• Nenhum resultado encontrado

O ensino da gramática no livro didático de língua portuguesa

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "O ensino da gramática no livro didático de língua portuguesa"

Copied!
28
0
0

Texto

(1)0. UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CAMPUS IV – CATOLÉ DO ROCHA - PB CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E AGRARIAS - CCHA CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS. ARLENE ALVES DE OLIVEIRA. O ENSINO DA GRAMÁTICA NO LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA PORTUGUESA. CATOLÉ DO ROCHA - PB 2017.

(2) 1. ARLENE ALVES DE OLIVEIRA. O ENSINO DA GRAMÁTICA NO LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA PORTUGUESA. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Letras da Universidade Estadual da Paraíba, como requisito para a obtenção do título de graduação em licenciatura plena em Letras. Orientador: Profª Me. Maria Aparecida Calado de Oliveira Dantas. CATOLÉ DO ROCHA – PB 2017.

(3) 2.

(4) 3. ARLENE ALVES DE OLIVEIRA. O ENSINO DA GRAMÁTICA NO LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA PORTUGUESA. Artigo apresentado ao Curso de Graduação em Letras da Universidade Estadual da Paraíba, em cumprimento à exigência para obtenção do grau de licenciado em Letras. Orientador: Profª Me. Maria Aparecida Calado de Oliveira Dantas. Aprovada em: ___/___/______.. BANCA EXAMINADORA. ___________________________________________________________ Profª Me. Maria Aparecida Calado de Oliveira Dantas (Orientadora) Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). _________________________________________ Prof. Me. José Marcos Rosendo de Souza Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) Examinador. _________________________________________ Prof. Esp. Eianny Cecília de Abrantes Pontes Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) Examinadora.

(5) 4. Dedico este trabalho a minha inesquecível mãe, Neuma Nerí Xavier de Oliveira, que não se encontra mais neste plano..

(6) 5. AGRADECIMENTOS. Agradeço a DEUS por ter conseguido chegar até aqui. A todo corpo docente da UEPB. A minha orientadora Maria Aparecida Calado de Oliveira Dantas pelas sábias orientações. A minha família, pois sem eles eu jamais teria conseguido. Ao pequeno Davi, pois foi minha alegria e ânimo para não desistir, diante da perda que tive. Agradeço a Maria das Graças pelas várias orientações e pela direção que me ajudou tomar e a seguir adiante. A minha amiga Maria Aparecida Barreto pelo apoio e ajuda durante essa jornada. A minha amiga Simone Pereira também pelo apoio, como também a minha amiga e companheira Adriana Matias. Aos meus pais em especial minha mãe, quem mais me incentivou e se orgulhava de mim. As minhas irmãs Maria do Carmo e Arlete Alves que muito me guiaram e me orientaram nessa longa jornada, me incentivando, apoiando, e torcendo por mim. E a todos os meus amigos. Agradeço ao meu namorado Daniel Silva por todas as vezes que de uma forma ou de outra contribuiu para o meu sucesso na vida acadêmica, seja me incentivando ou aceitando a minha ausência..

(7) 6. “Para ser eficaz comunicativamente, não basta saber. apenas. as. regras. específicas. da. Gramática, das diferentes classes de palavras, suas flexões, suas combinações possíveis, a ordem de sua colocação nas frases, seus casos de. concordância,. entre. outras.. Tudo. é. necessário, mas não é suficiente.” (ANTUNES, 2007, pag.41).

(8) 7. SUMÁRIO. 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 8 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................ 9 2.1 Concepções de Linguagem ................................................................................................. 9 2.1.1 Linguagem como expressão do pensamento ................................................................. 10 2.1.2 Linguagem como instrumento de comunicação ............................................................ 10 2.1.3 Linguagem como forma de interação ............................................................................ 11 2.2 O ENSINO DA GRAMÁTICA NA ESCOLA ............................................................... 12 2.2.1 O ensino tradicional da gramática ................................................................................. 12 2.2.2 O ensino da gramática numa perspectiva interacionista .............................................. 14 3 O LIVRO DIDÁTICO E O TRATAMENTO DA GRAMÁTICA: DISCUSSÃO E ANÁLISE ................................................................................................................................ 15 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 27.

