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Cidades inteligentes: índices como instrumento estratégico para a sustentabilidade do território

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Academic year: 2021

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Cidades Inteligentes:

Índices como instrumento estratégico para a sustentabilidade do território

Dissertação de Mestrado em Engenharia do Ambiente

Márcia Patrícia Duarte Rodrigues

Orientadora: Professora Edna Cabecinha

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Índices como instrumento estratégico para a sustentabilidade do território

Dissertação de Mestrado em Engenharia do Ambiente

Márcia Patrícia Duarte Rodrigues

Orientadora: Professora Edna Cabecinha.

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CIDADES INTELIGENTES

:

ÍNDICES COMO INSTRUMENTO

ESTRATÉGICO

PARA A SUSTENTABILIDADE DO TERRITÓRIO

Dissertação de Mestrado em Engenharia do

Ambiente

Márcia Patrícia Duarte Rodrigues

Orientadora: Prof. Doutora Edna Cabecinha

Composição do Júri:

Presidente: Professor Dr. João Carlos Almeida Ribeiro Claro

_____________________________________________________________ Vogais: Professora Doutora Edna Carla Janeiro Cabecinha da Câmara Sampaio _____________________________________________________________

Professor Dr. Luís Manuel Morais Leite Ramos

_____________________________________________________________

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Dissertação de Mestrado em Engenharia do Ambiente, apresentada à Escola de Ciências de Vida e do Ambiente, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, realizada sob a Orientação da Edna Carla Janeiro Cabecinha da Câmara Sampaio, Professora Auxiliar de Biologia e Ambiente, em Conformidade com o Decreto-Lei n.º 216/92 de 13 de outubro. As doutrinas apresentadas são da exclusiva responsabilidade do autor.

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Agradecimentos

Agradeço primeiramente toda a ajuda e dedicação da minha Orientadora Professora Edna Carla Janeiro Cabecinha da Câmara Sampaio e a disposição do Professor José Manuel Martinho Lourenço, que foram um pilar insubstituível nesta caminhada tão importante. Aos meus Grandes Pais e ao meu Grande Irmão pelo esforço e dedicação majestosa ao longo de toda a minha vida, que nem tenho palavras sequer para descrever. Obrigado. Ao meu Daniel pela paciência, paz, amor e conforto que sempre me levou a ultrapassar os piores momentos ao longo desta etapa, sem esquecer a força para etapas que se avizinham.

Aos meus tios e irmãos de outro sangue que sempre estiveram por perto a cuidar de mim e que sempre me deram uma palavra de consolo ou de orgulho.

Às “minhas meninas” que sempre me acompanharam e que adoro, Ana Margarida, Cristiana Rodrigues, Ana Filomena, João Moreira, Rita Martins e Pedro Martins. Nos momentos em que me faltou a força, apoiaram-me, e nos momentos felizes foram os que partilharam o sorriso mais sincero comigo.

Aos meus colegas da Agência de Ecologia Urbana de Vila Real, ao Engenheiro Carlos Lima, que sempre me ajudaram nesta parceria. Uma palavra especial á Daniela Costa e a Sandra Dinis que se revelaram uma ajuda mais que preciosa, fundamental para me incentivar a procurar mais além e a não desistir.

São passos que nunca irei esquecer. São pessoas que nunca esquecerei que caminharam comigo. Obrigado do fundo do coração por tudo!

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de carácter ambiental e de sustentabilidade. Esta situação é fortemente propícia e determinante, nos tempos mais atuais, para a introdução do desenvolvimento sustentável tanto a nível urbano como num meio mais rural. É urgente a implementação de planos e projetos que permitam uma evolução regrada e consciente em todas as vertentes, quer na vertente ambiental, social ou económica.

A presente tese, enquadrada no contexto territorial do Município de Vila Real, centrou-se particularmente na temática da sua sustentabilidade urbana. Pretendeu-se efetuar uma seleção e caracterização de um conjunto de indicadores de desenvolvimento sustentável (IDS) assentes em diferentes áreas estruturantes: ambiental, social e económica. Visando uma futura intercalibração dos indicadores selecionados, que se pretende que sejam passíveis de comparação com outras áreas geográficas a diversas escalas, nomeadamente, à escala Europeia, e às escalas relativas aos três níveis da nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS 1, NUTS 2 e NUTS 3) e Municipal.

Formam selecionados um total de 26 indicadores separados pelas diferentes áreas estruturantes. Área de Ambiente, constituída por 3 subtemas e 7 indicadores de desenvolvimento sustentável. Área Social, dividida em 6 subtemas e 12 indicadores e, a Área de Economia, dividida em 3 subtemas e 7 indicadores.

Para cada indicador foi desenvolvida uma ficha individual, Cada ficha incluí parâmetros que identificam o IDS, legislação aplicada e objetivos e metas impostas a nível nacional e internacional.

Os resultados demonstram que as boas práticas têm sido valorizadas e cada vez estão mais presentes, quer no quotidiano, quer em empresas, com especial atenção na área ambiental. Verificou-se ainda que há escassez de dados em algumas áreas de grande importância, como a água e qualidade do ar. É importante ainda referir a falta de metodologias a nível nacional apropriadas para zonas de baixa densidade, notando-se mesmo assim uma tentativa de mudança de hábitos. A contínua procura de soluções sustentáveis para os problemas que surgem diariamente obriga a uma gestão criteriosa dos recursos, de modo a manter o equilíbrio da sociedade atual sem comprometer as gerações futuras.

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Palavras-chave: Desenvolvimento sustentável; Indicadores de sustentabilidade; SIDS; Vila Real; Município; Ambiente; Economia; Social

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environmental and sustainability point of view. At modern times this is highly favorable and decisive for the introduction of sustainable development, both at urban and rural areas. It’s urgent to implement plans and projects that will allow some conscious and controlled evolution in every areas, whether environmental, social or economic perspective.

This document, framed in the territorial context of the municipality of Vila Real, is focused particularly on the thematic of its urban sustainability. The main objective was to make a selection and characterization of a set of sustainable development indicators (SDI) based on different structural areas: environmental, social and economic. Aiming to a future intercalibration between the selected indicators, which are intended to be subject of comparison with other geographical areas at different scales, including the European scale and scales for the three levels of the Nomenclature of Territorial Units for Statistics (NUTS 1, NUTS 2 and NUTS 3) and Municipal.

A total of 20 indicators were selected divided into different structural areas. Environment, composed by three sub-themes and 7 indicators for sustainable development. Social area divided into six sub-themes and 12 indicators. Economics, divided into three sub-themes and 4 indicators.

For each indicator an individual sheet was developed. Each one includes parameters that identify the SDI, legislation applied as well as objectives and targets imposed from a national and international point of view.

The results show that the good practices have been appreciated and are increasingly present, either on everyday usage or in businesses, with special focus at the environmental area. It was also observed the scarcity of data in some important areas such as water and air quality. It is also important to mention the lack of methodologies at a national level suitable for low density areas, despite of the notorious attempt to change habits. The continuous search for sustainable solutions to the problems that arise on a daily basis requires a careful resource management in order to keep the balance at today's society without compromising future generations.

Keywords:

Sustainable development; Sustainability indicators; Vila Real; County; SIS; Environment; Economy; Social.

