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Inversor monofásico sincronizado para a conexão de um gerador eólico à rede elétrica: estudo, projeto e implementação

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Academic year: 2021

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(1)MATEUS COSTA MACCARINI. ´ INVERSOR MONOFASICO SINCRONIZADO ˜ DE UM GERADOR PARA A CONEXAO ´ ` REDE ELETRICA: ´ EOLICO A ESTUDO, ˜ PROJETO E IMPLEMENTAC ¸ AO. ´ FLORIANOPOLIS 2009.

(2) UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. ´ ˜ EM ENGENHARIA CURSO DE POS-GRADUAC ¸ AO ´ ELETRICA. ´ INVERSOR MONOFASICO SINCRONIZADO ˜ DE UM GERADOR PARA A CONEXAO ´ ` REDE ELETRICA: ´ EOLICO A ESTUDO, ˜ PROJETO E IMPLEMENTAC ¸ AO. Disserta¸c˜ao submetida `a Universidade Federal de Santa Catarina como parte dos requisitos para a obten¸c˜ ao do grau de Mestre em Engenharia El´etrica.. MATEUS COSTA MACCARINI. Florian´opolis, Mar¸co de 2009..

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(4) Dedico este trabalho aos meus pais Dilson e Cleonice pelo afeto e incentivo sempre incondicional. Aos meus irm˜ aos M´ arcio e Marcello pela amizade e apoio. iii.

(5) AGRADECIMENTOS Agrade¸co ao Professor Ivo Barbi pela orienta¸c˜ao e admir´avel sabedoria, pela ajuda incompar´avel, pela amizade e por compartilhar uma pequena parte de seus conhecimentos. Com certeza uma das mentes mais brilhantes da Eletrˆonica de Potˆencia. Aos membros da banca examinadora Professores Kefas Damazio Coelho, Denizar Cruz Martins e Marcelo Lobo Hedwein pelas sugest˜oes e corre¸c˜oes, que com certeza ajudaram a engrandecer este trabalho. A todos os professores do INEP, Ivo Barbi, Arnaldo J. Perin, Denizar C. Martins, Enio V. Kassick, Jo˜ ao C. Fagundes, Hari B. Mohr e Samir A. Mussa, pelos ensinamentos durante a fase de cr´editos do mestrado. Aos grandes amigos de turma, Bruno S. Dupczak, Gabriel Tibola, Gierri Waltrich, Gl´aucio R. T. Hax, Gustavo C. Flores, Roberto F. Coelho, Rodrigo da Silva, Roniere H. Oliveira e Tiago K. Jappe, pela amizade e momentos de descontra¸c˜ao. S˜ao com certeza jovens brilhantes que tem um futuro promissor. Aos amigos Doutorandos Telles B. Lazzarin e M´arcio S. Ortmann pelas discuss˜oes e d´ uvidas sanadas. N˜ao poderia deixar de agradecer a meus primos Leandro e Daniel, meu tio Luiz e minha tia Dulce pela amizade e ajuda durante o mestrado. Sem o apoio de vocˆes com certeza esse trabalho n˜ ao seria poss´ıvel. Agrade¸co tamb´em a minha tia Izabel (tia “Nˆega”) pela paciˆencia e dedica¸c˜ao para revisar a ortografia da primeira vers˜ ao deste documento. Aos funcion´ arios do INEP, Regina, Pacheco, Fernando, Coelho e Filipe, pela disponibilidade e pela ajuda no decorrer desta pesquisa. Ao CNPq e ` a Universidade Federal de Santa Catarina, pelo apoio financeiro e pela estrutura oferecida para a realiza¸c˜ ao do curso. Ao povo brasileiro por financiar meus estudos por meio do CNPq. iv.

(6) “Toda a nossa ciˆencia, comparada com a realidade, ´e primitiva e infantil - e, no entanto, ´e a coisa mais preciosa que temos.” Albert Einstein (1879 - 1955) v.

(7) Resumo da Disserta¸c˜ ao apresentada `a UFSC como parte dos requisitos necess´arios para obten¸c˜ ao do grau de Mestre em Engenharia El´etrica.. ´ INVERSOR MONOFASICO SINCRONIZADO ˜ DE UM GERADOR EOLICO ´ PARA CONEXAO ` REDE ELETRICA: ´ COM A ESTUDO, PROJETO ˜ E IMPLEMENTAC ¸ AO Mateus Costa Maccarini Mar¸co/2009. Orientador: Ivo Barbi, Dr. Ing. ´ Area de Concentra¸c˜ ao: Eletrˆ onica de Potˆencia e Acionamento El´etrico Palavras-chave: Energia E´ olica, Inversor Monof´asico, Trˆes N´ıveis. N´ umero de P´ aginas: xxv + 153. O objetivo principal deste trabalho ´e o estudo, projeto e implementa¸ca˜o de um conversor CC/CA para a conex˜ao de um gerador e´olico `a rede el´etrica. Faz-se isso utilizando-se um inversor monof´asico, com modula¸c˜ao PWM a trˆes n´ıveis, ligado `a rede atrav´es de um transformador de baixa freq¨ uˆencia. S˜ao controladas trˆes vari´aveis distintas no conversor: a corrente de sa´ıda, que deve ser senoidal e com baixa distor¸ca˜o harmˆonica, a tens˜ao do barramento CC de entrada, que se deve manter regulada e com a ondula¸ca˜o projetada, e a componente m´edia de corrente no prim´ario do transformador, para se evitar que esse u ´ltimo sature. Inicialmente faz-se uma breve introdu¸c˜ao sobre o uso da energia e´olica, logo em seguida, estuda-se o est´agio de potˆencia, malhas de controle e compensadores utilizados e, por fim, implementa-se um prot´otipo para que seja feita a comprova¸ca˜o experimental de toda a teoria desenvolvida.. vi.

(8) Abstract of Dissertation presented to UFSC as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Master in Electrical Engineering.. SINGLE-PHASE INVERTER APPLIED AT CONNECTION OF A WIND POWER GENERATOR TO THE ELECTRIC GRID: STUDY, PROJECT AND IMPLEMENTATION Mateus Costa Maccarini March/2009. Advisor: Ivo Barbi, Dr. Ing. Area of Concentration: Power Electronics Key words: Wind Power, Single-Phase Inverter, Three-Level. Number of Pages: xxv + 153. The aims of this work are the study, design and implementation of a dc/ac converter for the connection of a wind power generator to the electric grid. It makes use of a single-phase inverter, with three-level PWM modulation, connected to the grid through a low frequency transformer. Three distinct variables are controlled in the converter: the output current, that must be sinusoidal and present low harmonic distortion, the DC link voltage, that must be regulated and within the designed ripple, and the average current component in the primary winding of the transformer, what prevents it from saturating. Initially, a brief introduction on the use of the wind power is performed. Afterwards, studies of the power structure, control models and employed compensators. Finally, a prototype is assembled and tested to validate through experimental results all developed theoretical analysis and design.. vii.

(9) Sum´ ario. 1 Introdu¸ c˜ ao Geral. 1. 1.1. Introdu¸c˜ ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 1. 1.2. Aerodinˆ amica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 5. 1.3. Tipos de Aerogeradores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 7. 1.4. A Potˆencia do Vento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 9. 1.5. Potˆencia de Sa´ıda de uma Turbina E´olica Ideal . . . . . . . . . . . . . . . . .. 9. 1.5.1. C´ alculo do Coeficiente de Potˆencia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 13. 1.6. Sistema de Gera¸c˜ ao de Energia E´olica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 16. 1.7. Considera¸c˜ oes Sobre Conex˜ao com a Rede El´etrica . . . . . . . . . . . . . . .. 18. 1.7.1. Regula¸c˜ ao da Tens˜ ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 18. 1.7.2. Resposta a Perturba¸c˜oes de Tens˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 19. 1.7.3. Resposta a Perturba¸c˜oes de Freq¨ uˆencia . . . . . . . . . . . . . . . . .. 19. 1.7.4. Harmˆ onicas de Corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 20. 1.7.5. Islanding . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 21. Conclus˜ ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 21. 1.8. 2 Inversor Ponte Completa Monof´ asico Conectado ` a Rede 2.1. Introdu¸c˜ ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . viii. 23 23.

(10) 2.2. Modula¸c˜ ao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 24. 2.3. Modula¸c˜ ao a Dois N´ıveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 25. 2.3.1. Etapas de Opera¸c˜ ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 26. 2.3.2. Caracter´ıstica Est´ atica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 28. 2.3.3. Indutor de Sa´ıda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 29. Modula¸c˜ ao a Trˆes N´ıveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 31. 2.4.1. Etapas de Opera¸c˜ ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 31. 2.4.2. Caracter´ıstica Est´ atica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 34. 2.4.3. Indutor de Sa´ıda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 35. 2.5. Capacitˆ ancia de Entrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 37. 2.6. Conclus˜ ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 40. 2.4. 3 Controle do Inversor Conectado ` a Rede. 41. 3.1. Introdu¸c˜ ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 41. 3.2. Fun¸c˜ oes de Transferˆencia do Inversor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 42. 3.3. 3.4. 3.2.1. Fun¸c˜ ao de Transferˆencia do Inversor para a Malha da Corrente de Sa´ıda 43. 3.2.2. Fun¸c˜ ao de Transferˆencia do Inversor para a Malha de Tens˜ao CC de Entrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 45. Controle da Corrente de Sa´ıda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 46. 3.3.1. Compensador da Corrente de Sa´ıda. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 47. 3.3.2. Ganho do Sensor de Corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 49. 3.3.3. Ganho do Modulador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 49. Controle da Tens˜ ao CC de Entrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 51. 3.4.1. Compensador de Tens˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 51. 3.4.2. Ganho do Sensor de Tens˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 52. ix.