(9) 8. O ENSINO DA GRAMÁTICA NO LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA PORTUGUESA. Arlene Alves de Oliveira*. RESUMO Ao longo do tempo, o ensino da gramática vem sendo questionado por professores, especialistas e até alunos, considerando as mudanças ocorridas, espera-se um ensino voltado para o desenvolvimento de competências e habilidades comunicativas. Nessa perspectiva, este artigo tem o objetivo de entender de que forma o ensino da gramática é proposto no 6º ano do ensino fundamental, a partir da análise do livro didático de língua portuguesa, disponibilizado pelo Ministério da Educação a todas as escolas públicas do país. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, fundamentada nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998), além de teóricos que se preocupam em discutir um ensino de gramática produtivo, que dê primazia a língua em uso, a saber: Antunes (2007), Geraldi (1984, 2004), Possenti (1996), Neves (2014), Perfeito (2005) entre outros. Um estudo que aponta para a necessidade de se intensificar o debate quanto ao redirecionamento do tratamento dado ao ensino de gramática na escola. Palavras-chave: Linguagem. Gramática. Ensino.. 1 INTRODUÇÃO. Anterior à década de 1980, o ensino da gramática vem sendo questionado por vários autores: Neves (2014), Travaglia (2005) entre outros, provocando discussões em relação a sua eficácia no processo de ensino-aprendizagem. O discurso produzido sobre as práticas docentes denunciavam um ensino transmissivo da gramática na escola, o que levou várias correntes teóricas a se inquietarem, com destaque para a Linguística Textual, com o objetivo de discutir um ensino mais produtivo e instaurar nas aulas de língua portuguesa uma perspectiva com vistas aos usos sociais da língua. Desse modo, é possível definir a aula de língua portuguesa como um processo interacional por ser um espaço em que há constantes mecanismos para a interação oral e escrita. Assim, os materiais didáticos precisam imprimir mudanças no sentido de possibilitar um ensino com vistas ao desenvolvimento da competência comunicativa do aluno, promovendo a interação e dando primazia aos aspectos sociais da língua e deixando de lado. *. Aluna de Graduação em Letras na Universidade Estadual da Paraíba – Campus IV E-mail: oliveira_arlene@yahoo.com.br.

(10) 9. um ensino pautado nas concepções estruturalistas que impedem que o sujeito possa se desenvolver em sua plenitude linguística. Nesse sentido, este artigo tem como objetivo entender de que forma o trabalho com a gramatica é proposto no 6º ano do Ensino Fundamental, a partir da análise de um livro didático de Língua Portuguesa, disponibilizado pelo Ministério da Educação a todas as escolas públicas do país, considerando que se trata do recurso didático-pedagógico mais acessível tanto ao aluno quanto ao professor, uma vez que é passível de uma distribuição em larga escala. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, uma vez que não interessa ao pesquisador a quantidade, mas a problematização e discussão dos dados obtidos. As proposições alcançadas serão analisadas à luz da Linguística Textual, fundamentada em autores que se preocupam em discutir a gramática numa perspectiva interacionista, que possibilite ao sujeito-aluno o desenvolvimento integral de sua competência linguística, uma vez que, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998, p. 20), aprender a língua “é aprender não somente palavras e saber combiná-las em expressões complexas, mas aprender pragmaticamente seus significados culturais e, com eles, os modos pelos quais as pessoas entendem e interpretam a realidade e a si mesmas”. Assim, teóricos como Antunes (2007), Perini (1997), Travaglia (2005), entre outros, fundamentarão esta pesquisa, apontando para a necessidade de se intensificar o debate quanto ao redirecionamento do tratamento dado ao ensino de gramática na escola, a fim de instaurar um ensino que satisfaça as perspectivas no quesito de desenvolvimento de habilidades e competência comunicativas.. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Concepções de Linguagem. As concepções que se formam acerca do mundo e dos elementos a sua volta determinam sobremaneira o modo como nos portamos enquanto sujeitos sociais. Em relação ao ensino de língua portuguesa, as concepções de linguagem adotada vão determinar o direcionamento e o tratamento dado à gramática na escola. Nesse sentido, faz necessário compreender as concepções de linguagem adotadas por Geraldi (2004) Travaglia (2005) Perfeito (2005), “linguagem como expressão do pensamento”, “linguagem como instrumento de comunicação” e “linguagem como forma de interação”, para apropriando-se desses conceitos, proceder à análise do livro didático de.

