 de novembro de 2010 Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) (43, 44), é considerada um padrão alimentar saudável bem como um estilo de vida saudável, e pode ser vista como um conjunto de práticas tradicionais, conhecimentos e habilidades,

(20)

transmitidas de geração em geração, e que proporciona um sentimento de

pertença e de continuidade para as comunidades envolvidas. (43, 45-49) A

Alimentação Mediterrânica é promovida como um exemplo de alimentação sustentável, uma vez que é considerado um padrão alimentar saudável, tendo

associado a si um baixo impacte ambiental. (6, 47, 50) Este padrão alimentar tem

associado uma série de características que lhe conferem as suas tão aclamadas vantagens, entre as quais: elevada ingestão de alimentos frescos, sazonais e pouco processados (entre eles: frutas e hortícolas, cereais integrais, leguminosas e frutos gordos); ingestão moderada de produtos lácteos (dando preferência ao queijo e iogurte); ingestão preferencial de peixe ou carnes brancas, em detrimento das carnes vermelhas; consumo regular mas moderado de vinho (tendencialmente a acompanhar as refeições); uso de ervas e especiarias para temperos e de azeite como principal fonte de gordura.

(6, 42, 45, 48)

Este tipo de alimentação vai de encontro às recomendações de

saúde pública emitidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). (29, 51)

Analisando vários estudos, chegou-se à conclusão de que a Alimentação Mediterrânica e os seus componentes conferem um efeito protetor contra diversas doenças crónicas que afetam a sociedade moderna, como obesidade,

diabetes mellitus tipo 2, doenças cardiovasculares, dislipidemia e cancro. (6, 42,

45, 46, 50, 52, 53)

Este tipo de padrão alimentar tem, então, como uma das características que lhe confere vantagens, o consumo reduzido de carne e produtos lácteos, que se encontram entre os alimentos destacados (analisando diversos estudos) como os maiores contribuintes para o impacte ambiental do consumo de alimentos, pois estão associados a maiores usos de energia e níveis de

(21)

emissões de GEEs, em oposição aos alimentos de origem vegetal, que apresentam menor impacte (desde que pouco processados e pouco transportados). (5, 6, 12, 18, 28, 29, 31, 33-35, 46, 47, 53, 54)

Nós vivemos numa sociedade em que o consumo de carne está muito intrínseco na nossa alimentação, constituindo, muitas vezes, a sua base, o que faz com que estes produtos de origem animal tenham uma enorme aceitação

por parte das pessoas. (35) No entanto, os produtos de origem vegetal

(hortícolas, cereais e leguminosas) apresentam inúmeras vantagens para o Homem, para começar, estes produtos estão em vantagem relativamente aos produtos de origem animal em termos de armazenamento, segurança e gestão de resíduos, bem como na melhor utilização dos solos, na medida em que, como requerem menos terra arável, esta pode ser utilizada para fins alternativos, como produção de biocombustível ou crescimento de vegetação

natural (que capta CO2), o que constitui uma vantagem em termos ambientais.

(6, 18, 29, 35)

Por outro lado, este tipo de alimentos possibilita a criação de alternativas inovadoras (de origem vegetal), que poderão substituir produtos de origem animal, sendo a fastfood (por exemplo através de hambúrgueres de

soja ou hambúrgueres de ervilha (1)) um excelente veículo de introdução deste

tipo de substitutos na alimentação da população. (35) Por fim, pode-se dizer que

uma dieta rica em vegetais constitui uma ajuda na prevenção de diversas

doenças (diabetes mellitus, obesidade, osteoporose, entre outros) (33),

combinando, então, benefícios para a saúde e para o ambiente. (1, 6, 18, 29, 33, 35,

55)

Contudo, não se pode afirmar que qualquer produto de origem vegetal é mais ambientalmente eficiente do que um produto de origem animal. Assim,