(11) 3.4.3. Ganho da F T M FI (s) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 53. Conclus˜ ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 53. 4 Projeto dos Compensadores, Est´ agio de Potˆ encia e Circuitos Auxiliares. 55. 3.5. 4.1. Introdu¸c˜ ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 55. 4.2. Dimensionamento do Est´ agio de Potˆencia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 56. 4.2.1. Transformador Principal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 56. 4.2.2. Indutor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 57. 4.2.3. Capacitor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 58. 4.2.4. Semicondutores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 59. Projeto dos Compensadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 61. 4.3.1. Compensador da Corrente de Sa´ıda. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 62. 4.3.2. Compensador de Tens˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 66. 4.3.3. Compensador de Corrente M´edia no Prim´ario . . . . . . . . . . . . . .. 68. 4.4. Transformador Auxiliar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 69. 4.5. Circuito de Limita¸c˜ ao da Corrente de Pr´e-carga . . . . . . . . . . . . . . . . .. 70. 4.6. Referˆencia de Corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 75. 4.7. Sensores de Corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 75. 4.8. Sensor de Tens˜ ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 77. 4.9. Multiplicador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 78. 4.10 Circuito Somador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 79. 4.11 Condicionador de Sinal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 80. 4.12 Circuito de Prote¸c˜ ao Contra Sobretens˜ao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 81. 4.13 Fontes de Alimenta¸c˜ ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 82. 4.14 Microcontrolador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 83. 4.15 Conclus˜ ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 88. 4.3. x.

(12) 5 Simula¸ c˜ oes e Resultados Experimentais. 89. 5.1. Introdu¸c˜ ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 89. 5.2. Opera¸c˜ ao Como Retificador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 90. 5.3. Opera¸c˜ ao Como Inversor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 93. 5.3.1. Com uma Fonte de Tens˜ao Cont´ınua na Entrada . . . . . . . . . . . .. 93. 5.3.2. Com o Gerador na Entrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 97. 5.4. Conclus˜ ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100. 6 Conclus˜ ao Geral. 101. Apˆ endices. 104. A Planilha MathCAD Trˆ es N´ıveis. 105. B Ensaios Realizados no Transformador. 120. C Projeto F´ısico do Indutor. 126. D C´ odigo Fonte. 130. E Diagrama Esquem´ atico Completo. 142. Referˆ encias Bibliogr´ aficas. 153. xi.

(13) Lista de Figuras 1.1. T´ıpico moinho de vento europeu. (Fonte: World Wind Energy Association WWEA) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 1.2. Capacidade global instalada por ano. (Fonte: Global Wind Energy Council GWEC ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 1.3. 2. Capacidade global acumulada por ano. (Fonte: Global Wind Energy Council - GWEC ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 1.4. 1. 2. (a) Dez maiores produtores de energia e´olica do mundo, (b) Dez pa´ıses que mais instalaram usinas e´ olicas em 2007. (Fonte: Global Wind Energy Council - GWEC ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 1.5. Capacidade global instalada - distribui¸c˜ao regional.. 3. (Fonte: Global Wind. Energy Council - GWEC ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 4. 1.6. For¸cas de sustenta¸c˜ ao e arrasto num aerof´olio estacion´ario. . . . . . . . . . . .. 5. 1.7. Sustenta¸c˜ ao e arrasto em um aerof´olio em transla¸c˜ao. . . . . . . . . . . . . . .. 6. 1.8. Defini¸c˜ ao de ˆ angulo de passo θP e de ataque γ. . . . . . . . . . . . . . . . . .. 6. 1.9. Exemplos de turbinas: (a) Darrieus (vista frontal), (b) Eixo horizontal (vista frontal) e (c) Savonius (vista superior). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 7. 1.10 Composi¸c˜ ao de um aerogerador de grande porte. (Fonte: World Wind Energy Association - WWEA) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 8. 1.11 Fluxo de ar atravessando o disco atuador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 10. 1.12 Velocidade e press˜ ao do vento no volume de controle. . . . . . . . . . . . . . .. 11. xii.

(14) 1.13 Gr´ afico que representa o comportamento do coeficiente de potˆencia quando varia-se o fator a. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 13. 1.14 Eficiˆencia da turbina em fun¸c˜ao da raz˜ao de velocidades na ponta das p´as. . .. 15. 1.15 Potˆencia extra´ıda da turbina ENERSUD GERAR246 em fun¸c˜ao da rota¸c˜ao da h´elice para algumas velocidades do vento. . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 15. 1.16 Diagrama de blocos do sistema e´olico de pequeno porte. . . . . . . . . . . . .. 16. 1.17 Destaque para o objetivo do trabalho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 17. 1.18 Inversor monof´ asico ponte completa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 17. 1.19 Limites estabelecidos pela norma ANSI C84.1, Range A[1]. . . . . . . . . . .. 19. 2.1. Esquema do inversor ponte completa monof´asico. . . . . . . . . . . . . . . . .. 23. 2.2. Modula¸c˜ ao a dois n´ıveis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 24. 2.3. Modula¸c˜ ao a trˆes n´ıveis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 25. 2.4. Modulador a dois n´ıveis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 25. 2.5. Primeira etapa de opera¸c˜ ao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 26. 2.6. Segunda etapa de opera¸c˜ ao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 27. 2.7. Principais formas de onda para a modula¸c˜ao PWM a dois n´ıveis. . . . . . . .. 27. 2.8. Varia¸c˜ ao da raz˜ ao c´ıclica em fun¸c˜ao de meio per´ıodo da rede para alguns valores de “M ”. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 2.9. 29. Varia¸c˜ ao da ondula¸c˜ ao de corrente normalizada em fun¸c˜ao de meio per´ıodo da rede para alguns valores de “M ”. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 30. 2.10 Modulador a trˆes n´ıveis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 31. 2.11 Primeira e terceira etapa de opera¸c˜ao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 32. 2.12 Segunda etapa de opera¸c˜ ao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 33. 2.13 Quarta etapa de opera¸c˜ ao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 33. 2.14 Principais formas de onda para a modula¸c˜ao PWM a trˆes n´ıveis. . . . . . . .. 34. xiii.

(15) 2.15 Varia¸c˜ ao da raz˜ ao c´ıclica em fun¸c˜ao de meio per´ıodo da rede, para alguns valores de “M ”. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 35. 2.16 Varia¸c˜ ao da ondula¸c˜ ao de corrente normalizada em fun¸c˜ao de meio per´ıodo da rede para alguns valores de M . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 36. 2.17 Comportamento da corrente no capacitor durante as etapas de opera¸c˜ao do inversor para modula¸c˜ ao PWM a trˆes n´ıveis. (a) Primeira e terceira etapas; (b) Segunda etapa; (c) Quarta etapa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 37. 2.18 Forma de onda da corrente no capacitor para a modula¸c˜ao PWM a trˆes n´ıveis. 38 2.19 Formas de onda de tens˜ ao e corrente no capacitor. . . . . . . . . . . . . . . .. 39. 3.1. Diagrama de blocos de controle do inversor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 42. 3.2. Tens˜ ao vab (t) para a opera¸c˜ao a trˆes n´ıveis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 43. 3.3. Modelo el´etrico equivalente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 43. 3.4. Modelo el´etrico equivalente referenciado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 44. 3.5. Circuito equivalente do inversor operando sem corrente na entrada. . . . . . .. 45. 3.6. Diagrama de blocos do controle da corrente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 46. 3.7. (a) estrutura do controlador de corrente. (b) diagrama de Bode assint´otico da fun¸c˜ ao de transferˆencia do compensador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 47. 3.8. Diagrama de Bode do compensador utilizado e do que seria desejado. . . . . .. 48. 3.9. Pulsos gerados pelo modulador de trˆes n´ıveis. . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 50. 3.10 Diagrama de blocos do controle da tens˜ao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 51. 3.11 Estrutura do controlador de tens˜ao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 52. 3.12 Sensor de tens˜ ao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 52. 4.1. Transformador principal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 56. 4.2. Circuito equivalente do transformador principal. . . . . . . . . . . . . . . . .. 56. 4.3. Esquema do inversor Semikron. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 60. xiv.

(16) 4.4. FTMA da corrente de sa´ıda. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 4.5. (a) estrutura do controlador de corrente. (b) diagrama de Bode assint´otico da. 62. fun¸c˜ ao de transferˆencia do compensador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 63. 4.6. Diagrama de Bode da F T M AI (s). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 64. 4.7. (a) estrutura do controlador de corrente modificado. (b) diagrama de Bode assint´ otico da fun¸c˜ ao de transferˆencia do compensador modificado. . . . . . .. 65. 4.8. Diagrama de Bode da F T M AI (s) utilizando o controlador modificado. . . . .. 65. 4.9. FTMA da tens˜ ao de entrada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 66. 4.10 (a) estrutura do controlador de tens˜ao. (b) diagrama de Bode assint´otico da fun¸c˜ ao de transferˆencia do compensador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 66. 4.11 Resposta em freq¨ uˆencia da F T M AV (s). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 68. 4.12 Implementa¸c˜ ao do compensador de corrente m´edia do prim´ario do transformador. 69 4.13 Esquema do transformador auxiliar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 70. 4.14 Est´ agios da partida do inversor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 70. 4.15 Circuito de pr´e-carga do capacitor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 71. 4.16 Circuito de partida suave. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 72. 4.17 (a) Sa´ıda do compensador de tens˜ao (VV cont ). (b) Referˆencia de corrente. (c) Sa´ıda do compensador de corrente (VIcont ). (d) Sa´ıda do circuito de aux´ılio `a partida suave. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 73. 4.18 Circuito comparador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 73. 4.19 Circuito de aux´ılio a partida suave. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 74. 4.20 Circuito de gera¸c˜ ao da referˆencia de corrente. . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 75. 4.21 Medidor de corrente do secund´ario do transformador. . . . . . . . . . . . . . .. 75. 4.22 Medidor de corrente do prim´ario do transformador. . . . . . . . . . . . . . . .. 76. 4.23 Medidor da tens˜ ao do barramento CC. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 77. xv.