(11) 10. língua portuguesa e entender de que forma o ensino da gramática contribui para o desenvolvimento da competência comunicativa do aluno.. 2.1.1 Linguagem como expressão do pensamento. Conforme os estudos de Perfeito (2005), o conceito de linguagem enquanto expressão do pensamento sustenta-se na tradição gramatical tradicional grega. Nessa concepção se prega que a expressão se dá no interior da mente e o exterior é apenas uma tradução. De acordo com Travaglia (2005, p. 21), nessa concepção:. As pessoas não se expressam bem porque não pensam. A expressão se constrói no interior da mente, sendo sua exteriorização apenas uma tradução. A enunciação é um ato monológico, individual, que não é afetado pelo outro nem pelas circunstâncias que constituem a situação social em que a enunciação acontece.. Percebe-se então que na mente do individuo acontece primeiro uma enunciação para depois ser a linguagem. Embora a linguagem seja, também, “expressão do pensamento”, ela exterioriza-se a partir da linguagem externa, isto é, da interação verbal, ou seja, não apenas vindo do interior para expressar o exterior. O autor ainda ressalta que se calcula que há normas a serem adotadas para o preparo lógico do pensamento e, por conseguinte, da linguagem. Nesse sentido, pode dizer que a linguagem é considerada um dom, e, portanto, o indivíduo pode controlar o êxito de uma adequada forma de comunicação. De acordo com a ideia do que seja a própria concepção de linguagem, produzir textos é botar o pensamento em formato de linguagem e seguir as regras impostas pela gramática prescritiva, procurando, além da perfeição gramatical, a lógica entre os aspectos coerentes e sintáticos. Essa concepção é o da gramática prescritiva ou tradicional, que considera apenas certo, o conjunto de regras a serem a seguidas do falar bem e escrever bem de acordo com a norma culta, tudo o que foge é considerado erro tornando-se indiferente a realidade atual e fazendo descaso dos contextos.. 2.1.2 Linguagem como instrumento de comunicação Essa concepção está contida na LDB n. 5692/71 este documento não impede o ensino da gramática, mas defende que todos os indivíduos tenham o direito de ter acesso a língua.

(12) 11. padrão. Por essa vertente a linguagem passa a ser entendida como meio objetivo para a comunicação, a partir da década de 70 no ensino de língua portuguesa. “A língua é vista como um código, ou seja, como um conjunto de signos que se combinam segundo regras, e que é capaz de transmitir uma mensagem, informações de um emissor a um receptor” (Travaglia, 2005, p. 22). A língua é tida como algo pronto e acabado sem alterações e intervenções do social, estudada separada de seu uso, sem levar em consideração os sujeitos e a situação de comunicação. Essa perspectiva de concepção deixa a língua fora de seus interlocutores, uma língua inseparável de sua forma. Para Perfeito (2005) a língua é vista como um código, conjunto de signos que se ajustam de acordo com regras, e que tem a função de apenas transmitir uma mensagem do emissor ao receptor sem levar em consideração a situação real do ato de comunicação é uma forma passiva. Geraldi (2004) ainda diz que geralmente essa concepção é a mais vista em livros didáticos, instruções ou propostas de produção de textos. Muitos desses livros apenas pedem para seguir o modelo, complete os espaços ou responda conforme se pede etc. típico da gramática descritiva. A gramática desse período é a descritiva que é segundo Travaglia (2005) um conjunto de regras seguidas pela estruturação e funcionamento da língua, sua forma e função. A linguagem aqui não é um dom, e sim uma competência, o objetivo da língua é transmitir dados do emissor (codificar) para o receptor (decodificar); a leitura é feita como interpretação de instruções de diálogo, pronto e acabado. A gramática descritiva trata de explicar as estruturas e o funcionamento da língua. Saber gramática para essa concepção é saber distinguir as expressões de uma língua: como sua categoria, funções e formas bem como anotar, para uma variedade da língua um determinado tempo, as unidades e grupos linguísticos existentes, os tipos de construções prováveis, e a função desses elementos, o modo e o uso dos mesmos.. 2.1.3 Linguagem como forma de interação. A terceira concepção se difere das outras concepções por levar em consideração a interação do emissor e o receptor da mensagem. Os dois atuam de forma ativa nesse processo; aqui, o indivíduo age, atua e desempenha ações através da linguagem a partir de situações reais. Como explica Travaglia (2005, p. 23), “a linguagem é lugar de interação humana, de interação comunicativa pela produção de efeitos de sentido entre interlocutores, em uma dada.

