ENGENHAR|A DE
PRDDUÇAD
I
EsTuDo Dos
REsíDuos DE sERv|Ços DE
SAÚDE
Do
HosP|TAL
REG|oNA|_
Do
oEsTE/sc
D|ssERTAçÃo DE
MESTRADD
ANA
'CRISTINACONFORTIN
|=|..oR|ANÓPo|.;|s
Universidade Federal
de
Santa
Catarina'Programa
de
Pós-Graduação
em
Engenharia de
Produção
EÉBTUDOS
BOS
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE
SAÚDE
DO
HOSPHTAL
REGKDNAL
DO
OESTEISG
Ana
Cristina ConfortinDissertação apresentada
ao
Programa de
Pós-Graduação
em
Engenharia deProdução da
Universidade Federal
de
Santa Catarinacomo
requisito parcial para obtenção
do
títulode
Mestre'
em
Engenhariade
Produção.i=i.oR|ANÓPoL|s
zoo1~t
ANA
CRISTINA
CONFORTIN
Esruno
nos
Resíouos
DE
sERv|ços~
DE
sAúnE
no
HosPlTA|_
À
REo|oNA|.
no
oesre/sc
Esta dissertação foi julgada 'eaprovada para-` a_- obtenção 'dotítulo'
de Mestre
em
Engenharia
de
-Produçãono Programa
de
Pós~Graduação
em
Engenharia
de Produção
da
Universidade Federalde
-Santa Catarina * 'Florianópolis,
_`_
de
rde
2001. .'ø _ Ú uCo
é
adordo Curso
Phd
' fd0 ira ›z- Barcia V -_BANcA~ExAMlNAiJÓRA
A‹@w_@Q§l
Prof. Dr” Dora- Maria Orth Orientadora
V o.z;<›.
gÚ®(@J2›~
~
rof. Dra daria Elisabeth Kleba
Membro
da
Banca
Prof.
Phd
Vera Lúcl uimarãesi'B¡ankDedico este frabalho a
meus
PAIS
que
me
deram
a
vidae o
saber, mas, sobretudo,o seu
amor,e
Agradecimentos Estes agradecimentos
começam
pelomeu
esposo
Hugo
Antonio DorigoniJunior que,
sem
dúvida, foio
maior colaboradorem
todos os sentidos.Aos
meus
pais Judith e Nelsonque
transferiram paramim
a sua alegriae
coragem
para vencer osdesaflos que
a vida nos aponta.Aos
meus
irmãos Nelson Angeloe
Anderson, àscunhadas
Roseleie
Grasiela, à
minha
querida sogra,mãe
e amiga, Lurdes, eao
meu
sogroHugo
Antonio, pelo constante apoio e carinho demonstrados nesta etapa
de minha
vida.
Aos
meus
sobrinhos Leticia e Angelo pela alegria e companhia.Aos
meus
amigos que sempre
me
incentivaramcom
palavras positivase
amigas
nosmomentos
mais dificeis, são eles:Femanda,
Andrea, Vera, Emilia,Siria, Artur, Ronaldo, Sergio, Sabrina,
Ana
Luiza, Lucia, Carlae
Ricardo,Marlene
e
Lucio, Gladese
Paulo e Rui e Meri.Ao
administradordo
Hospital Regional Oestede Chapecó/SC,
Sr. Geraldo Azzolini pela permissão para a realização desta pesquisa etambém
à enfermeira responsávelda
CCIH
do hospital, Taniae à
Bióloga Adriana pela atenção e ajuda essenciais oferecidos durante as pesquisa.Ao
amigo
Ulisses pelas sugestões e revisãoda
metodologia.Especialmente
devo minha
gratidão àDora
Maria Qrth, professora e amiga, por ter aceitado orientar-me nesta pesquisae
também
por seruma
pessoa
especialque sempre
me
fez verque a
vida vale a pena.z
E
finalmenteum
agradecimento especial àuma
pessoa
especial: PatrickDorigoni.
Quero
valorizare
preservar este agradecimento, simplesmente,não
tornando público o motivo.E
com
certeza, a todas as pessoasque
durante essa trajetória ajudaram-me
de
uma
formaou
outra. _»V
“A mais distante
meta
éi atingida porquem
tem
a mais sábia esperança. Para encontrar
o
caminho,não
importa tantoonde
se esteve,
mas
sim,onde
se quer chegar”.suMÁR|o
LISTA
DE FIGURAS
... _. IXLISTA
UE
GRÁFICOS
... _.x
LISTA
DE
QUADROS
... .. XILISTA
DE
TABELAS
... .. XII-›
LISTA
DE
REDUÇOES
... .. XIIIRESUMO
... ..XVABSTRACT
... ..XV
CAPITULO
I -INTRODUÇAO
E
OBJETIVOS
... ..1cAPi'ruLo
u -os
Resíouos DE sERv|ços
DE
sAúDE
... ..ô 2.1 -Terminologia
... ..62.2 -
Marco
histórico ... ..72.3 -
Classificação
dos
resíduosde
serviçosde
saúde
... ... .102.3.1 -
A
classificação adotada,no
Brasil ... .. 112.3.1.1 -
Resolução
CONAMA
n.°. 5/93,de
5de
agosto de
1993
.... ..12
2.3.1.2 - Classificação
da Associação
Brasileirade
Normas
Técnicas
-NBR
n.° 12.808 -de
01de
abril de. 1993 ... ..13
2.4 - Legislações ... ..15
2.4.1 - Principais legislações brasileiras
dos
RSS
... .. 162.4.1.1 - Legislações federais ... ..
16
2.4.1.2 -
As
nonnas
técnicas ... _.21
2.4.1.3 -A
legislaçãodo
Estado
de
Santa
Catarina ... ..25
2.4.1-.4 - Legislação
do
municipiode ChapecólS_C
... ..26
CAPÍTULO
III -GERENCIAMENTO DOS
RESÍDUOS
DE
SERVIÇOS
DE
SAÚDE
... .. ... ..2a 3.1 -Plano
de
gerenciamento de
RSS
... ..30vii
3.1.2 -
Segregação ou separação
... _.36
3.1.3 -
Acondicionamento
dos
RSS
... _.37
3.1.4 -
Manuseio
dos
recipientescom
RSS
... ._42
3.1.5 - Coleta e transporte interno
dos
RSS
... ._44
3.1.6 -
Armazenamento
... ._46
3.1.7 - Coleta externa ... ._
49
3.1.8 -
Métodos
de
tratamentodos
residuos infectantes ... _.52
3.1.8.1 - Esterilização ... ._
53
3.1.8.2 - incineração ... ._59
3.1.9 - Disposição final ... _.69
3.1.9.1 -Aterramento
... _.70
3.1.9.1.1 - Aterro sanitário ... _. 71 3.1.9.1.2 - Valas sépticas ... _.74
3.1.10 -
Tratamento
eDisposição
final paraos
demais
tiposde
Residuos: ... ._
77
CAPITULO
iV -RlSCOS
DOS
RESÍDUOS DE SERVlÇOS
DE
SAÚDE
... _.814.1 -
Saúde
ocupacionalde
quem
manipula esses
resíduos ... _.814.2 -
Aumento
da
taxade
infecção hospitalar ... ..844.3 - Classificação
de
áreas hospitalaressegundo
o
risco potencialde
transmissão
de
infecções ... ..924.4 -
lmpactando o meio ambiente
... ... ...4.5 -
Cuidados
aserem
tomados
pelo pessoal envolvido diretamentecom
os
RSS
... ... ..96CAPÍTULO V
-METODOLOGIA
E JUSTIFICATIVA
... ..10Õ5.1 -
Dos
contatos preliminares' ... ._1015.2 -
Da
faseda
Quantificaçãodos
Residuos
... ..1.015.2.1 -
A
identificaçãodos Sacos
Plásticos» edas
Caixasdos
resíduos perfurocortantes ... ..
