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Reflexões sobre o auxílio-reclusão à luz da Constituição Federal Brasileira de 1988 e do estado democrático de direito

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GRANDE DO SUL

ROBERTA CHRIST

REFLEXÕES SOBRE O AUXÍLIO-RECLUSÃO À LUZ DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA DE 1988 E DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

Santa Rosa (RS) 2019

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ROBERTA CHRIST

REFLEXÕES SOBRE O AUXÍLIO-RECLUSÃO À LUZ DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA DE 1988 E DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Direito objetivando a aprovação no componente curricular Trabalho de Conclusão de Curso – TCC. UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Departamento de Ciências Jurídicas e Sociais.

Orientador: Dr. Luís Gustavo Gomes Flores

Santa Rosa (RS) 2019

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Dedico este trabalho à minha mãe, pelo incansável incentivo, apoio e carinho despendidos durante toda a minha jornada.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, pela coragem e paz transmitidos.

Agradeço, imensamente a minha mãe Rosane, que nunca mediu esforços para me ajudar nessa caminhada, sempre me incentivando e oferecendo todo o suporte emocional necessário para os dias difíceis.

Aos meus irmãos Kátia Christ Hahn e Eder Mathias Christ que sempre estiveram de prontidão para me auxiliar nas mais diversas dificuldades que surgiram durante toda a trajetória.

Ao meu orientador, professor Gustavo, que com muita paciência, dedicação, compreensão me orientou para a realização desse trabalho, ajudando a direcionar o desenvolvimento das minhas ideias.

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“Só é digno da liberdade, como da vida, aquele que se empenha em conquistá-la.” Johann Wolfgang Von Goethe

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RESUMO

O presente trabalho de conclusão de curso faz uma análise sobre o benefício previdenciário do auxílio-reclusão, esclarecendo os seus contornos e sua importância. Contudo, muitas vezes o tema parece polêmico, motivo pelo qual interessa enfrentar o problema de pesquisa que indaga: Quais os argumentos jurídicos e os fundamentos constitucionais que podem ajudar no esclarecimento da população em geral sobre a relevância desse benefício? Estudar sobre a necessidade de construir argumentos fundados na ordem constitucional e à luz do Estado Democrático de Direito, para esclarecer a todos sobre a finalidade do respectivo benefício. O ponto principal que motivou a realização dessa pesquisa, foi a constatação de que geralmente as pessoas não têm o real conhecimento sobre o benefício, ou até mesmo nem sabem da sua existência. Por essa razão, acabam divulgando muitas informações inverídicas e distorcendo a sua aplicabilidade. A intenção é esclarecer as dúvidas que surgem ao se abordar o tema, provocando uma reflexão sobre a importância do auxílio-reclusão, visto que é destinado para dependentes de baixa renda, onde em muitos casos é a única fonte de renda, que proporciona a subsistência da família.

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ABSTRACT

The present work of conclusion of course makes an analysis on the social security benefit of the seclusion-aid, clarifying its contours and its importance. However, the issue often seems controversial, which is why it is important to address the Research Problem that asks: What legal arguments and constitutional foundations can help to elucidate the general population about the relevance of this benefit? To study the need to construct arguments based on the constitutional order and in light of the Democratic State of Law, to clarify to all on the purpose of the respective benefit. The main point that motivated the realization of this research was the realization that most people do not have the real knowledge about the benefit or even do not know of its existence. For this reason, they end up spreading a lot of untruthful information and distorting its applicability. The intention is to clarify the doubts that arise when approaching the subject, provoking a reflection on the importance of the reclusion aid, since it is destined for low income dependents, where in many cases it is the only source of income, that provides the subsistence of the family.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 8

1 AUXÍLIO-RECLUSÃO NO DIREITO BRASILEIRO ... 10

1.1 Aspectos fundamentais do auxílio-reclusão ... 10

1.2 Requisitos e outras considerações ... 12

2 REFLEXÕES CRÍTICAS SOBRE O AUXÍLIO-RECLUSÃO ... 20

2.1 Aspectos controversos... 21

2.2 Análise jurisprudencial ... 24

CONCLUSÃO ... 27

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho apresenta como tema o auxílio-reclusão à luz da Constituição Federal de 1988 e do Estado Democrático de Direito. Um estudo sobre o benefício previdenciário do auxílio-reclusão, esclarecendo os seus contornos, sua importância e eventuais aspectos polêmicos.

Normalmente nas famílias, onde é constatada a situação de segurado recluso, a renda provém de um único membro, assim sendo, esclarecer e orientar sobre a importância da concessão do benefício, mostrando que nessa circunstância, os dependentes não ficam prejudicados quanto a qualidade de vida e que as necessidades básicas sejam garantidas.

Contudo, muitas vezes o tema parece polêmico, motivo pelo qual interessa enfrentar o Problema de Pesquisa que indaga: Quais os argumentos jurídicos e os fundamentos constitucionais que podem ajudar no esclarecimento da população em geral sobre a relevância desse benefício? Estudar sobre a necessidade de construir argumentos fundados na ordem constitucional e à luz do Estado Democrático de Direito, para esclarecer a todos sobre a finalidade do respectivo benefício.

A partir do método hipotético-dedutivo, foram utilizadas inúmeras técnicas de pesquisa, tais como: leituras de livros, artigos científicos, buscas em sites na internet, leituras de opiniões doutrinárias, que auxiliaram na construção deste trabalho.

Inicialmente, no primeiro capítulo, foi desenvolvido uma abordagem sobre o histórico do auxílio-reclusão, demonstrando que não é recente a previsão legal,

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9 também são analisados todos os critérios para o direito de perceber o benefício.

Segue verificando quem são os dependentes do segurado e em que situações pode haver a cessação ou suspenção do referido benefício, bem como o termo inicial e período de carência.

