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Níveis de ruídos em operações agrícolas

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CURSO DE AGRONOMIA

FELIPE MACHADO

NÍVEIS DE RUÍDOS EM OPERAÇÕES AGRÍCOLAS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PATO BRANCO

2016

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CURSO DE AGRONOMIA

FELIPE MACHADO

NÍVEIS DE RUÍDOS EM OPERAÇÕES AGRÍCOLAS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PATO BRANCO

2016

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FELIPE MACHADO

NÍVEIS DE RUÍDOS EM OPERAÇÕES AGRÍCOLAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Agronomia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Pato Branco, como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro Agrônomo. Orientador: Prof. Dr. Alcir José Modolo

Coorientador: Prof. Dr. José Ricardo da Rocha Campos

PATO BRANCO

2016

(4)

. Machado, Felipe

Níveis de Ruídos em Operações Agrícolas / Felipe Machado. Pato Branco. UTFPR, 2016

44 f. : il. ; 30 cm

Orientador: Prof. Dr. Alcir José Modolo

Coorientador: Prof. Dr. José Ricardo da Rocha Campos

Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curso de Agronomia. Pato Branco, 2016.

Bibliografia: f. 40 – 42

1. Agronomia. 2. Ergonomia I. Modolo, Alcir José, orient. II. Campos, José Ricardo da Rocha, coorient. III. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curso de Agronomia. IV. Título.

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Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Câmpus Pato Branco

Departamento Acadêmico de Ciências Agrárias

Curso de Agronomia

TERMO DE APROVAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso - TCC

NÍVEIS DE RUÍDOS EM OPERAÇÕES AGRÍCOLAS

por

FELIPE MACHADO

Monografia apresentada às 10 horas 20 min. do dia 30 de novembro de 2016 como requisito parcial para obtenção do título de ENGENHEIRO AGRÔNOMO, Curso de Agronomia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Pato Branco. O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo-assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho APROVADO.

Banca examinadora:

Prof. Dr. Robson Gonçalves Trentin

UTFPR

Prof. Dr. José Ricardo da Rocha Campos

UTFPR Coorientador

Prof. Dr. Alcir José Modolo

UTFPR Orientador

A “Ata de Defesa” e o decorrente “Termo de Aprovação” encontram-se assinados e devidamente depositados na Coordenação do Curso de Agronomia da UTFPR Câmpus Pato Branco-PR, conforme Norma aprovada pelo Colegiado de Curso.

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Dedico este trabalho à todos aqueles que, de alguma forma, auxiliaram na minha jornada até aqui, meus pais Gerson e Marivône, minha namorada Renata, toda minha família, meus amigos, aos professores e à Deus.

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AGRADECIMENTOS

À Deus

Aos meus pais Gerson e Marivône, pelo apoio incondicional e paciência durante minha graduação.

À minha namorada Renata, pelo companheirismo durante esta etapa. Ao Sr. Gilberto Martinello, por ceder seu tempo e propriedade para realizar minhas atividades.

Aos meus amigos e colegas da graduação os quais me ajudaram na concretização desta conquista.

Aos professores Dr. Alcir José Modolo e Dr. José Ricardo da Rocha Campos, pela orientação e amizade.

Às instituições de apoio a iniciação científica CNPQ e Fundação Araucária, pela concessão de bolsas durante o curso.

Aos professores da UTFPR, que me aturaram durante todos estes anos e compartilharam de seus conhecimentos.

À Universidade Tecnológica Federal do Paraná, por ter proporcionado a realização deste sonho.

Ao Governo Federal, pela oportunidade de estudos no exterior por meio do programa Ciências sem Fronteiras.

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“O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.”

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RESUMO

MACHADO, Felipe. Níveis de Ruídos em Operações Agrícolas. 44 f. TCC (Curso de Agronomia), Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco, 2016.

Este trabalho foi conduzido em propriedade particular, localizada na cidade de Pato Branco, Paraná, com o objetivo de avaliar os níveis de ruídos emitidos por dois tratores (com e sem cabine) em diferentes operações agrícolas. Para a medição dos ruídos emitidos pelos tratores foi utilizado um decibelímetro digital da marca ICEL, modelo DL-4200, no circuito de resposta rápida (fast) e de equalização “A” para perto do operador e “C” para as máquinas. Foi feita uma malha amostral para um espaço quadrado de 30 metros de lado, posicionando-se o trator no meio deste plano e, posteriormente, foram marcados pontos a cada 3 metros do trator. O cruzamento das retas determinou os pontos de coletas, totalizando 121 pontos. Foram usados os seguintes maquinários: Trator New Holland TL75, 75 cv, ano 2013, com cabine; Trator Valtra BM110, 110 cv, ano 2005, sem cabine; Batedor de cereais; Pulverizador de barras Jacto. Durante as avaliações, ambos os tratores trabalharam com rotação constante de 2200 rpm, com rotação de 540 rpm na Tomada de Potência (TDP). As leituras dos ruídos emitidos pelos tratores foram feitas por um período de 5 segundos para cada ponto de avaliação, junto ao operador e nas 4 direções, totalizando 126 amostras de ruídos para cada operação. Os conjuntos de máquinas foram denominados como: TCP - trator com cabine mais pulverizador de barras; TCB - tator com cabine mais batedor de cereais; TSP - trator sem cabine mais pulverizador de barras; TSB - trator sem cabine mais batedor de cereais. A avaliação do ruído emitido pelos conjuntos foi realizada ponderando-se a média das amostragens captadas pelo decibelímetro durante o tempo pré-determinado de 5 segundos. Foram gerados modelos de isolinhas interpolando os dados coletados. Os conjuntos com o trator cabinado apresentaram níveis de ruídos menores em relação ao posto de operação, dentro dos limites previstos nas normativas. Já os conjuntos com o trator sem cabine apresentaram níveis de ruídos elevados, quase sempre acima dos aceitos nas normativas, causando desconforto e podendo causar perdas de audição ao operador, se exposto por mais de 8 horas sem o uso dos devidos EPI’s.

