• Nenhum resultado encontrado

Avaliação de um programa de treinamento da flexibilidade utilizado para compensação de esforços

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Avaliação de um programa de treinamento da flexibilidade utilizado para compensação de esforços"

Copied!
140
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PATRÍCIA FRANCO RABELLO THEODORO

AVALIAÇÃO DE UM PROGRAMA

DE TREINAMENTO DA FLEXIBILIDADE

UTILIZADO PARA COMPENSAÇÃO DE ESFORÇOS

CAMPINAS

2004

(2)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PATRÍCIA FRANCO RABELLO THEODORO

AVALIAÇÃO DE UM PROGRAMA

DE TREINAMENTO DA FLEXIBILIDADE

UTILIZADO PARA COMPENSAÇÃO DE ESFORÇOS

Este exemplar corresponde à redação final da dissertação de mestrado, defendida por Patrícia Franco Rabello Theodoro e aprovada pela Comissão Julgadora em

05/04/2004.

Y1Jâ;u2:-rv~Cu

J1

wo/LO.ACÚ-

·C2uo

Da.fJ1.K...--Orientadora:

~ariânge1a

Gdgliardi Caro Salve

CAMPINAS

2004

(3)

UNiDADE N' CHJ~M!,!lA

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BmLIOTECA- FEF UNICAMP

Theodoro, Patricia Franco Rabello

Avaliação de um programa de treinamento da flexibilidade utilizado para compensação de esforços I Patricia Franco Rabello Theodoro.- Campinas, SP: [s.n.], 2004.

Orientador: Mariangela Gagliardi Caro Salve

Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas.

1. Ambiente de trabalho. 2. Postura humana. 3. Exercício fisico. 4. Doenças profissionais. 5. Ergonomia. I. Salve, Mariangela Gagliardi Caro. II. Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física. IH. Título.

(4)

AGRADECIMENTOS

Profi

Mariângela Gagliardi Caro

que me recebeu como sua orientanda,

que sempre esteve disponível,

que me deu sugestões, que me orientou,

que analisou e discutiu comigo o trabalho,

v

que esteve atenta às minhas dúvidas e principalmente por sempre se mostrar compreensível e amiga.

(5)

AGRADECIMENTOS

~"~"'',{""'

examinadora,

Dr'l. Regina Simões,

Dr. Marcelo Belém,

Dr. José Antonio Barbosa e

Dr Antonio Carlos de Moraes

pela grande contribuição, incentivo e principalmente por acreditar em

meus esforços desde a graduação, me apontando caminhos para que

eu pudesse crescer e produzir.

(6)

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

M.r'n"' homenagem especial aos meus pais, cujo apoio, incentivo e ajuda foram essenciais para que eu pudesse alcançar este título.

Ao meu esposo, Nelson que constantemente compreendeu pacientemente os meus momentos de estresse. Agradeço ajudar e por saber entender o COimo·leJ<:o

caminho percorrido na realização deste mestrado.

Aos meus irmãos: Marcelo, que muito me auxiliou na parte prática da pesquisa e sempre se mostrou pronto para ajudar, e Diego que consecutivamente me

acompanha, ambos são pessoas muito especiais para mim.

José de Almeida foi a pessoa me

entusiasmou para eu que continuasse os meus estudos na área acadêmica e sempre me orientou em tudo que necessitei.

A Proí" Dr" Antonia Dalla Pria Bankoff, a sua pessoa em especial e às palavras firmes e ao mesmo tempo tão carinhosas, dadas no momento certo, que contribuem e despertam o crescimento de todos os profissionais que envolve. À todos do Laboratório de Eletromiografia e Postura da Faculdade de Educação

Física- UNICAMP, pela amizade que se depender de mim será eterna. Aos Profs Drs. Orival Andries Júnior, Marcelo Belém e Antonio Carlos de Moraes por me acolherem quando adentrei à universidade, por me oferecer ajuda e pelas

palavras de encorajamento.

À todos os funcionários do Hemocentro- UNICAMP, em especial à Sr" Elzani, que acreditou em minha pesquisa e tornou-a possível, para que fosse concluída.

Ao CNPq pelo apoio e incentivo à pesquisa científica.

Obrigada a todos os meus AMIGOS que me incentivaram, que analisaram e discutiram comigo a pesquisa e que de alguma forma se envolveram com meu

trabalho e com minha trajetória de mestranda.

A todos vocês Gratidão e carinho infinitos.

(7)

RESUMO

As inovações tecnológicas têm feito parte do programa das empresas

buscam sua produção, visando o melhoramento de seus

e serviços. Porém, pouco se tem feito para melhorar as condições de trabalho, levando-se em consideração a saúde do trabalhador. As doenças profissionais, decorrentes do tipo de trabalho e da posição de execução, abrangem milhares de trabalhadores. Além da fadiga provocada pelos as doenças ocupacionais. Neste estudo, procurou-se verificar alguns dos fatores riscos e patologias que podem ocorrer durante a atividade laboral, das pessoas que trabalham na posição sentada e realizam o trabalho de digitação. Os motivos mais comuns para a aquisição de patologias por parte desta posição são os movimentos repetitivos, a postura incorreta, a ergonomia inadequada, o estilo de vida sedentário, entre outros. Foi elaborado um programa de compensação de esforços para diminuição dos desconfortos músculo-esqueléticos, onde os indivíduos participaram durante seis meses de sessões compostas por alongamentos, atividades para consciência postura! e respiratória, com duração de quinze minutos cada uma, realizada no próprio local de trabalho no decorrer das atividades diárias. Selecionou-se 33 indivíduos, sendo 06 homens e 25 mulheres, com idades compreendidas entre 17

e

49 anos, todos funcionários do Centro de Hematologia da UNICAMP - Hemocentro. Como resultados, podemos observar a diminuição de dores, desconfortos

e

tensões apresentadas pelos participantes no início do programa

e

um aumento significativo da flexibilidade das estruturas articulares avaliadas em ambos os sexos.

(8)

ABSTRACT

technological innovations have been making part of the program of

companies that look for his/her seeking

technological improvement their products and servíces. However, little it is had done to improve the work conditions, being taken into account the worker's health. The professional diseases, current of the work type and of the execution position, they include thousands of workers. Besides the fatigue provoked by the repetitiva

mrM<>Im<>nt<> in periods of exist diseases.

this study, it tried to verify some the factors of risks and pathologies that can happen during the activity laboral, of the people that work in the seating position and they accompiísh the fingering work. The most common reasons for the acquisition of pathologies on the part of thís position are the repetitiva movements, the incorrect posture, the inadequate ergonomics, the sedentary lifestyle, among others. A program of compensation of efforts was elaborated for decrease of the muscle-skeletal discomforts, where the individuais participated for six months of sessions composed by prolongations, activities for conscience posture and breathing, with duration of fifteen minutes each a, accomplished at the own work placa in elapsing of the daily activities. lt was selected 33 individuais, being 06 men and 25 women, with ages understood between 17 and 49 years, ali employees of the Center of Hematology of UNICAMP- Hemocentro. As results, we can observe the decrease of pains, discomforts and tensions presented by the participants in the beginning of the program and a significant increase of the flexibility of the structures articulate appraised in both sexes.

