MAURÍCIO
AMBONI
CONTI
PERFIL
CLÍNICO
DOS
PACIENTES
COM
PSORÍASE
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão no Curso
de Graduação
em
Medicina.FLORIANÓPOLIS
- SANTA CATARINA
PERFIL
CLÍNICO
DOS
PACIENTES
COM
PSORÍASE
Trabalho apresentado à Universidade Federal
de Santa Catarina, para a conclusão no Curso
de Graduação
em
Medicina.Presidente do Colegiado do Curso: Prof. Edson José Cardoso Orientador: Prof. Roberto Moreira
Amorim
Co-orientador: Prof. José Hermênio Cavalcante
Lima
FilhoFLORIANÓPOLIS
- SANTA CATARINA
Título em inglês: Clinical Profile of Patients with Psoriasis. 1. Psoríase 2. Demiatopatias
Aos meus
pais,MAURÍCIO
eLENIRA,
à irmã,LUCIANA,
pelos valoresde
uma
vida cercada de amor;Ao
meu
Orientador Prof.ROBERTO MOREIRA
AMORIM,
por possibilitarminha
iniciação dennatológica;A0 meu
co-oúemaóor
Prof.JosÉ
HERMÊNIO
CAVALCANTE
LIMA
FILHO,
pelaconfiança
atribuída;Ao
Serviço deDermatologia
do
Hospital Universitárioda
UniversidadeFederal de Santa Catarina,
em
especial os Residentes, pela disposiçãoem
ensinar;
Ao
Acadêmico
MARCOS
CLÁUDIO
RADTKE,
pelo incentivo à construçãode
um
banco
dedados
informatizado;Ao
amigo
DANIEL
PHILIPPI
DE
NEGREIROS,
peloexemplo do
dia-a-dia;À
RENATA BARROS
SOUTO
MAIOR
BAIÃO
pelacompanhia,
carinho e revisão constante.olhar
para nós
próprios.O
nome
dessa doença, espiritualmente falando,é
Humilhação.”
INTRODUÇÃO
... _.OBJETIVO
... ..MÉTODO
... _.RESULTADOS
... _.DISCUSSAO
... ..CONCLUSÕES
... ..REFERÊNCIAS
RESUMO
... ..SUMMARY
...A
psoríase,doença que
afeta1%
a2%
da
população gerall,pode
semanifestar
na
pele, nas unhas,no
couro cabeludo e nas articulações.Na
pele, se caracteriza por lesões eritêmato-escamosas,com
tamanho
variado, restritas àstopografias usuais
como
cotovelo, joelho e couro cabeludo,ou acometendo
otegumento
deforma
difusal-3.O
prurido (“psora”,no idioma
grego3) é parte apenas eventual destadoença que
éuma
dasmais
comuns
afecções dermatológicasl.A
causada
psoríasepermanece
desconhecida3,mas
sua predisposição ésabidamente genética3› 4, de herança multifatorial e ligada a vários genes, muitos
destes relativos aos Antígenos Leucocitários de Histocompatibilidade
(HLA)5.
Nos
pacientes psoriáticos* encontra-seuma
frequênciamaior do
que a esperada de alguns antígenosdo
HLA,
embora
a ocorrência individual de cadaum
destesnão
seja obrigatória. Pesquisas recentessugerem que
diferentes associaçõesde
antígenos
HLA
estariam relacionadas, pelomenos
em
parte, a tipos clínicos específicosda
doença, assimcomo
seriam preditoresda
forma
de evolução3.Além
da
predisposição genética, diversos fatores ambientais jáforam
descritos
como
desencadeadoresou
agravadores de lesão psoriática, entre elesinfecções por Estreptococos B-hemolíticos5, infecção pelo vírus
da
imunodeficiência humana5›
6, estresse, drogas1› 6como
lítio, bloqueadores beta-adrenérgicos, antimaláricos, antiinflamatórios não-hormonais7, interferon-ot e
corticoesteróides, este último grupo por ocasião
da
interrupçãodo
seu uso.* Psoriático: (aajl) Relativo à psoríase, psoríaco. (Fortes H, Pacheco G. Dicionário Médico. Rio de Janeiro: Mello FM; 1968.)
Trauma,
geralmente fisico,também
éum
importantemecanismo
desencadeador
de lesão psoriática
numa
região de peleonde
antesnão
havia, caracterizando ofenômeno
isomórfico
de Koebner3z 2› 1.Trata-se de
uma
doença que
tende à cronicidade, alternando períodos de remissão e de exacerbação.O
diagnóstico geralmente é feitosem
dificuldades,entretanto, existem
algumas
superposições clínicasque exigem
um
diagnósticodiferencial
mais
elaboradoó;com
destaque para a dermatite seborrêica, dermatofitoses,eczemas
crônicos, farmacodermias, eno
casoda
PsoríaseEritrodénnica
também
ospênfigos,
PitiríaseRubra
Pilar eMicose
Fungóide.Registros antigos de
uma
doença
de pele compatívelcom
a psoríase dos dias atuais são partedo
Corpus
Hippocraticum, obra atribuída à Hipócrates(460-3
77
A.C.) editadana
Alexandria antiga3.É
citada porGaleno
no
século II,Willan e
Hebra no
séculoXIX.
Progressivamente, a experiência econhecimentos
médicos
evoluíram,havendo
diversas classificações clínicaspropostas atualmente3› 1› 2› 4› 3› 6.
Dessa
forma, considerando a importância de conhecercom
clareza ascaracterísticas clínicas destes pacientes, para
que
sirva de subsídio anovas
pesquisas, ensino e outras ações
que
promovam
a qualidade de vida, decidiu-se fazer esta pesquisa.2.
OBJETIVO
Conhecer
as principais características clínicas dos pacientescom
psoríaseatendidos pelo Serviço de
Dermatologia
do
Hospital UniversitárioPolydoro
3.
MÉTODO
3.1
-
Delineamento
O
presente estudo foi classificadoem
descritivo, retrospectivo, etransversal.
