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Incêndios em comunidades precárias da cidade de Natal, RN, Brasil: riscos e medidas

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Academic year: 2021

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NATAL/RN 2018

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

GABRIEL SILVA

Incêndios em Comunidades Precárias da Cidade de Natal, RN, Brasil: Riscos e Medidas

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GABRIEL SILVA

Incêndios em Comunidades Precárias da Cidade de Natal, RN, Brasil: Riscos e Medidas

Monografia apresentada ao Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do título de Bacharel em Geografia.

Orientador: Prof. Dr. Lutiane Queiroz de Almeida.

NATAL/RN 2018

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN –

Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes – CCHLA

Silva, Gabriel.

Incêndios em comunidades precárias da cidade de Natal, RN, Brasil: riscos e medidas / Gabriel Silva. - Natal,

2018.

40f.: il. color.

Graduação (Monografia) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Humanas, Letras e

Artes, Departamento de Geografia. Natal, RN, 2018. Orientador: Prof. Dr. Lutiane Queiroz de Almeida. 1. Incêndio - Monografia. 2. Comunidades Precárias - Monografia. 3. Desastre - Monografia. 4. Vulnerabilidade -

Monografia. I. Almeida, Lutiane Queiroz de. II. Título. RN/UF/BS-CCHLA CDU

614.84

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"Eles não vão prender meus pensamentos, não vão prender meus sonhos. ”

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AGRADECIMENTOS

Agradeço minha mãe pela paciência, amor, preocupação e confiança depositados em mim, principalmente durante esses 4 anos que estou morando longe dela.

A meus amigos de curso tanto de minha turma 2015.1 como tantos outros que conheci pelos caminhos da Geografia.

A Gilmar pelo amor, carinho, paciência e por me ajudar em diversos momentos.

Ao Corpo de Bombeiros na figura do Capitão Moises, a Defesa Civil de Natal, na figura de Paulo Costa e ao MLB, na figura de Wellington, que contribuíram na elaboração desse trabalho.

Ao GEORISCO, grupo que tenho a honra de fazer parte e onde pude conhecer várias pessoas maravilhosas e que com certeza levarei para vida.

Ao professor e orientador desse trabalho, Prof. Lutiane, pela atenção, orientação, conselhos, puxões de orelha e pela amizade.

Aos demais professores do Departamento de Geografia que me ajudaram nessa jornada, em especial a professora Juliana que ajudou tanto direta como indiretamente para essa pesquisa e também por sua amizade.

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RESUMO

Os casos de incêndios em comunidades precárias vem se tornando um assunto cada vez mais debatido dentre as ciências, e isso se dá pois é um assunto que abrange diversos temas que merecem destaque para que haja discussão e engloba um contexto humano muito delicado que necessita de uma atenção maior por parte do Poder Público para que os moradores dessas áreas não fiquem tão vulneráveis e tenham condições de vida digna. A Ocupação 8 de Março se localiza no bairro Guarapes, Zona Oeste de Natal. Sua instalação é recente, começou em 2012 e no mês de outubro de 2017 sofreu um grande incêndio que destruiu cerca de 100 barracos deixando muitas famílias desabrigadas e felizmente nenhuma pessoa morreu. O objetivo principal deste trabalho é analisar a Ocupação 8 de Março a fim de definir padrões de vulnerabilidade para que assim seja possível identificar dentro da cidade de Natal, pontos que estejam em situação de risco ajudando assim a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros na atuação em casos de desastre desse tipo. Para isso foi necessário uma pesquisa bibliográfica sobre os temas aqui discutidos (incêndio, comunidades precárias, urbanização), uso do Google Earth e Qgis para espacializar o objeto de estudo e fazer interelações sobre os demais comparativos, realização entrevistas com o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e representante do Movimento de Luta de Bairros, Vilas e Favelas. A Ocupação 8 de Março como qualquer outra apresenta aspectos que a tornam vulnerável, desde seu material de construção até costumes da população que ali reside, então se faz necessário que métodos tanto estruturais como sistemas de alarmes e construções de novas moradias, como não estruturais, como palestras para essa população, sejam feitos nessas comunidade para que assim sejam mitigados e prevenidos os casos de incêndio nessas áreas menos favorecidas.

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ABSTRACT

The cases of fires in precarious communities have become an increasingly debated issue among the sciences, and this happens because it is a subject that covers several issues that deserve attention in order to have a discussion and encompasses a very delicate human context that needs a greater attention on the part of the Public Power so that the residents of these areas are not so vulnerable and have decent living conditions. Ocupação 8 de Março is located in Guarapes neighborhood, Zona Oeste de Natal. Its installation is recent, began in 2012 and in October 2017 suffered a great fire that destroyed about 100 shacks leaving many families homeless and fortunately no person died. The main objective of this work is to analyze the Occupation March 8 in order to define patterns of vulnerability so that it is possible to identify within the city of Natal, points that are at risk, thus helping the Civil Defense and the Fire Department in the performance in such cases. For this, it was necessary a bibliographical research about the subjects discussed here (fire, precarious communities, urbanization), use of Google Earth and Qgis to spatialize the object of study and make interactions about the other comparatives, conducting interviews with the Fire Department, Defense Civil and representative of the Fight of Neighborhoods, Villages and Favelas Movement. The March 8 Occupation like any other presents aspects that make it vulnerable, from its construction material to the customs of the population that resides there, then it becomes necessary that both structural methods as alarm systems and constructions of new housing, as non-structural, as lectures for this population, to be made in these communities so that fire in these less favored areas may be mitigated and prevented.