(22)

alimentos vegetais, que normalmente têm baixas emissões de GEEs, em determinadas circunstâncias, podem emitir mais GEEs do que a carne, por exemplo (à qual é atribuída as maiores emissões). Desta forma, produtos vegetais que sejam submetidos a transporte aéreo de longa distância, congelação profunda e algumas práticas hortícolas, ou quando padrões de consumo de alimentos vegetais incluem itens exóticos, podem acarretar emissões de GEEs mais elevadas. (1, 18, 29, 35, 56, 57) No Anexo G, pode-se comprovar, na Tabela 20 o menor uso de energia e emissões de GEEs de alimentos à base de vegetais, com exceção de vegetais cultivados em estufa.

(35)

Conclusão

Em conclusão, os vegetais frescos, cereais e leguminosas são os alimentos com emissões de GEEs mais baixas, em oposição à carne e aos produtos lácteos (os que têm maior impacte ambiental). (29) Desta forma, a Alimentação Mediterrânica (caracterizada pela presença de produtos de origem vegetal, sazonais e de produção local) surge como uma valiosa opção para a redução de emissões de GEEs e do consumo de alimentos de origem animal.

(1, 6, 18, 33, 35, 45-47, 53)

Esta questão deve ser tida em conta pelas entidades responsáveis no desenvolvimento de políticas que levem a uma redução das emissões de GEEs. Ainda assim, deve ser considerado o inevitável desenvolvimento e a globalização que atualmente se sentem, devendo essas mesmas políticas ser adaptadas às realidades atuais. (8) Além disso, devem incidir em intervenções práticas, permitindo que a população perceba quais os benefícios daí resultantes para a saúde e para o ambiente. (32, 35, 45, 46) Sob a

(23)

influência das pressões impostas que se verificam atualmente em termos de

sobrepopulação, escassez de recursos e consumo excessivo, a

sustentabilidade ambiental a longo prazo e a integridade do consumo alimentar irá tornar-se praticamente impossível, fazendo com que a liberdade absoluta de escolha da alimentação se torne, lamentavelmente, um luxo. (18) Em suma, é necessário incentivar a população a adotar uma alimentação mais eficiente, consumindo menos carne/produtos lácteos e mais produtos vegetais, o que leva, consequentemente, a uma maior sustentabilidade e menores custos ambientais dos sistemas de produção de alimentos. (18) Neste âmbito, penso que os nutricionistas têm um papel muito importante na colaboração para a criação de estratégias políticas neste sentido, dando uma perspetiva de alimentação saudável e nutrição ao incentivo a uma alimentação mais eficiente em termos ambientais.

(24)

Agradecimentos

Agradeço, em primeiro lugar, aos meus pais, irmão e namorado, pelo seu carinho e apoio incondicionais, ajudando-me a alcançar mais uma etapa da minha vida.

Um especial obrigada à minha tia Mª José, pelo apoio no desenvolvimento deste trabalho.

Aos meus amigos, um obrigada por tudo.

À Dr.ª Ana Sofia Costa, orientadora do estágio, agradeço por toda a disponibilidade, ajuda e orientação que prestou ao longo deste período, bem como por todos os ensinamentos partilhados.

Ao Professor Doutor Duarte Torres, pela orientação na realização deste trabalho complementar.

(25)

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(29)

Anexos

Índice de Anexo

Anexo A – Avaliação do Ciclo de Vida…...……….22

Anexo B – Mudanças climáticas………..………25

Anexo C – Emissões de CO2 dos 30 setores principais………..…………28

Anexo D – Rótulos de Pegada de Carbono………..……….29

Anexo E - Exemplos de Calculadoras de Pegada de Carbono………..…31

Anexo F - Ferramenta de cálculo de emissões de CO2………..……….33

Anexo G - Uso de energia e emissões de GEEs na produção de 1Kg de

(30)

