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A mídia nas orientações curriculares para a Educação Física no Ensino Médio

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM EDUCAÇÃO FÍSICA. ARIANO BATISTA MOTA. A MÍDIA NAS ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO MÉDIO. CAMPINA GRANDE – PB 2012.

(2) ARIANO BATISTA MOTA. A MÍDIA NAS ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO MÉDIO. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura Plena em Educação Física da Universidade Estadual da Paraíba, em cumprimento à exigência para obtenção do grau de Licenciado em Educação Física.. Orientador: Prof. Dr. Eduardo Ribeiro Dantas. CAMPINA GRANDE – PB 2012.

(3) FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL – UEPB. M917m. Mota, Ariano Batista. A mídia nas orientações curriculares para a Educação Física no Ensino Médio [manuscrito] / Ariano Batista Mota. – 2012. 53 f.. Digitado. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Educação Física) – Universidade Estadual da Paraíba, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, 2012. “Orientação: Prof. Dr. Eduardo Ribeiro Dantas, Departamento de Educação Física”. 1. Educação física. 2. Mídia. 3. Orientação curricular. I. Título. 21. ed. CDD 613.7.

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(5) Dedico a formulação deste trabalho, primeiramente, a minha mãe, pois sem ela nada disso seria possível de acontecer, e, em segundo, à professora de Educação Física Anália, pela persistência, credibilidade e incentivo que depositou em mim..

(6) AGRADECIMENTOS. Agradeço a Deus por ter iluminado meu caminho nessa jornada. Aos meus amigos de profissão por terem me incentivado a fazer esse trabalho, etapa final da minha graduação, e, em especial, a minha avó que me acolheu durante esses dois últimos anos..

(7) RESUMO O objetivo desta pesquisa foi identificar e analisar a presença da mídia nas orientações curriculares para a Educação Física no Ensino Médio. Trata-se de uma pesquisa documental, do tipo análise de conteúdo, realizada em três etapas. A pré-análise da pesquisa foi feita através da seleção e obtenção dos documentos, além da leitura flutuante do corpus de análise. Já a exploração do material, foi realizada através da elaboração das fichas de conteúdo, da retirada dos núcleos de sentido e da categorização dos dados. Como etapa final, foi feita a interpretação referencial dos dados, a partir das categorias criadas a priori. Como principais resultados e reflexões, destaca-se a presença da mídia em todos os documentos analisados, o que revela a importância da formação inicial e continuada em Educação Física estar atenta a essa questão. Com relação a sua recorrência, a pesquisa revelou que as unidades de registro convergiram em maior quantidade para a categoria “objeto de estudo”, depois para a categoria “contexto”, “recurso didático” e “produção midiática”. Essa distribuição mostra que o trato da mídia nesses documentos segue uma tendência crítica em relação aos seus discursos, tendo de certo modo ultrapassado a perspectiva instrumental de utilização dos meios, mas ainda se mostrando timidamente na perspectiva criativa de produção midiática. Outro ponto a ser destacado, diz respeito à utilização da mídia enquanto recurso didático, não só para a transmissão de conteúdos, mas também para sua avaliação. Tendo em vista a presença da mídia nesses documentos, em diversas perspectivas de atuação para o professor de Educação Física no Ensino Médio, é preciso que a formação na área esteja mais atenta a essa realidade, capacitando os discentes para a atuação com a mídia em sua futura prática pedagógica. PALAVRAS-CHAVE: Mídia. Orientações Curriculares. Educação Física. Ensino Médio..

(8) ABSTRACT The objective of this research was to identify and analyze the presence of the media in curriculum guidelines for physical education in high school. This is a documentary research, the type of content analysis, performed in three steps. The pre-analysis of the research was done by selecting and obtaining the documents, apart from brief reading of the corpus analysis. Already exploration of the material was performed by drawing sheets of content, the withdrawal of units of meaning and categorization of data. As a final step, reference has been made the interpretation of data from the categories established a priori. The main results and reflections, we highlight the presence of the media in all documents analyzed, which reveals the importance of initial and continuing training in physical education be attentive to this issue. Regarding recurrence, the survey revealed that the registration units converged on a larger amount for the category "object of study", then for the "context", "educational resource" and "media production". This distribution shows that the media treat these documents follows a trend critical of his speeches, having somehow overcome the prospect of instrumental use of media, but still shyly showing the perspective of creative media production. Another point to note concerns the use of media as a teaching resource, not only for the transmission of content, but also for its evaluation. Given the presence of the media in these documents, in multiple perspectives of performance for physical education teacher in high school, it is necessary that training in the area is closer to that reality, enabling students to work with the media in their future teaching practice. KEYWORDS: Media. Curriculum Guidelines. Physical Education. High School..

(9) SUMÁRIO. INTRODUÇÃO................................................................................................. 08. CAPÍTULO 1 – Mídia e Educação escolar.................................................... 12. Mídia e Escola................................................................................................. 14. Mídia e Educação Física escolar.................................................................. 16. CAPÍTULO 2 – Mídia e Orientações Curriculares........................................ 20. Orientações Curriculares para a Educação Física no Ensino Médio............................................................................................................... 21. A presença da mídia nas Orientações Curriculares para a Educação Física no Ensino Médio................................................................................. 23. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 32. Referências..................................................................................................... 35. Apêndices....................................................................................................... 37. Apêndice A – Fichas de Conteúdo............................................................... 38. Apêndice B – Núcleos de Sentido................................................................ 50.

(10) INTRODUÇÃO.

(11) 9. Estamos passando por grandes transformações sociais nestas últimas décadas. Os recursos tecnológicos estão cada vez mais presentes no dia a dia das pessoas, provocando impactos em diversas instituições da sociedade. A família, por exemplo, foi invadida pela programação televisiva em seu cotidiano, a partir da segunda metade do século XX. Programação esta, que, dentre outras coisas, possibilita a fiéis de diversas religiões acompanharem de dentro de suas próprias casas hoje em dia, a espetacularização da fé veiculada em canais abertos ou por assinatura. A escola, pressionada por essas mudanças, passa a ver nos computadores, na TV, no vídeo, ou seja, nos diversos recursos tecnológicos de uma “sociedade digital”, a solução para os seus problemas, enxergando muitas vezes na utilização dessas Novas Tecnologias da Informação e Comunicação – NTIC’s, uma forma de motivação e atualização do conhecimento por parte dos alunos, já que os mesmos estão inseridos em um novo universo tecnológico onde mesmo aqueles que têm um baixo poder aquisitivo vêm se integrando a sua lógica de mercado, ao mesmo tempo em que ainda têm acesso a meios de comunicação não tão novos assim, como a mídia impressa. Dessa forma, a docência vem se tornando um grande desafio para os professores que desejam educar os jovens desse novo milênio, pois além dos desafios e possibilidades que as NTIC’s trazem ao atual cenário educativo, convivemos ainda com meios de comunicação de massa tradicionais, que ajudam a configurar a chamada sociedade da informação. A educação de um modo geral, e, especificamente a Educação Física, área pedagógica delimitada neste estudo, não podem perder de vista essas características da sociedade contemporânea, já que a mídia, compreendida aqui não só enquanto suporte tecnológico da comunicação humana expresso nas NTIC’s, mas também como uma indústria específica atenta aos movimentos do mercado, veicula a imagem de um corpo perfeito e uma maciça programação esportiva, que atinge alunos e professores em praticamente todos os espaços sociais de nossa existência. É justamente pensando em dar sentido e significado a essas ferramentas tecnológicas, visando a autonomia e emancipação dos nossos estudantes, que iniciativas pedagógicas com a mídia vêm se materializando no campo escolar, voltadas tanto para a escola de um modo geral, quanto para componentes.