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ABSTRACT

MACHADO, Felipe. Noise Levels in Agricultural Operations. 44 f. TCC (Course of Agronomy) - Federal University of Technology - Paraná. Pato Branco, 2016.

This study was conducted in private property, located on the city of Pato Branco, Paraná, Brazil, in order to evaluate the noise levels emitted by two tractors (with and without cabins) in different agricultural operations. For the measurement of the noise emitted by the tractors, a digital decibelimeter of the brand ICEL, model DL-4200, was used in the fast response circuit and equalization "A" near the operator and "C" for the machines. A sample mesh was made for a square space of 30 meters on the side, positioning the tractor in the middle of this plane and, later, points were marked every 3 meters of the tractor. The crossing of the lines determined the collection points, totaling 121 points. The following machines were used: New Holland TL75 tractor, 75 hp, year 2013, with cab; Tractor Valtra BM110, 110 hp, year 2005, without cab; Cereal beater; Bar sprayer Jacto. During the evaluations, both tractors worked with a constant rotation of 2200 rpm, with a rotation of 540 rpm in the Power Takeoff (TDP). The readings of the noises emitted by the tractors were made for a period of 5 seconds for each evaluation point, next to the operator and in the 4 directions, totaling 126 noise samples for each operation. The sets of machines were denominated like: TCP - tractor with cabin plus sprayer of bars; TCB - tractor with cabin plus cereal beater; TSP - tractor without cab plus sprayer of bars; TSB - tractor without cabine plus cereal beater. The evaluation of the noise emitted by the sets was carried out by weighing the average of the samplings taken by the decibelimeter during the predetermined time of 5 seconds. Dispersion graphs were generated by interpolating the collected data. The sets with the cab tractor showed lower noise levels in relation to the operating station, within the limits set forth in the regulations. The sets with the tractor without cabin had high levels of noise, almost always above those accepted in the regulations, causing discomfort and could cause hearing losses to the operator if exposed for more than 8 hours without the use of the appropriate PPEs.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Croqui da malha de amostragem dos níveis de ruídos...24

Figura 2 – Trator New Holland TL75... 25

Figura 3 – Trator Valtra BM110...26

Figura 4 – Exemplo de batedor de cereais...26

Figura 5 – Exemplo de pulverizador de barras...27

Figura 6 – Coleta dos ruídos do conjunto Trator com Cabine + Pulverizador de barras...28

Figura 7 – Coleta dos ruídos do conjunto Trator com Cabine + Batedor de cereais...28

Figura 8 – Níveis de ruído (dB) do conjunto Trator com Cabine + Batedor de Cereais...29

Figura 9 – Níveis de ruídos (dB) no posto de operação do conjunto Trator com Cabine + Batedor de cereais... 30

Figura 10 – Níveis de ruídos (dB) no conjunto Trator sem Cabine + Batedor de Cereais...31

Figura 11 – Níveis de ruídos (dB) no posto de operação do conjunto Trator sem Cabine + Batedor de cereais... 32

Figura 12 – Níveis de ruídos (dB) do conjunto Trator com Cabine + Pulverizador de barras...33

Figura 13 – Níveis de ruídos (dB) no posto de operação no conjunto Trator com Cabine + Pulverizador de barras...34

Figura 14 – Níveis de ruídos (dB) no conjunto Trator sem Cabine + Pulverizador de Barras...35

Figura 15 – Níveis de ruídos (dB) no posto de operação do conjunto Trator sem Cabine + Pulverizador de barras...36

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Limites de tolerância para ruídos contínuo ou intermitente...19 Tabela 2 – Classificação dos tipos de ruídos segundo a Norma ISO 2204 (1979)...23

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LISTA DE SIGLAS E ACRÔNIMOS

ANSI American National Standards Institute

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente EPI Equipamento de Proteção Individual ISO International Standard Organization MTE Ministério do Trabalho e Emprego

NBR Norma Brasileira

NR Norma Regulamentadora

OMS Organização Mundial da Saúde

PR Unidade da Federação – Paraná

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LISTA DE SÍMBOLOS ‘ Minutos “ Segundos ° Graus ± Mais ou menos cv Cavalo-vapor dB Decibel Hz Hertz

Rpm Rotações por minuto

S South

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...14 2 OBJETIVOS...16 2.1 GERAL...16 2.2 ESPECÍFICOS...16 3 REFERENCIAL TEÓRICO...17