No segundo capítulo, foi proposta uma reflexão quanto ao papel da mídia, em levar informação com responsabilidade ao público em geral, desmistificando as críticas, por desconhecimento da lei, ainda, breves considerações das PECs 304/2013 e 3/2019, e também são analisadas algumas orientações jurisprudenciais.

Trata-se de uma pesquisa de grande relevância, pois é necessário que se faça entender quem tem, ou não, direito de receber o benefício, igualmente, o que vem a ser o instituto, e demonstrar que somente preenchendo os requisitos é possível a concessão do auxílio-reclusão.

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1 AUXÍLIO-RECLUSÃO NO DIREITO BRASILEIRO

O ponto principal que motivou a realização dessa pesquisa, foi a constatação de que geralmente as pessoas não tem o real conhecimento sobre o benefício, ou até mesmo nem sabem da sua existência. Por essa razão, acabam divulgando muitas informações inverídicas e distorcendo a sua aplicabilidade. A esse respeito, leciona Fábio Néris Vitor, 2018, p. 31:

Todavia, o auxílio-reclusão, possui natureza de benefício previdenciário, consistente em contínua prestação pecuniária, com caráter familiar, podendo o mesmo ser suspenso. Embora sofra um grande preconceito por parte da sociedade, é importante fazer-se entender que este instituto não é prestando diretamente ao preso e sim aos seus dependentes, que com a prisão do segurado ficarão desprovidos financeiramente.

A intenção é esclarecer as dúvidas que surgem ao se abordar o tema, provocando uma reflexão sobre a importância do auxílio-reclusão, visto que é destinado para dependentes de baixa renda, onde em muitos casos é a única fonte de renda, que proporciona a subsistência da família.

1.1 Aspectos fundamentais do auxílio-reclusão

Ao contrário do que frequentemente as pessoas imaginam, sobre o auxílio-reclusão ser um benefício recente previsto na nossa atual Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, no art. 201, IV, muito antes disso, já se falava na proteção do transgressor, através do Decreto 22.872 de 1933 que versava sobre o extinto Instituto de Aposentadoria dos Marítimos. Nesse sentido ensina, Wanderson Cordeiro, 2018:

O auxílio reclusão veio a ser criado e passou a ser usado no nosso ordenamento jurídico através do Decreto nº 22.872, de 29 de Junho de 1933, com isso não e de hoje que o auxílio está presente no ordenamento jurídico pois já se passou 82 anos e veio a ser recepcionado pela nossa atual Constituição Federal de 1988, sendo que o instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos, com previsão no Decreto nº 22.872, de 29 de Junho de 1933 no artigo 63 e ênfase no seu parágrafo único: Art. 63. O associado que, não tendo família, houver sido demitido do serviço da empresa, por falta grave, ou condenado por sentença definitiva, de que

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resulte perda do emprego, e preencher todas as condições exigidas neste decreto para aposentadoria, poderá requerê-la, mas esta só lhe será concedida com metade das vantagens pecuniárias a que teria direito se não houvesse incorrido em penalidade. Parágrafo único. Caso e associado esteja cumprindo pena de prisão e tiver família sob sua exclusiva dependência econômica, a importância da aposentadoria a que se refere este artigo será paga ao representante legal da sua família, enquanto perdurar a situação de encarcerado.

O mencionado artigo dispõe de que o associado estando no cumprimento da prisão, onde a família dependa economicamente, passará a receber o benefício o representante legal da família durante o período de aprisionamento. Já no ano de 1934 é aprovado o Decreto Lei nº 54, do também extinto Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários.

No ano de 1934 ouve uma alteração e foi crida por Decreto nº 24.615 e no mesmo ano foi criado o Decreto 54 com a regulamentação do auxílio reclusão, pois o associado que estivesse preso teria esse auxílio previsto pelo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários presente no seu artigo 67. Art. 67. Caso o associado esteja preso, por motivo de processo ou cumprimento de pena, e tenham beneficiário sob sua exclusiva dependência econômica, achando-se seus vencimentos suspensos, será concedida aos beneficiários enquanto perdurar esta situação, pensão correspondente a metade da aposentadoria por invalidez e que teria direito, na ocasião da prisão. (CORDEIRO, 2018).

Na década de 1960 é criada a Lei Orgânica da Previdência Social nº 3.807, sendo utilizada pela primeira vez a expressão auxílio-reclusão, e não mais sendo usado o termo pensão para o preso. Somente no ano de 1991, é que o auxílio-reclusão teve seu artigo inserido na Lei nº 8.213/91 e o Decreto nº 3.048/99 “trouxe o limite mínimo de idade para receber esse auxílio sendo de 16 anos desde a prisão, ser baixa renda conforme expresso no artigo 5º inciso IV, artigo 15 e outros.” (CORDEIRO, 2018).

No Brasil, são garantidos diversos benefícios aos trabalhadores, sendo alguns deles, a aposentadoria, o auxílio-doença, o salário-maternidade, salário-família, auxílio-reclusão. É preciso contribuir regularmente ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) para ser assegurado pela Previdência Social, que é a responsável pelo pagamento dos benefícios. Nesse sentido, Carlos Alberto Pereira de Castro e João Batista Lazzari (2017, p. 547):

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Sendo a Previdência um sistema que garante não só ao segurado, mas também à sua família, a subsistência em caso de eventos que não permitam a manutenção por conta própria, é justo que, da mesma forma que ocorre com a pensão por falecimento, os dependentes tenham direito ao custeio de sua sobrevivência pelo sistema de seguro social, diante do ideal de solidariedade.