Anexo A

Avaliação do Ciclo de Vida

A ACV pode ser definida de diversas formas. Uma vez que há uma infinidade de possibilidades e de entradas numa cadeia de produção a ser avaliada, é fulcral que se comece por definir qual o sistema a ser estudado efetivamente e a sua finalidade. Em seguida, para que este método seja viável de ser aplicado (uma vez que cada produto ou serviço tem o seu próprio conjunto de entradas, e o número total de processos no sistema completo

seria, teoricamente, infinito, seria impossível completar uma ACV (22)), é

necessário que se proceda à definição dos seus limites, especificando onde começa e termina o ciclo de vida, bem como quais as atividades incluídas e excluídas desta análise. (1)

(31)

Após a definição do sistema, são recolhidos dados que sejam de alguma relevância para a análise que se pretende fazer, nomeadamente, relativos ao uso de recursos, consumo de energia, emissões resultantes e produtos derivados de cada atividade na cadeia de produção em questão. Os dados

recolhidos são, então, reunidos, criando um inventário. (1)

Nas AVC, escolhe-se a chamada unidade funcional, que é uma unidade do produto, e na base da qual se calculam todos os fluxos in-and-out. Pode acontecer, em alguns casos, ter que se aplicar um procedimento chamado alocação. Isto acontece quando, ao fazer a avaliação de algumas atividades, o resultado obtido ser mais do que um produto. Assim, para estes casos, divide-se o impacte ambiental global pelo produto principal e pelos divide-seus subprodutos.

(1)

Assim, o primeiro resultado de uma ACV é uma matriz de resultados, onde os valores calculados para cada fase do ciclo de vida e os valores totais, são apresentados para um número de categorias, como recursos de solo, recursos de água, emissões para a atmosfera, emissões para a água, entre outros. (1)

Contudo, apesar da ACV ser o método preferencialmente usado para este tipo de análises, tem associado a si um viés. Este erro deve-se ao facto de ser inevitável a omissão de algumas etapas e/ou processos de uma cadeia de produção, no sentido de tornar este método exequível, como foi referido anteriormente. Para que seja possível completar uma ACV, é necessário que se defina o sistema como um número finito de etapas, havendo sempre a necessidade de omitir algumas etapas adjacentes ao processo (supondo sempre que a sua contribuição para o impacte total é praticamente nula), o que

(32)

pode levar, eventualmente, a algum viés na avaliação a ser feita. (22) Por outro lado, um dos seus pontos fortes é o potencial de especificidade que este método permite; ou seja, a capacidade de se centrar em detalhes sobre

processos individuais dentro de uma cadeia de produção. (22)

Apesar da probabilidade de ocorrência de algum viés na obtenção dos resultados finais, os processos baseados na ACV continuam a ser os métodos mais vulgarmente utilizados para avaliar as pegadas de GEE nas cadeias de produção. Esta ferramenta continua a ser valiosa, quando usada com atenção,

servindo para melhorar a compreensão de um sistema ou processo. (22)

A EIOA (Environmental Input-Output Analysis) oferece uma abordagem alternativa à ACV. Uma das principais vantagens deste método é que todas as vias são contabilizadas e o problema de viés, proveniente da ACV, deixa de existir. (22)

Modelos híbridos (EIOA-ACV), que combinam a ACV e EIOA, têm sido desenvolvidos para descrever o sistema de energia, numa tentativa de beneficiar tanto da integridade da EIOA como do potencial de especificidade da ACV. (22)

(33)

Anexo B

Mudanças climáticas

A título de curiosidade sobre alguns factos relativos às mudanças climáticas e efeitos do aquecimento global do planeta Terra, reuniram-se estas conclusões, que elucidam um pouco as causas para que tal fenómeno esteja a acontecer.