(12) 10. curriculares específicos, como é o caso da Educação Física. (BELLONI, 2001;. FANTIN, 2006; PIRES, 2002 e BETTI, 2003). Nesse contexto, alguns termos foram surgindo e se tornando mais comuns nas discussões sobre as interfaces entre Educação e Comunicação, principalmente no meio acadêmico. Educomunicação, comunicação educacional, educação para as mídias, educação com/e através dos meios, são alguns dos conceitos recorrentes na língua portuguesa, fruto dos investimentos de pesquisadores brasileiros nessa área, que nos últimos anos vêm dando suporte a experiências práticas na Educação Básica do país. O conceito de mídia-educação, por exemplo, marco conceitual deste trabalho, vem embasando diversas perspectivas de atuação com a mídia nas nossas escolas, servindo inclusive para nortear as discussões na área da Educação Física. Neste conceito, a compreensão da utilização da mídia apenas como um recurso didático no interior da escola, é superada pela perspectiva da educação com e para os meios. Na perspectiva de Fantin (2006), a mídia-educação possui três perspectivas ou dimensões que são: a perspectiva instrumental, a perspectiva crítica e a perspectiva produtiva. considerar as diversas dimensões da mídia-educação numa perspectiva integrada pode apontar na superação das contradições entre uma concepção mais instrumental (educar com as mídias) e outra mais conteudística (educar sobre as mídias), que promovendo um uso crítico sobre as mensagens, favorece habilidades próprias de um indivíduo autônomo (FANTIN, 2006, p. 52).. De acordo com Belloni (2001), Orofino (2003), Fantin (2006) e Girardello e Orofino (2011), a mídia-educação objetiva, portanto, a formação de sujeitos receptores e produtores, ativos, críticos e criativos em relação à mídia e as novas tecnologias, condição para cidadania na contemporaneidade. No rastro dessa empreitada, a Educação Física vem buscando nos últimos anos, se aproximar e ressignificar essa proposta, a partir de um diálogo interdisciplinar que articula fazeres e saberes próprios, com aqueles emprestados pelo campo. Entre essas aproximações profícuas, importa destacar aqui a associação com a área que envolve os estudos das tecnologias de informação e comunicação e de mídia no interior do campo educacional, consolidada atualmente por meio do conceito de Mídia-Educação. Neste sentido, temse empregado a expressão Mídia-Educação (Física) para expressar.

(13) 11. tentativas de aproximação e apropriação teórico-metodológica daquele conceito (PIRES; LAZZAROTTI FILHO; LISBÔA, 2012, p. 56).. Mas esses esforços em qualificar o campo educacional não se limitam à discussão das tecnologias e da mídia na escola. Nos últimos anos, diversos tipos de orientações curriculares chegaram às mãos dos professores do país, na tentativa de nortear sua prática pedagógica. Nos questionamos, porém, como os documentos que expressam essas orientações tratam da questão da mídia, especificamente na Educação Física, considerando o Ensino Médio. Será que a problemática da mídia é presente e recorrente nesses documentos? De que forma ela aparece aos professores? Ainda como um recurso atrativo para dinamizar as aulas, ou como objeto de crítica capaz de alavancar a produção criativa de professores e alunos? O objetivo desta pesquisa foi então, identificar e analisar a presença da mídia nas orientações curriculares para a Educação Física no Ensino Médio. Trata-se de uma pesquisa documental, cujo corpus de análise foi constituído pelo conteúdo direcionado à Educação Física dos seguintes documentos: 1) Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – PCNEM; 2) Parâmetros em Ação – Ensino Médio; 3) Orientações Educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNEM+; 4) Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – DCNEM; 5) Referenciais Curriculares para o Ensino Médio da Paraíba e 6) Orientações Curriculares para o Ensino Médio – OCNEM. Como técnica de análise dos dados, foi realizada uma análise de conteúdo, do tipo temática, baseada em Bardin (1979). A pré-análise da pesquisa foi realizada através da seleção e obtenção do material, além da leitura flutuante do corpus de análise. Já a exploração do material, foi realizada através da elaboração das fichas de conteúdo, da retirada dos núcleos de sentido e da categorização dos dados. Como etapa final, foi realizada a interpretação referencial dos dados, que estão fundamentados e discutidos nos dois capítulos construídos e apresentados a partir de agora..

(14) CAPÍTULO 1 – Mídia e Educação escolar.

(15) 13. A reflexão em torno do debate mídia e educação vem sendo ampliada há algumas décadas, nos dando uma demonstração de sua influência na formação do sujeito contemporâneo e deixando claro a necessidade de se explorar o assunto diante do rápido avanço das tecnologias da informação. Ressaltamos que entendemos por "mídia" os meios de comunicação, tanto eletrônicos (televisão, cinema, Internet etc.), como impressos (jornais, revistas etc.), os quais possuem aspectos similares, mas também distintos. Podemos situar a mídia também, como uma indústria que se desenvolveu na década de 1940. Nessa época, a comunicação de massa se dava predominantemente através do cinema, rádio, revistas e jornais. Por sua vez, a educação para as mídias como perspectiva para um novo campo do saber e de intervenção vem se desenvolvendo desde os anos de 1970 no mundo inteiro, com objetivos de formar pessoas ativas, criativas e críticas, que possam atuar no campo das tecnologias da comunicação e informação. O impacto social causado pela penetração dessas tecnologias nos últimos anos ocasionou intensas transformações nas principais instituições sociais. Inclusive na escola. Porém, sua utilização no ambiente escolar ainda sofre muita resistência em relação a sua aplicação no meio educacional. Para Belloni (2001), educar na contemporaneidade remete analisar, refletir e se apropriar das estruturas, dinâmicas e linguagens propiciadas pela mídia e novas tecnologias em três dimensões educativas: •. Educar para a mídia – compreendendo-a como objeto de estudo e temática de reflexão das práticas educativas; desvelar e esclarecer suas formas de organização e linguagens/narrativas, para a apreciação e utilização crítica;. •. Educar com a mídia – utilizar a mídia como ferramenta pedagógica no processo de ensino-aprendizagem, isto quer dizer, o seu uso instrumental;. destaca-se. a. contribuição. dos. recursos. tecnológicos/midiáticos para organização do trabalho pedagógico, e para tanto, é preciso incluí-los nas aulas, lutando pela democratização do acesso e modernização da educação; •. Educar através da mídia – refere-se à produção de mídia no contexto educativo, como forma de sistematização de conhecimentos, utilização.