3.1 USO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS...17

3.2 NÍVEIS DE RUÍDOS E SUA INFLUÊNCIA NA SAÚDE DO OPERADOR...17

3.3 NORMAS E REGULAMENTOS RELACIONADOS AOS NÍVEIS DE RUÍDOS...19

3.3.1 NR 6 – Equipamento de proteção individual - EPI...20

3.3.2 NR 7 – Programa de controle médico de saúde ocupacional:...20

3.3.3 NR 15 – Atividades e operações insalubres:...21

3.3.4 Resolução CONAMA n° 1/90 – Controle de poluição sonora:...21

3.3.5 Resolução CONAMA n°433/11 – Programa de controle da poluição do ar por veículos automotores:...21

3.3.6 NBR 10151/00 – Acústica – Medição e avaliação de níveis de pressão sonora em ambientes externos a edificações:...21

3.3.7 NBR 9999 - Medição do nível de ruído, no posto de operação, de tratores e máquinas agrícolas – Procedimento...22

3.3.8 ISO 3745 – Acústica – Determinação do nível de poder e de energia sonora dos ruídos usando pressão sonora:...22

3.3.9 ISO 5131 – Tratores na agricultura e silvicultura – medição dos ruídos no posto de operação:...23

3.3.10 ISO 2204 – Guia de regras internacionais de medição de ruído aéreo e avaliação de seus efeitos no ser humano:...23

4 MATERIAL E MÉTODOS...24

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES...29

6 CONCLUSÕES...38

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS...39

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1 INTRODUÇÃO

Com a Revolução Industrial, o uso de máquinas se tornou uma prática comum nos grandes centros de produção. Este processo facilitou a produção em larga escala, porém emitia, em grande parte das atividades, muito ruído. Os operadores das máquinas ficavam expostos aos altos ruídos por um longo período de tempo, causando-lhes grande desconforto e até problemas de saúde, como a surdez parcial ou permanente, dependendo dos níveis de ruídos.

Segundo Dewangan et al. (2005), em um alto grau de uso do poder mecânico dessas fontes, um ambiente seguro e confortável para os operadores e agricultores vem a ser uma importante consideração a ser tomada em relação à produtividade do trabalho. Os efeitos dos ruídos não são imediatamente aparentes, e sim acumulativos durante o tempo de exposição (AYBEK, 2009). Segundo Minetti et al. (1998), “ruídos intensos tendem a prejudicar a concentração mental e certas tarefas que exigem atenção ou velocidade e precisão de movimentos”.

Muitos operadores de máquinas sequer sabem o quão prejudicial à saúde são essas operações feitas sem o uso dos devidos equipamentos de proteção individual (EPI), podendo vir apresentar problemas auditivos ao longo do tempo. Os fabricantes de máquinas agrícolas descrevem em seus respectivos manuais quais os EPIs que devem ser utilizados para cada operação agrícola, sendo o protetor auricular equipamento indispensável para isso. No entanto, muitos operadores não fazem uso do EPI alegando que o mesmo gera desconforto. No Brasil, a Norma Regulamentadora (NR 6) regula quais os equipamentos para tais atividades

Algumas normas são utilizadas para regulamentar os níveis de ruídos aceitáveis e seu tempo de exposição permissível. Uma dessas é a ISO 2204 (1979), a qual estabelece a metodologia de como deve ser feito as medições dos ruídos transportados pelo ar e avaliação de seus efeitos sobre o homem. Os ruídos são classificados da seguinte forma: Contínuo – variações de níveis desprezíveis (±3 dB); Não contínuo – nível variável; Flutuante – variação continua de um valor apreciável; Intermitente – nível do ruído cai rapidamente ao nível do ambiente, em vários momentos; Impacto ou impulsivo – apresenta picos de energia acústica de duração inferior, em intervalos superiores a um segundo.

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15 Segundo as normas pré-estabelecidas pelo Ministério do Trabalho, o nível máximo de ruído aceitável é de 85 decibéis (dB) para um tempo de exposição de 8 horas diárias, sendo estes valores menores que os estabelecidos em vários outros países.

As principais normas internacionais para ruídos de tratores e máquinas agrícolas são a ISO 3745 - “Determinação dos níveis de pressão acústica de fontes de ruído” e a ISO 5131 – Tratores e máquinas agrícolas e florestais – medição do ruído no posto do operador” (International Standard Organization – ISO, 1982).

Segundo Silveira et al. (2007), pesquisas existentes sobre a exposição aos ruídos em obras revelam que os níveis sonoros estão entre 75 e 113 dB nos postos de operação das máquinas e entre 65 e 91 dB para os ambientes de trabalho. Para efetuar essas medições é utilizado um aparelho chamado decibelímetro, ou medidor de pressão sonora, o qual transforma a pressão sonora em um sinal elétrico, podendo assim gerar um número para leitura, dado em decibéis.

A necessidade deste estudo se deve pela preocupação sobre saúde dos trabalhadores agrícolas em suas operações, verificando se há ou não utilização dos equipamentos de proteção para tais atividades e se seguem as normas regulamentadoras vigentes no Brasil atualmente.

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2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

Avaliar os níveis de ruídos emitidos por tratores com e sem cabine em diferentes operações agrícolas.