É sabido que a atmosfera terrestre tem, na sua composição, um conjunto de gases que têm como função reter algum do calor do Sol, fazendo com que o nosso planeta reúna as condições térmicas para permitir a existência de vida. Todavia, os gases emitidos resultantes, maioritariamente, da atividade humana

(nomeadamente CO2 e metano) estão a provocar impactes negativos no

ambiente, potenciando um fenómeno chamado aquecimento global. Tem-se verificado, ao longo dos anos, um aumento, continuamente crescente, de emissões destes gases para atmosfera, sendo, assim, de fulcral importância criar e implementar estratégias que previnam o agravamento deste estado e que reduzam o impacte ambiental negativo. (3, 26, 27, 58)

Através de análises efetuadas ao longo dos últimos 50 anos, pode-se concluir que a maior parte dos efeitos na mudança do clima são consequência

das atividades do Homem. (26)

 Os registos indicam um aumento de 0,74±0,18ºC na temperatura global

média do planeta desde o final do séc. XIX. (26)

 Os 11 anos mais quentes desde que existem registos (1850) ocorreram

(34)

 O nível médio do mar subiu 17 cm ao longo do século XX. (26)

 A cobertura de neve diminuiu 10% desde o final dos anos 1960 nas

médias e altas latitudes do Hemisfério Norte. Durante este período, quase todos os glaciares de que há registos em regiões não polares retrocederam. Quase dois terços dos glaciares dos Himalaias retrocederam na última década e os dos Andes têm vindo a retroceder drasticamente ou desapareceram. (26) Muito recentemente, entre os dias 8 e 12 de julho de 2012, 97% da área de gelo da Gronelândia derreteu, como consequência do aquecimento global do planeta. (59)

 A temperatura média anual do Ártico tem aumentado a uma taxa duas

vezes superior à do resto do mundo, nas últimas décadas, e a extensão da cobertura de neve naquela zona reduziu-se em 10% nos últimos 30 anos.

(26)

 As espécies e os ecossistemas já começaram a responder ao

aquecimento global. Algumas espécies de plantas da região dos Alpes estão a deslocar-se para altitudes superiores a um ritmo de 1 a 4 m por década e outras, que sobrevivem apenas no topo das montanhas, já desapareceram. Foram observadas alterações nas migrações de aves, no crescimento de colheitas e no movimento de insetos sensíveis ao frio para latitudes superiores. (26)

Analisando estes dados, podemos concluir que uma mudança drástica e imediata das emissões globais de GEEs (ainda que utópico) não conseguiria evitar totalmente as mudanças climáticas, isto porque o planeta ainda está a sofrer, atualmente, as consequências resultantes de emissões feitas no

(35)

de GEEs, pois quanto mais tarde se começar maiores serão os danos. Assim, muitas empresas já estão a implementar certas medidas para reduzir as suas emissões de GEEs, prevenindo-se e criando hábitos de poupança do ambiente, preparando-se, também, para eventual legislação mais restritiva que possa vir

(36)

Anexo C

A Fig. 2 mostra, em ordem decrescente, os 30 maiores contribuintes para as emissões deste setor, sendo as duas maiores fontes de emissões a

eletricidade e a agricultura. (22) A quantidade de tais emissões provenientes da

agricultura depende de técnicas de produção, processos naturais em solos e metabolismo animal. (29)

Figura 2 – Emissões de CO2 dos 30 setores principais. As emissões

diretas do setor são mostradas a preto.(22) (as setas indicam os setores relacionados com a alimentação)

(37)

Anexo D

Rótulos de Pegada de Carbono

A Organização Não Governamental (ONG) The Global Warming Diet (“Dieta do Aquecimento Global”) (61)

propôs um exemplo de layout para um rótulo nutricional acompanhado de informação sobre a pegada de carbono do produto, neste caso, a manteiga de amendoim (Figura 3). Este é um bom exemplo de um rótulo simples, de fácil compreensão por parte da população em geral, com demonstração clara de quão elevado (ou não) é o impacte do produto em questão para o ambiente, através da demonstração numa escala de valores de baixa a alta pegada de carbono e fornecendo informações como o local de produção primário e o método de transporte a que o produto foi sujeito.