(13) 12. situação de comunicação e em um contexto sócio-histórico e ideológico.” Nesse sentindo pode-se perceber que a linguagem é vista como processo de interação e que a língua não é usada somente para a comunicação, mas para realizar a interação social. A gramática que cabe nessa concepção é a gramática internalizada, conjunto de regras que o falante domina e usa para interagir com os demais interlocutores nos casos reais de comunicação. Ela adota o texto como artifício de estudo, considerando-o a partir dos gêneros discursivos. O papel da língua é desempenhar ações, atuar sobre o outro e, dessa forma, a dominação está nas interações verbais sociais. De acordo com Travaglia (2005), a gramática internalizada não permite ao usuário da língua somente certa liberdade de criações frasais, porém atua em todos os domínios indispensáveis da gramática da língua. A gramática internalizada não é aquela que amplia apenas a competência gramatical dos sujeitos, mas também suas capacidades de produções textuais e possibilitando-lhes a competência comunicativa. É importante pensar nessas concepções para o ensino de língua portuguesa, a fim de atribuirmos um efetivo exercício da linguagem, de acordo com Geraldi (2004, p. 45), para termos “uma diferente concepção de linguagem e construir não só uma nova metodologia, mas principalmente um novo conteúdo de ensino”. Portanto, a discussão sobre tal concepção é de fundamental importância e relevância para o trabalho de Língua Portuguesa em sala de aula, considerando sua relação com a metodologia de ensino e de aprendizagem, além do desenvolvimento das competências e habilidades pretendidas.. 2.2 O ENSINO DA GRAMÁTICA NA ESCOLA 2.2.1 O ensino tradicional da gramática. Ainda persiste no espaço escolar uma prática de ensino da Língua Portuguesa pautada nos exercícios tradicionais de gramática, apesar da necessidade de um trabalho mais reflexivo com a língua. Esse ensino tradicional está enraizado nas escolas, tido como único meio para aprender, esquecendo que a criança traz consigo um conhecimento de mundo e uma língua que se considera diferente da que a escola tem como certa e modelo único a ser seguido, tudo o que foge a ela são considerados erros, desvios. Alguns autores dentre eles Antunes (2007) questiona esse tipo de ensino da gramática normativa. De acordo com a autora:.

(14) 13. [...] a língua não pode ser vista tão simplesmente, como uma questão de certo e errado, ou como um conjunto de palavras que pertencem à determinada classe e que se juntam para formar frases, à volta de um sujeito e de um predicado. A língua é muito mais que isso. É parte de nós mesmos, de nossa identidade cultural, histórica e social. (ANTUNES, 2007, p. 22). Não se afirma que o ensino de gramática seja abolido, mas é preciso entender a linguagem como uma atividade comunicativa, cognitiva e um objeto de análise, considerando as diferentes dimensões da linguagem (discursiva, semântico-pragmática e a dimensão sintática ou gramatical) como forma de entender o seu processo interacional. O professor vai continuar ensinando essa gramática normativa, pois a função da escola é propiciar esse contato com a norma culta, a diferença é que não vai apontar como erro aquilo que seu aluno já traz consigo mesmo que fuja a essa norma padrão, é preciso respeitar sua identidade cultual. É importante ressaltar que as aulas de língua portuguesa não devem ser vistas como mera abordagem de conteúdos descontextualizados, como o único objetivo de ensinar regras e nomenclaturas. Este ensino é um dos mais conservados pilares, que perpassa o tempo e está vinculado às práticas tradicionais de escolarização. Nesse sentido, cabe aos componentes da escola considerar as diferentes concepções de linguagem e procurar desenvolver um trabalho com vistas ao desenvolvimento da competência comunicativa, e habilidades de leitura e escrita. Sobre competência comunicativa, Travaglia (2005, p. 209) define como, “a capacidade ou habilidade de usar a língua de forma adequada às diferentes situações de interação comunicativa a fim de produzir, usando textos, os efeitos de sentidos desejados em cada situação de interação para se comunicar com o outro”. Nesse sentido, o ensino de língua portuguesa deve ser entendido como a possibilidade de interagir de modo que a mensagem seja entendida pelo seu receptor e passe a utilizá-la de acordo com cada momento e espaço diferente. Tudo isso é possível a partir de situações criadas em sala de aula que proporcionem esse contato do aluno quer seja pela produção de texto quer seja pela leitura. Para Campos (2014) o problema do ensino da gramática nas escolas não está na ausência de estudá-la, pelo contrário todos ainda fazem usos das mesmas classificações, e funções sintáticas, contudo, ainda se percebe a ausência de uma efetiva preocupação com os usos efetivos dessa gramática em situações reais, a partir da adoção do texto como unidade de ensino..