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1. Introdução ... 1

1.1 - Desenvolvimento sustentável: uma utopia possível? ... 1

1.2 - Problemas e desafios que se colocam às cidades ... 5

1.3. Sustentabilidade Urbana ... 9

1.3.1 - Agenda 21 Local ...17

1.3.2 - POLIS ...19

1.3.3 - Inteli – Smart Cities em Portugal ...19

1.4 - Importância dos indicadores de sustentabilidade ...20

1.4.1 - A Sociedade, o Ambiente e a Economia ...23

1.4.2 - Sustentabilidade energética ...24

1.5 - Objetivos...27

1.6 - Enquadramento: o Município de Vila Real ...28

2. Metodologia ...31

2.1 - Revisão bibliográfica ...31

2.1.1 - Critérios de seleção de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável ...32

2.1.2 - Critérios de organização dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável ...32

2.1.3 - Metodologia DPSIR ...34

2.1.4 - Projetos consultados na seleção da metodologia a adotar ...35

2.3 - Recolha de Informação ...39

2.3.1- Entidades consultadas para recolha de dados ...39

3. Apresentação de resultados ...41

3. Apresentação de resultados ...43

4. Discussão dos Resultados ...97

4.1– Indicadores de desenvolvimento sustentável ...97

4.1.1– Análise do tema Ambiente ...97

4.1.2 – Análise do tema Social ... 102

4.1.3 – Análise do tema Economia ... 105

4.2 - Análise do diagrama geral do desempenho dos IDS ... 107

4.2.1- Análise entre os melhores da Europa, Portugal e Vila Real ... 107

4.3 - Análise da tabela cromática resumo dos IDS ... 108

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5. Conclusão ... 117 6. Bibliografia ... 121 Legislação aplicada ... 129 Anexo I ... 140 Anexo II ... 146 Anexo III ... 150

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(DESOURB, 2013) ... 3 Figura 1.2: Vertentes da Triple Botom Line (TBL) - fonte :

http://sfwater.org/index.aspx?page=421 ... 4 Figura 1.3: Parâmetros de uma cidade sustentável – Adaptado de Cidades sustentáveis: Uma nova condição urbana (Silva, 2011) ... 7 Figura 1.4:Componentes das comunidades sustentáveis - Adaptado de McDonald, et al., 2009 ...14 Figura 1.5: Processos para a Agenda 21 Local – Adaptado de Amado, 2012 ...18 Figura 1.6: Classes da Eficiência Energética- Fonte:

http://noticias.habitaclia.com/los-edificios-verdes-captan-la-atencion-de-los-inversores-europeos/ ...26 Figura 1.7: Enquadramento da zona de Vila Real (Visitar Portugal, 2016) ...28 Figura 2.1:Modelo DPSIR (FONTE) ...34 Figura 3.1:Exemplo do esquema da ficha de indicadores de desenvolvimento sustentável desenvolvida. ...41 Figura 3.1Água distribuída no setor doméstico para o Norte (NUTS II), o Douro (NUTS III) e município de Vila Real. ...43 Figura 3.2: Água distribuída no setor doméstico para o Norte (NUTS II), o Douro (NUTS III) e município de Vila Real. ...43 Figura 3.3: População servida por sistemas de abastecimento de água a nível das NUTS I, II e III municipal. ...43 Figura 3.4: Água distribuída por setores a nível nacional, Norte e Douro. ...43 Figura 3.5: Água segura para o Norte (NUTS II), o Douro (NUTS III) e município de Vila Real. ...45 Figura 3.6: Cumprimento de análises a nível nacional, Norte e Vila Real. ...45 Figura 3.7: População servida por sistemas tratamento de águas residuais a nível Nacional, Norte (NUTS II), Douro (NUTS III) e município de Vila Real. ...47 Figura 3.8:População servida com sistemas de drenagem de águas residuais a nível

Nacional, NUTS II (Norte) e município de Vila Real. (INE) ...47 Figura 3.9: Tipos de tratamento de águas residuais nas NUTS I,II, III e Município de Vila Real. ...47 Figura 3.10: Concentração de partículas PM2,5 na estação Douro Norte, no Norte Interior. ..49 Figura 3.11: Concentração de partículas PM10 na estação Douro Norte, no Norte Interior. ..49

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Figura 3.12: Concentração de Ozono na estação Douro Norte, no Norte Interior. ...49 Figura 3.13: Emissões de gases com efeito de estufa por área a nível nacional e municipal. ...51 Figura 3.14: Emissões de gases com efeito de estufa por habitante a nível nacional e

municipal. ...51 Figura 3.15: Emissões de gases com efeito de estufa a nível nacional distribuídos por setor de atividade em 2012. ...51 Figura 3.16: Recolha não seletiva per capita dos resíduos nas NUTS I, II e III e no município. ...53 Figura 3.17: Recolha seletiva per capita dos resíduos nas NUTS I, II e III e no município. ...53 Figura 3.18:Destino dos resíduos nas diferentes NUTS e no município, ano 2013. ...53 Figura 3.19: Relação percentual das zonas agrícolas nas diferentes NUTS I,II, III e Município de Vila Real, em 2009. ...55 Figura 3.20: Relação percentual das zonas verdes urbanas. ...55 Figura 3.21: Taxa de analfabetismo em Portugal, Norte, Douro e Vila Real. ...57 Figura 3.22: Taxa de escolarização no Ensino secundário nas NUTS I, II, III e Município de Vila Real. ...59 Figura 3.23: Taxa de escolarização no Ensino Superior nas NUTS I, II, III e Município de Vila Real. ...59 Figura 3.24: Nível de Escolaridade por NUTS I,II, III e Município de Vila Real, no ano de 2011. ...59 Figura 3.25: Taxa bruta de natalidade nas NUTS I, II e III e no município de Vila Real. ...61 Figura 3.26: Taxa bruta de mortalidade nas NUTS I, II e III e no município de Vila Real. ...61 Figura 3.27: Número de camas por cada 1000 habitantes nas NUTS I, II e III e no município de Vila Real. ...63 Figura 3.28: Percentagem de camas distribuídas por hospital geral e especializado nas NUTS I, II e III e no município de Vila Real, para 2014. ...63 Figura 3.29: Número de médicos por 1000 habitantes nas NUTS I, II e III e no município de Vila Real. ...65 Figura 3.30:Densidade populacional em Portugal, Norte, Douro e Vila Real. ...67 Figura 3.31:Taxa de variação populacional em Portugal, Norte, Douro e Vila Real. ...67 Figura 3.32: População residente no ano de 2013 em Portugal, no Norte, no Douro e em Vila Real. ...67 Figura 3.33: Envelhecimento populacional nas NUTS I,II,III e município de Vila Real. ...69 Figura 3.34: Índice de dependência de idosos nas NUTS I,II, III e Município de Vila Real. ..69 Figura 3.35: Taxa de atividade da população nas NUTS I,II,III e município de Vila Real. ...71

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Figura 3.36: Índice de renovação da população ativa nas NUTS I,II,III e município de Vila

Real. ...71

Figura 3.37: Taxa de criminalidade na NUTS I, II e III e no município de Vila Real. ...73

Figura 3.38: Tipo de crime por NUTS I, II e III e no município de Vila Real, em 2014. ...73

Figura 3.39:Taxa de motorização em Portugal, no Norte, no Douro e em Vila Real. ...75

Figura 3.40: Distribuição modal do transporte de passageiros nas cidades (Portugal, Norte, Douro e Vila Real). ...75

Figura 3.41: Índice de alojamento, nas NUTS I,II,III e município de Vila Real. ...77

Figura 3.42: Reconstruções concluídas por 100 novas construções (concluídas) nas NUTS I,II,III e município de Vila Real. ...77

Figura 3.43: Proporção de alojamentos vagos das cidades Portuguesas, do Norte, do Douro e de Vila Real. ...79

Figura 3.44: Proporção de alojamentos de uso sazonal em Portugal, na Região Norte, na Sub-região do Douro e no Município de Vila Real. ...79

Figura 3.45: Consumo de energia final per capita em Portugal, no Norte, no Douro e em Vila Real. ...81

Figura 3.46: Distribuição do consumo de energia elétrica por setores em Portugal, no Norte, no Douro e em Vila Real. ...81

Figura 3.47: Consumo de energia por habitante no setor doméstico em Portugal, no Norte, no Douro e em Vila Real. ...83

Figura 3.48: Distribuição das fontes de energia do consumo energético do setor doméstico em Portugal, no Norte, no Douro e em Vila Real. ...83

Figura 3.49: Relação entre eletricidade consumida pela produção de energia por fontes renováveis (estimativa por habitante) em Portugal, no Norte, no Douro e em Vila Real. ...85

Figura 3.50:Relação entre eletricidade consumida pela produção de energia por fontes renováveis (estimativa por área) em Portugal, no Norte, no Douro em Vila Real. ...85

Figura 3.51: Energia elétrica produzida por tipo de fonte de energia renovável em Portugal e em Vila Real. ...85