Esta é uma excelente forma, na minha opinião, de dar a oportunidade aos consumidores de escolherem um produto, não só analisando a sua composição em termos nutricionais, que lhes permite fazer escolhas alimentares mais saudáveis, mas também dar a oportunidade de poderem fazer escolhas mais sustentáveis, na medida em que poderão comparar vários produtos com composição nutricional semelhante, podendo escolher aquele que tem menor impacte negativo para o ambiente.

Neste sentido, também o Parlamento Europeu quer que sejam introduzidas normas e esquemas de rotulagem comuns na UE, relativamente às emissões de GEEs por parte de diferentes produtos, inclusivamente nas fases de produção e de transporte, como parte de uma política mais alargada

(38)

de informação dos consumidores, proporcionando assim a oportunidade de

estes contribuírem para a redução das emissões de CO2. (62)

Figura 3 – Exemplo de um rótulo nutricional com informação da pegada

(39)

Anexo E

Exemplos de Calculadoras de Pegada de Carbono

 Calculadora Clean Metrics (64)

Figura 4 – Calculadora de pegada de carbono da Clean Metrics. (64)

 Calculadora Directgov.uk (65)

(40)

 Calculadora The Nature Conservancy (66)

Figura 6 – Calculadora de pegada de carbono da The Nature Conservancy. (66)

 Calculadora Carbon Footprint (67)

(41)

Anexo F

Ferramenta de cálculo de emissões de CO2

Pressupostos

Gerais:

 Sempre que se fala em transporte, foi considerado o uso de gasóleo.

 Os fatores de conversão de emissões de CO2 usados foram retirados da

referência 2009 Guidelines to Defra / DECC's GHG Conversion Factors for Company Reporting. (68)

 As emissões de CO2 são determinadas multiplicando o fator em análise

(Km percorridos ou consumo de energia) pelo fator de conversão respetivo, de acordo com 2009 Guidelines to Defra / DECC's GHG

Conversion Factors for Company Reporting (68)

 As emissões específicas de CO2 (Kg CO2/ton salmão) são determinadas

pela divisão dos Kg de CO2 emitidos pela quantidade de salmão, em

toneladas.

 O total de emissões de CO2 é o resultado da soma dos subtotais

associados a cada etapa de obtenção de salmão.

 O consumo de energia elétrica para refrigeração só foi considerada na etapa de processamento do peixe, uma vez que, nas etapas de pesca e transporte, essa conservação é garantida pelo consumo de gasóleo.  Durante a pesca e o transporte, é possível saber o consumo de

combustível a cada percurso. Contudo, é difícil obter os dados de consumo de combustível separadamente para a refrigeração e a deslocação. Por outro lado, considerou-se que para o cálculo das

(42)

emissões de CO2 seria mais relevante a distância percorrida (em Km),

pelo que, na determinação, não se consideraram esses valores de refrigeração na pesca e no transporte.

 Todas as distâncias calculadas para cada exemplo, foram calculadas recorrendo ao Google maps.

Específicos:

1. PESCA

 Nesta etapa, considerou-se:

o Barco pequeno: considera-se até 5 toneladas de tonelagem de porte bruto (toneladas de carga máxima)

o Barco médio: considera-se de 5 a 15 toneladas de tonelagem de porte bruto (toneladas de carga máxima)

o Barco grande: considera-se até 26 toneladas de tonelagem de porte bruto (toneladas de carga máxima)

 Em termos de fatores de conversão para as emissões de CO2,

considera-se:

o Barco pequeno: 0,011 KgCO2/km (68)

o Barco médio: 0,007 KgCO2/Km (68)

o Barco grande: 0,006 KgCO2/Km (68)

2. TRANSPORTE DA DOCA PARA ZONA DE PROCESSAMENTO  Nesta etapa, considerou-se:

(43)

o Carrinha: considera-se Diesel Classe I até 1,3 toneladas (68)

o Camião: considera-se até 7,5 toneladas (Categoria C1 do Código

da Estrada) (68)

o Comboio (68)

NOTA: foram selecionados estes meios de transporte por serem os meios de transporte expectáveis para esta etapa da obtenção do salmão.