2.2 ESPECÍFICOS

Avaliar os ruídos emitidos por um conjunto trator com e sem cabine mais batedor de cereais;

Avaliar os ruídos emitidos por um conjunto trator com e sem cabine mais pulverizador de barras;

Comparar os dados gerados perante as Normas Regulamentadoras em vigor no Brasil.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 USO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

Com o advento da Revolução Industrial, no século XVIII, o uso de máquinas se tornou praticamente indispensável na maioria das atividades produtoras. O surgimento do setor de máquinas e implementos para a agricultura mudou definitivamente a trajetória das técnicas de produção e oferta de produtos agrícolas no mundo, assim como a necessidade de envolvimento de mão de obra na produção agrícola, pois os aumentos da produtividade do setor levaram à substituição do homem nesta atividade, possibilitando o acesso a novas e melhores práticas de produção na agricultura (VIAN et al., 2010).

Por estes motivos, a necessidade de desenvolvimento tecnológico no campo se fez necessária para atender a demanda de produtividade mundial. Nos últimos anos a elevação dos preços das commodities agrícolas, especialmente grãos, se tornou o principal fator que impulsionou as vendas de máquinas.

As primeiras máquinas agrícolas eram rústicas e não possuíam muita tecnologia empregada, geravam muitos ruídos, e emitiam muitos poluentes durante uma operação, sem dizer que eram desprovidas de cabine, mantendo o operador em contato constante com estes problemas.

Com o tempo e o desenvolvimento da tecnologia, estas máquinas adquiriram modernas e eficazes ferramentas, o que fizeram, além de aumentar a qualidade das operações, trouxeram mais conforto para o trabalhador envolvido na atividade, além do aumento da potência e a automação destas máquinas, permitindo maior eficiência, maiores ganhos e redução de custos (SARTI, SABBATINI e VIAN, 2009).

3.2 NÍVEIS DE RUÍDOS E SUA INFLUÊNCIA NA SAÚDE DO OPERADOR

Constatando-se que a produtividade dos trabalhadores envolvidos nessas atividades estava decaindo, devido a uma série de fatores relacionados aos ruídos, instituições responsáveis pela qualidade de vida destes trabalhadores, como

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18 a Organização Mundial da Saúde – OMS, deram início a regulamentação de várias regras e normas que, por exemplo, limitavam a quantidade de horas em que estes trabalhadores poderiam ficar expostos a grandes ruídos. Segundo Minetti et al. (1998), “ruídos intensos tendem a prejudicar a concentração mental e certas tarefas que exigem atenção ou velocidade e precisão de movimentos”.

Os efeitos dos ruídos não são imediatamente aparentes, e sim acumulativos durante o tempo (AYBEK, 2009), causando perdas de audição parcial ou permanente em vários casos.

A Organização Mundial da Saúde – OMS (1980) define ruído como toda sensação auditiva insalubre e, ou um fenômeno acústico não-periódico sem componentes harmônicos definidos, que possam causar problemas à saúde pública. Os ruídos são classificados da seguinte forma: Contínuo – variações de níveis desprezíveis (±3 dB); Não contínuo – nível variável; Flutuante – variação contínua de um valor apreciável; Intermitente – nível do ruído cai rapidamente ao nível do ambiente, em vários momentos; Impacto ou impulsivo – apresenta picos de energia acústica de duração inferior, em intervalos superiores a um segundo (ISO, 1979).

No Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), há três normas (NR) relativas à questão do ruído no ambiente de trabalho. A NR 6 refere-se aos equipamentos de proteção individual (EPI), incluindo os protetores auriculares; a NR 7 refere-se ao exame médico, incluindo recomendações para o ambiente de exames audiométricos. A NR 15 refere-se às atividades e operações insalubres, levando também em consideração os limites relativos à exposição ao ruído e indicando, como prejudicial, o ruído de 85 dBA para uma exposição máxima de 8 horas diárias (SOUZA et al., 2003).

Acima dos 75 dB(A) inicia-se o desconforto acústico, ou seja, para qualquer situação ou atividade, o ruído passa a ser um agente de desconforto. Nessas condições, há uma perda da capacidade de comunicação, passando a ocorrer distrações, irritabilidade e diminuição da produtividade no trabalho. Acima de 80 dB(A), as pessoas mais sensíveis já podem sofrer perda de audição, o que se generaliza para níveis acima de 85 dB(A) (SOUZA et al.,2003). De acordo com a NR 15 – Anexo 1 do item 6, se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais períodos de exposição a ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus

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19 efeitos combinados. Quanto maior o ruído emitido, menor deve ser o período de exposição, como pode se visualizar na Tabela 1.

Tabela 1 – Limites de tolerância para ruídos contínuo ou intermitente

NÍVEL DE RUÍDO (dB) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL

85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 40 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos Fonte: NR 15

3.3 NORMAS E REGULAMENTOS RELACIONADOS AOS NÍVEIS DE RUÍDOS

Todas as atividades realizadas em qualquer processo de produção são regulamentadas por uma ou mais normas, controlando o que pode ou não ser feito e como deve ser feito. A International Standard Organization – ISO é uma das

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20 principais responsáveis por reger estas regras no mundo. No Brasil, o órgão responsável por regulamentar estas normas é o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), tendo o papel de fiscalizar e reger as atividades.