102
5.2.2 =
A
pesagem
dos
RSS
... ._103
5.3 -
Da
faseda Observação no
Hospital Regionaldo
Oeste
... ..1045.4 -
Aspectos
históricosdo
Hospital RegionalOeste
... ..1065.4.1 -
A
Administração
do
HRO
... ._108
5.4.2 -
Os
números do
Hospital RegionalOeste
... _.110
5.4.3 -
Capacidade de Atendimentos
do
Hospital Regionaldo Oeste
1115.4.4 -
O
Hospital RegionalOeste
na
atualidade ... _.112
5.5 - Contextualização
dos
RSS
no
Estado
de Santa
Catarina eno
Município
de
Chapecó
... _.1135.5.1 -
Os
resíduos sólidosde
serviçosde
saúde no
Estado
de
Santa
Catarina ... .. 113
5.5.2 -
Residuos
sólidosno
municipiode
ChapecóISC
... _. 118
5.5.2.1 -
A
situação atualdo
municipiode
Chapecó
com
relaçãoCAPÍTULO
VI -ESTUDO
DE
CASO
... ..123
6.1 -
Resultados
do
Estudo de
Caso
-Hospital Regional
Oeste
-HRO...123
6.1.1 -
Dados
qualitativossobre
o
gerenciamento
dos
Residuos
de
Serviços
de Saúde do
HRO
..._.
123
6.1.2 -
Dados
quantitativossobre o gerenciamento
dos
RSS
do
HRO
... ._147
CAPITULO
VII -AVALIAÇAO
DOS RESULTADOS
E
SUGESTOES
... ..1657.1 - Avaliação
dos
Resultados
... ..165
7.2 -
Sugestões
parao
Hospital RegionalOeste
... ..1671 ~
nz
CAPITULO
VIII -CONCLUSOES
E
RECOMENDAÇOES
... ..169
8.1 =-
Os
Residuos
de
Serviçosde
Saúde
... ..169
8.2 -
O
Método
de Pesquisa
Utilizado ... ..171
8.3 -
O
Estudo de
Caso
no
HospitalRegional
Oeste
... ..171REFERÊNciAs
B|BuoGRÁ|.=|cAs
... ..175ANE›__‹ps ... ...
.._,_...1eg
Anexo
1:Modelo de
planilha utilizada.paraa quantificação dos RSS,
IX
Lista
de
Figuras
Figura 1:
Método
da
trincheira ... ._73
Figura 2:
Método
da
rampa
... _.73
Figura 3:
Método
das
áreas especiais ... ._74
Figura 4: Vista área
do
HRO
... ._106
Figura 5: Lixeira
de
resíduocomum
com
resíduos recicláveismisturados
... ... ._127
Figura 6: Lixeira
dos
residuos infectantessem
tampa
... ._131
Figura 7: Lixeiras infectantes
com
residuos recicláveis ... ._132
Figura 8:
Acondicionamento de
resíduos infectantesem
sacos
plasticos para residuos reciclaveis ... ._
133
Figura 9: Carrinho para coleta
de
resíduosna
forma
tubulare
de
inox..135
Figura 10: Carrinho para coleta
de
resíduosna
forma
retangular ede
fibrade
vidro ... _.136
Figura 11: Carrinho
de
coleta de- residuos estacionadono
corredordo
hospital ... _.
137
Figura 12: Carrinho coletando resíduos variados ... _.
138
Figura 13: Carrinhos
com
sacos
de
resíduospendurados
... _.139
Figura 14: Repartição para
armazenagem
dos
residuoscomuns
no
abrigo externo ... __ 141
Figura 15: Repartição para
armazenagem
dos
resíduos recicláveisno
1 abrigo externo. ... ._ 141Figura 16:
Abrigo
externopara
os
resíduos infectantes ... _.142
Figura 17: Foto
do
banheiro juntocom
o
abrigo externode
residuoscomuns
do HRO.
... ... ._ 143-Figura 18: Õisposição final
dos
RSS
em
vaias- sépticas ... _.146
Figura 19: Fluxograma-
do
gerenciamento
dos
RSS
do
HRÕ
... ... __147
Figura 20:
Residuos
infectantesacondicionados
em
caixas para residuos perfurocortantes ...158
Lista
de
Gráficos
xi
Lista
de
Quadros
Quadro
1: Principaisacontecimentos
da
históriados
RSS
... .. 8Quadro
2: Classificaçãoda
resoluçãodo
CONAMA
n° 5/93,de
5de
agosto
de 1993
... .. 12Quadro
3:Resíduos
infectantes ... .. 13Quadro
4:Resíduo
especial ... ._ 13Quadro
5:Resíduo
comum
... ... _.14
Quadro
6:Normas da
ABNT
referente-manuseio
dos
RSS
... ..22
Quadro
7: Serviçosde
um
estabelecimentode
saúde
e tipos'de
resíduos
que
podem
gerar ... _.32
Quadro
8:Custo
(faixas típicas) ... .i ... .. 61Quadro
9:Esquema
reduzidodas
viasde
transmissão
epessoas
_ susceptíveisnum
hospital ... ..90
Quadro
10:Técnica
de lavagem
básicadas
mãos
... ._ 91Quadro
11:Área
do
Hospital RegionalOeste
... ..105
Lista
de Tabelas
Tabela 1:
Tempo
médio
de
sobrevivênciade
algunsmicroorganismos
patogênicos
no
lixo ... __88
Tabela 2:
Produção
dos
RSS
com
as
diferentesunidades
geradoras .... ._90
Tabela 3:
Números
relativosao
ano
de 1999
do
HRO
... ..110
Tabela 4:
Procedimentos
do
HRO
em
1998 a
2000
... _. 111Tabela 5: Cirurgias
do
HRO em
1998 a 2000..: ... ... .. 111Tabela 6: Leitos
do
HRO
em
1998 a 2000
... ..112
Tabela 7:
Número
de unidades
hospitalaresno Estado de Santa
Catarina ... ..114
Tabela 8:
Pegunta
1 - Municípiosque
possuem
a coleta diferenciada115
Tabela 9:
Pergunta
2:Qual
aforma
de
destinaçãodos
resíduoshospitalares
(segundo
respostasdos
municípios) ... _.115
Tabela 10: Municípios
com
aterrosem
processo de
licenciamento junto aFATMA
... ..117
Tabela 11:
Média semanal
totalde
residuosproduzidos
no
HRO
no
período
de 08
a 14de
janeirode
2001 ... ..149
Tabela 12:
Média da produção
diáriade
resíduos sólidosdo
HRO
da
área administrativano
períodode
08a
14de
janeirode
2001 ... ..150
Tabela
13: Média.da produção
diáriade
resíduos sólidos.do
HRO
das
áreas
de
serviçosno
períodode 08 a
14de
janeirode
2001 ... _. 151Tabela 14:
Média
da produção
diáriade
residuos sólidosdo
HRO
nas
áreas cirúrgicas
no
períodode
08a
14de
janeirode
2001 ... ..153
Tabela 15:
Média da produção
diáriade
residuos sólidosdo
HRO
das
áreasde
nutriçãono
períodode 08
a14
de
janeirode
2001 ... ..153
Tabela 16: Ívlédia
da produção
diáriados
resíduos sólidos»do
HRO
da
área
de
lntemamento no
periodode
08 a 14 de
janeiroI2001 ... ..154
Tabela 17:
Média
da produção
diáriados
resíduos sólidosdo
HRO
da
área
de Atendimentos ao
Públicono
períodode 08
a 14de
janeiro/2001 ... ..