 Em termos de fatores de conversão para as emissões de CO2,

considera-se:

o Carrinha: 0,16086 KgCO2/Km (68)

o Camião: 0,59727 KgCO2/Km (68)

o Comboio: 0,0285 KgCO2/Km (68)

NOTA: Considera-se que, para qualquer transporte, o camião vai a 100% em termos de carga, daí que o fator de conversão é o referido (0,59727

KgCO2/Km).

3. PROCESSAMENTO

 No processamento, considera-se o consumo de energia elétrica, em

kWh. Para a conversão de energia elétrica em Kg de CO2 foi utilizado o

fator de conversão 0,44 Kg CO2/kWh. (26)

 No processamento, foram consideradas as fases:

o Preparação: limpeza e amanha/corte do peixe até embalamento. Nesta etapa é que vamos ter alguma variação, em que a

(44)

preparação pode ser mais ou menos intensa. Nesta ferramenta, considerou-se peixe muito processado como sendo aquele em que o salmão é limpo, retiradas as peles e espinhas, cortado às postas e embalado, sendo-lhe atribuído um valor máximo (11242 kWh); também nesta ferramenta considerou-se peixe pouco processado como aquele que sofreu uma preparação de 10% do valor de processamento máximo (1124,2 kWh), sendo atribuído ao salmão inteiro, apenas limpo.

o Conservação: em frio (Refrigeração). Neste caso, considerou-se aplicar o valor de 1002,7 kWh/m2, num ano, que diz respeito ao consumo na refrigeração da carne, sendo considerado semelhante no caso do peixe.

o Rendimento: quando o peixe é pouco processado, considera-se um rendimento de 100%; quando sofre muito processamento, são consideradas perdas de 10%, possuindo um rendimento de 90%. NOTA: os valores de consumo de energia e quantidade de salmão indicados nesta etapa devem ter a mesma referência temporal, por exemplo o consumo de energia anual na preparação do salmão e a quantidade anual de salmão preparado.

4. TRANSPORTE DO PROCESSAMENTO PARA O COMÉRCIO  Nesta etapa, considerou-se:

o Carrinha: considera-se Diesel Classe I até 1,3 toneladas (68)

(45)

o Camião: considera-se até 7,5 toneladas (Categoria C1 do Código da Estrada) (68)

o Comboio (68)

o Avião: considera-se Short-haul internacional (68)

(foi considerado este valor por ser um valor médio dos consumos de transporte por avião e por se prever que, neste contexto, o mais comum serão os voos internacionais de curta a média distância)

NOTA: foram selecionados estes meios de transporte por serem os meios de transporte expectáveis para esta etapa da obtenção do salmão. Neste caso, como o salmão pode ser proveniente de outro continente ou de distâncias mais longínquas, é pertinente colocar o transporte aéreo como uma via possível para o seu transporte.

 Em termos de fatores de conversão para as emissões de CO2,

considera-se:

o Carrinha: 0,16086 KgCO2/Km (68)

o Camião: 0,59727 KgCO2/Km (68)

o Comboio: 0,0285 KgCO2/Km (68)

o Avião: 1,40441 KgCO2/Km (68)

NOTA: Considera-se que, para qualquer transporte, o camião vai a 100% em termos de carga, daí que o fator de conversão é o referido (0,59727

(46)

