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Turismo, Esporte e Lazer

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CAPÍTULO 37

TURISMO, ESPORTE E LAZER

Alfredo Faria Junior

INTRODUÇÃO

Historicamente, as primeiras levas de viagens internacionais de massa ocorreram no período em que havia uma acentuada diferenciação entre trabalho e lazer. Este fato gerou uma demanda por relaxação, recuperação e descanso, concentrada nas férias anuais. Nos anos 60, a partir da Conference on International Travel and Tourism (ONU, 1963) o turismo passou a ser reconhecido como a força econômica e social de principal proporção no mundo. Nessa década, o quadro social modificou-se, com o período de férias cessando de aumentar e com o número de horas de trabalho em cada semana sendo diminuído e concentrado, de modo a permitir fins de semana livres. Isto foi acompanhado pelo surgimento da concepção de lazer por todo o ano [year-round leisure], quando as pessoas passaram a substituir relaxação por ‘atividade’, começando a usar seu tempo de lazer fora do período de férias, para adquirir novas habilidades como: velejar, excursionar, montar e participar de diversas outras atividades físicas. Assim, a recreação e as atividades físicas (jogos, desporto, dança e ginástica) são hoje encaradas como partes essenciais da oferta turística (KNOP, 1990).

ORIGEM E DESENVOLVIMENTO

Estado Novo

1938

. Os primeiros registros sobre a tentativa de organizar a atividade turística no Estado do Rio parecem datar da época do Estado Novo. “O Decreto nº 622, de 1 de dezembro de 1938, do Interventor Federal no Estado do Rio de Janeiro, Ernani Amaral Peixoto, criou a Taxa de Turismo, que incidirá sobre as diárias e os extraordinários cobrado pelos estabelecimentos hoteleiros existentes no território do Estado, e será destinada a custear despesas com a execução do plano de turismo, que está sendo elaborado pelo Departamento de Propaganda e Turismo” (FLUMITUR, 1972a, p. 1).

1949.

“A Lei nº 751, de 27 de dezembro, da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, regulamentou a cobrança da taxa de turismo.” (Ibid., p. 4).

1957.

“A Lei nº 3 3343, de 16 de junho, da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, isentou da Taxa de Turismo os servidores públicos.” (Ibid., p. 17).

Como se observa pela leitura dos documentos legais, da época, a preocupação do poder público se preocupava com formas de aumentar a arrecadação do Estado e com o incentivo ao setor hoteleiro.

Como é compreensível, e confirma a literatura internacional, o esporte e o lazer ainda não se haviam integrado ao quadro das

preocupações do setor turístico. Assim, até o início dos anos 60 os atletas de outros pontos da Província, ou depois do Estado do Rio de Janeiro, vinham a Niterói apenas por um dia, para participar de competições de suas modalidades desportivas, quase sempre no Caio Martins.

Década de 60

Nesta década começou-se a organizar de forma mais efetiva, em âmbito federal, o setor turístico no país, inicialmente ligado ao Ministério da Indústria e do Comércio.

1960.

Em 12 de abril deste ano, foi criada a Companhia de Turismo do Estado do Rio S./A. [FLUMITUR], “uma sociedade por ações, de economia mista, constituída nos termos da Lei 4.221/60, e regida pelo seu Estatuto Social e pela Legislação vigente no que lhe for aplicado. A FLUMITUR tem prazo de duração indeterminado, e sede e foro na cidade de Niterói. A sociedade tem por objetivo promover o desenvolvimento das atividades ligadas ao turismo, em obediência às diretrizes básicas traçadas pelo Governo através do Conselho Estadual de Turismo (CETUR)” (FLUMITUR, 1972b, p. 12).

1961.

“O Governador do Estado, Celso Peçanha, criou, pelo Decreto nº 7 329 de 20 de março de 1961, a Comissão de Turismo do Estado do Rio de Janeiro (COTERJ)” (Ibid., p. 28). Em 17 de abril, foi aprovado o Regimento da COTERJ. Algumas medidas que influíram nos municípios apareciam claramente enunciadas, como “editar Guia Turístico, tipo universal [...], editar um mapa

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turístico do Estado [...] editar guias turísticos, do mesmo tipo universal, dos municípios ou cidades de maior expressão turística [...]” (Ibid., p. 32).