3.2
-
Casuísfica
A
amostra foi constituída por 142 pacientes atendidosno Ambulatório
deDermatologia
do
Hospital Universitário Polydoro Ernani deSão Thiago da
Universidade Federal de Santa Catarina.
3.3
-
Critériosde
elegibilidadeTodo
pacientecom
o diagnóstico clínico de psoríase atendido durante o periodo de Fevereiro àDezembro
de 1998, foi considerado potencialmente elegível para este estudo.3.4
-
Coletade
dados
Os
dados
do
presente estudoforam
coletados atravésdo
Serviço deArquivo
Médico
do
Hospital Universitárioda
Universidade Federal de Santa3.4.1
-
Levantamento
dos
pacientescom
o diagnóstico clínicode
psoríaseA
partirdo
banco
dedados
do
Serviço deDermatologia
sobre a atividadeAmbulatorial durante o ano de 1998, criado
quando da
digitação dasagendas
de consultas,foram
selecionados osnúmeros
de prontuários dos pacientesque
tiveram o diagnóstico de psoríase listado
no
campo
respectivo,sem
distinção deprocedência, sexo
ou
ocorrência de consultas prévias.3.4.2
-
Criação
do banco
de
dados
De
posseda
lista dos níuneros de prontuários, totalizandoum
número
de
cento e quarenta e dois (142), estes
foram
consultadosno
SAME-HU,
onde
foram
preenchidas individualmente as Fichas de Cadastrodo
estudo9,construídas
como
um
formulário eletrônico utilizando o aplicativoMicrosofi
Access
97®.
Nas
consultas realizadas aos prontuários serviram de fonte todosos registros
médicos
encontrados,sem
restrição de especialidade, demodo
que
dados
relativos ao histórico de saúdecomo
um
todopuderam
compor
subsídio àpesquisa.
Foram
verificadas as seguintes variáveis:dados
de identificação (idade, sexo, raça, profissão, procedência);dados
deexame
clínico-dermatológico(tempo
de doença, ocorrência de recidivas, ocorrência de pródromos, presençade prurido, presença de dores articulares, presença lesões ungueais, tratamentos
anteriores, classificação clínica
da
psoríase, subtipono
caso de Psoríase Vulgar,distribuição das lesõesm-12);
dados
deexame
clínico geral (comorbidades, usocrônico de medicações, uso de
medicaçoes
nas últimas três semanas,sobre o tratamento estabelecido (agentes de uso tópico e posologia, agentes de uso sistêmico e posologia, realização de actinoterapia, tipo de actinoterapia
escolhido); dados sobre
exames
laboratoriais ecomplementares
(inclusivebiópsia e
exame
anátomo-patológico);dados
deacompanhamento
clínico(solicitação de retorno, suspensão de terapia anterior, introdução de
nova
terapia).
Adotou-se
a Classificação Clínica de Psoríasesegundo
Fitzpatrick3 parao
registro desta variável.
(Quadro
I)QUADRO
I: Classificação Clínicada
Psoríase.Não-pustulosa: Pustulosa:
psoríase Vulgar* Psoríase Pustulosa Palmo-Plantar
psoríase Eritrodérmjca Psoríase Pustulosa
Anular
psoríase
Amopáfica
Psoríase Pustulosa Generalizada**Fonte: Fitzpatrick TB, Johnson RA, Wolff K. Distúrbios da Cinética e da Diferenciação Celulares. ln:
Dermatologia - Atlas e Texto. 3th/ ed. Santiago: McGraw-Hill Interamericana de Chile; 1998. p. 76-102.
* ver Quadro II ** von Zumbusch
Ainda
segundo
Fitzpatrick3, a Psoríase Vulgar foi descriminadaem
seusQUADRO
II: Classificaçãodos Subtipos
de
Psoríase Vulgar.Psoríase Vulgar de cotovelos, joelhos e placas isoladas
Psoríase Vulgar de couro cabeludo
Psoríase
Vulgar
GutataPsoríase
Vulgar
Invertida PsoríaseVulgar
depalmas
e plantasPsoríase
Vulgar
de tronco PsoríaseVulgar
Ungueal
Fonte: Fitzpatrick TB, Johnson RA, Wolff K. Distúrbios da Cinética e da Diferenciação Celulares. In:
Dermatologia - Atlas e Texto. 3th/ ed Santiago: McGraw-Hill hiteramericana de Chile; 1998. p. 76-102.
A
variávelRaça
incluiu as raças branca, negra e amarela.Nas
ocasiõesem
que
os prontuáriosnão continham
as infonnaçõesnecessárias para o registro de determinadas variáveis, estas
foram
ditas“sem
registro” (s.r.).3.5
-
Análisedos
dados
Os
dados
obtidosforam
analisadoscom
o
auxílio dos aplicativosMicrosoft Excel 97
®
e MicrosoftAccess 97 ®,
através dos quais realizaram-se consultas aobanco
de dados, as quais permitiram a descrição dos resultadosna
As
variáveis categóricasforam
expressas por sua frequência(número
e percentual).A
variável Idade subsidiou a estratificação dos pacientes por faixasetárias, a qual foi feita
segundo
o divisão por décadas.A
variávelTempo
deDoença,
associada à variável Idade, permitiu calcular a faixa etáriaquando do
inícioda
doença.3.6
-
Informações
Complementares
Mesmo
considerando a confiabilidade dosdados
obtidos,uma
vez que o
diagnóstico é descrito pelo próprio médico,
devemos
atentar para os seguintesaspectos, relacionados à
origem
dosdados
:a)
O
Serviço deDermatologia
etambém
o Hospital Universitário são centrode
referência para a todo o estado de Santa Catarina:
atendem
pacientesoriundos de vários municípios, vindos
ou não
de outras instituições de saúde.Disso decorre
que
o universo dos pacientes atendidosnão
corresponde, arigor, a
uma
amostragem
populacional.b) Limita-se, portanto, a analisar o Lmiverso dos pacientes atendidos neste
Serviço,
sabendo
deantemão que
os resultados apresentadosnão
podem
serextrapolados para Santa Catarina,
ou
mesmo
para Florianópolisou
Região
4.