O auxílio-reclusão é um benefício pago aos dependentes do segurado de baixa renda que se encontra recolhido ao sistema penitenciário. Infelizmente, é um assunto que gera muita polêmica, e provoca muitos comentários equivocados, incitando que o benefício estaria colaborando para a prática de crimes, uma vez, que se acredita que o mesmo é pago ao recluso. E por não saber a real finalidade deste, são divulgadas muitas informações inverídicas nas mídias sociais.

1.2 Requisitos e outras considerações

É imprescindível esclarecer que o auxílio-reclusão é uma prestação previdenciária de caráter contributivo, e não assistencial, que é pago exclusivamente aos dependentes do segurado de baixa renda, que se encontra recluso ou detendo no regime fechado ou semiaberto, que não esteja recebendo salário de empresa, benefício por incapacidade, abono por permanência nos serviços ou aposentadoria. Além do mais, será necessário comprovar a dependência econômica, nos mesmos moldes da concessão da pensão por morte, e, ainda, o benefício somente será mantido até persistir a prisão do segurado. A esse respeito, leciona Fábio Zambitte Ibrahim (2015, p. 681):

Devido à semelhança com a pensão por morte, por ser devida somente aos dependentes, o auxílio-reclusão será devido nas mesmas condições, aos dependentes do segurado recolhido à prisão que não receba remuneração da empresa nem esteja em gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço.

O requisito baixa renda foi introduzido na Constituição Federal de 1988, sendo que anteriormente não existia essa exigência, abaixo segue a transcrição do art. 201, IV:

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Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observando critérios que preservam o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: IV - Salário família e auxílio reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda.

Ressalta-se que o benefício do auxílio-reclusão tem como objetivo a subsistência do núcleo familiar, durante a ausência do provedor, garantindo assim, a dignidade da pessoa humana aos segurados de baixa renda. Tendo como fundamentação legal os artigos 116 a 119 do Decreto de Lei nº 3.048/99 e o art. 80 da Lei nº 8.213/91, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social.

Para ser considerado baixa renda, e a família ter direito ao recebimento do benefício, a remuneração do último salário do segurado preso deve ser igual ou inferior a R$1.364,43 (mil trezentos e sessenta e quatro reais e quarenta e três centavos), esse valor é atualizado anualmente, conforme a Portaria Ministerial nº 9, de 15 de janeiro de 2019, estabeleceu que a partir do dia 01 de janeiro de 2019, a quantia mencionada deve ser utilizada como referência para fins de direito ao auxílio-reclusão, e que não serão contabilizados os valores recebidos de décimo terceiro e um terço de férias, seja seu valor proporcional ou integral. Nesse sentido, explica Vitor (2018, p. 34):

Será aplicado a base de cálculo ao salário de benefício do auxílio-reclusão, seguindo as mesmas regras da pensão por morte e, a renda inicial mensal terá o seu valor em 100% do salário que o segurado recebia, ou daquele a quem teria direito caso estivesse aposentado por invalidez na data do recolhimento a prisão.

No entanto, antes da Emenda Constitucional nº 20/98, a lei autorizava o pagamento do benefício do segurado recolhido à prisão, independentemente da remuneração do último salário de contribuição.

Com o advento da Medida Provisória nº 664/2014, foram feitas alterações quanto ao período de carência dos benefícios. No art. 26 da Lei 8.213/91, não havia previsão para cumprimento de carência, mas após o advento da MP, a concessão do benefício deverá respeitar o cumprimento de vinte e quatro meses de carência.

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De acordo com entendimento da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais – TNU, é possível que haja uma flexibilização, quanto ao valor da remuneração do segurado, podendo ser concedido o benefício mesmo que a renda ultrapasse o limite máximo estabelecido, desde que a diferença não seja exorbitante.

O auxílio somente será concedido se no momento da prisão em regime semiaberto e fechado, o segurando estiver contribuindo ao Regime Geral da Previdência Social, ou estar no período de graça, isto é, que não tenha perdido a qualidade de segurado. Em caso de fuga, a contagem do período de graça é reiniciada. Vejamos o que dispõe o art. 15 da Lei 8.213/91:

Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício; II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração; III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória; IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso; V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo. §1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado. § 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. §3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência Social. §4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos.

Nota-se que o aludido artigo, em seu inciso IV, esclarece que o segurado fugindo da prisão, e sendo ele recapturado num período superior a doze meses, perde a qualidade de segurado, e consequentemente seus dependentes perdem o direito de auferir o auxílio-reclusão. O benefício previdenciário será restabelecido, se o segurado for recapturado dentro do período de graça.

É necessário que os dependentes apresentem trimestralmente requerimento firmado pela autoridade competente, com o intuito de comprovar a regular condição

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15 de presidiário, a fim de continuar recebendo o benefício. “A data de início do benefício será fixada na data do efetivo recolhimento do segurado à prisão, se requerido até 30 (trinta) dias depois desta, ou na data do requerimento, se posterior.” (IBRAHIM, 2015, p. 683).

No momento da prisão o recluso não pode estar recebendo salário da empresa ou qualquer outro benefício para ter direito ao auxílio. Nessa perspectiva, é o entendimento:

o segurado recluso não terá direito aos benefícios de auxílio-doença e de aposentadoria durante a percepção, pelos dependentes, do auxílio-reclusão, ainda que, nessa condição, contribua como contribuinte individual ou facultativo, permitida a opção, desde que manifestada, também, pelos dependentes, ao benefício mais vantajoso. Ou seja: caso o segurado sofra um acidente ou preencha os requisitos para a aposentadoria, não poderá acumular os benefícios decorrentes destes eventos com o auxílio-reclusão, recebido por seus dependentes. (IBRAHIM, 2015, p. 684).