(16) 14. de novas linguagens (especialmente a digital), e apropriação dos processos de produção de informação/comunicação.. Nesse novo contexto tecnológico, precisamos pensar e construir uma escola que forme cidadãos ativos, críticos e criativos, capazes de lidar com as mudanças globais em nível local, ultrapassando o uso instrumental dos meios, numa nova perspectiva de incluir a mídia na escola.. Mídia e Escola. Para Belloni (2001), seria ingênuo pensar que a mídia se adaptará aos objetivos da escola. Porém, é também ilusório pensar que a família tem condições de conscientizar para uma leitura crítica sobre os conteúdos oferecidos pela mídia. Dessa forma, a escola tem um papel muito importante que é o de transformar o espectador passivo em espectador ativo, levando o aluno a compreender as múltiplas mensagens, pensando e refletindo criticamente sobre os conteúdos midiáticos. As NTIC’s não podem ser entendidas apenas como apoio ou enfeites para o uso nas aulas, e sim, serem utilizadas com objetivos bem maiores. Como sugere Rosini (2007), elas possibilitam o professor estimular os seus alunos a explorar culturas, a ter interesse pela pesquisa, a aguçar a curiosidade, enfim, a cuidar da sua própria aprendizagem. As tecnologias da informação e comunicação, especialmente as mais modernas, envolvem a aquisição, o armazenamento, o processamento e a distribuição da informação por meios eletrônicos e digitais, como rádio, televisão, telefones e computadores, dentre outros. A integração desses meios nos currículos escolares não é tarefa fácil. A escola ainda tem dificuldades de associar as tecnologias às propostas pedagógicas, mantendo-se ligada às técnicas e tecnologias tradicionais da educação como: quadro, giz, livros didáticos, oralidade, retroprojetor, um comunicador (professor), provas e testes para avaliar o desempenho dos alunos. Não se trata aqui de negar o uso desses recursos tradicionais, pelo contrário, eles são ainda fundamentais para o sistema educacional. O que se pretende, é uma implementação a mais de recursos para ampliar o campo de visão do aluno, fazendo.

(17) 15. com que ele tenha uma atuação crítica e criativa de determinados saberes que circulam por todo mundo, podendo dessa maneira, unir a teoria com a prática e os valores sociais e políticos dessas informações. Diante dessa realidade, delineiam-se os desafios da escola sobre esse tema na tentativa de responder como ela poderá contribuir para que crianças e jovens se tornem usuários criativos e críticos dessas ferramentas, evitando que se tornem meros consumidores compulsivos de representações novas de velhos clichês (BELLONI, 2005). Sendo assim, para que se efetive a aplicação das tecnologias no meio educacional, após a constatação da sua importância e necessidade, é preciso criar conhecimentos e mecanismos que possibilitem sua integração na escola evitando o deslumbramento e o uso indiscriminado. É importante considerar seu uso pedagógico em detrimento das virtualidades técnicas, fugindo do discurso ideológico da indústria cultural. Nesse contexto do mundo das tecnologias, a educação foi bastante favorecida. Através dos meios tecnológicos, os professores de diferentes escolas e de distintas regiões do país, ao incorporá-los nos seus projetos políticos e pedagógicos, como recurso para a produção das aulas, acabam viabilizando uma interação do aluno com a modernidade evidenciada na contemporaneidade. O que se pretende com o uso da mídia no campo educacional, pelos professores, é que eles consigam promover um intercâmbio de informações e experiências, permitindo que o aluno conquiste outros espaços, além daquela tradicional aula, onde o professor fala e os alunos escutam. E existe um vasto espaço a ser explorado pelo educador, já que a mídia veicula notícias, manifestações culturais, entretenimento, entre outras coisas, ao mesmo tempo que a mesma, através do uso espetacularizado das imagens, acaba por produzir padrões de referências, tanto no sentido de movimentos como também de comportamentos. Por isso, é relevante acompanhar, entender e refletir os discursos midiáticos e sua influência na vida cotidiana seja através dos teóricos que há um bom tempo já vem debatendo esse tipo de tema, ou através dos documentos que orientam os professores das redes estaduais e municipais de ensino. A relação entre esses dois campos do conhecimento, a mídia e a educação tem sido encarada por especialistas na área como fator fundamental para o.

(18) 16. processo de ensino e aprendizagem no Brasil neste século, marcado pela constante presença de inovações tecnológicas. De acordo com Penteado (2002), da relação entre mídia e educação surge uma pedagogia da comunicação, que remete ao uso de modernas tecnologias da comunicação no ensino como algo transformador da educação escolar. Belloni (2005) coloca que a escola deve integrar as novas tecnologias de informação e comunicação, visto que elas estão presentes e influentes em todas as esferas da vida social. O novo desafio que se abre na educação, frente ao novo contexto, é como orientar o aluno, a saber, o que fazer com essas informações, de forma a internalizala na forma de conhecimento e, principalmente, como fazer para que ele saiba aplicar esse conhecimento de forma independente e responsável. Almeida (2005), afirma que, compreender as diferentes formas de representação e comunicação propiciadas pelas tecnologias disponíveis na escola, bem como criar dinâmicas que permitam estabelecer o diálogo entre as formas de linguagem das mídias, são desafios para a educação atual.. Mídia e Educação Física escolar. Os estudos de mídia na Educação Física, apesar de recentes, já configuram um importante campo de investigação da área, sendo possível identificar muitas contribuições para o desenvolvimento da Educação Física. O pioneirismo desses estudos na área da Educação Física se deu na década de 1990 pelo coletivo que ficou conhecido como Grupo de Santa Maria que fundou o Laboratório de Comunicação, Movimento e Mídia da Educação Física (LCMMEF). Criado em 1991, teve como principal representante, o professor Sérgio Carvalho, e posteriormente a professora Marli Hatje. Além desse grupo, podemos destacar também, dois importantes estudiosos nessa área, o professor Mauro Betti, que no ano de 1998, sistematiza sua tese de doutorado, concluindo no ano anterior e lançando o livro “A Janela de Vidro: Esporte, Televisão e Educação Física” e o professor Giovani de Lorenzi Pires, que, em 2002, também como resultado de sua tese de doutorado, lança o livro “Educação Física e o Discurso Midiático: Abordagem crítico-emancipatória”..