157
Tabela 18:
Taxa
de
Kg/Leitoldiados
residuos totaisde
intemamentos
em
relação amédia
,de
leitosocupados
diariamentedo
HRO
... ._160
Tabela 19:
Média de produção
diáriados
residuosno
HRO
no
períodode
08 a14
de
Janeirode
2001 ... ..162
Tabela 20:
Taxa
média de
ocupação
de
leitosem
relação ao totalde
leitos disponíveisno
HRO
... ... ..163
Tabela 21: Projeção
da geração de
resíduosno
HRO
parao
ano de
Lista
de
Reduções
ABNT
- Associação Brasileira deNormas
TécnicasAIDS
- Acquired lmmunodeficiencySyndrome
ANVISA
- Agência Nacional de Vigilância SanitáriaAPlC
- Association For Practitioners in infection ControlCCIH
-Comissão de
Controlede
Infecção HospitalarCEMPRE
-Compromisso
Empresarial para ReciclagemV
CETESB
-Companhia de
Tecnologiade
Saneamento
AmbientalCNEN'
- Conselho Nacionalde
Energia NuclearCONAMA
- Conselho Nacionaldo
MeioAmbiente
CPD
- Centrode
Processamento de.Dados
CVS
- Centro de Vigilância Sanitária_
DGTZ
- Deutsche Gesellschaft fur TechnischeZusammenar.
BeltEPA
- Environmental ProtectionAgency
EPI -
Equipamentos de
Proteção IndividualEUA
- Estados Unidosda
AmericaFATMA
-Fundação
do Meio AmbienteHCl - Ácido Clorídrico
HIV
-Human
lmmunodeficiency VirusHRO
- Hospital Regionaldo
OesteIBGE
- Instituto Brasileirode
Geografia.e
EstatísticalH -`
Infecção Hospitalar
IPT - Instituto
de
Pesquisas Tecnológicas L.l ~ Licença de InstalaçãoL.O - Licença de
Operação
L.P - Licença Prévia
lVllCz - Moléstias Infecto-Contagiosas
MWTA
- MedicalWaste
Tracking ActNBR
-Norma
Brasileirade
ReferênciaOMS
- Organização Mundialda
Saúde
OPAS
- Organização Pan-Americanade
Saúde
PGRSS
-Programa de
Gerenciamentode
Resíduosde
Serviçosde
Saúde
RDT
- Resíduode
Diagnóstico e TratamentoRSS
- Residuosde
Serviçosde
Saúde
R~S'S,S.-› Residuos Sólidos de Serviços
de
Saúde
SBLF
-~ Sociedade Beneficiente- Lar da .FraternidadeSC
-Santa
CatarinaSDM
- Secretariado
Estado do- DesenvolvimentoUrbano e Meio
Ambiente
~`
SES
- Secretaria Estadualda Saúde
SIDA
-Síndrome
da
imunodeficiência AdquiridaSUS
- Sistema Únicode
Saúde
;
"
UCV
- Universidad Central de Venezuela` Í
UTI - Unidade
de
Terapia Intensiva zXV
Resumo
CONFORTIN,
Ana
Cristina.Estudo
dos
resíduosde
serviçosde
saúde
do
Hospital Regional
do
Oeste/SC. 2001.209
f. Dissertação (Mestradoem
Engenharia
de
Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.Conceitua-se
como
"Residuosde
Serviçosde
Saúde" aqueles gerados nasfarmácias, clínicas veterinárias, laboratórios, postos de saúde, hospitais
e
clínicas médicas, entre outros.
As
atividades rotineiras dos diversos serviçosde
um
hospital,como
por exemplo: exames, diagnóstico, tratamento e cuidados aos pacientes, áreas administrativas, cozinha, etc., constituem na geraçãode
uma
grande quantidadede
residuos variados. Alguns destes residuospossuem
características
que
podem
representar riscos tantoao
trabalhador,como
à
saúde
pública eao
meio ambiente.Cabe
destacarque
a produçãodos
Residuos
de
Serviços deSaúde
é relativamentepequena
secomparada
com
os residuos domésticos
de
uma
comunidade, no entanto,em
funçãodessa
diversidade
de
resíduos, necessitam'de
um
gerenciamento adequado. Neste sentido a resolução doCONAMA
-- Conselho Nacionaldo
Meio Ambiente e asnormas
técnicas daABNT
-
Associação BrasileiradeNormas
Técnicas, preconizam procedimentosadequados
para gerenciar os Resíduosde
Serviços de Saúde. Para conhecer a situação dos Resíduos de Serviçosde
Saúde
provenientes do Hospital Regional' Oeste, da cidade
de
Chapecó/SC, foramrealizadas diversas visitas
num
períodode
5meses
(novembro/2000, janeiro/fevereiro/março e abril/2001) visando observações relativasao
gerenciamento dos Resíduos
de
Serviçosde Saúde
-desde
a geração atéo
seu destino final.