O benefício será suspenso, quando não for apresentado o requerimento firmado pela autoridade competente; se passar a receber auxílio-doença, ainda que privado de liberdade; na ocasião em que o cumprimento da sentença for em regime aberto, prisão albergue e livramento condicional. Caso o segurado fugir, pode ser restabelecido a partir do momento em que retornar a prisão.

No caso de fuga, o benefício será suspenso e, se houver recaptura do segurado, será restabelecido a contar da data em que esta ocorrer, desde que esteja ainda mantida a qualidade de segurado. Se houver exercício de atividade dentro do período de fuga, será o mesmo considerado para verificação da perda ou não da qualidade de segurado. (CASTRO, LAZZARI, 2017, p. 548).

Assim sendo, a prestação previdenciária somente será devida na condição de cumprimento de pena restritiva de liberdade em regime fechado e semiaberto. Se houver a progressão para o regime aberto, haverá a suspensão do referido benefício, tendo em vista, que nessa circunstância, o segurado tem condições de desenvolver atividades laborativas.

[...] também não é devido somente no caso de prisão decorrente de sentença penal condenatória. Isso significa dizer que, no decorrer da prisão

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cautelar, seja na modalidade de flagrante, prisão preventiva ou prisão temporária, o benefício também será devido. (VITOR, 2018, p. 41).

Segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça – STJ, o segurado que está cumprindo sua pena em prisão domiciliar, sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, não dá direito a perda da concessão do benefício do auxílio-reclusão aos dependentes, pois o mesmo se encontra sob fiscalização do Estado.

A cessação do benefício se dará mediante:

I – a extinção da última cota individual;

II – se o segurado, ainda que privado de sua liberdade ou recluso, passar a receber aposentadoria;

III – pelo óbito do segurado ou beneficiário; IV – na data da soltura;

V – pela ocorrência da perda da qualidade de dependente, no caso de filho ou equiparado ou irmão, de ambos os sexos;

VI – em se tratando de dependente inválido, pela cessação da invalidez, verificada em exame médico pericial a cargo do INSS (a qual é dispensada se for maior de 60 anos – Lei n. 13.063/2014);

VII – pela adoção, para o filho adotado que receba auxílio-reclusão dos pais biológicos, exceto quando o cônjuge ou o companheiro(a) adota o filho do outro. (CASTRO, LAZZARI, 2017, p. 550).

Em relação aos maiores de 16 (dezesseis) e menores de 18 (dezoito) anos de idade, que são recolhidos a prisão com medida socioeducativo, sob custódia do Juizado de Infância e da Juventude, também será concedido o auxílio-reclusão aos seus dependentes. É importante ressaltar que em caso de prisão civil, proveniente de débitos alimentares, não será devido o benefício, pois se trata de medida coercitiva, e não de natureza punitiva.

Equipara-se à condição de recolhido à prisão a situação do segurado do RGPS maior de 16 e menor de 18 anos de idade que se encontre internado em estabelecimento educacional ou congênere, sob custódia do Juizado da Infância e da Juventude. Para a concessão de auxílio-reclusão a dependentes deste, serão exigidos certidão do despacho de internação e o documento atestando seu efetivo recolhimento a órgão subordinado ao Juiz da Infância e da Juventude. (CASTRO, LAZZARI, 2017, p. 548).

Para ser considerado filiado ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, é necessário realizar a contribuição mensal, a fim de que seja reconhecida a qualidade de segurado da Previdência Social. Deste modo, serão considerados segurados todo aquele na condição de empregado, trabalhador avulso, empregado doméstico,

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17 contribuinte individual, segurado especial. Contudo, [...] “em algum momento o segurado poderá ficar impossibilitado de exercer suas atividades laborativas ou diárias, ou seja, poderá usufruir dos benefícios previdenciários” [...] (VITOR, 2018, p. 51).

Percebe-se, que a qualidade de segurado é fundamental para gerar o direito de pagamento do benefício aos dependentes, além de seu recolhimento a prisão, deverá efetuar as contribuições e estar filiado em alguma das modalidades mencionadas para manter a condição de segurado. A esse respeito, segundo Santos (apud VITOR, 2018, p. 52):

A qualidade de segurado é essencial para que incida a proteção previdenciária dos dependentes. [...] A qualidade de segurado é condição indispensável para a concessão do benefício previdenciário de auxílio-reclusão aos dependentes [...] (TRF da 3º região, AC 488474/SP, Rel. Des. Fed. Marisa Santos, DJU, 2-10-2003, p. 236).

O rol de dependentes está previsto no art. 16 da Lei nº 8.213/91, sendo que todos os dependentes elencados no referido artigo podem pleitear o auxílio-reclusão, observadas as mesmas regras da pensão por morte.

Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado:

I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;

II - os pais;

III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;

§ 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações os das classes seguintes.

§ 2º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no Regulamento.

§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal.

§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada.

§ 5º A prova de união estável e de dependência econômica exigem início de prova material contemporânea dos fatos, não admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de força maior e ou caso fortuito, conforme disposto no Regulamento.

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Se o segurado casar, durante o período de recolhimento a prisão, terá direito ao recebimento do auxílio, a partir da data do casamento. Da mesma forma, o filho concebido, também tem direito a partir do seu nascimento. Quando houver mais de um dependente, a quantia será dividida em partes iguais para cada um.

Além disso, caso o segurado em condições de detenção ou reclusão venha casar, seja ele ou ela, a esposa ou marido, terá o direito do auxílio-reclusão desde o início do casamento, e caso o segurado tenha filhos, eles têm o direito do benefício desde a data do nascimento, desde que sejam preenchidos os requisitos necessários. (VITOR, 2018, p. 57).