CALCULO DAS EMISSÕES DE CO2 SALMÃO

Para cada uma das etapas consideradas (pesca, transporte, processamento e armazenamento), complete os dados solicitados Preencha na coluna relativa à situação que mais se aproxima da realidade em análise

apenas estas celulas são de preenchimento

os resultados finais (emissões de CO2) são apresentadas nestas células

1 PESCA

meio de transporte usado: barco pequeno barco médio barco grande km percorridos (ida e volta): km quantidade de salmão em cada

percurso (ton)

ton

0,011 0,007 0,006

subtotal de emissões CO2: 0,00 kg

#DIV/0! kg CO2/ton salmão

2 TRANSPORTE DA DOCA PARA ZONA DE PROCESSAMENTO

meio de transporte usado: carrinha camião comboio km percorridos (ida e volta): km quantidade de salmão em cada

percurso (ton)

ton

0,16086 0,59727 0,0285

subtotal de emissões CO2: 0,00 kg

#DIV/0! kg CO2/ton salmão

3 PROCESSAMENTO

Preparação do salmão

Conservação

do salmão total Rendimento Consumo de energia elétrica (kWh) 0

quantidade de salmão (ton) 0

0,44

subtotal de emissões CO2: 0,00 kg

#DIV/0! kg CO2/ton salmão

4 TRANSPORTE DO PROCESSAMENTO PARA O COMÉRCIO

meio de transporte usado: carrinha camião comboio avião

km percorridos (ida e volta): km

quantidade de salmão em cada percurso (ton)

ton

0,16086 0,59727 0,0285 1,40441

subtotal de emissões CO2: 0,00 kg

#DIV/0! kg CO2/ton salmão

Total de emissões CO2: #DIV/0! kg CO2/ton salmão (nota: os valores de consumo de energia e quantidade de salmão indicados nesta tabela devem ter a mesma

referência temporal, por exemplo o consumo de energia mensal na preparação do salmão e a quantidade mensal de salmão preparado.

carga e os voos de passageiros são equivalentes em termos de emissões de CO2.

Ferramenta de cálculo emissões de CO2

Figura 8 – Ferramenta de cálculo das emissões de CO2 na produção do

(47)

Tabela 1 - Barco pequeno - Exemplo P.A 1. PESCA Local de captura Oceano Atlântico, zona de Vila do Conde

Meio de transporte usado na pesca Barco

pequeno

Distância da doca (Km) 100

Distância percorrida no total (ida e volta) (Km)

200 Quantidade de salmão pescada em

cada percurso (ton)

2,5

2. TRANSPORTE DA DOCA PARA

ZONA DE PROCESSAMENTO

Local de processamento Centro de Vila do Conde

Meio de transporte usado Camião

Distância percorrida (Km) 3

Distância percorrida no total (ida e volta) (Km)

6 Quantidade de salmão em cada

percurso (ton)

2,5

3. PROCESSAMENTO

Consumo de energia elétrica (kWh) na preparação do salmão

11242 (a) Quantidade de salmão (ton) na

preparação do salmão

12 (b) Consumo de energia elétrica (kWh) na

conservação do salmão

1002,7 (c) Quantidade de salmão (ton) na

conservação do salmão 12 (b) Rendimento 90% 4. TRANSPORTE DO PROCESSAMENTO PARA O COMÉRCIO

Local de comércio Hipermercado

Maia

Meio de transporte usado Carrinha

Distância percorrida (Km) 26

Distância percorrida no total (ida e volta) (Km)

52 Quantidade de salmão em cada

percurso (ton)

0,6

(a) Considera-se este valor como processamento máximo, em que o salmão é limpo, retirado as peles e espinhas, cortado às postas e embalado. Este valor foi fornecido por uma empresa de produção de peixe.

(b) Considera-se um valor de 12 toneladas de peixe produzidas por ano. Este valor foi fornecido por uma empresa de produção de peixe.

(c) Este valor foi fornecido por uma empresa de conservação de carne em refrigeração e considerou-se ser semelhante para o peixe.

