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Estudo de perdas técnicas de energia elétrica em sistemas de distribuição

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE TECNOL ´OGICA FEDERAL DO PARAN ´A DEPARTAMENTO ACAD ˆEMICO DE EL ´ETRICA

CURSO DE ENGENHARIA EL ´ETRICA

VINICIUS FERNANDO MORITZ

ESTUDO DE PERDAS T ´

ECNICAS DE ENERGIA

EL ´

ETRICA EM SISTEMAS DE DISTRIBUIC

¸ ˜

AO

TRABALHO DE CONCLUS ˜AO DE CURSO

PATO BRANCO 2016

(2)

VINICIUS FERNANDO MORITZ

ESTUDO DE PERDAS T ´

ECNICAS DE ENERGIA

EL ´

ETRICA EM SISTEMAS DE DISTRIBUIC

¸ ˜

AO

Trabalho de Conclus ˜ao de Curso de graduac¸ ˜ao, apresentado `a disciplina de Trabalho de Conclus ˜ao de Curso 2, do Curso de Engenharia El ´etrica da Coordenac¸ ˜ao de Engenharia El ´etrica -COELT - da Universidade Tecnol ´ogica Federal do Paran ´a - UTFPR, C ˆampus Pato Branco, como requisito parcial para obtenc¸ ˜ao do t´ıtulo de Engenheiro Eletricista.

Orientador: Prof. Dr. Alexandre Batista de Jesus Soares.

PATO BRANCO 2016

(3)

TERMO DE APROVAC¸ ˜AO

O Trabalho de Conclus ˜ao de Curso intitulado ESTUDO DE PERDAS T ´ECNICAS DE ENERGIA EL ´ETRICA EM SISTEMAS DE DISTRIBUIC¸ ˜AO do

acad ˆemicoVinicius Fernando Moritz foi considerado APROVADO de acordo com a

ata da banca examinadoraN123 de 2016.

Fizeram parte da banca examinadora os professores:

Prof. Dr. Alexandre Batista de Jesus Soares.

Prof. Me. G ´eremi Gilson Dranka.

(4)

Dedico este trabalho a todo este povo que me acompanha, sempre iluminando os meus caminhos.

(5)

´

E por onde vou que o santo me leva

(6)

AGRADECIMENTOS

Agradec¸o primeiramente a essa energia maior que permitiu tudo isso ser poss´ıvel, e permite tamb ´em que todo esse povo iluminado me acompanhe nessa caminhada.

Ao meu professor orientador e os professores pertencentes a banca deste trabalho, pelo incentivo e motivac¸ ˜ao dadas em todas as conversas e reuni ˜oes realizadas.

Aos meus pais pela dedicac¸ ˜ao e esforc¸o para que realizac¸ ˜ao da graduac¸ ˜ao em engenharia el ´etrica fosse poss´ıvel. E tamb ´em pela confianc¸a e paci ˆencia durante essa vida acad ˆemica efetuada longe de casa.

A Karoline, minha irm ˜a, pela parceria durante todo esse processo, aos conhecimentos compartilhados e todo apoio dado.

Ao meu namorado Jonathan por todo amor, companheirismo e paci ˆencia em func¸ ˜ao da dist ˆancia e todo apoio e motivac¸ ˜ao durante todo o per´ıodo de graduac¸ ˜ao. E a todos os meus familiares e amigos que sempre incentivaram e torceram durante toda a graduac¸ ˜ao.

(7)

RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo a respeito de perdas t ´ecnicas de energia el ´etrica em sistemas de distribuic¸ ˜ao. Essas perdas s ˜ao inerentes ao processo, ou seja, s ˜ao originadas do efeito Joule, efeito Corona, correntes de fuga, entre outras perdas. Nesse sentido, ser ´a realizada uma pesquisa a respeito dessas perdas de forma a identific ´a-las e observar seu comportamento. Para isto, ser ˜ao utilizados alguns modelos matem ´aticos propostos na literatura para o c ´alculo de perdas t ´ecnicas em sistemas de distribuic¸ ˜ao, que foram desenvolvidos e ajustados para calcular as perdas t ´ecnicas utilizando diferentes tipos de informac¸ ˜oes dispon´ıveis nas concession ´arias. Esses modelos ser ˜ao executados no software MATLAB para o c ´alculo das perdas t ´ecnicas em dois alimentadores localizados na mesma subestac¸ ˜ao, pertencente ao sistema de distribuic¸ ˜ao real. Os alimentadores ser ˜ao implementados no SimPowerSystems do MATLAB, no sentido de simular essas perdas t ´ecnicas para que, posteriormente, os resultados obtidos atrav ´es dos modelos matem ´aticos sejam comparados com os dados encontrados na simulac¸ ˜ao. Desse modo, deseja-se verificar a validade dos modelos matem ´aticos.

Palavras-chave: Perdas t ´ecnicas de energia el ´etrica, sistemas de distribuic¸ ˜ao, modelos matem ´aticos.

(8)

ABSTRACT

This work presents a study about technical losses of eletrical energy in distribution systems. Such losses are inherent to the process, that is, are originate from the Joule effect, Conora effect, leakage currents, losses in the cores of transformers, among other losses. In this sense, research on these losses will be performed in order to identify them and observe their behavior. For this, will be used some mathematical models proposed in the literature for the calculation of technical losses in distribution systems, which have been developed and adjusted to calculate technical losses using different types of information available at the dealerships. These models will be implemented in MATLAB software for the calculation of technical losses in two feeders located in the same substation, belonging to a real distribution system. The feeders will be implemented in SimPowerSystems of MATLAB, in the sense of simulate these technical losses so that, posteriorly, the results obtained through mathematical models are compared with the data found in the simulation. Thereby, is desired to verify the validity of mathematical models.

Keywords: Technical losses of eletrical energy, distribution systems, mathematical

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Percentual de perdas de energia el ´etrica em relac¸ ˜ao `a energia

injetada no sistema global ano a ano das 64 distribuidoras. . . . 18

Figura 2: Panorama das perdas de energia nas concession ´arias no ano de 2012. . . 19

Figura 3: Informac¸ ˜oes dispon´ıveis nas concession ´arias. . . 28

Figura 4: Localizac¸ ˜ao do Sistema de Distribuic¸ ˜ao El ´etrica. . . 38

Figura 5: Representac¸ ˜ao unifilar do sistema de distribuic¸ ˜ao el ´etrica. . . . 39

Figura 6: Circuito equivalente do transformador de 25 MVA. . . 41

Figura 7: Circuito equivalente do transformador de 15 MVA. . . 43

Figura 8: Sistema de distribuic¸ ˜ao implementado no SimPowerSistems. . . 44

Figura 9: Detalhe dos blocos de medic¸ ˜ao 1A e 2A de perdas t ´ecnicas. . . 45

Figura 10: Subsistema para o c ´alculo das perdas t ´ecnicas e medic¸ ˜ao de pot ˆencia ativa e reativa referentes ao ramo 0-1 do alimentador A. 46 Figura 11: Tens ˜ao trif ´asica no secund ´ario do alimentador A. . . 47

Figura 12: Aproximac¸ ˜ao na tens ˜ao trif ´asica no secund ´ario do alimentador A. 47 Figura 13: Tens ˜ao trif ´asica no secund ´ario do alimentador B. . . 48

Figura 14: Aproximac¸ ˜ao na tens ˜ao trif ´asica no secund ´ario do alimentador B. 48 Figura 15: Corrente trif ´asica no secund ´ario do alimentador A. . . 49

Figura 16: Corrente trif ´asica no secund ´ario do alimentador B. . . 50

Figura 17: Tens ˜ao trif ´asica na chave de manobra. . . 51

Figura 18: Corrente trif ´asica na chave de manobra. . . 51

Figura 19: Comportamento das perdas do trecho 0-1 de cada alimentador. 58 Figura 20: Comparac¸ ˜ao das respostas do modelo A com relac¸ ˜ao `a simulac¸ ˜ao para o alimentador A. . . 62

Figura 21: Comparac¸ ˜ao das respostas do modelo A com relac¸ ˜ao `a simulac¸ ˜ao para o alimentador B. . . 63

(10)
(11)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Projec¸ ˜ao do ´ındice de perdas totais de energia el ´etrica para o

ano de 2023. . . 20

Tabela 2: Modelos matem ´aticos. . . 20

Tabela 3: Dados nominais do transformador . . . 40

Tabela 4: Dados do ensaio de curto-circuito . . . 40

Tabela 5: Dados do ensaio a vazio . . . 40

Tabela 6: Par ˆamentros em pu. . . 41

Tabela 7: Dados da rede do alimentador A. . . 41

Tabela 8: Dados nominais do transformador . . . 42

Tabela 9: Dados do ensaio de curto-circuito . . . 42

Tabela 10: Dados do ensaio a vazio . . . 42

Tabela 11: Par ˆamentros em pu . . . 43

Tabela 12: Dados da rede do alimentador B . . . 43

Tabela 13: Perdas t ´ecnicas do alimentador A para o sistema operando de forma radial. . . 56

Tabela 14: Perdas t ´ecnicas do alimentador A para o sistema operando em paralelismo. . . 56

Tabela 15: Perdas t ´ecnicas do alimentador B para o sistema operando radialmente. . . 57

Tabela 16: Perdas t ´ecnicas do alimentador B para o sistema operando em paralelismo. . . 57

Tabela 17: Perdas t ´ecnicas do alimentador A para o modelo A. . . 59

Tabela 18: Perdas t ´ecnicas do alimentador B para o modelo A . . . 60

Tabela 19: Diferenc¸a percentual dos resultados do modelo A com relac¸ ˜ao `a simulac¸ ˜ao para o alimentador A. . . 61

(12)

Tabela 20: Diferenc¸a percentual dos resultados do modelo A com relac¸ ˜ao `a simulac¸ ˜ao para o alimentador B. . . 61 Tabela 21: Perdas t ´ecnicas dos alimentadores A e B relacionados ao modelo

E. . . 65 Tabela 22: Diferenc¸a percentual dos resultados do modelo E com relac¸ ˜ao a

(13)

LISTA DE S´IMBOLOS

T W h Terawatt hora M W Megawatt

WD Perdas por demanda t Instante de tempo WE Perdas de Energia ∆t Intervalo de tempo kW h kiloWatt hora

kW kiloWatt

Wf Energia el ´etrica fornecida Wc Energia el ´etrica consumida

Wtm Perdas t ´ecnicas de energia el ´etrica de m ´edia tens ˜ao Wtb Perdas t ´ecnincas de energia el ´etrica de baixa tens ˜ao