(15) 14. Não se trata de abolir o ensino da norma, o que se espera do ensino tradicional de caráter normativo é que o aluno saia da sala de aula no mínimo escrevendo e falando bem, ou seja, tenha aprendido a norma padrão da língua e suas funções, pois segundo Neves (2014) esses resultados interessam: primeiro porque garante a aceitação dos indivíduos; segundo, garante o entendimento do modo de coordenação dos enunciados, e terceiro na obtenção da interação. Esse é o tratamento dado a gramática de caráter tradicional em relação ao ensino. Perini (1997, p. 31) diz que é no campo de desenvolvimento de habilidades intelectuais que o ensino se torna falho. É aquele sistema onde a língua é vista como homogenia, fechada e acabada, enraizadas no ensino tradicional, separada do social. Esse ensino está relacionado muitas vezes às próprias concepções que os professores têm das aulas de língua portuguesa, convencidos de que a verdade já vem pronta e acabada nos livros didáticos. Assim, cabe ao professor a tarefa de ser mediador na relação aluno e conhecimento.. 2.2.2 O ensino da gramática numa perspectiva interacionista. Pensar a língua como forma de interação, possibilita desenvolver no aluno maior proficiência em práticas de leitura, escrita e oralidade. A língua estudada e analisada em situações reais de uso, tende a favorecer a ampliação do domínio linguístico, uma vez que desponta como uma forma mais adequada de ver a linguagem, considerando que nessa concepção o aluno torna-se sujeito ativo de sua aprendizagem, passando a refletir sobre as situações reais de uso com as quais interage no seu dia a dia. A respeito do ensino de gramática, numa perspectiva de linguagem e interação social, Geraldi (1984) ressalta para que o ensino seja organizado a partir do desenvolvimento de leituras e produção de textos e análises linguísticas. Nessa perspectiva, recomenda-se, então, que a reflexão sobre a língua não se limite apenas na condição da palavra e da frase, mas incida também sobre o texto e o discurso, assim esse estudo estará pautado nos usos da língua. Sobre esse aspecto, os Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1998, p. 47) afirmam que “A escola deve assumir o compromisso de procurar garantir que a sala de aula seja um espaço onde cada sujeito tenha o direito à palavra reconhecida como legítima, e essa palavra encontre ressonância no discurso do outro”. Assim, as situações de interação precisam ser fortalecidas a partir de situações didáticas que possibilitem ao sujeito-aluno perceber a importância do outro no processo de ensino e aprendizagem..

(16) 15. Desse modo, Antunes (2007) afirma que ainda persiste nos materiais didáticos e na escola uma “crença tola” de que, para se garantir eficácia nas atividades de raciocinar, de decifrar e de registrar, basta estudar gramática, aprender nomenclatura gramatical. De acordo com a autora, “a língua não pode ser vista tão simplesmente, como uma questão, apenas, de certo e errado, ou como um conjunto de palavras que pertencem à determinada classe e que se juntam para formar frases” (ANTUNES, 2007, p. 22). Daí a importância de se efetivar práticas e concepções com vistas ao desenvolvimento efetivo das competências e habilidades do aluno, que certamente não se reduzem a reprodução de normas e estruturas.. 3 O LIVRO DIDÁTICO E O TRATAMENTO DA GRAMÁTICA: DISCUSSÃO E ANÁLISE. As discussões e análises aqui apresentadas foram feitas a partir do livro didático de língua portuguesa, do 6º Ano do Ensino Fundamental, “Para viver juntos” (2015), da editora SM, adotado pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), a ser utilizado nas escolas públicas no ano de 2015. O livro está organizado em nove capítulos, que apresentam a mesma estrutura, iniciando sempre com uma imagem seguida de questões todas interpretativas para favorecer a leitura e apreciação, a fim de aproximar a criança com a leitura. Em sua apresentação, fica clara a concepção de linguagem adotada, uma vez que os autores afirmam a importância da linguagem no processo de interação, já que é ela que permite o sujeito expressar sentimentos e descobertas. Costa (2015) Se você pensar bem vai entender que até nossos silêncios, e sigilosos pensamentos, apenas podem ser ordenados porque podemos contar com esse inexplicável aparato. Desse modo pode-se entender que um dos aparatos para se realizar qualquer coisa, antes se passa por um desses sentidos, sentimentos e expressões. Dada a estrutura linear do livro didático, foi selecionado o capitulo três - HISTÓRIAS EM QUADRINHOS (HQ) que inicia na página 94 e vai até a página 119 e, depois de uma breve discussão sobre o gênero HQ, apresenta uma seção intitulada “Reflexão linguística”, que é destinada ao estudo da gramática, “Substantivos”, conforme imagem a seguir:.

(17) 16.

