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Academic year: 2021

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TÍTULO: ESTUDO COMPARATIVO DA PASSIVAÇÃO DOS AÇOS AISI 430 E AISI 439 COM ÁCIDO NÍTRICO EM DIFERENTES TEMPERATURAS

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA ÁREA:

SUBÁREA: QUÍMICA SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE SÃO BERNARDO DO CAMPO - FASB INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): VICTOR DOS SANTOS PINHEIRO, AMANDA GOMES DO NASCIMENTO, FÁBIO BARBOSA MIMURA, FERNANDO HENRIQUE DA COSTA JESUZ, VICTOR MATHEUS SILVEIRA PEREIRA

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): MAURICIO MARQUES PINTO DA SILVA ORIENTADOR(ES):

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1. RESUMO

Foi feito o estudo da passivação dos aços ferríticos AISI 430 e AISI 439, em meio oxidante de ácido nítrico20% v/v a 40ºC, no qual comparou-se a resistência à corrosão em meios de HCl em diversas concentrações. A análise foi feita com base no acompanhamento dos potenciais de circuito aberto (Eca) por 60 minutos. Passivado nessas condições, a camada formada no aço AISI 430 resistiu até HCl 0,5 mol.L-1, quando passivado por 15 minutos e 30 minutos. Já a camada formada no aço AISI 439 resistiu até HCl 1,0 mol.L-1, quando passivado por 30 minutos, e até HCl 0,9 mol.L-1, quando passivado por 15 minutos. Comparando-se os resultados de trabalhos anteriores, do estudo da passivação desses aços com ácido nítrico 20% v/v em temperatura ambiente, observou-se que o aço AISI 430 também resistiu até HCl 0,5 mol.L-1, quando passivado por 15 minutos e 30 minutos e o aço AISI 439 resistiu até HCl 0,5 mol.L-1, quando passivado por 15 minutos e 30 minutos, o que mostra que o aumento da temperatura durante a passivação melhorou os resultados para o aço AISI 439, sendo, entretanto, indiferente para o aço AISI 430.

2. INTRODUÇÃO

O aço inoxidável surgiu no início do século XX, na Alemanha com Eduard Maurer e Benno Strauss e na Inglaterra com Harry Brearly. São basicamente ligas de ferro-cromo tipicamente com teores iguais ou superiores a 11% de ferro-cromo, podendo conter também a presença de outros metais; porém, o cromo é o mais importante e sua presença é essencial para se conferir a resistência à corrosão desejada (MA, 2012).

Os aços ferríticos são ligas ferro-cromo, na qual o nível de carbono é mantido a níveis baixos (C<0,08%) e o teor de cromo varia de 10,50 a 30,00%. Alguns aços ferríticos contêm molibdênio (no máximo 4,00%); porém, apenas o cromo é considerado como elemento principal da liga. Não podem ser endurecidos por tratamento térmico, sendo que em trabalhos a frio, são endurecidos moderamente. Apresentam uma boa resistência à corrosão em meios menos agressivos, razoável soldabilidade, boa ductilidade e são magnéticos. São muito utilizados, por exemplo, no sistema de

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exaustão de veículos (11,00% de cromo), na guarnição automotiva (17,00% de cromo e 1,50% de molibdênio, em tanques de água quente (18,00% de cromo e 2,00% de molibdênio e titânio) e também são muito empregados nas indústrias, principalmente por ter uma alta resistência à corrosão sob tensão, além de ser muito bom em processos de trocas térmicas, por apresentar uma alta condutividade térmica. (CUNAT, 2004).

Na tabela 1 estão descritas as composições dos aços estudados (aços ferríticos AISI 430 e 439 - ARTEX).