O benefício do auxílio-reclusão tem duração variável conforme a idade e o tipo de beneficiário. Com “o advento da Lei nº 13.135/15 art. 1º, o art. 77, §2º, IV, “b”, da Lei nº 8.213/91, que estipula prazo para a concessão do benefício auxílio-reclusão, nota-se” (VITOR, 2018, p. 57) que: Para o cônjuge, o companheiro, o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato que recebia pensão alimentícia, duração de 4 (quatro) meses a contar da data da prisão, se a reclusão ocorrer sem que o segurado tenha realizado 18 (dezoito) contribuições mensais à Previdência ou, se o casamento ou união estável se iniciar em menos de 2 (dois) anos antes do recolhimento do segurado à prisão. Para melhor exemplificar a duração e idade, segue tabela disponibilizada pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS:

Idade do dependente na data da prisão

Duração máxima do benefício ou cota

Menos de 21 anos 3 anos

Entre 21 e 26 anos 6 anos

Entre 27 e 29 anos 10 anos

Entre 30 e 40 anos 15 anos

Entre 41 e 43 anos 20 anos

A partir de 44 anos Vitalício

(INSS, 2019)

Para o cônjuge inválido ou com deficiência, o benefício será devido enquanto durar a deficiência ou invalidez, respeitando-se os prazos mínimos descritos acima; para os filhos, equiparados ou irmãos do segurado recluso, desde que comprovem o

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19 direito, o benefício é devido até os 21 (vinte e um) anos de idade, salvo em caso de invalidez ou deficiência. Lembrando que se ocorrer a morte do segurado, o auxílio-reclusão é automaticamente convertido em pensão por morte.

Caso o dependente do cônjuge ou companheiro (a), na condição de invalidez ou com deficiência, o auxílio-reclusão só será cancelado com a cessação da invalidez ou pelo afastamento da deficiência, em regra e uma condição especial. Todavia, se o segurado preso receber remuneração de empresa ou em gozo de outras remunerações o benefício não é devido aos dependentes. (VITOR, 2018, p. 59).

De acordo com os dados obtidos através do Boletim Estatístico da Previdência Social, em janeiro/2019 foram concedidos cerca de 1.052 benefícios, considerando que o valor médio na zona urbana foi de R$1.309,63 e na zona rural de R$1.017,76, gerando o montante mensal de R$1.364.309,00. Na distribuição da

quantidade de benefícios previdenciários concedidos, segundo os grupos de

espécie, o auxílio-reclusão representa no total o percentual de 0,35%. E na distribuição do valor de benefícios previdenciários concedidos, segundo os grupos de espécie, o auxílio-reclusão representa no total o percentual de 0,31%.

É importante ter ciência sobre os requisitos do auxílio-reclusão para compreender os benefícios, e também se poder observar aspectos críticos do mesmo, no sentido, pensar sempre o aprimoramento do instituto para a sociedade como um todo. Somente de posse de todas as informações, é que podemos contribuir na correta divulgação do mesmo, e consequentemente tentar modificar a forma preconceituosa de que é interpretada o benefício.

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2 REFLEXÕES CRÍTICAS SOBRE O AUXÍLIO-RECLUSÃO

Após as considerações abordadas no capítulo anterior, ficou claro que a responsabilidade do pagamento do benefício é da Previdência Social, e o objetivo é amparar os dependentes do segurado recluso, durante sua ausência, garantindo assim, o mínimo necessário para sobreviver.

Uma vez que o pagamento do benefício de auxílio-reclusão é uma responsabilidade da Previdência Social, ao contrário do que muitos propagam que os custos do benefício, seria uma despesa arcada pela população em geral. [...] Entretanto, a relação jurídica entre os dependentes e o INSS, só se forma quando o segurado já não tem direito a nenhuma cobertura previdenciária. Nesse caso, só entram em cena os dependentes quando o segurado sai de cena, ou seja, só acontece apenas em duas situações, na morte ou no recolhimento do segurado à prisão. Acontecendo um desses eventos, a proteção social previdenciária é dada aos que dependiam economicamente do mesmo e que, com sua morte ou prisão, se vêm, desprovidos de seu sustento. (VITOR, 2018, p. 59-60).

Nesse sentido, é imprescindível ratificar o caráter contributivo do auxílio-reclusão previsto constitucionalmente, pois para o dependente ter direito de perceber o benefício, será necessário que o segurado tenha contribuído regularmente ao INSS, ou seja, o mesmo “pagou” pela prestação previdenciária, sendo assim, é igualmente o que ocorre com o auxílio-doença, pensão por morte, aposentadoria, dentre outros. Em hipótese alguma, esse encargo é custeado pelo Estado.

Cabe ressaltar, de que o pagamento do auxílio tem como objetivo possibilitar a sobrevivência da família, na ausência do segurado, garantindo dessa maneira o mínimo de dignidade. A esse respeito, Fabiana Duarte Pimenta de Souza, 2014, p. 20:

O princípio da dignidade humana está previsto no art. 1º, inciso III, da Constituição Federal de 1988 e visa assegurar que todo ser humano tenha o direito à existência plena e saudável. [...] Na Previdência Social este princípio, reflete o desejo do constituinte em garantir ao indivíduo, meios mínimos para sua subsistência de forma digna em momento em que não possa por si mesmo suprir suas necessidades. Logo, o Estado tem o dever de garantir a toda pessoa, meios que favoreçam sua inclusão social, bem como condições e oportunidades, capazes de possibilitar o desenvolvimento de seu potencial seja na saúde, educação, na assistência aos mais

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necessitados ou na solidariedade refletida na previdência. No que se refere ao benefício do auxílio-reclusão, o princípio da dignidade humana visa assegurar a família e aos dependentes do condenado preso condições de subsistência fundamental a uma digna e saudável uma vez que o provedor da família encontra-se impossibilitado de fazê-lo.