RESULTADOS
Dos
142 prontuários estudados,62
pacientes (43,7%
do
total)eram
do
sexo masculino e 80 (56,3
%
do
total,do
sexo feminino).A
idade dos pacientesestudados variou entre
07
e92
anos.A
idademédia
verificada foi de 40,2 anos(média de
44,4 anos entre oshomens
e 36,9 entre as mulheres).TABELA
I: Distribuição dos pacientesem
faixas etáriascom
intervalos de 10anos, à
época da
coleta dos dados.Faixa
etária DNúmero
(n)¬ Percentual i(%)i 0 1- 10 2 1,4 10 1.
20
15 10,620
,_30
24
16,930
1.40
31 21,840
1.50
31 21,850
1.60
15 10,660
,_70
16 11,370
1- 80 7 4,9 80 1-90
- -90
1- 100 1 0,7 Total 142100
_ __Fdnièz Fiéiàš‹1ei¢áckšsirÍ›i&'*dàä‹šs“a§5fi¢ádá"`iã‹› ëofijuni6*iäé'1§fi›nman*°*'bs äósfisafèièfiíéis fišbfiãtibbsiàiéhäíäos durante o ano de 1998 no Serviço de Dermatologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa
Catarina.
Observou-se
que
127(89%)
pacienteseram
brancos, 7(5%)
negros eem
TABELA
II: Distribuição dos pacientessegundo
a procedência.Cidade
Número
(n)Percentual
(%)
Florianópolis
60
42,3Outras cidades
da
Grande
Florianópolis* 61 43,0Imbituba 3 2,1 Balneário
Camboriú
3 2,1Garopaba
2 1,4 Outras cidades** 12 8,4 Outros Estados g ç É 1 0,7 Total 142 100,0 F‹5iiíèTFíëi{àÍié"'Eããššiiši"äiiãääöš""ãiáiíëäšiävá6i""ëöiijmii8"iEièl1'f§f6ín`z"an`”`*E5iš"Eiöšfiëiëiíiëš"íášfiàiišóšláieiidíäõsdurante o ano de 1998 no Serviço de Dermatologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa
Catarina.
* Angelina, Antônio Carlos, Biguaçu,
Palhoça, Paulo Lopes, Santo Amaro da Imperatriz, São Jose' e São Pedro de Alcântara.
** Cidades com
(n) < 2.
TABELA
III: Distribuição dos pacientessegundo
a profissão.._._¬..._ ..____..__ .._._v.. _-_ _ .¬
_¬..
Proflssao
Número
(n) Percentual ( Á›)Do
lar 33 23,2Estudante 18 12,7
Aposentado
10 7,0Doméstica
9 6,3Comerciante
ou
comerciário 8 5,6Auxiliar de serviços gerais 4,9
Costureira 4,2 Vigilante 4,2 Pedreiro 4,2
Autônomo
3,5 Auxiliar de escritório 4,2 Agricultor 2,8Desempregado
2,1 Motorista 2,1 Pescador 1,4 Auxiliar de laboratório 2 1,4 t-
L-
~ ,T°fa1. - . .142%
- _. ._ v .,._-.-10QzQ, ...L
Fonte: Ficha de cadastro de dados aplicada ao conjunto de prontuários dos pacientes psoriáticos atendidos durante o ano de 1998 no Serviço de Dermatologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa
Ea~óes
com (n) < 2.soe
so
"
4o- soe 2o~ 1o! Número de Pac entesO
_. . , ,.,;,:~;::z-~:,._z.".,60
211077
_ ".%¿à;'=‹›',::.0
1 -;^ ~¡.z= ' ' ' " z ,...~‹,~-1."«»'.":... . «.1«'\'.r.."z.-»._ »'-" O/`6 S/` 70 70/` 76 75/`20 20/`2S 25/V0 30/`8ó` 85/`40 40/WS 15/V0Tempo
de Doença (em anos)Figura 1. Distribuição dos pacientes psoriáticos atendidos diuante o ano de 1998 no Serviço de Dermatologia do
Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina segundo o tempo de doença (em anos).
com
intervalos de 10 anos, àépoca do
inícioda
doença.TABELA
IV: Distribuição dos pacientes,segundo
o sexo,em
faixas etáriasFaixa
etáriaMasculino
Feminino
(11)
(%)
(11)(%)
Total(%)
(Il) 0 1~10101-20
201-30
301-40
401-50
501-60
60P70
701-80
801-90
901-100
, 1.3,, 5 14 11 11 10 7 1 "2,1 3,5 9,9 7,7 7,7 7,0 4,9 0,7 8 13 16 21 12 34
2 1 5,6 9,2 11,3 14,8 8,5 2,1 2,8 1,4 0,7 11 isso
32 23 13 11 3 1 12,7 21,1 22,5 16,2 9,2 7,7 2,1 0,7 7 Total 762
`ÊBBÍéš"ííEñÍ““ 7Êà"'ãàs&Ê`ãE11àHÓsÊ1';5Ii¢áEiá7áÊ"E5í1j1zí1š‹› 43,7
80
äëw¡§š5H£{íã}`¡Éš"`Ei'iš7ÊíéEÊèÊ”`f›§5šiÍÃüEE›"š'"zãÉndidos 56,3 1421,00 ,_ de
durante o ano de 1998 no Serviço de Dermatologia do Hospital Universitáno da Universidade Federal de Santa
4% 2%
I
Psoríase VulgarI
Psoríase Pustulosa Palmo-PlantarI
Psoríase ArtropáticaI
Psoríase Eritrodérmica _Figura 2. Distribuição dos pacientes psoriáticos atendidos durante o ano de 1998 no Serviço de Dermatologia do
Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina segimdo as formas clínicas de psoríase.