Figura 3.52: Poder de compra per capita e por NUTS I, II e II e município. ...87

Figura 3.53: Ganho médio anual nas NUTS I,II,III e município de Vila Real. ...87

Figura 3.54:Diferença salarial entre géneros nas NUTS I,II,III e município de Vila Real. ...89

Figura 3.55: Índice de polarização de emprego (censos) na NUTS I,II,III e município de Vila Real. ...91

Figura 3.56: Taxa de desemprego por NUTS I, II, III e município de Vila Real. ...93

Figura 3.57: População empregada por setor de atividade, nas NUTS I,II,III e município de Vila Real, em 2011. ...93

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Figura 4.1. Localização das Estações de medição dos poluentes, respetivamente:

Ozono;PM10 e PM2,5.(FONTE) ... 100 Figura 4.2:Comparação do desempenho nas diversas escalas de análise, Vila real, Portugal e UE dos IDS pelas diferentes temas estudadas ... 107 Figura 69: Símbolos e significados da análise ... 112

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Tabela 1.2: Ranking das cidades mais sustentáveis a nível mundial – Adaptado de (Arcadis,

2015) ...16

Tabela 2.1: Lista de indicadores ...38

Tabela 3.1: Indicadores de desenvolvimento sustentável - resumo geral cromático ...95

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AGRIS – Medida de Agricultura e Desenvolvimento Rural

AGRO – Programa Operacional de Agricultura e Desenvolvimento Rural AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal APA – Agência Portuguesa do Ambiente

ARCADIS – Projeto a nível Mundial do Desenvolvimento Sustentável ARS NORTE – Administração Regional de Saúde Norte

CCDRN – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte

CDS – Comissão do Desenvolvimento Sustentável (CSD – Commission on Sustainable

Development)

CH4 – Metano

CIDA – Canadian International Development Agency

CITE – Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego CMVR – Câmara Municipal de Vila Real

CNUMAD – Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento CO2 – Dióxido de Carbono

CSI – Complemento Solidário para Idosos DGA – Direção Geral do Ambiente

DGEG – Direção Geral de Energia e Geologia DGPJ – Direção Geral da Política de Justiça DGS – Direção Geral da Saúde

DGT – Direção Geral do Território

DLD – Desempregados de Longa Duração

DPSIR – Driving forces (forças condutoras) Pressures (pressões) States (estados) Impacts (impactos) Responses (respostas).

E2020 – Europa 2020

ECL – Equipa Coordenadora Local

ECR – Equipas Coordenadoras Regionais

EEA – European Environmental Agency – Agência Europeia do Ambiente EMAR - Água e Resíduos de Vila Real

ENDS – Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável ENE 2020 – Estratégia Nacional de Energia

ENH – Estratégia Nacional para Habitação EPI – Environmental Performance Index

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EPT 2000-2015 – Educação para Todos, UNESCO ERS - Entidade Reguladora de Saúde

ERSAR – Entidade Reguladora dos Serviços de Águas Residuais ETAR – Estação de Tratamento de Águas Residuais

UE – União Europeia

EUROSTAT- Base de dados online a nível Mundial

FEOGA – Fundo Europeu de Orientação e de Garantia Agrícola GEE – Gases com Efeito de Estufa

HFC – Hidrofluorcarboneto

ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas IDS – Indicadores de Desenvolvimento Sustentável

IHRU – Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana INE - Instituto Nacional de Estatística

INERPA – Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas ISP - Imposto Sobre Produtos Petrolíferos e Energéticos LTFP – Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas MESS – Ministério do Emprego e da Segurança Social MF – Ministério das Finanças

MRAL – Meios de Resolução Alternativa de Litígios MS – Ministério da Saúde

N2O – Óxido Nitroso NH4 – Amónio

NUTS – Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos OAU – Óleos Alimentares Usados

OCDE – OECD – Organisation for Economic Co-operation and Development OMS – Organização Mundial de Saúde

OMS-Euro - Organização Mundial de Saúde – Euro ONU – Organização das Nações Unidas

P2020 – Portugal 2020

PA:CEAC – População Ativa: Conceito e Extensão Através dos Censos

PEAASAR II 2007-2013 – Plano Estratégico de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais

PENSAAR 2020 - Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais 2020

PER – Pressão – Estado – Resposta

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PIENDS – Plano de Implementação da Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável

PM10 – Partículas com diâmetro inferior a 10 Micrómetros PM2,5 - Partículas com diâmetro inferior a 2,5 Micrómetros PNA – Plano Nacional da Água

PNAC 2020/2030 – Plano Nacional para as Alterações Climáticas

PNAEE (2013-2016) - Plano Nacional de Ação para e Eficiência Energética PNAER (2013-2020) – Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis PNR 2020 - Programa Nacional de Reformas

PNS – Plano Nacional de Saúde

PNUEA 2012-2020 - Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água PO-Norte – Programa Operacional para o Norte (Norte 2020)

PORDATA – Base de dados online Nacional e Europeu

POTISE – Programa Operacional de Inclusão Social e Emprego QEPiC - Quadro Estratégico de Política Climática

QualAr – base de dados online da qualidade do Ar (APA) RED – Revista de Estudos Demográficos

REEE – Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos RNBC 2050 - Roteiro Nacional de Baixo Carbono (APA) RNCCI - Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados RU – Resíduos Urbanos

RUD – Resíduos Urbanos Degradáveis s.d. – Sem Data

SAU – Superfície Agrícola Utilizável

SCE – Sistema de Certificação Energética dos Edifícios SCI – Sustainable Cities International

SEN – Sistema Elétrico Nacional SEN – Sistema Estatístico Nacional SF6 – Hexafluoreto de enxofre

SGCIE – Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos de Energia SIDS – Sistema de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável SNGN – Sistema Nacional de Gás Natural

SPA – Setor Público Administrativo SPN – Sistema Petrolífero Nacional

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UE5 – 5 melhores países da União Europeia

UNESCO - United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization - Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura

UNFCCC (2015-2016) – United Nations Framework Convention on Climate Change USF – Unidades de Saúde Familiar

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€ - euros

µg/ m3.h – micrograma por metro cúbico hora µg/m3 – micrograma por metro cúbico

‰ – Permilagem ha – hectares

hab/Km2 – habitantes por quilómetro quadrado kg/(hab.ano) – Quilograma por habitante por ano kg/hab – Quilograma por habitante

Km2 – Quilómetro quadrado m – metros

m3/hab - metro cúbico por habitante nº - número

nº de camas/1000hab – número de camas por mil habitantes nº de médicos/1000hab – número de médicos por mil habitantes nº de veículos/1000hab – número de veículos por mil habitantes nº/nº - número por número

ºC – Graus Celsius

tCO2eq/hab – Toneladas de dióxido de carbono equivalente por habitante

tCO2eq/km2 – Toneladas de dióxido de carbono equivalente por quilómetro quadrado tep/hab – tonelada equivalente de petróleo por habitante

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(29)

1.1 - Desenvolvimento sustentável: uma utopia possível?

A preocupação com o estado do ambiente no planeta manifestou-se pela primeira vez, ao mais alto nível, no início dos anos 70 do século passado, desde então que a política ambiental começou a ganhar importância seguindo-se uma série de iniciativas dedicadas à sustentabilidade urbana e à relação com a qualidade de vida das populações.

Em termos históricos, a tentativa de apelar a uma responsabilização integrada e global das empresas e dos governos para estas questões teve como primeiro marco a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, realizada em 1972, em Estocolmo, Suécia. Contudo, só nos finais da década de 80, por ocasião da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, sob a égide da ONU, sob a presidência da então primeira- ministra da Noruega, Gro Harlem Brudtland, surge pela primeira vez a noção de que o desenvolvimento económico deveria ser integrado conjuntamente com as questões ambientais e sociais estabelecendo-se, assim, o conceito de “desenvolvimento sustentável”. No relatório de Brundtland (Our Common Future) surge então a primeira definição de sustentabilidade ambiental: “ desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem às suas necessidades” (WCER, 1987).

A sustentabilidade apresenta-se como um conceito dinâmico em constante transformação e muito abrangente alicerçado não só na vertente económica, mas também nas vertentes sociais e ambientais.