Observam-se, também, as primeiras

aproximações do setor do turismo, com a temática deste ATLAS – o esporte e o lazer. Por aquele Regimento cabia à COTERJ “estabelecer convênios com clubes e entidades sociais de maior expressão nas principais cidades turísticas para se constituírem em focos de irradiação de festividades, para atraírem e para recepcionarem turistas nacionais e estrangeiros” [...] “estabelecer convênios e acordos com as prefeituras municipais”! [...] “para a instituição e oficialização de medidas de fomento ao turismo” [...] “de festividades religiosas regionais ou locais de atração turísticas” (Ibid., p. 32).

1963.

O Governador do Estado, Badger Teixeira Silveira, pelo “Decreto nº 10 915, de 23 de junho, considerou extinta a Comissão de Turismo do Estado do Rio de Janeiro”, por considerar ter esta as mesmas atribuições da FLUMITUR (Ibid., p. 52).

1966.

Em âmbito federal, neste ano foi criada, pelo Decreto-Lei 55/66 a Empresa Brasileira de Turismo (EMBRATEL), com a natureza de empresa pública, “tendo como principal objetivo e finalidade incrementar o desenvolvimento da indústria turística e executar, no âmbito nacional, as diretrizes políticas que forem traçadas pelo Governo, através do Conselho Nacional de Turismo” (Ibid., p. 5).

1967.

Os municípios fluminenses, estimulando o desenvolvimento turístico local, concederam

incentivos fiscais para construção de hotéis e outros estabelecimentos ligados às atividades turísticas. Em Niterói, a Deliberação nº 2 618, de 05 de dezembro, 1967, isentou “de todos os impostos e emolumento de obras, pelo prazo de 10 anos, aos hotéis, motéis, pousadas e outros estabelecimentos turísticos, que se construírem no município de Niterói no decorrer de (cinco) anos.“ (Ibid., p. 20).

Década de 70

No início desta década “o estudo do turismo brasileiro iniciou seus primeiros passos no meio acadêmico.” (REJOWSKI, 1999, p. 59).

1971.

Neste ano, “a Faculdade de Turismo do Morumbi (hoje Anhembi-Morumbi), em São Paulo, iniciou seu primeiro curso, na qualidade de uma instituição de ensino privado” [...] A partir daí surgiram nesta década “a maioria dos cursos superiores de turismo, em nível de graduação [...]“ (Ibid., p. 62).

Em Niterói, o Governador do Estado, Raymundo Padilha, criou o Conselho Estadual de Turismo (CETUR) que, dentre suas competências devia “expedir instruções normativas, sobre atividades de turismo [...]” e “propiciar e estimular a formação profissional do pessoal ligado às atividades turísticas em todo o Estado [...] ,” (Ibid., p. 91).

Neste ano foi realizado em Niterói o Campeonato Mundial Feminino de Basquetebol atraindo um grande número de atletas e

torcedores, brasileiros e estrangeiros para a cidade.

1972.

Neste ano o CETUR “criou em cada município do Estado, integrante das dez zonas geoturísticas (sic), referidas no Art. 3º da Resolução nº 2/72 da CETUR, o Comitê Municipal de Turismo” (Ibid., p. 14). “Dentre as 10 zonas geoturísticas (sic) a segunda, a da COSTA DO SOL, [incluía] Niterói, Marica, Saquarema, Araruama, São Pedro d’ Aldeia, Cabo Frio, Macaé e Casemiro de Abreu” (ibib. p.15).

Década de 80

Apesar de ter sido sempre possível registrar manifestações da relação turismo e desporto, no que concerne à educação física, somente em meados da década de 80 é que se começou, mundialmente, a reconhecer a importância do turismo para a área (FARIA JUNIOR, 1997).

