Streptococcus spp.,
Drª Edlaine Rodrigues Montalvão
Biomédica – Microbiologista – Citopatologista.
II Turma de Especialização em Microbiologia Clínica e Medicina Laboratorial PUC Goiás
Taxonomia
•
Família: Streptococcaceae
• Bactérias G(+),
• Catalase (-) e
• Tendem a agrupar-se aos pares e em cadeias longas em meios de cultura líquidos.
•
Manual Bergey’s 1984
Taxonomia:
•
Família Streptococcaceae:
• Gênero Streptococcus • Streptococcus spp., • Enterococcus spp., • Lactococcus spp., • Gênero Leuconostoc • Gênero Aerococcus • Gênero Pediococcus • Gênero Peptoestreptococcus • Gênero Gemella • Gênero Ruminococcus • Gênero Coprococcus • Gênero SarcinaTaxonomia
•
1991 – Biologia Molecular: divisão operacional em 06 grandes
grupos
•
Grupo I – Grupo Piogênico:
• Streptococcus pyogenes – estreptococos Grupo A.
• Streptococcus agalactiae – estreptococos Grupo B.
• Streptococcus equi, Streptococcus dysgalactiae – estreptococos Grupo C.
Taxonomia
•
1991 – Biologia Molecular: divisão operacional em 07 grandes
grupos
•
Grupo II – Grupo Streptococcus bovis:
• Streptococcus bovis– estreptococos Grupo D: comum em
humanos e animais.
• Streptococcus equinis– estreptococos Grupo D: comum em
Taxonomia
•
1991 – Biologia Molecular: divisão operacional em 07 grandes
grupos
•
Grupo III – Grupo Streptococcus mitis:
• Streptococcus mitis
• Streptococcus gordonii
• Streptococcus pneumoniae
• Streptococcus sanguis
•
Grupo IV – Grupo Streptococcus mutans:
• Streptococcus mutans – placa dentária humana
• Streptococcus macacae – microbiota oral e placa dentária de
suínos
• Streptococcus rattus – microbiota oral e placa dentária de
Taxonomia
•
1991 – Biologia Molecular: divisão operacional em 07 grandes
grupos
•
Grupo V – Grupo Streptococcus salivarus:
• Streptococcus salivarus.
•
Grupo VI – Grupo Streptococcus milleri:
• Streptococcus anginosus.
Características Gerais dos
Estreptococos
•
Anaeróbios facultativos – porém alguns apresentam
capacidade de crescerem em anaerobiose.
•
Estreptococos, Enterococos e Aerococos de importância
médica são homofermentadores: possuem como único
produto da fermentação da glicose a produção de ácido lático.
•
Oxidase (-) e Gram (+) – única diferença particular entre as sps
Características Gerais dos
Estreptococos
•
Em meios líquidos crescem em cadeias
•
Parede celular formada por:
•
Glicopeptídeos e estes compostos por
•
Carbohidratos,
•
Ácidos teicóicos,
•
Lipoproteínas e
Classificação:
Pelos nomes das doenças Pelo tipo de hemólise a, b, g
Testes Bioquímicos
Pela estrutura antigênica
Pesquisa do carboidrato C Parede Ácido Teicóico Sorogrupagem (Lancefield)
- S. pyogenes: abcessos
- S . scarlatinae
- S . puerperalis - S . erysipelatis
Classificação:
Streptococcus
-hemolíticos (Grupo viridans)
(S.pneumoniae)
Streptococcus
-hemolíticos (S.pyogenes – Grupo-A)
(S.agalactiae – Grupo-B)
Alguns MØ mais Freqüentes a serem Considerados nos Materiais Clínicos que Apresentam Microbiota Normal
Bactérias Esc. Sec. Traquea l Sec. Vaginal Sec. Uretra l Sec. de Oro. Sec. Aud. Aspirad o de Seio Maxilar Sec. Conjunt ival Urina de 1º Jato Staphylococcus aureus Xa X X X X X X X Xg Streptococcus agalactiae X X Xc X Streptococcus pneumoniae X X Xf X X X Streptococcus pyogenes Xe X X X
(a) importante em pct hosp., (b) importante em pct com fibrose cística, (c) importantes em RN, (d) importantes em usuários de drogas, (e) iportantes em crianças, (f) considerar quando estiverem predominando e/ou na pesquisa de portadores, (g) quando estiver presentes em quantidade > 10³ UFC/mL ou predominando
Fonte: Carmen Paz e Cássia Zoccoli
D r Ed lai n e M o n tal vão 14
Componentes de Superfície:
Cápsula (ácido hialurônico) em pneumococos
Carboidrato C grupo-específico
Ácido Lipoteicóico (aderência)
Peptidoglicano espesso
Produtos Bacterianos Extracelulares:
Toxina Eritrogênica (Exantema – escarlatina)
Hemolisinas O e S
Hialuronidase
Fatores de Virulência –
Componentes de Superfície
•
Antígeno de Parece celular – unidos por ligação covalente.