Tabela 1: Composição dos aços ferríticos deste estudo (AISI 430 e 439) Aço AISI 430 Aço AISI 439

Co m p o s ã o Carbono(C) < 0,12% < 0,030% Manganês (Mn) < 1,00% < 1,00% Silício (Si) < 1,00% < 0,040% Fósforo (P) < 0,040% < 0,030% Enxofre (S) < 0,030% < 1,00% Cromo (Cr) 16,00 a 18,00% 17,00 a 19,00% Níquel (Ni) - - Molibdênio (Mo) - < 0,030% Outros - N2 = 0,030% 0,2% + 4% (C+N) ≤ Ti(+Nb ) < 0,75%

A resistência à corrosão destes aços se deve ao processo de passivação que se define pela formação espontânea de um filme fino sobre a superfície, uma vez que reage com o meio ambiente, chamado de camada passiva que é rica em óxido de cromo e tem a função de proteger a superfície do aço contra processos corrosivos (SCHMUKI, 2002). Entretanto, um ataque químico ou mecânico pode danificar esta camada e ocasionar a corrosão do material, pois ela não é tão resistente, por ser porosa e irregular.

Deste modo, pesquisadores buscam por outros tipos de passivação que forneça uma camada protetora à superfície mais espessa, uniforme e resistente (LILLARD et al,

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2011; WALLINDER et al, 1998). Há trabalhos que definem este tipo de tratamento como uma “sobre-passivação” (over-passivation), já que qualquer benefício será além do que já é concedido pelo filme passivo formado espontaneamente (NOH et al, 2000).

3. OBJETIVOS

Avaliar e comparar a resistência da camada passiva formada nos aços AISI 430 e AISI 439, quando passivados com ácido nítrico 20% v/v à 40°C e submetidos ao meio corrosivo de HCl à temperatura ambiente em diversas concentrações.

Determinar o limite de passivação para esses dois aços nessas condições de passivação.

Comparar os dados obtidos nessas condições com dados de quando esses mesmos aços foram passivados com ácido nítrico 20% v/v em temperatura ambiente (TOLEDO, L. T. et al – 13ª CONIC - SEMESP/2013).

4. METODOLOGIA

As placas dos aços AISI 430 e AISI 439 foram lixadas utilizando lixas de 320, 400 e 600 mesh. Logo após, foram lavadas com água destilada e secas com ar quente. Utilizou-se solução de ácido nítrico20% v/v a 40ºC (temperatura controlada em banho-maria com termostato) para a passivação dos aços, que ocorreu durante 15 ou 30 minutos. Após esses tempos, as placas foram retiradas da solução de ácido nítrico, e novamente lavadas com água destilada e secas com ar quente.

Em seguida, as placas foram submetidas ao meio agressivo de HCl em diferentes concentrações à temperatura ambiente, onde acompanharam-se por 60 minutos os valores de potenciais de circuito aberto (Eca), sendo que os potenciais obtidos após 60 minutos foram considerados como potenciais de corrosão (Ecorr) devido a serem valores praticamente estacionários. Foram utilizados eletrodos de calomelano saturado (ECS) como referência.

Para atestar se realmente as passivações estavam sendo eficientes, foram feitos os acompanhamentos por 60 minutos dos potenciais de circuito aberto (Eca) para

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placas não passivadas com ácido nítrico, tornando possível o comparativo entre a resistência ao meio corrosivo estudado (HCl em diversas concentrações) de placas passivadas (nas condições descritas acima) e não passivadas.

5. DESENVOLVIMENTO

O tratamento químico de passivação visa ampliar a vida útil de aços inoxidáveis nos mais variados setores industriais, protegendo sua superfície metálica contra meios corrosivos agressivos, facilitando assim transporte ou armazenamento destes materiais (GENTIL, 2011).

A camada passiva natural formada na superfície do aço inoxidável é porosa e irregular, um dos fatores que limita a sua resistência em meios agressivos. Sendo assim, é necessário oferecer boas condições para a formação de uma camada menos porosa, uniforme e compacta na superfície por decapagem mecânica e posterior imersão no banho oxidante. A camada formada pela imersão do aço inoxidável em soluções de ácido nítrico possui alto teor de cromo, o que confere potenciais de corrosão mais nobres, ou seja, mais positivos quando submetido a testes de medição à corrosão.

Deste modo, para avaliar se há uma melhor resistência à corrosão dos aços inoxidáveis ferríticos AISI 430 e 439, realizou-se a passivação com ácido nítrico 20% v/v à 40ºC em diferentes tempos de imersão, avaliando-se a sua resistência ao meio corrosivo HCl em diferentes concentrações.