Wtc Perdas t ´ecnincas de energia el ´etrica no cobre dos transformadores Wtf Perdas t ´ecnicas de energia el ´etrica no ferro dos transformadores Wcc Energia el ´etrica consumida pela companhia

Wm Perdas de energia el ´etrica em medidores de energia e seus circuitos Wcom Perdas comerciais de energia el ´etrica

I Corrente

V Tens ˜ao

P Pot ˆencia ativa Q Pot ˆencia reativa

Ii,i+1,t Corrente entre os n ´os i e i+1 Pi,i+1,t Pot ˆencia ativa entre os n ´os i e i+1 Qi,i+1,t Pot ˆencia reativa entre os n ´os i e i+1 Ri,i+1 Resist ˆencia entre os n ´os i e i+1

Vi,t Tens ˜ao no ponto i em um per´ıodo de tempo t Vi+1,t Tens ˜ao no ponto i+1 em um per´ıodo de tempo t

∆WT Perdas de energia el ´etrica em um per´ıodo de tempo T ∆Wd Perdas di ´arias de energia el ´etrica

(14)

Co Consumo ou fornecimento de energia el ´etrica no dia em que ocorreu o c ´alculo das perdas

CT Consumo ou fornecimento de energia el ´etrica durante um per´ıodo T de tempo NT N ´umero de dias referentes ao per´ıodo de tempo T

T Per´ıodo de tempo ∆Pmax Perdas de pot ˆencia

τ Par ˆamento para o c ´alculo de perdas M Expectativa matem ´atica

A Valor da ordenada da curva de carga

CT Consumo de energia el ´etrica no per´ıodo de tempo T Kf Coeficiente de forma

Re Resist ˆencia equivalente Ii Corrente no elemento i Ri Resist ˆecia no elemento i IΣ Carga somat ´oria da linha

ReL Resist ˆencia equivalente das linhas

ReT Resist ˆencia equivalente dos transformadores

Sni Soma das pot ˆencias nominais dos transformadores que recebem energia por meio do trecho i

Rj Resist ˆencia equivalente do transformador j Snj Pot ˆencia nominal do transformador j

n Quantidade de trechos do alimentador m Quantidade de transformadores da rede

P cT i Soma dos consumos de energia nos transformadores que recebem energia por meio do trecho i

P cT j Consumo de energia do transformador j

Vn Tens ˜ao nominal de operac¸ ˜ao da rede de distribuic¸ ˜ao M V Ar MegaVoltAmpere reativo

pu Por unidade M V A MegaVoltAmpere Ω/Km Ohm por quil ˆometro L Comprimento do condutor rms Valor eficaz

In Corrente da carga na barra n

Sn Pot ˆencia aparente da carga na barra n Vn Tens ˜ao na barra n

(15)

In,k Conjunto de correntes que chegam na barra n Vn+1 Tens ˜ao na barra n+1

Zn,n+1 Imped ˆancia do trecho n, n+1

ERRO Diferenc¸a entre as tens ˜oes de cada iterac¸ ˜ao |Vn(1)| M ´odulo da tens ˜ao na barra n da iterac¸ ˜ao posterior |Vn(0)| M ´odulo da tens ˜ao na barra n da iterac¸ ˜ao anterior Vl Tens ˜ao de linha

(16)

SUM ´ARIO

1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 16

1.1 MOTIVAC¸ ˜AO . . . 17

1.2 OBJETIVOS . . . 21

2 REVIS ˜AO DE LITERATURA . . . 22

2.1 ESTRUTURA DAS PERDAS EL ´ETRICAS EM SISTEMAS DE DISTRIBUIC¸ ˜AO . . . 24

2.1.1 CLASSIFICAC¸ ˜AO DAS PERDAS DE ENERGIA EL ´ETRICA . . . 24

2.1.2 INFORMAC¸ ˜OES DISPON´IVEIS NAS CONCESSION ´ARIAS DE ENERGIA EL ´ETRICA . . . 26

3 MODELOS MATEM ´ATICOS PARA O C ´ALCULO DE PERDAS T ´ECNICAS DE ENERGIA EL ´ETRICA EM SISTEMAS DE DISTRIBUIC¸ ˜AO . . . 29

3.1 MODELO A . . . 29 3.2 MODELO B . . . 30 3.3 MODELO C . . . 32 3.4 MODELO D . . . 33 3.5 MODELO E . . . 35 3.6 M ´ETODOS ADOTADOS A E E . . . 37

4 SISTEMA DE DISTRIBUIC¸ ˜AO DE ENERGIA EL ´ETRICA . . . 38

4.1 APRESENTAC¸ ˜AO DO SISTEMA DE DISTRIBUIC¸ ˜AO DE ENERGIA EL ´ETRICA . . . 38

4.2 PAR ˆAMETROS DO ALIMENTADOR A . . . 40

4.3 PAR ˆAMETROS DO ALIMENTADOR B . . . 42

5 SIMULAC¸ ˜AO DAS PERDAS T ´ECNICAS NO SISTEMA DE DISTRIBUIC¸ ˜AO . 44 6 C ´ALCULO DO FLUXO DE POT ˆENCIA . . . 52

(17)

7 RESULTADOS . . . 55

7.1 RESULTADOS DA SIMULAC¸ ˜AO . . . 55

7.2 FLUXO DE POT ˆENCIA . . . 59

7.2.1 MODELO A . . . 59

7.2.2 MODELO E . . . 64

8 CONCLUS ˜AO . . . 66

8.1 SUGEST ˜OES PARA TRABALHOS FUTUROS . . . 68

(18)

16 1 INTRODUC¸ ˜AO

H ´a algumas centenas de anos, a energia el ´etrica era considerada como um poder m ´agico, capaz de matar, reviver os mortos e modificar as leis da natureza, algo que era exibido em espet ´aculos para espectadores curiosos. Mas, rapidamente passou a fazer parte do cotidiano da sociedade, tornando-se atualmente a alma do mundo moderno, alimentando a vida da populac¸ ˜ao, essencial em todos os aspectos do avanc¸o tecnol ´ogico. A energia que viaja atrav ´es dos fios ´e invis´ıvel, por ´em seu efeito na sociedade atual ´e mais que not ´avel. Logo, as decis ˜oes tomadas a respeito da gerac¸ ˜ao, transmiss ˜ao e distribuic¸ ˜ao de energia el ´etrica afetam a todos de uma maneira global.

A chave para o progresso industrial ´e o desenvolvimento de fontes de energia el ´etrica para realizar um trabalho de forma eficiente, ou seja, produzir uma maior quantidade de energia el ´etrica utilizando o mesmo parque gerador, sendo isso a base para a melhoria cont´ınua do padr ˜ao de vida da populac¸ ˜ao. Soma-se a isso, o fato de que as pessoas est ˜ao cada vez mais conscientes em relac¸ ˜ao `a energia el ´etrica de maneira que passaram a exigir das concession ´arias de gerac¸ ˜ao, transmiss ˜ao e distribuic¸ ˜ao uma maior qualidade e efici ˆencia energ ´etica. Isso se d ´a pelo fato de que a energia el ´etrica proporciona conforto, comodidade e praticidade de forma que o usu ´ario tornou-se dependente do fornecimento de energia el ´etrica e passou a se sentir cada vez mais sens´ıvel `as falhas que ocorrem no sistema el ´etrico, que acabam por interromper o fornecimento de energia el ´etrica (BORDIM, 2011).

Os sistemas de distribuic¸ ˜ao fornecem energia el ´etrica a toda parte, devido a energia gerada em v ´arios locais diferentes e entregues aos consumidores finais. Dentre os tr ˆes grandes componentes da infraestrutura el ´etrica (gerac¸ ˜ao, transmiss ˜ao e distribuic¸ ˜ao), a distribuic¸ ˜ao pode ser considerada um componente importante em termos do seu efeito na confiabilidade e qualidade do servic¸os e no custo da eletricidade, que impacta diretamente na sociedade (SHORT, 2004).

Nessa conjuntura, a efici ˆencia energ ´etica e a busca por fontes limpas de energia vem se apresentando como sendo um dos maiores desafios da sociedade atual. Diante disso, o estudo sobre as perdas t ´ecnicas de energia el ´etrica que ocorrem no sistema energ ´etico pode ser visto como uma alternativa para contribuir

(19)

1.1 MOTIVAC¸ ˜AO 17 com a efici ˆencia energ ´etica.

1.1 MOTIVAC¸ ˜AO

Os sistemas energ ´eticos atuais s ˜ao compostos por tr ˆes subsistemas: gerac¸ ˜ao, transmiss ˜ao e distribuic¸ ˜ao. A gerac¸ ˜ao tem como objetivo produzir a energia el ´etrica atrav ´es de fontes h´ıdricas, solares, f ´osseis, entre outras. A transmiss ˜ao ´e composta por linhas de transmiss ˜ao que constituem um elo de ligac¸ ˜ao entre as centrais geradoras e as concession ´arias de distribuic¸ ˜ao de energia el ´etrica. E, por fim, as concession ´arias de distribuic¸ ˜ao entregam a energia el ´etrica ao consumidor final.

Observa-se que os centros geradores de energia el ´etrica normalmente est ˜ao distanciados dos centros consumidores, e nesse processo de transporte e transformac¸ ˜ao da energia el ´etrica ocorrem perdas el ´etricas, desde a gerac¸ ˜ao at ´e a distribuic¸ ˜ao aos consumidores. Nesse sentido, as perdas de energia no sistema de distribuic¸ ˜ao podem ser divididas basicamente em duas parcelas, as perdas t ´ecnicas e as perdas comerciais, ou n ˜ao-t ´ecnicas.

As perdas comerciais, ou n ˜ao t ´ecnicas, ocorrem devido a inadequac¸ ˜ao dos par ˆametros do sistema de distribuic¸ ˜ao, a falta de planejamento, o controle impr ´oprio dos modos de operac¸ ˜ao, a quantidade insuficiente de medidores de energia, furtos e fraudes de energia el ´etrica, conhecidas popularmente como ”gatos”, tamb ´em podem ser associadas a vari ´aveis socioecon ˆomicas, como desenvolvimento da regi ˜ao, favelizac¸ ˜ao, n´ıvel de escolaridade, entre outros. Enquanto que as perdas t ´ecnicas s ˜ao perdas de energia ou demanda inerentes ao processo de transmiss ˜ao e distribuic¸ ˜ao, que ocorrem antes do ponto de entrega da energia `a unidade consumidora, e n ˜ao podem ser eliminadas completamente e nem medidas diretamente, mas podem ser estimadas por modelos matem ´aticos. As principais causas dessas perdas no sistema energ ´etico s ˜ao: (SOARES, 2003)

• Efeito Joule; • Efeito Corona;

• Correntes de fuga no ar ou nos isoladores; • Perdas nos n ´ucleos dos transformadores; • Entre outras perdas.