(9)

XV

Resumo ... . Abstract ... .

SUMÁRIO

Lista de Figuras ... xix

Lista de Tabelas ... xxiii

1. INTRODUÇÃO ... . REVISÃO DA LITERATURA ... 09

2.1 Ergonomia ... 09

2.2 Posturas corporais ... 15

2.3 Flexibilidade ... 24

2.3.1 Métodos de treinamento da flexibilidade ... 26

2.3.2 Os componentes da flexibilidade ... 31

2.3.3 Fatores que influenciam a flexibilidade ... 33

2.3.4 Benefícios de um programa de flexibilidade ... 36

2.3.5 Avaliação da flexibilidade ... 38

2.3.6 Considerações musculares da flexibilidade ... 39

2.3.7 Proprioceptivos ... 42

2.3. 7.1 Proprioceptivos musculares ... 43

2.3.7.2 Proprioceptivos articulares ... 46

2.4 Estudo das articulações ... 47

2.5 Coluna Vertebral humana ... 50

2.5.1 Coluna Vertebral Cervical.. ... 53

2.5.2 Coluna Vertebral Torácica ... 54

(10)

J. MATERIAL E MÉTODO ... 56

1 Sujeitos e realização pesquisa ... 56

Estratégias ... . Coleta de dados referente à avaliação de perfil e à avaliação de presente nas atividades ... 57

... 63

3.5 Programa de compensação de esforços ... 66

3.6 Aspectos éticos da pesquisa ... 72

RESULTADOS ... . 4.1 Análise resultados referente à av<:;lia!;:ãO 4.2 Análise dos resultados referente à avaliação de dor presente nas atividades ocupacionais ... 91

4.3 Análise dos resultados referente à avaliação da flexibilidade ... 92

5. DISCUSSÃO ... 103

6. CONCLUSÃO ... 116

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 120

(11)

X1X

LISTA FIGURAS

Figura 01: Flexão lateral de tronco com braço estendido ... 67

Figura 02: Circundução dos ombros ... 67

Alongamento o ... 67

Figura Rotação do tronco ... 67

Extensão dos braços para e para baixo ... 68

06: Alongamento para o quadríceps ... 68

Figura 07: Alongamento para região superior das costas ... 68

Figura 08: Flexão da coluna vertebral... ... 68

Figura 09: Rotação da coluna cervical. ... 69

Figura 1 Circundução da coluna carvical ... . 11: ... 69

Figura 1 Alongamento para coluna lombar ... 69

Figura 13: Alongamento "Encostar atrás" ... 70

Figura 14: Alongamento para região anterior dos ombros ... 70

Figura 15: Alongamento para o ombro ... 70

Figura 16: Alongamento para o ombro ... 70

Figura 17: Respiração diafragmática ... 71

Figura 18: Extensão dos dedos ... 71

Figura 19: Flexão dos dedos ... 71

Figura 20: Sexos ... 73

Figura 21: Nível de escolaridade ... 74

Figura 22: Estado civil ... 74

Figura 23: Número de dependentes ... 75

Figura 24: Profissão ... 75

Figura 25: Posto de trabalho ... 76

Figura 26: Tempo que trabalha no Hemocentro ... 76

Figura 27: Tempo que trabalha fora do Hemocentro ... 77

Figura 28: Horas diárias trabalhadas ... 77

Figura 29: Horário de início do trabalho ... 78

Figura 30: Horário do término do trabalho ... 78 Figura 31: Duração do almoço ... .

(12)

Figura 32: Local das refeições ... 79

Figura 33: Posição predominante de trabalho ... 80

Figura Figura 35: Presença de desconfortos físicos - Homens ... . Figura 36: Presença de desconfortos físicos - Mulheres ... . Condições físicas de trabalho ... . Figura 38: Motivos quanto à inadequação ... 83

Figura 39: Prática de atividade física ... 83

Figura 40: Modalidade que pratica ... 84

Figura 41: Freqüência da prática da atividade física ... 84

Figura Local da prática da atividade física . . . 85

Quanto tempo a . . . ... . .. . . . .. .. . . .. .. .. . .... 85

Figura 44: Duração da atividade física ... 86

Figura 45: Consumo de bebida alcoólica ... 86

Figura 46: Fumantes ... 87

Figura 47: Quantidade de cigarros consumidos por dia ... 87

Figura 48: Quantidade de horas de sono por dia ... 88

Figura 49: Distância da casa em relação ao Hemocentro ... 88

Figura 50: Condução utilizada para deslocamento ao trabalho ... 89

Figura 51: Distribuição por classificação de dor. ... 91

Figura 52: Proporção de dor em cada sessão ... 91

Figura 53: Avaliação da flexibilidade do ombro - Homens ... 93

Figura 54: Avaliação da flexibilidade do cotovelo - Homens ... 94

Figura 55: Avaliação da flexibilidade do punho- Homens ... 95

Figura 56: Avaliação da flexibilidade da coluna cervical - Homens ... 96

Figura 57: Avaliação da flexibilidade da coluna cervical - Homens ... 97

Figura 58: Avaliação da flexibilidade do ombro - Mulheres ... 98

Figura 59: Avaliação da flexibilidade do cotovelo- Mulheres ... 99

Figura 60: Avaliação da flexibilidade do punho - Mulheres ... 100

Figura 61: Avaliação da flexibilidade da coluna cervical- Mulheres ... 101

Figura 62: Avaliação da flexibilidade da coluna cervical - Mulheres ... 102

(13)

UST A DE TABELAS

Tabela 01: Ângulos articulares do ombro, cotovelo, punho e coluna cervical .. 65 Tabela 02: Região corporal em sentem desconforto ... .. Tabela 03: Significado do programa ... 89 Tabela 04: Mudanças após programa ... 90 Tabela Avaliação e Reavaliação Flexibilidade -Homens ... .. Tabela 06: Avaliação e Reavaliação da Flexibilidade do cotovelo- Homens .. Tabela 07: Avaliação e Reavaliação da Flexibilidade do punho- Homens ... 95 Tabela 08: Avaliação e Reavaliação da Flexibilidade da cervical- Homens ... 96 Tabela 09: Avaliação e Reavaliação da Flexibilidade da carvical- Homens ... 97 Tabela 1 Avaliação e Reavaliação da Flexlbllld<lde