• Causas: febre, necrose dérmica, necrose cardíaca (animais), lise de eritrócitos e plaquetas, aumento de resistência inespecífica.
•
Cápsula de Ácido Hialurônico – característica de algumas
cepas do GA
• Impede a opsonização do MØ e é um determinante de virulência.
•
Proteína “M” – é considerado p principal fator de virulência
dos estreptococos GA.
Fatores de Virulência – Produtos
Extracelulares
•
Hemolisinas: Estreptolisina “O” e Estreptolisina “S”.
•
Estreptolisina “O” – lábil ao O
2, antigênica, inibida pelo
colesterol e tóxica para uma grande variedade de tipos
celulares incluindo leucócitos, monócitos e células de culturas.
•
Estreptolisina “S” (SLS) – estável frente ao O
2, não é
antigênica, porém é tóxica para uma grande variedade de
tipos celulares. Encontra-se amplamente ligada à célula e
pode ser responsável pela ação leucotóxica dos estreptococos
do GA.
Fatores de Virulência – Produtos
Extracelulares
•
Exotoxinas Estreptocócicas Piogênicas – SPE.
• São produtos extracelulares responsáveis pela formação de “rash” cutâneo da escarlatina e também são considerados como os principais determinantes de virulência na patogenia da síndrome tóxica estreptocócica similar ao choque por G(-).
•
Hialuronidase:
• Produzida pelos estreptococos do GA, é responsável pela despolimerização da substância fundamental do tecido conjuntivo facilitando a disseminação do MØ por contiguidade.
•
Estreptoquinase:
• Produzida pelos estreptococos do GA responsáveis por hidrolisar os coágulos de fibrina impedindo a formação de barreiras de fibrina na periferia das infecções estreptocócicas disseminadas.
Estreptococos
-Hemolíticos GA
Streptococcus pyogenes
Estreptococos
-Hemolíticos GA
Streptococcus pyogenes
•
Habitat:
•
Reservatório conhecido no homem: pele e mucosa
•
Fator de virulência: adesão destes às células epiteliais da
orofaringe.
•
Patologias:
•
Infecções agudas – Faringite Estreptocócica – observado
em crianças de idade escolar (05 a 15 anos), durante o
inverno/primavera.
•
Sequelas não supurativas ,tais como:
•
Febre reumática aguda e
Estreptococos
-Hemolíticos GA
Streptococcus pyogenes
•
Transmissão
:
•
Interpessoal por via respiratória.
Estreptococos
-Hemolíticos GA
Streptococcus pyogenes
•
Sintomatologia:
•
Início abrupto
•
Febre
•
Faringite
•
Cefaleia
•
Mal-estar
•
Dor abdominal
•
Parte posterior da faringe habitualmente inflamada e
edemaciada podendo apresentar um exsudato
branco-acinzentado sobre as amigdalas
Estreptococos
-Hemolíticos GA
Streptococcus pyogenes
•
Complicações:
•
Supurativas: abscesso peritonsilar, abscesso retrofaríngeo,
adenite cervical supurativa, otite, sinusite, mastóidite,
bacteremia.
•
Não Supurativas: febre reumática aguda e crônica,
glomerulonefrite.
•
Tratamento:
• Penicilina V oral
• Crianças: 250 mg 2X ao dia
Estreptococos
-Hemolíticos GB
Streptococcus agalactiae
Estreptococos
-Hemolíticos GB
Streptococcus agalactiae
•
Reservatório:
•
Principal reservatório: trato gastrintestinal.
•
Nas mulheres o microrganismo coloniza a vagina e o reto.
•
Até 60% das mulheres colonizadas são portadoras sã.
Colonização vaginal = assintomática.
•
Na realidade a colonização da vagina pode refletir uma
contaminação do reto, e o TGI é o principal reservatório
desses MØ.
Estreptococos
-Hemolíticos GB
Streptococcus agalactiae
•
Patologias: observadas, ou não, in útero ou durante o parto
• Doença neonatal e
• Doença perinatal
• Infecção do RN
• Endometrite pós parto
• Bacteremia pós cesarianas
• Infecções em mulheres adultas
• Pneumonias
• Bacteriúria
• Infecções de pele.
Estreptococos
-Hemolíticos GB
Streptococcus agalactiae
•
Transmissão: controversas
• Transmissão vertical de mãe colonizadas, para o filho no momento do parto.
Estreptococos
-Hemolíticos GB
Streptococcus agalactiae
•
Tratamento:
• Os isolados mostram-se SENSÍVEIS à PN G – que é o fármaco de escolha.