(18) 17. É possível perceber que o livro didático em análise tenta imprimir um caráter contextualizado, funcional, quando trata do estudo das classes gramaticais.. Embora os. conceitos ainda se façam presentes, as questões que antecedem as definições possibilitam ao aluno refletir sobre a funcionalidade dos substantivos na construção do texto. Sobre essa questão, os Parâmetros Curriculares Nacionais afirmam que “A mediação do professor, nesse sentido, cumpre o papel fundamental de organizar ações que possibilitem aos alunos o contato crítico e reflexivo das práticas de linguagem” (BRASIL, 1998, p. 48). Nessa perspectiva, não se pode atribuir ao livro didático a exclusiva responsabilidade de propiciar um ensino da gramática numa perspectiva tradicional. Ao professor cabe a função de se apropriar de uma concepção de linguagem que possibilite redirecionar as práticas das aulas de gramática de modo a desenvolver no aluno sua competência linguística. Os exercícios que se seguem, apesar dos autores, na apresentação da obra, definir a concepção de linguagem adotada: “a linguagem numa perspectiva interacionista”, não se percebe uma sobreposição da mesma sobre a concepção estruturalista, uma vez que muitas são as definições, classificações e estruturas, com poucos indícios de atividades de interação, como se pode perceber nas imagens que serão analisadas a seguir:.

(19) 18.

(20) 19. Como se pode perceber, os autores fazem usos de conceitos para explicar os assuntos abordados, teorias seguidas de atividades para fixar melhor os conteúdos, juntamente com seus textos em forma de histórias é uma tentativa mais próxima para buscar a interação. Uma das características que se pode perceber ao longo de todo o livro é que não usam frases soltas desconectadas de seus textos para realizar o estudo das classes gramáticas, fazer análise linguística, e nesse sentido, pode ser analisado como um ponto positivo da obra, uma vez que, de acordo com Possenti (1996, p. 47) “[...] não se aprende por exercícios, mas por práticas significativas. [...] O domínio de uma língua, repito, é o resultado de práticas efetivas, significativas, contextualizadas.” Assim, percebe-se que muito se tem a reavaliar e mudar, mas que a responsabilidade não está só no livro didático, cabe ao professor e a equipe pedagógica da escola analisarem o material que chega, como também não seguir fielmente o livro, pois ele nada mais é que um complemento para o professor, pois de acordo com Oliveira (2010) o livro didático não deve ser usado fielmente sem nenhuma modificação, ele é um manual pronto, porém não acabado, ou seja, o livro está sujeito às transformações que o professor necessitar realizar, eles vem já com essa proposta de modificação, por trazerem textos que permitem vários tipos de processos interpretativos, avaliativos e dinâmicos. Na página (Costa, 2015. 98) tem uma atividade referente às classificações dos substantivos, iniciada com a 1ª questão com um poema intitulado “Imagem” do autor Arnaldo Antunes (1993) Após a leitura, é feita algumas perguntas sobre o poema do item (a) até o item (e). A 2ª questão trata-se de uma tira que envolve uma conversa entre Miguelito e Felipe, seguidas das questões (a) até (g)..

(21) 20. Nesta atividade de aproximação com a classificação dos substantivos os autores fazem usos de textos simples e conversas para que os alunos possam interpretar as perguntas lançadas sobre o texto, porém recai no mero saber das classificações; após a leitura, a proposta não instiga a criança a imaginar a pensar, a querer ler novamente aquele texto, pois a curiosidade do aluno não é despertada (uma boa leitura pode levar a vários lugares), se prende apenas a querer que o aluno identifique a classe gramatical, não enfatiza a interação e dá primazia a questões estruturais da classe gramatical. Em nenhum momento o aluno é instigado a descobrir, por exemplo, a função do substantivo no texto, considerado pela teoria.

(22) 21. uma atividade importante, uma vez que, de acordo com Antunes (2007, p. 80). “É hora dos primeiros contatos da criança com a reflexão sistemática sobre o mundo da linguagem: que essa reflexão, nesse primeiro momento, não perturbe a possibilidade de admirar o quanto esse mundo é fascinante”. Ou seja, é relevante adotar mecanismos de estudos da gramática que primem pelo estímulo, o gosto e o aprendizado da língua, com vistas à percepção de seu funcionamento e uso nas mais diferentes atividades de linguagem. A preocupação com a estrutura da língua continua, quando da proposição do estudo dos substantivos e suas flexões. (COSTA, 2015). Os autores organizam cada ponto de uma forma geral e particular ao mesmo tempo, pois cada ponto se responsabiliza por explicar o que lhe cabe. Tem-se na sequência uma introdução ao conteúdo sobre as flexões de substantivos, (flexão de gênero)..

(23) 22.