(19) 17. A mídia, como fenômeno importante na cultura entre os jovens, ganha uma forte influência no campo pedagógico. A utilização desses meios educativos vem sendo cada vez mais cobrada no âmbito escolar, visto que, as pessoas estão recebendo inúmeras informações, transmitidas e distorcidas diariamente sem cunho educacional. Isso faz com que, muitas vezes influencie o pensamento e os gostos daqueles que acompanham determinada informação. Segundo Betti (2001), as mídias, em especial a TV, transmitem muitas informações sobre a cultura corporal de movimento1 para um grande número de pessoas (inclusive, é claro, os alunos que frequentam as aulas de Educação Física na escola), com privilégio para o esporte. Mais adiante ele afirma que, de imediato, pode-se concluir que a relação mídias-cultura corporal de movimento coloca um problema pedagógico para a Educação Física, isso porque, as mídias nos transmitem informações, alimentam nosso imaginário e constroem uma interpretação do mundo. Dessa forma, a inserção dos recursos tecnológicos requer mudanças no pensamento e na postura teórico-metodológico do professor de Educação Física, visto que, ele terá um papel fundamental de mediador dessas informações midiáticas, podendo mostrar, os sentidos explícitos e implícitos de determinadas informações pra o educando, já que, o excessivo número de informações existentes hoje, e veiculadas pelas diferentes mídias, geram problemas não apenas na forma, mas também na interpretação consciente e crítica dos alunos. O professor deve levar ao aluno a compreender o sentido dessas informações oferecidas pela mídia, contribuindo para formação de um receptor ativo, seletivo e autônomo. em. relação. aos. sentidos. originais. das. mensagens. midiáticas,. reconstruindo seu próprio significado. Ele atuará dessa forma, agindo como mediador de saberes, instigando o aluno a criticar e modificar determinadas informações. Com a utilização dos meios de comunicação, o professor de Educação Física obtém uma ferramenta auxiliadora para se trabalhar no espaço escolar além daquelas já conhecidas como: quadras, campos, piscinas etc. Não desmerecendo. 1. Os termos “cultura corporal de movimento” e “cultura corporal” são utilizados no estudo a partir da discussão teórica sobre a mídia na Educação Física brasileira e o uso que os documentos investigados fazem deles, não sendo tomados como objeto de análise mais aprofundada no momento..

(20) 18. esses espaços, mas tentando fazer uma ponte entre espaço físico e o espaços virtuais, tornando assim, uma aula mais atrativa para o educando. Segundo Freire (1996), completa que os educadores não devem temer a comunicação e as novas tecnologias, e sim, fazer uso desses instrumentos para formar cidadãos críticos e conscientes do meio em que vivem. Assim, a Educação Física como as demais disciplinas do currículo escolar, deve assumir a responsabilidade de formar um cidadão capaz de se posicionar criticamente diante de sua realidade social e das novas formas da cultura corporal de movimento. Nessa perspectiva, Ferrés (1996), discorrendo sobre a televisão, propõe que a escola eduque para a reflexão crítica: levar o aluno a compreender o sentido explícito e implícito das informações e estabelecer relações coerentes e críticas entre o que aparece na tela e a realidade do mundo. O fato é que os professores não podem ignorar as tecnologias, pois elas há muito tempo, deixaram de ser uma opção, transformando-se em necessidade e interferindo profundamente na nossa relação com o mundo. Elas vêm transformando as formas de se comunicar, trabalhar, discutir, pensar. Estamos cercados pelo progresso tecnológico, do qual se torna impossível fugir, pois as tecnologias estão em todos ambientes públicos e privados construindo os fazeres e saberes da cultura corporal de movimento. Para Belloni (2001), a mídia, distribui imagens e linguagens, construindo sistematicamente o imaginário de muitos jovens, por oferecer significações através de mitos, símbolos e representações, estereotipando valores, normas e modelos de comportamento socialmente dominante. Segundo Betti (2003), o consumo de informações e imagens proveniente das mídias faz parte da cultura corporal contemporânea, e, portanto, não pode ser ignorado; pelo contrário, deve ser objeto e meio de educação, visando instrumentalizar o aluno para manter uma relação crítica e criativa com as mídias. O que se pretende nesse sentido, dentro da escola, é desenvolver no aluno a capacidade de analisar informações que nem sempre estão da forma que ele vê, e nada melhor para o professor que atuar como mediador dessas informações fazendo com que o educando se sinta capaz de agir, pensar e conviver em sociedade de forma mais crítica e autônoma. Podemos notar que a realidade dos alunos é definitivamente marcada pela experiência comunicacional que chega com eles à escola. Alternativas pedagógicas.

(21) 19. que incluem as mídias e suas linguagens como ferramentas auxiliadoras, complementares aos saberes sistematizados, podem ser válidas, porque aproximam os alunos da cultura midiática com a qual já estão acostumados a operar. Contudo, cabe ao professor de Educação Física desenvolver ações educativas na perspectiva de inclusão da educação para a mídia, exigindo atualizações de novas propostas que permitam desenvolver um trabalho crítico e contextualizado em suas aulas. Apresentando o fenômeno esportivo como lazer, realização profissional, sociabilização e autoconhecimento, assim como matérias que denunciem a exploração do atleta profissional de futebol pelos clubes e os baixos salários da maioria dos jogadores (BETTI, 2003). Nesse sentido, os profissionais da área devem discutir frequentemente com os alunos, e para isso, utilizar-se do uso das tecnologias como: vídeos, documentários, revistas, jornais entre outros, possibilitando dessa maneira um diálogo com os fundamentos teóricos de uma Educação Física concebida como apropriação e transformação da cultura corporal de movimento, tratando de assuntos polêmicos e atuais, que facilitem o desenvolvimento de conteúdos que agucem a reflexão crítica e racional do educando. Em síntese, a tarefa teórica e prática da Educação Física deve ser a do esclarecimento, visando desvelar pela crítica e pela razão o conjunto de objetivos e interesses que configuram a mensagem midiática sobre o esporte (PIRES, 2003). Mas não só o esporte merece ser objeto de estudo da Educação Física, em suas relações com a mídia e a sociedade de consumo atual. Diversas outras práticas corporais, desenvolvidas ou não na escola pública brasileira, além do conhecimento sobre o corpo, devem pautar a prática pedagógica da Educação Física no ensino médio, como indicam as próprias orientações curriculares para a área..

(22) CAPÍTULO 2 – Mídia e Orientações Curriculares.

(23) 21. Orientações Curriculares para a Educação Física no Ensino Médio. De acordo com os PCNEM, Bases Legais, o ensino médio de uma forma geral, deve estar afinado com a construção de competências que situem o educando “como sujeito produtor de conhecimento e participante do mundo do trabalho” (BRASIL, 2000, p.10). O Ensino Médio foi configurado na LDB (Lei n° 9394/96) como a última etapa da educação básica. Essa transformação se deu em um momento em que a sociedade contemporânea passa por significativas transformações de ordem tecnológica e econômico-financeira. Dessa forma, a sociedade contemporânea aponta para a exigência de uma educação diferenciada, uma vez que a tecnologia está impregnada nas diferentes esferas da vida social. A ideia do Ensino Médio como parte da educação básica está em pleno acordo normativo com esse novo contexto educacional, uma vez que, segundo a LDB, essa ideia objetiva consolidar e aprofundar os conhecimentos adquiridos na educação fundamental e desenvolver a compreensão e o domínio dos fundamentos científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna, e não apenas preparar para o vestibular. Dessa forma, o que se pretende aqui é diminuir com o caráter seletivo e a vulnerabilidade as desigualdades sociais que acontecem no ensino médio. Já o cenário da Educação Física no ensino médio brasileiro vem se tornando um desafio para os professores no que diz respeito ao sentido motivacional do educando. Alguns elementos giram em torno desse fator, como as relações aluno/professor e aluno/aluno, o conteúdo das aulas e as metodologias utilizadas. Podem aparecer outros problemas como quadras descobertas e esburacadas, falta de materiais, horários opostos aos das outras matérias, etc. A ideia das DCNEM de uma forma geral é dar à escola autonomia e uma proposta pedagógica, incentivando as instituições a montar o seu currículo, recortando, dentro das áreas do conhecimento, os conteúdos que lhes convém para a formação daquelas competências. Elas se diferenciam dos PCNEM, apresentando metas e objetivos específicos a serem buscados para o ensino médio, enquanto os PCNEM são referenciais, conjunto de textos, cada um sobre uma área de ensino, que servem para nortear a elaboração dos currículos escolares em todo país. Os PCNEM não são uma imposição de conteúdos a serem ministrados nas escolas,.