Em Niterói, até o final dos anos 80 “as visitas se limitavam aos amigos donos de casas de veraneio que iam desfrutar das praias da Região Oceânica” [...]. Além disto, nesta década existiam em Niterói apenas três hotéis “recomendáveis pela NELTUR.” (RIBEIRO; PORTELLA, 2002, p. 28).

No meio acadêmico o número de dissertações e teses sobre turismo era muito incipiente, e sobre a relação turismo, esporte e lazer praticamente inexistente. A pesquisa feita por Miriam Rejowski (1996) feita sobre a produção científica entre 1975 e 1992, em “universidades e

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institutos isolados brasileiros” revela que a relação turismo-esporte-lazer, não era um tema que inspirava pesquisas no meio acadêmico. O tema encontrado que mais se aproximou seria o “Turismo Litorâneo” e no Estado do Rio de Janeiro, só mereceram estudos os Municípios do “Rio de Janeiro (2), Cabo Frio a Parati (1) e Angra dos Reis (1),” (ibid. p. 104).

Década de 90

Nesta década começou-se a observar uma nova tendência no turismo: a sua segmentação. Passou-se então a ouvir falar de turismo de negócios, turismo arqueológico, turismo médico, turismo esotérico, turismo naturista, turismo religioso etc, e, é claro, o turismo desportivo e turismo ativo. O turismo desportivo, como categoria maior, também aparece às vezes segmentado, como por exemplo, turismo náutico. Daí, novos temas começam a fazer parte das discussões na área do turismo, como por exemplo, a organização de excursões para pessoas que expressavam interesses especiais [special interest tours]. Por exemplo, temos o caso das pessoas que desejam participar de encontros desportivos (campeonatos abertos, circuitos, clínicas, maratonas, meetings etc), ou apenas assistir à competições (campeonatos, copas, jogos olímpicos, grand-prix etc). A área do turismo atribui grande importância ao aumento desses grupos de viajantes com interesses especiais [special-interest group travel]. (FARIA JUNIOR et al., 1997, p. 69).

No período, algumas municipalidades, como a de Miami, fizeram investimentos

milionários destinados a tornar o centro desta cidade “um importante pólo turístico voltado para as atividades esportivas” [...] “O turismo esportivo tende a ser, cada vez mais, uma fonte importante no cardápio de receitas que a cidade aufere com sua indústria mais lucrativa” (UMA NOVA..., 1996, p. 7). “Muitos turistas, principalmente latino-americanos, visitam a cidade para ver as exibições das famosas equipes de Miami, Heat, no Basquetebol, Dolphins, no futebol americano, Marlins, no beisebol e Panthers, no hóquei sobre o gelo.” (FARIA JUNIOR et. al., op. cit., p. 71).

1996

. Um bom exemplo de excursões para grupos com interesses especiais foi dado pela Pedro Mello Turismo, de Niterói, que promoveu na “Vila de Cabarete, no litoral norte da República Dominicana, no Caribe” [...] “uma cínica de widsurf “dirigida pelo velejador George Rabello”. “Os fãs e praticantes do windsurf têm [tiveram] bons motivos para comemorar” (PRATIQUE..., 1996, p. 3).

Já como exemplo de turismo social ativo apresenta-se o Projeto Idosos em Movimento – Mantendo Autonomia (Projeto IMMA), que mantém pólos em Niterói e oferece gratuitamente visitas e excursões para idosos da classe trabalhadora, a pontos de interesse turísticos do Rio de Janeiro. Para isto foi criada uma metodologia que incluía uma série de ginástica a bordo e uma sessão reduzida de ginástica, utilizando o “esquema IMMA de aula” (FARIA JUNIOR, 1999. p.57), no próprio local de atração turística. Para isto foi preciso treinar motoristas, guia turístico, professores e estagiários de educação física para este novo trabalho (FARIA JUNIOR et al., op. cit., p. 74).

1997.

Até este ano funcionava na estrutura da Prefeitura e Empresa Niteroiense de Turismo (ENITUR) e o esporte a ela esta vinculado.

1998.