Diversas iniciativas decorreram desta pedra de toque em 1972, e em 1992, marcando os 20 anos da primeira conferência das Nações Unidas, ocorreu a Conferência da Terra sobre meio ambiente e desenvolvimento, consagrando a Sustentabilidade como um pilar da sociedade. A conferência do Rio (RIO 92), regida pela ONU no Rio de Janeiro, e que contou com 117 chefes de estado, mostrando bem a importância desta temática, teve como objetivo a criação de estratégias e planos para inverter possíveis efeitos ambientais negativos e promover um desenvolvimento sustentável de forma global. Entre muitos outros documentos oficiais que emanaram desta cimeira, na mesma altura foi germinado um projeto de muita relevância e que ainda se encontra em desenvolvimento, a Agenda 21 Local (APA, 2007) Um programa de ação que constitui a mais ousada e abrangente de promover um novo conceito de desenvolvimento global assente em métodos de proteção ambiental, justiça

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social e eficiência económica. Ainda decorrente da necessidade de limitar o desenvolvimento das cidades a um ritmo que os ecossistemas pudessem suportar, surge mais tarde a Carta de Aalborg que marca o início da Campanha das Cidades e Vilas Sustentáveis.

Com o objetivo de avaliar os resultados dos diversos acordos alcançados, foram realizadas mais duas “Cimeiras da Terra”, no âmbito da ONU entre a Cimeira RIO 92 e RIO+20. Em 1997, em Nova York, Cimeira RIO + 5, e em Joanesburgo, em Setembro de 2002, a Cimeira RIO+10.

A última Cimeira da Terra surge em 2012, Rio+20, sob o tema “O Futuro que queremos”, e teve como base a renovação dos compromissos assumidos anteriormente, com um reforço do programa das Nações Unidas para o ambiente e reafirmação dos princípios assumidos no RIO 92.

Ao assinar o Tratado de Joanesburgo os países envolvidos comprometeram-se mais uma vez a seguir os planos impostos pela Agenda 21 Local, apesar dos intervenientes estarem conscientes dos efeitos da globalização e de que poderiam surgir desequilíbrios e vulnerabilidades devido à não uniformização de recursos. A preocupação com os recursos naturais e biodiversidade tem sido uma temática constante. Neste contexto, urgia assumir este compromisso no sentido de encontrar equilíbrio entre o ambiente e a sociedade.

O ano de 2015 foi marcado pela Cimeira das Alterações Climáticas, regida pela União Europeia em Paris na tentativa de reorganizar os objetivos e as políticas que tinham sido colocados em prática nas convenções anteriores. Os principais objetivos desta reunião internacional foram encontrar soluções de modo a reduzir as emissões de gases poluentes de modo a que o aquecimento global não ultrapasse os 2ºC, até 2030.

A Figura 1.1 apresenta alguns dos marcos essenciais na evolução do desenvolvimento sustentável a nível internacional, em diversos contextos.

(31)

A sustentabilidade deve assim ser encarada como uma oportunidade de melhoramento de estilo de vida e de sobrevivência, não apenas uma moda para uma minoria da população. O novo tema da urbanização sustentável deverá, de acordo com as necessidades dos indivíduos, apresentar propostas económicas, sociais e ambientais e tentar manter o equilíbrio entre elas. O Triple Bottom Line (TBL) é uma ideia que inclui três eixos de ação nomeadamente a economia, o ambiente e a sociedade (people, planet e profit). Resumindo a TBL considera a expansão ambiental mas de forma a integrar os aspetos socais e económicos, dando-lhes a mesma importância (Alhaddi, 2015).

(32)

A Triple Botom Line (TBL), como referido anteriormente, é um termo que engloba a parte social, a económica e a ambiental, dando a todos os eixos a mesma importância, de modo a alcançar o equilíbrio e a coerência (Figura 1.2) (Alhaddi, 2015).

Na parte económica a TBL foca-se principalmente no impacte que as empresas representam no mundo económico, a capacidade de resiliência que possuem e qual a sua capacidade de prevalecer no futuro (Spangenberg, 2005). Já a parte social foca-se mais na interação social ou seja, nas relações entre a população e as organizações em que se integram, de modo a alcançar uma sociedade envolvida e interessada, atingir uma melhor qualidade de vida e salários mais justos A última linha diz respeito ao ambiente. Esta abarca as práticas verdes, de modo a que as atividades humanas não comprometam os recursos naturais das próximas gerações, tais como o uso de uma energia eficiente e sustentável, redução da emissão de gases de efeito de estufa e a diminuição da pegada ecológica (Goel, 2010).

Figura 1.2: Vertentes da Triple Botom Line (TBL) - fonte : http://sfwater.org/index.aspx?page=421

Embora o tema da sustentabilidade seja composto pelos três eixos já referidos anteriormente é incontornável que a parte ambiental é o principal foco. Todas as medidas implementadas são baseadas numa agenda verde, incidindo em medidas ambientais para potenciar o desenvolvimento económico (Dreshage & Murphy, 2012).

(33)

1.2 - Problemas e desafios que se colocam às cidades

Ao longo de milhares de anos a população atingiu 1.000 milhões e subitamente em 200 anos cresceu 7 vezes mais. Em 2011 a população mundial atingia os 7 biliões com a previsão de chegarmos a 2050 com cerca de 9 mil milhões de pessoas (UNPFA, 2015a). Estes valores são consequência de uma maior esperança média de vida e de um aumento das taxas de natalidade, sobretudo em países com economias emergentes, com consequências diretas no aumento drástico da urbanização e da migração, podendo vir a ter impactes importantes nas gerações futuras (UNFPA, 2015b).

Segundo as Nações Unidas a população mundial terá um crescimento de 6.8 mil milhões de 2009 para 8.6 mil milhões em 2035, que se fará sentir com maior intensidade na Ásia e em África. O desenvolvimento populacional está intimamente interligado com o crescimento económico e o desenvolvimento das comunidades) (Tabela 1.1).

Segundo os cálculos de peritos desta organização, no virar do Milénio quase 50% da população do planeta vivia em cidades ou áreas urbanizadas. De acordo com as mesmas fontes, em 2025 a população urbana deverá corresponder a três quartos da população (Gaspar, 2014).

No contexto Europeu, as cidades têm atraído investimento e concomitantemente, o emprego. A importância das cidades está no facto de ser nelas que reside a maioria das ofertas de emprego, de empresas ou mesmo de ensino superior, bem como oportunidade de crescimento económico e espírito empresarial. Esta realidade é bipolar pois as cidades apresentam disparidades em questões económicas e sociais, nomeadamente nos bairros periféricos (CCE, 2006).

Embora as cidades sejam sinónimo de maior oferta de trabalho, maior acessibilidade a diferentes culturas, inovação ou tecnologia, são também o local onde mais se faz sentir a exclusão social, desemprego e pobreza. Sem dúvida que o desenvolvimento económico e social são dependentes e características de cada cidade sendo obrigatório a superação de desafios de coesão social, competitividade e de sustentabilidade. A migração em massa para as zonas urbanas tem causado enormes pressões ambientais levando a que fosse urgente a implementação de medidas mais sustentáveis e equilibradas de habitar o território e consumir os recursos naturais existentes (DGT, 2013).

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A migração é uma realidade atual, encontrando-se relacionada com diversos fatores, nomeadamente a procura de melhores oportunidades de trabalho ou mesmo a fuga de conflitos. É vista como uma contribuição para o desenvolvimento onde a contribuição com salários para as famílias no seu país de origem, em alguns casos, ultrapassam as remessas para o investimento direto estrangeiro. Os indivíduos nestas condições são verdadeiros mensageiros levando culturas, ideias, informação ou mesmo tecnologia tornando assim o planeta numa verdadeira “aldeia global”. A face negativa da migração relaciona-se com a perda de “cérebros” e de mão-de-obra especializada, bem como a separação das famílias e a desigualdade social (UNFPA, United Nations Population Found, 2015c).