(48)

CALCULO DAS EMISSÕES DE CO2

SALMÃO

Para cada uma das etapas consideradas (pesca, transporte, processamento e armazenamento), complete os dados solicitados Preencha na coluna relativa à situação que mais se aproxima da realidade em análise

apenas estas celulas são de preenchimento

os resultados finais (emissões de CO2) são apresentadas nestas células

1 PESCA

meio de transporte usado: barco pequeno barco médio barco grande

km percorridos (ida e volta): 200 km

quantidade de salmão em cada percurso (ton)

2,5 ton

0,011 0,007 0,006

subtotal de emissões CO2: 2,20 kg

0,88 kg CO2/ton salmão

2 TRANSPORTE DA DOCA PARA ZONA DE PROCESSAMENTO

meio de transporte usado: carrinha camião comboio

km percorridos (ida e volta): 6 km

quantidade de salmão em cada percurso (ton) 2,5 ton 0,16086 0,59727 0,0285 subtotal de emissões CO2: 3,58 kg 1,43 kg CO2/ton salmão 3 PROCESSAMENTO Preparação do salmão Conservação

do salmão total Rendimento Consumo de energia elétrica (kWh) 11242 1002,7 12244,7 0,9

quantidade de salmão (ton) 12 12 24

0,44

subtotal de emissões CO2: 5.387,67 kg

224,49 kg CO2/ton salmão

4 TRANSPORTE DO PROCESSAMENTO PARA O COMÉRCIO

meio de transporte usado: carrinha camião comboio avião

km percorridos (ida e volta): 52 km

quantidade de salmão em cada percurso (ton)

0,6 ton

0,16086 0,59727 0,0285 1,40441

subtotal de emissões CO2: 8,36 kg

13,94 kg CO2/ton salmão

Total de emissões CO2: 267,49 kg CO2/ton salmão

(nota: os valores de consumo de energia e quantidade de salmão indicados nesta tabela devem ter a mesma referência temporal, por exemplo o consumo de energia anual na preparação do salmão e a quantidade anual de salmão preparado.

Barco pequeno - Exemplo P.A

(49)

Tabela 2 - Barco pequeno - Exemplo P.B 1. PESCA Local de captura Oceano Pacífico, zona de Iémen Meio de transporte usado na pesca Barco pequeno

Distância da doca (Km) 100

Distância percorrida no total (ida e volta) (Km)

200 Quantidade de salmão pescada em

cada percurso (ton)

2,5 2. TRANSPORTE DA DOCA PARA ZONA DE PROCESSAMENTO Local de processamento Fábrica de processamento

Meio de transporte usado Camião

Distância percorrida (Km) 3

Distância percorrida no total (ida e volta) (Km)

6 Quantidade de salmão em cada

percurso (ton)

2,5

3. PROCESSAMENTO

Consumo de energia elétrica (kWh) na preparação do salmão

11242 (a)

Quantidade de salmão (ton) na preparação do salmão

12 (b) Consumo de energia elétrica (kWh)

na conservação do salmão

1002,7 (c) Quantidade de salmão (ton) na

conservação do salmão 12 (b) Rendimento 90% 4. TRANSPORTE DO PROCESSAMENTO PARA O COMÉRCIO

Local de comércio Hipermercado

Maia Meio de transporte usado Avião/Carrinha Distância percorrida (Km) 6150/9 Distância percorrida no total (ida e

volta) (Km)

12300/18 Quantidade de salmão em cada

percurso (ton)

100/0,6

(a) Considera-se este valor como processamento máximo, em que o salmão é limpo, retirado as peles e espinhas, cortado às postas e embalado. Este valor foi fornecido por uma empresa de produção de peixe.

(b) Considera-se um valor de 12 toneladas de peixe produzidas por ano. Este valor foi fornecido por uma empresa de produção de peixe.

(c) Este valor foi fornecido por uma empresa de conservação de carne em refrigeração e considerou-se ser semelhante para o peixe.

Referências

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