Neste ano foi criada Empresa Niteroiense de Esportes, Lazer e Turismo (NELTUR). Neste ano começaram em Niterói os preparativos para

as comemorações dos 500 anos do

descobrimento do Brasil. Foram planejados “intercâmbios em todas as áreas.” [...] “A cidade quer [queria] marcar o me [de comemoração] com a unificação cultural dos shows, teatro, dança, e [..] culinária” (ALMEIDA, 1998. p. 1).

1999.

Neste ano, o tema Desporto e Turismo começou a aparecer na literatura esportiva, como se lê no Capítulo 11, Atividade Física e Desporto, no livro “Uma Introdução à Educação Física” (FARIA JUNIOR et al. 1999), publicado em Niterói. Em 20 e 21 de outubro realizou-se, no Teatro da Universidade Federal Fluminense (UFF), o I Seminário Internacional sobre Municipalização e Gestão do Turismo.

Anos 2000

2001.

Em 19 de agosto, “o Exército abre [abriu] ao público [...] preciosidades de seu acervo da cidade”. Foram “realizadas atividades gratuitas, entre elas demonstrações de salto livre, sessões de ginástica no campo de Futebol do Forte Barão do Rio Branco e uma caminhada ecológica à Fortaleza de Santa Cruz” (TORRES, 2001. p. 12).

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A importância da relação esporte - turismo pode ser comprovada através do uso de uma foto de dois atletas saltando de parapente, tendo como ponto de decolagem a pista do Parque da Cidade na reportagem sobre turismo em Niterói, feita por Joana Ribeiro e Lavínia Potella (op. cit., 2002, p 28).

2002.

As autoras também apontam como fator de desenvolvimento do turismo a existência de dez hotéis recomendados pela NELTUR na cidade (ibid. p. 28).

Em setembro, “a União dos Professores Públicos do Estado do Rio de Janeiro (UPPE), sindicato que rivaliza com o SEPE, inaugurou o Hotel Casa do Professor, em Pendotiba”. [...] O objetivo é abrigar profissionais do interior que fazem cursos no Rio e em Niterói. “Os 15 mil professores sindicalizados podem levar a família, e há suítes para deficientes físicos. A diária do Hotel é uma aula de economia. Pela bagatela de R$ 10, o hóspede usufrui suíte com direito a duas saunas, duas piscinas, salas de jogos e área de lazer”. “A presidente da entidade, Teresinha Oliveira Machado da Silva, calcula que tenham sido investidos quase R$ 500 mil em seis anos de obras”. O Hotel fica na Estrada Caetano Monteiro, 932, Pendotiba – Tel. 27 17 60 25 (O HOTEL ... 2002. p. 2).

Em dezembro, “A Empresa Niteroiense de Esportes e Lazer, lança [lançou] um novo Guia da Cidade. O livro Niterói, a cidade, apresenta roteiros de passeios; sugestões de onde comer e se hospedar; e depoimentos de personalidades, entre eles o ex-jogador de futebol Gerson, e o

surfista Ricardo Tatuí.” (VASCONCELOS, 2002. 6).

Niterói, a Cidade, foi editado durante a gestão do prefeito Godofredo Pinto. O Guia sugere um “Roteiro Animado” com o texto: ”O sol brilhou! Niterói convida para a praia. Camboinhas e seus quiosques, ótima para velejar. Itaquatiara com suas águas transparentes, o paraíso dos jovens e do surf” [...] Sugere também um “Roteiro Aventureiro”, com o texto: “Acordar e caminhar. Uma boa pedida é ir ao alto do morro das Andorinhas em Itaipu ou do alto do morro do Costão em Itaquatiara. Voar de Asa Delta ou Parapente, saltando do Parque da Cidade, também é uma boa”. “[...] ao entardecer assistir o pôr do sol numa leve caminhada entre São Francisco e Charitas” (NITERÓI, a Cidade. 2002. p. 11). O Guia dedica uma página uma página sobre “Parques e Mirantes” (ibid. p. 17) , outras sobre “Praias” (ibid. p. 26 – 29), “Esportes e Corpo” (ibid. 41 – 47), “Lazer” (ibid. p. 48 – 50). No capítulo sobre Esportes e Corpo, o Guia apresenta “Dicas dos Craques”, com roteiros sugeridos por “Armando Barcellos, triatleta campeão da cidade, morador de Icaraí” [...], “Dave Macnight [...] instrutor de escalada, residente em Itaipu”, “Gerson, campeão mundial de futebol ... morador de São Francisco”, “Jorge Mônico, o Bill, instrutor de pesca submarina [...] morador de Itaipu”, “Carlos Aberto Parizzi [...] iatista, morador de São Francisco” e “Ricardo Tatuí, surfista campeão, morador de Itaquatiara, morador de São Francisco, coordenador do Projeto Tatuí” (ibid. P. 44 – 45).