Tabela 1.1: Cenários populacionais e de urbanização por região

Crescimento populacional (% )* População (milhões) Taxa de urbanização (%) 2009-2015 2020-2035 2009-2020 2009 2035 2009 2035 OCDE 0,4 0,3 0,5 1229 1373 77 84 América 0,8 0,7 0,9 470 571 81 87 Estados Unidos 0,7 0,7 0,8 312 377 82 88 Europa 0,3 0,2 0,4 557 599 74 82 Ásia 0 -0,1 0,2 203 203 73 81 Japão -0,3 -0,4 -0,1 127 118 67 75 Não-OCDE 1 0,9 1,2 5536 7183 44 57 Europa/ Eurasia 0 -0,1 0,1 335 331 63 70 Russia -0,3 -0,4 -0,1 142 133 73 78 Asia 0,7 0,1 0,9 3546 4271 38 53 China 0,1 0 0,4 1338 1387 46 65 India 1 0,9 1,3 1155 1511 30 43 Médio Oriente 1,6 1,4 1,9 195 293 66 74 África 2,1 2 2,3 1009 1730 39 53 América Latina 0,8 0,7 1 451 558 79 86 Brasil 0,6 0,4 0,8 194 224 86 92 Mundial 0,9 0,8 1,1 6795 8556 50 61 União Europeia 0,2 0,1 0,3 501 521 74 81

*

compostas pelas taxas de crescimento médias anuais;

As taxas assumidas de crescimento populacional de 2009 a 2035 são as mesmas para todos os três cenários apresentados; Fonte: UNPD e World Bank database; IEA analysis

Fonte: https://www.iea.org/publications/freepublications/publication/WEO2011_WEB.pdf

A relação entre ambiente e sociedade não é um conceito novo mas tem ganho novas forças nos últimos anos. A sustentabilidade urbana passou a ser uma vertente familiar/social e política, englobando membros de organizações internacionais quando anteriormente era apenas parte de descrições ambientais. Os problemas ambientais como poluição, resíduos e planeamento são comuns em todas as cidades alterando apenas a sua significância e grau das situações. Em algumas zonas podemos encontrar problemas de saúde pública

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quando assistimos a falta de infra-estruturas, ou mesmo de saneamento básico nas zonas em redor da cidade, devido a migração em massa não controlada (Rodrigues, 2009).

Atualmente as cidades são mais conhecidas como cenários de automóveis e edifícios ou mesmo pelo isolamento social do que por se apresentarem como espaços coletivos. As cidades têm a capacidade de reunirem e potencializarem a intelectualidade, criatividade que albergam grande concentração de famílias e que simplificam o trabalho e o desenvolvimento cultural, embora desfavoráveis ao meio ambiente em detrimento de todos (Telles, 2006). A economia urbana é uma das mais importantes vertentes da política europeia pois atende as necessidades básicas dos habitantes e ao mesmo tempo tem de respeitar as agendas sociais e ambientais. A falta de equilíbrio entre estas 3 vertentes resulta numa falha relativamente à qualidade de vida dos residentes, mas também pode representar uma séria ameaça ao meio ambiente. Assim sendo, o futuro urbano é uma questão que envolve todas as partes desde o Governo à indústria, economia, agricultura, transportes e cidadãos (CE, 2010). A Figura 1.3 ilustra esta complexidade.

Figura 1.3: Parâmetros de uma cidade sustentável – Adaptado de Cidades sustentáveis: Uma nova condição urbana (Silva, 2011)

A fim de compreender a diversa tipologia de cidades é essencial olhar para trás na história e identificar o início, o crescimento, desenvolvimento e as múltiplas camadas que o tempo concedeu a cada um. Para cada tipo de cidade existe uma história, um início, um tempo único, onde as áreas verdes tomam cada vez mais uma grande importância. A

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sustentabilidade das cidades modernas pode ser determinada pela arquitetura verde que possuem (Huseynov, 2011).

O Governo do Reino Unido em 2015, definiu comunidades sustentáveis como “ lugares

onde as pessoas querem viver e trabalhar, agora e no futuro. Reúnem-se as diversas necessidades dos moradores atuais e futuros, sendo sensíveis ao seu meio ambiente e que contribuam para uma melhor qualidade de vida.” São espaços seguros e inclusivos, bem planeados, construídos e executados para oferecer igualdade de oportunidades e bons serviços para todos.

Já José Mendes (Mendes, 2010) afirma que as cidades estão em transformação contínua e na sua dinâmica não podem existir como ilhas, mas sim num conceito de partilha no conhecimento e na criatividade. As cidades do futuro são condicionadas por megatendências como globalização/ glocalização, urbanização/ migração, demografia e força de trabalho, energia, clima e ambiente. O mesmo autor refere ainda um novo conceito, o da cidade incubadora, com capacidade de criar talentos e retê-los, inovando, criando autenticidade com marcas da região, estando conectada, não apenas dentro da cidade mas com o que se encontra em redor, e por último que seja sustentável. Para isso deve ter em mente um conjunto de desafios, que se adaptam dependendo das cidades em causa, apostando nas referências mais fortes que essa zona representa. Dá como exemplos, o Porto com a sua própria marca de Vinho apresenta-se como uma cidade autêntica e interessante, já Lisboa é a cidade mais propícia a competir com o estrangeiro pois surge como uma cidade conectada com carisma muito próprio e bem localizada.

A urbanização em Portugal está relacionada com a industrialização após a 2ª Guerra mundial, mais especificamente no que diz respeito a terciarização da economia. Os sinais deste fenómeno urbano já existiam nas cidades Portuguesas, atribuídas ao domínio da civilização Romana há muitos séculos atrás. Neste processo de urbanização destacam-se dois dos principais problemas sendo eles da bipolarização nas cidades em si e a litoralização do sistema urbano, como por exemplo nas cidades de Lisboa e do Porto (Costa, 2001).

Nos últimos anos o planeamento tem dado uma ajuda importante para reduzir desequilíbrio entre as regiões do País, exceto no que toca a bipolarização e mais em específico os problemas atuais com a ruralidade. A litoralização é também um problema pois a concentração de mão-de-obra pode conduzir a maiores problemas nestas zonas como a poluição, a degradação ambiental ou mesmo congestionamento de infraestruturas nessas áreas. Estes dois conceitos assentam na ideia de melhores condições de vida ou numa

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maior oferta de emprego. A litoralização em Portugal observa-se em toda a costa nacional, desde Setúbal a Braga, sendo um fenómeno ainda em desenvolvimento. Lisboa e Porto são os exemplos mais representativos. (Ribeiro, Planeamento Territorial, 2010). A Bipolarização assenta no pressuposto da não simetria entre áreas intra-regionais (Costa, 2001).

1.3. Sustentabilidade Urbana

"Não pode haver desenvolvimento sustentável se a urbanização não é sustentável", Dr Joan

Clos (UNHABITAT, 2014).

A formação das cidades embora um processo milenar, foi impulsionada pelo fenómeno de urbanização massiva, iniciado na Revolução Industrial, fazendo surgir as primeiras teorias do "Pré-urbanismo" do século XIX. Por consequência seguiram-se os movimentos modernos do urbanismo no início do século XX e os seus impactos nas tendências do pós-guerra. Esta formulação teve como consequência, não apenas um plano como objeto estático mas um planeamento considerado como processo contínuo, com o aparecimento de novos cuidados sociais e ambientais e, com o decréscimo da imposição da administração pública na urbanização, o aumento gradual na importância das parcerias entre os passíveis público e privado (Condessa, 2006).

No final do século xx, as cidades debatiam-se com problemas urbanísticos no centro e na periferia, em paralelo com graves crises financeiras. Tornava-se necessário conter o crescimento periférico, integrando as diversas urbanizações, assegurando acessos e equipamentos às populações, dando condições às áreas urbanas.

Concomitantemente, entrava na agenda a valorização da cidade interior, a revitalização do centro e de outras áreas abandonadas e degradadas, desde bairros de habitação social a zonas industriais desativadas. Esta realidade, requeria ações diversificadas, desde a renovação do edificado, a reabilitação dos edifícios com melhorias no espaço público e infraestruturas, ou ainda, a dinamização funcional desses espaços.