TABELA
V:
Distribuição dos pacientessegundo
as formas clínicas de psoríase.Doença
Número
(n)Percentual
(%)
Psoríase
Vulgar
125 88,0Psoríase Pustulosa Palmo-Plantar 9 6,3
Psoríase Artropática 5 3,5
Psor1'ase Eritrodérmica 3 2,1
1 S t as t S to
199W
S VFonte: Ficha de cadastro de dados aplicada ao conjunto de prontuários dos pacientes psoriáticos atendidos durante o ano de 1998 no Serviço de Dermatologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa
50
40
30
20
10
47
19
19
11I
I
4
3
22
I
Psoríase Vulgar:I
Psoríase VulgarI
Psoríase Vulgar:I
Psoríase Vulgar:I
Psoríase Vulgar:I
Psoríase Vulgar'I
Psoríase Vulgar:Cotovelos, joelhos e placas isoladas
Palmas
e Plantas Tronco Couro cabeludo Gutata lnvertidaUnhas
Figura 3. Distribuição dos pacientes com Psoríase Vulgar atendidos durante o ano de 1998 no Serviço de Dennatologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina segundo o subtipo da doença.
TABELA
VI: Distribuição dos pacientescom
Psoríase Vulgar,segundo o
subtipo
da
doença.Doença
(%)
Psoríase Vulgar: Psoríase Vulgar: Psoríase Vulgar: Psoríase Vulgar: Psoríase Vulgar: Psoríase Vulgar:Cotovelos, joelhos e placas isoladas
47
22
Palmas
e PlantasTronco
Couro
cabeludo Gutata Inveitida 19 19 114
37,6 17,6 15,2 15,2 8,8 3,2 u Total l «..»..-.-,=¬..f...=. l. _ .,, .._..._... t fm.. ¬¬ "za .. 1 C, - 1.2? 190,Fonte: Ficha de cadastro de dados aplicada ao conjunto de prontuários dos pacientes psoriáticos atendidos
dmante o ano de 1998 no Serviço de Dermatologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa
O
acometimento
ungueal foi registradoem
22 (15,5%)
pacientes,dos
quais 3 (2,1%)
tinham
nas lesões dasunhas
a única,ou
principal, manifestaçãoda doença
(Psoríase Vulgar Ungueal).TABELA
VII: Distribuição dos pacientes psoriáticos quanto a localização das lesões.z..«...z;:T:.z.-.zzg-¬z: _›..>.z..z ._ zèzzz. .z.... ...z ...=-‹.« vz-z-« ,... «._...›.- ¬z..z.«
i
7 ..¬. ...,Membros
inferiores (exceto pés)76
53,5Membros
superiores (excetomãos)
73 51,4Couro
cabeludo62
43,7 Pés 43 30,3Mãos
34
23,9Tronco
26
1 8,3Abdome
4,2Disseminada
4,2Região
sacra 3,5Região da
face 3,5Região
cervical 2,8 Genitália externa 2,8Região
glútea 2,1Região
inguinal e/ou axilar 2,1Região
retroauricular 2,1Fonte: Ficha de cadastro aplicada ao conjunto de prontuários dos pacientes psoriáticos atendidos durante o ano
de 1998 no Serviço de Dermatologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. *
Um
mesmo paciente pode ter apresentado mais de uma localização.“*
Os percentuais foram calculados em relação ao número total de pacientes.
UJUJUJ-À-ÀLI1UIO\O\
I
Sem
PruridoI
Com
Prurido(66%)
Figura 4. Distribuição dos pacientes psoriáticos atendidos durante o ano de 1998 no Serviço de Dermatologia do
›-l›-«›-«›-››-››-››-››-››-1»-¢›-^l\Jl\)l\Jl\)l\)l\)l\)L›JUJ\O:
Hipertensão arterial sistêmica
Diabetes mellitus
Asma
Dermatite seborrêicaAnsiedade/
estresse ArritmiaDPOC
Enxaqueca
Etilismo GastriteObesidade
Mórbida
Anemia
por deficiência de ferroAngina
instávelDermatite atópica
Dislipidemia
Doença
diveiticulardo
cólonDores
osteomuscularesHémia
hiatalParalisia facial
Prolactinoma
Retocolite ulcerativa idiopática
Síndrome
deWolfram**
Urticária 1 9,5 ó,3 2,1 2,1 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7Fonte: Ficha de cadastro de dados aplicach ao conjunto de prontuários dos pacientes psoriáticos atendidos durante o ano de 1998 no Serviço de Dermatologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa
Catarina.
*
Um
mesmo paciente pode ter apresentado mais de urna comorbidade.““
Os percentuais foram calculados em relação ao número total de pacientes. ** Diabetes insipidus, diabetes mellitus, atrofia do nervo óptico e surdez.
TABELA
IX: Distribuição dos pacientes psoriáticossegundo o uso
demedicamentos não
relacionados à terapêutica específicada
psoríase.
Medicamento*
Número
(n)Percentual
(%)“
Bloqueadores
beta-adrenérgicos Diuréticos Inibidoresda
ECA**
2,8 Metil-dopa 2,8 Benzodiazepínicos 2,1 Hipoglicemiantes orais 2,1 Estrógenos conjugados 1,4Ácido
acetil-salicílico 0,7Amiodarona
0,7 Anovulatórios orais 0,7 Antidepressivos 0,7Bloqueadores
do
canal de cálcio 0,7Cálcio 0,7
Cimetidina 0,7
Corticóides via inalatória 0,7
Insulina 0,7
Omeprazol
0,7Rutosido, Miroton, Castanha
da
Índia*** 0,7Sulfassalazina 1 0,7
_
Fonte: Ficha de cadastro de dados aplicada ao conjunto de prontuários dos pacientes psoriáticos atendidos durante o ano de 1998 no Serviço de Demiatologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa
Catarina.
*
Um
mesmo paciente pode ter feito uso de mais deum
medicamento. ** ECA.: Enzima de conversão da angiotensina.* ** Venocur Triplex
®
`“
Os percentuais foram calculados em relação ao número total de pacientes.
›-\›-››-››-›-1›-\›-1»-di-fl›--lr-fll\)UJUJ-Jš-$>\O\O
_ .... .