Em 2002, segundo o que afirmou o então presidente da NELTUR, Marcos Gomes, que “depois do MAC, a Fortaleza de Santa Cruz, o Parque da Cidade e as praias oceânicas são as mais visitadas” (ibib. p. 3).

Na área do turismo de negócios, a construção de plataformas petrolíferas na Ponta D‘ Areia também estimulou [estimula] a visitação”(RIBEIRO, PORTELLA, op. cit. p. 28).

Finalmente, em abril deste ano, o novo presidente da NELTUR, Marcos Gomes, assumiu o cargo “com dois desafios. Um deles, lançado pelo prefeito Godofredo Pinto: transformar a NELTUR em uma empresa exclusivamente voltada para o turismo. Os assunto relativos a esportes, atualmente da competência do órgão, ficariam sob a responsabilidade de uma secretaria. O segundo desafio, delineado por Gomes, é criar um Plano Diretor de Turismo para a cidade, até dezembro” (RIBEIRO, 2004, p. 5). [Ler mais no Capítulo 7 deste ATLAS].

2003.

O turismo em Niterói, “movimentou, no ano passado, mais de R$ 67 milhões e o número de visitantes chegou a 90 mil.” [...] Niterói foi apontada pela Empresa Brasileira de Turismo (EMBRATUR) como a segunda mais visitada do Estado, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro. A cidade superou a visitação de locais famosos como Búzios, na região dos lagos [...].

”A Niterói Empresa de Lazer e Turismo (NELTUR) esperava para 2004 um aumento de 10 a 15 % no número de turistas. Entre os locais mais visitados estão o Museu de Arte Contemporânea

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(MEC), Parque da Cidade e fortes como o Imbuí e a Fortaleza de Santa Cruz” [...] “ O então presidente da NELTUR, Pedro Maciel, “mostrou-se empolgado com as obras para ampliação e revitalização do Parque da Cidade. Agira haverá um posto avançado da NELTUR para informações turísticas, com cafeteria e souvenirs. Além disto, haverá um portão para controlar o acesso e o horário de funcionamento como qualquer parque deve ter” (TURISMO ... 2004. p. 6).

Neste ano ainda, José Inácio Parente, lançou o Guia do Estado do Rio (2003) no qual pontificam as oportunidades de esporte e lazer em Niterói.

“As parcerias envolvendo o poder público e a iniciativa privada te dado certo no setor esportivo em Niterói”. “[...] os eventos 1º Torneio de Veteranos de Basquete da Região Sudeste e a 1ª Copa Exceed de Triathlon vão movimentar [movimentaram] a cidade. O setor hoteleiro agradece com 100% de ocupação” (ESPORTE ... 2004. p. 06).

No planejamento para a utilização da estação hidroviária Charitas, das Barcas S./A., está prevista sua utilização, “nos fins de semana, como píer para as embarcações particulares que quiserem atracar em Niterói. É que aos sábados e domingos as lanchas que farão o trajeto Charitas-Praça XV não estarão circulando, deixando a plataforma disponível para o turismo náutico” (PORTO, AGUIAR, 2003. p. 4).[

Em dezembro, a Barcas S./A. promoveu um “Passeio Turístico Especial de Natal” [...] “As crianças que participarem [participaram] do

passeio poderão [puderam] entregar suas cartinhas ao Papai Noel [...]” (PASSEIO ... p. 2).