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LISTA DE SIGLAS

BNH - Banco Nacional de Habitação MCMV - Minha casa, Minha Vida CEF - Caixa Econômica Federal CB - Corpo de Bombeiros DC - Defesa Civil

ONU - Organização das Nações Unidas

MLB - Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas PCD - Plano de Contingência de Desastres

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LISTA DE FIGURAS, MAPAS E QUADROS

Figura 1: Favela Sol Nascente ... 12

Figura 2: Reportagem sobre confusão entre moradores e Bombeiros… ... 15

Figura 3: Momento do Incêndio na ocupação 8 de Março ... 23

Figura 4: Área antes de ser ocupada pela comunidade. ... 23

Figura 5: Notícia sobre o desastre na Ocupação 8 de Março… ... 24

Figura 6: Área Depois Do Desastre Na Ocupação 8 De Março… ...25

Figura 7: Área Depois Do Desastre Na Ocupação 8 De Março… ... 25

Figura 8: Área Depois Do Desastre Na Ocupação 8 De Março… ... 25

Figura 9: Área Depois Do Desastre Na Ocupação 8 De Março… ... 25

Figura 10: Área Depois Do Desastre Na Ocupação 8 De Março… ... 25

Figura 11: Elementos causadores de incêndios… ... 26

Figura 12: Notícia de desastre nas Filipinas… ... 27

Figura 13: Casos de incêndios suspeitos em SP ... 28

Figura 14: Tipos de moradia na Ocupação 8 de Março… ... 30

Figura 15: Tipos de moradia na Ocupação 8 de Março… ... 30

Figura 16: Comunidade Beira Rio, Ruas muito estreitas… ... 31

Figura 17: Comunidade Frei Damião, esgoto a céu aberto ... 32

Figura 18: Comunidade Frei Damião, esgoto a céu aberto ... 32

Figura 19: Beira-Rio, Frei Damião, Maruim e Mosquito ... 33

Figura 20: Notícia sobre sensor de incêndio ... 34

Figura 21: Marca e produto para alarme no caso de incêndio… ... 35

Figura 22: Notícias sobre a construção de moradias ...36

Figura 23: Locais onde se instalam as moradias em aglomerados Mapa 1: Localização do município de Natal/RN ... 20

Mapa 2: Localização da Ocupação 8 de Março… ... 22

Quadro 1: Tipos de Riscos na Geografia… ... 17

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 10

1 MATERIAIS E MÉTODOS ... 11

1.1 Referencial Teórico ... 11

Comunidades Precárias e Urbanização ... 11

Lugar ... 14

Risco ... 15

Vulnerabilidade...17

1.2 Procedimentos Metodológicos ... 18

2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ... 19

3 RISCOS EM COMUNIDADES PRECÁRIAS ... 25

3.1 O que torna as comunidades vulneráveis ao risco de incêndio. ... 25

3.2 Atuação da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros em casos de Incêndio e Relações estruturais entre as comunidades precárias de Natal (Beira-rio, Frei Damião e Mosquito) ...29

3.3 Medidas que podem contribuir com o Plano Municipal para Redução de Riscos ...33

4 RESULTADOS ... 36

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 38

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10 INTRODUÇÃO

“Em vez das cidades de ferro e vidro, sonhadas pelos arquitetos, o mundo está, na verdade, sendo dominado pelas favelas” (Maricato,2006). Esse trecho está presente no livro Planeta Favela do autor americano Mike Davis. Nesse livro é abordado todo um contexto geral das favelas e traz diferentes formas como elas são instaladas pelo mundo, mas sempre dando ênfase na forma precária como elas se encontram. Diante dos mais diversos cenários de pobreza e vulnerabilidade ele destaca alguns pontos que são os principais deflagradores para as tragédias nesses tipos de locais: inundações, incêndios, deslizamentos, falta de saneamento, fome, doenças e todo tipo de mazelas que estão perceptíveis nas favelas e isso é bastante triste, pois não é algo recente e mesmo assim é tratado de forma tão indiferente por parte daqueles que detém o poder seja ele econômico ou político.

A segregação socioespacial se faz cada vez mais presente através dos processos de valorização imobiliária e da fragmentação, homogeneização e hierarquização do espaço urbano. Os habitantes das cidades não são somente expulsos das suas áreas mais valorizadas, mas sim da própria cidade e do que Henri Lefebvre chamou de “positividades do urbano” (Botelho,2005). Dito isso vemos que a produção do espaço urbano se dá de maneira cruel, pois quem não tem condições financeiras acaba sendo esmagado e jogado pelo capital imobiliário para a periferia e lá acaba se adaptando a condições sub-humanas para poder sobreviver.

Grotas, invasões, palafitas, comunidades, favelas...são várias as denominações usadas em todo o país para designar as ocupações precárias e desorganizadas que se multiplicam pelas cidades brasileiras. Houveram inúmeras iniciativas governamentais para tentar solucionar esse problema social, como o Banco Nacional de Habitação (BNH), com o objetivo de dinamizar a economia e garantir o apoio político da massa desabrigada, criado durante o governo militar, em 21 de agosto de 1964, e mais recentemente o Minha Casa, Minha Vida (MCMV), lançado em 2009, durante o governo Lula e mantido na Presidência de Dilma Rousseff. Embora o BNH não exista mais, sua criação, há 53 anos, deu origem ao Dia Nacional da Habitação, data que ressalta a importância do direito à moradia. Quem assumiu as funções do BNH foi a Caixa Econômica Federal (CEF), com o projeto de desenvolvimento urbano e facilitação da aquisição de imóveis para pessoas com renda mais baixa.

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Em 2010, o Brasil tinha cerca de 11,4 milhões de pessoas morando em favelas e cerca de 12,2% delas (ou 1,4 milhão) estavam no Rio de Janeiro. Considerando-se apenas a população desta cidade, cerca de 22,2% dos cariocas, ou praticamente um em cada cinco, eram moradores de favelas. No entanto, ainda em 2010, Belém era a capital brasileira com a maior proporção de pessoas residindo em ocupações desordenadas: 54,5%, ou seja, mais da metade da população. Salvador (33,1%), São Luís (23,0%) Recife (22,9%) e o Rio de Janeiro (22,2%) vinham a seguir. No Rio Grande do Norte de acordo com o último censo havia cerca de 86.718 pessoas vivendo em 24.165 domicílios localizados em aglomerados subnormais desse total 80.774 pessoas se encontravam na capital e o restante no município de Mossoró (IBGE,2010).

Esse trabalho tem como objetivo principal analisar a comunidade precária 8 de Março a fim de definir padrões de vulnerabilidade. Como objetivos

específicos colocamos (a)indicar pontos que tornam as comunidades precárias de

Natal em situação de risco de incêndios dando um enfoque nas comunidade Beira-rio, Frei Damião e Mosquito, (b)analisar a atuação do CB e da DC de Natal no caso de ocorrência desse tipo de fenômeno, (c)estabelecer relações estruturais entre as comunidades e (d) analisar o caso do desastre na comunidade 8 de Março para elaborar medidas que contribuam para a DC e o CB do município consigam agir de maneira mais rápida e eficiente nesses caso e também medidas preventivas para justamente evitar que isso ocorra gerando assim algo pior.