(17) 4.24 Circuito multiplicador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 78. 4.25 Circuito para a compensa¸c˜ ao do ganho do multiplicador. . . . . . . . . . . . .. 79. 4.26 Circuito somador n˜ ao inversor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 79. 4.27 Circuito amplificador inversor.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 80. 4.28 Circuito subtrator. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 81. 4.29 Circuito de prote¸c˜ ao contra sobretens˜oes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 81. 4.30 Circuito das fontes auxiliares. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 83. 4.31 Diagrama de blocos do inversor juntamente com o microcontrolador. . . . . .. 84. 4.32 Fluxograma da rotina principal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 85. 4.33 Fluxograma da interrup¸c˜ ao do PWM e da rotina do barramento CC carregado. 86 4.34 Fluxograma das interrup¸c˜ oes de alta prioridade. . . . . . . . . . . . . . . . . .. 87. 5.1. Circuito de potˆencia simulado para a opera¸c˜ao como retificador.. . . . . . . .. 90. 5.2. Circuito de controle simulado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 90. 5.3. Processo de inicializa¸c˜ ao. (a) Simula¸c˜ao. (b)Resultado experimental. . . . . .. 91. 5.4. Corrente e tens˜ ao de sa´ıda: (a) simula¸c˜ao; (b)resultado experimental. . . . . .. 92. 5.5. Tens˜ ao entre os pontos “a” e “b” e de entrada: (a) simula¸c˜ao; (b) resultado experimental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 93. 5.6. Circuito de potˆencia simulado para a opera¸c˜ao como inversor. . . . . . . . . .. 94. 5.7. Circuito de teste para a opera¸c˜ao como inversor. . . . . . . . . . . . . . . . .. 94. 5.8. Corrente e tens˜ ao de sa´ıda: (a) simula¸c˜ao; (b) resultado experimental. . . . .. 94. 5.9. Compara¸c˜ ao das harmˆ onicas de corrente com a norma IEEE 1547. . . . . . .. 95. 5.10 Corrente e tens˜ ao no prim´ ario do transformador: (a) simula¸c˜ao; (b) resultado experimental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 96. 5.11 Tens˜ ao entre os pontos “a” e “b” e de entrada: (a) simula¸c˜ao; (b) resultado experimental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xvi. 96.

(18) 5.12 Curva de rendimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 97. 5.13 Comportamento da THD da corrente de sa´ıda em fun¸c˜ao da potˆencia de sa´ıda. 97 5.14 Esquema de liga¸c˜ ao do gerador com o inversor. . . . . . . . . . . . . . . . . .. 98. 5.15 Gerador simulado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 98. 5.16 Corrente e tens˜ ao de sa´ıda. (a) Simula¸c˜ao. (b)Resultado experimental. . . . .. 99. 5.17 Corrente e tens˜ ao de linha no gerador. (a) Simula¸c˜ao. (b)Resultado experimental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100. E.1 Foto do Prot´ otipo: 1) Inversor Semikron SKS 50 B6U+B2CI 10 V6 ; 2) Placa de controle; 3) Fontes auxiliares; 4) Transformador auxiliar; 5) Transformador principal; 6) Sensor Hall1 e Rel´e de pr´e-carga; 7) Chave seccionadora; 8)Indutor; 9) Sensor de tens˜ao e sensor Hall2 ; 10) Resistor de pr´e-carga. . . . 142. xvii.

(19) Lista de Tabelas 1.1. Especifica¸c˜ oes da turbina ENERSUD GERAR246. . . . . . . . . . . . . . . .. 13. 1.2. Constantes emp´ıricas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 14. 1.3. Especifica¸c˜ oes do inversor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 17. 1.4. Resposta a anormalidades da tens˜ao (IEEE 1547). . . . . . . . . . . . . . . .. 19. 1.5. Resposta do sistema para perturba¸c˜oes de freq¨ uˆencia (base 60 Hz) para IEEE 1547. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 1.6. 20. M´ axima distor¸c˜ ao harmˆ onica de corrente em porcentagem da fundamental (IEEE 1547). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 20. 4.1. Parˆ ametros do transformador principal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 57. 4.2. Requisitos para o capacitor de entrada.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 58. 4.3. Capacitores utilizados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 59. 4.4. Esfor¸cos nos semicondutores medidos via simula¸c˜ao num´erica. . . . . . . . . .. 59. 4.5. Especifica¸c˜ oes dos semicondutores utilizados. . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 60. 4.6. Especifica¸c˜ oes do inversor utilizado.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 61. 4.7. Componentes utilizados no compensador de corrente. . . . . . . . . . . . . . .. 64. 4.8. Componentes utilizados no compensador de tens˜ao. . . . . . . . . . . . . . . .. 67. 4.9. Especifica¸c˜ oes do sensor de corrente do secund´ario do transformador. . . . . .. 76. 4.10 Especifica¸c˜ oes do sensor de corrente do prim´ario do transformador. . . . . . .. 77. xviii.

(20) 4.11 Principais caracter´ısticas do PIC18F4431. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 84. 4.12 Indica¸c˜ oes dos LEDs. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 87. 5.1. An´ alise dos resultados experimentais para a opera¸c˜ao como retificador. . . . .. 92. 5.2. An´ alise dos resultados experimentais para a opera¸c˜ao como inversor. . . . . .. 95. 5.3. Parˆ ametros simulados do gerador de fluxo axial a im˜a permanente. . . . . . .. 98. 5.4. Resultados experimentais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 99. 5.5. Resultados experimentais e simulados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100. xix.

(21) Nomenclatura Abreviaturas. a.C.. Antes de Cristo. A/D. Analog to Digital. BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econˆomico e Social CA. Corrente Alternada. CC. Corrente Cont´ınua. EEPROM Electrically-Erasable Programmable Read-Only Memory FAE. Fonte Alternativa de Energia. FAIP Fluxo Axial ` a ´Im˜ a Permanente FRIP Fluxo Radial a ` ´Im˜ a Permanente FTMA Fun¸c˜ ao de Transferˆencia de Malha Aberta IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers IGBT Insulated Gate Bipolar Transistor INEP Instituto de Eletrˆ onica de Potˆencia LED. Light Emitting Diode. MME Minist´erio das Minas e Energia PCC Ponto de Conex˜ ao Comum. xx.

(22) PFC. Power Factor Correction (Corre¸c˜ao do Fator de Potˆencia). PI. Proporcional Integral. PIC. Peripheral Interface Controller. PROINFA Programa de Incentivo a`s Fontes Alternativas de Energia El´etrica PWM Pulse Width Modulation (Modula¸c˜ao por Largura de Pulsos) UFSC Universidade Federal de Santa Catarina WWEA World Wind Energy Association. S´ımbolos. ∆ILb Ondula¸c˜ ao de corrente na indutˆancia de sa´ıda do inversor. A. ∆VCp Ondula¸c˜ ao de tens˜ ao no barramento CC do inversor. V. I. Sinal de erro da malha de controle da corrente de sa´ıda. V. V. Sinal de erro da malha de controle da tens˜ao de entrada. V. η. Rendimento. γ. ˆ Angulo de ataque da h´elice. rad. λ. Raz˜ ao de velocidades na ponta das p´as. rad. ωR. Velocidade angular da turbina. rad/s. ∆ILb Ondula¸c˜ ao parametrizada de corrente na indutˆancia de sa´ıda do inversor kg/m3. ρ. Densidade do ar. θP. ˆ Angulo de passo da h´elice. ϕm. Margem de fase. a. Fator de interferˆencia do fluxo axial. AD. ´ Area do disco atuador. m2. AR. ´ Area do rotor. m2. rad o. xxi.

(23) ´ A+∞ Area antes do disco atuador. m2. ´ A−∞ Area depois do disco atuador. m2. CI (s) Compensador da corrente de sa´ıda CP. Coeficiente de potˆencia. CV (s) Compensador de tens˜ ao Cin. Capacitˆ ancia de entrada do inversor. D. Raz˜ ao c´ıclica. F. D1,2,3,4 Diodos do inversor Ec. Energia cin´etica. J. fc. Freq¨ uˆencia de cruzamento. Hz. FD. Empuxo axial na turbina. N. fR. Freq¨ uˆencia da rede el´etrica. Hz. fS. Freq¨ uˆencia de comuta¸c˜ ao. Hz. fIp1. Freq¨ uˆencia do p´ olo 1 do compensador de corrente da sa´ıda. Hz. fIp2. Freq¨ uˆencia do p´ olo 2 do compensador de corrente da sa´ıda. Hz. fIz. Freq¨ uˆencia do zero do compensador de corrente da sa´ıda. Hz. F T M AI (s) Fun¸c˜ ao de Transferˆencia de Malha Aberta da corrente de sa´ıda F T M AV (s) Fun¸c˜ ao de Transferˆencia de Malha Aberta da tens˜ao de entrada F T M FI (s) Fun¸c˜ ao de Transferˆencia de Malha Fechada para o controle da corrente de sa´ıda g. m/s2. Acelera¸c˜ ao da gravidade. HI (s) Fun¸c˜ ao de transferˆencia do inversor para a malha de controle da corrente de sa´ıda HV (s) Fun¸c˜ ao de transferˆencia do inversor para a malha de controle de tens˜ao Hall1 Sensor de corrente do secund´ario do transformador Hall2 Sensor de corrente do prim´ ario do transformador xxii.