Ao contrário das Normas Brasileiras - NB da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e Normas Brasileiras Registradas no INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) - NBR, as NRs são de observância obrigatória por parte de todas as empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta (MELLO JUNIOR, 1998)

3.3.1 NR 6 – Equipamento de proteção individual - EPI

A NR 6 refere-se aos equipamentos de proteção individual (EPI) todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Nesta norma regulamenta-se as responsabilidades do operador em usar o EPI em todas as atividades, responsabilizando-o pela conservação do mesmo e comunicando a troca sempre que necessário, e ao empregador em adquirir o EPI adequado para tal atividade, exigindo o uso ao trabalhador, orientar e treinar o trabalhador para o uso adequado do equipamento e comunicar ao MTE quaisquer irregularidades (BRASIL, 1978).

3.3.2 NR 7 – Programa de controle médico de saúde ocupacional:

A NR-7 prevê, em seu Quadro II, a obrigatoriedade da realização de exames admissional e, seis meses após a admissão, anual, com audiometria tonal via aérea nas frequências de 500, 1000, 2000, 3000, 4000, 6000 e 8000 Hz, a serem executados com otoscopia prévia e repouso acústico mínimo de 14 horas, cabina acústica cf. OSHA 81 - Apêndice D, calibragem do audiômetro segundo a norma ISO 389/75 ou ANSI 1969 e independentemente do uso de equipamento de proteção individual (MELLO JUNIOR, 1998).

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21 3.3.3 NR 15 – Atividades e operações insalubres:

A NR 15 define como sendo atividades e operações insalubres as quais são desenvolvidas acima dos limites de tolerância previstos nos anexos 1, 2, 3, 5, 11 e 12 da norma, bem como as comprovadas através de laudo de inspeção do local de trabalho. Esta norma também prevê os graus de insalubridade de tais atividades, classificando-os em mínimo, médio e máximo, o que confere aos trabalhadores 10%, 20%, 40% respectivamente, de adicionais, sobre o salário mínimo vigente (BRASIL, 1978).

3.3.4 Resolução CONAMA n° 1/90 – Controle de poluição sonora:

Esta resolução prevê que a emissão de ruídos, em qualquer atividade industrial, comercial, social ou recreativa, deve atender a todas as normas vigentes visando o total conforto não só do trabalhador envolvido mas também da comunidade em seu entorno (BRASIL, 1990).

3.3.5 Resolução CONAMA n°433/11 – Programa de controle da poluição do ar por veículos automotores:

Esta resolução define os limites máximos de emissão de ruídos para máquinas agrícolas e rodoviárias novas. Em seu artigo 2°, define uma máquina agrícola como sendo uma máquina autopropelida de rodas, esteiras ou pernas, que possui equipamentos ou acessórios projetados principalmente para realizar operações de preparo do solo, plantio, tratos culturais, colheita de produtos agrícolas e florestais (BRASIL, 2011).

3.3.6 NBR 10151/00 – Acústica – Medição e avaliação de níveis de pressão sonora em ambientes externos a edificações:

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22 ruído. Também especifica um método para a medição do ruído, a aplicação de correções nos níveis medidos, se o ruído apresentar características especiais. Este método de avaliação envolve as medições do nível de ruído equivalente, em decibéis. O tempo de medição deve ser escolhido de forma a permitir a caracterização dos ruídos, podendo envolver uma única amostra ou várias delas (ABNT, 2000).

3.3.7 NBR 9999 - Medição do nível de ruído, no posto de operação, de tratores e máquinas agrícolas – Procedimento

Esta norma fixa as condições exigíveis para a medição e registro do nível de ruído, no posto de operação, de tratores e de máquinas motorizadas usadas na agricultura. A medição é feita por meio de um decibelímetro, que é posicionado à altura do ouvido do operador e nos arredores dos tratores para a coleta dos ruídos.

3.3.8 ISO 3745 – Acústica – Determinação do nível de poder e de energia sonora dos ruídos usando pressão sonora:

Esta ISO especifica os métodos para a medição dos níveis de pressão sonora em uma superfície de medição envolvendo uma fonte de ruído em salas anaecóicas e hemi-anaecóicas, para determinar o nível de poder sonoro ou o nível de energia sonora produzida pela fonte de ruído.

Fornece requisitos para o ambiente de teste e instrumentação, bem como técnicas para obter o nível de pressão sonora superficial a partir do qual o nível de potência sonora ou nível de energia sonora é calculado, levando a resultados com uma precisão de grau 1.

Os métodos especificados nesta ISO são adequados para medições de todos os tipos de ruídos. A fonte de ruído pode ser um dispositivo, uma máquina, um componente ou um subconjunto. O tamanho máximo da fonte sob teste depende do raio da esfera hipotética (ou hemisfério) usada como superfície de medição envolvente (ISO, 2003).

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23 3.3.9 ISO 5131 – Tratores na agricultura e silvicultura – medição dos ruídos no posto de operação:

Esta ISO especifica um método de medição e descrição do ruído no posto de operação de um trator usado na agricultura e na silvicultura. O ruído medido refere-se apenas à máquina de base e aplica-se aos tratores com operadores de máquina. Os resultados fornecem informações aos operadores a fim de evitar a exposição a níveis de ruído que possam colocar a sua audição em risco. As condições especificadas para o funcionamento das máquinas durante as medições são definidas de modo a proporcionar uma avaliação realista e repetitiva do ruído máximo que o operador pode estar sujeito durante o funcionamento de uma máquina (ISO, 2015).