• AMP, CTX, CTR, Quinuprustina-Dalfonopristina e Meropem são altamente SENSÍVEIS.
Estreptococos
-Hemolíticos
GC eGG
Estreptococos
-Hemolíticos
GC e GG
•
Principais Representantes:
• Streptococcus dysgalactiae subespécie equisimilis – isolado
mais comum de seres humanos (isolado de portadores de faringite exsudativa)
• Streptococcus dysgalactiae subespécie dysgalactiae
Estreptococos
-Hemolíticos
GC e GG
•
Patologias: tanto em crianças quanto em adultos com doenças
pré existentes
•
Sepse em hospedeiros neutropênicos
•
Sepse puerperal
•
Celulite
•
Fasciite necrotizante
•
Pneumonia
•
Empiema
•
Bacteriemia
•
Meningite
•
abscessos
Estreptococos
-Hemolíticos
GC e GG
•
Habitat:
• Constituem parte da microbiota humana gastrintestinal, vaginal, orofaríngea e cutânea normal
.
•
Tratamento:
• Geralmente sensíveis à Pn, Amp, e às Cefalosporinas de terceira geração (CTX), podendo estender até as de quarta geração
Estreptococos α
-Hemolíticos
Estreptococos α-Hemolíticos
Streptococcus pneumoniae
•
Virulência: Cápsula de Polissacarídeos / Adesinas / Ácidos
Teicóicos e Lipoteicóicos
•
Justificada primariamente à sua capacidade para resistir à:
opsonização, à fagocitose e à morte celular pelas células
fagocíticas.
•
Principais Patologias:
•
Meningite Pneumocócica e
Estreptococos α-Hemolíticos
Streptococcus pneumoniae
•
Importância Clínica:
• Principal causa de pneumonia bacteriana adquirida na comunidade (início em crianças de 03 a 04 meses com pico máximo de 02 a 03 anos de idade).
• Infecções graves ocorre em lactentes menores de 03 anos de idade (ausência de anticorpos anticapsulares). Infecções virais do TR predispõe à esse tipo de infecção.
•
No hospedeiro apropriado esse Mɸ tem acesso aos espaços
alveolares por aspiração ou inalação; podendo promover
pneumonia lobar, com consolidação e bacteremia
Estreptococos α-Hemolíticos
Streptococcus pneumoniae
•
Complicações da Pneumonia Pneumocócica:
• Abscesso pulmonar,
• Infecção pericárdica,
• Empiema (pode ser facilmente visualizados por RX)
• Derrames pleurais (pode ser facilmente visualizados por RX) e
• Endocardites.
• Importante causa de Bacteremia e Sepse tanto em crianças quanto em adultos
Estreptococos α-Hemolíticos
Streptococcus pneumoniae
•
Tratamento:
• Problema: aparecimento de RESISTENCIA
a agentes
antimicrobianos em particular à PN (primeiro relato em
1960) – opção cefalosporinas e
Estreptococos
-Hemolíticos
Estreptococos
-Hemolíticos
Enterococcus spp.,
•
Taxonomia:
• Inclui os Enterococcus anteriormente classificados como estreptococos do grupo D.
•
Habitat:
• Residem normalmente o trato gastrintestinal e biliar e em menores números a uretra masculina e vagina
•
Importância:
• Agentes cada vez mais importantes de doenças humanas por apresentarem uma grande resistência aos antimicrobianos aos quais os estreptococos são geralmente sensíveis. In vitro apresentam MIC para Pen de 10 a 100 vezes maiores do que outros de sua espécie, bem como a cefalosporinas de várias gerações, e
Estreptococos
-Hemolíticos
Enterococcus spp.,
•
Particularidades:
• Constituem a segunda causa mais comum de infecções hospitalares do TU e de Feridas, e a segunda causa mais comum de bacteremia hospitalar
• Freqüentemente envolvidas em superinfecções graves entre pacientes submetidos a quimioterapia antimicrobiana de amplo espectro
Estreptococos
-Hemolíticos
Enterococcus spp.,
•
Características:
• Apresentam capacidade de crescimento entre 10º à 45ºC .
• Desenvolvem-se na presença de 6,5% de NaCl e em pH de 9,6.
• Capacidade em hidrolisar a esculina na presença de 40% de bile
Estreptococos
-Hemolíticos
Enterococcus spp.,
•
Principais Representante:
• Enterococcus faecalis – isolado mais comum de espécimes
clínicos humanos (80 a 90%)
• Enterococcus faecium – ocupa o segundo lugar (10 a 15%).