(24) IBcc. Corrente no barramento CC. A. ICmpc Corrente m´edia no capacitor de entrada para um per´ıodo de comuta¸c˜ao. A. ICp. Corrente de pico no capacitor de entrada. A. Iin. Corrente de entrada do inversor. A. ILb. Corrente na indutˆ ancia de sa´ıda. A. Ilinha Corrente de no gerador. A. Iop. Corrente de pico na sa´ıda. A. IP pc. Corrente no prim´ ario do transformador durante a pr´e-carga. A. KHall1 Ganho do sensor Hall1 KM v. Ganho do sensor de tens˜ ao. KP W M Ganho do modulador PWM Lb. Indutˆ ancia de sa´ıda do inversor. H. M. ´Indice de modula¸c˜ ao. m. Massa. NP. N´ umero de espiras do prim´ ario do transformador. NS. N´ umero de espiras do secund´ario do transformador. P. Potˆencia. W. PD. Potˆencia extra´ıda do vento pelo disco atuador. W. PV. Potˆencia do vento. W. p∞. Press˜ ao atmosf´erica. Pa. pDj. Press˜ ao ` a jusante do disco atuador. Pa. pDm. Press˜ ao ` a montante do disco atuador. Pa. Po. Potˆencia de sa´ıda do inversor. W. kg. Q1,2,3,4 Interruptores do inversor xxiii.

(25) RR. Raio do rotor. m. RP C. Resistor de pr´e-carga. Ω. t. Tempo. s. TS. Per´ıodo de comuta¸c˜ ao. s. V. Velocidade. ∗ Vin. Tens˜ ao de sa´ıda do sensor de tens˜ao. VD. Velocidade do vento no disco atuador. vo (t). Tens˜ ao da rede el´etrica. VV. Velocidade do vento. Vab. Tens˜ ao entre os pontos “a” e “b” do inversor. V. Vce. Tens˜ ao coletor emissor do IGBT. V. VHall1 Tens˜ ao de sa´ıda do sensor Hall1. V. VHall2 Tens˜ ao de sa´ıda do sensor Hall2. V. VICCcont Tens˜ ao de sa´ıda do compensador de corrente m´edia. V. VIcont Tens˜ ao de sa´ıda do compensador de corrente de sa´ıda. V. Vin. V. m/s V m/s V m/s. Tens˜ ao de entrada do inversor. VIRefp Valor de pico da referˆencia da corrente de sa´ıda. V. VIref. V. Referˆencia da corrente de sa´ıda. Vlinha Tens˜ ao de linha no gerador. V. Vop. Tens˜ ao de pico da rede el´etrica. V. Vo. Tens˜ ao eficaz da rede el´etrica. V. VP prim Tens˜ ao de pico no prim´ ario do transformador. V. Vtri. Tens˜ ao de pico do sinal da triangular. V. VV cont Tens˜ ao de sa´ıda do compensador de tens˜ao. V. xxiv.

(26) VV j. Velocidade do vento depois da turbina. m/s. VV ref Referˆencia da tens˜ ao de entrada. V. XC. Ω. Impedˆ ancia capacitiva. xxv.

(27) Cap´ıtulo 1. Introdu¸ c˜ ao Geral O vento e as ondas est˜ ao sempre a favor do navegador habilidoso. Edward Gibbon. 1.1. Introdu¸ c˜ ao. O uso da energia contida nos ventos n˜ao ´e recente, pois os europeus chegaram `as Am´ericas utilizando caravelas que eram movidas pelo vento. Muitos pa´ıses prosperaram no per´ıodo das grandes navega¸c˜ oes utilizando a energia e´olica. Em terra, tem-se not´ıcias que o imperador da Babilˆonia Hammurabi planejou o uso de turbinas e´ olicas para irriga¸c˜ ao em 1700 a.C.[2]. Na Europa, os moinhos de vento surgiram na idade m´edia. Eles eram usados para moer gr˜aos, serrar madeira e mover ferramentas em geral[3]. Um t´ıpico moinho de vento europeu est´a ilustrado na figura 1.1.. Figura 1.1: T´ıpico moinho de vento europeu. (Fonte: World Wind Energy Association WWEA).

(28) 1. Introdu¸c˜ao Geral. 2. A Dinamarca foi o primeiro pa´ıs a utilizar o vento para gera¸c˜ao de eletricidade. Em 1890 os dinamarqueses j´ a utilizavam turbinas e´olicas de 23 m de diˆametro para gerar eletricidade. Em 1910 in´ umeras unidades com capacidade de 5 a 25 kW estavam em opera¸c˜ao na Dinamarca[2]. Atualmente o uso da energia e´ olica vem crescendo cada vez mais ano ap´os ano. Em 2007 foram instalados mais de 20 GW em energia e´olica, liderados pelos Estados Unidos, China e Espanha, aumentando a capacidade global instalada para mais de 94 GW, como pode ser visto nos gr´ aficos das figuras 1.2, 1.3 e 1.4b. CAPACIDADE GLOBAL INSTALADA POR ANO 1996 - 2007 MW. 20.000 18.000 16.000 14.000 12.000 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 0. 1996. 1997. 1998. 1999. 2000. 2001. 2002. 2003. 2004. 1.280. 1.530. 2.520. 3.440. 3.760. 6.500. 7.270. 8.133. 8.207. 2005. 2006. 2007. 11.531 15.318 20.076. Figura 1.2: Capacidade global instalada por ano. (Fonte: Global Wind Energy Council GWEC ). CAPACIDADE GLOBAL ACUMULADA POR ANO 1996 - 2007 MW. 90.000 80.000 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 0. 1996. 1997. 6.100. 7.600. 1998. 1999. 2000. 2001. 2002. 2003. 2004. 2005. 2006. 2007. 10.200 13.600 17.400 23.900 31.100 39.431 47.620 59.091 74.141 94.123. Figura 1.3: Capacidade global acumulada por ano. (Fonte: Global Wind Energy Council GWEC ). Mateus Costa Maccarini, MSc. Eng..

(29) 1. Introdu¸c˜ao Geral. 3 Resto do Mundo. Resto do Mundo. Canadá Reino Unido Portugal. Alemanha Portugal. EUA. Itália. Reino Unido França. França. Itália Dinamarca. Alemanha. China. EUA Índia. Espanha. Índia China. Espanha. MW. %. Alemanha EUA. 22.247 16.818. 23,6 17,9. Espanha Índia. 15.145 8.000. China Dinamarca Itália França Reino Unido Portugal Resto do Mundo Total Dez Maiores Total. MW. %. EUA. 5.244. 26,1. Espanha. 3.522. 17,5. 16,1 8,5. China. 3.449. 17,2. Índia. 1.730. 8,6. 6.050 3.125 2.726 2.454 2.389 2.150 13.019. 6,4 3,3 2,9 2,6 2,5 2,3 13,8. Alemanha. 1.667. 8,3. França. 888. 4,4. Itália. 603. 3,0. Portugal. 434. 2,2. Reino Unido. 427. 2,1. Canadá. 386. 1,9. 1.726. 8,6. 81.104 94.123. 86,2 100,0. 18.350 20.076. 91,4 100,0. Resto do Mundo Total Dez Maiores Total. (a). (b). Figura 1.4: (a) Dez maiores produtores de energia e´olica do mundo, (b) Dez pa´ıses que mais instalaram usinas e´ olicas em 2007. (Fonte: Global Wind Energy Council - GWEC ). No ano de 2007 os Estados Unidos aumentaram sua capacidade instalada em 45%, totalizando agora 16 GW de capacidade. A China adicionou mais 3,5 GW, em 2007 somando mais de 6 GW de instala¸c˜ oes e´ olicas. J´ a na Europa, a Espanha teve o maior crescimento, adicionando 3,5 GW, ficando em terceiro lugar no ranking global com uma capacidade instalada de mais de 15 GW, como ´e apresentado na figura 1.4a. A figura 1.5 apresenta a capacidade global instalada em energia e´ olica dividida por regi˜oes. No Brasil o uso da energia e´ olica est´a apenas no in´ıcio. Criado em 2002, o Programa de Incentivo ` as Fontes Alternativas de Energia El´etrica (PROINFA), programa criado pelo Minist´erio das Minas e Energia (MME), estabelece a contrata¸c˜ao de 1,1GW em capacidade e´olica instalada. Com o aux´ılio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econˆomico e Social (BNDES) uma linha de cr´edito financiar´a at´e 70%, da obra cabendo aos investidores garantir 30% por capital pr´ oprio. Mateus Costa Maccarini, MSc. Eng..