3.3.10 ISO 2204 – Guia de regras internacionais de medição de ruído aéreo e avaliação de seus efeitos no ser humano:

Esta ISO classifica os tipos de ruídos quanto ao comprimento de onda, sendo estes contínuo, não contínuo, flutuante, intermitente e impacto ou impulsivo, conforme a Tabela 2.

Tabela 2 – Classificação dos tipos de ruídos segundo a Norma ISO 2204 (1979)

Tipos de Ruídos Relação ao tempo

Contínuo Ruído com variações de níveis desprezíveis (±3 dB) durante o período de observação.

Não contínuo Ruído cujo nível varia significativamente no período de observação.

Flutuante Ruído cujo nível varia continuamente de um valor apreciável durante o período de observação.

Intermitente Ruído cujo nível cai ao valor de fundo (ruído de fundo) várias vezes durante o período de observação, sendo o tempo em que permanece em valor constante acima do valor da ordem de segundos ou mais, podendo, para fins desta norma, ser assumido como contínuo

Impacto ou impulsivo É o ruído que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a um segundo em intervalos superiores a um segundo.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em propriedade particular, localizada na cidade de Pato Branco, Paraná. Esta propriedade se localiza na região sul da cidade, nas coordenadas 26°16'10.8"S 52°41'14.8"W, 890 metros de altitude. Para avaliar os ruídos gerados pelos tratores nas diferentes operações agrícolas foi utilizado um medidor de pressão sonora ICEL, modelo DL-4200, no circuito de resposta rápida (fast) e de equalização “A” para perto do operador e “C” para as máquinas.

Foi realizada uma malha amostral de 30x30 metros, com o trator sendo posicionado no centro desta malha. Os pontos de coleta do nível de ruído foram coletados a cada 3 metros do trator, conforme Figura 1, totalizando 121 pontos de amostragem.

Figura 1 – Croqui da malha de amostragem dos níveis de ruídos. Fonte: Autor

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25 Com base na NBR 9999, a qual especifica os procedimentos para captação dos níveis de ruídos, em tratores, e seus efeitos nos operadores, foram medidos os ruídos que estão presentes nas atividades agrícolas (ABNT, 1987). O aparelho de medição foi posicionado à altura do ouvido do operador e nos arredores dos tratores, conforme diz a norma. Foram feitas as leituras próximo ao operador e em um raio de 15 metros da máquina, sendo realizadas a cada 3 metros, para todas as direções, com o pretexto de realizar um malhamento no entorno do conjunto trator-implemento.

O maquinário utilizado abrange:

• Trator New Holland TL75, 75 cv, ano 2013, com cabine (Figura 2);

Figura 2 – Trator New Holland TL75. Fonte: RICAR Cabines e Implementos.

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• Trator Valtra BM110, 110 cv, ano 2005, sem cabine (Figura 3);

Figura 3 – Trator Valtra BM110 Fonte: SAMAQ

• Batedor de Cereais (Figura 4);

Figura 4 – Exemplo de batedor de cereais. Fonte: Silva Tratores

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• Pulverizador de barras Jacto (Figura 5);

Figura 5 – Exemplo de pulverizador de barras. Fonte: MF Rural

Durante as avaliações, ambos os tratores trabalharam com rotação constante de 2200 rpm no motor, que corresponde a rotação de 540 rpm na Tomada de Potência (TDP), pois é a rotação padrão de trabalho real e a utilizada na maioria dos ensaios encontrados na literatura (BAESSO et al., 2015).

As leituras dos ruídos emitidos pelos tratores foram feitas por um período de 5 segundos para cada ponto de avaliação, junto ao operador e nas 4 direções, totalizando 126 amostras de ruídos para cada operação (Figuras 6 e 7).

Os conjuntos de máquinas foram denominados como: • TCP - trator com cabine mais pulverizador de barras; • TCB - trator com cabine mais batedor de cereais; • TSP - trator sem cabine mais pulverizador de barras; • TSB - trator sem cabine mais batedor de cereais.

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Figura 6 – Coleta dos ruídos do conjunto Trator com Cabine + Pulverizador de barras

Figura 7 – Coleta dos ruídos do conjunto Trator com Cabine + Batedor de cereais

A avaliação do ruído emitido pelos conjuntos foi realizada calculando-se a média das amostragens captadas pelo decibelímetro durante o tempo pré-determinado de 5 (cinco) segundos. Os dados foram tabulados e submetidos a uma análise de interpolação pelo método de krigagem, modelo esférico, usando o software Surfer 9.0.

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29

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O nível de ruído do conjunto Trator com Cabine + Batedor de Cereais, onde nota-se que, próximo do conjunto, os níveis de ruídos se encontraram mais intensos e acima dos limites recomendados pela NR 15, que regulamenta um nível máximo de exposição ao ruído de 85 dB para 8 horas trabalhadas (Figura 8). Conforme a distância do conjunto aumenta, os níveis de ruídos diminuem, porém ainda estão acima dos níveis aceitos pela norma em um raio de 15 metros do conjunto.

Figura 8 – Níveis de ruído (dB) do conjunto Trator com Cabine + Batedor de Cereais Fonte: Autor.