Tabela 11: Avaliação e Reavaliação da Flexibilidade do cotovelo- Mulheres. 99 Tabela12: Avaliação e Reavaliação da Flexibilidade do punho- Mulheres ... 1 Tabela 13: Avaliação e Reavaliação da Flexibilidade da carvical- Mulheres 101 Tabela 14: Avaliação e Reavaliação da Flexibilidade da cervical- Mulheres 102

(14)

1

1. INTRODUÇÃO

Através acelerado das inovações ocorridas no mercado de trabalho moderno, as empresas estão em busca do melhoramento tecnológico de seus produtos e aumento da produtividade. Porém, o que normalmente se passa despercebido é a prevenção quanto à saúde ocupacional de seus

Com a evolução eletrônica, muitos são os cargos dispostos em empresas. de trabalhadores que permanecem sentados em mesas de trabalho e em terminais de computadores. A partir disso, as conseqüências negativas desta postura estática durante todo o dia é bastante agravante.

à diversas agressões físicas. que geram hábitos posturais inadequados e levam os mecanismos de defesa do organismo à ações compensatórias (MUNHOS, 1995).

As posturas inadequadas são realidades em diferentes cargos e funções de trabalho. O desgaste corporal é causador do surgimento de patologias que estão relacionadas com o ramo de atividade daquele trabalhador, além das diferentes origens de acidentes de trabalho, onde suas características existentes também são relacionadas com o trabalho executado (POSSAS, 1989).

O trabalho, atualmente, decorre a um subdesenvolvimento das funções orgânicas, musculares e mentais, ao mesmo tempo em que desenvolve um intenso estresse emocional. Tudo isso devido ao alto grau de automação e mecanização que se faz conseqüências do excessivo impulso competitivo e necessidade de cumprimento de prazos por quem trabalha (PULCINELLI e SAMPEDRO, 1993).

Vilela (2000) relata que durante a jornada de trabalho, a maioria das pessoas adquire posturas corporais incorretas por motivo de má ergonomia de ambientes, e equipamentos de trabalho. A partir do momento que esses fatores negativos não forem descartados, poderão causar fadiga muscular, decorrida de dores e diminuição da atividade motora daquele indivíduo.

(15)

2

Através destas posturas deficientes, surgem os traumas cumulativos, os vícios posturais e os acidentes relacionados com o trabalho, como os DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho).

"No Brasil, a partir de 1986, os DORT assumiram relevância crescente nas estatísticas relativas às inovações tecnológicas as quais foram absorvidas rapidamente, trazendo assim fragmentação e divisões de tarefas, levando os trabalhadores a esforços repetitivos, somados às prolongadas jornadas trabalho, ao despreparo profissional e às exigências de produtividade". (SALVE e BANKOFF, 2000, p. 44 ),

Em diversas ocupações, a repetitividade além de provocarem lesões por esforços repetitivos (LE.R.), causam uma reação fisiológica de saturação m:luro-sensoríal como fadiga, ou seja, síndrome subjetiva comum fadiga nervosa, fadiga muscular localizada; que contribui para diminuição dos níveis de reflexo e concentração da pessoa, aumentando o risco de ocorrer um acidente de trabalho (PIMENTEL 1994 apud PIMENTEL, 1999),

No início dos anos 80, de acordo com Vilela (2000), o Brasil se posicionou como campeão mundial dos acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.

As doenças profissionais e os acidentes de trabalho abrangem a cada mês milhares de trabalhadores. Os índices, evidenciados nos estudos de Costa (1989), demonstram que são superiores ao de qualquer epidemia que o país já vivenciou.

Além da fadiga provocada pela repetição de movimentos em períodos prolongados de trabalho, existem ainda as demais doenças ocupacionais, como as degenerações orgânicas causadas por contato de substâncias tóxicas das mais variadas espécies (POSSAS 1989),

Os problemas da coluna vertebral, principalmente as lombalgias, destacam-se no grupo das doenças relacionadas ao trabalho, diante da sua elevada incidência e prevalência em comunidade de trabalhadores. Estes problemas causam o absenteísmo, incapacidade temporária ou permanente para o trabalho, aposentadorias precoces e invalidez (MAHAYRI, 1996),

(16)

3 Por motivo da ausência inicial de sintomas clínicos, relata Possas (1989), as doenças ocupacionais permitem que o indivíduo continue exercendo suas atividades laborais, o propicia o agravamento do problema possivelmente, este trabalhador se tornará para a produção, até que então seja substituído.

É importante também salientar a importância de um trabalho corporal, mais especificamente de flexibilidade com estes

prepará-los para a realização das tarefas laborais, para que desenvolvam sua mobilidade articular e elasticidade muscular, auxiliando na consciência corporal, correção postura! e respiratória.

Para a definição de flexibilidade e alongamento, Rodrigues (1986), diz que a flexibilidade é eminentemente

mesma autora ""''"" se a flexibilidade

ainda que com um bom trabalho de alongamento, facilita-indivíduo. Nesse sentido, Pollock & Wilmore (1993), explicam que quanto mais ativo for o indivíduo, normalmente mais flexível ele será Por esse motivo é muito importante dispensar atenção à manutenção da função do sistema músculo-esquelético.

Os autores salientam que a prevenção de uma postura inadequada e desconfortos na coluna lombar depende da realização de um programa minucioso de treinamento de força e flexibilidade em um planejamento de exercícios praticados diariamente.

Para Achour Júnior (1994), postura incorreta, retração de movimentos amplos e desequilíbrios corporais, possivelmente combinam com a redução de flexibilidade e de origem de dores musculares, e que o alongamento é utilizado para o desenvolvimento e recuperação da estabilidade corporal.

De acordo com Pollock & Wilmore (1993), as limitadas capacidades de flexibilidade e força prejudicam a vida profissional e social, e indivíduos com carências de capacidades físicas, normalmente são aposentados prematuramente e diminuem as possibilidades de contratações.

A perda da flexibilidade é parcialmente caracterizada pelo envelhecimento e estilo de vida sedentário. Se o motivo for o sedentarismo, a flexibilidade é

(17)

4

não estejam calcificados, e que os movimentos estejam limitados pela mecânica muscular (ACHOUR JÚNIOR, 1995).