Contudo, por falta de informação ou pelo simples fato de não conhecer o benefício, são propagadas muitas inverdades na sociedade, uma delas de que o auxílio seria custeado pela população, mas sabemos que não coincide com a realidade. Logo, o benefício é repudiado e alvo de muito preconceito, por se acreditar que quem o recebe é o segurado, e não o dependente. Ou por ele ser um “bandido” não seja merecedor de benefícios. Se desconsidera que tal instituto é decorrente de lei, e que é elaborado por representantes do povo eleitos democraticamente.

2.1 Aspectos controversos

Os meios de comunicação por terem grande força de influência deveriam contribuir na correta divulgação, esclarecimento e informação aos cidadãos, mas efetivamente isso não ocorre. Em geral, as pessoas não conhecem o benefício, e se quer sabem da sua existência, e mesmo assim, ao falar sobre o mesmo, o fazem de forma negativa, chamando-o de “bolsa-bandido”. A esse respeito:

Os meios de comunicação têm força de influência, perante a sociedade, com essa força que tem poderiam participar de forma decisiva no uso do poder de influenciar a opinião pública, e auxiliar no esclarecimento sobre o auxílio-reclusão, auxiliar e mostrar as reais condições da Lei. [...] ou seja, uma postura nada construtiva por parte dos meios de comunicação a respeito desta questão, poderia tentar como forma de contribuir e ajudar a coibir a influência negativa do auxílio, mostrando suas vantagens e desvantagens do benefício previdenciário para toda a sociedade. (VITOR, 2018, p. 63).

Infelizmente, há um desinteresse por parte da mídia em fazer um jornalismo sério, sendo muitas vezes oportunista e sensacionalista, como exemplo, a jornalista Rachel Sheherazade, em um programa da Rádio Jovem Pan, se refere ao benefício como “bolsa-bandidagem”, inclusive, dizendo que o Estado estaria premiando a criminalidade no país, e não estaria valorizando o trabalhador. (Rádio Jovem Pan, 2015). Quando na realidade, deveria ter o compromisso de informar corretamente os

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telespectadores, ela passa um ponto de vista tendencioso sobre o auxílio, acalorando ainda mais os debates na sociedade desinformada.

Há muito tempo tem me incomodado um certo benefício a que têm direito todos os criminosos que, de alguma forma, contribuíram com a Previdência Social: o auxílio reclusão. Como se já fosse pouco para nós contribuintes arcarmos com a estadia dos marginais na prisão... Temos mais esse encargo. O “bolsa bandidagem” é pago pela Previdência ao criminoso, enquanto o marginal estiver atrás das grades ou no regime semi-aberto. O benefício corresponde ao valor de R$971,78, bem mais do que ganha um trabalhador decente, mesmo com o reajuste do salário mínimo que passou este ano para R$788,00. O “bolsa bandidagem” parece um prêmio do Estado a quem vive fora da lei. Nessa lógica perversa, vale mais a pena viver para roubar do que trabalhar para viver. Através do auxílio reclusão, a lei atual ampara piedosamente o malfeitor, sua mulher e seus filhos, mas, deixa, à míngua, as vítimas dos criminosos e suas famílias. [...] Se você ainda não adotou seu bandido, agora sustente um! (Rádio Jovem Pan, 2015).

No entanto, as estatísticas divulgadas pelo Levantamento Nacional de Informações Previdenciárias – INFOPEN, em junho de 2016, sobre a população carcerária brasileira, revelam de maneira oposta, de que o benefício previdenciário em questão, não é concedido para todos, conforme segue:

De acordo com a tabela acima, o número de pessoas privadas de liberdade é muito maior, em relação a quantidade de benefícios concedidos, conforme já demonstrado no capítulo anterior, o que representa aproximadamente em 7% do total de presos. População prisional 726.712 Sistema Penitenciário 689.510 Secretarias de Segurança/ Carceragens de delegacias 36.765

Sistema Penitenciário Federal 437

Vagas 368.049

Déficit de vagas 358.663

Taxa de ocupação 197,4%

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[...] Permitindo um raciocínio lógico, ou seja, não seriam todos os presos beneficiados pelo auxílio-reclusão, já que a quantidade de pessoas privadas de suas liberdades soma uma população prisional bem significativa, é preciso uma reflexão neste sentido, caso fosse verídico levaria o erário previdenciário ao caos. (VITOR, 2018, p. 72).

Em 2013, foi criada a PEC nº 304, de autoria da deputada federal Antônia Lúcia, que tinha por objetivo extinguir o auxílio-reclusão, e criar benefício para a vítima de crime. No caso, seria uma afronta ao art. 5º da Constituição Federal, que dispõe, “nenhuma pena passará do condenado [...]”. Dessa forma, explica Giovanni Bruno de Araújo Savini e Mirella Karen de Carvalho Bifano Muniz, (2015, p. 168):

Ora, se a pessoa, que foi vítima de um crime, exerce atividade remunerada, ela deve ser filiada obrigatória do Regime Geral de Previdência Social, do qual, faz jus aos status de segurado, e quando um segurado desse regime é afastado temporariamente da atividade que garanta seu sustento, o mesmo terá direito ao benefício previdenciário auxílio-doença. Caso reste alguma sequela que dificulte o exercício da atividade, há, também, a possibilidade de conversão do benefício em auxílio-acidente ou aposentadoria por invalidez. Na situação de morte do segurado, existe o benefício pensão por morte. Sendo nenhum desses proventos garantidos ao segurado inferiores ao salário mínimo vigente, e não havendo a possibilidade de soma destes benefícios à “assistência” da vítima de crime, inexiste o porquê da criação deste instituto.