2004.

Em 30 de julho “foi lançado oficialmente o Roteiro Niemayer, projeto elaborado pela Fundação Oscar Niemayer e pela EMBRATUR. A estão hidroviária de Charitas é um dos dez monumentos que integram o projeto que foi idealizado ainda na gestão do então prefeito Jorge Roberto da Silveira. A Praça Juscelino Kubistcheck e o Memorial Roberto Silveira, que constam da lista já estão prontos. A prefeitura já contava com o Museu de Arte Contemporânea, inaugurado em 1996”. [...]. “O prefeito de Niterói, Godofredo Pinto [...] comemorou o lançamento do projeto” (NITERÓI ... 2004. p. A18).

A NELTUR elaborou mapa turístico tornando-o disponível “nos principais hotéis e agências de turismo do município” [...] “Os turistas receberão sugestões de visitas a museus, praias, teatros, cinemas, galerias, boates, cafés, hotéis, entre outros serviços”. [...] (MACHADO, 2004. p. 4). “Para o prefeito Godofredo Pinto, iniciativas como esta são importantes para o desenvolvimento do turismo” [...] (TRISTÃO, 2004. p. 3) “O evento de lançamento do mapa acontecerá [aconteceu] no Tio Sam Hotel Fitnees, em Camboinhas, na Região Oceânica” (MACHADO, op.cit. p. 4).

“A primeira missão de Comte Bittencourt (PPS) à frente da Vice-prefeitura de Niterói será traçar um projeto político para o turismo na cidade” [...] “O vice-prefeito quer aumentar o alcance do Esporte Comunitário, que atinge atualmente cerca de cinco mil crianças.” [...] “O projeto do

vice-prefeito inclui também a elaboração de uma agenda com 12 eventos esportivos para serem realizados ao longo do ano. A idéia é fazer um circuito esportivo na cidade, realizando a cada mês uma competição com um esporte diferente. Quero criar um evento que se torne tradição no município. Com isto, estaríamos projetando também a cidade, declarou completando. Não dá para entender termos campeões olímpicos de vela em Niterói e não realizarmos um bom evento envolvendo o esporte” (RISSO, 2005. p. 5).

“Os Jogos Panamericanos de 2007 podem ser uma grande oportunidade para colocar Niterói definitivamente na rota dos turistas estrangeiros que visitam o Rio. Pensando nisso, o vice-presidente Comte Bittencourt (PPS) se reúne hoje [27 de janeiro] com o diretor da EMBRATUR, Aírton Nogueira, e à tarde com os secretários estadual e municipal de turismo do Rio, Sérgio Ricardo de Almeida e Rubem Medina” (PAN ... 2005. p. 4).

“Um macro projeto para “incrementar as possibilidades sócio-econômicas de Niterói através de recursos ambientais, históricos e de lazer” [...] “foi apresentado ao diretor de Turismo e Lazer e Incentivo da EMBRATUR, Airton Nogueira, pelo vice-prefeito do município, Comte Bittencourt.” [...] “Também participaram do encontro o presidente da [...] NELTUR. José Haddad, e o diretor de Turismo da NELTUR, Liberato Pinto” [...] “Segundo Comte, o plano deverá ser oficializado pelo prefeito Godofredo Pinto em março deste ano e implantado ao longo dos quatro anos de governo, com objetivo de alavancar todo o potencial turístico da cidade” [...]

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“Há também a intenção de estimular o turismo interno, fazendo com que o niteroiense procure o seu lazer dentro da própria cidade”, disse Haddad (VIANNA, 2005. p. 7)..

2006.

O Fluminense, na sua edição de aniversário, estampa na capa a manchete: Cidade é a bola da vez. E, em um exemplo a ser seguido, destaca: “[...] as praias são um uma atração à parte para moradores e turistas.”[...]ressaltando “a Praia de Icaraí é o point dos desportistas sem compromisso, o paraíso dos jovens, as águas calmas os recanto de beleza natural e o pôr-do-sol privilegiados.” (NA CRISTA..., 2006, p. 8-12).