1 MATERIAIS E MÉTODOS

1.1 REFERENCIAL TEÓRICO

Comunidades Precárias e Urbanização

Desde 2003, os Estados-membros da ONU definiram um conjunto familiar em favela como um grupo de indivíduos que moram numa mesma habitação onde ocorre a falta ou ineficiência de um ou mais dos seguintes fatores: acesso à água potável, acesso às instalações sanitárias dignas, superfície de moradia suficiente que não ocorra uma superlotação, qualidade e durabilidade estrutural da moradia e a segurança da posse.

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12

Muitos autores assinalam como características “a precariedade das construções, a ausência de infraestrutura e as irregularidades relativas à legislação edilícia, uso e parcelamento do solo” (CORDEIRO, 2009, p.35). Outros fatores que caracterizam as favelas e assentamentos informais, entre eles a falta de espaços públicos e espaços verdes acessíveis à população, formas de construção e engenharia que desrespeitam as normas e também o fato de estarem localizados muitas vezes em áreas de risco tanto geográfico como natural. Segundo o IBGE aglomerado subnormal é o conjunto constituído por 51 ou mais unidades habitacionais caracterizadas por ausência de título de propriedade e pelo menos uma das características abaixo: irregularidade das vias de circulação e do tamanho e forma dos lotes e/ou carência de serviços públicos essenciais (como coleta de lixo, rede de esgoto, rede de água, energia elétrica e iluminação pública).

Quando falamos em favelas logo vem à cabeça a lembrança de uma área de aclive acentuado extremamente coberto de barracos e esquecemos das favelas que não apresentam esse padrão, como é o caso da comunidade Sol Nascente (Figura 1), em Brasília, segunda maior do Brasil, com 56.483 moradores, só perde em número de habitantes para a Rocinha, no Rio de Janeiro, que abrigava 69.161 pessoas (IBGE,2010) e uma das maiores da América Latina construída totalmente em área plana com predomínio de construções de 1 pavimento e vias que permitem a circulação de carros e caminhões e se estende por uma longa área de cerca de 934,4 hectares — tamanho de quase 1.000 campos de futebol.

Figura 1: Favela Sol Nascente Fonte: Google Imagens

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O processo de “favelização” se intensifica com a explosão urbana que ocorreu na metade do século XX onde a população das cidades começou a crescer de maneira desenfreada e de forma que o planejamento urbano não acompanhou tal crescimento. A falta de planejamento urbano eficaz às demandas da cidade juntamente com uma gestão ociosa são os principais fatores de criação das comunidades em situação de risco. A medida que as pessoas chegavam nos centros ocorria o fenômeno de expulsão das mesmas pois só quem detém certo poder econômico que fica nas regiões mais favorecidas das cidades e dessa forma quem era de baixa renda se via obrigado a ocupar as zonas mais periféricas e a margem da sociedade.

Milton Santos contribui com esse pensamento quando nos apresenta algumas categorias de análise do espaço tal como espaços luminosos e espaço opacos onde o primeiro se refere a zonas mais atrativas da cidade ao capital e onde ocorre uma especulação imobiliária mais forte, áreas que contam com serviços públicos mais eficientes e que possuem densidade técnica e informacional, enquanto o segundo são aquelas áreas que ocorre justamente o oposto, são zonas das cidades que não apresentam atratividade para o mercado e que não são locais que despertam interesse do capital para que ali haja uma industrialização ou chegada de serviços.

Segundo Santos (2001)

"Chamaremos de espaços luminosos aqueles que mais acumulam densidades técnicas e informacionais, ficando assim mais aptos a atrair atividades com maior conteúdo em capital, tecnologia e organização. Por oposição, os subespaços onde tais características estão ausentes seriam os espaços opacos".

Essa supervalorização é o que proporciona a criação das zonas de ocupação irregulares pois no momento que determinada área se valoriza quem não tem uma renda suficiente acaba sendo jogado para áreas menos favorecidas dos centros urbanos onde os serviços públicos muitas vezes não chegam ou chegam de maneira ineficiente.

Segundo Silva (2003)

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desordenado da cidade tem gerado deformidades na estrutura física e social dos municípios. Os serviços públicos insuficientes e mal distribuídos, além de restringir o acesso da grande maioria da população, contribuem para uma atenção diferenciada do setor público, onde determinadas regiões concentram um número maior de serviços e equipamentos públicos, gerando noutras áreas uma perda acentuada no padrão de habitabilidade dos moradores.

O caso de incêndios em favelas vem se tornando um assunto cada vez mais debatido dentro das mais diversas ciências de cunho social (Sociologia, Ciencias Sociais, Psicologia), pois seu enfoque se dá de maneira que engloba múltiplos temas que merecem destaque e é realmente necessário que haja essa discussão, pois, o componente humano que está envolvido nesse caso é extremamente importante ser preservado. Falar desse tipo de desastre envolve percorrer certo caminho que às vezes se torna um pouco complicado de entender, pois vamos analisar um cenário que não pode ser tratado como uma coisa atual e sim um objeto construído em algum tempo que foi se consolidando até se tornar o que é visível hoje.

A Ocupação 8 de Março nos repassa a necessidade de discussão sobre esse tema e sua abordagem por parte da Geografia, visto que nesse caso o elemento humano e suas formas de organização no espaço juntamente com uma relação ambiental são a equação que resultam em áreas de risco.

Lugar

O Conceito de Lugar se encaixa bem nessa discussão pois retrata a questão do pertencimento ao local, uma questão de reconhecimento e de identidade que se fixa num panorama emocional e é abordado por diversos autores. Yi-Fu Tuan retrata muito bem essa discussão com explicações de como o ser humano se relaciona com o espaço a fim de construir uma certa condição sentimental que possibilitam a formação do Lugar.