(24) 22. mas são propostas nas quais as secretarias e as unidades escolares poderão se basear para elaborar seus próprios planos de ensino. Tanto os PCNEM quanto os PCNEM+ apontam uma proposta de se colocar conteúdos dentro de eixos fundamentais ou de conceitos estruturados. Nota-se que os PCNEM indicam como eixos fundamentais a relação entre indivíduo e sociedade e a dinâmica social. Já os PCNEM+ indicam os conceitos estruturadores: cidadania, trabalho e cultura. Além do mais, os PCNEM+ têm como objetivos, discutir a condução do aprendizado nos diferentes contextos e de facilitar a organização do trabalho na escola. As OCNEM como o próprio nome indica, são orientações que têm uma grande importância na medida em que procuram dar subsídios de como se trabalhar em sala de aula com os conteúdos para o ensino médio. É um documento que procura fazer com que o professor faça uma reflexão a partir dos elementos ali postos de como ele poderá construir um programa. Os PCNEM em Ação têm como objetivo principal a formação continuada de professores, de forma a facilitar a leitura, análise, discussão e implementação dos Parâmetros e dos Referenciais Curriculares nacionais. A proposta dos Referenciais Curriculares do Ensino Médio do Estado da Paraíba constitui uma iniciativa de ampliar as orientações para um ensino mais compatível com as novas pretensões educativas, contidas nos PCNEM em Ação, PCNEM+, e recentemente nas Orientações Curriculares para o Ensino Médio. O objetivo é o de aprofundar a compreensão de conceitos apontados nesses documentos nacionais, oferecendo, sempre que possível, opções metodológicas aplicáveis a contextos regionais e locais (PARAÍBA, 2006). Dessa maneira, passamos às modificações das DCNEM. Entre as alterações, recentes, temos a demanda das instituições de ensino para a estruturação de um projeto político-pedagógico que viabilize a integração da educação com quatro dimensões: trabalho, ciência, tecnologia e cultura. O que se pretende com isso é uma flexibilização curricular e a promoção da interdisciplinaridade. Nesse sentido, o professor pode se orientar através desses documentos para ampliar sua atuação pedagógica e efetivar ações desafiando suas possibilidades de ensino, e desbravando um território, em que, segundo Costa e Betti (2006), apontam um caminho interessante para a Educação Física que é a incorporação, nas aulas,.

(25) 23. de possibilidades de interação com as diversas mídias eletrônicas e, então, a construção de um olhar crítico e sensível sobre esses elementos da cultura. Para que se alcance e promova a construção da cidadania, através da utilização desses documentos, é preciso que esse esforço seja cuidadosamente pensado para que possa ir ao encontro das reais necessidades da juventude atual, no nosso caso, os adolescentes do ensino médio. E esses documentos favorecem que isso aconteça, já que, um complementa o outro, e dessa forma, se aplicam ao contexto regional em que são utilizados. Sendo assim, nos aparecem através desses documentos inúmeras propostas, dentro dessas, podemos observar e citar algumas aprendizagens que os educadores poderiam estar utilizando para fazer com que o educando se sinta capaz de interpretar e expressar-se criticamente sobre as informações veiculadas pela mídia, relativas à atividade física: posicionar-se criticamente, em face das orientações e recomendações contidas em bulas, vídeos, rótulos, manuais e outros textos. relativos. ao. consumo. de. medicamentos,. suplementos. alimentares,. equipamentos, que relacionam a prática da atividade física à saúde do individuo e utilizar a informática nos diversos segmentos da Educação Física. Dessa forma, as mídias e os meios tecnológicos tornam-se um meio de uso dinâmico de interação, fazendo com que as informações circulem mais rapidamente entre as pessoas, encurtando distâncias e possibilitando discussões e debates sobre assuntos e acontecimentos que ocorrem pelo mundo inteiro. Entendemos com isso, que as NTICs inauguram uma nova linguagem da contemporaneidade e, com isso, trazem novas narrativas, esboçam relações de poder que caracterizam as ideologias presentes, portanto, elas têm um valor significativo, resultante das forças sociais, econômicas e políticas, que caracterizam sua não neutralidade.. A presença da mídia nas Orientações Curriculares para a Educação Física no Ensino Médio Analisando a questão da inserção da mídia no contexto da Educação Física, principalmente tendo como eixo norteador as orientações curriculares para o ensino médio, pretende-se situar o leitor através deste estudo, como a mídia aparece nesses documentos, assim como, a utilização da mesma nos estudos já realizados por teóricos. É preciso superar o otimismo exagerado com a temática e também.

(26) 24. problematizar as posições contrárias dos pessimistas, dos que dela nada sabem ou daqueles que sabem e têm medo de utilizá-las nas suas aulas como instrumento auxiliador e transformador de saberes. Para isso, encontramos nas orientações normativas, objeto do nosso estudo, muitas propostas para a introdução da mídia no espaço escolar da Educação Física no ensino médio, visto que, os modelos de educação tradicionais estão em discussão frente ao novo conceito de educação e de escola que a sociedade vem adotando. Os discursos existentes para o uso das novas tecnologias como fator de melhoria da qualidade do ensino-aprendizagem vêm sendo respaldados por acadêmicos, estudiosos e até mesmo pelo Estado, por intermédio dos seus documentos oficiais. É esse respaldo que justifica o uso dessas tecnologias no ambiente escolar, sendo importante destacar que, a educação para e com as mídias só tem sentido quando se faz a educação por meio das mídias. Nesse sentido, considera-se que seja necessário aprender a operacionalizar tais recursos como TV, VHS, DVD, rádio, computador e Internet e entender a linguagem com vista à criação de situações que favoreçam ao aluno assimilar e transformar esses conhecimentos. É preciso que a perspectiva de atuação com a mídia anunciada nas orientações curriculares para a Educação Física no ensino médio, não se limite nem a sua condição de recurso didático, ou mesmo de objeto de estudo, mas que una essas duas vertentes como resultante de uma produção midiática ao mesmo tempo técnica, crítica e criativa. Com relação ao corpus de análise da pesquisa, em apenas um documento analisado a mídia não está anunciada ou como objeto de estudo ou como produção midiática, as duas categorias que se aproximam, respectivamente, de uma perspectiva crítica e criativa que superam o uso instrumental dos meios enquanto recurso didático na escola. É preciso ressaltar, porém, que ele é o mais antigo dentre os documentos analisados, sendo produzido em uma época em que a própria discussão sobre a mídia na Educação Física brasileira estava se estruturando mais fortemente, do ponto de vista teórico e organizacional, com a criação de um Grupo de Estudos específico no Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte – CBCE. Esse documento é um dos mais conhecidos no meio educacional. É justamente nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino médio da Educação Física que isso acontece. As duas categorias em que a mídia está relacionada, são as referentes ao uso didático ou à contextualização de como a mídia está inserida na.