6,3
A
presença de história familiar foi registrada positiva para 3(2,1%)
pacientes, e foi negativaou não
registrada para 139 (97,9%).alguma forma
de tratamento prévio à consultano
Serviço deDermatologia do
Hospital Universitário
da
Universidade Federal de Santa Catarina.A
conduta terapêutica estabelecidano
Serviçoem
questão incluiumedicamentos
tópicos para 135(95,1%)
pacientes,medicamentos
sistêmicospara
22
(17,6%)
pacientes, e Actinoterapia,segundo
oMétodo
de
Goeckerman
-uso tópico de coaltar seguido de
banho
de luz ultravioletado
tipoB
-
para 15(10,5%) pacientes; considerando
que
um
mesmo
pacientepode
ter feito usode
mais
deuma
modalidade
terapêutica.TABELA
X: Distribuição dos pacientes psoriáticossegtmdo
o uso demedicamento
tópico.Medicamento
de
Uso
Tópico*
7 7
NúmeroÍ(n)
Percentual
(i°/‹›)i°Corticosteróides 124 87,3
Ácido
salicílico74
52,1Alcatrão / Coaltar
4%
68
47,9Uréia
43
30,3Pitifieiia ëínfiiâë ~ ~ . ~ ~ . __ 4 _ -_.
_
. . ~2z8_
~Fonte: Ficha de cadastro aplicada ao conjunto de prontuários dos pacientes psoriáticos atendidos durante o ano
de 1998 no Serviço de Dermatologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. *
Um
mesmo paciente pode ter feito uso de mais deum
medicamento tópico.“*
Os percentuais foram calculados em relação ao número total de pacientes.
TABELA
XI: Distribuição dos pacientes psoriáticossegundo
o uso demedicamento
de uso sistêmico.fiMëãi¿ã¶n"én¢‹Íiiíifšš 3 ”(Z¡)i 3
(%
Metotrexato 12 8,5 Antihistamínicos 6 4,2 Antibióticos 3 2,1Ácidos
graxos poliinsaturados** 1 0,7Fonte: Ficha de cadastro aplicada ao conjunto de prontuários dos pacientes psoriáticos atendidos durante 0 ano
de 1998 no Serviço de Dermatologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina
*
Um
mesmo paciente pode ter feito uso de mais demn
medicamento sistêmico.** Proepa
®
“*
TABELA
XII: Distribuição dos pacientes psoriáticossegtmdo
a realização deExames
Laboratoriais.Cultura para fungos
Micológico
diretoHemograma
TGO,
TGP
Creatinina Uréia Glicemia dejejum
Parcial de urina Fosfatase alcalinaGama
GT
VDRL
Colesterol e TriglicerídeosASLO
VHS
Bilinubinas AIIÍÍHIV1
e 2Curva
glicêmica de24h
FAN
TAP,
KPTT
Eletroforese de proteínasHemoglobina
glicosiladalifotêíflës Mais. 9 fraçãeâ.
28
19,728
19,725
17,6 is 12,7 17 12,0 17 12,0 16 11,3 16 11,3 15 10,6 11 7,7 4,9 4,2 3,5 3,5 2,1 1,4 1,4 1,4 1,4 0,7 0,7 2 . ~ ._--._ . .. Oz? G- , i-^›-*l\Jl\)l\Jl\)UJlJ1U10\\lFonte: Ficha de cadastro de dados aplicada ao conjunto de prontuários dos pacientes psoriáticos atendidos durante o ano de 1998 no Serviço de Dermatologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa
Catarina.
* Para um mesmo paciente pode ter sido requisitado mais de um exame
laboratorial. ““
Os percentuais foram calculados em relação ao número total de pacientes.
Dentre os
exames
complementares, 8 (5,6%) pacientes realizaram Teste de Contato, 2 (l,4%) “Prick Test” e 83(58%)
submeteram-se
a biópsia da(s)›
HCom
Biópsia
(42%)
ISem
Biópsia
(58%)
Figura 5. Distribuição dos pacientes psoriáticos atendidos durante o ano de 1998 no Serviço de Dermatologia do
Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina segundo a realização de biópsia.
izi 1o 1 9 1 Número de Consultas 7
4
É 1 i _z‹.¬¬ 5 1° 3 4 15 13 2 <; aso
210 4.0eo
ao
Número
de
Pacientes
Figura 6. Distribuição dos pacientes psoriáticos atendidos durante o ano de 1998 no Serviço de Dermatologia do
Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina segimdo o número de consultas no periodo.
Os
142 pacientes psoriáticos estudados implicaramem
320
atendimentosambulatoriais
no
Serviço deDennatologia
e 2 (l,4%) internações hospitalarespara tratamento
da doença
no
Hospital Universitárioda
Universidade Federal de Santa Catarina, durante oano
de 1998.5.
DISCUSSÃO
Os
desafios que
acompanham
estadoença
envolvem
médicos
e pacientes.Os
primeiros pela peculiaridade das diferentes fonnas clínicas1›6, cujoreconhecimento preciso
tem
ganho
importância àmedida
que
as pesquisasavançam,
etambém
devido a persistência exigida para trataruma
doença que
tende à recidiva, sem,
no
entanto, desanimar. Já os pacientes pelo desconforto,fisico e psíquico,
que
a psoríase frequentemente representa.De
apresentação clínicaque
varia desdepequenas
placas localizadas atéacometimento
disseminadoda
pele eformação
de pústulas,ou
também,
lesõesungueais e
mais
raramenteacometimento
articular, a psoríase éuma
doença
multifacetada1›6›3. Variáveltambém,
éo
impacto psicológico desta doença,o
qual
não
guarda proporçãocom
a extensão de pele acometida13.Dados
norte-americanosapontam
a psoríasecomo
responsável por 10 à15%
dos motivos de consulta aos dermatologistas, eum
gasto estimado de 1,6bilhão de dólares por
ano
com
o tratamentoda
moléstia13›1.No
Brasil,Lima
Filho&
Radtke14 encontraram o diagnóstico de psoríase representando5,19%
dos motivos de consultas
em
um
Ambulatório
deDermatologia
deum
Hospitalpúblico.