Apesar da Ocupação 8 de Março ter um tempo curto desde sua criação até o incêndio (pouco mais de 5 anos) mas ali se estabeleceram relações, amizades, vínculos sociais e pessoais que marcaram e ainda marcam a vida de quem morou ali. Essas relações são justamente o que causam a sensação de pertencimento naquele

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local e isso é o suficiente para que a população que ali reside se mostrar muitas vezes resistente a mudanças e preservarem tanto seu lugar.

Isso também se reflete na questão de que mesmo sem condições nenhuma e com resistência para saírem do seu local de moradia, as pessoas que vivem em comunidades precárias também merecem que ocorra um rápido atendimento a elas em casos de desastres. Quando acontece um incêndio, por exemplo, que é um fenômeno que destrói muitas casas em pouco tempo, essa preocupação com o resgate é ainda maior, pois vidas e tudo que foi construído durante anos pode ser destruído diante dos olhos dessas pessoas e isso resulta também numa revolta da população para como os órgãos que deveriam prestar apoio à elas gerando situações como mostra a figura 2 se os moradores sentirem que está ocorrendo uma protelação na chegada de ajuda.

Figura 2: Reportagem sobre confusão entre moradores e Bombeiros Fonte: BBC Brasil, 2012

Risco

As situações de riscos estão presentes nos mais diversos locais, porém a maneira como esse risco é tratado determina se poderá ou não ocorrer um desastre ali. Se um milionário constrói sua casa numa encosta íngreme provavelmente ela não vai ter um risco de desabar pois ele irá contratar bons engenheiros, comprar bons materiais de construção, etc., já se uma pessoa de classe baixa for construir sua casa no mesmo terreno já tem um risco muito maior de perder sua residência e quem sabe até a vida pois como sua situação econômica é baixa ele não irá contratar profissionais para projetar sua casa nem comprar materiais tão bons para fazer a fundação da sua moradia.

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Segundo Almeida (2010, pag.87)

O risco é um construto eminentemente social, ou seja, é uma percepção humana. Risco é a percepção de um indivíduo ou grupo de indivíduos da probabilidade de ocorrência de um evento potencialmente perigoso e causador de danos, cujas consequências são uma função da vulnerabilidade intrínseca desse indivíduo ou grupo.

Tipos de Risco Definições, características, exemplos

Riscos Ambientais

Riscos Naturais

Riscos pressentidos, percebidos e suportados por um grupo social ou sujeito à ação passível de um processo físico natural; podem ser de origem litosférica (terremotos, desmoronamentos de solos, erupções vulcânicas) e hidroclimáticas (ciclones, tempestades, chuvas fortes, inundações, nevascas, chuvas de granizo, secas); apresentam causas físicas e escapam largamente a intervenção humana e são de difícil previsão. Riscos Naturais

Agravados Pelo Homem

Resultado de um perigo natural cujo impacto é ampliado pelas atividades humanas e pela ocupação do território: erosão, desertificação, incêndios, poluição, inundações e etc.

Riscos Tecnológicos

Distinguem-se em poluição crônica (fenômeno perigoso que ocorre de forma recorrente, às vezes lenta e difusa) e poluição acidental (explosões, vazamentos de produtos tóxicos, incêndios).

Riscos Econômicos, Geopolíticos e Sociais

Riscos atrelados à divisão e ao acesso a determinados recursos (renováveis ou não), que podem se traduzir em conflitos latentes ou abertos (caso das reservas de petróleo e água); podem ser ainda de origem nas relações econômicas na agricultura (insegurança alimentar), causas da globalização (crises econômicas), insegurança, violência em virtude da segregação socioespacial urbana, riscos à saúde (epidemias, fome, poluição, consumo de drogas etc.).

Quadro 1: Tipos de Riscos na Geografia

Fonte: Organizado por Almeida (2010), a partir de Veyret (2007).

O termo “risco” está associado a um adjetivo que o qualifica, porém, todos os riscos supracitados têm em comum sua espacialização em um território, sendo este o principal motivo de serem abordados pela Geografia (MEDEIROS,

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2014, p.29). Diante disso vemos que a população que mora em comunidades precárias está em constante risco e podemos citar vários tipos como tecnológicos, ambientais, sociais e diversos outros.

Vulnerabilidade

A vulnerabilidade de um indivíduo ou sociedade se dá basicamente como reflexo de como o mesmo está preparado seja física, ambiental, social ou economicamente para enfrentar certos eventos danosos. Um exemplo disso é quem possui maior poder aquisitivo, podendo assim instalar sua residência em um ambiente com risco de inundação, porém ao fazer isso consequentemente serão empregados recursos de engenharia que possibilita que a casa se mantenha firme mesmo passando por uma enchente. Agora se uma pessoa mais pobre construir sua casa no mesmo local do primeiro caso muito provavelmente ela se tornará mais vulnerável ao risco de perder seu imóvel pois não será feito uma construção tão resistente.

Estudar a vulnerabilidade nos dias atuais se torna extremamente importante visto que nossa sociedade se encontra cada dia mais próximas de locais perigosos, sendo assim a sensação e exposição ao risco cresce exponencialmente de maneira que em pouco tempo o planejamento urbano não atenderá as demandas pois a dinâmica urbana será muito forte e constante sendo impossível acompanhar e seguir ou impor padrões.

Quadro 2: Tipos de Vulnerabilidade

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1.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS9

Para essa pesquisa foi necessário realizar uma revisão bibliográfica em fontes para que as análises aqui contidas tivessem o embasamento necessário para a discussão. Vários trabalhos foram lidos e entre os mais diversos assuntos abordados (pobreza urbana, saúde, crescimento populacional, entre outros) fizemos uma seleção do que se tornaria importante discutir ou não.

As ideias perpassam pelos estudos urbanos, ambientais e sociais. Discutimos a questão do pertencimento, a condição social, econômica, estrutural da população de comunidades precárias. Os conceitos e definições sobre risco e vulnerabilidade também foram discutidos visto que esse é o enfoque desse trabalho, estudo dos pontos vulneráveis a fim de mitigar e prevenir riscos de desastres.