(20)

1.1 MOTIVAC¸ ˜AO 18 De acordo com uma entrevista com o presidente da Associac¸ ˜ao Brasileira de Distribuidores de Energia El ´etrica (ABRADEE), as perdas totais nas redes de distribuic¸ ˜ao no Brasil em 2012 foram cerca de 16,5% do total de energia gerada no sistema, correspondendo a aproximadamente 25 T W h em energia el ´etrica perdida, o que seria suficiente para abastecer o estado do Paran ´a inteiro no per´ıodo de um ano (ABRADEE, 2013).

Buscando ilustrar melhor esse cen ´ario, a Figura 1 demonstra o crescimento das perdas t ´ecnicas e comerciais de energia durante o per´ıodo de 2000 at ´e 2012, apresentando o percentual de perdas de energia em relac¸ ˜ao ao total produzido em cada ano. Diante desse crescimento observado, um estudo no sentido de melhorar a identificac¸ ˜ao se faz necess ´ario, para que, posteriormente, provid ˆencias possam ser aplicadas.

Figura 1: Percentual de perdas de energia el ´etrica em relac¸ ˜ao `a energia injetada no sistema global ano a ano das 64 distribuidoras.

Fonte: (ABRADEE, 2013).

Considera-se tamb ´em que, de acordo com Oliveira (2009), as concession ´arias que administram a distribuic¸ ˜ao de energia el ´etrica, desde a gerac¸ ˜ao at ´e o consumidor final, s ˜ao empresas terceirizadas pelo governo, ou seja, empresas privadas que visam lucro. Sendo assim, as perdas de energia podem ser vistas como um consumidor que nunca paga sua fatura de energia el ´etrica, o que significa que a concession ´aria repassa ao consumidor final esse preju´ızo devido as perdas el ´etricas. Diante disso, a Figura 2 apresenta um panorama das perdas de energia em cada uma das concession ´arias no ano de 2012, em que ´e poss´ıvel constatar um

(21)

1.1 MOTIVAC¸ ˜AO 19 percentual consideravelmente elevado de perdas em relac¸ ˜ao ao total de energia produzida nesse ano, como ´e o caso da Eletrobras AM, em que 39,1% do total de energia distribu´ıda por essa concession ´aria foi perdida. Diante desse quadro, ´e necess ´ario buscar estrat ´egias para reduzir essas perdas, uma vez que ser ´a necess ´ario inserir mais gerac¸ ˜ao de energia el ´etrica no sistema apenas para manter as perdas el ´etricas caso isso n ˜ao seja feito.

Figura 2: Panorama das perdas de energia nas concession ´arias no ano de 2012. Fonte: (ABRADEE, 2013).

´

E importante salientar que, de acordo com o Plano Decenal de Expans ˜ao de Energia 2023, Tabela 1, a projec¸ ˜ao para a reduc¸ ˜ao das perdas totais ´e de 16,9% para 15,5% at ´e o ano de 2023, percentual este referente ao total de energia produzida a cada ano. Essa projec¸ ˜ao baseia-se no fato de que a taxa m ´edia de crescimento da carga total do sistema ´e de 4% ao ano, passando de 65830 M W m ´edios em 2014 para 92714 MW m ´edios em 2023. Portanto, para a realizac¸ ˜ao dessa projec¸ ˜ao, uma pesquisa deve ser realizada no sentido de identificar essas perdas el ´etricas para posterior estudo de reduc¸ ˜ao das mesmas, uma vez que o gerenciamento dessas perdas de forma eficiente permite atender uma carga maior com o mesmo parque gerador.

Logo, a estimac¸ ˜ao e, se poss´ıvel, a localizac¸ ˜ao das perdas t ´ecnicas possibilita `a concession ´aria de energia realizar planos e estrat ´egias para a reduc¸ ˜ao destas perdas pela troca de equipamentos, por exemplo. Nesse contexto, a proposta deste trabalho ´e utilizar modelos matem ´aticos para estimar as perdas t ´ecnicas de energia no sistema de distribuic¸ ˜ao. Estes modelos foram propostos na literatura (BARABASCHUK et al., 1985; MARKUSHEVITCH, 1980; POSPELOV; SICH, 1981;

(22)

1.1 MOTIVAC¸ ˜AO 20

Tabela 1: Projec¸ ˜ao do ´ındice de perdas totais de energia el ´etrica para o ano de 2023. Subsistemas

Ano Norte Nordeste Sudeste/CO Sul SIN

Perdas (%)

2014 20,6 18,6 17,0 13,3 16,9

2018 20,0 17,5 16,4 12,2 16,2

2023 18,8 16,6 15,7 11,7 15,5

Fonte:(MME/EPE, 2014).

ajustados para calcular as perdas de energia com diferentes tipos de informac¸ ˜oes que est ˜ao dispon´ıveis na concession ´aria, por exemplo, consumo de energia, curvas de carga, fluxo de carga, conforme ilustrado na Tabela 2.

Tabela 2: Modelos matem ´aticos.

Modelos Par ˆametros Utilizados Resultados

A Fluxo de carga e tens ˜ao nos n ´os da rede.

Alta precis ˜ao, perdas de energia para cada elemento da rede.

B Curva de carga total para cada consumidor considerando um dia ´util.

Alta precis ˜ao para um dia, perdas de energia em cada elemento da rede. C Quando a concession ´aria utiliza

valores de demanda m ´axima.

Perdas para o conjunto de elementos da rede.

D Com base em informac¸ ˜oes sobre o consumo de energia el ´etrica.

Perdas para o conjunto de elemento da rede.

E Considera a distribuic¸ ˜ao das cargas dentro do sistema de distribuic¸ ˜ao utilizando uma resist ˆencia equivalente.

Perdas por conjunto de trechos das linhas de transmiss ˜ao e transformadores de distribuic¸ ˜ao.

(23)

1.2 OBJETIVOS 21 1.2 OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo geral de fazer uma comparac¸ ˜ao das perdas t ´ecnicas de um sistema de distribuic¸ ˜ao real obtidas por meio de modelos matem ´aticos e atrav ´es de uma simulac¸ ˜ao. Sendo assim, a simulac¸ ˜ao ir ´a representar o sistema de distribuic¸ ˜ao real, onde as respostas dos modelos matem ´aticos ser ˜ao comparadas com os resultados obtidos por meio da simulac¸ ˜ao com o objetivo de verificar a precis ˜ao dos modelos matem ´aticos, ou seja, observar quais modelos ter ˜ao respostas mais pr ´oximas das reais. Para isso, ser ˜ao seguidos os seguintes objetivos espec´ıficos:

• Estudo das perdas t ´ecnicas nos sistemas de distribuic¸ ˜ao;

• Apresentar os modelos matem ´aticos utilizados para os c ´alculos das perdas t ´ecnicas de energia el ´etrica nos alimentadores reais;

• Realizar uma simulac¸ ˜ao, utilizando o software MATLAB, desses mesmos alimentadores;

• Comparar os resultados dos modelos matem ´aticos A e E com os dados obtidos atrav ´es da simulac¸ ˜ao;

(24)

22 2 REVIS ˜AO DE LITERATURA

Observa-se que atualmente o consumo de energia el ´etrica possui um crescimento exponencial, devido ao crescimento populacional, ao cont´ınuo avanc¸o da tecnologia que demanda cada vez mais energia el ´etrica e a diminuic¸ ˜ao dos recursos naturais utilizados para gerac¸ ˜ao de energia, s ˜ao algumas causas que agravam o cen ´ario energ ´etico atual. E importante citar tamb ´em, o fato de que a constante´ queima de combust´ıveis f ´osseis para gerac¸ ˜ao de energia el ´etrica vem causado s ´erios problemas ambientais de uma forma global. Diante desses fatores, a previs ˜ao ´e de que em alguns anos a escassez e o racionamento de energia el ´etrica pode vir a tornar-se realidade em alguns pa´ıses ou em todo o planeta.

Para retardar essa conjuntura, cresce a conscientizac¸ ˜ao mundial da fundamental import ˆancia da utilizac¸ ˜ao da energia el ´etrica de uma forma racional e eficiente, em particular, para a reduc¸ ˜ao das perdas el ´etricas nos sistemas energ ´eticos atuais. Nesse sentido, v ´arias pesquisas s ˜ao realizadas ao redor do mundo com esse objetivo, reduzir as perdas no sistema energ ´etico podendo atender uma carga maior sem a necessidade de inserir mais gerac¸ ˜ao de energia el ´etrica no sistema.

Tratando-se de perdas t ´ecnicas no sistema de distribuic¸ ˜ao, o trabalho realizado por Oliveira (2009) faz uma avaliac¸ ˜ao de metodologias de c ´alculo de perdas t ´ecnicas em sistemas de distribuic¸ ˜ao, apresentando alguns m ´etodos de c ´alculo dessas perdas, como o CODI-MOD, o ANEEL-PRODIST apresentado pela Ag ˆencia Nacional de Energia El ´etrica (ANEEL), entre outros, de forma a fazer uma avaliac¸ ˜ao desses m ´etodos comparando-os. Seguindo modelos apresentados pela ANEEL, a pesquisa feita por Cassel (2012), analisa o comportamento das perdas t ´ecnicas ao longo dos segmentos da rede do sistema de distribuic¸ ˜ao considerando diferentes n´ıveis e modelos de cargas, onde essas perdas s ˜ao avaliadas atrav ´es do modelo proposto pela ANEEL e por um modelo onde as perdas s ˜ao obtidas por meio de dados de fluxo de carga.

Utilizando curvas de demanda t´ıpicas e redes neurais, Leal (2006) obt ˆem as perdas por meio de c ´alculo el ´etrico utilizando par ˆametros da rede, dados de faturamento e as curvas t´ıpicas por classe de consumidor e, posteriormente, com os resultados obtidos treinam-se redes neurais que ir ˜ao calcular as perdas em sistemas

(25)

2 REVIS ˜AO DE LITERATURA 23 gen ´ericos utilizando os par ˆametros, topologia do segmento de rede, as curvas t´ıpicas de cargas dos consumidores e o consumo mensal de energia el ´etrica. Outro caso, utilizando curvas de demanda t´ıpicas, ´e mostrado no trabalho efetuado por Queiroz (2010), apresenta um estudo para estimac¸ ˜ao de perdas t ´ecnicas de energia el ´etrica atrav ´es de uma metodologia baseada no valor m ´edio e na vari ˆancia dos pontos da curva de carga, e tamb ´em faz uma an ´alise para a definic¸ ˜ao dos n´ıveis adequados dessas perdas el ´etricas.