O atual comportamento sedentário - que tem como responsável o

e o vida mecanizado, industrializado e automático, juntamente com a busca incontrolável pela produtividade e qualidade - está relacionado diretamente

à hipertensão, obesidade, osteoporose, alguns tipos de diabetes,

CAI~E1'E apud POHL et ai 2000).

O exercício físico é sugerido em diversos estudos como uma compensação do estilo de vida sedentário, sendo que este sedentarismo é um dos principais fatores que desencadeiam doenças cardiovasculares (ALVAREZ e CARDOSO,

1990).

que buscam a implantação de um programa de atividade física são as variáveis: social; integração funcionário/empresa e melhoria das relações entre funcionários; proteção psicossomática e redução de acidentes de trabalho; aumentos da produtividade e representação externa da empresa junto à comunidade -publicidade.

De acordo com Shephard (1992), os programas de atividade física no ambiente de trabalho inclui na melhoria da imagem pessoal; um aumento na satisfação do trabalhador, ocorrendo uma melhora na qualidade da produtividade; uma redução do absenteísmo; redução de custos médicos e uma incidência reduzida de danos industriais.

Além disso, a atividade física, auxilia na facilitação da memória, causando uma melhora na capacitação do funcionário {SANTOS et ai, 1998).

Outros objetivos de um programa de atividades físicas, junto à jornada de trabalho são: a diminuição do estresse do funcionário colaborador, a quebra da rotina de trabalho - motivando o funcionário para as tarefas do dia - o desenvolvimento da consciência corporal, a prevenção dos DORT e doenças por traumas cumulativos, diminuir o número de acidentes de trabalho, corrigir vícios posturais, e promover a sociabilidade e integração entre os funcionários (THEODORO, 1999).

(18)

5

Lindemann (1975) relata que, com a crescente cerga psicológice e a diminuição de movimentos corporais, o surgimento de distúrbios é confirmado, sendo eles a curto ou longo prazo. Salienta atividades de relaxamento dos músculos são extrema importância, somente os músculos relaxam, também uma influência sobre todo organismo. Para Samulski e Lustosa ( 1996), o bem-estar psicológico e o autoconceito, são fatores importantes a qualidade de e também são os motivos que possui maior relação com a satisfação que um indivíduo possa ter com a sua vida.

Nos últimos anos vêm se acumulando conhecimentos científicos sobre o ser humano, suas habilidades e limitações. Portanto é necessário que esse conhecimento seja

trabalho e

mAnt<> aplicado em benefício da melhoria de condições de

IJVIJVV deste Saber r-icntfiM<'A

sendo utilizado na linha de trabalho e produtos (SELL, 1989).

Segundo Santos e Ribeiro (2001) os funcionários com o objetivo de garantir seus salários e empregos, se encontram obrigados a atingir as metas impostas, se sujeitando as constantes complicações locomotoras, como desconforto e dores posturais.

Devemos salientar que além desta probabilidade de ocorrer acidentes, o que incidi inevitavelmente na instituição, é o absenteísmo e os afastamentos que às vezes são por tempo indeterminado. Segundo Basso et ai (2000), para a empresa significe a redução no número de homens/hora trabalhadas devido à

ausência no trabalho, ocesionando perda na produtividade e na qualidade do serviço.

Para procurar solucionar essa perda, a empresa geralmente realiza novos contratos ou pagamentos de horas extras aos funcionários disponíveis, aumentando o custo da produção, além do prejuízo no ritmo e na qualidade de produção de bens de serviços. Para o Estado, as despesas com INSS, decorrem do pagamento de benefícios previdenciário (BASSO et ai 2000).

A preocupação com a ergonomia nos ambientes de trabalho tem passado a ser constante nas empresas desde que foi indiceda como uma das maiores responsáveis pelo absenteísmo. Além da geração de custos para a instituição em

(19)

6

conseqüência desses afastamentos, há também a diminuição da qualidade de vida desses trabalhadores no que diz respeito aos efeitos psicológicos e sociais -decorrente da falta de adequação ao posto de trabalho e, no que respeito às doenças relacionadas aos repetitivos, emprego de força, posições antiergonômicas, entre outros fatores risco 2001 ).

Ferreira (1990) enfoca a necessidade de se saber trabalhar com as desigualdades típicas de uma população como hábitos e condições de vida -para se esquematizar situações de trabalho mais adequadas aos trabalhadores.

Diretores e gerentes das indústrias em geral, devem considerar de forma mais convincente, que o trabalhador não possui somente deveres e regras a

ele acima de r~"'"'r'""'" fases e psicológicas ou físicas.

é um ser humano cansa, se machuca, passa em suas vidas, sejam elas de

Para planejar trabalhos com as diversidades existentes das populações é

imprescindível o conhecimento constitutivo da população específica, Ferreira (1990), salienta que em um país como o Brasil, que possui diferenças regionais e de distribuição de renda, deve-se ater para a não generalização das informações adquiridas em pesquisas realizadas em situações específicas.

É essencial que nós, profissionais da saúde, não tenhamos uma visão simplista de considerar o trabalhador atual como "homem máquina", e sim buscar conhecimentos e estratégias para auxiliar e compatibilizar o seu ambiente de trabalho proporcional às suas necessidades e limitações.

Deste modo, observando o homem em seu ambiente de trabalho; a questão do sedentarismo; a importância da atividade física e da aquisição de uma postura adequada surgiu o interesse por este tema: saúde do trabalhador.

Iniciou-se através do trabalho monográfico da graduação em educação Física no ano de 1999, onde discutimos quais os benefícios de um programa de Ginástica Laboral e quem seria o melhor beneficiado: a empresa ou o trabalhador.

Diante desta pesquisa, que foi realizada na empresa Coca Cola, unidade de Mogi Mirim no interior de São Paulo, através de entrevistas realizadas com os funcionários participantes - compreendidos entre motoristas, auxiliares de

(20)

7

transporte e vendedores - pudemos verificar após doze meses de programa que os benefícios ocorreram para ambos.

Para os funcionários participantes ocorrência de inúmeros benefícios

programa pôde-se constatar a

como: a da postura

durante o dia, diminuição de do1res principalmente na coluna vertebral, bem estar, aumento flexibilidade, possibilitando um das atividades laborais. Para a empresa, observou-se a diminuição dos afastamentos, redução da taxa de absenteísmo, maior disposição dos funcionários para a rotina trabalho, que proporcionou a melhoria da qualidade e da produção do trabalho.

Através destes resultados em que confirma a importância de um programa de atividade física a esta população, inspirou-nos o interesse em pesquisar quais as alt!>ra,ÇÕE!S com rehaçãto à flexibilidlade e nas atividades à

consciência postura! e do ato respiratório principalmente na melhoria da qualidade de vida por meio de um programa de compensação de esforços.