(30) 1. Introdu¸c˜ao Geral. 4. CAPACIDADE GLOBAL INSTALADA (MW) - DISTRIBUIÇÃO REGIONAL Total em 2006 ÁFRICA & ORIENTE MÉDIO. Egito Morrocos Irã Tunísia Outros1 Total. ÁSIA. Novo 2007. Total em 2007. 230 64 48 20 16 378. 80 60 19 0 1 160. 310 124 67 20 17 538. Índia China Japão Taiwan Coréia do Sul Filipinas Outros 2 Total. 6.270 2.604 1.394 188 173 25 5 10.659. 1.575 3.304 139 100 18 0 0 5.436. 7.845 5.906 1.538 282 191 25 5 16.091. EUROPA. Alemanha Espanha Dinamarca Itália França Reino Unido Portugal Holanda Áustria Grécia Irlanda Suécia Noruega Bélgica Polônia Resto da Europa 3 Total Europa Somente EU-274. 20.622 11.623 3.136 2.123 1.567 1.962 1.716 1.558 965 746 746 571 325 194 153 556 48.563 48.069. 1.667 3.522 3 603 888 427 434 210 20 125 59 217 8 93 123 263 8.662 8.554. 22.247 15.145 3.125 2.726 2.454 2.389 2.150 1.746 982 871 805 788 333 287 276 812 57.136 56.535. AMÉRICA LATINA & CARIBE. Brasil México Costa Rica Caribe (Sem Jamaica) Argentina Colombia Jamaica Chile Cuba Total. 237 87 74 35 27 20 20 2 5 507. 10 0 0 0 2 0 0 18 0 30. 247 87 74 35 29 20 20 20 5 537. 11.575 1.460 13.035. 5.244 386 5.630. 16.818 1.846 18.664. 817 171 12. 7 151 0. 824 322 12. AMÉRICA DO NORTE. EUA Canadá Total. OCEANIA. Austrália Nova Zelândia Melanésia, Micronésia e Polinésia Total Total no Mundo. 1.000. 158. 1.158. 74.141. 20.076. 94.123. 1 Cabo Verde, Israel, Jordânia, Nigéria, África do Sul; 2 Bangladesh, Indonésia, Sri Lanka; 3 Bulgária, Croácia, Chipre, República Tcheca, Estônia, Ilhas Faroé, Finlandia, Húngria, Islândia, Letônia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Romênia, Rússia, Eslováquia, Eslovênia, Suíça, Ucrânia; 4 Áustria, Bégica, Bulgária, Chipre, República Tcheca, Dinamarca, Estônia, Finlandia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Holanda, Polônia, Portugal, Romênia, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, S uécia, Reino Unido;. Figura 1.5: Capacidade global instalada - distribui¸c˜ao regional. (Fonte: Global Wind Energy Council - GWEC ). Mateus Costa Maccarini, MSc. Eng..

(31) 1. Introdu¸c˜ao Geral. 5. O conselho da World Wind Energy Association (WWEA) atribuiu ao Brasil o prˆemio World Wind Energy Award 2007 pela implementa¸c˜ao do PROINFA. At´e 2008 o nosso pa´ıs ter´a uma capacidade total instalada de 1,423 GW. Atualmente temos 237 MW (figura 1.5), dos quais 208 MW foram instalados com o aux´ılio do PROINFA em 2006[4]. Neste cap´ıtulo introdut´ orio ser˜ ao tratadas algumas generalidades acerca da energia e´olica e sobre o sistema que ser´ a utilizado neste trabalho. A seguir, s˜ao apresentados alguns conceitos b´asicos sobre aerodinˆ amica, energia cin´etica do vento, rendimento das turbinas e tamb´em uma revis˜ao sobre o gerador utilizado.. 1.2. Aerodinˆ amica. Existem basicamente duas for¸cas que atuam sobre um perfil imerso em um fluido em movimento: sustenta¸c˜ ao e arrasto. A for¸ca de sustenta¸c˜ao ´e perpendicular ao fluxo do fluido, j´a a de arrasto tem a mesma dire¸c˜ ao e sentido do fluxo, como pode ser visto na figura 1.6. Sustentação. Fluxo. Arrasto. Figura 1.6: For¸cas de sustenta¸c˜ao e arrasto num aerof´olio estacion´ario.. A for¸ca de sustenta¸c˜ ao existe somente quando h´a escoamento laminar sobre o aerof´olio, Direção do Vento. isto ´e, o fluido percorre suavemente a superf´ıcie do perfil. Fluxo turbulento faz com que se Movimento anule a for¸ca de sustenta¸ c˜ ao e aumente o arrasto. Ve nto. Re lat ivo. F1. Sustentação. Relativo do Aerofólio. Sobre o aerof´ olio, o ar possui uma velocidade maior do que na parte inferior, essa diferen¸ca de velocidade faz com que a press˜ ao seja menor na parte superior do perfil. Tendo-se uma. F2. Ar ras ca perpendicular ao fluxo de ar press˜ao reduzida acima do aerof´ olio, acaba surgindo uma for¸ to. chamada sustenta¸c˜ ao. Em uma turbina e´olica que utiliza a for¸ca de sustenta¸c˜ao para gerar eletricidade, as for¸cas de arrasto s˜ ao indesej´aveis e essas devem ser reduzidas ao m´aximo a fim de melhorar a eficiˆencia da turbina.. Direção do Vento Vent o Rel. ativo. Mateus Costa Maccarini, MSc. Eng.. γ. Movimento da Pá.

(32) Sustentação. Fluxo. Arrasto. 1. Introdu¸c˜ao Geral. 6. Quando ´e permitido o movimento do aerof´olio, a sua transla¸c˜ao combina-se com o movimento do ar para gerar o que ´e chamado de vento relativo. A for¸ca de sustenta¸c˜ao ´e perpendicular ao vento relativo como pode ser observado na figura 1.7[2]. Direção do Vento Ve n. to R. ela tiv o. F1. Movimento Relativo do Aerofólio. Sustentação. Ar ras t. F2 o. Figura 1.7: Sustenta¸c˜ ao e arrasto em um aerof´olio em transla¸c˜ao. Direção do Vento Vent o Rel. Sustentação. ativo. Movimento da Pá. Na decomposi¸c˜ ao da for¸ca de arrasto eγ de sustenta¸c˜ao, encontram-se as for¸cas F1 e F2 , Fluxo. Arrasto. figura 1.7. A for¸ca F1 est´ a na dire¸ca˜o do movimento de transla¸c˜ao e ´e a que realiza trabalho. Corda. Bordo de Ataque. A for¸ca F2 tem a mesma dire¸c˜ ao que o vento. Essa u ´ltima ´e utilizada para projetar-se a estrutura do aerogerador. Direção do Vento A figura 1.8 apresenta alguns termos que caracterizam umPlano aerof´ lio. A parte mais `a frente Bordo de Fuga deoRotação. F1. Movimento. Sustentação. en Relativo do e a parte posterior s˜ ao Vchamadas respectivamente de bordo de ataque e bordo de fuga. A to R ela tiv. Aerofólio. o linha que liga o bordo de ataque ao de fuga chama-se corda. O plano de rota¸c˜ao, ´e o plano. F. Ar que a ponta da h´elice descreve no espa¸co. Obt´em-se encia 2m´axima em um aerogerador, ras a potˆ t o. quando o plano de rota¸c˜ ao ´e perpendicular `a dire¸c˜ao do vento. O ˆangulo de ataque, γ, ´e definido como o ˆ angulo entre o vento relativo e a corda. Finalmente tem-se o ˆangulo de passo, θP , que ´e o ˆ angulo entre a corda e o plano de rota¸c˜ao. Direção do Vento Vento. Relati vo. P. γ Bordo de Ataque. Movimento da Pá. Corda. Plano de Rotação. Bordo de Fuga. Figura 1.8: Defini¸ca˜o de ˆangulo de passo θP e de ataque γ. Mateus Costa Maccarini, MSc. Eng..

(33) 1. Introdu¸c˜ao Geral. 7. O ˆangulo de ataque ´e dinˆ amico e varia com a velocidade da h´elice e do vento. As for¸cas de sustenta¸c˜ ao e arrasto possuem valores ´otimos para apenas um ˆangulo de ataque, logo, uma h´elice eficiente deve possuir uma certa tor¸c˜ao para manter um quase constante ˆangulo de ataque do centro at´e a ponta[2].. 1.3. Tipos de Aerogeradores. As turbinas e´ olicas dividem-se basicamente em duas categorias: as de eixo vertical (figura 1.9a e 1.9c) e as de eixo horizontal (figura 1.9b). Existem basicamente duas configura¸c˜oes para aerogeradores de eixo vertical: a Darrieus e Savonius. As turbinas de eixo horizontal diferem-se entre si pelo n´ umero de p´as.. Figura 1.9: Exemplos de turbinas: (a) Darrieus (vista frontal), (b) Eixo horizontal (vista frontal) e (c) Savonius (vista superior).. Mateus Costa Maccarini, MSc. Eng..

(34) 1. Introdu¸c˜ao Geral. 8. O conceito de turbina do tipo Savonius diferencia-se das demais basicamente por utilizar a for¸ca de arrasto ao inv´es da de sustenta¸c˜ao. Essas turbinas tem essencialmente dois problemas: baixo rendimento e a dificuldade de prote¸c˜ao contra rajadas de vento. Ela ´e utilizada apenas em pequenas aplica¸c˜ oes. Turbinas de eixo horizontal utilizam a for¸ca de sustenta¸c˜ao. Dentre essas turbinas, as de trˆes p´as s˜ ao as que apresentam maior eficiˆencia. Essa ´e a topologia utilizada nos aerogeradores de grande porte. Os principais componentes de uma grande turbina e´olica s˜ao apresentados na figura 1.10.. Figura 1.10: Composi¸c˜ ao de um aerogerador de grande porte. (Fonte: World Wind Energy Association - WWEA). A turbina Darrieus, assim como as de eixo horizontal, tamb´em utiliza a for¸ca de sustenta¸c˜ao. Apesar de algumas vantagens estruturais, esse tipo de aerogerador n˜ao alcan¸cou a de eixo horizontal no custo da energia produzida[3].. Mateus Costa Maccarini, MSc. Eng..