De
acordocom
a literatura,ambos
os sexos são acometidos peladoença
em
igual proporção3› 2› 13.Em
nossa pesquisahouve
um
discretopredomínio
do
sexo feminino,
mas nenhuma
relevância foi atribuída a isto.Em
nossa amostrao
aparecimentoda
psoríase ocorreuprimeiras quatro décadas
da
vida, enquanto para oshomens
ficou
em
23,2%
no
mesmo
período. Essesdados
vão
de encontro a literatura mundial.A
ocorrência predominanteem
brancos,como
foi relatada, é característica dessa doença.É
sabidoque no
Brasil, a miscigenação de raças é regra, e a ausência de pardos nos registrosnão
condizcom
a realidade,não
devendo
serconsiderada.
Na
distribuição dos pacientessegundo
a procedência, revelou-seo
predomínio
das cidadesmais próximas
do
Hospital pesquisado,sendo
estas,coincidentemente, cidades litorâneas cuja colonização teve importante
componente
europeu, continente este,onde
a psoríase parece ser maiscomum15.
Embora
seja conhecido o papelque
fatores psicogênicospodem
terna
gênese e
manutenção da
psoríaselö,não
houveram
achadosque
acaracterizassem
como
dermatose ocupacional.As
profissões mais encontradasentre os pacientes psoriáticos
parecem não
guardar significado clínico.O
tempo
dedoença
analisado,mostrando mais
deum
terço dos pacientescom
adoença há mais
de 5 anos, aomesmo
tempo
que
revela cronicidade, éuma
quantificação apenas relativa, pois detectasomente
os doentes crônicosque
mantiveram
o vínculocom
omédico
ao longodo
tempo. Faltam os pacientesque
abandonaram
o tratamentomas
continuam
doentes, aqueles quevivem
um
período
de
remissão, etambém
osque
atravésdo
aprendizado e correta informaçãomantém
adoença
controlada.Assim,
sugere-se a existência deuma
proporçãomaior que
a encontrada de pacientes crônicos.A
Psoríase Vulgar é aforma
clínicamais
comum
da
doença, fazendo jusao
nome.
Comporta
subtipos, os quaistambém
foram
discriminados, e revelou-se
o predomínio da doença
restrita a cotovelos, joelhos e placas isoladas,sendo
muito
frequente oacometimento do
couro cabeludo concomitante.A
Psoríaseque o
acometimento
pelaforma
pustulosa nessamesma
região (9 pacientes).A
Psoríase Vulgar Gutata,
com
ll pacientes, remete aos avanços científicosrecentes,
que ampliaram o
horizonteda
gêneseda
doença,quando apontaram
agentes infecciosos, mais precisamente os Estreptococos B-hemolíticos
do grupo
A,
como
responsáveis indiretos, pelodesencadeamento
de parte dos casosde
Psoríase Vulgar Gutata3.
A
Psoríase Artropática e a Psoríase Eritrodérmica, formas rarasda
doença, representaram,em
conjunto, apenas5,5%
dos diagnósticos, sendo que,ao
mesmo
tempo,encerram
maior
gravidade,chegando
a responder pormais
de50%
dos pacientesnuma
pesquisa cuja amostra envolveu apenas pacientespsoriáticos
que
necessitaramintemação
hospitalarló.Na
forma
Artropática é frequente oacometimento
ungueall,mas
é sabido, e assim é relatado,que
esteacometimento
pode
acontecerem
quaisquer dasformas
de Psoríase15,além do
que, para 3 (2,4%) de nossos pacientes, as lesões ungueais
foram
a únicaou
principal manifestação clínica
da
doença.Podem
ser encontradas depressõespuntiformes, hiperceratose subungueal, onicólise e
manchas
amarelo-acastanhadas,
como
manchas
de óleo sob a placa ungueal3.Em
nossa amostra15,5%
dos pacientestinham
lesões ungueais,mas
esta proporçãopode
chegar a25%3.
Ressalta-seo
dificil tratamento destafonna
clínica.As
localizaçõesmais
frequentes de lesão psoriáticana
amostra,respectivamente
membros
inferiores (exceto pés) emembros
superiores (excetomãos), são relacionadas à predileção
da fonna mais
prevalente-
PsoríaseVulgar
- por superficies extensoras,
como
joelho e cotovelo,embora
muitocomum
também
seja oacometimento
de couro cabeludo. Jáno
subtipo Gutata os sítiosmais
acometidos sãoo
tronco e região proximal demembros3,
e deve-se lembrarde diferenciar de doenças
com
apresentações semelhantes,como
a Pitiríaseapresentação
da
doença.O
prurido éum
achado
eventuals,acomete
uma
minoria de pacientes e suaintensidade
tem
sido correlacionada ao estadoemocional do
indivíduo15.Na
análise dascomorbidades
encontradas, prevaleceram doençascomuns
à população geral,
como
hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus,numa
frequência baixa, contrariando hipóteses levantadas
no
passado,quando
se supôsque
a diabete mellitus guardava forte associaçãocom
psoríase,mas
estudos posteriores,com
delineamento adequado,apontaram
a favorda
coincidêncialó.Atenção maior
merecem
osmedicamentos não
relacionados à terapêuticaespecífica
da
psoríase e usados pelos psoriáticos,no mais
das vezes,no
tratamento de comorbidades. Dentre estes,
encontramos
em
nossa amostradrogas cujo potencial para causar
desencadeamento
ou agravamento
de lesãopsoriática já está
bem
documentado na
literatura mundial7›1›6.É
o caso dosbloqueadores beta-adrenérgicos, usados por
9
(6,3%) dos pacientes pesquisados, receitados por cardiologistas e neurologistas, relativos ao tratamentoda
hipertensão arterial sistêmica
na maior
parte dos casos e à profilaxia das crisesde
enxaqueca na
menor
parte.A
metil-dopa é outra droga usadano
tratamentoda
hipertensão,que
pode
participarno agravamento da
psoríase”.O
interrogatório sobre uso demedicamentos
é parte indispensávelda
consulta médica.