O trabalhou baseou-se em normas técnicas (com algumas adaptações) de processos de passivação para aços inoxidáveis ferríticos (ASTM –A 967-05), em que são abordadas variáveis a serem utilizadas na passivação, tais como: concentração, temperatura e tempos de imersão na solução passivante.

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6. RESULTADOS

Os dados da Tabela 2 apresentam os potenciais de corrosão (Ecorr) obtidos para o aço AISI 430.

Tabela 2: Valores de potencial de corrosão (mV/ECS) para o aço AISI 430 em meios corrosivos de HCl. AÇO AISI 430 Sem Passivação Passivado em HNO3 20% (v/v) - Temperatura Ambiente Passivado em HNO3 20% (v/v) - 40 °C Branco 15 min 30 min 15 min 30 min HCl

(mol.L-1)

0,5 -489 ± 1* - 196,0 ± 0,5* -196 ± 24* -171 ± 10 -142 ± 16 0,7 -481 ± 1* -485 ± 4 -483,0 ± 0,5* -481 ± 6 -485 ± 1 *TOLEDO, L. T. et al – 13ª CONIC - SEMESP/2013.

Nota-se que tanto na passivação realizada à temperatura ambiente quanto a 40ºC, só houve resistência até o meio corrosivo HCl 0,50 mol.L-1, com valores de Ecorr mais positivos no tratamento à 40ºC em relação ao ensaio sem passivação (branco). Neste caso a temperatura e o tempo de imersão não foram um grande fator de melhoria para a passivação, apresentando resultados próximos.

Tabela 3: Valores de potencial de corrosão (mV/ECS) para o aço AISI 439 em meios corrosivos de HCl. AÇO AISI 439 Sem Passivação Passivado em HNO3 20% (v/v) - Temperatura Ambiente Passivado em HNO3 20% (v/v) - 40 °C Branco 15 min 30 min 15 min 30 min

HCl (mol.L-1) 0,5 -484 ± 1* -131 ± 5* -151 ± 8* -64 ± 0,5 -144 ± 52 0,7 -475 ± 1* -486 ± 7* -479 ± 1* -83 ± 13 -96 ± 3 0,9 -475 ± 1 N/A N/A -24 ± 2 -62 ± 6 1,0 -471 ± 2 N/A N/A -445 ± 15 -92 ± 12 1,1 -464 ± 1 N/A N/A N/A -474 ± 16 *TOLEDO, L. T. et al – 13ª CONIC - SEMESP/2013.

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Para a passivação do aço AISI 439, observa-se na tabela 3 que na passivação à temperatura ambiente por 15 e 30 minutos os valores de Ecorr encontram-se mais positivos em relação ao ensaio sem passivação (branco) quando submetidos ao meio HCl 0,50 mol.L-1, indicando que houve a formação de uma camada passiva sobre a superfície capaz de protegê-la dos meios corrosivos. Quando a passivação é realizada à temperatura mais elevada de 40ºC, nota-se que os valores de Ecorr para a passivação de 15 minutos são mais positivos até a concentração de HCl 0,90 mol.L-1 e para a passivação de 30 minutos até HCl 1,0 mol.L-1, mostrando uma melhor proteção contra a corrosão.

Gráfico 1 - Potencial de circuito aberto (mV/ESC) AISI 430 e AISI 439 em meio corrosivo HCl 0,70 mol.L-1

No Gráfico 1, tem-se as curvas de variação dos potenciais de corrosão (Ecorr) para os aços ferríticos AISI 430 e 439, com ou sem tratamento de HNO3 20% à 40ºC

em diferentes tempos quando submetidos ao meio corrosivo HCl 0,70 mol.L-1. Observa-se que nesta condição apenas o aço AISI 439 é capaz de resistir ao meio, apresentando valores de Ecorr mais positivos em relação ao sem tratamento de passivação (branco). Para a passivação do aço AISI 430, submetido à mesma

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concentração de meio corrosivo, não houve resistência e proteção a superfície do aço, mostrando um perfil semelhante àquele não passivado (branco).

Deste modo, fica evidenciado que o aço AISI 439 apresenta melhores resultados para o tratamento de passivação, resistindo a concentrações superiores de HCl. Nota-se também que, após 60 minutos, os potenciais estão praticamente estabilizados e por esse motivo são considerados como potenciais de corrosão (Ecorr).