(35) 1. Introdu¸c˜ao Geral. 1.4. 9. A Potˆ encia do Vento. Para se transformar a energia contida no vento em energia el´etrica ´e necess´ario fazer o uso de turbinas e´ olicas. A energia cin´etica do vento ´e capturada e transformada em movimento rotacional atrav´es das h´elices da turbina e´olica. Na equa¸c˜ao 1.1 tem-se a defini¸c˜ao de energia cin´etica[5]. 1 Ec = .m.V 2 2. (1.1). Potˆencia ´e a taxa de varia¸c˜ ao da energia durante um certo intervalo de tempo. Dividindose a equa¸c˜ ao 1.1 pelo tempo, obt´em-se a express˜ao da potˆencia. 1 m.V 2 P = . 2 ∆t. (1.2). Conhecendo-se a densidade do ar e a ´area de varredura do rotor da turbina e´olica, tem-se 1.3. m = ρ.AR .V t. (1.3). A express˜ ao da potˆencia contida no vento, exposta na equa¸c˜ao 1.4, ´e conseguida substituindose 1.3 em 1.2. 1 PV = .ρ.AR .VV3 2. (1.4). A equa¸c˜ ao 1.4 representa a potˆencia contida no vento, a qual varia linearmente com a densidade e com o cubo da velocidade do ar. Nem toda a potˆencia do vento pode ser extra´ıda pelas p´as do aerogerador, pois parte dela ´e perdida com o ar que atravessa a turbina.. 1.5. Potˆ encia de Sa´ıda de uma Turbina E´ olica Ideal. Ser´a utilizado o modelo do disco atuador para a determina¸c˜ao do m´aximo rendimento alcan¸cado por uma turbina e´ olica. Esse modelo consiste em substituir o aerogerador por um Mateus Costa Maccarini, MSc. Eng..

(36) 1. Introdu¸c˜ao Geral. 10. dispositivo gen´erico ideal que extrai a energia cin´etica do vento. Apresenta-se na figura 1.11 o modelo utilizado para an´ alise da h´elice idealizada.. Fronteira das Linhas de Corrente. VV. A-∞. AD. A+∞. VVj. Volume de Controle. Figura 1.11: Fluxo de ar atravessando o disco atuador.. Em rela¸c˜ ao ` a h´elice, o escoamento `a montante est´a a uma velocidade VV e na press˜ ao ambiente e, ` a jusante, a velocidade ´e VV j e retorna a press˜ao ambiente. Para conservar a continuidade da vaz˜ ao em massa para dentro do volume de controle[6], a ´area A+∞ deve ser menor que a ´ area do disco atuador AD e essas duas s˜ao menores que a ´area da se¸c˜ ao transversal A−∞ . Ao atravessar o disco atuador o vento sofre uma queda de velocidade de VV − VV j . Ent˜ao, o empuxo axial existente em uma turbina pode ser dado pela equa¸c˜ao 1.5. FD = (VV − VV j ).ρ.AD .VD. (1.5). No disco da turbina a velocidade do vento ´e desacelerada para VD = (1 − a).VV onde a ´e conhecido como fator de interferˆencia do fluxo axial. O empuxo axial ´e gerado pela queda de press˜ao que ocorre ` a jusante da turbina e ´e dado pela equa¸c˜ao 1.6. FD = (pDm − pDj ).AD = (VV − VV j ).ρ.AD .VV .(1 − a). (1.6). Mateus Costa Maccarini, MSc. Eng..

(37) 1. Introdu¸c˜ao Geral. 11. A figura 1.12 ilustra a distribui¸ca˜o da velocidade e da press˜ao do vento atrav´es do volume de controle.. VV. pDm Velocidade. Volume de Controle. VD VVj. p∞ Pressão. p∞. pDj. Figura 1.12: Velocidade e press˜ao do vento no volume de controle.. A equa¸c˜ ao de Bernoulli pode ser aplicada para determinar a queda de press˜ao atrav´es do disco. Esta equa¸c˜ ao afirma que, sob condi¸c˜oes est´aticas, a energia contida em um fluxo mant´em-se constante se nenhum trabalho for realizado no fluido[7]. Pode-se aplic´a-la no volume de controle da figura 1.12 antes e depois do disco atuador, pois apenas ´e realizado trabalho no disco. Logo, tem-se 1.7 e 1.8. 1 1 .ρ.VD2 + pDm + ρ.g.h = .ρ.VV2 + p∞ + ρ.g.h 2 2. (1.7). 1 1 .ρ.VD2 + pDj + ρ.g.h = .ρ.VV2j + p∞ + ρ.g.h 2 2. (1.8). A vari´ avel g ´e a acelera¸c˜ ao da gravidade e p∞ ´e a press˜ao atmosf´erica. A partir das equa¸c˜oes 1.7 e 1.8 obt´em-se a express˜ao 1.9. 1 (pDm − pDj ) = .ρ.(VV2 − VV2j ) 2. (1.9). Mateus Costa Maccarini, MSc. Eng..

(38) 1. Introdu¸c˜ao Geral. 12. Substituindo-se a express˜ ao 1.9 em 1.6, tem-se a equa¸c˜ao 1.10. VV j = VV .(1 − 2.a). (1.10). A partir de 1.5 e 1.10, o empuxo axial no disco atuador no fluxo de ar ´e dado pela express˜ao 1.11. FD = 2.ρ.AD .VV2 .a.(1 − a). (1.11). Fazendo-se o produto entre a velocidade do vento no disco atuador (VD = (1 − a).VV ) e o empuxo axial da turbina (equa¸c˜ ao 1.11), tem-se na express˜ao 1.12 a potˆencia extra´ıda do vento. PD = FD .VD = 2.ρ.AD .VV3 .a.(1 − a)2. (1.12). Uma maneira convencional de caracteriza¸c˜ao da habilidade da turbina e´olica de capturar a energia do vento ´e o coeficiente de potˆencia (CP ), que por defini¸c˜ao, ´e a raz˜ao entre a potˆencia extra´ıda pelo aerogerador e a potˆencia do vento, como ´e exposto na equa¸c˜ao 1.13. CP =. PD PV. (1.13). Aplicando-se 1.4 e 1.12 em 1.13, tem-se a defini¸c˜ao do coeficiente de potˆencia em 1.14. CP = 4.a.(1 − a)2. (1.14). O gr´afico do coeficiente de potˆencia versus o fator de interferˆencia a ´e apresentado na figura 1.13. O m´ aximo valor de CP , conhecido como limite Betz que foi o primeiro a deduzir este resultado e a mostrar a m´ axima eficiˆencia te´orica , ´e CP max = 0, 593 e ocorre para um fator a = 13 . O coeficiente de potˆencia das turbinas e´olicas da atualidade chega no m´aximo a 0, 45, bem abaixo do limite te´ orico.. Mateus Costa Maccarini, MSc. Eng..

(39) 1. Introdu¸c˜ao Geral. 13. 0.6. 0.5. 0.4. CP 0.3. 0.2. 0.1. 0. 0. 0.2. 0.4. a. 0.6. 0.8. Figura 1.13: Gr´ afico que representa o comportamento do coeficiente de potˆencia quando varia-se o fator a.. 1.5.1. C´ alculo do Coeficiente de Potˆ encia. Neste trabalho ser´ a utilizado um aerogerador da marca ENERSUD modelo GERAR246. Esse possui um gerador s´ıncrono de fluxo axial `a ´ım˜a permanente com potˆencia de 1 kW e 14 p´olos. Al´em disso, ´e dotado de um sistema de seguran¸ca que reduz a velocidade da turbina em dois ter¸cos, quando a velocidade do vento atinge 16 m/s. S˜ao apresentadas na tabela 1.1 as principais caracter´ısticas t´ecnicas da turbina e do gerador[8]. Tabela 1.1: Especifica¸c˜oes da turbina ENERSUD GERAR246. Parˆ ametro. Valor. Diˆ ametro. 2,46 m. Potˆencia (Vento a 12 m/s). 1000 W. In´ıcio da Rota¸c˜ao. Vento a 2,2 m/s. No de P´as. 3. Sistema El´etrico. Trif´asico. No de P´ olos do Gerador. 14. Tens˜ ao de Linha no Gerador (700 rpm). 75 Vrms. Freq¨ uˆencia (700 rpm). 80 Hz. Mateus Costa Maccarini, MSc. Eng..

(40) 1. Introdu¸c˜ao Geral. 14. Para estimativa do coeficiente de potˆencia da turbina utilizada neste trabalho, ser´a empregada a express˜ ao emp´ırica 1.15[9]. CP (λ, θP ) = c1 .(c2 − c3 .θP − c4 .θPx − c5 ).e−c6. (1.15). A vari´ avel θP ´e o ˆ angulo de passo da h´elice e λ ´e conhecido como raz˜ao de velocidades na ponta das p´ as (tip speed ratio) que ´e dada pela equa¸c˜ao 1.16. λ=. ωR .RR VV. (1.16). Tendo-se os valores t´ıpicos das constantes da equa¸c˜ao 1.15 na tabela 1.2[9] juntamente com os dados da turbina e´ olica que ser´a utilizada neste trabalho (tabela 1.1), foi tra¸cado o gr´afico da figura 1.14, que mostra a varia¸c˜ao do coeficiente de potˆencia da turbina em fun¸c˜ ao da raz˜ao de velocidades na ponta das p´as. Pode-se perceber que o m´aximo rendimento que poder´a ser alcan¸cado pela turbina ser´a CP = 0, 4048. Tabela 1.2: Constantes emp´ıricas. c1. c2. c3. c4. c5. c6. x. θP. 0, 5. 116/λ1. 0, 4. 0. 5. 21/λ1. 1, 5. 10o. O coeficiente λ1 est´ a representado na equa¸c˜ao 1.17. 1 1 0, 035 = − 3 λ1 λ + 0, 08.θP θP + 1. (1.17). A partir da figura 1.14, pode-se concluir que, para se operar com a m´axima eficiˆencia poss´ıvel da turbina e´ olica ´e necess´ ario manter-se a raz˜ao de velocidades na ponta das p´ as constante. Como essa u ´ltima obedece a equa¸c˜ao 1.16, verifica-se que, como o raio do rotor (RR ) e a velocidade do vento (VV ) n˜ao s˜ao poss´ıveis de serem alteradas, a u ´nica vari´avel que pode ser controlada para se manter a turbina no ponto de m´axima potˆencia ´e a velocidade angular da turbina (ωR ).. Mateus Costa Maccarini, MSc. Eng..