Deste modo, seguindo o raciocínio, é importante destacar outro princípio constitucional o da individualização da pena, onde o condenado deverá arcar com as consequências do seu delito.

Pelo princípio da individualização da pena previsto no art. 5º, inciso XLV da Constituição Federal de 1998, assegura que nenhuma pena passará da pessoa do condenado, logo, o condenado deverá arcar com as consequências do seu delito, mas essas consequências não se estendem aos seus familiares. [...] Portanto, por este princípio entende-se que a família do condenado preso e que deste dependia para manter-se, não poderá ser penalizada e vir a sofrer privações para suprir suas necessidades básicas, uma vez que se encontra impossibilitado de prover a subsistência de seus familiares e dependentes, devendo o Estado, por meio que a lei lhe possibilita fazer, suprir essa necessidade, o que atualmente ocorre por meio da concessão do benefício do auxílio-reclusão. (SOUZA, 2014, p. 24-25)

Recentemente foi criada a PEC nº 3/2019, pelo senador Márcio Bittar, que pretende encerrar o benefício. O assunto foi promessa de campanha do atual presidente Jair Bolsonaro, que garantiu extinguir o auxílio-reclusão. Além do mais,

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existem propostas no sentido de alterar vários requisitos para a concessão do auxílio-reclusão.

Em 18 de janeiro, o político do PSL assinou uma medida provisória (MP) que limitou o benefício pago às cônjuges e dependentes de presos, além de alterar regras da pensão por morte e aposentadoria rural. [...] Antes da MP do dia 18, os familiares poderiam receber o benefício caso o contribuinte estivesse em regime fechado ou semiaberto, sem acumular outros benefícios. Agora, o auxílio estende-se apenas aos dependentes de presos em regime fechado. [...] A MP de Bolsonaro também determinou uma carência de 24 contribuições para que o benefício seja requerido, o que não existia anteriormente. A comprovação de baixa renda também levará em conta a média dos 12 últimos salários do segurado, não só a do último mês antes da prisão. (JORNAL GGN, 2019).

Após consulta ao site do Senado Federal, segue tramitando a Proposta de Emenda à Constituição nº 3/2019, que teve sua última movimentação no dia 02 de abril de 2019, onde se encontra pronta para a pauta na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, sendo a atual relatora Senadora Juíza Selma.

2.2 Análise Jurisprudencial

Podem surgir inúmeros posicionamentos nos Tribunais quanto a concessão do benefício previdenciário ao dependente do segurado recluso. Abaixo seguem alguns julgados:

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. ALIMENTOS EM FAVOR DE FILHA MENOR.

IMPERATIVO DEVER DE SUSTENTO DA PROLE. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE OUTROS FILHOS. ADEQUAÇÃO DO VALOR DA VERBA ALIMENTAR. ALIMENTANTE PRESO. SUSPENSÃO DA EXIBILIDADE DO PAGAMENTO DOS ALIMENTOS. Os alimentos em favor da apelada decorrem do dever de sustento dos pais em relação aos filhos menores (art. 22 do ECA e art. 1.566, inc. IV, do Código Civil) e sua fixação leva em conta as necessidades do requerente e as possibilidades da pessoa obrigada, nos termos do § 1º do art. 1.694 do CCB. Considerando as necessidades presumidas da beneficiária dos alimentos, em razão da menoridade, estando o alimentante desempregado e segregado, ao que consta dos autos, além de estar comprovado que tem outros dois filhos, embora ausente prova segura no sentido de que lhes prestava auxílio para o sustento, se conclui que, à luz do binômio necessidade-possibilidade, afigura-se adequada a fixação dos alimentos no patamar de 20% do salário mínimo. Ficará suspensa a exigibilidade da verba alimentar enquanto estiver o apelante cumprindo pena privativa de liberdade em regime fechado, o que deverá ser comprovado no curso de eventual execução. Destaca-se, outrossim, que nada obsta que a beneficiária dos alimentos busque junto ao INSS a sua habilitação como dependente dele, a fim de que receba uma quota-parte do auxílio-reclusão pago pelo órgão previdenciário o que, por

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ora, enquanto perdurar essa situação, permitirá que a menina tenha suas necessidades, ou ao menos parte delas, supridas. DERAM PARCIAL PROVIMENTO. UNÂNIME. (Rio Grande do Sul, 2019).

O Superior Tribunal de Justiça se posicionou no sentido de buscar a concessão do auxílio-reclusão junto ao órgão responsável para atender as necessidades básicas de menor, nesse caso, o benefício tem natureza de verba alimentar, garantindo a dignidade e subsistência na ausência do provedor.

Outro importante julgado sobre a matéria é o critério econômico.

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. SERVIDOR PÚBLICO. MUNICÍPIO DE

FREDERICO WESTPHALEN. AUXÍLIO-RECLUSÃO. 1. O art. 80 da Lei Federal nº 8.213/91 que trata da Previdência Social -, dispõe que o auxílio-reclusão será devido aos dependentes do segurado recolhido à prisão, que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou de abono de permanência em serviço. 2. A Lei Municipal nº 2.976/2005, no art. 46, prevê que o auxílio-reclusão consistirá numa importância mensal concedida aos dependentes do servidor segurado recolhido à prisão que tenha renda bruta mensal igual ou inferior à fixada pela legislação federal para a concessão do mesmo benefício pelo Regime Geral de Previdência Social. 3. Verificado que o servidor percebia vencimentos superiores ao limite fixado pela Portaria Ministerial, não preenche os requisitos necessários para ensejar a concessão do benefício. Precedentes. APELAÇAO IMPROVIDA. (Rio Grande do Sul, 2018).