• Outras espécies que podem aparecer em infecções humanas: • Enterococcus avium, • Enterococcus casseliflavus • Enterococcus cecorum • Enterococcus gallinarum • Enterococcus hirae • Enterococcus durans
Estreptococos
-Hemolíticos
Enterococcus spp.,
•
Principais Patologias: maioria de origem hospitalar
• Complicadas infecções do TU (UTI)
• Bacteremia
• Endocardite
• Infecções intra abdominais e pélvicas
• Infecções de feridas e tecidos moles
• Sepse neonatal e
Estreptococos
-Hemolíticos
Enterococcus spp.,
•
Fatores de Risco para desenvolvimento de bacteremia:
• Idade avançada
• Imunossupressão
• Doenças e condições subjacentes – prematuridade, DM, neoplasia maligna, ICC, IR, Infecções localizadas
• Instrumentação prévia do TGI
• Instrumentação prévia do TGU
• Hospitalização prolongada com uso de antibióticos de amplo espectro com pouca ou nenhuma atividade
Identificação Laboratorial da
Família Streptococcaceae
Microrganismos Cocoides Gram Positivos
Agrupados em Cadeias:
Os Estreptococos são cocos Gram positivos, imóveis, não
formadores de esporos, anaeróbios facultativos, Catalase (-)
e oxidase (-).
Estes microrganismos ocorrem na forma de céls dispostas ou
arranjadas em cadeias, ou em cadeias de diplococos
(quando se desenvolvem em meio de caldo) cuja parede
bacteriana adquire, após a coloração de Gram, uma
tonalidade
ROXA
.
Microrganismos Cocoides Gram Positivos
Agrupados em Cadeias:
Microrganismos Cocoides Gram Positivos
Agrupados em Cadeias:
Microrganismos Cocoides Gram Positivos
Agrupados em Cadeias:
Microrganismos Cocoides Gram Positivos
Agrupados em Cadeias:
Microrganismos Cocoides Gram Positivos
Agrupados em Cadeias:
Microrganismos Cocoides Gram Positivos
Agrupados em Cadeias:
Principais Patologias Associadas:
Faringite Estreptocócica, Exantema Escarlatiforme, Impetigo, Erisipela, Celulite, Sepse Puerperal,Febre Reumática Aguda,
Glomerulonefrite Aguda
Abscesso Peritonsilar,
Adenite Cervical Supurativa
Otite Média,
Sinusite,
Mastoidite,
Bacteremia.
Microrganismos Cocoides Gram Positivos
Agrupados em Cadeias:
Principais Patologias Associadas:
Microrganismos Cocoides Gram Positivos
Agrupados em Cadeias:
•
Principais Patologias Associadas:
Microrganismos Cocoides Gram Positivos
Agrupados em Cadeias:
•
Principais Patologias Associadas:
Microrganismos Cocoides Gram Positivos
Agrupados em Cadeias:
Reações Bacterianas em Determinados
Meios de Cultura
Em Ágar Sangue – Hemólise
Este meio é usado para isolar principalmente CGP, já
que estes MØ são capazes de promover lise das
hemácias presentes no meio de cultura.
Esta Hemólise é classificada em:
Hemólise Total ou ß Hemólise
Hemólise Parcial ou α Hemólise
Reações Bacterianas em Determinados
Meios de Cultura
Hemólise Total ou ß Hemólise: são reações que
resultam em uma formação de uma zona clara ao
redor das colônias bacterianas, quando inoculadas
em Ágar Sangue Carneiro.
Reações Bacterianas em Determinados
Meios de Cultura
Hemólise Parcial ou α Hemólise: são reações que
resultam em uma formação de uma zona
esverdeada ao redor das colônias bacterianas,
quando inoculadas em Ágar Sangue Carneiro
indicando uma hemólise parcial do meio.
Reações Bacterianas em Determinados
Meios de Cultura
•
Ausência de Hemólise ou γ Hemólise: o Ágar Sangue
de Carneiro permanece íntegro ao redor das
colônias, após o crescimento bacteriano típico do
gênero.
BETA-HEMÓLISE
NÃO HEMOLÍTICO
CGP Agrupados em Cadeias Longas:
Streptococcus spp.,
Este gênero pode ser diferenciado e principalmente
identificado de acordo com sua aparência colonial em
placa de Agar Sangue após incubação a 35ºC em presença
de 5% de CO2.
Em cultivo os representantes deste gênero podem
apresentar
Hemólise Total (beta - ß)
Hemólise Parcial (alfa - α)
Identificação de Bactérias Cocóides Gram
Positivos Catalase Negativa
Estreptococos
α-hemólise β-hemólise γ-hemólise
Optoquina R S S. Grupo viridans S. pneumoniae ‘’Camp test’’ (-) (+) Outros β hemolíticos S. agalactiae
Bile esculina (+) Bile esculina (-)
Enterococcus spp Outros
estreptococos
PYR (+)