(41) 1. Introdu¸c˜ao Geral. 15. 0.4. 0.3. CP. 0.2. 0.1. 0. 0. 2. 4. 6. 8. 10. ? [rad]. 12. 14. Figura 1.14: Eficiˆencia da turbina em fun¸c˜ao da raz˜ao de velocidades na ponta das p´as.. Como pode ser observado na figura 1.15, para cada velocidade do vento existe uma velocidade angular que faz a turbina operar em um ponto ´otimo. Uma estrat´egia de controle bem projetada ir´ a buscar sempre a maior potˆencia da turbina e´olica. Como o ponto de m´axima potˆencia varia com a velocidade do vento, a rota¸c˜ao deve ser continuamente ajustada para se extrair a maior potˆencia poss´ıvel do aerogerador. 2200. 12m/s. 1980. Potência (W). 1760 11m/s. 1540 1320. 10m/s. 1100 9m/s. 880. 8m/s. 660. 7m/s. 440. 6m/s 5m/s. 220 0. 0. 120. 240. 360. 480. 600. 720. Wwrrpm. 840. 960. 1080. 1200. Figura 1.15: Potˆencia extra´ıda da turbina ENERSUD GERAR246 em fun¸c˜ao da rota¸c˜ao da h´elice para algumas velocidades do vento.. Mateus Costa Maccarini, MSc. Eng..

(42) 1. Introdu¸c˜ao Geral. 1.6. 16. Sistema de Gera¸ c˜ ao de Energia E´ olica. O sistema e´ olico proposto ´e formado pelos componentes apresentados na figura 1.16. A seguir, faz-se uma breve descri¸c˜ ao de cada bloco do diagrama.. Vento. CA/CC Gerador. CC/CA Rede. Turbina. Figura 1.16: Diagrama de blocos do sistema e´olico de pequeno porte.. Turbina E´ olica: Esse componente do sistema j´a foi estudado neste cap´ıtulo. Gerador El´ etrico: Para se transformar a energia mecˆanica do vento captada pela turbina em el´etrica, faz-se necess´ ario o uso de um gerador. O sistema que ser´a utilizado nesse trabalho, ´e uma m´ aquina de Fluxo Axial `a ´Im˜a Permanente (FAIP), que ´e uma alternativa ` as m´ aquinas de Fluxo Radial `a ´Im˜a Permanente (FRIP) por serem mais compactas e possu´ırem maior densidade de potˆencia. As m´ aquinas FAIP podem operar como pequenos ou m´edios geradores. A facilidade para acomodar um grande n´ umero de p´olos nas m´aquinas FAIP, faz com que esses geradores sejam ´ otimos em aplica¸c˜oes de baixa velocidade, como por exemplo, em turbinas e´olicas[10]. Conversor CA/CC: O uso do gerador FAIP faz com que a tens˜ao e a freq¨ uˆencia na sua sa´ıda variem com a rota¸c˜ ao da turbina. Dessa forma, faz-se necess´ario se utilizar um conversor CA/CC que transforme a tens˜ao alternada do gerador em cont´ınua e fa¸ca o rastreamento da m´ axima potˆencia da turbina. Devido `as especifica¸c˜oes do inversor utilizado nesse trabalho, esse est´ agio tamb´em realizar´a a eleva¸c˜ao da tens˜ao do barramento CC. Conversor CC/CA: O conversor CC/CA transforma a corrente CC do est´agio anterior em alternada e a transfere para a rede el´etrica. O objetivo do trabalho ´e o projeto desse u ´ltimo est´ agio, apresentado no diagrama de blocos da figura 1.15, ou seja, o projeto Mateus Costa Maccarini, MSc. Eng..

(43) 1. Introdu¸c˜ao Geral. 17. de um conversor CC/CA para a conex˜ao do gerador e´olico `a rede el´etrica. Para tanto, ser´a utilizado um inversor de tens˜ao monof´asico, como o apresentado na figura 1.17, com um transformador elevador de tens˜ao na sa´ıda do mesmo. Objetivo do Trabalho. Lb NP. Cin. CA/CC. Vento. NS. Inversor. Gerador. Rede. Turbina. Figura 1.17: Destaque para o objetivo do trabalho.. A topologia escolhida para o inversor ´e a apresentada na figura 1.18. Trata-se de um inversor monof´ asico ponte completa. O transformador de sa´ıda, eleva a tens˜ao de sa´ıda para um n´ıvel adequado e provˆe isola¸c˜ ao galvˆanica ao gerador e´olico, fazendo com que o sistema seja mais seguro. Q1. Vin. Q3. D1. D3. Lb. a. NP. NS. vout(t). b Q2. D2. Q4. D4. Figura 1.18: Inversor monof´asico ponte completa.. Definidos os objetivos do trabalho e a topologia a ser utilizada, s˜ao necess´arias as especifica¸c˜oes do projeto, que s˜ ao apresentadas na tabela 1.3. Tabela 1.3: Especifica¸c˜oes do inversor. Parˆ ametro. Valor. Potˆencia de sa´ıda. 1 kW. Freq¨ uˆencia de comuta¸c˜ao. 20 kHz. Tens˜ ao CC de entrada. 100 V. Tens˜ao de sa´ıda. 220 Vrms. Freq¨ uˆencia de sa´ıda. 60 Hz. Modula¸c˜ao. 3 N´ıveis. Sistema El´etrico. Monof´asico. Mateus Costa Maccarini, MSc. Eng..

(44) 1. Introdu¸c˜ao Geral. 18. Para que o inversor opere da maneira desejada, ´e necess´ario que sejam controladas algumas vari´aveis, as quais s˜ ao descritas a seguir: Corrente de Sa´ıda: Apenas a corrente de sa´ıda do inversor ser´a controlada, pois a tens˜ ao de sa´ıda ´e imposta pela rede el´etrica local; Corrente no Prim´ ario do Transformador: A utiliza¸c˜ao do transformador na sa´ıda do inversor faz com que seja necess´ario o uso dessa malha de controle adicional, para eliminar a componente cont´ınua de corrente no seu prim´ario, evitando-se que ele sature; Tens˜ ao no Barramento CC: Essa vari´avel ´e controlada para se manter o valor m´edio da tens˜ ao de entrada constante. O controle do fluxo de potˆencia transferido para a rede el´etrica ´e realizado pelo compensador de tens˜ao do barramento CC.. 1.7. Considera¸ co ˜es Sobre Conex˜ ao com a Rede El´ etrica. A conex˜ ao de fontes de gera¸c˜ ao distribu´ıdas de energia `a rede el´etrica requer que v´arias considera¸c˜ oes sejam feitas, no sentido de se garantir seguran¸ca e confiabilidade na execu¸c˜ ao dessa tarefa. A norma IEEE 1547, “Standard for Interconnecting Distributed Resources with Electric Power Systems”, aprovada em 2003, trata sobre o projeto, comercializa¸c˜ao e uso de fontes distribu´ıdas de energia conectadas a rede el´etrica[11]. Ser˜ao tratados, a seguir, alguns itens dessa norma.. 1.7.1. Regula¸c˜ ao da Tens˜ ao. A Fonte Alternativa de Energia (FAE)1 deve ser capaz de manter a tens˜ao no Ponto de Conex˜ao Comum (PCC)2 regulada, ou seja, dentro de limites aceit´aveis para a rede el´etrica local. Segundo a norma IEEE 1547, a FAE n˜ao deve degradar a tens˜ao da rede el´etrica onde ela ´e conectada, mantendo-a dentro dos limites estabelecidos pela norma ANSI C84.1, Range A[12], ilustrados na figura 1.193 . 1. FAE tamb´em pode ser uma fonte de gera¸ca ˜o de energia distribu´ıda. PCC ´e o ponto em que a fonte de energia ´e conectada ao sistema el´etrico comercial. 3 Na figura 1.19 ´e utilizado um sistema base de 120 V. Qualquer tens˜ ao pode ser convertida para base 120 V dividindo-se a tens˜ ao atual pela raz˜ ao de transforma¸c˜ ao para a base 120 V. Por exemplo, a raz˜ ao de transforma¸ca ˜o para um sistema de 480 V ´e 480/120 ou 4, ent˜ ao 460 V medidos no sistema de 480 V deve ser 460/4 ou 115 V na base de 120 V. 2. Mateus Costa Maccarini, MSc. Eng..