Percebemos que as mais diversas ciências estudam as favelas e os mais diversos tipos de comunidades, porém era importante tornar esse tema geográfico através de observações que nos permitiram localizar uma área que necessitava de estudo dentro de um contexto tão atual e pouco discutido (caso de incêndios em comunidades). Assim depois de definido nosso objeto de estudo tivemos o cuidado de aprofundar o conhecimento que antes era apenas empírico e muito do senso comum para que nossa discussão fosse validada e não nos deixássemos levar por preconceitos sobre esse tipo de locais.

Junto a isso foi necessário a pesquisa em meios digitais para que fosse possível adquirir uma base através de sites de acesso público ligados ao governo (IBGE, PNAD, entre outros) e também notícias sobre os fatos que aconteciam para

ratificar o que era pressuposto e isso acontecia por meio de pesquisa em notícias de

jornais, revistas, artigos científicos e afins.

Utilizamos imagens do Google Earth para que assim pudesse ser feito uma comparação espacial entre as comunidades e de maneira remota fossem coletadas imagens de padrões que não foram possíveis através de atividades de campo. Foram coletadas imagens in loco de algumas áreas trabalhadas na pesquisa como, por exemplo, da Ocupação 8 de Março, Guarapes, e também da ocupação Padre Sabino, nas Rocas. Contamos com o auxílio de softwares como o Qgis para

elaboração de mapas de localização.

Depois dessa etapa foi necessário para ter conhecimento sobre o real motivo do incêndio na ocupação 8 de Março e para que fosse realizado o

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19

levantamento das informações pertinentes a esse trabalho foram realizadas uma série de entrevistas com pessoas que coordenam grupos importantes nesse caso. Todos os entrevistados foram membros que ajudaram a comunidade, de suas mais diferentes formas e puderam mostrar o que tinha acontecido enriquecendo ainda mais essa discussão. O primeiro foi o Capitão Moisés, representando o CB, Comandante da Seção Independente de Defesa Ambiental, que no dia do incêndio era Oficial de Operações. Logo depois conversamos com Wellington, coordenador do MLB em Natal, e por último, Paulo Costa que no período do desastre era Coordenador da DC do município. Logo após essas entrevistas as respostas dos três foram conferidas, correlacionadas e puderam fornecer material necessário para embasar esse trabalho e dar resultados satisfatórios e verídicos.

Um ponto que fragilizou bastante esse trabalho e seus resultados foi a não aplicação de questionários. Era previsto a aplicação com todas as famílias que sofreram perdas no incêndio, porem devido a realocação dos moradores para um residencial que abriga também outras pessoas que eram de outros locais e como a lista desses moradores foi perdida não poderíamos encontrar todos eles para contribuírem com essa pesquisa. Devido esse contratempo foi necessário que os resultados fossem embasados sem a posição das pessoas que realmente foram prejudicadas e que poderiam contribuir de maneira mais fiel e intensa.

2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

Natal é a capital do estado do Rio Grande do Norte com uma área de aproximadamente 167 km², é a segunda capital brasileira com a menor área territorial e a sexta maior capital do país em densidade populacional (4.805,24 hab./km²). Fundada em 1599, às margens do Rio Potengi possui coordenadas geográficas referentes a 05° 47’ 42’’ de latitude sul e 35° 12’ 34’’ de longitude oeste do meridiano de Greennwich (mapa 1).

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Mapa 1: Localização do município de Natal/RN Fonte: Elaboração do autor, 2018

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De acordo com a estimativa realizada pelo IBGE, em 2018, a população do município é de 877 640 habitantes, sendo o décimo nono município mais populoso do país e sua região metropolitana, formada por outros treze municípios do Rio Grande do Norte, possui uma população de pouco mais de 1,5 milhão de habitantes, formando a quinta maior aglomeração urbana do Nordeste e a décima nona do Brasil. Limita-se com os municípios de Extremoz ao norte, Parnamirim ao

sul e Macaíba e São Gonçalo do Amarante a oeste, além do Oceano Atlântico a leste.

Natal possui clima tropical chuvoso com verão seco, com amplitudes térmicas relativamente baixas e umidade do ar relativamente alta, devido à sua localização no litoral, fazendo o efeito da maritimidade bastante perceptível. A capital potiguar ostenta o título de Cidade do Sol em função de sua elevada luminosidade solar, a maior dentre as capitais brasileiras, que ultrapassa 2 900 horas anuais. O índice pluviométrico anual é superior a 1 700 milímetros (mm), concentrados entre os meses de março e julho.

A Ocupação começou a ser criada em 2012, abrigava quase 200 famílias e estava localizada no Bairro Guarapes, Zona Oeste de Natal mais precisamente nas coordenadas UTM 249770.34 m E e 9353974.52 m S (mapa 2). Tinha uma área de cerca de 452 m² que eram ocupadas por habitações construídas de maneira muito precária com papelão, compensado, isopor entre outros materiais impróprios para esse tipo de construção como visto na figura 3.

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Mapa 2: Localização da Ocupação 8 de Março. Fonte: Elaboração do Autor, 2018

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Figura 3: Momento do Incêndio na ocupação 8 de Março Fonte: G1, 2017

Seu acesso se dava pela Rua Maranata e não apresentava sistema de saneamento que suprisse a demanda dos moradores pois existiam muitos pontos com esgoto a céu aberto e o sistema era feito pelos próprios populares com canos comprados pelos mesmos e feitos de maneira que não se tinha o devido cuidado e manutenção. Além disso o terreno ocupado era duna que teve sua vegetação natural retirada para construção dos barracos (figura 4)

Figura 4: Área antes de ser ocupada pela comunidade Fonte: Google Earth

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No dia 4 de outubro de 2017, um incêndio atingiu cerca de 90 casas na Ocupação 8 de Março, no bairro Guarapes, na zona oeste de Natal. Segundo informações do corpo de bombeiros, as chamas se espalharam após uma explosão (figura 5). Como as casas eram construídas de madeirite, lona e papel, o fogo se alastrou rapidamente, deixando muitas famílias sem abrigo. Felizmente, ninguém morreu ou saiu ferido. A ocupação 8 de Março, era constituída por centenas de famílias que desde 2012 lutavam por um local de moradia digna junto ao MLB. Se localizava nas proximidades dos conjuntos Leningrado e Santa Clara, e se deu em torno a um terreno cedido pela prefeitura ao governo estadual para construção de moradias, no entanto, o projeto não foi executado, por que o governo perdeu a verba, quando extrapolou o prazo para a execução do mesmo e assim o terreno foi devolvido para a prefeitura. Natal é a terceira capital com a maior taxa de desempregados, segundo o IBGE, então a situação dessas famílias é de extrema vulnerabilidade. Diante disso vemos a confirmação do que é colocado quando essas pessoas procuram esse tipo de ocupações para viverem, sem condições financeira não tem como se manterem em sua casa ou até mesmo não conseguem comprar uma e isso as levam a morar em áreas de comunidade precárias.