É
fundamental ao médico,em
especialo
dermatologista,conhecer a relação das drogas
mais
frequentemente envolvidascom
o
desencadeamento da
psoríase.Nos
casosem
que
o uso concomitante foidetectado, é indicado a
comunicação
ao especialista responsável pela prescrição, parauma
reavaliação e possível substituiçãodo
medicamento
porum
de
outrogrupo farmacológico.
Muitos
dos pacientes dessa amostraforam
assim conduzidos.Quando
nos permitimos iralém da
visão fragmentada dosdados
clínicosoferecida
numa
análise estatística e voltamos a pensarno
pacientecomo
um
todo,
podemos
reconhecerna
experiência clínica,combinações
dedados que
serepetem,
em
vários pacientes, consagrando, assim, apresentações clássicasda
psoríase induzida por drogas,
como
é o casodo
paciente,na
maioria das vezes idoso, forada
faixa etáriamais
comum
de inícioda
doença,mas
que
o faz,enquanto por trás desse processo está
o
início recente de medicações, frequentemente bloqueadores beta-adrenérgicos, drogasque
podem
desencadeara doença.
A
história familiar de psoríase é descrita classicamente paraum
terço dospacientes13›4›3.
Em
nossa pesquisa a avaliação desta variável foi prejudicadapelo alto índice de prontuários cujo registro
da
história familiarnão
foi encontrado,mas
também
não
foi dito ausente.O
alto índice (59,l%) de pacientesque
relataramalguma forma
detratamento prévio de psoríase, anterior ao atendimento
no Ambulatório
pesquisado, é
um
indicador explícito das dificuldades demanejo
e controle destadoença
crônica.A
auto-medicação e a troca frequente demédicos
certamenteimpulsionaram
este índice.Uma
discussão mais extensa sobre o tratamentoda
psoríase extrapola os objetivos deste trabalho, mas, enquanto fatormodificador
da
condição clínica dos pacientes19,merece
seu espaço.Encontramos,
dentre as condutas clínicas tomadas,um
predomínio dos
medicamentos
de uso tópico, principalmente dos corticosteróides, nas suasdiversas apresentações e potências,
do
ácido salicílico, importante agentequeratolítico, alcatrão
ou
coaltar, agentescom
propriedades redutoras, e uréia, emolientecom
potencial queratolítico.Por
outro lado,nenhum
paciente fezuso
de calcipotriol, droga análoga sintética
da
vitaminaD3,
de eficáciacomparável
àjustamente a
forma
clínicamais
prevalente descrita.Subtipos de psoríase
com
maior
gravidade,ou
de localizações especiais,costumam
necessitarque
outros recursos sejamempregados”.
Em
courocabeludo de
muito
valor são osxampus
especiais,com
principios ativos,como
corticosteróides, piritiona zíncica e outras preparaçõescomo
é o casoda
vaselinasalicilada, todos presentes
na
amostra pesquisada.Destacamos que o
acometimento
de couro cabeludopode
ter sido subnotificado, devido àsuperposição clínica
com
a dermatite seborrêica.Na
Psoríase Vulgar Gutatacom
evidência de infecção ativa por Estreptococos, principalmente vias aéreas
superiores,
convém
proceder o tratamentocom
antibióticos,como
foio
caso de3 (2,1%) pacientes,
embora
esta condutanão
esteja relacionadacom
a remissãodo
quadro dennatológicol'/,que
geralmente ocorre.A
actinoterapia destaca-sepor sua eficácia,
podendo
branquearuma
psoríase extensaem
um
número
relativamentepequeno
de dias, sendobem
indicadana
psoríase crônica de lesõesnumerosas
ena
Psoríase Gutata.No
Serviçoem
questão oMétodo
deGoeckerman
foi o único exequívelno
período pesquisado devido ànão
existência de cabines de luz ultravioleta
do
tipoA
(UVA)
naquele período, a qual permitiria a realizaçãotambém
de actinoterapia pelo processoconhecido
como
PUVA,
que consistena
administração sistêmica de substâncias psoralênicas seguido debanhos
de luzUVA.
Destacamos
a ausência de pacientesque
tenham
feito usode
acitretina,derivado retinóide de uso sistêmico
com
bons
resultados19›1, possivelmente peloalto custo
do
tratamento. Outro destaquena
amostra foi o usodo
agentecitostático metotrexato,
também
conhecidono
Brasil pelonome
deametopterina. Este antagonista
do
ácido fólico,empregado
em
12(8,5%)
pacientes, é conhecido pelo resultados excelentes e custo acessível à
boa
partepotencial de causar
dano
hepático, renal e demedula
óssea, entre outros.É
consensoque
os pacientes candidatos ao usosejam
corretamente selecionados,devendo
ser contra-indicadoem
pacientes etilistas,ou
com
lesão hepática,gastrointestinal suscetível à sangramento,
doença
cardíacaou
renal, e pacientesimunodeprimidos.
Os
exames
laboratoriais sugeridos sãohemograma
completo,transaminases, fosfatase alcalina, bilirrubina e creatinina, prévios ao início
do
medicamento
e repetidosno
30° dia e depoisem
intervalos regulares20.A
realização de biópsia hepática de rotina nesses pacientes é controversa,
dada
a incidência variável de cirrose hepáticaconforme
a dose:3%
na
dosede
1,5g
mas
25%
na
dose de 4g..Por
outro lado, sabe-seque
osexames
laboratoriaisnão
apresentam correlaçãocom
a extensãodo dano
hepático, daí apreocupação
em
biopsiar.