(45) 1. Introdu¸c˜ao Geral. 19 MAXIMUM VOLTAGE LIMIT - RANGE A - 126 V. 125 V. VOLTAGE ON A 120 V BASE. 125 ALLOWABLE VOLTAGE DROP IN THE DISTRIBUTION FEEDER SERVICE VOLTAGE LIMITS. 120. TOLERANCE LIMITS FOR LIGHTING EQUIPMENT. 117 V. 115. ALLOWBLE VOLTAGE DROP IN THE DISTRIBUTION TRANSFORMER AND LOW-VOLTAGE CONNECTIONS. 110. ALLOWBLE VOLTAGE DROP IN THE BUILDING WIRING FOR LIGHTING EQUIPMENT ALLOWBLE VOLTAGE DROP IN THE BUILDING WIRING FOR OTHER THAN LIGHTING EQUIPMENT. 114 V. TOLERANCE LIMITS FOR OTHER THAN LIGHTING EQUIPMENT. 110 V. 108 V. Figura 1.19: Limites estabelecidos pela norma ANSI C84.1, Range A[1].. 1.7.2. Resposta a Perturba¸c˜ oes de Tens˜ ao. A FAE deve possuir sistemas de seguran¸ca que monitorem a tens˜ao eficaz, de linha ou de fase, no PCC. Quando a medida enquadrar-se em algum dos limites estabelecidos na tabela 1.4, deve-se iniciar o processo de desconex˜ao da FAE da rede el´etrica local, no tempo de seccionamento especificado. “Tempo de seccionamento” ´e o tempo entre o in´ıcio da perturba¸c˜ ao e a desconex˜ ao da FAE. Tabela 1.4: Resposta a anormalidades da tens˜ao (IEEE 1547).. 1.7.3. Potˆ encia da FAE. Tens˜ ao (PCC) [%]. Tempo de seccionamento [s]. ≤ 30 kW. V < 50. 0, 16. 50 ≤ V < 88. 2, 0. 110 < V < 120. 1, 0. 120 ≤ V. 0, 16. Resposta a Perturba¸c˜ oes de Freq¨ uˆ encia. Al´em de prote¸c˜ oes contra perturba¸c˜oes de tens˜ao, a FAE deve ser equipada tamb´em por sistemas que desconectem-na caso ocorram varia¸c˜oes na freq¨ uˆencia fundamental da tens˜ ao da rede el´etrica local. A tabela 1.5, apresenta os limites de varia¸c˜ao da freq¨ uˆencia e seus respectivos tempos de seccionamento para uma FAE de at´e 30 kW. Nota-se que, para pequenas varia¸c˜oes de freq¨ uˆencia, a FAE deve ser desconectada em at´e dez ciclos de rede. Mateus Costa Maccarini, MSc. Eng..

(46) 1. Introdu¸c˜ao Geral. 20. Tabela 1.5: Resposta do sistema para perturba¸c˜oes de freq¨ uˆencia (base 60 Hz) para IEEE 1547. Potˆ encia da FAE. Intervalo de freq¨ uˆ encia [Hz]. Tempo de Seccionamento [s]. ≤ 30 kW. > 60, 5. 0, 16. < 59, 3. 0, 16. 1.7.4. Harmˆ onicas de Corrente. Quando a FAE est´ a alimentando cargas lineares, a distor¸c˜ao harmˆonica da corrente no PCC n˜ao deve ultrapassar os limites estabelecidos na tabela 1.6. Devem ser exclu´ıdas as harmˆonicas de corrente causadas pela distor¸c˜ao harmˆonica da tens˜ao presente na rede el´etrica sem a FAE[12]. Tabela 1.6: M´ axima distor¸c˜ ao harmˆ onica de corrente em porcentagem da fundamental (IEEE 1547). Harmˆ onicas Individuais (´ Impares). Valor [%]. < 11. 4, 0. 11 ≤ h < 17. 2, 0. 17 ≤ h < 23. 1, 5. 23 ≤ h < 35. 0, 6. 35 ≤ h. 0, 3. THD [%]. 5, 0. Harmˆ onicas Pares. Limitadas em 25% das ´ımpares. Corrente CC [%]. 0, 5. A corrente base utilizada na tabela 1.6 ´e a maior demanda integrada de corrente (15 ou 30 minutos) na rede el´etrica local sem a FAE, ou a capacidade m´edia de corrente da FAE (transferida ao PCC quando existe um transformador entre a FAE e a rede el´etrica). Como ´e visto na tabela 1.6, a corrente CC injetada na rede el´etrica ´e limitada em 0, 5%. A limita¸c˜ao de offset na corrente injetada serve para prevenir a satura¸c˜ao dos transformadores contidos no sistema el´etrico de distribui¸c˜ao. Mateus Costa Maccarini, MSc. Eng..

(47) 1. Introdu¸c˜ao Geral. 21. Como foi citado anteriormente, nesse projeto ser´a utilizado um transformador para se fazer a conex˜ ao do inversor ao PCC. O uso desse componente elimina a possibilidade de inje¸c˜ao de corrente cont´ınua na rede el´etrica local.. 1.7.5. Islanding. Islanding ´e o fenˆ omeno que ocorre quando h´a uma desenergiza¸c˜ao da rede el´etrica no PCC de uma fonte de energia, e a mesma permanece alimentando as suas redondezas, fazendo com que exista uma ilha energizada com a rede el´etrica local desligada. Segundo a norma IEEE 1547, a FAE deve possuir um sistema de seguran¸ca que detecte quando a mesma est´ a ilhada e a desconecte em no m´aximo dois segundos. Os sistemas anti-islanding podem ser divididos basicamente em dois tipos: m´etodos passivos e ativos[1]: • Nos m´etodos passivos, s˜ ao monitoradas algumas vari´aveis no PCC. Assim que se detecte condi¸c˜ oes que indiquem a forma¸c˜ao do islanding, a FAE ´e desconectada do sistema el´etrico. Esse m´etodo baseia-se na incapacidade da FAE satisfazer uma mudan¸ca repentina na carga sem que haja um transit´orio na tens˜ao e/ou freq¨ uˆencia de sa´ıda. • Os m´etodos ativos, assim como os passivos, atuam diretamente no PCC. Esses m´etodos consistem em aplicar uma pertuba¸c˜ao na rede el´etrica e verificar o resultado. A partir dessa resposta, ´e determinado se o sistema est´a ou n˜ao ilhado. Um exemplo de m´etodo ativo anti-islanding consiste em aplicar um sinal de corrente diferente da freq¨ uˆencia da rede e verificar a tens˜ao nesta freq¨ uˆencia. O islanding ser´ a detectado de acordo com a mudan¸ca da impedˆancia do sistema.. Na maioria dos casos, o fenˆ omeno chamado islanding ´e indesejado em um sistema el´etrico. Esse u ´ltimo pode arriscar a vida de oper´arios que eventualmente tenham de fazer manuten¸c˜ ao em uma rede que deveria estar desenergizada.. 1.8. Conclus˜ ao. Os principais t´ opicos pertinentes a este trabalho foram revisados neste cap´ıtulo. A situa¸c˜ao da energia e´ olica no Brasil e no mundo foi abordada de forma sucinta, apresentando o ranking mundial dos maiores produtores dessa fonte alternativa de eletricidade. Mateus Costa Maccarini, MSc. Eng..

(48) 1. Introdu¸c˜ao Geral. 22. O apelo mundial para redu¸c˜ ao das emiss˜oes dos gases causadores do efeito estufa faz com que a pesquisa e aperfei¸coamento da tecnologia utilizada na produ¸c˜ao de energia el´etrica, a partir do vento, esteja em evidˆencia. O vento ´e gratuito, limpo e inesgot´avel. A explora¸c˜ ao dessa e de outras fontes alternativas de energia el´etrica ´e necess´aria para se poder frear o aquecimento global. No Brasil, um maior uso da energia e´olica poderia eliminar o risco de “apag˜ao”, ou a dependˆencia da importa¸c˜ao de combust´ıveis f´osseis como o g´as natural.. Mateus Costa Maccarini, MSc. Eng..

(49) Cap´ıtulo 2. Inversor Ponte Completa Monof´ asico Conectado ` a Rede N˜ ao basta apreciar a beleza de um jardim, sem ter que imaginar que h´ a fadas nele? Douglas Adams, “O guia do mochileiro das gal´ axias”. 2.1. Introdu¸ c˜ ao. Como o objetivo deste trabalho ´e transferir potˆencia ativa para a rede el´etrica, uma estrutura que pode ser utilizada para a realiza¸c˜ao de tal tarefa ´e o inversor monof´asico em ponte completa, ilustrado na figura 2.1. O inversor ´e controlado de modo a impor uma corrente senoidal em sua sa´ıda.. Q1. Vin. D1. Q3. D3. Lb. a. NP. NS. b Q2. D2. Q4. D4. Figura 2.1: Esquema do inversor ponte completa monof´asico.. vout(t).

(50) 2. Inversor Ponte Completa Monof´asico Conectado `a Rede. 24. O estudo completo do inversor operando a dois e a trˆes n´ıveis ser´a realizado neste cap´ıtulo. Primeiramente, os dois tipos de modula¸c˜ao ser˜ao apresentados, logo em seguida, ser˜ao expostas as etapas de opera¸c˜ ao e, por fim, s˜ao deduzidas as express˜oes para o projeto dos elementos de potˆencia do inversor. Toda a an´alise realizada foi baseada na referˆencia[13].. 2.2. Modula¸ c˜ ao. As formas de se gerar os pulsos de comando para os interruptores do inversor diferenciamse pela caracter´ıstica da tens˜ ao entre os pontos “a” e “b” do mesmo, apresentados na figura 2.1. A maneira mais simples ´e aquela chamada modula¸c˜ao PWM (Pulse Width Modulation) a dois n´ıveis, que se caracteriza por apresentar apenas dois n´ıveis de tens˜ao entre os pontos “a” e “b”. A gera¸c˜ ao dos comandos para os interruptores ´e realizada comparando-se o sinal modulante com um sinal modulador no formato dente de serra ou triangular. Um exemplo de modula¸c˜ ao PWM a dois n´ıveis ´e apresentado na figura 2.2. Sinal Modulante e Moduladora 15 10 5 0 -5 -10 -15. 0. 0.005. 0.01. 0.015. 0.02. 0.025. 0.02. 0.025. Tensão Entre os Pontos "a" e "b" 100 50 0 -50 -100 0. 0.005. 0.01. 0.015. Figura 2.2: Modula¸c˜ao a dois n´ıveis.. Outra forma de se comandar o inversor, ´e utilizando a modula¸c˜ao PWM a trˆes n´ıveis, na qual a tens˜ ao entre os pontos “a” e “b” apresenta trˆes n´ıveis distintos de tens˜ao. A gera¸c˜ ao dos pulsos de comando ´e realizada comparando-se o sinal modulante com duas moduladoras Mateus Costa Maccarini, MSc. Eng..

Referências

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