´

E importante citar tamb ´em a pesquisa realizada por PEREIRA (2014), onde utiliza da reconfigurac¸ ˜ao das redes de distribuic¸ ˜ao para reduc¸ ˜ao das perdas t ´ecnicas de energia el ´etrica, utilizando dispositivos conhecidos como Intelligent Eletronic Devices (IEDs) que possibilitam manobras das redes a dist ˆancia. Outro trabalho nesse sentido ´e apresentado por Tahboub et al. (2015), onde uma nova formulac¸ ˜ao para reconfigurac¸ ˜ao de sistemas de distribuic¸ ˜ao ´e proposta para minimizar perdas anuais de energia el ´etrica, utilizando programac¸ ˜ao de otimizac¸ ˜ao.

Para calcular as perdas t ´ecnicas, Yasen e Mustafa (2010) criaram um programa utilizando o software Visual Basic para calcular e avaliar as perdas el ´etricas em um sistema de distribuic¸ ˜ao pertencente a Kirkuk, Iraque, apresentando sugest ˜oes para reduc¸ ˜ao dessas perdas.

Para combate, prevenc¸ ˜ao e otimizac¸ ˜ao das perdas el ´etricas comerciais ou n ˜ao t ´ecnicas, Penin (2008) examina de forma abrangente essas perdas sob v ´arios aspectos, desde os processos de prevenc¸ ˜ao e de combate `as perdas, at ´e os procedimentos legais para recuperac¸ ˜ao de receitas. Outra pesquisa para identificac¸ ˜ao de perdas n ˜ao t ´ecnicas foi realizada por NETO (2011), onde ´e proposto uma metodologia de estimac¸ ˜ao de estado (EE) para sistemas de distribuic¸ ˜ao que auxilie na identificac¸ ˜ao das regi ˜oes de fornecimento das concession ´arias de distribuic¸ ˜ao que possam conter perdas n ˜ao t ´ecnicas, de modo a orientar ac¸ ˜oes para sua reduc¸ ˜ao. Seguindo o mesmo contexto, o Negreiros (2008) realizou um estudo que discute a implementac¸ ˜ao de ac¸ ˜oes a serem realizadas pelas distribuidoras de energia el ´etrica em comunidades de baixa renda, com o objetivo de diminuir as perdas n ˜ao t ´ecnicas.

Sob o ponto de vista econ ˆomico, para Singh (2009) a ´India apresenta um alto n´ıvel de perdas de energia el ´etrica, ent ˜ao sua pesquisa ´e um estudo de caso de forma a analisar as perdas n ˜ao t ´ecnicas nos sistemas de distribuic¸ ˜ao e observar as consequ ˆencias econ ˆomicas dessas perdas el ´etricas.

(26)

2.1 ESTRUTURA DAS PERDAS EL ´ETRICAS EM SISTEMAS DE DISTRIBUIC¸ ˜AO 24 2.1 ESTRUTURA DAS PERDAS EL ´ETRICAS EM SISTEMAS DE DISTRIBUIC¸ ˜AO

Como o objetivo desta pesquisa ´e a estimac¸ ˜ao de perdas t ´ecnicas no sistema energ ´eticos de distribuic¸ ˜ao, esta etapa apresenta definic¸ ˜oes a respeito da estrutura das perdas em sistemas el ´etricos, o balanc¸o de energia em sistemas de distribuic¸ ˜ao e considerac¸ ˜oes sobre as informac¸ ˜oes dispon´ıveis nas concession ´arias de energia el ´etrica.

2.1.1 CLASSIFICAC¸ ˜AO DAS PERDAS DE ENERGIA EL ´ETRICA

As concession ´arias de energia el ´etrica, administradores dos sistemas de distribuic¸ ˜ao, s ˜ao respons ´aveis por fornecer energia el ´etrica para as cargas de seus consumidores. Essas cargas atendidas possuem algumas caracter´ısticas em comum de acordo com Kagan et al. (2005), sendo elas:

• Localizac¸ ˜ao geogr ´afica;

• Finalidade a que se destina a energia fornecida; • Depend ˆencia da energia el ´etrica;

• Perturbac¸ ˜oes causadas pela carga ao sistema; • Tarifac¸ ˜ao;

• Tens ˜ao de fornecimento.

Mesmo com toda essa diversidade, o principal objetivo de um sistema energ ´etico ´e o de gerar energia el ´etrica suficiente para atender as cargas e nos locais mais apropriados, transmitir essa energia aos centros de carga e distribu´ı-la aos consumidores, considerando os padr ˜oes de qualidade estabelecidos pela ANEEL, m ´odulo 8 dos Procedimentos de Distribuic¸ ˜ao de Energia El ´etrica no Sistema El ´etrico Nacional (PRODIST), visando menor custo e preju´ızo ecol ´ogico. Para isso, ´e necess ´ario localizar e identificar as perdas de energia no sistema el ´etrico. Nesse contexto, uma classificac¸ ˜ao ´e apresentada de acordo com Oliveira (2009), Soares (2003) e Ag ˆencia Nacional de Energia El ´etrica (ANEEL) (2013), seguindo os seguintes crit ´erios:

(27)

2.1 ESTRUTURA DAS PERDAS EL ´ETRICAS EM SISTEMAS DE DISTRIBUIC¸ ˜AO 25

• Natureza:

– Perdas de Demanda (WD): diferenc¸a entre a demanda de entrada, ou requerida, e a demanda de sa´ıda, ou vendida, em um instante de tempo t.

WD =DemandaRequerida(t) −DemandaVendida(t) (1) – Perdas de Energia(WE): diferenc¸a entre a energia de entrada, ou requerida,

e a energia de sa´ıda, ou vendida, em um intervalo de tempo ∆t.

WE =EnergiaRequerida(∆t) −EnergiaVendida(∆t) (2) • Origem:

– Perdas T ´ecnicas: energia (kW h) ou demanda (kW ) perdida no transporte

e na transformac¸ ˜ao de energia el ´etrica (inerente ao processo), que n ˜ao ´e entregue ao consumo.

– Perdas Comerciais ou N ˜ao T ´ecnicas: energia (kWh) ou demanda (kW )

consumida, mas n ˜ao faturada, devido ao erro ou n ˜ao medic¸ ˜ao de consumo em func¸ ˜ao de consumidores clandestinos 1 ou Forfait 2, medidores descalibrados, erros ou diversidade de leituras, falta de atualizac¸ ˜ao das informac¸ ˜oes de cargas sem medic¸ ˜ao (sem ´aforos, iluminac¸ ˜ao p ´ublica, consumo pr ´oprio da concession ´aria).

• Localizac¸ ˜ao:

– Perdas Globais: perdas de energia (kWh) ou demanda (kW ) existente,

considerando os sistemas de gerac¸ ˜ao, transmiss ˜ao e distribuic¸ ˜ao.

– Perdas da Gerac¸ ˜ao e Transmiss ˜ao: perdas de energia (kWh) ou demanda

(kW ) referentes aos sistemas de gerac¸ ˜ao e transmiss ˜ao.

– Perdas de Distribuic¸ ˜ao: perdas de energia (kWh) ou demanda (kW ) referentes ao sistema de distribuic¸ ˜ao.

• Componentes:

1Consumidor ligado a rede de distribuic¸ ˜ao sem medic¸ ˜ao e sem estar registrado na

concession ´aria

(28)

2.1 ESTRUTURA DAS PERDAS EL ´ETRICAS EM SISTEMAS DE DISTRIBUIC¸ ˜AO 26 – Rede Prim ´aria: perdas de energia (kWh) ou demanda (kW ) pertencentes

ao conjunto da rede prim ´aria e nos transformadores de distribuic¸ ˜ao.

– Rede Secund ´aria: perdas de energia (kWh) ou demanda (kW ) pertencentes

ao conjunto dos ramais de ligac¸ ˜ao, referentes aos medidores, entre outros.

Portanto, as perdas globais de energia el ´etrica do sistema de distribuic¸ ˜ao podem ser estimadas por meio de c ´alculos, garantindo um meio para a concession ´aria diferenciar as perdas t ´ecnicas das perdas comerciais. Isso se da atrav ´es do balanc¸o de energia do sistema, conforme a equac¸ ˜ao (3).

Wf = Wc+ Wtm+ Wtb+ Wtc+ Wtf + Wcc+ Wm+ Wcom (3) Sendo:

• Wf a energia el ´etrica fornecida;

• Wca energia el ´etrica consumida e paga pelo consumidor;

• Wtm e Wtb as perdas t ´ecnicas de energia el ´etrica de m ´edia e baixa tens ˜ao; • Wtc e Wtf as perdas t ´ecnicas de energia el ´etrica no cobre e no ferro dos

transformadores;

• Wcc a energia el ´etrica consumida pela pr ´opria companhia;

• Wm as perdas de energia el ´etrica em medidores de energia e seus circuitos; • Wcom as perdas comerciais de energia el ´etrica.

2.1.2 INFORMAC¸ ˜OES DISPON´IVEIS NAS CONCESSION ´ARIAS DE ENERGIA EL ´ETRICA

As informac¸ ˜oes dispon´ıveis nas concession ´arias tem sua import ˆancia no fato de que s ˜ao necess ´arias para os c ´alculos das perdas t ´ecnicas de energia el ´etrica utilizando os modelos matem ´aticos que ser ˜ao propostos sequentemente, e tamb ´em para que a concession ´aria possa realizar estrat ´egias visando a reduc¸ ˜ao dessas perdas.

Nesse sentido, segundo Soares (2003), de acordo com as informac¸ ˜oes utilizadas para o c ´alculo das perdas de energia el ´etrica, s ˜ao definidos tr ˆes per´ıodos de tempo para realizac¸ ˜ao dos c ´alculos. Sendo eles:

(29)

2.1 ESTRUTURA DAS PERDAS EL ´ETRICAS EM SISTEMAS DE DISTRIBUIC¸ ˜AO 27 1. C ´alculos Retrospectivos: c ´alculo das perdas de energia el ´etrica para um per´ıodo de tempo passado, utilizado para problemas como definic¸ ˜ao de perdas comerciais, escolha de meios para reduc¸ ˜ao das perdas, realizac¸ ˜ao de c ´alculos financeiros, entre outros.