2007.

“Os niteroienses podem e devem se gabar de um vasto e exuberante potencial paisagístico, e disto ninguém duvida.” Para comprovar a riqueza divina o Fluminense destacou algumas fotos: Teatro Popular de Niterói, Museu de Arte Contemporânea e um pequeno surfista, ao entardecer, contemplando o mar. (NITEROI..., 2007, p.86-87). Márcia Vilela tem realizado excursões turísticas com o grupo Unibanco / Classe A.

(FOTO 77: Márcia Vilela. Grupo de idosos durante uma viagem de ônibus com Márcia Vilela.)

Em síntese, no início do novo século algumas tendências observadas no final dos anos 90 começaram a se consolidar. Neste ATLAS deixaremos consignadas apenas quatro: o turismo social, o turismo social ativo e as relações esporte, lazer e ambiente.

(FOTO 78: Maria Auxiliadora França Mendonça. Grupo de idosos do IEG visita o submarino Riachuelo.)

Turismo Ativo.

O Turismo Ativo “reúne pessoas que desejam praticar atividades físicas sem fins competitivos, quase sempre inspiradas no ideário da promoção da saúde”. [...] Para estudar as manifestações do turismo ativo, Faria Junior criou “uma tipologia composta por três categorias”. [...] “

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a primeira inclui as pessoas que viajam a trabalho, estudo ou para participar de convenções ou mesmo para ocupar o tempo livre e não querem perder sua condição física e mudar o estilo de vida ativo que adotaram” (In: FARIA JUNIOR, 1996. p. 66-67). Por isto, alguns hotéis mantém infra-estrutura para a prática do esporte e lazer – academia completa (fitness certer), piscina, campos de golfe, futebol e quadras de voleibol etc. Outros oferecem recreadores e professores de educação física para aulas de tênis, squash, windsurf, vela etc.

Em Niterói, o Hotel Casa do Professor, como se lerá mais adiante, é um bom exemplo de estabelecimento que recebe profissionais do interior pondo à disposição piscina, salão de jogos etc. Não tão específico, outro exemplo é o Hotel Fazenda, com “lago para pesca, quatro piscinas, toboágua (sic), sauna, salão de jogos, futebol, vôlei, cavalos charrete [...] (HOTÉIS..., 2004, p. 16). Um segundo grupo, “inclui pessoas com necessidades especiais de reeducação (alimentar, motora, postural etc).

Ainda, em Niterói, embora sem constitui um SPA, o Espaço Alternativo Lassance é o estabelecimento que mais se aproxima desse entendimento, oferecendo, dentre outras coisas “ Correção Postural, Pilates, Drenagem Linfática, Massagem, Ginástica Localizada, Hidroginástica [..]” (GUIA DA REGIÃO OCEÂNICA & PENDOTIBA, 2004. p. 24).

O terceiro sub-grupo envolve turistas diferenciados, com interesses concentrados em práticas desportivas específicas, não competitivas, como o ciclo turismo, o montanhismo, cavalgada,

vôo-livre etc” (FARIA JUNIOR, In: FARIA JUNIOR, 1996. p. 69). Em Niterói, o Haras São Sebastião parece o melhor exemplo.

(FOTO 79: Marcia Vilela. O grupo de Marcia Villela realiza uma excursão ao sul do país.)

Turismo Social.

Sob o enfoque de uma educação física em (e para) uma sociedade multicultural a temática também assume relevância, sobretudo no caso do turismo social [social-subsidized tourism]. Turismo social pode ser entendido como “o tipo de turismo praticado por grupos de baixa renda, e que é tornado possível e facilitado por serviços inteiramente separados e, portanto, facilmente reconhecíveis” (HUNZIKER, apud McINTOSH, op. cit. p.47) ou “o tipo de turismo praticado por aqueles que não são capazes de fazer frente aos custos sem intervenção social, isto é, sem a assistência de uma associação a qual o indivíduo

pertença.” (POPLIMONT apud McINTOSH, op. cit. p.47).