No caso do julgado supracitado a dependente do servidor municipal recolhido em regime fechado, pleiteia na justiça, o direito ao recebimento do auxílio previdenciário. Porém, foi averiguado que a remuneração do segurado era superior ao critério previsto pela legislação federal, sendo assim, não houve flexibilização no valor para a concessão do benefício.

Quanto ao critério da baixa renda, existe a posição doutrinária no sentido de que o juiz deveria analisar caso a caso, quando a renda do segurado não se enquadra no critério baixa renda, sendo constatado prejuízo ao dependente, a concessão do auxílio deverá ser pleiteada.

Cabe aos dependes de segurado recluso tratamento isonômico aos requerentes do benefício de prestação continuada (LOAS). Ou seja, a superação do limite de remuneração definido em lei como “baixa renda” não afasta o direito ao benefício se a condição social de carência dos recursos mínimos para a manutenção familiar restar comprovada por outros meios. Destacamos, também, que no âmbito dos Juizados Especiais Federais o magistrado deve utilizar-se do princípio da equidade, premissa inserida de

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forma expressa no art. 6º da Lei n. 9.099/1995 (aplicável de forma subsidiária à Lei n. 10.259/2001), que estabelece: “o Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às exigências do bem comum”. A previsão do art. 5º da LINDB também reforça esse ideário de Justiça. A equidade seria, dessa forma, uma permissão dada ao julgador para fazer justiça no caso concreto sem sujeitar-se de forma absoluta ao texto expresso e muitas vezes “frio” da norma legal que se aplicado igualmente para todas as situações gera graves injustiças sociais. O papel do juiz, neste ponto, é de distinguir os casos em que a interpretação deve ir além do sentido inicialmente proposto pelo legislador. Portanto, a análise da renda bruta mensal do recluso como parâmetro para concessão do auxílio-reclusão possui caráter objetivo, ensejando nas hipóteses de superação desse limite o estudo das condições socioeconômicas dos dependentes postulantes. (CASTRO, LAZZARI, 2017, p. 549).

Outro relevante julgado quanto a constatação de irregularidades no recebimento do benefício.

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. AUXÍLIO-RECLUSÃO. Não há

direito líquido e certo a amparar a pretensão do impetrante ao recebimento de valores de auxílio-reclusão, visto que, no caso, estes devem ser apurados em ação própria, como bem mencionou a autoridade apontada como coatora, após eventual desconto dos alegados valores irregularmente recebidos, devidamente corrigidos, caso não julgada procedente a ação ajuizada perante a Justiça Federal visando a declaração de sua cobrança indevida. Mandado de segurança, em razão de sua cognição sumária, não aceita dilação probatória, de forma que, não amparada a pretensão do impetrante em direito líquido e certo, não há como conceder a segurança pleiteada. DENEGARAM. UNÂNIME. (Rio Grande do Sul, 2017).

O julgado acima trata sobre a concessão do benefício a infante durante a privação de liberdade da genitora. O INSS constada irregularidades e cancela o auxílio, pois houve a continuidade na prestação do benefício, no período em que estava sendo exercida atividade remunerada. A autarquia questiona os valores recebidos incorretamente, via administrativa, e informa que está em fase de cobrança. A impetrante pleiteia o restabelecimento do benefício, e a declaração de cobrança indevida de devolução da quantia.

Enfim, ficou claro que o benefício previdenciário exige inúmeros critérios para ser concedido, e não se trata de direito a todos os presos, como é propagado no senso comum, inclusive, é um direito de poucos, pois a população carece de informações técnicas, que se fossem amplamente divulgadas poderiam garantir a subsistência digna de muitas famílias.

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CONCLUSÃO

O benefício previdenciário tem garantia na Constituição Federal de 1988, no artigo 201 e na Lei 8.213 que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social. Para a aquisição do mesmo, o primeiro e principal requisito será a reclusão do segurado em regime fechado ou semiaberto, observando ainda, a baixa renda, de acordo com a legislação federal. Sendo que o segurado não poderá estar recebendo salário de empresa, nem estiver em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou de abono de permanência em serviço.

Diante de todo o exposto, é possível compreender de que o auxílio-reclusão, apesar do grande número de presos no país, não é um direito de todos, não é bolsa-bandido, e muito menos o Estado está incentivando ou premiando quem comete crimes, não é um benefício assistencial, pois há a necessidade de contribuir regularmente ao INSS. É destinado a garantir a subsistência dos dependentes do segurado de baixa renda, recolhido ao sistema penitenciário, impossibilitado de prover as necessidades básicas e essenciais da sua família.

Infelizmente, o instituto previdenciário gera muita polêmica, pois se acredita que o mesmo é pago ao segurado, isso ocorre devido à falta de informação e correta divulgação do benefício. É extremamente importante, que de modo geral a população tenha conhecimento sobre o benefício, pois conforme redação do art. 226 da Constituição Federal, é dever do Estado proteger a família, e não podemos deixar os dependentes desamparados, a mercê da criminalidade.

Nesse contexto, ao longo do trabalho foram esclarecidos os fundamentos constitucionais acerca do benefício, através do conceito, requisitos e apontamentos dos artigos, principalmente o art. 201, IV da Constituição Federal, que retificam a

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legalidade do instituto previdenciário. Buscando dessa maneira, propiciar conhecimento e transmitir informações a sociedade, com intuito de esclarecer as dúvidas decorrentes do benefício, assim como, o comprometimento político de todos, com o desenvolvimento dos princípios e promessas de um Estado Democrático de Direito, dos Direitos Fundamentais e Sociais.

Não resta dúvida, quanto a importância da concessão do benefício, durante a ausência temporária do segurado recolhido ao sistema penitenciário, pois, somente assim, será possível garantir a sobrevivência e prover as necessidades básicas dos dependentes, observado o princípio da dignidade da pessoa humana.

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