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30 Pode-se notar também que estes ruídos se concentram mais na parte esquerda e traseira do conjunto, devido ao posicionamento da saída do cano de escape e do motor do trator, onde os níveis de ruídos foram em média de 99 dB. Estes resultados corroboram com os obtidos por Alves et al. (2011) onde os níveis de ruídos próximos ao operador, em condições de campo, foram superiores aos estabelecidos, para o período de exposição regulamentado nas normas, sem o uso de EPI.

Já no posto de operação deste conjunto (Figura 9), os níveis de ruídos estão dentro das normativas quanto ao nível máximo de exposição do trabalhador, por se tratar de um conjunto com cabine, promovendo um maior conforto ao operador.

Figura 9 – Níveis de ruídos (dB) no posto de operação do conjunto Trator com Cabine + Batedor de cereais

Fonte: Autor

Os níveis de ruídos do conjunto Trator sem Cabine + Batedor de Cere-ais (Figura 10) apresentaram uma maior região de atuação dos níveis mCere-ais eleva-dos, cobrindo toda a extensão do conjunto e se expandindo para todo o entorno qua-se uniformemente. O maior nível de ruído encontrado foi de 98.5 dB, contrastando com a norma NR 15, que permite apenas uma exposição diária de 1 hora a 1 hora e 15 minutos para este nível.

Ouvido Operador Frente Atrás Esquerda Direita 70 72 74 76 78 80 82 73.8 78 77.7 80.1 79.3 N ív e is d e r u íd o s , e m d e ci b é is ( d B )

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31 Segundo Schlosser (2002), a perda da capacidade auditiva é função do tempo de exposição e do nível de ruído, sendo também importante a frequência de exposição e a sensibilidade de cada operador. É importante considerar, ainda, que as peculiaridades de cada operação agrícola causam variação na carga a qual está submetido o trator e no ruído emitido.

Em função desses fatores, fica difícil estabelecer limites rígidos de insalubridade. O limite máximo, para uma jornada média de trabalho de 8 h, é de 85 dB, sendo que a cada 5 dB de acréscimo ao ruído, reduz em 50% a máxima exposição diária permissível (SCHLOSSER, 2002).

Figura 10 – Níveis de ruídos (dB) no conjunto Trator sem Cabine + Batedor de Cereais Fonte: Autor

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32 Neste conjunto (Figura 11), os níveis de ruídos no posto de operação foram elevados, podendo causar desconforto e problemas à saúde do operador se não houver a adoção dos EPI’s correspondentes para tais operações.

Segundo Souza et al. (2003), o operador de máquinas agrícolas está sujeito a elevados níveis de ruído em todas as práticas agrícolas avaliadas, sendo necessário o uso dos protetores auriculares durante todas as operações.

Para os conjuntos com o batedor de cereais, os ruídos se concentraram na parte central-traseira. O fato do batedor de cereais possuir partes móveis grandes, com o movimento destas o ruído gerado é maior.

Figura 11 – Níveis de ruídos (dB) no posto de operação do conjunto Trator sem Cabine + Batedor de cereais

Fonte: Autor

Para o conjunto Trator com Cabine + Pulverizador de barras (Figura 12) verifica-se concentração dos níveis de ruídos mais elevados próximo ao conjunto, com expansão para o lado esquerdo, com valor máximo de 102,5 dB.

A área limite dos níveis de ruídos aceitáveis para este conjunto segundo a normativa NR 15, que prevê 85 dB para 8 horas de trabalho interruptos, é de aproximadamente 15 metros de raio.

Ouvido Operador Frente Atrás Esquerda Direita 82 83 84 85 86 87 88 89 87.8 87 87.9 84.3 85.3 N ív e is d e r u íd o s , e m d e ci b é is ( d B )

(35)

33 Os equipamentos de proteção auricular devem ser usados nas distâncias mais próximas do lado esquerdo do operador do que do lado direito, possivelmente devido a localização do cano de escape (BAESSO et al., 2015).

Figura 12 – Níveis de ruídos (dB) do conjunto Trator com Cabine + Pulverizador de barras Fonte: Autor.

Para o conjunto Trator com Cabine + Pulverizador de barras, no posto de operação (Figura 13), os níveis de ruídos são aceitáveis, sendo que ao ouvido do operador a média foi de 75,5 dB. Neste caso, o operador pode realizar suas atividades com maior qualidade e conforto sem que necessite o uso dos EPI’s.

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34

Figura 13 – Níveis de ruídos (dB) no posto de operação no conjunto Trator com Cabine + Pulverizador de barras

Fonte: Autor

No conjunto Trator sem Cabine + Pulverizador de barras, os níveis de ruídos medidos foram acima dos aceitos pelas normas para seu entorno (Figura 14), concentrando-se na região traseira do conjunto, podendo acarretar sérios riscos a saúde do mesmo. O maior nível de ruído encontrado neste conjunto foi de 97.1 dB, sendo muito acima do estabelecido na norma, permitindo apenas uma exposição diária de 1 hora e 30 minutos para este nível.

Os níveis de ruídos diminuem quando a distância em relação ao trator aumenta, sendo tolerantes a partir dos 5 metros iniciais. Pimenta Junior et al. (2012) estipularam este espaçamento de 5 metros como sendo indicado o uso de EPI em operações rotineiras com tratores agrícolas, tanto para operadores como para os demais funcionários que trabalham em suas proximidades.