2. C ´alculos Operacionais: c ´alculo das perdas de energia em tempo real, servindo para o monitoramento e correc¸ ˜ao dos modos de operac¸ ˜ao do sistema.

3. C ´alculos Perspectivos: c ´alculo das perdas de energia esperada para o fim de um per´ıodo futuro de tempo, utilizado para definir a efici ˆencia de projetos.

Com relac¸ ˜ao `as caracter´ısticas dos modos de operac¸ ˜ao do sistema energ ´etico e os par ˆametros dos elementos desse sistema, s ˜ao informac¸ ˜oes que podem ser expressas de forma probabil´ıstica ou determin´ıstica. Sendo consideradas como determin´ıstica informac¸ ˜oes que assumem valores ´unicos, que n ˜ao se alteram durante um per´ıodo de tempo, e probabil´ısticos como informac¸ ˜oes que possuem valores aleat ´orios.

Logo, considerando o sistema energ ´etico real, os modos de operac¸ ˜ao s ˜ao apresentados por meio de caracter´ısticas integrais, como corrente, tens ˜ao, pot ˆencia, entre outros, que dependem de v ´arios fatores, como quantidade de consumidores, pot ˆencia dos consumidores, entre outros, ou seja, as cargas el ´etricas assumem valores aleat ´orios. E tamb ´em, alguma informac¸ ˜ao probabil´ıstica pode ser considerada determin´ıstica, uma vez que a informac¸ ˜ao tem alterac¸ ˜oes muito pequenas, insignificantes, durante o processo, como ´e o caso das perdas no n ´ucleo dos transformadores.

Portanto, as informac¸ ˜oes dispon´ıveis nas concession ´arias de energia el ´etrica podem variar de uma companhia para outra, em func¸ ˜ao do servic¸o a ser prestado (gerac¸ ˜ao, transmiss ˜ao e distribuic¸ ˜ao), da quantidade de medidas remotas dispon´ıveis, da estrutura do banco de dados, do programa computacional utilizado na companhia, entre outros. Sendo assim, as informac¸ ˜oes dispon´ıveis nas concession ´arias, de acordo com a Figura 3, s ˜ao basicamente:

• Topologia, comprimentos e par ˆametros de trechos das linhas de distribuic¸ ˜ao; • Quantidade de consumidores ligados em cada transformador, com a indicac¸ ˜ao

do tipo de consumidor e dados sobre o consumo mensal de energia el ´etrica; • Consumo mensal de energia el ´etrica dos consumidores de cada grupo t´ıpico;

(30)

2.1 ESTRUTURA DAS PERDAS EL ´ETRICAS EM SISTEMAS DE DISTRIBUIC¸ ˜AO 28 • Dados de placa dos transformadores de distribuic¸ ˜ao;

• Medidas de consumo de energia e curvas de carga para consumidores industriais que usam o modalidade tarif ´aria hor ´aria verde ou hor ´aria azul;

• Curvas t´ıpicas de carga (CTC) para diferentes grupos de consumidores;

• Resultado de medidas remotas (I, V , P , Q) realizada na sa´ıda dos alimentadores do sistema de distribuic¸ ˜ao, e em trechos da rede de distribuic¸ ˜ao no caso do uso de equipamentos de comutac¸ ˜ao com controle remoto.

• Fornecimento di ´ario e mensal de energia ativa e reativa para alimentadores e transformadores de subestac¸ ˜oes.

Figura 3: Informac¸ ˜oes dispon´ıveis nas concession ´arias. Fonte: (ABRADEE, 2013).

(31)

29 3 MODELOS MATEM ´ATICOS PARA O C ´ALCULO DE PERDAS T ´ECNICAS DE

ENERGIA EL ´ETRICA EM SISTEMAS DE DISTRIBUIC¸ ˜AO

Neste momento, ser ˜ao apresentados os modelos matem ´aticos propostos atrav ´es dos trabalhos Pospelov e Sich (1981), Barabaschuk et al. (1985), Markushevitch (1980), Pospelov e Sich (1981), Vorotnitskiy et al. (1983), Zelezco (1989), Soares (2003) para an ´alise e determinac¸ ˜ao das perdas t ´ecnicas de energia el ´etrica em sistemas de distribuic¸ ˜ao.

Cada modelo apresentado utiliza informac¸ ˜oes diferentes das condic¸ ˜oes operacionais dispon´ıveis nas concession ´arias de energia el ´etrica, e possibilitam o c ´alculo das perdas t ´ecnicas de energia el ´etrica para um conjunto de elementos ou para o sistema de distribuic¸ ˜ao inteiro.

3.1 MODELO A

Primeiramente, para que esse modelo seja utilizado, a concession ´aria de energia el ´etrica deve atender as seguintes condic¸ ˜oes:

• ´E necess ´ario que a concession ´aria de energia el ´etrica possua um sistema computacional que permita a realizac¸ ˜ao de c ´alculos de fluxo de carga e tens ˜ao nos n ´os da rede em tempo real ou quase real, ou seja, ´e necess ´aria a exist ˆencia de um sistema de medic¸ ˜ao em cada alimentador do sistema de distribuic¸ ˜ao; • Um algoritmo que realize o c ´alculo da pot ˆencia das cargas el ´etricas tamb ´em

faz-se necess ´ario, em que deve considerar corretamente toda a informac¸ ˜ao dispon´ıvel e garantir a adequac¸ ˜ao m ´axima da modelagem dos modos de operac¸ ˜ao das redes do sistema.

Esse modelo realiza o c ´alculo das perdas t ´ecnicas de energia el ´etrica com alta precis ˜ao, uma vez que baseia-se no fluxo de carga definido em tempo real ou quase real1, fornecendo o valor das perdas de energia para cada elemento da rede.

1As informac¸ ˜oes referentes ´as medidas remotas do fluxo de carga s ˜ao utilizadas no momento

que s ˜ao recebidas (tempo real) ou s ˜ao utilizadas em um momento futuro (quase real) para a estimac¸ ˜ao das perdas de energia.

(32)

3.2 MODELO B 30 Tendo em vista essas informac¸ ˜oes, o c ´alculo das perdas t ´ecnicas de energia el ´etrica seguindo o modelo A utiliza a equac¸ ˜ao (4).

∆Wi,i+1 = 3 · ∆t · Ri,i+1· T /∆t

X t=1

Ii,i+12 (4)

O resultado tamb ´em pode ser obtido utilizando informac¸ ˜oes da tens ˜ao nodal e as pot ˆencias ativas e reativas, considerando que,

Si,i+1 = √ 3 · Ii,i+t,t·  Vi,t+ Vi+1,t 2  (5) e tamb ´em,

Si,i+1,t2 = Pi,i+1,t2 + Q2i,i+1,t (6) Isolando Ii,i+1,t e elevando ao quadrado esse termo, substitui-se na equac¸ ˜ao (4), obtendo:

∆Wi,i+1 = 4 · ∆t · Ri,i+1· PT /∆t t=1 P 2 i,i+1+ PT /∆t t=1 Q 2 i,i+1 (Vi,t+ Vi+1,t)2 ! (7) Sendo:

• Ii,i+1,t, Pi,i+1,t, Qi,i+1,t corrente, pot ˆencia ativa e pot ˆencia reativa, respectivamente, dos elementos da rede entre os n ´os i e i + 1 em um per´ıodo de tempo t;

• Ri,i+1 resist ˆencia entre os n ´os i e i + 1;

• Vi,t e Vi+1,tvalores das tens ˜oes nos pontos i e i + 1 em um per´ıodo de tempo t.

3.2 MODELO B

Geralmente, as concession ´arias de energia el ´etrica realizam os c ´alculos de perdas t ´ecnicas de energia el ´etrica considerando somente uma ´unica curva t´ıpica de carga para cada consumidor t´ıpico, sem diferenciar dias ´uteis de s ´abados, domingos e feriados , ou seja, o c ´alculo das perdas, atrav ´es da equac¸ ˜ao (4), ´e realizado apenas para um dia. Por ´em, para o c ´alculo das perdas para uma semana ou per´ıodo maior de tempo, pode gerar incertezas nos valores alcanc¸ados das perdas.

O modelo B, permite a possibilidade de estimar as perdas de energia el ´etrica em cada elemento da rede. Para isto, ´e necess ´ario obter o fluxo do carga

(33)

3.2 MODELO B 31 di ´ario de energia el ´etrica para o mesmo dia em que foi feito o c ´alculo das perdas t ´ecnicas de energia el ´etrica. E, sequentemente, calcular a integral do consumo, ou fornecimento, para cada elemento da rede durante o per´ıodo de tempo T analisado.

Em alguns casos, as subestac¸ ˜oes pertencentes as concession ´arias n ˜ao possuem medidas de corrente, pot ˆencia e tens ˜ao na sa´ıda dos alimentadores, fazendo com que a correc¸ ˜ao das cargas e os c ´alculos de fluxo de pot ˆencia sejam feitos somente para um dia ´util do per´ıodo de tempo T analisado. Logo, as medidas s ˜ao realizadas por leitura direta dos medidores na sa´ıda dos alimentadores pelos pr ´oprios operadores do sistema.

Nesta situac¸ ˜ao, utiliza-se a equac¸ ˜ao (8) para o c ´alculo das perdas de energia el ´etrica.

∆WT = ∆Wd· De (8)

sendo:

• ∆WT perdas de energia el ´etrica de um determinado per´ıodo de tempo T ;

• ∆Wd perdas di ´arias de energia el ´etrica obtidas atrav ´es do modelo A, equac¸ ˜ao (4);

• De n ´umero de dias equivalentes referentes ao per´ıodo de tempo T .

A literatura apresenta diferentes formas de calcular o n ´umero de dias equivalentes De, como pode ser observado no trabalho de Soares (2003). No entanto, para esta monografia, ser ´a apresentada apenas uma maneira para a obtenc¸ ˜ao de De, uma vez que os modelos variam de acordo com o tipo de informac¸ ˜ao que utilizam. Portanto, uma maneira simples de definir De ´e apresentada na equac¸ ˜ao (9). De = C2 T Co2.N T (9) Sendo:

• Co consumo, ou fornecimento, de energia el ´etrica no dia em que ocorreu o c ´alculo das perdas de energia el ´etrica;

• CT consumo, ou fornecimento, de energia el ´etrica durante o per´ıodo de tempo T;

(34)

3.3 MODELO C 32 • NT n ´umero de dias referentes ao per´ıodo de tempo T .

´

E importante frisar que, o c ´alculo para definic¸ ˜ao de De n ˜ao resulta em erro para este modelo. Os erros dependem da composic¸ ˜ao das cargas do alimentador, ou seja, da curva de carga referente a cada consumidor que comp ˜oem o alimentador, residencial, comercial ou industrial. Isso se d ´a pelo fato deste modelo ser baseado nas caracter´ısticas de carga total do alimentador.