Como
o Hospital. Regional Oeste não tinha conhecimentoda
quantidade
de
resíduos.que
estava produzindo diariamente., 'e. sabendo-seda
importância desta informação, foram pesados, durante
uma
semana
(O8a
14101101) todos os resíduos
do
Hospital. Regional Oeste.Com
os resultadosobtidos através deste estudo pôde-se constatar
que
o Hospital RegionalOeste
possui
um
gerenciamento satisfatórioem
parte, visto quesegue
a resolução n.° O5/93do
CONAMA
quanto a classificação dos resíduos, segregaçãode
todos os resíduos na fonte geradorae
tratamento diferenciado para os residuos»comuns e
infectantes.Os
resultados obtidos atravésda
quantificação neste estudo, apresentaram uma- taxade
geraçãomédia de
1.081 kg/leito/dia.Essa
taxa se mostrou inferior àsmencionadas
pela literatura, induzindouma
certaeconomia
nas unidades. Foi possíveltambém
a determinaçãoda
taxade
geração dos resíduos/leito/dia,em
função das unidades de internamento,sendo
a maior encontrada na U.T.l e amenor
na Oncologia.Palavras-Chave: Resíduos
de
Serviçosde
Saúde, Legislação e Normas, taxaAbstract
CONFORTIM,
Ana
Cristina. Study of healthy services in the Hospital Regionaldo Oeste/SC. 2001. 209.f. Paper (Master in Production Engineer). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
The
conception that “Healthy Services Wastes” those that are generated in thedrugstores, veterinarian clinics, laboratories, healthy offices, hospitals
and
medical clinics, and each others.
The
activities rotines that the most servicesin a hospital, like for example: exams, diagnosis, treatmentand
cares to the pacients, business services areas, kitchens, etc., constitute ina
big quantity inthe generation that different wastes.
Some
of these wastes have characteristics that can depicts risks asmuch
the workers as the public healthyand
to theenvironment. lt can be point out that the production in the services wastes are
consideraly small with comparing with the household wastes in a community, however,
because
of the different wastes,need
that a appropriatemanagement.
ln this hurt, the resolution that-
CONAMA
-
Conselho Nacional do Meio Ambiente and the tecnical rules toABNT
- Associação Brasileirade
Normas
Técnicas, advised the right procedures tomanager
the wastes servicesin the healthy.
To know
the situation about the wastes services in the healthybecarning. to the Hospital Regional do Oeste, at
Chapecó
city/SC,were
realizadedmany
visits ina
period of fivemonths
(november/2000, january/februarylmarchand
april/2001) aiming observations related to themanagement
to theRSS
-
since the begenning until the final fate.How
theHospital Regional Oeste didn't have knowledge about the waste's quantity that
were
producted diary and knoning that the importance about this information,were weighed
duringone
week
(08. a 14/01/01) all the wastes to the hospital regional oeste-. With the results thatwere
obtained through this study, couldappear that Hospital Regional
Oeste have a
satisfactorymanagement
in part,because
of the resolution n.°~ 05/93 thatCONAMA
about the wastesclassification, segregation that all the wastes in a generation fountain
and a
different treatment for the
common
and
infectius wastes.The
results thatwere
obteined
because
the qualification in this product,showed one
medium
generation tax to 1.081 kg/room/day. This tax
showed
lower than the others taxmencioned
to the literature, persuadingsome economy
in the unities. It was'possible too, determited to the wastes generation /room/day,
because
of the unities admitted, being that the bigest founded in the U.T.l and the smaller inthe Oncology.
Keywords:
Wastes
in the Healthy Services, Legislation and Rules , GenerationCapitulo
liN¬rRoouçÃo
E
oeàarivos
Com
o passardo
tempo, as preocupaçõescom
o meio ambiente adquiremsuprema
importância.Os
fundamentos históricos nosapontam
parauma
situaçãosem
precedentes: nossos espaçosde
reserva estão diminuindoe
a Terra parece estar
tomando-se
pequena demais
para a crescente população.No
inícioda
Era Cristã havia cercade 200
milhõesde
pessoasno mundo.
Já,
em
1750,a
população mundial giravaem
tornode
1 bilhão de habitantes,número que
praticamente semanteve
até o finaldo
século passado. Porém,uma
sériede
fatores, entre os quaiso avanço da
medicina eda
tecnologiana
agricultura, criaram, a partirde
então, condições paraum
crescimentoextraordinário
da
população mundial,que
é hoje pertode
6 bilhõesde
habitantes (instituto
de
Pesquisas Tecnológicas, 1998).A
despeito das guerrase
epidemias, a população mundialaumentou
neste século
em
quase
5 bilhõesde
habitantes. Destemodo
'é aceitávela
previsão, para os próximos
30
anos, deum
aumento de
3 bilhõesde
habitantes,chegando
aum
totalde
8 bilhõesde
habitantes (institutode
Pesquisas Tecnológicas, 1998).
_
Um
aumento da
população mundial implicano aumento do uso de
reservas
do
planeta,da
produçãode
bense
também
da geração de
lixo.De
certa forma,desde o
aparecimentodo
homem
até os dias atuais,a
geração
de
residuose
seus problemas associadossempre
acompanharam
as
sociedades
humanas
(Figueiredo, 1994). Durante muitotempo
as antigascivilizações preocuparam-se
apenas
em
afastar das proximidadesde
suas habitações tudo oque
sobravade
suas atividades diárias,não
preocupando-selançamento dos resíduos sólidos
ao
ar livreou
em
cursosde
água. Hábitosque
permanecem
até hojeem
muitos países, principalmente os subdesenvolvidos.Historicamente
fomos acostumados que o
lixoque
produzimosdiariamente
deve
ser jogado fora, é sujo,é
fontede
problemas.Depreciamos
nao somente
os espaços,como
as pessoas ligadas ao lixo.O
que realmentequeremos
é livrar-nos deleo
mais rápido possível.De
acordocom
a tendência atual, principalmente nos paísesdesenvolvidos, os "resíduos
de
serviçosde
saúde" oucomumente
denominados
"lixo hospitalar",passam
a ser abordadosda
mesma
formaque
os resíduos
dos demais
setoresda
comunidade,onde o
grande probiemaconstitui-se
no
desperdícioe consequentemente
disposição finat. Outroaspecto
a
ser consideradoé que
os residuos advindosda
áreade
saúde, representamum
riscoem
potencial, e neste caso,podem
trazer-.danos àsaúde
do
usuário,ao
trabalhadorque
nela atua,bem como
ao
próprio meio ambiente.Segundo
o
lnstituto Brasileirode
Geografia
e Estatística (lBGE-1991),em