(24) 23. Mais uma vez também no conteúdo sobre as flexão de grau dos substantivos, os autores do livro didático usam a mesma técnica, como base para explicar o conteúdos fazem usos de pequenas tiras, hitórias em quadrinhos etc, para se chegar a teoria sobre essa classe gramatical, ou seja, mais uma tentativa de estudar classificações de palavras numa perspectiva interacionista. Hà um desejo de inovação, perceptível nas atividades propostas, mas que ainda dá ênfase à norma, às estrututras gramaticais em detrimento dos usos linguísticos e o processo de interação que deveria ser o princípio norteador do livro didático e das práticas do professor. A partir das propostas apresentadas pelo livro didático. para explicar a classe. gramatical, pode-se perceber que há um tímido processo de leitura e interpretação, não proponhe algo que instigue nos alunos o processo de interação e participação conjunta entre os mesmos, mas uma mera realização de atividades, tornando apenas um cumprimento da grade curricular, a fim de que assim garanta a aprendizagem do aluno, só que, como se sabe de pesquisas de estudiosos a alguns anos questionam a eficácia desse ensino tradicional de idenficar nomenclaturas gramaticais. Sobre essa questão, Perini (2006, p. 27-28) afirma que:. Ninguém, que eu saiba, conseguiu até hoje levar um aluno fraco em leitura ou redação a melhorar sensivelmente seu desempenho apenas por meio de instrução gramatical. Muito pelo contrário, toda a experiência parece mostrar que entre os pré-requisitos para o estudo da gramática estão, primeiro, habilidade de leitura fluente e,depois um domínio razoável da língua padrão [...] Assim, para estudar gramática com proveito, é preciso saber ler bem – o que exclui a possibilidade de se utilizar a gramática como um dos caminhos para a leitura.. Assim, é preciso que se estimulem o ensino da gramática a partir de estruras de textos funcionais, para que se conceba que é o uso da linguagem que requer o uso da gramática, e não o contrário, como se pode perceber na atividade proposta em (COSTA, 2015, p. 112) em que se utiliza imagem e texto, a exemplo de outras recorrências na obra em análise..

(25) 24.

(26) 25. Esta atividade reforça mais uma vez que o livro didático tem uma tentativa de introduzir uma mudança na aprendizagem pela forma como elaborou a estrutura do livro e suas atividades, mas que acaba recaindo no tradicionalismo, por conter em suas atividades teorias e propor exercícios de pura fixação dos contéudos programados, com vistas à memorização de regras gramaticais. Nesse sentido, o papel do professor torna-se mister, uma vez que o redirecionamento a partir das situações propostas no livro em análise podem colaborar de forma significativa para o desenvolvimento da competência linguística do aluno. Todas as situações analisadas partem de um gênero de texto que, embora não seja explorado, acenam para a possibilidade de um efetivo trabalho de estudo da linguagem, da gramática e do texto. Cabe, portanto, ao professor assumir o papel de um pesquisador de sua prática pedagógica e explorar, da melhor forma possível, o que vem proposto no livro didático, uma vez que de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998), as situações didáticas devem possibilitar ações para que os alunos utilizem a linguagem nos mais diferentes contextos de uso, passando a gramática a assumir importante papel nos estudos da linguagem.. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS. Esta pesquisa, de caráter qualitativo, buscou investigar o tratamento dado a gramática no livro didático de Língua Portuguesa “Para viver juntos”, do 6º ano do ensino fundamental, da editora SM, adotado pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), utilizado nas escolas públicas no ano de 2015. A partir do que foi pesquisado e analisado, pode-se entender que muito ainda se tem para melhorar quanto ao tratamento dado à gramática nos livros didáticos. Ainda é perceptível, apesar do esforço adotado, propostas com vistas a um estudo com primazia ao estudo das categorias gramaticais. Porém, é importante ressaltar, que não se pode atribuir total responsabilidade de eficácia na aprendizagem ao livro didático, pois ele é apenas um meio para se alcançar os objetivos almejados. A escola e todo corpo docente também se apresentam como sujeitos responsáveis pelo redirecionamento e a forma como buscam desenvolver as habilidades dos alunos, desse modo devem ser ativos para selecionar e procurar o melhor para suas práticas, de forma que promova e aprimore a aprendizagem dos sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem..