3.3 MODELO C

No modelo C, para o c ´alculo das perdas de energia el ´etrica, leva-se em considerac¸ ˜ao que muitas concession ´arias de energia el ´etrica utilizam um programa computacional para a modelagem das cargas el ´etricas e estimac¸ ˜ao dos estados do sistema de distribuic¸ ˜ao somente para a definic¸ ˜ao dos valores de demanda m ´axima. Tendo em vista essas informac¸ ˜oes, calculam-se as perdas de pot ˆencia ∆Pmax resultante das condic¸ ˜oes citadas.

Para isso, as perdas de energia el ´etrica s ˜ao calculadas com a equac¸ ˜ao (10).

∆WT = ∆Pmax· τ (10)

H ´a v ´arias maneiras para obter o valor do par ˆametro τ propostos nos trabalhos referenciados no in´ıcio deste cap´ıtulo. De uma forma geral, esse par ˆametro pode ser obtido seguindo a equac¸ ˜ao (11).

τ = M · A 2 · T A2 max (11) sendo:

• M representa a expectativa matem ´atica; • A valor da ordenada da curva de carga; • T per´ıodo de tempo analisado.

No entanto, esse m ´etodo de c ´alculo de τ exige o conhecimento das curvas de carga, informac¸ ˜ao esta que geralmente n ˜ao est ´a dispon´ıvel, n ˜ao permitindo a estimac¸ ˜ao das perdas de energia el ´etrica para cada elemento da rede, sendo mais

(35)

3.4 MODELO D 33 adequada para obter as perdas para conjuntos de elementos de um sistema de distribuic¸ ˜ao.

A maneira proposta mais simples e mais exata para a definic¸ ˜ao de τ baseia-se em valores de pot ˆencia ativa e reativa definidas a cada hora durante um per´ıodo de tempo T. Neste caso, as perdas de energia s ˜ao calculadas com a equac¸ ˜ao (12).

∆W = ∆PP max· τP + ∆PQmax· τQ (12) Por ´em, se por algum motivo n ˜ao for poss´ıvel realizar a leitura das curvas de carga a cada hora, o par ˆametro τ pode ser definido como:

τ =  0, 124 + Tmax 8760 T 104  .T (13) Onde: Tmax = CT Pmax (14) Sendo:

• CT consumo de energia el ´etrica no per´ıodo de tempo T para o qual devem ser definidas as perdas de energia el ´etrica.

Existem ainda outras maneiras de se obter o par ˆametro τ . Por ´em, de acordo com os trabalhos propostos, os m ´etodos de calcular τ apresentam valores diferentes, o que mostra uma certa dificuldade em apresentar uma forma precisa de fornecer os resultados.

3.4 MODELO D

As concession ´arias de energia el ´etrica que operam atualmente possuem informac¸ ˜oes sobre o consumo mensal de energia el ´etrica de todos os seus consumidores, o que permite calcular as demandas m ´edias dos transformadores e, consequentemente, definir o fluxo de pot ˆencia com relac¸ ˜ao a demanda m ´edia. Com base nesse fluxo, s ˜ao calculadas as perdas ∆Pmed que corresponde a esse regime operacional. Sendo assim, as perdas de energia el ´etrica para este modelo s ˜ao calculadas seguindo a equac¸ ˜ao (15).

(36)

3.4 MODELO D 34

∆WT = ∆Pmed.Kf2.T (15)

Sendo:

• ∆Pmed perdas de pot ˆencia;

• Kf coeficiente de forma calculado com base nas curvas de corrente ou pot ˆencia. • T per´ıodo de tempo analisado;

• M m ´edia matem ´atica;

• A valor da ordenada da curva.

Este modelo utiliza informac¸ ˜oes de modo de operac¸ ˜ao de demanda m ´edia para cada um dos elementos da rede para o c ´alculo das perdas de pot ˆencia, sendo que isso s ´o ´e poss´ıvel quando s ˜ao conhecidas as cargas m ´edias de todos os transformadores durante o per´ıodo de tempo T analisado, e a topologia e par ˆametros de todas as linhas do sistema de distribuic¸ ˜ao. Nesse contexto, h ´a duas definic¸ ˜oes propostas para o c ´alculo do coeficiente de forma que seguem abaixo.

Para o primeiro caso, considera-se que as medic¸ ˜oes de cargas el ´etricas sejam realizadas nas subestac¸ ˜oes durante um per´ıodo de tempo T . Nesse caso, o coeficiente de forma ´e definido para a curva de carga medida nas sa´ıdas dos alimentadores ou das barras da subestac¸ ˜ao. No entanto, essa metodologia pode provocar um erro consider ´avel por utilizar o coeficiente de forma para calcular as perdas de pot ˆencias em todos os elementos da rede e tamb ´em, pelo fato de que o coeficiente de forma pode diferenciar de um dia para outro. Para esse m ´etodo, o Kf ´e definido conforme a equac¸ ˜ao (16).

Kf2 = M [A 2]

M2[A] (16)

Devido ao erro gerado pelo m ´etodo anterior, a segunda proposta consiste em calcular o Kf com base em algumas caracter´ısticas gerais dos modos de operac¸ ˜ao, de acordo com a equac¸ ˜ao (17).

Kf2 = 2090 Tmax

+ 0, 876 2

(17) Onde, Tmax ´e calculado conforme a equac¸ ˜ao (14).

(37)

3.5 MODELO E 35 3.5 MODELO E

Este modelo foi proposto de forma a utilizar a caracter´ıstica de resist ˆencia equivalente como forma de determinar as perdas t ´ecnicas de energia el ´etrica. Dessa forma, este modelo n ˜ao permite o c ´alculo das perdas de energia el ´etrica para cada elemento da rede. Por ´em, o modelo possibilita obter as perdas de energia el ´etrica para o conjunto de trechos das linhas e transformadores da rede de distribuic¸ ˜ao.

Nesse sentido, ´e poss´ıvel que as concession ´arias estudem estrat ´egias para diminuic¸ ˜ao das perdas de energia el ´etrica de forma mais adequada, uma vez que as ac¸ ˜oes para a diminuic¸ ˜ao das perdas de energia nos transformadores da rede de distribuic¸ ˜ao s ˜ao diferentes dos m ´etodos para reduzir as perdas nas redes, pelo fato de que as perdas do transformador s ˜ao consequ ˆencias das suas caracter´ısticas construtivas, j ´a na rede dependem do tipo de condutor e n´ıvel de corrente que percorre esse condutor.

Para o c ´alculo da resist ˆencia equivalente das linhas do sistema de distribuic¸ ˜ao, s ˜ao considerados tr ˆes m ´etodos. A primeira maneira para obter a resist ˆencia equivalente (Re) consiste no caso em que sejam conhecidas informac¸ ˜oes a respeito da corrente de carga dos transformadores pertencentes ao sistema de distribuic¸ ˜ao, conforme a equac¸ ˜ao (18).

Re = Pn i=1I 2 i.Ri I2 Σ (18) Sendo:

• Ii corrente que percorre o elemento i com resist ˆencia Ri; • IΣ carga somat ´oria da linha.

Observa-se, que o c ´alculo das perdas de pot ˆencia atrav ´es da resist ˆencia equivalente obtida pela equac¸ ˜ao (18) e do valor da caga na sa´ıda do alimentador resultaria em valores iguais aos alcanc¸ados por meio do modelo A. No entanto, o modelo E ´e proposto para o caso em que `as informac¸ ˜oes referentes `as cargas dos transformadores da rede de distribuic¸ ˜ao n ˜ao est ˜ao dispon´ıveis. Sendo assim, a resist ˆencia equivalente ´e atingida por meio de informac¸ ˜oes existentes no processo de operac¸ ˜ao das redes el ´etricas.

Sendo assim, o segundo m ´etodo para o c ´alculo da resist ˆencia equivalente considera que a distribuic¸ ˜ao das cargas na rede sejam proporcionais as pot ˆencias

(38)

3.5 MODELO E 36 nominais dos transformadores, conforme as equac¸ ˜oes (19) e (20).

ReL= Pn i=1Ri.Sni2 (Pm j=1Snj)2 (19) ReT = Pn j=1Rj.Snj2 (Pm j=1Snj)2 (20) Sendo:

• ReLresist ˆencia equivalente das linhas do sistema de distribuic¸ ˜ao;

• ReT resist ˆencia equivalente dos transformadores do sistema de distribuic¸ ˜ao; • Ri resist ˆencia do trecho i da linha do sistema de distribuic¸ ˜ao;

• Sni soma das pot ˆencias nominais dos transformadores de distribuic¸ ˜ao que recebem energia por meio do trecho i;

• Rj resist ˆencia do transformador de distribuic¸ ˜ao j;

• Snj pot ˆencia nominal do transformador de distribuic¸ ˜ao j; • n quantidade de trechos do alimentador;

• m quantidade de transformadores da rede de distribuic¸ ˜ao do alimentador.

Por fim, o terceiro m ´etodo de obter a resist ˆencia equivalente do sistema de distribuic¸ ˜ao considera que, devido ao fato de que o n´ıvel de carregamento dos diferentes transformadores da rede de distribuic¸ ˜ao serem vari ´aveis, substituindo os valores de pot ˆencia nominal dos transformadores pelos valores de consumo de energia el ´etrica durante um per´ıodo T para os n ´os correspondentes da rede de distribuic¸ ˜ao, a resist ˆencia equivalente obtida ´e mais precisa. Diante disso, as equac¸ ˜oes da resist ˆencia equivalente s ˜ao:

ReL= Pn i=1Ri.P c2T i (Pm j=1P cT j)2 (21) ReT = Pn j=1Rj.P c 2 T j (Pm j=1P cT j)2 (22) Sendo:

(39)

3.6 M ´ETODOS ADOTADOS A e E 37 • P cT i soma dos consumos de energia nos transformadores da rede de

distribuic¸ ˜ao que recebem energia por meio do trecho i da rede; • P cT j consumo de energia do transformador j da rede de distribuic¸ ˜ao.

Portanto, as perdas t ´ecnicas de energia el ´etrica para este modelo ´e calculada conforme a equac¸ ˜ao (23).