uma
das
últimas pesquisas realizadas, verificou-seque
75%
do
lixo coletado diariamenteno
Brasilé
depositado a céu aberto noschamados
lixõesou
vazadouros
sem
qualquer tipode
tratamento. Nessa»mesma
pesquisaconstatou-se
que o
Brasil produz cerca de 242.000 toneladas'_id_e iixo por dia.Se
75%
desta produçãonão
recebe tratamento adequado,então
180.000 toneladas de lixo são depositados por diaem
locais impróprios, ëconstituindo-seem
sériaameaça
parao
meio ambientee
servindode
meio para proliferaçãode
inúmeros vetoresque
podem
provocar agravos àsaúde da
população.Nessa
mesma
pesquisa; realizada peloIBGE
(1991),uma
situaçãoparticularmente preocupante
é
aque
ocorrecom
os resíduos provenientesdos
serviçosde
saúde.Dos
4.425 municípios pesquisados, 3.823 (86,4%) depositam osRSS
a céu aberto, juntamentecom
o lixocomum,
muitasvezes
em
embalagens
comuns. Muitos municípiosnem
sequer coletamo
lixo hospitalar,que
é
então destinadoda
formaque
os estabelecimentos geradores3
Cabe
observarque
os Resíduosde
Serviçosde
Saúde
constituemos
resíduos sépticos, ou seja,
que contêm ou
potencialmentepodem
contergermes
patogênicos.Sao
produzidosem
estabelecimentosque
prestamserviços
de
saúde, tais como: hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias,clinicas veterinárias, postos
de
saúde, etc.Apesar da
existênciade
diversas publicações,com
ênfaseno
exterior,sobre os resíduos
de
serviçosde
saúde, percebe-seque
as dúvidas persistemprincipalmente
com
relação a classificaçao, transmissibilidade diretade
doenças
a partir desses resíduos,bem como
à melhor formade
tratamento elou disposição final. Dúvidas estasque
conforme Mattoso (1996) influenciam sobretudona
primeira etapado
gerenciamento dos Residuos Serviçosde
Saúde,que é a
segregaçãona
origem,que
por sua vez, alterará a taxade
geração
de
resíduosde
diferentes categorias, refletindo-se assim, nosmétodos
de
tratamentoe consequentemente na
disposição final.Com
efeito, estudos relativosao
conhecimento das quantidades edas
características
dos
residuosem
um
estabelecimentode saúde permitem
projetar
um
sistemade
gerenciamentoadequado
ede
acordocom
a
realidadedo
estabelecimento, oportunizandouma
políticade
gerenciamento correta.No
entanto, parâmetroscomo
taxade
geração kg/leitoldia, porte do hospitale
quantidade geradas dos diferentes tipos
de
resíduos deverão ser os primeirosdados
aserem
levantadosem
estudos sobre gerenciamento de residuos.A
partir dessas infomações,é
possível conhecercomo
os resíduos estãosendo
classificadose
segregados, qual é o tipode
acondicionamento, horárioe
frequência
das
coletas, assimcomo também
permite selecionar o melhor transporte,o
melhormétodo
detratamento para os diferentes resíduos,bem
como
uma
disposição adequada. ' t- . .i _
A
falta dessas informações, principalmenteem um
Hospitalde grande
porte, certamente levará a,um
gerenciamento inadequado,com
problemas,podendo
contribuircom
riscosao
trabalhador,à saúde
públicae
ao meio
ambiente.
coleta
dos
Residuosde
Serviçosde
Saúde
do
HRO,
a cidadede
Chapecó
produz
aproximadamente 300
kgde
residuos infectantes diariamente,sendo
que a
grande maioria,segundo
a empresa,é
gerada pelo Hospital RegionalOeste. Ainda conforme informações
da
referida empresa, a constante presençade
materiais perfurocortantes e a grande produção dos recicláveisque não
estäo
sendo
separadoscom
a devida seriedade pelo Hospital, contribui paraa
problemática ambiental, principalmente
da
disposição final e riscoscom
o
pessoal envolvido
com
as coletas, tanto intracomo
extra-hospitalar.Nesse
contexto,dado
a faltade
informações sobre os Residuosde
Serviços
de
Saúde
observada na cidadede
Chapecó, vê-se a necessidade urgentede
ser iniciadoum
estudo para avaliarmoso
gerenciamentodos RSS,
começando
no
Hospital Regional OestelSC, pelo fato de serum
Hospitalde
grande porte
e
estar gerandoa
grande maioria desses resíduos. Neste sentido,esta pesquisa
tem
como
objetivo geral, estudare
analisara
trajetóriados
resíduos
no
Hospital Regional Oeste,desde
à sua geração atéà sua
disposição final,
buscando
altemativas paraminimizarou
se possivel evitar. problemas-f advindosdo
gerenciamento inadequado desses resíduos.Com
relação aos objetivos especificos
dessa
pesquisa,fazem
parte:Conhecer
o gerencimento dos residuosde
serviçosde saúde
do
HospitalRegionai Oeste;
Estimar
a
quantidademédia dos
Resíduos Sólidos de Serviçosde
Saúde
(RSSS) do
Hospital RegionalOeste
(HRO), geradosno
períodode
uma
semana
em
kglleitoldia;Verificar qual
a_unidade
que' “apresenta a maiormédia
kg/'leito/dia,estimando-se
um
fluxo anual destes resíduos;Verificar se o Hospital Regional
Oeste segue
as orientações legais relativasao
gerenciamentodos RSS;
`
Apresentar sugestões pertinentes
ao
gerenciamentodos
RSS
do
HospitalRegional Oeste, contribuindo
na
difusãoda
bibliografia e legislação pertinenteaos Resíduos
de
Serviçosde
Saúde
para os hospitaisdo
Estadode
SantaCatarina. _
5
O
estudo foi realizado através deduas
etapas distintas.A
primeira etapareferente
ao
confronto entre a bibliografia disponível e a legislação existenteno
país sobre os Resíduos
de
Serviçosde
Saúde
em
termosde
terminologia, classificação e gestão.A
segunda
etapa refere-se aum
estudode
caso,realizado no Hospital Regional Oeste da cidade
de
Chapecó
- SC.A
escolhado tema
"Resíduos de Serviçosde Saúde"
deve-seao
fatode
existirpoucos
estudos aplicados à realidade brasileira.A
escolhado
Hospitaldeve-se principalmente
ao
fatode
ser esteum
grande gerador de resíduostanto
em
diversidadecomo
em
quantidade,comparando-se
com
osdemais
estabelecimentos
de
saúde.Assim
sendo, estruturou-se o trabalhoem
oito capítulos, incluindo esteque é o
capitulode
número
1,denominado
introdução.No
segundo
capítulo será apresentado o conceitoe
terminologia,um
breve histórico
dos
Resíduosde
Serviçosde
Saúde, a classificação vigenteno
Brasil, as principais legislações brasileiras tanto à nível Federal, Estadual
e
Municipal
dos RSS,
bem
como,
asnormas da
Associação Brasileirade
Normas
Técnicas.
O
capitulo 3 dispõe sobre as etapasque fazem
partedo
Gerenciamento dosRSS,
bem
como
osmétodos de
tratamento e disposição final.O
capitulo4
traz a discussão dos Riscos dos RSS.com
relação asaúde
ocupacional, infecções hospitalares e meio ambiente.