(27) 25. sociedade atual, que não faz nenhum direcionamento maior sobre as possibilidades de sua apropriação pela escola. A seguir, vemos dois trechos desses discursos, onde se encontram destacadas as unidades de registro. [RECURSO DIDÁTICO] Confrontando, portanto, os objetivos do Ensino Médio com os que se tem no cotidiano da Educação Física nas escolas, deparamo-nos com uma incongruência. Enquanto as demais áreas de estudo dedicam-se a aprofundar os conhecimentos dos alunos, através de metodologias diversificadas, estudos do meio, exposição de vídeos, apreciação de obras de diversos autores, leituras de textos, solução de problemas, discussão de assuntos atuais e concretos, as aulas do “mais atraente” dos componentes limita-se aos já conhecidos fundamentos do esporte e jogo (BRASIL, 2000, p. 34, grifo nosso). [CONTEXTO] Pensemos no jovem de hoje, atuante, crítico, conhecedor dos seus direitos, exposto a toda espécie de informações veiculadas pelos meios de comunicação (BRASIL, 2000, p. 35, grifo nosso).. Não se quer afirmar aqui, que a utilização da mídia como recurso didático não seja importante, mas sim ressaltar a sua superação a partir de sua inclusão. Esse documento que só indica a mídia como recurso didático, por exemplo, poderá incentivar o uso tecnológico para a contextualização dos conteúdos por parte dos docentes, o que é uma etapa importante para o posterior processo crítico-criativo. Contanto que não seja apenas utilizar por utilizar esses recursos, e sim, facilitar o significado de experiências, para então, abrir um leque de questionamentos que ampliem o olhar crítico e construtivo do educando. Sendo assim, o educador privilegiará a aplicação da teoria na prática e a solução de problemas. Assim sendo, os PCNEM deixam de lado os “velhos” conteúdos programáticos, distantes do cotidiano das massas, para oferecer aos alunos condições de assimilação do desenvolvimento das novas linguagens e conquistas tecnológicas e científicas. Mas é importante lembrar também, que nem sempre a prática pedagógica vinculada à mídia ou as NTIC, são necessariamente inovadoras, pois apesar de todo avanço que trazem, podem estar impregnadas do que há de mais ultrapassado na escola, em se tratando do ponto de vista educativo. Nessa perspectiva de influências midiáticas foi observado em diversos estudos que os novos tempos exigem que se rompam velhos paradigmas educacionais, a fim de que se possam construir novas propostas, utilizando as mídias e as tecnologias. Nesse sentido, foi observado também, que a escola deve ser lugar de.

(28) 26. reagrupamento e comunicação, para reestruturar, ressignificar as informações da mídia e como a mídia lida com a cultura corporal de movimento. Nas Orientações Curriculares Nacionais para o ensino médio, fica bem claro o incentivo ao uso das tecnologias como objeto de estudo, não sendo apresentando em nenhum momento a perspectiva da produção midiática. É colocado ao professor que ele pode dialogar em uma aula de Educação Física com outras linguagens, como a escrita ou a audiovisual, o que se aproxima do seu uso didático. Mas em termos quantitativos, o que se tem neste documento é a recorrência de unidades de registro na categoria “objeto de estudo”, o que vai ser uma tendência em outros documentos e no perfil geral encontrado, o que talvez reflita um certo estágio ainda crítico da área da Educação Física, muito mais do que propositivo. [OBJETO DE ESTUDO] Assim, as relações existentes entre as práticas corporais (jogos, esporte, dança etc.) e os valores e modelos transmitidos pelos meios de comunicação de massa também podem constituir tema de investigação e ensino por parte da Educação Física junto a seus professores e alunos” (BRASIL, 2008, p. 223, grifo nosso).. Nas OCNEM, percebe-se a necessidade, principalmente dos educadores, de superar a visão estereotipada que se tem sobre os alunos, e partir para uma visão mais profunda, ou seja, entender os jovens como seres socioculturais, que possuem diferentes visões de mundo, valores, sentimentos, emoções, comportamentos e muitas outras peculiaridades. Já fica claro nesse segundo documento a importância do uso das tecnologias como objeto de estudo para a Educação Física no ensino médio. Assim, entre aquilo que os educandos já sabem e aquilo que eles podem saber, o uso da mídia poderá contribuir significativamente na medida em que potencializa a capacidade de compreensão do mundo e das coisas, fazendo com que, seja ampliada essa visão de mundo por parte do aluno. Nada disso será possível se não houver também um investimento na formação dos docentes, visto que, as medidas sugeridas exigem mudanças na seleção, tratamento dos conteúdos e incorporação de instrumentos tecnológicos. Isso tudo para uma formação mais completa do aluno, que deve ter como alvo principal a aquisição de conhecimentos básicos, preparação científica e capacidade de utilizar as diferentes tecnologias. O que se deseja, é que os estudantes.

(29) 27. desenvolvam competências básicas que lhes permitam desenvolver a capacidade de continuar aprendendo. É. nas. Orientações. Educacionais. Complementares. aos. Parâmetros. Curriculares Nacionais para o Ensino Médio da Educação Física – PCNEM+, que a mídia aparece mais fortemente como objeto de estudo. Neste documento, é dito que para o educando compreender o discurso da mídia em relação à cultura corporal, é necessário oferecer condições para que se estabeleçam correlações entre as diferentes linguagens. Nota-se também, neste documento, unidades de registro para a categoria “produção midiática”, que mesmo em menor número, revelam a perspectiva criativa para a mídia nas orientações curriculares analisadas. [OBJETO DE ESTUDO] Para que os alunos compreendam mais apropriadamente o discurso da mídia em relação à cultura corporal, é necessário oferecer condições para que se estabeleçam correlações entre as diferentes linguagens. Por exemplo, o aluno refletiria sobre as informações contidas num artigo de jornal que descreveu uma partida (linguagem verbal), assistiria à mesma partida pela TV (linguagem predominantemente visual) e compararia as informações, de modo a identificar as especificidades de cada uma das linguagens (BRASIL, 2002, p. 147, grifo nosso). [PRODUÇÃO MIDIÁTICA] Em projetos disciplinares ou interdisciplinares, além do processo de observação contínua das etapas – que possibilita uma correção do percurso –, também é possível avaliar o produto final, seja pela realização de um vídeo, um jornal ou uma página de internet, pela organização de um campeonato ou evento, pelo desempenho de táticas ou jogadas etc. (BRASIL, 2002, p. 168, grifo nosso).. A mídia enquanto objeto de estudo é tratada de forma expressiva neste e no conjunto de documentos analisados, principalmente em relação às temáticas do esporte e dos padrões corporais que podem ser questionados nas aulas de Educação Física. Essa experiência de aulas utilizando as mídias tem como principal objetivo aumentar o interesse e estimular o educando a se tornar uma pessoa crítica e conhecedora das informações midiáticas veiculadas. Dessa forma, é entendido que uma das funções da disciplina, é justamente integrar criticamente o aluno na esfera da cultura corporal e, para que isto realmente ocorra, é necessário que as aulas forneçam informações relevantes e contextualizadas sobre os diferentes temas da cultura corporal. Podemos identificar nesse documento que cada vez mais os esportes, as ginásticas, as danças e as lutas tornam-se produto de consumo, dessa forma, se.