Ouvido Operador Frente Atrás Esquerda Direita 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 75.5 80.4 79 80.5 80.8 N ív e is d e r u íd o s , e m d e ci b é is ( d B )

(37)

35

Figura 14 – Níveis de ruídos (dB) no conjunto Trator sem Cabine + Pulverizador de Barras Fonte: Autor

Neste conjunto, o operador fica exposto a todos os ruídos provenientes da operação (Figura 15), afetando seu desempenho e podendo causar sérios danos a sua audição se não fizer o uso correto dos EPI’s recomendados.

A falta de conhecimento e a falta de conforto dos equipamentos são os principais fatores para a não utilização do EPI. É preciso avaliar a adaptação dos EPIs em relação aos seus usuários, considerando não só questões antropométricas, mas os materiais utilizados e intensificar a conscientização dos trabalhadores sobre o uso do equipamento, para que o ambiente de trabalho torne-se mais seguro e traga mais qualidade vida no trabalho durante a realização de suas funções (PELLOSO et al., 2013).

(38)

36

Figura 15 – Níveis de ruídos (dB) no posto de operação do conjunto Trator sem Cabine + Pulverizador de barras

Fonte: Autor

Os conjuntos com a presença do pulverizador de barras apresentaram uma concentração dos ruídos na parte central do conjunto. Devido o motor do pulverizador ser de tamanho reduzido, e não possuir partes móveis grandes e que se movam para realizar o trabalho, o ruído gerado por este não assume níveis elevados.

Na Figura 16 observa-se uma relação inversamente proporcional entre os conjuntos com e sem cabine. Os conjuntos com cabine apresentaram níveis de ruídos menores e dentro da normativa NR 15, que delimita em até 85 dB máximos de exposição diária ao operador sem o uso de proteção auricular (BAESSO et al., 2015). Já os conjuntos sem cabine, para ambos os implementos, apresentaram elevados níveis de ruídos no posto de operação, podendo causar perda definitiva ou parcial da audição ao operador se exposto por muito tempo a estes ruídos.

Mesmo o trator estando parado, este apresenta níveis de ruídos superiores ao mínimo estipulado, causando riscos ao operador e a quem está próximo do conjunto (SOUZA et al., 2003).

Ouvido Operador Frente Atrás Esquerda Direita 82 83 84 85 86 87 88 86.9 86.7 85.3 83.8 84.1 N ív e is d e r u íd o s , e m d e ci b é is ( d B )

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37

Figura 16 – Comparativo entre os níveis de ruídos no posto de operação nos diferentes conjuntos

Fonte: Autor

Os ruídos gerados pelo trator New Holland TL75, com cabine, foram mais elevados e expandiram-se por uma maior distância que os gerados pelo trator Valtra BM110, que não possuía cabine. Isso se deve pelo fato de que, segundo Baesso et al. (2015), o uso do abafador no escapamento do trator Valtra BM110 influenciou diretamente no nível de ruídos emitidos, reduzindo a dispersão dos ruídos para longe do conjunto.

Segundo Cunha et al. (2012), mesmo com o avanço tecnológico no processo de produção das máquinas agrícolas, os níveis de ruídos continuam acima dos aceitos nas normas vigentes, sendo necessário o uso de EPIs ou realizar uma redução do tempo de trabalho destes operadores.

Ouvido Operador Frente Atrás Esquerda Direita 65 70 75 80 85 90 TCP TCB TSP TSB N ív e is d e r u íd o s , e m d e ci b é is ( d B )

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6 CONCLUSÕES

Para os conjuntos com cabine os níveis de ruídos são aceitáveis no posto de operação.

Para os conjuntos sem cabine os níveis de ruídos são elevados e podem causar danos à saúde do operador se exposto por um período maior que 8 horas diárias sem o uso do protetor auricular.

No trator com cabine, os níveis de ruídos permaneceram elevados em um raio médio de 15 metros para ambos os implementos.

No trator sem cabine, os níveis de ruídos mais elevados se encontraram mais próximos aos conjuntos, não excedendo os 10 metros de raio.

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39

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para ambos os conjuntos com cabine pode-se verificar uma significativa redução nos níveis de ruídos no posto de operação, sendo estes, sempre abaixo dos níveis estabelecidos pelas normas. O conjunto Trator com Cabine + Pulverizador de barras apresentou uma expansão maior dos níveis de ruídos, chegando a quase 15 metros de distância o limite de 85 dB. Já o conjunto Trator com Cabine + Batedor de Cereais houve uma maior concentração dos níveis externos, que estavam acima do recomendado.

Uma alternativa para a proteção do operador é a utilização dos protetores auriculares. Outras medidas para a redução do ruído que chega ao operador são a realocação do escapamento, mudando a direção para onde o ruído é emitido, e o redimensionamento do mesmo, para que emita um ruído menor. Outro fator a ser visto é o uso de cabines nos tratores como forma de diminuir a exposição dos operadores aos ruídos gerados pelas máquinas.

Estes fatos contribuem para uma melhor realização das atividades e manutenção da saúde auditiva deste operador.

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REFERÊNCIAS

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