Lembramos aqui que foram os países socialistas que primeiro investiram massivamente naquela forma de turismo, construindo resorts e organizando programas para as férias coletivas dos trabalhadores e suas famílias. Por outro lado, alguns governos, como o Felipe Gonzales, na Espanha, viram, no turismo social, oportunidade para o “favorecimento da criação e da manutenção do emprego.” (IZQUIERDO, 1991. p. 389).

Ainda em relação ao turismo social observou-se aumento da demanda dos idosos pelo turismo social que se originou do desejo que as pessoas com mais de 60 anos demonstraram ao reivindicarem um direito que até então não estava merecendo a devida atenção: o direito de viajar.

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(FOTO 80: Maria Auxiliadora França Mendonça. Grupo de idosos do IEG em frente à ALERJ após visita lá realizada.)

Turismo Social Ativo

No campo do turismo social, a educação física tem importante contribuição a dar, uma vez que um dos objetivos comuns dessas duas áreas é a melhoria da qualidade de vida da população. E, dentre as atividades comumente sugeridas encontram-se a ”ginástica de manutenção, partidas e campeonatos de petanca, xadrez, dominó e mus.“ (IZQUIERDO, op. cit. p. 389). É interessante ainda destacar conclusões de congressos e seminários, que mostram que crianças e adolescentes da classe trabalhadora, ao regressarem de experiências de turismo social, exercem fortes pressões sobre as escolas para que os programas de educação física sejam radicalmente mudados, de forma a incluírem opções desportivas praticadas nos resorts.

Em Niterói, o Instituto de Educação Gerontológica IMMA (IEG) continuou realizando o

trabalho iniciado em 1996, realizando com idosos, gratuitamente, visitas e excursões a pontos turísticos de Niterói e do Rio de Janeiro. Nos seus quadros, o IEG tem guia regional registrado na EMBRATUR. Em vários casos instituições como a ALERJ e a Marinha chegam a oferecer transporte e serviço de guias especializados para facilitar as visitas daqueles que não podem arcar com os custos do turismo.

(FOTO 81: Maria Auxiliadora França Mendonça. Visita oferecida pela Marinha brasileira ao Centro Cultural, ao submarino Riachuelo e ao CTE Bauru.)

Turismo, esporte, lazer e ambiente.

Finalmente, gostaríamos de destacar a contradição do binômio desporto-turismo apresentar, ao mesmo tempo, elementos altamente positivos (como a busca pela melhoria da qualidade de vida) e outros negativos (como as agressões que perpetra no ambiente). A revisão da literatura mostrou que obras clássicas na área do turismo, como o livro de Robert W. McIntosh

(1972) já incluíam reflexões da relação do turismo com o ambiente, seja sob a ótica da expectativa do turista, seja revelando a preocupação com “a preservação ou aprimoramento da qualidade do meio ambiente nas áreas recreativas” (p.200), a percepção dos residentes sobre os impactos do turismo no ambiente e o turismo e o meio físico.

SITUAÇÃO ATUAL

Esporte e Turismo

Esporte e Turismo é a “nova disciplina do curso de Turismo da UFF para o próximo semestre. O objetivo é preparar os alunos para a captação de eventos esportivos e analisar seu impacto na vida turística”, diz o Chefe do Departamento de Turismo Eduardo Vilela. (MONTEIRO, 2009.p. 8).

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, G. de. Um pequeno Portugal. Jornal do

Brasil, Rio de Janeiro. 01 fev. 1998. Niterói, p. 1.

ESPORTE turismo em Niterói. O Fluminense, Niterói. 22 jul. 2004. Esporte, p. 06.

FARIA JUNIOR, A. G. de (org.). Ginástica, Dança e

Desporto para a Terceira Idade. Brasília: SESI /

INDESP, 1999.

FARIA JUNIOR, Alfredo G. de. Lazer e turismo para a terceira idade. In: FARIA JUNIOR, Alfredo G. de et al.

Referências

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