No
capítulo5
está a metodologiae
também
a
justificativa utilizada para este estudo; apresenta os aspectos históricose a
administração doHRO
e
traztambém
uma
breve contextualização dos resíduosde
serviços desaúde
tantono estado
de
Santa Catarinacomo
no
municípiode
Chapecó.-
O
capítulo
6
apresenta os resultadosdo
estudode
casodo
HRO, com
a
análise
dos
dados
obtidos através das observações em quantificaçõese
no
capítulo 7 está
a
avaliação desses resultados,bem
como
as sugestões. ` Por fim, o capítulo8
descreve-se as conclusões erecomendações
que
contribuirão para a gestão dos Resíduosde
Sen/içosde Saúde do
Hospitalos
Rssiouos DE saaviços DE
sAúoE
2.1 - Terminologia
Os
resíduosde
serviçosde
saúde são aqueles gerados nos diversos estabelecimentosque
ofereçam serviços como: farmácias, laboratórios, hospitais, clínicasmédicas e
veterinárias, postosde
saúde, consultórios odontológicos, entre outros. Até adécada de
80, os residuos considerados perigosos incluíam àqueles provenientessomente de
hospitais.A
denominação
“iixo hospitalar” tornou-se
comumente
utilizada,mesmo
quando
os residuosnão eram
geradosem
unidades hospitalares. '"
Embora
no
Brasil os resíduosde
serviçosdesaúde
receberem diversas denominações, ainda prevalece por muitos autores o conceito “resíduohospitalar'
ou
"lixo hospitalar”.No
entanto esse conceitonão
é o mais adequado, pois eleacaba
incluindo no contexto geral a associaçãoda
palavrahospitalar
com
ambiente contaminado, poluído, sujo.De
um
lado deve-seconsiderar
que no
casode
um
Hospital, alémdos
resíduos contaminados, eletambém
produz grande quantidadede
resíduos não-contaminados (quesão
os resíduosde
refeitório, administrativo,de
varriçâo, etc).De
outro lado,o
conceito utilizado popularmente - “resíduo hospitalar”
ou
“lixo hospitalar” muitas vezes específicasomente o
Hospital,esquecendo
dos outros estabelecimentosde pequeno
porte,como
por exemplo: laboratório,banco
de sangue, farmácia, etc.que
também
são fontes potenciaisde
produçãode
resíduos de serviçosde
saúde, dentreeles, os considerados contaminados.
Assim
sendo, para evitar essas distorçõesde
nomes
atribuídosao
“lixo hospitalar”,o
mesmo
foi substituído por “Resíduosde
Serviços de Saúde”,que
7
engloba tanto os resíduos produzidos por todos os estabelecimentos prestadores de serviços
de
saúde,como
também
os Hospitais.Dessa
forma,em
1993, a Associação Brasileirade Normas
Técnicas -ABNT,
através dasnormas NBR-12.807
(Terminologia),NBR-12.808
(Classificação),NBR
12.809 (Manuseiode
Resíduos de Serviços deSaúde) e
a
NBR
12.810 (Procedimento), padronizou os termos utilizados paraesses
_ ~
residuos
no
intuitode
acabarcom
essas distorçoes.A
partir de entao,os
Resíduos
de
Serviçosde
Saúde, ou abreviadamenteRSS,
foramassim
conceituados:
V o
Resíduos:
ivlaterial desprovido
de
utilidade para o estabelecimentogerador;
o Serviços
de Saúde:
Estabelecimento gerador destinado à prestaçãode
assistência sanitária à população.Também
sao encontradas outras definiçoes dosRSS,
como
porexemplo
a
de
Morel (1991), onde:Resíduo
de
sen/içode saúde
é -todo aquele gerado por prestadoresde
assistência médica, odontológica, laboratorial, farmacêutica, instituições
de
ensino e pesquisasmédicas
relacionadas à populaçãohumana,
bem
como
veterinários, possuindo potencial de riscoem
função
da
presençade
materiais biológicos capazesde
causarinfecção, produtos químicos perigosos, objetos perfurocortantes efetiva
ou
potencialmente contaminados,e
mesmo
rejeitos radioativos,necessitando
de
cuidados específicosde
acondicionamento,transporte, armazenamento, coleta
e
tratamento.2.2 -
Marco
históricoPara entender-se a história,
bem como
a
evolução dos acontecimentosfaz-se necessário voltar-se
no
tempo.No
reiato à nível mundial dos principaisacontecimentos
com
relação aosRSS,
a incineração aparececomo
um
marco
importante, devidoao
fatode
serum
dos métodos
mais antigos parao
tratamento
desses
residuos.A
tradiçãode
se reduzir o lixo pelaqueima
jávem
tecnologias necessárias só
avançaram
mesmo
nas últimas décadas,com
b _
o jetivo
de
promoveruma
solução limpa e prática para a disposiçaodos
lixosperigosos produzidos pela civilizaçao moderna.