O objetivo geral deste trabalho é verificar a eficácia de um programa de compensação de esforços no ambiente de trabalho e o objetivo específico é examinar os fatores de risco e desconfortos físicos que ocorrem durante a atividade laboral dos indivíduos que realizam trabalhos de digitação na posição sentada.

Com a aplicação de um programa de compensação de esforço, tendo o enfoque principal na flexibilidade, consciência postura! e respiratória, pretende-se analisar e promover a diminuição dos desconfortos músculo-esqueléticos dos participantes, buscando contribuir para uma mudança positiva nos hábitos posturais, garantindo assim a manutenção ou aquisição da qualidade de vida adequada.

Na presente pesquisa, iniciamos na revisão da literatura, onde procuramos através de embasamento teórico a definição de ergonomia, quais os tipos e como os autores se referem às diversas posturas utilizadas pelo ser humano, a flexibilidade em seus inúmeros métodos, os componentes, os benefícios, as formas de avaliação, e finalmente, as considerações sobre a coluna vertebral humana, em suas regiões cervical, torácica e lombar.

(21)

8

Posteriormente apresentamos o material e método que foi utilizado, ou seja, características dos sujeitos, estratégias para implantação do programa de compensação de esforços, formas de avaliação, coleta de dados e estrutura do

""''"'""'m"'

propriamente

Os resultados e suas análises são apresentados a seguir, onde pudemos verificar a intensidade influência um programa com estas características pode ocasionar em um ambiente empresarial, onde o ritmo e o grau de sobrecarga laboral são severos e normalmente sem compensação alguma.

(22)

9

2. REVISÃO DA LITERATURA

tem demonstrado preocupação aos movimentos laborais e às posturas utilizadas nas tarefas ocupacionais, às características das posturas corporais do ser humano desde seu prooesso evolutivo até os dias atuais e, principalmente no que respeito as alterações provocadas pela permanência longos períodos de tempo na posição sentada.

Também buscamos a definição da flexibilidade, suas diversas formas de treinamento, seus componentes, os fatores que a influenciam, os benefícios de um

nn1ar:::~rr1a de desta e as formas avaliação.

Procuramos, no presente capitulo, o reconhecimento das articulações avaliadas, suas considerações, limitações e os possíveis movimentos realizados, bem como a análise da coluna vertebral nas regiões oervical, torácica e lombar.

2.1 ERGONOMIA

Assim, procuramos conoeitualizar o termo Ergonomia, pois não sendo uma proposta isolada, mas sim importante parte responsável pela conservação da saúde do trabalhador, principalmente por ser um estudo multidisciplinar, ou seja, utiliza os conhecimentos de várias disciplinas que possuem fundamentos nas ciências, em busca da adaptação do ambiente e atividades ocupacionais ao trabalho humano.

O termo Ergonomia segundo laville (1977), foi criado e utilizado pela primeira vez pelo inglês Murrel, passando a ser adotado em 1949, quando se criou a primeira sociedade de ergonomia a Ergonomic Research Socity, que se compreendia em diversos profissionais, tais como psicólogos, fisiologistas e engenheiros, que se mostravam interessados nos problemas da adaptação do trabalho ao homem.

A palavra ergonomía é formada pelos termos gregos ergon, que significa trabalho, e nomos, que significa regras, normas, leis naturais (OLIVEIRA, 1999).

(23)

Segundo Wisner (1994) apud Ministério do Trabalho (2003), ergonomia é a ciência em que são empregados o conhecimento tecnocientífico e conhecimento

trabalhadores a respeito de sua atividade laboral.

análise ergonômica trabalho é um processo construtivo e participativo para resolução de problemas, que exige o conhecimento de tarefas da atividade dese;nv<)ivida e das dificuldades enfrentadas, para se atingir o desempenho e a produtividade exigida (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2003).

De acordo com Lida (1990), a Ergonomics Research Socity da Inglaterra, descreve Ergonomia como o estudo do relacionamento entre o ser humano e o seu trabalho, equipamento e ambiente, e principalmente a aplicação dos

r"f'''~"~"'";,.,.,,.,.,tr.,; de e psicologia na solução dos problemas detectados.

A maioria dos autores salientam que a adaptação sempre ocorrerá do trabalho ao ser humano, pois é mais difícil a adaptação inversa. Por esse motivo, salienta o autor Lida (1990), que a Ergonomia necessita do estudo do homem para elaborar o seu planejamento de trabalho, dando os devidos ajustes às limitações humanas.

Segundo Oliveira (1999), a Ergonomia compõe-se de atividades complexas e interdisciplinares e procura compreender as situações do trabalho para promover transformação do processo produtivo, direcionando a principal importância aos trabalhadores. O autor complementa afirmando que a Ergonomia iniciou na Europa, de onde se proliferou para todos os países industrializados, e nos Estados Unidos, no período de 1940-1965, os maiores investimentos foram para a Ergonomia Militar.

Especificamente a Ergonomia surgiu em 1950 nos países desenvolvidos socialmente e industrialmente. No Brasil em 1990, a edição da nova redação da Norma Regulamentadora 17, do Ministério do Trabalho, proporcionou um desenvolvimento significativo da Ergonomia no país (COUTO, 2002, OLIVEIRA,

(24)

11

O seu desenvolvimento segundo Couto (2002), se determinou a quatro princípios básicos instituídos por Taylor- Frederick Winslow Taylor (1856-1915)

) análise racional que foi um engenheiro americano

-técnica correta de trabalho, consistia na cronometragem e análise dos movimentos além da organização da única maneira correta executar o trabalho, tudo direcionado à alta produtividade" este autor, "o método previa um tempo adequado para a recuperação e integridade dos tecidos"; autoridade técnica do engenheiro industrial para fazer a análise do trabalho, essa análise deveria ser realizada pelo técnico específico e com habilitações nessa área; 3) adaptação do homem ao trabalho; e 4) pagamento diferenciado de produção, onde deveria remunerar com um m,::•lhr>r salário pessoas com produtividade maioL

sendo elas a Ergonomia de Concapção; que acontece quando a contribuição ergonômica se realiza no decorrer da fase inicial do projeto ergonômico, sendo ele do produto, máquina ou ambiente, nesta modalidade o custo da Ergonomia não existe, exige-se apenas conhecimento do projeto e dedicação ao estudo prévio das futuras situações de trabalho e modificações às soluções dos problemas; a Ergonomia de Correção, que é aplicada em situações existentes quanto à segurança, fadiga excessiva, doenças do trabalhador, qualidade e quantidade da produção, esta fase é a situação em que a ação do ergonomista se mostra claramente pelos seus conhecimentos e através de sua maneira de coletar as informações quanto ao posto de trabalho, como as medidas físicas do ambiente, fotografias das principais posturas utilizadas, funções, opiniões e características dos trabalhadores; e por fim a Ergonomia da Mudança, que é baseada no acompanhamento e na avaliação permanente ao processo produtivo e na intervenção na fase de mudança, concertos ou de manutenção do projeto (OLIVEIRA, 1999; LIDA 1990; WISNER, 1987; COUTO, 2002).