Figura 5: Notícia sobre o desastre na Ocupação 8 de Março Fonte: G1, 2017

Vemos nas figuras 6, 7, 8, 9 e 10 a situação da comunidade depois do incêndio, o cenário de destruição e sonhos de muitas pessoas em meio a cinzas.

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Figuras 6, 7, 8, 9 e 10: Área depois do desastre na Ocupação 8 de Março Fonte: Acervo do Autor, 2017

3 RISCOS EM COMUNIDADES PRECÁRIAS.

3.1 O QUE TORNA AS COMUNIDADES VULNERÁVEIS AO RISCO DE INCÊNDIO. Não é difícil observar nas comunidades, não só em Natal, mas de uma maneira geral, a precarização de praticamente tudo. Isso é um dos fatores que condicionam esses locais a uma vulnerabilidade em muitos aspectos: sociais, políticos, estruturais, entre outros. Isso se dá principalmente por causa da população

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que se encontra nesses locais (predominantemente negros e pobres) e pela forma como esses ambientes foram ocupados (maioria não possui a posse da terra). Sendo assim como dar direitos básicos a quem precisa ocupar ilegalmente uma terra para morar? Esse desafio para os órgãos governantes se reflete nos altos números sobre violência, homicídios e desemprego dentro das comunidades, nas condições de saneamento e outros demais fatores que nos mostram as condições de quem vive nesses locais.

Alguns fatores contribuem para que esses locais se encontrem à beira dos desastres (figura 11). Instalações elétricas malfeitas em postes, pontas de cigarro, os famosos gatos e o material de construção das moradias são os principais motivos para que incêndios ocorram e se propaguem de maneira tão rápida nesses espaços. A necessidade de moradia e energia somado com a falta de conhecimento sobre o risco a que estão expostos é um fator muito perigoso que infelizmente não está perto de ser erradicado de nossas sociedades.

Figura 11: Elementos causadores de incêndios. Fonte: Google Imagens, 2018

Além desses elementos acima citados temos outros que muitas vezes não podem ser prevenidos pois partem de um ponto muito pior e mais profundo: a crueldade humana. Exemplo disso, em Manila, capital das Filipinas muitos incêndios

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são tudo, menos acidentes (figura 12). Os grandes empresários e incorporadores se beneficiam dos incêndios para não pagarem indenizações aos antigos moradores, nem arcar com processos judiciais ou então esperar uma ordem de desapropriação formal para demolir as casas das comunidades, conhecido como “demolição a quente”. Um método bastante cruel desse tipo de caso é jogar gatos ou ratos encharcados de querosene em chamas no meio dos assentamentos e assim o animal pode incendiar muitos barracos antes de morrer. Na Índia muitos desses incêndios são produzidos pelos próprios líderes das comunidades visando embolsar parte das indenizações que o Estado paga às favelas e também receber alguma coisa dos grandes empreendedores que estariam interessados nesses “acidentes”. Ocorre de gangues ligadas a partidos políticos fazerem esses tipos de ações para “eliminar” os pobres ou pelo menos os deixar fragilizados e mudarem seu local de moradia.

Figura 12: Notícia de desastre nas Filipinas. Fonte: G1, 2014

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O mesmo tem ocorrido em favelas aqui no Brasil, mais precisamente no centro de São Paulo. Incêndios aleatórios que destroem casas de pessoas mais pobres que ocupam áreas mais valorizadas da cidade (figura 13). São os chamados incêndios higienizadores. “Limpam com Fogo” é um documentário que nos faz entender que, na maior cidade do país, acontecem incêndios no mínimo suspeitos. O fogo tem como objetivo de limpar áreas em regiões importantes da metrópole, de forma que os pobres, com seus barracos de madeira ou papelão, sejam expulsos e substituídos por grandes empreendimentos imobiliários para quem tem poder aquisitivo mais alto.

Figura 13: Casos de incêndios suspeitos em SP Fonte: Artigos e Jornais

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3.2 ATUAÇÃO DA DEFESA CIVIL E CORPO DE BOMBEIROS EM CASOS DE INCÊNDIOS E RELAÇÕES ENTRE AS COMUNIDADES PRECÁRIAS DE NATAL

Segundo Welington - coordenador do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas/Natal - a primeira tentativa de apagar o fogo que tinha sido iniciado num barraco foi por parte dos próprios moradores. Jogando areia começaram a tentar abafar o fogo que já se alastrava de maneira rápida e assim procuravam salvar seus barracos e objetos de valor. Segundo o mesmo assim que chegou o CB começaram os trabalhos a fim de apagar o incêndio e com todos os recursos disponíveis fizeram um bom trabalho no local. Assim que o fogo estava sendo contido alguns fatores atrapalharam a atuação dos profissionais como o vento que no momento estava muito forte, o que ocasionou que o fogo atingisse um cajueiro que se localizava no meio da comunidade que resultou na queima de barracos que estavam do outro lado.

De acordo com o Capitão Moisés que era o Oficial de Operações no dia do incêndio a atuação dos bombeiros foi rápida e eficiente visto que esses profissionais já contam com treinamento específico para esse tipo de caso, porém como em todas a situações algumas variáveis acabam interferindo no trabalho do mesmo, como foi o exemplo do vento que acabou levando o fogo para outra parte da comunidade. De toda forma as pessoas afetadas pelo incêndio conseguiram se retiradas do local sem nenhum ferimento ou algo mais grave. Para esse acontecimento foi enviado pessoal que supriu a demanda e também veículos para apagar o fogo de Natal e Parnamirim.