No
quadro abaixo, apresentaremos os principais acontecimentos importantesque fizeram
e aindafazem
parteda
história dosRSS:
Quadro
1: Principaisacontecimentos
da
históriados
RSS
Período
Àcontecimento
1
874
Em
Nottinghamna
Inglaterra aconteceua
construçãode
um
dos primeiros incineradores,
com
a finalidade daqueima do
lixo urbano (incineração, 1987);
1891 Foi instalado o primeiro incinerador nos
EUA
(incineração, 1987);1
896
Foi construido o primeiro incineradorno
Brasil, na cidadede
Manaus
(incineração, 1987); -Década
de 40
A
incineraçãocomeça
a ganhar importancia, principalmente porque são publicados vários trabalhos sobre essemétodo de
tratamento (Genatios, 1979); ‹'
Década
de 50
Os
resíduos radioativoscomeçam
aganhar
interessee
serem
enfocados (Genatios, 1979); M
1967
Em
São
Paulo, é instalado o incineradorde
Vergueiro,e 3
anos
mais tarde a incineração dosRSS
é
tornada obrigatóriano
Estadode
São
Paulo atravésde
um
decreto estadual(Alves, 1979); _
Década
de 70
Uma
leino
Estadode
Nova
York,recomenda-a
incineraçãocomo
método de
tratamentode RSS, ou
qualquer outrométodo
aprovado pelo Departamentode
Saúde
(Troncone,1990
'_
-Década
de 70
Começa
i,a
surgiruma
preocupaçãocom
a emissão de
poluentes gasosos, inclusive àqueles provenientes
dos
incineradores (Takayanagui,
1993 apud
Mattoso, 1996);1
976
O
Ministériodo
Interiorconcede
uma
Portaria paraestabelecer padrões
de
qualidadedo
ar (Takayanagui,1993
apud
Mattoso, 1996); " r1
979
A
incineração se torna obrigatóriaem
todoo
território nacional(Takayanagui,
1993 apud
Mattoso, 1996);Continua
Continuaçã
9
1
979
a Agênciade
Proteção Ambiental (EPA) é encarregadade
avaliar o impacto dos resíduos infectantes na saúde pública
e
meio ambiente, concluindo
que não
existe evidênciaepidemiológica,
e
retira os resíduos infectantes da classede
resíduos perigosos (Troncone, 1990
apud
Mattoso, 1996);1
982
E
registrado o primeiro casode
AIDS
no
Brasil.Com
a
transmissão desta
doença
a partirdo sangue
contaminado,os
resíduos perfurocortantes se
tomam
potencialmente_perigcsos (Hamerschalak,
1993 apud
Mattoso, 1996);1
985
A
Associação Brasileirade
Normas
Técnicas(ABNT)
normatiza o acondicionamento dos
RSS em
sacosde
cor branca leitosa atravésda
NBR
n.°9190
(ABNT, 1985);1
988
Nos
EUA
o
Congresso
sofreu intensa mobilização,provocada
pelos incidentes ocorridos nas praias
de
alguns estados eem
terrenos próximos a consultórios médicos e laboratórios,
quando
crianças foram encontradas brincandocom
residuosde
serviçode saúde
como
seringas, agulhas e frascosde
sangue,algumas
destas contaminadascom
HIV. Isso ocorreudevido a
métodos
inadequadosde
destinação finalde
residuos
que
despeiadosno
mar,eram
trazidos à praia,ou
que eram
simplesmente deixadosem
terrenos a céu aberto (Takayanagui, 1993);1
988
Estes incidentes citados anteriormente resultaramno
MedicalWaste
Tracking Act -MVVTA; que
foi o primeiroprograma
federal de
RSS
e
representouo
primeiro passo para desenvolvimentode
regulamentações nacionais uniformes paramanuseio e
destinação finalde
residuos infeccicsos(Takayanagui, 1993)' _ _
I l
1991
Em
Abril, os processos relacionados a incineração recebe várias criticasie restrições, criando-seuma
Câmara
Técnicaespecial para avaliar
e
emitir parecer;1991 › ‹
Em
Setembro,
fica
desobrigada a incineração ou qualqueroutro tratamento
de queima dos
resíduos sólidos provenientes dos estabelecimentosde
saúde, portos e aeroportos. ç1993
A
ABNT
propõenormas
para terminologia, classificaçãoe
procedimentosde RSS,
através dasNBR's
12807, 12808,e
12809' t
1
993
No
Brasil, a incineração ou a esterilização à vapor setornam
métodos
de
tratamentode
residuos infectantesrecomendados
pela Legislação Federale não mais
obrigatórios (BRASIL, 1993).
Julho/2000 Consulta Pública n.°
48
(encontra-seem
andamento)
-objetiva criar
um
regulamento técnico sobre as “diretrizes gerais para procedimentosde manejo de
RSS”
parao
Brasil.2.3 - Classificação
dos
resíduosde
serviçosde saúde
Os
resíduosem
geral são classificados considerando critériosde
origeme
produção,
como
por exemplo: comercial, residencial, industrial, hospitalar, especial e outros.Notadamente, o sucesso
de
um
Programa de
Gerenciamentode RSS,
depende
em
grande parteda
sua classificação, vistoque
uma
classificação corretadesses
residuos facilitará os procedimentos intemos diretamentena
fonte produtora, a classificaçãotambém
tem
por finalidade a distinçãodo
que
é
resíduo contaminado, e
o que não
é contaminado, colaborando efetivamente paraum
manuseio
eficiente (fácil assimilação),econômico
(separaçãodiferenciada) e seguro
(sem
riscos para os funcionários) desses resíduos.Segundo
Orofino
(1996), pode-se adotar diferentes critérios paraa
classificação
dos RSS:
AÍ
o
O
estado físicodo
resíduo, se estáem
estado sólidoou
semi-sólido; õ *A
composição,
como
porexemplo
a_ quantidade de materiais recicláveis;o
As
caraterísticas fisico-químicas,como
o
teorde
umidade, o podercalorífico
ou
a densidade;'
ø
O
destino final,como
porexemplo se
são “queimáveisíou
não-- r .
queimaveis”;
ø
O
impacto ambiental,que pode
serem
função da quantidadeproduzida;
0
O
potencialde
risco,ou
em
funçãoda
toxicidadeou
patogenicidade; oA
origem ou áreade
geração,que
são as áreas críticas, semicríticase
nao-criticas.
-'
Chiarello (1959), explica
que
no Brasil a classificação dosRSS
é bastante11
Lixo Séptico todo aquele
que
é contaminado,ou
sejao
que
é
recolhido de salasde
operação, enfermariascom
pacientesque
apresentam moléstias infecto-contagiosas (MIC), incluindo-se resíduos
alimentares, além
de
gazes, drenos, etc.;e
Lixo Não-Sépticoé
todoaquele constituido por papéis, vidros, trapos, ciscos
em
geral, recolhidos de locaisonde não
há pacientes contagiantes, secretarias, etc. Neste grupo flgurarãotambém
as sobrasde comida
e os resíduos resultantesdo
preparodessa
comida.Entretanto,
como podemos
observar existem diferentes sistemasde
classificações possíveis para os
RSS,
conforme os parâmetrosque adotam-se
e os objetivos a
que
destinam-se.A
seguir apresentaremos a classificação adotada no Brasil paraos
Residuos Sólidos
de
Serviçosde
Saúde.2.3.1 -~
A
classificação adotadano
BrasilNo
Brasil,a
classificaçãodos
RSS
é
regida pelaResolução
n.° 05/93do
CONAMA
e
complementada
pelasNormas
Técnicas daABNT,
sendo
que
as
duas
pertencem -aomesmo
ano
(1993).De
lá para cá,não houve
nenhuma
alteração. Percebe-seque a
classificação tantodo
CONAMA
como
da
ABNT
é
praticamente
a
mesma,
sendo que
a Resoluçãodo
CONAMA
fazmenção
àsNormas
da
ABNT.
A
seguir, descreveremos detalhadamente a classificação adotada pelo2.3.1.1 - Resolução
CONAMA
n.° 5/93,de
5 de agostode
1993A
Resoluçãodo
CONAMA
determina a necessidadeda
apresentaçãode
um
planode
gerenciamento dosRSS
e, apresentauma
classificação para osRSS;
determinandoque
os resíduos infectantesnão
poderão ser dispostosno
meio ambiente
sem
tratamento prévioque
assegure a eliminaçãodas
características
de
periculosidadedo
resíduo etambém
recomenda a
esterilização à vapor ou a incineração
como
métodos de
tratamento.Quadro
2: 'Classificaçãoda
resoluçãodo
CONAMA
n.° 5/93,de
5de
agosto
de
1 993.GRUPO
cu\ssiFicAÇÃo
Grupo
A:Residuos que apresentam
risco potencial à saúde
pública e ao meio ambiente
devido à presença de agentes biológicos.