Mais do que simples respostas urbanísticas, estas ações visavam responder aos desafios complexos que se colocavam às sociedades e, portanto, às cidades na viragem do século. Em 1983 a OCDE, através do Grupo para os Assuntos Urbanos, surge com o projeto

Ecologycal City. O objetivo principal assentava no desenvolvimento de ações locais

participadas com vista a uma cidade mais ecológica. Passados 3 anos, numa parceria entre a OCDE e a ONU, desenvolveu-se mais uma iniciativa de modo a dar seguimento à ideia de

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sustentabilidade ambiental. O projeto “Cidades saudáveis”, que surgiu em 1986, foi o início de uma rede que opera em diversas fases, cada uma com um tema prioritário, e lançamentos de programas como UN- Habitat e URBAN, tendo impactes satisfatórios a nível global.

A base do planeamento atual sucede da implementação da Agenda 21 Local, “encorajamento de boas práticas na legislação da UE”, embora a sua posição seja ainda pouco notória. No 6º programa da Ação do Ambiente apresentado em 2001 pela comunidade europeia presume o desenvolvimento em vários aspetos como o conceito do poluidor-pagador, desenvolvimento sustentável em concordância com a enunciação adotada em Göteborg; a consideração sobre os possíveis riscos de qualquer plano de ação, incentivos a uma parceria entre o ambiente e a população com vista a um proveito mútuo e o dever de incluir preocupações ambientais na enunciação de políticas em vários passíveis. É inegável que nos últimos anos se tem assistido a uma melhoria da qualidade de vida e por consequência do ambiente urbano. Este melhoramento deveu-se essencialmente a investimentos em infraestruturas viárias, em equipamentos coletivos, na requalificação de bairros antigos e de centros históricos, na preservação e regeneração de edifícios antigos, na cooperação entre autoridades de planeamento e no aparecimento de novas feições de planeamento urbano (Salgueiro, 1999).

Embora a UE estabeleça uma série de objetivos para o desenvolvimento, é sempre difícil assegurar o planeamento em todas as suas vertentes nomeadamente a nível ambiental, social e económico do sistema. Esta articulação de medidas é em maior parte assegurada pelas administrações públicas, mas a repartição de encargos pode representar a fragmentação das estruturas tornando-as pouco eficientes e com dificuldades em saber quem são os responsáveis do planeamento (Cullingworth & Nadin, 2002).

Além de todos os planos de ação de planeamento urbano que possam existir é de extrema importância a participação da população em todo o processo. Não se trata apenas da aplicação de uma agenda política por parte da União Europeia, mas sim da participação ativa da população. Esta integração populacional concede também a abertura aos setores privados na deliberação do Desenvolvimento Sustentável tornando assim o conteúdo mais globalizado (Newman & Thornley, 1996).

Atualmente o planeamento já não é o mesmo de há alguns anos atrás, foi-se encaminhando para uma perspetiva diferente, mais direcionada para o desenho ou mesmo para estratégias de intervenção que assumem um maior papel, talvez, que as peças desenhadas (Silva,

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2003). Apresentando-se hoje como um evento sequencial e contínuo para a sua boa conclusão e gestão (Correia, 1993).

Decorrente da Cimeira do RIO 92 e da necessidade de limitar o desenvolvimento das cidades a um ritmo que os ecossistemas pudessem suportar, surge em 1994 a Carta de Aalborg que marca o início da Campanha das Cidades e Vilas Sustentáveis. Esta Carta tinha como objetivo estimular os países que ratificaram o documento a formarem uma rede de cidades inovadoras, cujo objectivo se centrava na recolha e tratamento de resultados sobre desenvolvimento urbano sustentável a nível local.

Em 2004 efetuou-se a Conferência de Aalborg +10, na tentativa de avançar com os objetivos colocados na primeira conferência em 1994. Tendo sido iniciado o plano “Cidades Sustentáveis”, na sequência da Agenda 21 Local, demonstrando assim uma adesão positiva aos objetivos propostos anteriormente.

Alguns anos mais tarde, a 24 de maio 2007 na Alemanha, em reunião do concelho de Ministros do Ordenamento do Território e Urbanismo, surge a Carta de Leipzig. Este documento teve como objetivo a definição das bases de uma nova política urbana europeia, focada em auxiliar as cidades a resolver os problemas de exclusão social, envelhecimento, alterações climáticas e mobilidade. Com a frase de campanha “Die Stadt muss schön sein - A cidade tem de ser bela.” Se não é bela, não é amável. A região que não se apresenta amável perde capacidade de atração, o que, no caso de uma cidade, equivale à perda de competitividade“ (Gomes, 2007).

Ainda no inicio do século XXI, a Comissão Europeia tinha adoptado a proposta de um novo programa de ação em matéria de Ambiente para os próximos 5 a 10 anos. “Ambiente 2010: O nosso futuro a nossa escolha”, dando continuidade a programas comunitários anteriores como o “Towards of Sustainable”, é abordado de uma maneira estratégica e não apenas legislativa de forma a ter uma melhor receção junto de todos os intervenientes (população, empresas, etc.). Este documento estabelece uma série de objetivos ambientais, de gestão de resíduos, de saúde e ainda das alterações climáticas:

 Comunicação:

 Melhorar a aplicação das leis;

 Nas políticas atuais integrar o tema Ambiente;  Trabalhar em conjunto com o mercado de trabalho;  Incluir os habitantes e mudar alguns hábitos;

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 Alterações Climáticas:

 Reduzir as emissões gasosas (2008 a 2012 – reduzir em 8% / Até 2020 reduzir 20%);

 Alterar as políticas de transportes e energias;

 Tentar melhorar a eficiência energética e incentivar um maior uso das energias renováveis;

 Formar um regime de emissões a nível Europeu;

 Melhorar a comunicação e passar a informação aos cidadãos;  Preparar a sociedade para possíveis consequências futuras.  Biodiversidade:

 Ter em conta as leis em áreas como água e ar;  Ter em conta as leis de substâncias perigosas;  Proteger, conservar e restaurar as paisagens;  Promover o desenvolvimento de florestas;  Ter em conta o uso do solo;

 Aplicar programas para proteger a Biodiversidade nos planos de desenvolvimento;  Apoiar as iniciativas existentes.

 Saúde:

 Identificar os principais grupos de risco;  Reforçar o sistema de investigação;  Limitar o uso de pesticidas;

 Garantir a aplicação da legislação relativa á água, ao ruído e à qualidade do ar.  Resíduos:

 Reduzir o volume de resíduos produzidos (20% até 2010 e 50% até 2050);  Introduzir melhores planos de gestão e reciclagem;

 Promover uma menor produção de produtos em excesso.

A Comissão Europeia lançou posteriormente uma iniciativa, em 2008 denominada European Green Capital Award que ainda hoje mostra bons resultados de conduta sustentável. Este projeto teve como objetivo recompensar os esforços na área da sustentabilidade, na implementação de boas práticas e no intercâmbio entre as cidades europeias.

Após todos estes esforços por parte das cidades envolvidas, em 2010, a Comissão Europeia decidiu premiar as cidades que mais resultados obtiveram ao aplicar os planos de

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Sustentabilidade. Esta consagração oferece à cidade uma promoção e recompensa e ajuda ainda a incentivar outras cidades a adotarem o intercâmbio de boas práticas entre as elas. As Capitais Verdes da Europa até o momento são: Estocolmo 2010, Hamburgo 2011, Vitoria – Gasteiz 2012, Nantes 2013, Copenhaga 2014, Bristol 2015 e os candidatos futuros: Ljubljana 2016, Essen 2017, entre mais de 20 cidades candidatas (2017 European Green Capital Award Ceremony).

Dentro do tema da sustentabilidade urbana é possível encontrar diversos ramos de aplicabilidade desde os transportes, à construção, gestão de energia e até a conceção sustentável (uso do solo), como podemos observar na Figura 1.4. Todas estas vertentes são cruciais para uma intervenção eficaz junto de cada zona. Estes são desafios locais mas com a capacidade de adaptabilidade ao território nacional e internacional União Europeia (UE), pois a partilha do conhecimento relevou a existência de problemas comuns independentemente da cidade em causa (CCE, 2004).