Couto (2002), salienta que esses princípios causaram grandes problemas, como a complexidade do ser humano, ocorrendo a impossibilidade de conseguir um único e correto método para execução do trabalho; a alienação do trabalhador ao processo decisório, eliminando toda a sua autonomia, seleções físicas e

(25)

12

psicológicas rigorosas, sejam por incapacidade da função ou por desgaste ocorridos relacionados à idade; trabalhos exaustivos até a ocorrência de fadigas; em decorrência ao interesse a um adicional de produtividade; o isolamento trabalhador numa só posição, em sua capacidade criativa, pode-se ocorrer também o desencadeamento de distúrbios osteomusculares através da sobrecarga provocada pela tarefa e sua repetitividade; e a redução das possibilidades trabalhador.

Mesmo ainda não sendo satisfatório (1990) salienta que atualmente há uma maior atenção às necessidades do trabalhador, e procura-se cada vez mais envolver o próprio nas decisões sobre o seu trabalho.

Já Fomasari ai 999), relatam em uma pesquisa que realizaram na lnivers:ida<le Metodista de Pir<lcicaba que, os postos de trabalho não estão ergonomicamente adaptados e que os funcionários não possuem conscientização para a sua utilização, adquirindo posturas inadequadas e realizando movimentos dispensáveis no decorrer da jornada de trabalho.

O objetivo da Ergonomia, como já foi exposto, é ajustar as circunstâncias de trabalho às características dos trabalhadores, porém é primordial o conhecimento geral desta população como as características antropométricas às capacidades físicas, nível de habilidade, gostos, estrutura física e psicológica, condições de vida, formação, idade, sexo, etc (FERREIRA, 1990).

A Ergonomia preocupa-se com o ser humano - nas características físicas, fisiológicas, influência do sexo, idade, formação, motivação e história de vida - a máquina - englobando os meios materiais e os objetos de trabalho como ferramentas, equipamentos, mobiliário, instalações - o ambiente - espaço de trabalho, incluindo aspectos físicos, químicos e biológicos como temperatura, ruído, gases, vibrações, iluminação e cores - informações- comunicações entre os elementos do posto de trabalho, a transmissão, recepção e o processamento de informações - a organização do trabalho - integração dos elementos no sistema produtivo, incluindo horários e turnos de trabalho, formação de equipes,

(26)

hierarquia - e as conseqüências do trabalho - gastos energéticos, fadiga, estresse, controle de tarefas, estudos de erros e acidentes (LIDA, 1990).

Segundo a Associação Brasileira de Ergonomia (2003), (ABERGO), duas técnicas podem ser utilizadas para análise do técnica objetiva ou dírE:lta, e subjetiva ou indireta. A primeira é onde ocorre o das atividades ocupacíonais um longo período de sendo na maioria das vezes feita através registro em vídeo. Dentro desta técnica são utilizados os mé,toclos de observação, em que são utilizados recursos em áudio e vídeo, onde será permitido registrar comportamentos verbais, posturais e habituais; métodos de comunicação, que compreende na tomada de informações sobre que forma os indivíduos se comunicam no trabalho, através de gestos, verbalmente, por estudo dos traços, a preocupação não

é

com a própria atividade, mas sim com o seu resultado, com o que ela pode causar.

A técnica subjetiva é caracterizada pela aplicação de um questionário com questões que necessitem de análise mais aprofundada, onde suas respostas possam ser úteis para a contribuição de uma classificação de tarefas e de postos de trabalho (ABERGO, 2003).

Como salienta o autor Wisner (1987), a Ergonomia realiza uma importante tarefa, mas não exclusiva, na melhoria das condições de trabalho em seu sentido restrito. É necessário considerar os dados sociológicos e psicológicos da atividade do trabalho.

Sabemos que há inúmeras indústrias e empresas que estão cada vez mais intencionadas a visualizar as necessidades e limitações dos trabalhadores em seus mais diversos aspectos, mas também sabemos, que ainda muito deve ser feito e conquistado, não se deixando apenas ao conhecimento científico e teórico, mas sim na aplicação e resolução destes problemas.

Como já salientamos, a Ergonomia se caracteriza de maneira multidisciplinar, e uma destas facções é o estudo da biomecãnica, onde será direcionada a atenção à relação entre o trabalho humano e os movimentos músculo-esqueléticos envolvidos em sua atividade ocupacional. Além disso, a

(27)

análise das diversas posturas e aplicação de força, sendo estas em trabalhos estáticos ou dinâmicos.

Mesmo na postura utilizada para sentar-se à mesa, em ao nm:a-s;e presença de forças. Segundo H"''mill e (1999), ainda que não haja movimentos existem forças entre as costas e a cadeira, o pé e o solo, forças musculares agindo no pescoço para manter a cabeça na posição correta. Os autores explicam que estática é a análise dos sistemas que não estão se movimentando ou que estão se movimentando em velocidade estável a ponto de considerá-los em equilíbrio.

Lida (1990), salienta que o trabalho estático exige contração contínua de um determinado grupo muscular a fim de manter determinada posição.

Para Laville (1 no trabalho o se sem

modificação em sua extensão, ou seja, o músculo provoca uma imobilização dos segmentos ósseos e corresponde à permanência no espaço dos segmentos corporais - como a manutenção de uma determinada postura, ou a ocorrência de uma determinada força sobre um instrumento - esse trabalho estático se caracteriza essencialmente pela força exercida e pela duração do esforço.

O trabalho dinâmico, de acordo com Hamill e Knutzen (1999), se caracteriza pelo movimento realizado, usando a abordagem cinemática, em que se relaciona com as características do movimento, e examina o movimento na perspectiva espacial e temporal sem referências com as forças que o causam; e abordagem cinética, em que se examina as forças que agem sobre o corpo humano ou sobre qualquer objeto.

No trabalho dinâmico o músculo provoca um deslocamento dos segmentos ósseos e corresponde aos movimentos efetuados durante a execução de uma tarefa, tais movimentos passam a serem caracterizados por sua amplitude e velocidade, pela resistência exterior que lhe é oposta, por sua precisão e freqüência (LA VILLE, 1977).