∆WT = WP2 + WQ2 V2 nT .(ReL+ ReT) (23) Sendo:

• WP e WQ pot ˆencias ativa e reativa, respectivamente, fornecidas pela rede por um per´ıodo de tempo T;

• Vntens ˜ao nominal de operac¸ ˜ao da rede de distribuic¸ ˜ao; • T per´ıodo de tempo analisado.

3.6 M ´ETODOS ADOTADOS A E E

Os modelos matem ´aticos A, B, C, D e E s ˜ao propostos na literatura para o c ´alculo das perdas t ´ecnicas de energia el ´etrica em sistemas de distribuic¸ ˜ao. Para este trabalho em particular, ser ˜ao utilizados os modelos A e E devido ao motivo de que os modelos matem ´aticos restantes necessitam dados relacionados ao consumo e curvas de carga da rede. No entanto, essas informac¸ ˜oes n ˜ao est ˜ao dispon´ıveis, levando a impossibilidade da realizac¸ ˜ao do c ´alculo para os modelos dependentes desses elementos.

(40)

38 4 SISTEMA DE DISTRIBUIC¸ ˜AO DE ENERGIA EL ´ETRICA

O sistema de distribuic¸ ˜ao el ´etrica utilizado como base para realizac¸ ˜ao dos c ´alculos e simulac¸ ˜ao das perdas t ´ecnicas de energia el ´etrica e, posteriormente, a comparac¸ ˜ao dos resultados obtidos, ser ´a apresentado neste cap´ıtulo, sendo este sistema proposto por Soares (2012). Os c ´alculos a serem realizados, conforme o cap´ıtulo 3, assim como a simulac¸ ˜ao ser ˜ao realizados com o software MATLAB com a utilizac¸ ˜ao do pacote SymPowerSystems. Assim, a simulac¸ ˜ao representar ´a o sistema de distribuic¸ ˜ao real, servindo como refer ˆencia para comparac¸ ˜ao dos resultados dos modelos matem ´aticos.

4.1 APRESENTAC¸ ˜AO DO SISTEMA DE DISTRIBUIC¸ ˜AO DE ENERGIA EL ´ETRICA

O sistema de distribuic¸ ˜ao proposto ´e um sistema existente de energia el ´etrica, de modo que as informac¸ ˜oes utilizadas na implementac¸ ˜ao dos c ´alculos e simulac¸ ˜oes s ˜ao de um sistema real. Pertence a rede de distribuic¸ ˜ao prim ´aria do sistema de distribuic¸ ˜ao, atendendo a 203,8 mil unidades consumidoras, como pode ser observado na Figura 4.

Figura 4: Localizac¸ ˜ao do Sistema de Distribuic¸ ˜ao El ´etrica. Fonte: Soares (2012).

(41)

4.1 APRESENTAC¸ ˜AO DO SISTEMA DE DISTRIBUIC¸ ˜AO DE ENERGIA EL ´ETRICA 39 O sistema de distribuic¸ ˜ao ´e constitu´ıdo por dois alimentadores, os quais pertencem a uma mesma subestac¸ ˜ao. Esses alimentadores apresentam caracter´ısticas semelhantes e atendem cargas predominantemente residenciais. Cada alimentador possui um banco de capacitores, de 1,2 M V Ar cada, localizados pr ´oximos a chave de manobra, neste caso ser ´a considerado inicialmente, o sistema operando de forma radial, com a chave aberta, e posteriormente com a chave fechada, ou seja, com os alimentadores operando em paralelo. Uma forma simplificada de apresentar o sistema de distribuic¸ ˜ao ´e representado na Figura 5.

Figura 5: Representac¸ ˜ao unifilar do sistema de distribuic¸ ˜ao el ´etrica.

Fonte: Autoria Pr ´opria

.

Para a realizac¸ ˜ao da simulac¸ ˜ao e dos c ´alculos das perdas t ´ecnicas de energia el ´etrica, s ˜ao utilizadas informac¸ ˜oes dispon´ıveis referentes ao sistema de distribuic¸ ˜ao el ´etrica. Esses dados ser ˜ao apresentados nas sec¸ ˜oes seguintes.

(42)

4.2 PAR ˆAMETROS DO ALIMENTADOR A 40 4.2 PAR ˆAMETROS DO ALIMENTADOR A

Nesta sec¸ ˜ao s ˜ao apresentados os dados relacionados ao alimentador A. A Tabela 3 apresenta os dados do transformador de distribuic¸ ˜ao pertencente ao alimentador A, conforme a Figura 5.

Tabela 3: Dados nominais do transformador

Pot ˆencia (MVA) 25

Tens ˜ao AT (kV) 144,9

Tens ˜ao BT (kV) 13,8

Corrente AT (A) 96,61

Corrente BT (A) 1045,92

Ligac¸ ˜ao Yyd

Fonte:(SOARES, 2012).

As Tabelas 4 e 5 apresentam dados dos ensaios de curto-circuito e a vazio, respectivamente, e a Tabela 6 mostra os dados de resist ˆencias e reat ˆancias, em pu do transformador.

Tabela 4: Dados do ensaio de curto-circuito

Vcc (kV) 15,52

Pcc (kW) 75,64

Icc (A) 99,61

Fonte:(SOARES, 2012). Tabela 5: Dados do ensaio a vazio

V0 (kV) 13,8

P0 (kW) 19,91

Io (A) 1,2

Fonte:(SOARES, 2012).

A Figura 6 apresenta o circuito equivalente, por fase, do transformador de distribuic¸ ˜ao de 25 M V A. E os dados referentes a rede de distribuic¸ ˜ao do alimentador A s ˜ao apresentados pela Tabela 7. Dessa maneira, ´e poss´ıvel calcular o valor das imped ˆancias dos trechos que comp ˜oe o circuito atrav ´es de seu comprimento, em km,

(43)

4.2 PAR ˆAMETROS DO ALIMENTADOR A 41

Tabela 6: Par ˆamentros em pu.

rcc xd rf e xm

0,0030 0,1071 1255,9 1210,6

Fonte:(SOARES, 2012).

uma vez que s ˜ao utilizados cabos CC-4/0, conforme a Tabela 7, cuja imped ˆancia ´e (0, 1883 + j0, 4084)Ω/Km. Portanto, calcula-se a imped ˆancia do condutor seguindo a equac¸ ˜ao (24).

z = (0, 1883 + j0, 4084).L (24)

Sendo L o comprimento do condutor em quil ˆometros (km).

Figura 6: Circuito equivalente do transformador de 25 MVA.

Fonte: (SOARES, 2012)

.

Tabela 7: Dados da rede do alimentador A.

Trecho Ponto Pot ˆencia (kVA) Demanda M ´ax. (kVA) Fp Condutor L (m)

00 00 - - - 240mm2 30 00-01 01 75 56 0,956 CC-4/0 283 01-02 02 0 0 0,956 CC-4/0 70 02-03 03 45 38 0,956 CC-4/0 140 02-04 04 225 152 0,956 CC-4/0 506 01-05 05 345 74 0,956 CC-4/0 494 05-06 06 5038 675 0,956 CC-4/0 580 06-07 07 645 76 0,956 CC-4/0 164 07-08 08 1763 260 0,956 CC-4/0 143 08-09 09 4850 720 0,956 CC-4/0 700 07-10 10 150 28 0,956 CC-4/0 90 09-11 11 6012 1147 0,956 CC-4/0 211 05-12 12 1762 290 0,956 CC-4/0 290 Fonte:(SOARES, 2012).

(44)

4.3 PAR ˆAMETROS DO ALIMENTADOR B 42 4.3 PAR ˆAMETROS DO ALIMENTADOR B

As informac¸ ˜oes relacionadas ao alimentador B apresentam-se nas Tabelas abaixo. Os dados nominais referentes ao transformador s ˜ao exibidos na Tabela 8.

Tabela 8: Dados nominais do transformador

Pot ˆencia (MVA) 15

Tens ˜ao AT (kV) 144,9

Tens ˜ao BT (kV) 13,8

Corrente AT (A) 59,77

Corrente BT (A) 627,55

Ligac¸ ˜ao Yyd

Fonte:(SOARES, 2012).

Nas Tabelas 9 e 10 s ˜ao mostrados as informac¸ ˜oes dos ensaios de curto circuito e a vazio do transformador, respectivamente, e a Tabela 11 apresenta os valores de resist ˆencias e reat ˆancias, em pu.

Tabela 9: Dados do ensaio de curto-circuito

Vcc (kV) 12,49

Pcc (kW) 72,38

Icc (A) 99,61

Fonte:(SOARES, 2012). Tabela 10: Dados do ensaio a vazio

V0 (kV) 13,8

P0 (kW) 23,63

Io (A) 4,068

Fonte:(SOARES, 2012).

A Figura 7 apresenta o circuito equivalente, por fase, do transformador de distribuic¸ ˜ao de 15 MVA. E os dados pertencentes a rede de distribuic¸ ˜ao do alimentador B s ˜ao apresentadas pela Tabela 12. Assim como na sec¸ ˜ao anterior, calcula-se a imped ˆancia dos trechos do circuito do alimentador utilizando a equac¸ ˜ao (24) e a imped ˆancia dos cabos CC-4/0.

(45)

4.3 PAR ˆAMETROS DO ALIMENTADOR B 43

Tabela 11: Par ˆamentros em pu

rcc xd rf e xm

0,0048 0,0861 634,9 159,08

Fonte:(SOARES, 2012).

Figura 7: Circuito equivalente do transformador de 15 MVA.

Fonte: (SOARES, 2012)

.

Tabela 12: Dados da rede do alimentador B

Trecho Ponto Pot ˆencia (kVA) Demanda M ´ax. (kVA) Fp Condutor L (m)

00 00 - - - CA − 336 30 00-01 01 112,5 92 0,962 CC-4/0 518 01-02 02 75 64 0,962 CC-4/0 364 02-03 03 90 67 0,962 CC-4/0 215 03-04 04 825 178 0,962 CC-4/0 605 04-05 05 5388 1675 0,962 CC-4/0 285 05-06 06 4800 1149 0,962 CC-4/0 232 06-07 07 675 64 0,962 CC-4/0 158 06-08 08 10584 2125 0,962 CC-4/0 276 08-09 09 6430 840 0,962 CC-4/0 127 06-10 10 225 54 0,962 CC-4/0 65 08-11 11 4957 631 0,962 CC-4/0 356 05-12 12 1375 321 0,962 CC-4/0 143 Fonte:(SOARES, 2012).