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos resultados obtidos experimentalmente, pode-se concluir que a camada passiva formada no aço AISI 430 ao ser passivado com ácido nítrico 20% v/v à 40ºC, suporta até o meio corrosivo de HCl 0,5 mol.L-1, para quando passivado por 15 e 30 minutos. Ao ser passivado com ácido nítrico 20% v/v à temperatura ambiente, suporta no máximo essa mesma concentração (TOLEDO, 2013).

A camada passiva no aço AISI 439 ao ser passivado com ácido nítrico 20% v/v à 40°C, suporta até meios corrosivos de HCl 0,9 mol.L-1, para quando passivado por 15 minutos, e HCl 1,0 mol.L-1, para quando passivado por 30 minutos. Ao ser passivado com ácido nítrico 20% v/v à temperatura ambiente, suporta no máximo o meio corrosivo de HCl 0,5 mol.L-1, quando passivado durante 15 e 30 minutos concentração (TOLEDO, 2013).

Ao comparar os dados obtidos para o aço AISI 430 e para o aço AISI 439, pode-se concluir que o aumento da temperatura do banho passivante não melhora a resistência da camada formada no aço AISI 430, entretanto, aumenta a resistência da camada formada no aço AISI 439 consideravelmente, sendo que a mesma suporta o dobro da concentração de HCl quando passivada à 40ºC com ácido nítrico 20% v/v por 30 minutos.

Neste estudo, concluiu-se ainda que o aço AISI 439 passivado com ácido nítrico 20% v/v à 40°C resiste a concentrações mais altas que o aço AISI 430, tanto quando passivado por 15 minutos, quanto por 30 minutos, podendo assim ser submetido a condições mais agressivas.

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8. FONTES CONSULTADAS

ARTEX - Tipos de Aços Inox comercializados. [S.I.:S.n.] Disponível em: <http://www.acoartex.com.br/tipos_aco.pdf> Acesso em: 22 mai 2015.

ASTM A969-05. “Standard Specification for Chemical Passivation Treatments for Stainless Steel Parts”.

CARBÓ, Héctor Mario. DECAPAGEM E PASSIVAÇÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS. Acesita S/A. 2005.

CUNAT, P.J. Alloying elements in stainless steel and other chromium-containing alloys. ICDA, Paris, 2004.

DA SILVA, Eduardo Miguel. Estudo da Correlação entre o Aporte Térmico, as Propriedades Magnéticas e a Corrosão sob Tensão em Juntas Soldadas de Aço Inoxidável Ferrítico AISI-409. 2011. Tese de Doutorado. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ.

GENTIL, V. Corrosão. 6. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011. p. 120-121.

LILLARD, R. S.; VASQUEZ, G.; BAHR, D. F. The kinetics of anodic dissolution and repassivation on stainless steel 304L in solutions containing nitrate. Journal of The Electrochemical Society, v. 158, n. 6, p. C194-C201, 2011.

MA, Fong-Yuan. Corrosive effects of chlorides on metals. INTECH Open Access Publisher, 2012.

NOH, J. S. et al. Effects of nitric acid passivation on the pitting resistance of 316 stainless steel. Corrosion science, v. 42, n. 12, p. 2069-2084, 2000.

NÚCLEO INOX. (2011). “Coletânea de Informações Técnicas - Aço Inoxidável”, Apostila, pág.1-22.

SCHMUKI, P. From Bacon to barriers: a review on the passivity of metals and alloys. Journal of Solid State Electrochemistry, v. 6, n. 3, p. 145-164, 2002.

TOLEDO, L. T.; CAMPILLO, B. V.; SOARES, T. C.; SILVA, M. M. P. Estudo da passivação dos aços inoxidáveis AISI 430 e 439. In: ANAIS DO XIII CONGRESSO NACIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – SEMESP, 2013. Disponível em: <http://conic-semesp.org.br/anais/anais-conic.php> Acesso em 16 ago. 2015

WALLINDER, D. et al. EIS and XPS study of surface modification of 316LVM stainless steel after passivation. Corrosion Science, v. 41, n. 2, p. 275-289, 1998.

Referências

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