O trabalho dinâmico permite contrações e relaxamentos alternados dos músculos. O músculo provoca um deslocamento dos segmentos ósseos e corresponde aos movimentos efetuados durante a execução de uma tarefa, estes

(28)

movimentos passam então a serem caracterizados por sua direção, amplitude e velocidade, pela resistência exterior que lhe é oposta por sua precisão e freqüência 1990).

ergonomia possui um grande campo de aplicação na área saúde e pode de maneira decisiva quando seus princípios são utilizados para prevenção das doenças do aparelho locomotor relacionadas ao trabalho. na reabilitação e na prevenção de acidentes 1996).

Diante da constante preocupação referente à posição do trabalhador em sua atividade ocupacional, buscamos uma revisão bibliográfica sobre as posturas corporais.

2.2 POSTURAS CORPORAIS

É praticamente inevitável estudarmos a postura humana sem antes revermos a adaptação à postura ereta, foi neste período em que se ocorreram as principais mudanças em que deram origem a uma série de respostas aos hábitos posturais atuais. Por estes primordiais motivos, buscamos o conhecimento deste procasso e as considerações posturais dos dias de hoje.

Quando buscamos avaliar as causas das principais mudanças evolutivas posturais do ser humano, observamos que os parâmetros relacionados às atividades do cotidiano foram determinantes, pois quanto mais complexas elas passaram a ser, mais vieram a influenciar de maneira decisiva na nova postura humana (BRIGUETTI, 1993).

Braccialli (2000) explica que, os processos adaptativos da postura humana, em sua etapa de evolução, deram início nos membros superiores, coluna vertebral, pelve e pés, onde permitiu a aquisição da postura ereta, a liberação das mãos, a encafalízação e o aumento do campo visual.

Segundo a referida autora. a curvatura lombar surgiu no processo de adaptação à posição ereta, onde adicionou-se a resistência à carga e oferecau-se a elasticidade necessária ao movimento, resultando em uma coluna mais resistente e flexível.

(29)

No bipedismo ocorreu o encurtamento de ílio que se curvou para trás, o glúteo maior se deslocou posteriormente da articulação do quadril se tornando extensor ao invés de abdutor, criando a possibilidade da aquisição da posição ereta

e

o caminhar; a função da pélvis se tornou mais complexa por possuir a responsabilidade de sustentar todo o peso do corpo, contudo, o cantro de gravidade se modificou passando oentro do aoetábulo e distribuindo o peso sobre os dois membros inferiores cabeça se equilibrou na posição superior da coluna permitindo que os olhos permanecessem direcionados para frente, juntamente com o tronco teve que se equilibrar sobre os membros inferiores através da cintura pélvica, o corpo todo passou a se sustentar no espaço ocupado pela plantas dos pés, evidenciando mais uma vez a modificação do centro

1985).

Knoplích 985) explica que, esse prooesso de modificações ocorreram devido ao aparecimento das curvas lordóticas na região cervical e na lombosacra, através dessas ocorrências, a massa muscular passou a cumprir uma responsabilidade fundamental, desenvolvendo uma importante força gravitacional que tornou possível a aquisição da postura ereta, suportá-la e caminhar.

Nesse prooesso adaptativo, Hearn (1973) narra que o ser humano faz parte da família dos primatas, é de aparecimento tardio na evolução e está incluso na classe dos mamíferos. Os membros posteriores também se adaptaram sustentando o peso corporal liberando os membros superiores da locomoção para fabricação de objetos e instrumentos e aumentando o campo de visão, neste processo a adoção da postura ereta esteve mais fortemente associada; cinco dígitos se desenvolveram em cada um dos membros, que em seguida se tornaram móveis, além disso, surgiu a clavícula que serviu de suporte quando os braços se movimentavam lateralmente.

No que diz respeito aos membros inferiores, o grande artelho foi perdendo a função anterior de apreensão a passou a colaborar no equilíbrio corporal, e mais tarde se projetou para frente com os demais artelhos (HEARN, 1973).

Para Heam (1973), o ser humano, no processo de bipedismo, modificou o seu alinhamento das vértebras do horizontal ao vertical, aumentando a pressão

(30)

entre elas além do mais com a sobrecarga suplementar da cabeça, tornado a postura ereta uma eterna compressão.

qualquer área que se realiza estudos referentes à postura, todos possuem em comum o concaito básico adaptação. Munhos 995), explica adaptação é a adequação de um organismo às condições do meio ambiente. Para o o alinhamento postura! adapta-se invariavelmente à conservação

portanto a postura humana possui um caráter essencialmente rlini!!m1ir.n sendo este observado especialmente na postura em pé, que depende da contração simultânea de variados músculos.

Postura refere-se à posição do corpo no espaço, não sendo um fenômeno determinado, podendo modificar várias vezes durante um determinado movimento. De com (1997), a postura e o estão CO!noleta1memte associados. Quando ocorre um desconforto, seja ele pela compressão articular, tensão ligamentar, contração muscular, uma nova postura é solicitada.

Os autores complementam que posições habituais sem a ocorrência de alterações de posição podem levar a lesão tecidual, limitação de movimentos ou deformidades.

A postura pode ser entendida como prática, funcional e substancial:

"Praticamente como a pos1çao otimizada, mantida com característica automática e espontânea, de um organismo em perfeita hannonia com a força gravitacíonal e predisposto a passar do estado de repouso ao estado de movimento, funcionalmente dizendo, ela é considerada pelo conjunto de relações existentes entre o organismo como um todo, as várias partes do corpo e o ambiente que o cerca; e substancialmente como um complexo sistema de muitos moldes no qual intervém além do caráter biomecânico, um conjunto de variáveis". (TRIBASTONE, 2001, p.20).

Segundo Cailliet apud Tribastone (2001), a postura é uma expressão somática de emoções, e é considerada uma linguagem própria e verdadeira, sendo que cada um se move como se sente, de acordo com a sua personalidade e condição interior.

(31)

18

Braccialli e Vílarta (2000), relatam que a postura envolve uma dinâmica relação, na qual os músculos esquelétioos se adaptam em resposta a estímulos recebidos.

Moffat e explicam que a postura possui importantes implicações no bem-estar oorporal geral, pois, ela determina a quantidade e a distribuição do esforço sobre vários ossos, músculos, tendões, ligamentos e disoos.

Para Smith et ai (1997}, a postura é um termo utilizado para explicar uma atitude corporal, uma posição relativa de segmentos corporais durante uma atividade, ou uma forma característica de sustentar o próprio oorpo.