Esta transversalidade a nível internacional surgiu especialmente aquando do lançamento de “ O livro verde”, sobre o ambiente urbano, em 1990, que mais tarde originou um dos mais importantes projetos existentes – URBAN. Os objetivos principais deste projeto estão ligados à reabilitação económica e social do espaço urbano que se deparassem com dificuldades socioecónomicas. Propõe ainda o incentivo ao desenvolvimento e à partilha de conhecimentos ou experiências, relativamente a outros casos existentes na UE. Em Portugal, os planos de ação situaram-se na Cidade do Porto (1 ação) e na Cidade de Lisboa (2 ações)(ECORYS; CEDRU, 2011).

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Figura 1.4:Componentes das comunidades sustentáveis - Adaptado de McDonald, et al., 2009

Nos últimos tempos, não só os aspetos económicos e ambientais que surgem como as únicas ferramentas da sustentabilidade, a sociedade ganhou também um grande poder, estando mesmo integradas em estratégicas políticas, transformando-se assim num dos motores da renovação sustentável (McDonald et al., 2009).

O desenvolvimento sustentável e o crescimento urbano serão um contradito? A verdade é que a criatividade tem um papel relevante nesta questão. A maneira que resolvemos os problemas associados aos dois tópicos requer uma determinada agilidade de pensamento, caso contrário, não conseguimos encontrar um equilíbrio. Os “sistemas de inovação” existem há cerca de 25 anos e relacionam os termos de desenvolvimento e tecnologia, que assentam em 3 pilares:

I. Especialização em termos de comércio, produção e conhecimento;

II. Interação das mentes do conhecimento (indivíduos, empresas, instituições); III. Partilha do conhecimento.

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Dentro destas interações subjetivas não nos podemos esquecer que a política é um fator muito influente. Pode impulsionar, ou retroceder nos cenários mais negativos, nos planos do desenvolvimento com as suas “políticas de inovação” (questões sociais, de emprego ou

mercado de trabalho) (Jonhson & Lehmann, 2006).

Nestes casos os indivíduos e as relações que estabelecem com as instituições/ empresas são a base do conhecimento, onde o contexto em que interagem e a sua história podem fazer toda a diferença (Barantes, 2002).

Os fatores que detêm o segredo para o desenvolvimento tecnológico/ conhecimento acabaram por tornar as cidades berços da criatividade. As cidades foram confrontadas com a necessidade de enfrentar e corrigir os seus próprios problemas, dando origem a misturas culturais, atraindo inteligências do conhecimento e tecnologia dando lugar a vários projetos em áreas tão distintas como por exemplo cinema, marketing, televisão e cultura. No que diz respeito a inovação Hall descreve 4 pilares fulcrais (Hall, 1998):

i. Crescimento artístico; ii. Processo tecnológico;

iii. Casamento entre cultura e tecnologia; iv. Solução para os problemas de evolução.

No mundo são muitas as cidades candidatas a cidades mais sustentáveis. Segundo a (ARCADIS, 2015) existe um ranking de 50 cidades candidatas, sem que nenhuma delas seja Portuguesa. Este ranking baseia-se no equilíbrio entre 3 vertentes: Progresso ambiental, viabilidade enquanto lugar para viver e condições financeiras. Com é possível observar na Tabela 1.2, temos a liderança de Frankfurt, Londres e Copenhaga e o último lugar é ocupado por Nairobi.

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Tabela 1.2: Ranking das cidades mais sustentáveis a nível mundial – Adaptado de Arcadis, 2015 1 Frankfurt 1 1 Sidney 2 1 Houston 3 1 São Paulo 4 1 Doha 2 Londres 1 2 Toronto 2 2 Filadélfia 3 2 México 4 2 Moscovo 3 Compenhag a 1 3 Bruxelas 2 3 Tokyo 3 3 Dubai 4 3 Jeddah 4 Amesterdão 1 4 Manchester 2 4 Roma 3 4 Abu Dhabi 4 4 Riyadh 5 Roterdão 1 5 Boston 2 5 Washington 3 5 Shanghai 4 5 Jacarta 6 Berlim 1 6 Paris 2 6 Kuala Lumpur 3 6 Istambul 4 6 Manila 7 Seoul 1 7 Melbourne 2 7 San Francisco 3 7 Juanesburg o 4 7 Mumbai 8 Hong Kong 1 8 Birmingha m 2 8 Los Angeles 3 8 Buenos Aires 4 8 Wuhan 9 Madrid 1 9 Chicago 2 9 Dallas 3 9 Beijing 4 9 New Delhi 1 0 Singapura 2 0 Nova York 3 0 Santiago 4 0 Rio de Janeiro 5 0 Nairobi

Portugal, embora tenha as ferramentas necessárias, apresenta ainda algumas deficiências, como o baixo investimento público e ainda lacunas ao nível de competências técnicas em determinadas regiões ao longo dos últimos 15 anos. Projetos como a Política das Cidades POLIS XXI, que estavam especificamente direcionados para a urbanização são exemplo de como colmatar essas lacunas. Este assentava em 4 partes de atuação nomeadamente: “Parcerias para a Regeneração Urbana”; as “Redes Urbanas para a Competitividade e Inovação”; as “Ações Inovadoras para o Desenvolvimento Urbano” e os “Equipamentos Estruturantes do Sistema Urbano Nacional. Após o este esforço em 2009 foi emitida uma lei que tenta combater a degradação de habitações e edifícios: Decreto-lei Nº. 307/ 2009. As medidas de austeridade que o país tem estado sujeito atualmente têm-se apresentado como uma barreira para o desenvolvimento de novos projetos (ECORYS; CEDRU, 2011).

Portanto a nível nacional, o desenvolvimento de políticas para a sustentabilidade é relativamente recente e é liderado pelo Ministério do Meio Ambiente, integrada através da Conferência do Rio na Agenda 21. A facilidade da implementação de medidas ou desafios deve-se a novos enquadramentos legais e pelos novos instrumentos na sequência da adesão à UE. Embora as diretivas sejam delineadas pela União Europeia (UE) as autoridades locais definem os métodos usados para envolver as comunidades, na elaboração das políticas implementação do desenvolvimento sustentável (EGUE, 1996).

Europa Améria do Sul e Central África

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Neste contexto surgiram diversas iniciativas que permitiram implementar os conceitos anteriormente descritos potenciando a implementação de um desenvolvimento urbano cada vez mais assente na sustentabilidade.

1.3.1 - Agenda 21 Local

Desde 1992, na Cimeira da Terra, que Portugal se comprometeu com os planos de sustentabilidade, nomeadamente o exercício das práticas da Agenda 21. Em Portugal a designação adotada foi, Agenda 21L – “Pensar global, Agir local” que sugere que as autoridades competentes trabalhem com a comunidade para criarem planos e aplicarem projetos de melhoria de vida local. O objetivo é unir a proteção do ambiente, a uma melhoria económica e social.

A adesão á Agenda 21 Local está agora a ganhar maior representatividade em Portugal, e por isso a Agência Portuguesa do Ambiente lançou um guia “Guia Agenda 21 Local” de modo a criar estratégias e metodologias comuns para orientar a sua implementação. O principal objetivo deste Guia é apoiar todas as entidades que têm em curso ou pretendem desenvolver iniciativas desta natureza, no sentido de monitorizarem os seus próprios processos, tendo por base o conceito de melhoria contínua (Figura 1.5).

Em suma, os objetivos da agenda 21 são:

 Promover o desenvolvimento sustentável;

 Incentivar a cidadania, construindo a democracia participativa;  Aumentar os níveis de confiança e otimismo;

 Definir um rumo e uma estratégia;

 Dar visibilidade aos problemas e legitimidade às soluções;  Integrar políticas e articular intervenções;

 Promover a transparência, o acesso à informação e os níveis de conhecimento;  Gerir conflitos e promover consensos;

 Responsabilizar os vários agentes locais;

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Figura 1.5: Processos para a Agenda 21 Local – Adaptado de Amado, 2012 http://www.uc.pt/fluc/gigs/eventos/sem_lus_bras/amado.pdf 13/4/2016

Esta estratégia foi ainda complementada com a criação de dois documentos de referência, nomeadamente a Estratégia Nacional do Desenvolvimento Sustentável (ENDS) e a Proposta para um Sistema de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável, aprovados em Resolução de Conselho de Ministros em 28 de Dezembro de 2006.