(27) 26. No livro didático analisado, os autores iniciam sua apresentação introduzindo o processo de interação, mas quando partem para as atividades não são fieis ao que tinha sido proposto nas orientações, recaindo no tradicionalismo, não conseguindo atender as exigências de modo que as atividades promovam o processo de interação, em que o aluno pudesse perceber a funcionalidade do estudo da gramática. Entretanto, é importante ressaltar que o livro didático, apesar de ser um instrumento bastante utilizado, não dispensa um olhar atento da escola e, mais especificamente, do professor de língua portuguesa, na escolha de outros mecanismos que possibilitem um ensino de língua pautado na linguagem enquanto processo interativo. Nesse sentido, urge necessidade de um olhar crítico e investigativo por parte do professor de língua portuguesa, para que o livro didático seja cada vez mais instrumento que possibilite as condições necessárias para uma melhor aprendizagem, possibilitando, efetivamente, a autonomia dos sujeitos envolvidos. Outrossim, ressaltamos a importância desse estudo, no sentido de possibilitar uma reflexão sobre o ensino de linguagem que temos e o que pretendemos ter, a partir do uso desse importante recurso didático-pedagógico, que é o livro didático, além de chamar a atenção para a necessidade da intensificação desse debate por outros estudiosos da área.. THE TEACHING OF GRAMMAR IN THE BOOK DIDÁTICO DE LANGUA PORTUGUESA. ABSTRACT. Over time, the grammar school has been questioned by teachers, experts, students and even considering the changes from the Linguistics Textual that enables a teaching geared to developing communication skills of the student. From this perspective, this article aims to understand how the grammar school is proposed in the 6th year of elementary school, from the textbook analysis Portuguese this series provided by the Ministry of Education to all public schools in the country . This is a qualitative research, grounded in assumptions of linguistics Textual and based on the National Curriculum Parameters (BRAZIL, 1998), and theorists who are concerned to discuss a teaching more productive grammar, with a view to a school that gives primacy to the language in use, namely: Antunes ( 2007), Geraldi (1984, 2004), Possenti (1997), Snow (2014), Perfect (2005) among others. A study points to the need to intensify the debate on the redirection of the treatment given to grammar teaching in school. Keywords: Linguaje. Grammar. Teaching..

(28) 27. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. ANTUNES. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo: Parábola Editorial, 2007.. BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos de ensino fundamental: língua portuguesa- Brasília: MEC/ SEF, 1998.. CAMPOS, Elísia Paixão. Por um novo ensino de gramática: orientações didáticas e sugestões de atividades. Goiânia: Cânone Editorial, 2014.. COSTA, Cibele Lopresti. Para viver juntos: português, 6º ano: anos finais do ensino fundamental. 4. ed. São Paulo: Edições SM, 2015.. GERALDI, João Vanderley. Concepções de Linguagem e Ensino de Português In: GERALDI, João Vanderley. (org). O texto na sala de aula. 3. ed. São Paulo: Ática, 2004.. ___________O texto na sala de aula. São Paulo Ática, 1984.. NEVES, M. H. M. Que gramática estudar na escola? Norma e uso na língua portuguesa. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2014.. OLIVEIRA, Luciano Amaral. Coisas que todo professor de português precisa saber: a teoria na prática. - São Paulo: Parábola Editorial, 2010.. PERFEITO, A, M. Concepções de linguagem: Teorias Subjacentes e Ensino de Língua Portuguesa. In: RITTER, L.C. R. SANTOS (org). Concepções de linguagem e ensino de língua portuguesa. Coleção formação de professores EAD, n. 18. Maringá: Eudem, 2005, v. 1 pp 27-79.. PERINI, Mário. Gramática descritiva do português. São Paulo: Ática, 2006. ____________. Sofrendo a gramática: ensaios sobre linguagem. 3. ed. São Paulo: Ática, 1997.. POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas, São Paulo: Mercado de Letras, 1996.. TRAVAGLIA, L. C. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática. São Paulo: Cortez, 2005..

(29)

Referências

Documentos relacionados

Como exposto na restrição de statless, toda requisição para um servidor REST é processada de maneira independente sem qualquer salvamento de estado do cliente,

A presença do familiar durante as consultas de pré-natal, na percepção da própria gestante e de seus fa- miliares, constitui uma importante dimensão do cuidado à gestante de

Neste capítulo foi apresentado a análise dos testes realizados para a obtenção de uma tabela de quantização robusta utilizando o método de algoritmos genéticos aplicado a um

Os resultados alcançados com essa análise, apontam a favor do material analisado pelo fato de oportunizar o ensino da Língua Portuguesa de forma significativa, com temas

A análise das actividades laboratoriais incluídas nos manuais escolares de Geologia do ensino secundário português permitiu detectar a existência de quatro formas

3 O presente artigo tem como objetivo expor as melhorias nas praticas e ferramentas de recrutamento e seleção, visando explorar o capital intelectual para

Baseada no ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act) a ISO 14001 especifica os requisitos mais importantes para identificar, controlar e monitorar os aspectos do meio