A Defesa Civil também foi fundamental nesse trabalho pois ela foi a responsável pelo apoio aos Bombeiros e a população. Atuou na parte de coordenação dos trabalhos e na retirada das pessoas do local e levada dos mesmo para o colégio onde ficaram abrigadas.

Notamos aqui que tanto o Corpo de Bombeiros como DC foram partes cruciais na ocorrência que aconteceu no Ocupação 8 de Março. Seria impossível das equipes que participaram salvar todos os moveis e imóveis devido as condições acima citadas, porem quando a parte humana é zelada e preservada percebe-se que o trabalho foi feito de maneira correta, principalmente em casos de incêndios que são mais rápidos e perigosos.

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que nos mostram as condições das pessoas que ali vivem. Casas com o mínimo de estrutura para que seja possível a moradia que servem de abrigo para 4,5 ou até mais indivíduos que são obrigados a se acomodarem em condições tão precárias (figura 14 e 15).

Isso é reflexo imediato da condição social desse local, se essa população se submete a morar nesse tipo de habitação é simplesmente porque não tem condições de comprar um terreno em bons locais e muito menos para construir suas casas com materiais próprios para isso. Logo depois disso podemos relacionar isso a questão de políticas públicas que não são implantadas nessas regiões menos favorecidas socialmente.

Os serviços de saúde não chegam, linhas de ônibus não passam, escolas não são tão próximas, a segurança é quase inexistente, o sistema de saneamento (quando existe) é insuficiente, enfim, essa população é muito fragilizada pois para ela é negado direitos básicos do cidadão e isso se concretiza quando nesses locais temos os índices que nos mostram baixa escolaridade, doenças, violência, tráfico, prostituição, entre outros casos que se disseminam nesse ambiente que servem para que ele seja ainda mais marginalizado e visto apenas por suas características negativas sendo que isso é algo construído justamente por falta de um olhar mais humano por parte dos órgãos governantes para que essa situação seja revertida e essas pessoas tenham direitos iguais ao de outras parcelas da sociedade.

Figuras 14 e 15: Tipos de moradia na Ocupação 8 de Março Fonte: Google Street, 2016

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Como essas comunidades são construídas muitas vezes em terrenos ocupados de maneira irregular cada metro é aproveitado e isso acaba causando o que vemos na foto a seguir, ruas muito estreitas que de certo modo potencializam a vulnerabilidade dessas pessoas. Se ocorrer um incêndio em algumas das casas no fim do beco apresentado na figura 16 a população em pânico pode se machucar na correria para tentar salvar alguma coisa e se salvar acima de tudo, e também será difícil o acesso por parte do CB para apagar o fogo. Para pessoas com algum tipo de deficiência é quase impossível o acesso a esses locais. Dito isso vemos que as ferramentas de planejamento urbano não controlam esse fenômeno que acaba se tornando comum para esses moradores.

Figura 16: Comunidade Beira Rio, Ruas muito estreitas. Fonte: Google Street, 2018

A questão do saneamento como já foi discutido é algo bastante importante, e frequentemente é perceptível cenas de esgoto a céu aberto, lixo nas ruas e isso já se tornou algo tão comum que muitas pessoas nem se incomodam mais com presença de animais como ratos, baratas, mosquito, com mal cheiro mesmo que isso esteja presente na porta de sua casa (figura 17 e 18).

No Brasil o Saneamento Básico é regulamentado por diversas leis e regulamentos. A principal é a Lei Federal 11.445/07 que define saneamento como abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e drenagem

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de manejo das águas pluviais urbanas. Assim vemos que essas pessoas não estão tendo acesso ao simples direito que elas têm, e dessa forma estão expostas a vários riscos (saúde, por exemplo) apenas por sonegação e protelação da chegada de serviços públicos nesses espaços.

Figura 17 e 18: Comunidade Frei Damião, esgoto a céu aberto. Fonte: Google Street, 2018

Se olharmos essas comunidades de um ângulo mais favorável e que nos permita fazer as comparações vemos que todas praticamente seguem o mesmo padrão acima citados. Na figura 19 vemos como esses padrões de construção se mostram e como se relacionam diante de um cenário de risco e vulnerabilidade. Casas totalmente coladas com seus vizinhos, ruas muito estreitas, sistema de saneamento deficitário, algumas casas construídas em meio a vegetação ou com materiais de baixa qualidade, entre outros aspectos que denotam a exposição ao risco.

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Figura 19: 1- Beira-Rio, 2- Frei Damião, 3- Maruim e 4- Mosquito Fonte: Google Earth

3.3 MEDIDAS QUE PODEM CONTRIBUIR COM O PMRR.

É necessário para diminuição das perdas no caso de desastre que a comunidade esteja ciente da situação que ela se encontra e assim possa agir de maneira consciente e organizada para evitar e mitigar as situações danosas que possam ocorrer em seu ambiente de morada.

Uma medida muito importante que pode ser realizada é a preparação dos moradores com minicursos que alertem sobre os riscos que existem nessas comunidades e como agir diante de algum fenômeno e também a quem eles devem pedir assistência em situações adversas. Assim como os adultos devem ser alertados sobre os perigos é importante que as crianças também sejam educadas para conhecer o local onde vivem e levar esse conhecimento para dentro de casa e assim possam agir de maneira segura.

A oferta de palestra sobre situações de risco e desastre além de serem uma proposta mais viável e barata levando em conta a crise econômica que é assunto constantemente tocado pelos gestores dos municípios, trabalha a

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prevenção antes da remediação, coisa que em nosso país é muito raro.

Partindo para medidas mais estruturais é interessante vermos exemplos de outros países sobre como eles trabalham a questão da prevenção e mitigação. Em muitas favelas de países mais pobres as tecnologias de sistemas de alarmes para prevenção de desastres já existem. Podem ser usadas para movimentos de massas, enchentes, e nesse caso para incêndios.