(30) 28. tornam objeto de informações, amplamente divulgados ao grande público, sendo que uma parte desse público é constituída por jovens que tomam contato desde cedo com as práticas corporais e esportivas através da mídia. São transmissões esportivas, aulas de ginásticas, entrevistas, análises de regras e táticas esportivas, sugestões de novos exercícios e de equipamentos etc. Dessa forma, a mídia, como fenômeno importante na cultura entre os jovens, ganha uma forte influência no campo pedagógico, tornando-se evidente sua influência no âmbito da cultura corporal de movimento, sugerindo diversas práticas corporais, reproduzindo-as, mas também as transformando e constituindo novos modelos de consumo (BETTI, 2003). Cabe à disciplina, portanto, manter um permanente diálogo crítico com a mídia, trazendo-a para reflexão dentro do contexto escolar. Sendo que a Educação Física não pode ignorar a mídia e as práticas corporais que esta retrata, bem como o imaginário que ela ajuda a criar. Nos Parâmetros Curriculares em Ação para o Ensino Médio da Educação Física, identificou-se que a mídia não aparece como produção midiática. Ela surge, por exemplo, para justificar a hegemonia do esporte nas escolas brasileiras, como sendo causa de sua difusão pelos meios de comunicação. As unidades de registro que convergiram para a categoria “contexto”, muitas vezes referiam-se ao poder e a influência da mídia na sociedade contemporânea. É preciso tomar cuidado com uma certa leitura da mídia enquanto responsável pelas mazelas encontradas na escola e na Educação Física escolar, pois se ela não é a resposta para todos os problemas, também não é a única responsável por eles. As outras categorias contempladas no documento foram “objeto de estudo” e “recurso didático”. [CONTEXTO] A prática do esporte em escolas é uma realidade que não podemos negar. Muito embora em diversas regiões do Brasil e em muitas escolas públicas essa prática seja impossível, por falta de material e de espaço apropriado, a verdade é que, mesmo assim, copiamos os modelos esportivos de outros países, e os utilizamos em nossa prática diária. Tendo em vista a difusão que os meios de comunicação fazem dos esportes, dificilmente isto seria diferente (BRASIL, 2001, p. 201, grifo nosso). [OBJETO DE ESTUDO] Em uma aula de ginástica localizada, por exemplo, falar de sua realização, justificando sua execução pelo fortalecimento da musculatura local (bíceps, quadríceps, abdome...); esclarecer sobre postura e respiração adequadas durante a realização dos exercícios; informar sobre a necessidade da ingestão de líquidos e alimentos adequados antes, durante e após a atividade física; capacitar o aluno a perceber seus limites corporais, identificando seu próprio ritmo de.

(31) 29. execução dos exercícios da ginástica localizada; discutir os efeitos da 'maIhação' sem medida; problematizar o atual padrão de beleza imposto pela mídia e sua relação com a saúde individual e coletiva (BRASIL, 2001, p. 208, grifo nosso). [RECURSO DIDÁTICO] Solicitar aos alunos que façam pesquisas em livros, revistas, jornais, filmes... buscando identificar a variação dos conceitos de atividade física relacionada à saúde existentes no momento atual (BRASIL, 2001, p. 213, grifo nosso).. Na discussão da mídia enquanto objeto de estudo, caberá ao professor de Educação Física a desmistificação da mídia que sempre mostra a ideia simplista que esporte é saúde, já que, vários atletas apresentam lesões advindas do excesso de treinamentos e jogos, sendo que isso muitas vezes não é mostrado pela mídia. A mídia, então, na sua ânsia de espetacularizar, de vender o produto que o público conhece, chama e nos induz a tudo. Os Referenciais Curriculares da Paraíba para o Ensino Médio é um dos três documentos que apresentam unidades de registro para a mídia nas quatro categorias de análise. Destaca-se a necessidade de crítica ao padrão de estética imposto pela sociedade de consumo e pela mídia, enquanto objeto de estudo nas aulas de Educação Física. A produção midiática em forma de jornais e documentários é incentivada, enquanto a necessidade de aproximar a realidade tecnológica do aluno à da escola é apontada, com a utilização da mídia. Há ainda referências. que. contextualizam. a. presença. da mídia, mas. não. indicam. possibilidades de atuação, como a necessidade de ambientes como uma sala de vídeo na escola. [OBJETO DE ESTUDO] O corpo ideal e o real: padrão de estética imposto pela sociedade de consumo e pela mídia (PARAÍBA, 2006, p. 292, grifo nosso). [RECURSO DIDÁTICO] Além disso, deverá estabelecer uma relação entre a escola e a realidade social e cultural a partir da utilização de elementos que traduzam essa realidade, tais como: filmes, revistas, jornais, programas televisivos, dentre outros, para aumentar a disponibilidade de aprendizagem do aluno, imprimindo um significado às atividades escolares (PARAÍBA, 2006, p. 295, grifo nosso). [PRODUÇÃO MIDIÁTICA] Visita a academias e centros de treinamento, utilização de recursos tecnológicos específicos da área, consulta aos sites, utilização de procedimentos que facilitem a relação entre teoria e prática nas diferentes manifestações da cultura corporal, tais como: apresentação de seminários, aplicação de jogos, apresentação da produção coreográfica, produção de textos, confecção de murais, elaboração de folhetos informativos, produção de jornais e documentários, campanhas.

(32) 30. educativas, aplicação prática dos conhecimentos adquiridos em diferentes contextos (PARAÍBA, 2006, p. 297, grifo nosso). [CONTEXTO] Para implementar as mudanças necessárias, os profissionais deverão encontrar condições para executar suas propostas de trabalho, tais como: remuneração condizente com a importância do trabalho realizado; salas de aula amplas; número limitado de educandos (25 no mínimo e 40 no máximo, por sala de aula); carga horária do professor redistribuída em horas para aula, para planejamento, estudo e acompanhamento dos educandos; espaço físico adequado; outros ambientes como sala de vídeo, biblioteca, laboratório de ciências, sala de informática, ginásio, quadras esportivas, sala de leitura e de estudo para professores e para educandos; e por fim, recursos materiais para dinamização das aulas (PARAÍBA, 2006, p. 304, grifo nosso).. Tendo em vista este documento, pode-se refletir sobres as várias possibilidades do trabalho pedagógico com a mídia na escola, e, em especial, na Educação Física escolar, desde que se tenha como foco a busca das possibilidades da Educação Física interferir e contribuir para que o educando seja capaz de consolidar e aprofundar os conhecimentos para prosseguimento de seus estudos, articulando competências técnicas, críticas e criativas. Nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, identifica-se a presença da mídia nas três perspectivas estudadas a partir do conceito de mídiaeducação, não sendo contemplada apenas a categoria “contexto”. Como percebe-se a seguir, nos trechos extraídos do documento, tem-se de maneira explícita, o incentivo a utilização de diferentes mídias como processo de dinamização dos ambientes de aprendizagem, assim como, produção de mídias nas escolas através de atividades que favoreçam as habilidades de leitura e análise da mídia. [RECURSO DIDÁTICO] utilização de diferentes mídias como processo de dinamização dos ambientes de aprendizagem e construção de novos saberes (BRASIL, 2012, p. 7, grifo nosso). [PRODUÇÃO MIDIÁTICA E OBJETO DE ESTUDO] produção de mídias nas escolas a partir da promoção de atividades que favoreçam as habilidades de leitura e análise do papel cultural, político e econômico dos meios de comunicação na sociedade (BRASIL, 2012, p. 7, grifo nosso).. Do ponto de vista quantitativo, o quadro apresentado a seguir, que reúne os núcleos de sentido elaborados a partir das fichas de conteúdo, com suas unidades de registro e contexto, percebe-se que a presença da mídia em todos os documentos analisados, o que revela a importância da formação inicial e continuada em Educação Física estar atenta a essa questão..