Em
nossa amostra,nenhum
paciente foisubmetido
a biópsia hepática,no
entanto, osexames
laboratoriaisforam
abundantes,como
descrito,respondendo
por grande porção de todos osexames
realizados,ficando
abaixoapenas dos
exames
micológico direto e cultura para fungos, partesdo
diagnóstico diferencial de certos tipos de psoríasecom
infecções fúngicas.Ressalta-se
também
o
possívelemprego
de outros imunossupressoresno
tratamento
da
Psoríase,como
a ciclosporina, drogaque
atualmentepode
ser fornecida, sob autorização especial, pelo SistemaÚnico
de Saúde.Dos
exames
complementares, a biópsia de pele, realizada na maioria dospacientes (58%),
tem
papel auxiliarno
diagnóstico diferencial da doença,mas
não
é obrigatórial.Uma
vez realizada, sugere-se incluir nos procedimentos de estudo anátomo-patológico das lesões de região plantar, a realizaçãode
colorações específicas para fungos, considerada a
semelhança que
pode
alcançar,
mesmo
à nível histológico, as alterações observadasna
psoríasecom
as
da
infecção fúngica.Oitenta por cento dos pacientes necessitaram de até 3 consultas
no
período deum
ano, e destes,58%
apenasuma,
enquantosabemos que
a evolução naturalmédico
assistente.Motivo
relacionado aonúmero
relativamentepequeno
deretornos
pode
residirna
tendênciado
paciente à adquiriruma
progressivaindependência, acertada
ou
não,do
médico;bem como
otempo
prolongado
deespera
na marcação
deuma
reconsulta, dentrodo
SistemaÚnico
de Saúde.A
raridadedo
tratamentoem
regime
de internação hospitalar, 2 (l,4%)pacientes, guarda relação
com
a falta deuma
Unidade
deIntemação
Hospitalarem
Dermatologia
no
Hospital pesquisado etambém
com
a baixafiequência
de6.
CONCLUSÕES
A
partirda
pesquisa das principais características clínicasdos
pacientescom
psoríase atendidos pelo Serviço deDermatologia
do
Hospital UniversitárioPolydoro
Emani
deSão Thiago da
Universidade Federal de Santa Catarinadurante
o ano
de1998
conclui-se que:0
A
psoríaseacomete
principalmente a raça branca eo
inícioda doença
émais
precoceno
sexo feminino, ocorrendopredominantemente
ao longoda
3a e 4adécadas de vida;
0
Mais
deum
terço dos pacientes atendidostêm
adoença há
mais de 5 anos,revelando cronicidade;
0 Psoríase
Vulgar
é aforma
clínicamais
comum,
e dentre seus subtipos,destaca-se o
acometimento
de cotovelos, joelhos e placas isoladas; 0A
Psoríase Artropática e a Psoríase Eritrodérmica são formas raras;0
É
fiequente o
uso demedicamentos
com
potencial de desencadearou
agravara psoríase, por parte dos pacientes,
no
tratamento de comorbidades;0
A
maioria dos pacienteschega
aomédico
já tendo realizadoalguma forma
detratamento para psoríase prévio;
0
A
biópsia de pele éo
exame
complementar mais
frequentemente realizado; 0Os
corticosteróides são osmedicamentos
tópicosmais
empregados,enquanto
dentre os tratamentos sistêmicos
predominam
o metotrexato e aactinoterapia;
7.
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RESUMO
A
psoríase éuma
doença que pode
se manifestarna
pele, nas unhas,no
couro cabeludo e nas articulações.
A
causa desta doença,uma
dasmais
comuns
afecções dermatológicas,
permanece
desconhecida,mas
sua predisposição ésabidamente genética. Diversos fatores ambientais já
foram
descritoscomo
provocadoresou
agravadores de lesão psoriática, entre eles infecções, drogas,trauma
ecomponentes
psicogênicos.No
presente estudo,buscando
conhecer asprincipais características clínicas dos pacientes
com
psoríase,foram
revistos osprontuários dos 142 pacientes psoriáticos atendidos
em
um
HospitalUniversitário durante o
ano
de 1998.A
forma
clínicamais
comum
foi a Psoríase Vulgar, e dentre seus subtipos,destacou-se
o acometimento
de cotovelos, joelhos e placas isoladas.A
Psoríase Artropática e a Psoríase Eritrodérmica representaram,em
conjunto, apenas5,5%
dos diagnósticos.Houve
predomínio da
raça branca e o início dadoença
foimais
precoceno
sexo feminino, ocorrendopredominantemente
ao longoda
33 e43 décadas de vida.
Mais
deum
terço dos pacientes atendidos tinham adoença
há mais
de 5 anos e a maioria já tinha realizadoalguma
forma
de tratamentopara psoríase prévio. Foi frequente o uso de
medicamentos
com
potencialde
desencadear
ou
agravar a psoríase, por parte dos pacientes,no
tratamento de comorbidades.A
biópsia de pele foi oexame
complementar mais
frequentemente realizado e rara foi a necessidade de tratamento
em
regime de
internação hospitalar. Trata-se de
uma
doença
multifacetada cujosdesafios que
SUMMARY
Psoriasis is a disease that
might
manifest itselfon
the skin, nails, scalpand
joints.
The
cause of this disease, one of themost
common
dennatologicaffections, remains uncovered, but its predisposition is
known
tobe
genetic.Several ambient factors
have
been
described to bring about or agravate thepsoriatic lesion, such as infeccions, drugs,
trauma and
psicogeniccomponents.
In the present study, expecting to
know
themain
clinic characteristicsof
thepatients with psoriasis, 142 prontuaries
of
psoriatic patients assisted inone
University Hospital during the year
of 1998
were
reviewed.The
most
common
clinicalform
was
Psoriasis Vulgaris,and
among
it°ssubdivisions, the
one
with affection of elbows, knees,and
scaly patches.The
Psoriatic Arthropathy
and
PsoriaticErythroderma
represented, together, only5,5%
of the diagnosis. Therewas
apredominance of
the white raceand
thebegirming
of
the diseasewas
earlier in the feminine sex, mainly during de 3rdand
4th decades of their lives.More
thanone
third of the patients assistedhad
had
the disease formore
than 5 yearsand
most of
them
had
alreadyused
some
sort of treatment for psoriasis. It
was
often the usageof
dmgs
(by the patients)with the potencial of causing or agravating psoriasis, in the treatment
of
comorbidities.
The
biopsy of the skinwas
themost
frequentcomplementary
exam
and
rarewas
theneed
of treatment in hospital intemation regime. It's a0423