Na África do Sul as favelas existem em enorme quantidade e atrelado a isso a ocorrência de incêndios é muito grande (figura 20). Visto isso a Lumkani, uma empresa social lançada por estudantes sul- africanos, resolveu fornecer um dispositivo detector de calor em rede para diminuir os riscos de incêndio em assentamentos informais rurais e urbanos (figura 21). O dispositivo consiste em um alarme que detecta não somente a fumaça que é produzida no ambiente pois ela pode ter várias fontes (cozimento, iluminação e aquecimento) mas também o calor do local e a partir disso dispara um sinal sonoro que se conecta com outros dispositivos em um raio de 60 metros para alertar a comunidade sobre o incêndio. Ele também envia uma mensagem de texto para o celular das pessoas da casa e seus vizinhos sobre o fenômeno avisando com precisão sobre onde está ocorrendo e logo depois envia outra mensagem para os órgãos de defesa do município contendo as coordenadas do desastre.

Figura 20: Notícia sobre sensor de incêndio Fonte: UOL, 2016

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Figura 21: Marca e produto para alarme no caso de incêndio. Fonte: Lumkani, 2014

Diante disso podemos notar como colocar as pessoas que moram em situação de risco dentro de casas em locais seguros se torna muito mais vantajoso não somente financeiramente pois evitará que o governo pague indenização, auxílio- aluguel entre outras coisas, mas também se evita que vidas sejam perdidas e que toda uma memória afetiva que as pessoas têm sobre seus pertences se percam.

O caso da comunidade do Maruim, nas Rocas, Zona Leste de Natal, é bastante emblemático, pois mostra que é possível levar quem mora em comunidades precárias para lugares onde elas terão uma condição de vida mais digna. As obras para realocação começaram em 2013 e tinha prazo de entrega para 2014-2015, porém, como quase toda obra pública, sofreu alguns atrasos sendo concluída somente em 2016 e logo depois da mudança dos moradores a antiga comunidade está sendo demolida para um processo de urbanização da área e construção de um centro comercial que empregará os ex-moradores do Maruim (figura 22).

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Figura 22: Notícias sobre a construção de moradias Fonte: Tribuna do Norte, 2013, 2014, 2016 e 2018

4 RESULTADOS

É perceptível que no município de Natal existem várias comunidades que precisam de atenção no que se refere a casos de incêndio. Sendo assim o que ocorreu na Ocupação 8 de Março foi um acontecimento quase que inédito em Natal, porém poderia ter sido evitado se desde antes do início da ocupação se instalar ali as medidas públicas tivessem ocorrido de acordo com o planejamento já feito. A construção de casas para pessoas necessitadas é muito mais que apenas uma forma de planejamento e organização urbana, é uma garantia de direito e de uma vida mais digna pois somente quem mora nesse tipo de situação sabe como é importante ter

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um teto sobre sua cabeça sem o perigo do mesmo cair ou ser consumido num piscar de olhos pelo fogo.

A Ocupação 8 de Março infelizmente nos serve como um exemplo negativo de como as medidas preventivas de desastre devem se voltar para todos os aspectos que apresentem riscos. De acordo com os moradores e bombeiros foi um curto circuito que produziu faíscas e assim começou o fogo em um barraco, diante disso percebemos que não é somente pessoas que vivem em ocupações que estão sujeitas a esse tipo de acidente.

É muito comum vermos “gatos” nos mais diversos locais, até em prédios públicos é uma imagem frequente e isso denota no risco que ultrapassa o limite social e acaba se adaptando aos mais diversos ambientes, o famoso e velho “jeitinho brasileiro” de resolver as coisas.

Quem mora em comunidades precárias não possui verba para contratar um eletricista e nem mesmo para pedir que empresas que cuidam da parte elétrica do município, seja ela estatal ou privada, para consertar, instalar ou fazer qualquer tipo de reparo nas suas instalações então na base do improviso essas pessoas levam energia para sua casa para poderem realizar suas tarefas diárias.

A origem das pessoas que ocupam esses assentamentos precários, grosso modo, são indivíduos, ou até mesmo famílias, que vêm de outras cidades (geralmente do interior) para trabalharem nas capitais ou regiões metropolitanas e por não terem condições financeiras e onde instalar suas moradias acabam ocupando locais que não apresentam condições mínimas para instalarem suas residências (mangue, campos de dunas, encostas, entre outras) como mostra a figura 23. “Este tipo de aglomerado pode surgir da ocupação de áreas pouco propícias à urbanização regular, como encostas de elevada declividade, áreas sujeitas à inundação, áreas de manguezal ou de praia, sendo frequente sua localização próxima a áreas com grandes concentrações de emprego e infraestrutura” (IBGE,2010).

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Figura 23: Locais onde se instalam as moradias em aglomerados Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2010

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Se torna imprescindível que tenhamos um PMRR e um PCD em que essa esfera de análise seja destacada visando a proteção das pessoas que se encontram em situação de risco a esse fenômeno. No atual PMRR não é citado esse caso de risco de incêndios seja em comunidades precárias ou em outros locais e em mais de 120 páginas do mesmo a palavra incêndio não aparece.

O planejamento urbano não acompanhada de maneira eficaz o crescimento da cidade e isso é o principal fomentador das áreas de risco e assim é necessário que o poder público conte com medidas que viabilizem a realocação dos moradores dessas áreas para locais seguros. Isso pode ser feito em parceria com as organizações a frente dos movimentos sociais por moradias, como o MLB.

É notável que a DC e o CB possuem treinamento e capacidade para lidar com esse tipo de situação, mas é importante que ambos possam passar esse conhecimento para a população e assim criem uma forma de que quando esse

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fenômeno venha a ocorrer as pessoas saibam a quem chamar e o que fazer.

Notamos aqui a importância dos movimentos sociais, em especial o MLB, na luta pelos direitos das famílias que moram em situação irregular e de risco. Através do esforço e coragem dessas pessoas em bater de frente com o Poder Público e outros tantos poderosos, através de suas reivindicações e de busca por representatividade que muitas pessoas conseguiram sair de ocupações ilegais e adquiriram sua casa própria e mais dignidade em suas vidas.

É de suma importância que a Universidade e Órgãos Públicos firmem parcerias em prol de uma contribuição mútua, de um lado oferecendo a ciência e pesquisadores aptos a elaborarem soluções sociais e técnicas para os problemas urbanos, e de outro, recursos para que mais pesquisas sejam feitas, materiais que contribuam com as investigações (laudos, relatórios, entre outros) e assim possa ser firmado aquilo que é exposto em sala de aula e a ciência possa ser usada em benefício da sociedade.

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