(46)

44 5 SIMULAC¸ ˜AO DAS PERDAS T ´ECNICAS NO SISTEMA DE DISTRIBUIC¸ ˜AO

Para a realizac¸ ˜ao da simulac¸ ˜ao do sistema de distribuic¸ ˜ao, Figura 5, utilizou-se o software MATLAB/SIMULINK com o pacote SimPowerSystems. Sendo assim, o sistema de distribuic¸ ˜ao proposto foi implementado conforme na Figura 8, onde para as cargas foram utilizados os dados de demanda m ´axima apresentados nas Tabelas 7 e 12.

Figura 8: Sistema de distribuic¸ ˜ao implementado no SimPowerSistems. Fonte: Autoria pr ´opria

A simulac¸ ˜ao ocorreu utilizando um tempo de 0,5 segundos e considerando, inicialmente, a chave de manobra em posic¸ ˜ao aberta, com o sistema operando de

(47)

5 SIMULAC¸ ˜AO DAS PERDAS T ´ECNICAS NO SISTEMA DE DISTRIBUIC¸ ˜AO 45 forma radial e, posteriormente essa chave ´e fechada para que o sistema opere em paralelismo. A partir disso, as medic¸ ˜oes das perdas t ´ecnicas s ˜ao realizadas para ambos os casos com o objetivo de observar o comportamento das perdas em cada situac¸ ˜ao. Para isso, construiu-se um bloco de medic¸ ˜ao, podendo ser visto entre cada n ´o na Figura 8, ou em uma vis ˜ao mais detalhada conforme a Figura 9.

Figura 9: Detalhe dos blocos de medic¸ ˜ao 1A e 2A de perdas t ´ecnicas. Fonte: Autoria pr ´opria

Esses blocos de medic¸ ˜ao realizam o c ´alculo das perdas t ´ecnicas e tamb ´em apresentam a pot ˆencia ativa e reativa em cada ramo medido, assim como as correntes e tens ˜oes rms em cada trecho. Essa medic¸ ˜ao das perdas t ´ecnicas de energia el ´etrica ocorreram com o uso de um medidor trif ´asico pertencente a biblioteca do SimPoweSystems, onde s ˜ao obtidos os valores de corrente e tens ˜ao trif ´asicas. Em seguida, obteve-se o valor rms da corrente de uma fase e as perdas t ´ecnicas foram calculadas da mesma maneira que na equac¸ ˜ao (4), como pode ser observado na Figura 10. Para a realizac¸ ˜ao desse c ´alculo, foram consideradas tens ˜oes de fase nas cargas do sistema simulado.

(48)

5 SIMULAC¸ ˜AO DAS PERDAS T ´ECNICAS NO SISTEMA DE DISTRIBUIC¸ ˜AO 46

Figura 10: Subsistema para o c ´alculo das perdas t ´ecnicas e medic¸ ˜ao de pot ˆencia ativa e reativa referentes ao ramo 0-1 do alimentador A.

Fonte: Autoria pr ´opria

As simulac¸ ˜oes do sistema de distribuic¸ ˜ao seguiram os seguintes passos: • Durac¸ ˜ao de 0,5 segundos;

• A chave de manobra possui duas transic¸ ˜oes;

• Iniciando na posic¸ ˜ao aberta, ou seja, com o sistema operando de forma radial; • Em 0,2 segundos a chave de manobra ´e fechada e os alimentadores passam a

operar em paralelo;

• Em 0,4 segundos a chave de manobra abre e o sistema volta a operar de forma radial.

Durante a simulac¸ ˜ao do sistema de distribuic¸ ˜ao, foram realizadas leituras das tens ˜oes do alimentadores A, conforme as Figuras 11 e 12. Nota-se que, quando o sistema passa a operar em paralelismo, entre os tempos de 0,2 e 0,4 segundos, ocorre uma reduc¸ ˜ao nos n´ıveis de tens ˜ao do alimentador A, onde a Figura 12 permite observar melhor essa queda de tens ˜ao.

No caso do alimentador B, de acordo com as leituras de tens ˜ao vistas nas Figuras 13 e 14, nota-se justamente o oposto do que aconteceu no alimentador A. Neste caso, quando os alimentados passam a operar em paralelo, ocorre um aumento nos n´ıveis de tens ˜ao do alimentador B, o que fica vis´ıvel na Figura 14.

(49)

5 SIMULAC¸ ˜AO DAS PERDAS T ´ECNICAS NO SISTEMA DE DISTRIBUIC¸ ˜AO 47

Figura 11: Tens ˜ao trif ´asica no secund ´ario do alimentador A. Fonte: Autoria pr ´opria

Figura 12: Aproximac¸ ˜ao na tens ˜ao trif ´asica no secund ´ario do alimentador A. Fonte: Autoria pr ´opria

(50)

5 SIMULAC¸ ˜AO DAS PERDAS T ´ECNICAS NO SISTEMA DE DISTRIBUIC¸ ˜AO 48

Figura 13: Tens ˜ao trif ´asica no secund ´ario do alimentador B. Fonte: Autoria pr ´opria

Figura 14: Aproximac¸ ˜ao na tens ˜ao trif ´asica no secund ´ario do alimentador B. Fonte: Autoria pr ´opria

(51)

5 SIMULAC¸ ˜AO DAS PERDAS T ´ECNICAS NO SISTEMA DE DISTRIBUIC¸ ˜AO 49 alimentadores A e B, conforme as Figuras 15 e 16, respectivamente. Como pode ser observado, durante a operac¸ ˜ao em paralelo dos alimentadores, a corrente trif ´asica do alimentador A aumenta, enquanto que a corrente trif ´asica do alimentador B diminui.

Figura 15: Corrente trif ´asica no secund ´ario do alimentador A. Fonte: Autoria pr ´opria

O motivo da variac¸ ˜ao dos n´ıveis de corrente e tens ˜ao trif ´asicas, em ambos os alimentadores se d ´a pelo fato de que, quando os alimentadores passam a operar em paralelismo, ocorre uma redistribuic¸ ˜ao no fluxo de carga do sistema de distribuic¸ ˜ao. Ou seja, como o transformador do alimentador A possui uma pot ˆencia nominal maior, de 25 M V Ar com relac¸ ˜ao aos 15 M V Ar do alimentador B, e n ˜ao estar operando sobrecarregado, faz com que o alimentador A assuma parte da carga do alimentador B, o que provoca um aumento nas correntes trif ´asicas que circulam no alimentador A e, consequentemente, causa maiores quedas de tens ˜oes, diminuindo os n´ıveis de tens ˜ao do alimentador A quando em operac¸ ˜ao paralela. Diante disso, o alimentador B sofre um al´ıvio de carga, fazendo com que diminuam as correntes trif ´asicas que circulam no alimentador B, causando menores quedas de tens ˜oes e, consequentemente, levando a maiores n´ıveis de tens ˜ao no alimentador B, quando o sistema est ´a operando em paralelismo.

As Figuras 17 e 18, exibem a medic¸ ˜ao de tens ˜ao e corrente trif ´asica, respectivamente, na chave de manobra do sistema de distribuic¸ ˜ao. Conforme a Figura 17, nota-se que na reabertura da chave de manobra, em 0,4 segundos,

(52)

5 SIMULAC¸ ˜AO DAS PERDAS T ´ECNICAS NO SISTEMA DE DISTRIBUIC¸ ˜AO 50

Figura 16: Corrente trif ´asica no secund ´ario do alimentador B. Fonte: Autoria pr ´opria

ocorrem sobretens ˜oes trif ´asicas influenciadas pela presenc¸a dos bancos de capacitores de 1,2 M V Ar em trechos pr ´oximos a chave de manobra. Observa-se tamb ´em, de acordo com a Figura 18, sobrecorrentes trif ´asicas no fechamento da chave de manobra, em 0,2 segundos, uma vez que o transit ´orio de corrente ´e inerente a manobras de chaveamento e, como para sobretens ˜oes, a proximidade dos bancos de capacitores atuam nos elevados picos de corrente durante o transit ´orio (SOARES, 2012).

(53)

5 SIMULAC¸ ˜AO DAS PERDAS T ´ECNICAS NO SISTEMA DE DISTRIBUIC¸ ˜AO 51

Figura 17: Tens ˜ao trif ´asica na chave de manobra. Fonte: Autoria pr ´opria

Figura 18: Corrente trif ´asica na chave de manobra. Fonte: Autoria pr ´opria

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52 6 C ´ALCULO DO FLUXO DE POT ˆENCIA

Para calcular as perdas t ´ecnicas de energia el ´etrica utilizando os modelos, inicialmente ´e necess ´ario obter dados de corrente e tens ˜ao do sistema de distribuic¸ ˜ao para, posteriormente, comparar os valores dos modelos com os da simulac¸ ˜ao. Logo, este cap´ıtulo apresenta um m ´etodo de c ´alculo de fluxo de pot ˆencia conhecido como t ´ecnica da soma das correntes.

De acordo com Kersting (2006), em func¸ ˜ao da rede de distribuic¸ ˜ao ser radial, t ´ecnicas utilizadas para o c ´alculo de fluxo de pot ˆencia em sistemas de transmiss ˜ao, como o m ´etodo de Newton-Raphson ou do Gauss-Seidel por exemplo, n ˜ao s ˜ao utilizadas devido as baixas caracter´ısticas de converg ˆencia para sistemas de distribuic¸ ˜ao. Nesse contexto, utiliza-se a t ´ecnica da soma das correntes, pelo fato de ser um m ´etodo robusto e com boas caracter´ısticas de converg ˆencia.

Esse m ´etodo consiste em fazer varreduras no sistema, primeiramente a varredura a montante da rede, ou backward sweep, onde s ˜ao determinados os valores das correntes de cada ramo e, posteriormente, a varredura a jusante da rede, ou forward sweep, onde s ˜ao determinados os novos valores de tens ˜ao de cada barra. Essas varreduras s ˜ao feitas at ´e atingir uma converg ˆencia. Vale lembrar que este m ´etodo ´e utilizado estritamente para redes radiais (DURCE, 2012).

Sendo assim, o processo para resoluc¸ ˜ao dessa t ´ecnica, proposto por Kersting (2006) e Durce (2012), inicia com a determinac¸ ˜ao da tens ˜ao na barra de refer ˆencia, que ser ´a a mesma tens ˜ao para as demais barras do sistema, em que essas tens ˜oes s ˜ao de fase. A partir disso, ´e poss´ıvel determinar as correntes nas cargas das barras:

In =  Sn Vn ∗ (25) Sendo:

• In corrente da carga na barra n;

• Sn pot ˆencia aparente da carga na barra n; • Vntens ˜ao na barra n.

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