ø Sangue e hemoderivados;
ø Animais usados
em
experimentação,bem como
osmateriais que tenham entrado
em
contatocom
os ~mesmos; A
= Excreções, secreções e líquidos orgânicos;
o Meios de cultura;
o Tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas;
. o Filtros de gases aspirados de área contaminada; í
‹ Resíduos advindos de área de isolamento;
- Restos alimentares de unidade de isolamento;
= Residuos de iaboratórios de análises clinicas; o Resíduos de unidades de atendimento ambulatorial;
ø Residuos de sanitários de unidade de intemação e
de enfermaria;
o Animais a bordo dos meios de transporte
- Objetos perfurocortantes, capazes de causar i
punctura ou corte, tais
como
lâminas de barbear, lbisturi, agulhas, escalpes, vidros quebrados, etc., *
provenientes de estabelecimentos prestadores de `
sen/iços de saúde.
Grupo
B:Residuos que apresentam
risco potencial à saúde
pública e ao meio ambiente
devido às suas
características químicas.
o .Drogas Quimioterápicas e produtos por elas contaminados;
‹. Resíduos farmacêuticos (medicamentos vencidos,
contaminados, interditados ou não-utilizados); A
o Demais produtos considerados perigosos, conforme l
classificação da
NBR
10.004 daABNT
(tóxicos, Ícorrosivos, inflamáveis e reativos). z
Grupo
C:Rejeitos radioativos.
ø Materiais radioativos ou contaminados
com
radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nucleare
radioterapia, segundo resolução
CNEN
6.05.Grupo
D:Resíduos comuns.
- Todos os demais que não se enquadram nos grupos
13
2.3.1.2 - Classificação
da
Associação Brasileirade
Normas
Técnicas -NBR
n.° 12.808 ~
de
01de
abril de1993
Esta
Norma
classifica osRSS
quanto aos riscos potenciaisao
trabalhador,
ao meio
ambiente e àsaúde
pública, para quetenham
gerenciamento adequado. Ela classifica os residuos
em
très categorias(infectantes, especial
e comum),
as quais são:Quadro
3:Resíduos
infectantesRESÍDUOS INFECTANTES
CLASSFICAÇAO
Tipo A.1: Biológico.
Q O
Cultura, inóculo, mistura de microrganismos e meio de cultura inoculado, proveniente de laboratório
clinico ou de pesquisa; Vacina vencida ou inutilizada;
Filtro de gases aspirados de áreas contaminadas
por agentes infectantes e qualquer resíduó
contaminado por estes materiais.
Tipo A.2:
Sangue e hemoderivados. Bolsa de sangue após
transfusão,
com
prazo devalidade vencido ou sorologia positiva, amostra
de
sangue para análise, soro, plasma e outrossubprodutos.
Tipo A.3:
1 Cirúrgico,
anatomopatológicoe
exsudato.
9 Tecido, órgão, feto, peça anatômica, sangue e
outros líquidos orgânicos resultantes de cirurgia,
necropsia e residuos contaminados por estes materiais.
Tipo
AA:
Perfurante ou cortante.
Agulha, ampola, pipeta, lâmina de bisturi e vidro.
Tipo A.5l:
Animal Contaminado. Carcaça ou
parte de animal inoculado, exposto à
microorganismos patogênicos ou portador _de doença lnfecto-contagiosa,
bem
como
residuosque tenham estado
em
contatocom
este. ~Tipo A.6: -
Assistência ao Paciente.
Quadro
4:Resíduo
especialSecreções, excreções e demais líquidos orgânicos procedentes de pacientes,
bem
como
os resíduoscontaminados por estes materiais, inclusive restos .derefeiçöesz . . . ... .
RESÍDUO ESPEClAL
ACLASSIFICAÇÃO
Tipo B.1:
Rejeito Radioativo
Material radioativo ou contaminado,
com
radionuclídeos proveniente de laboratóriode
análises clinicas, serviços de medicina nucleareradioterapia (ver Resolução CNEN-NE-6.05). Tipo B.2:
Resíduo farmacêutico Medicamento
vencido, contaminado, interditado ou
nâo utilizado; Tipo B.3:
Resíduo químico perigoso.
Resíduo tóxico, corrosivo, inflamável, explosivo,
reativo, genotó›g_ico ou mutagënico conforme
NBR
Quadro
5:Resíduo
comum
RESÍDUO
COMUM
ICLASSIFICACAO
Ciasse
C
o Todos aqueles que não se enquadram no tiposA
eB
e que, por sua semelhança aos resíduosdomésticos, não oferecem risco adicional à saúde
pública. Por exemplo: resíduo de atividade
administrativa, dos serviços de varrição e limpeza
de jardins e restos alimentares que não entraram
em
contatocom
pacientes.Percebe-se
que
a classificação adotada tanto peloCONAMA
como
pelaABNT
é praticamente amesma,
inclusive a Resoluçãodo
CONAMA
cita asNormas
da
ABNT.
A
única diferença observada écom
relação a organização dos resíduos,onde a
ClasseB
danorma da
ABNT
inclui os resíduos radioativose o
CONAMA
abreuma
classesomente
para estes resíduos,que
é
‹ .Li
a classe C. -T
Í
1,.
Analisando-se a classificação adotada
no
Brasil, tanto a Resoluçãodo
CONAMA
quanto asNormas
da
ABNT
pecam
praticamenteno
mesmo
ponto.Por
um
lado, a Resolução n.° 5do
CONAMA
(1993), supervaioriza os residuos .do grupo A, considerando os residuos provenientes das unidades .deatendimento ambulatorial
e das
enfermariascomo
“todos” infectantes.Certamente esse tipo
de
procedimento acarretaráao
Hospitaldespesas
extrasprincipalmente
com
o tratamento especialque
exige esse tipo de resíduo. Por11
outro lado,
a
norma da
ABNT
considera os residuos advindos da Assistência_ .P .
.. ‹z.
-w'‹
ao
Paciente (secreções, excreções edemais
líquidos orgânicos procedentesde
paciente;bem como
resíduos contaminados por esses materiais, inclusiveresíduos
de
refeições)de
“todos” os pacientes - isoladosou não
-também
como
resíduos infectantes.Dessa
maneira, todos os resíduos geradosem
ambulatóriose
enfermarias (inclusive restos alimentares) serão consideradosinfectantes. "
_ "
Para zos autores Eingeenheer e
Zanon
(1991), os residuosde
diagnósticos' e tratamento (RDT),
na
maioria (91%) dasintemações
hospitalares
no
Brasil são associados pordoenças não
infecciosasou
porinfecções