O primeiro documento traça os domínios estratégicos rumo à sustentabilidade, as metas e os instrumentos setoriais disponíveis, apostando já num conjunto de indicadores ambientais, económicos, sociais e institucionais. O segundo concretiza os indicadores a utilizar, as fontes de informação e a metodologia para o seu cálculo, estabelece a ponte com os princípios estabelecidos na Agenda 21 e, finalmente, ilustra a situação do País.

Além desta iniciativa, em Março de 2000 teve lugar a Cimeira de Lisboa, regido pelo Conselho Europeu com o objetivo de tornar a União Europeia a economia do conhecimento mais dinâmica e bem-sucedida do mundo, até 2010. Em Lisboa foram assumidos 4 aspetos importantes:

1) Reconhecer que a Europa teria de alterar decisivamente muitos aspetos do seu desempenho económico;

2) Definir um conjunto abrangente de prioridades, em que procura equilibrar a necessidade de reformas económicas com medidas tendentes a promover a

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inovação e a sociedade da informação, e a assegurar uma maior participação ao nível do emprego e uma maior inclusão social;

3) Introduzir um novo instrumento - o método aberto de coordenação - destinado a implementar e impulsionar as prioridades políticas definidas;

4) Acordo de que Lisboa não seria o fim de todo o processo;

1.3.2 - POLIS

Este projeto teve como meta a remodelação urbanística e ambiental de forma a melhorar a qualidade de vida dos habitantes, mas também tornar a cidade mais competitiva e atrativa.

Os objetivos deste programa basearam-se na requalificação da cidade através de ações estratégicas; melhoria ambiental, criação de mais espaços verdes e a redução do tráfego rodoviário nos centros das cidades.

O Programa Polis encontra-se já em circuito fechado, isto é, as ações aprovadas pelos municípios respetivos foram já concluídas ou encontram-se em curso, não existindo possibilidade de abertura de novos projetos. A cidade de Lisboa é o exemplo mais claro desta iniciativa pois além das remodelações como o parque da Expo a 4 de julho de 2011 foi proibida a entrada no centro da cidade de carros construídos antes de julho de 1992 e em 2014 a veículos com matrículas de ano inferior a 2000.

1.3.3 - Inteli – Smart Cities em Portugal

A necessidade urgente de uma visão mais sustentável para as cidades portuguesas foi a origem desta iniciativa. Define-se como uma parceria de organizações influentes como a Caixa Geral de Depósitos e Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e destina-se a seguir exemplos de outros países com ações de sucesso na temática das cidades inteligentes.

Este projeto teve início em Janeiro de 2000 e mais uma vez o intuito do desenvolvimento urbano com ações inovadoras para inclusão nacional no mercado das cidades inteligentes, mas principalmente visa o reconhecimento e o espaço de conceção dos países mais desenvolvidos já presentes na rede de cidades inteligentes. O índice das cidades inteligentes é avaliado através de 5 vertentes: Governação, Inovação, Sustentabilidade, Inclusão e Conectividade. Neste projeto são avaliadas 25

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cidades num ranking para cada vertente referida, e concomitantemente são avaliadas as boas práticas que cada cidade pratica individualmente.

O tema “Smart Cities” é visto pela União Europeia como uma prioridade. A inclusão dos países na Agenda Digital e os esforços prestados serão depois avaliados no programa de financiamento da União Europeia 2014-2020.

1.4 - Importância dos indicadores de sustentabilidade

A aplicação do conceito de desenvolvimento sustentável exige a construção e ajustamento de objetivos, metas e indicadores que possam dar a medida do desempenho de um país ou região em matéria de sustentabilidade, estabelecendo assim uma oportunidade de comparação da eficiência e do cumprimento ao nível ambiental, social e económico. Surgindo, como refere (Ramos, 2004 e 2007) como uma ferramenta essencial de avaliação e de supervisão de planos e políticas que cada entidade se proponha a realizar.

A fiabilidade de um indicador está associada a algumas características fundamentais, nomeadamente (Nações Unidas, 2007)

:

- Abrangência dos problemas mais relevantes do desenvolvimento sustentável noutras regiões;

- Representatividade de si mesmos, ou seja, não podem ser representados por outros indicadores;

- Podem ser estudados pela generalidade dos países.

Neste contexto, a Comissão do Desenvolvimento Sustentável (CDS) emitiu em 1992 um projeto de indicadores de desenvolvimento sustentável. Este projeto resultou do reconhecimento por parte da Nações Unidas, no valor dos indicadores onde estes se apresentam capazes de fornecer uma base de comparação, consulta e de transferência de conhecimento (Nações Unidas, 2007).

Atualmente a sustentabilidade surge cada vez mais como uma meta que muitas cidades aspiram alcançar. Esta tarefa é passível de ser exequível através de planos estratégicos, internos ou externos, que incluam indicadores de sustentabilidade representativos da dinâmica da cidade e que demonstrem o seu desempenho nos diferentes aspetos característicos principais (económicos, ambientais e sociais) (SCI, 2012).

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A sustentabilidade abrange um extenso leque de temas entre os quais, a mobilidade segura e de qualidade, acesso e distribuição satisfatória de água, equidade social, estruturas fortes de emprego, condições económicas, gestão de resíduos e poluição ambiental. Em suma, reflete a qualidade de vida dos indivíduos e as pressões existentes das diferentes atividades das populações (ARCADIS, 2015)

Os indicadores de sustentabilidade são passíveis de fornecer informação sobre o estado da cidade ou região, nomeadamente quais os aspetos que devem ser melhorados ou mesmo quais as estratégias que melhor funcionam. Através de avaliações aos resultados apresentados pelos indicadores de sustentabilidade e de acordo com orientações/compromissos normativos e legislativos são estabelecidos objetivos e metas de forma a orientar e melhorar possíveis decisões políticas (SCI, 2012).

Os indicadores estabelecidos a nível Europeu, como por exemplo a ISO 37120 (a primeira ISO padrão para os indicadores internacionais de sustentabilidade), demonstram o poder e a intensão do “pensar global”, existindo no entanto, ainda uma grande carência no que diz respeito ao “agir local”. Esta dificuldade baseia-se muitas das vezes na falta de verbas de regiões mais pequenas ou na dificuldade de mobilização da população insuficientemente informada (Niggmann, 2009) ”Agir localmente“, ou Agenda 21 Local segue a Diretiva Europeia da Agenda 21, envolvendo a sociedade e os seus governos, intervindo em todas as ações humanas com impactes no ambiente (ferramentas de gestão para a responsabilidade socio ambiental), apresentando como objetivo alcançar sociedades fortes, viáveis, eficientes e equilibradas.

A nível nacional, o Sistema de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (SIDS) foi publicado pela primeira vez em 2000 ("Proposta para Sistema de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável") e assentava no modelo denominado de Pressão-Estado-Resposta (PER) com três grupos chave de indicadores (DGA, 2000):

- Indicadores de Pressão - caracterizam as pressões sobre os sistemas ambientais, incluem-se indicadores de emissão de contaminantes, eficiência tecnológica, intervenção no território e de impacte ambiental;

- Indicadores de Estado - refletem a qualidade do ambiente num dado horizonte espaço/ tempo; e podem ser traduzidos por indicadores de sensibilidade, de risco e de qualidade ambiental;

- Indicadores de Resposta - avaliam as respostas da sociedade às alterações e preocupações ambientais, bem como à adesão a programas e/ou implementação de

Imagem

Figura 1.1: Marcos principais relativos ao desenvolvimento sustentável - Adaptado de (DESOURB, 2013)
Figura 1.2: Vertentes da Triple Botom Line (TBL) - fonte : http://sfwater.org/index.aspx?page=421
Figura 1.3: Parâmetros de uma cidade sustentável – Adaptado de Cidades sustentáveis: Uma nova  condição urbana (Silva, 2011)
Figura 1.4:Componentes das comunidades sustentáveis - Adaptado de McDonald, et al., 2009
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Referências

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