(33) 31. Quadro 1 – Distribuição dos Núcleos de Sentido. 1.ORIENTAÇÕES CURRICULARES NACIONAIS 2.PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS 3.PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS + 4.PARÂMETROS EM AÇÃO 5.REFERENCIAIS CURRICULARES – PB 6.DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS TOTAL. RECURSO DIDÁTICO 1. OBJETO DE ESTUDO 4. PRODUÇÃO MIDIÁTICA 0. CONTEXTO. 1. 0. 0. 2. 7. 17. 3. 10. 7. 6. 0. 12. 3. 2. 2. 1. 1. 1. 1. 0. 20. 30. 6. 27. 2. As três primeiras categorias foram estabelecidas a priori, tendo em vista o conceito de mídia-educação, sendo que no decorrer da exploração do material, sentiu-se a necessidade de uma categoria que reunisse todas as referências à mídia que problematizassem ou contextualizassem sua presença na sociedade. Com relação a recorrência dos registros nessas categorias, a pesquisa revelou que as unidades registradas convergiram em maior quantidade para a categoria “objeto de estudo”, depois para a categoria “contexto”, “recurso didático” e “produção midiática”. Essa distribuição mostra que o trato da mídia nesses documentos segue uma tendência crítica em relação aos seus discursos, tendo de certo modo ultrapassado a perspectiva instrumental de utilização dos meios, mas ainda se mostrando timidamente na perspectiva criativa de produção midiática. Outro ponto a ser destacado, diz respeito à utilização da mídia enquanto recurso didático, não só para a transmissão de conteúdos, mas também para sua avaliação. Tendo em vista a presença da mídia nesses documentos, em diversas perspectivas de atuação para o professor de Educação Física no Ensino Médio, é preciso que a formação na área esteja mais atenta a essa realidade, capacitando os discentes para a atuação com a mídia em sua futura prática pedagógica..

(34) CONSIDERAÇÕES FINAIS.

(35) 33. Buscou-se através deste estudo, analisar a presença da mídia nas orientações curriculares para a Educação Física no ensino médio. Pode-se perceber através dele, que a mídia é vista como um recurso a mais, no que diz respeito ao uso para enriquecimento das aulas no cotidiano escolar, posto que, essa é a única categoria a ter unidades de registro em todos os documentos. Porém, na soma total desses registros, essa perspectiva cede espaço ao trato da mídia enquanto objeto de estudo, o que revela que do ponto de vista desses documentos, a mídia e a tecnologia não se limitam ao seu uso instrumental. A produção midiática enquanto perspectiva de atuação ainda é tímida, mas já aparece em boa parte dos documentos, abrindo espaço para uma perspectiva criativa da mídia, que reúne e ultrapassa as perspectivas anteriores, mesmo com todos os desafios que isso significa para os professores e para a escola de maneira geral. As reflexões desenvolvidas ao longo do texto, sobre a presença da mídia tanto no corpus de análise como no discurso dos teóricos, mostram que é de suma importância para a Educação Física escolar, dialogar freqüentemente com os educandos os sentidos implícitos e explícitos dos discursos que trafegam pelas informações, oferecendo assim, maior relevância pedagógica no cotidiano escolar. Assim, o uso da mídia nesse contexto, requer a formação, o envolvimento e o compromisso de todas as pessoas que fazem parte do processo educacional, objetivando favorecer o desenvolvimento do aluno como cidadão participativo, crítico e criativo para lidar com as inovações tecnológicas. Mas essa inserção dos recursos tecnológicos requer mudanças no pensamento e na postura teórico-metodológico do professor. Não é só colocar por colocar a mídia em suas aulas, como se por si só, isso fosse uma inovação. É importante destacar que a educação para e com as mídias só tem sentido quando se faz a educação por meio das mesmas. Aprender a lidar com certos recursos como TV, DVD, rádio, computador e Internet, não é fácil para alguns, principalmente se considerarmos as diferenças regionais, de geração e mesmo de formação, mas é de grande relevância e fundamental nos dias de hoje, desde que, se faça também uma análise das diferentes linguagens que são veiculadas através desses meios de comunicação. Este trabalho mostrou que a perspectiva dominante da utilização da mídia na Educação Física do ensino médio, pelo menos no tocante a suas orientações curriculares, é o trato como objeto de estudo, ou seja, é através da leitura da.

(36) 34. realidade que podemos usufruir desses recursos tecnológicos, fazendo com que essas se tornem chave de leitura do mundo. Dessa forma, os profissionais da Educação Física interligam as práticas corporais (jogos, esportes, dança, ginástica etc.), aos valores transmitidos pela mídia, contextualizando e podendo manter também, uma interdisciplinaridade com outras disciplinas, construindo temas de investigação. O papel de intermediador ou interlocutor de saberes do professor, aqui é amplificado, tornando-se essencial para compreensão e discussão, junto aos jovens, dos valores e dos significados que estão por trás dessas diferentes práticas. Já a mídia enquanto produção midiática, aqui também observada e discutida, aparece como desafio que favorece ao aluno e também ao professor, transcenderem as múltiplas mensagens transmitidas e divulgadas por tais meios, para a obtenção de uma visão crítica, construtiva e transformadora da sua realidade, através de um maior protagonismo. Em suma, chega-se a conclusão de que, é necessário oportunizar o uso da mídia nas aulas de Educação Física do ensino médio, através de diálogos críticos, trabalho com recurso audiovisuais, recortes de jornais, matérias televisiva, pesquisas na Internet e curiosidades sobre elementos da cultura corporal, transmitidas pela mesma, fazendo com que essas ferramentas façam com que o educando possa usufruir de maneira ativa e seletiva, dando significado próprio a sua estrutura de recepção, a partir de sua criatividade. Para tanto, deve-se compreender os limites atuais da escola pública brasileira, assim como sua função, no tocante aos recursos tecnológicos necessários à implementação dessa proposta, de modo a compreender que a inclusão da mídia na escola é um caminho em consolidação, mas sem volta, que precisa de maiores investimentos em relação a uma formação inicial e continuada específica de professores, para uma melhor atuação com a mídia em sua prática pedagógica..

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