Postura é uma maneira dinâmica ou tensional, ou seja, a fnr•m<> estar

o ser humano mantém à custa

1988).

atividade postura! inclui não apenas a manutenção da posição dos segmentos "multicorporais", como também as adaptações posturais unificada aos movimentos voluntários, a capacidade de perceber a orientação espacial de diversos ângulos articulares e o oomando da estabilidade no decorrer da locomoção. Souza (1998), explice que a sustentação postura! pode ser realizada por meio da atuação sinergética do sistema neuromuscular, com embasamento na informação unificada dos sistemas vestibular, visual e proprioceptivo.

Segundo Bankoff (1995), a postura implica fatores anátomo-funcionais, psico-emotivos e sócio-ambientais. Se esses processos não forem levados em oonsideração em um processo educativo, preventivo e reeducativo, acarretará na ooorrência de perturbações e o tornará mais longo, além da possibilidade de gerar ainda mais desequilíbrios.

Leoni (1996), também se refere aos aspectos emocionais e sociais oomo fatores importantes de um modelo postura!. Para o autor um indivíduo extrovertido apresentará um padrão postura! diferente de um indivíduo tímido, como a diferença postura! entre o dominante e o dominado, ou seja, o oonceito que cada um faz de si mesmo é o causador no modelo postura! adquirido. A maneira como

(32)

19

o indivíduo se vê, reflete na sua forma de agir, de se movimentar e de se locomover.

indivicluo procurará quando estimulado endireitar as costas ou levantar a

cabeça, e assim acredita que consegue a postura adequada, mas conseguirá manter esta posição "correta" sem esforço contínuo. Segundo Feldenkrais (1977), no momento em que uma mudança de atenção para alguma atividade emergencial ou interessante ele novamente voltará à sua postura habitual.

Na maioria das vezes os indivíduos não alcançam manter-se na postura correta, ao menos que seja estimulado, ou que se recordem que descuidaram das adequações (FELDENKRAIS, 1977).

e o consecutivamente retoma a essa posição após o estímulo, como uma posição de descanso, é a particularidade do indivíduo, sendo admissível que dependa da imagem corporal, ou seja, a idéia mental que um indivíduo possui a respeito de seu próprio corpo e de suas características.

É presumível tornar-se consciente das posturas, e, no entanto essa é a busca do ser humano, mas só se alcança isso no percorrer de alguns segundos ou no máximo minutos, devido a fase que o indivíduo encontra-se (WEIL e TOMPAKOW, 1986).

Segundo Konz (1999), existem duas variabilidades de postura: a postura estática e a postura dinâmica. O autor salienta que a postura estática se observa quando uma articulação não é movida, possuindo uma carga estática, isto não só diminui o fornecimento de nutrientes e de oxigênio, mas também reduz remoção de desperdícios metabólicos.

A tensão mínima de uma postura está na posição neutra da articulação. Konz (1999) explica que na postura dinâmica um movimento que parte de 90° em uma articulação é o dobro de vezes tão estressante quanto um movimento que parte de 45°, entretanto a tensão de saída da neutralidade varia a cada articulação.

(33)

20

Smith et ai (1997), classificam a postura em pé como: perpendicular, assimétrica e simétrica. A postura perpendicular é solicitada quando a pessoa está em pé rigidamente, ou seja, quando a postura não é natural

e

exige um consciente esforço, ocorrendo uma considerável contração dos músculos, e dispêndio aumentado de energia; a postura assimétrica é a postura em que quando solicitada por tempo, à pessoa busca uma série de variedades de posições para se manter mais oonfortavelmente. E a postura quando são solicitados os pés separados aproximadamente na largura das articulações dos quadris, os braços relaxados aos lados do corpo, e os olhos dirigidos para frente.

A necessidade de mudar de posição é causada pela insuficiência vascular

na cartilagem

e

tenso, e não pela fadiga

Outro fator explicado pelos autores é a manutenção do retomo venoso adequado ao ooração. "A oontração de músculos da perna comprime as veias e ajuda a impulsionar o sangue e a linfa no sentido do átrio direito do ooração para manter o débito cardíaco", esta atividade muscular das pernas chama-se "bomba muscular'' (SMITH et ai, 1997).

Os principais aspectos musculares necessários ao equilíbrio postura! são a capacidade de manutenção de um considerável nível de tônus muscular, o fortalecimento muscular e à ooncordância entre agonistas e antagonistas nas funções de oontração e alongamento. O autor oomplementa que o desajuste do equilíbrio postura! deve ooorrer em oonseqüência à oontração muscular excessiva,

à hipotonia muscular, à tensão muscular exagerada, ao enfraquecimento e à

diminuição do tônus muscular (LEONI, 1996).

Segundo Hamill e Knutzen (1999), na postura em pé ereta, as atividades maiores são dos eretores da espinha, enquanto na postura em pé relaxada, a manutenção da postura é de responsabilidade dos ligamentos e cápsulas.

Na posição em pé, segundo Smith et ai (1997), é mais estável em adultos oom idade entre 20 e 60 anos de idade. Indivíduos oom esta idade possuem sua estabilidade diminuída em 30% quando os olhos estão fechados, e em indivíduos oom idade acima de 60 anos, esta estabilidade perdida aumenta para 50%.

(34)

21

A postura da posição sentada, relatam os autores Hamill e Knutzen 999),

exige um gasto menor de energia sobre o membro inferior - em comparação com a posição em pé - prolongado tempo na posição sentada pode ocasionar efeitos prejudiciais sobre a coluna lombar, principalmente se for na posição fletida, onde

usc:u1cos eretores da espinha.

Na posição sentada, de "'"'""'" com Couto (2002), a pressão ocorrida nos discos intervertebrais é superior à posição em pé e, além disso, contribui para o sedentarismo. O autor salienta que o importante é observar como e onde o indivíduo está se sentando, como em uma cadeira ergonomicamente bem planejada, mesa e acessórios adequados, por exemplo.

Couto relata que a pressão os discos íntervertebrais na posição sentada do ser humano é 50% maior que quando se está na posição em pé, sendo que se ainda ocorrer à inclinação do tronco à frente, esta pressão aumenta ainda mais.

Essas informações se igualam quando Bankoff (1995), salientam que na posição ortostática relaxada, a carga imposta sobre a coluna lombar é de aproximadamente de 60% do peso corporal do indivíduo. Essa carga aumenta-se para 70% na posição sentada e ainda, mais se o tronco se projetar para frente.

Em contrapartida, na posição sentada com suporte, o encosto da cadeira levemente inclinado para trás, e incluindo um suporte lombar, cria uma postura com carga diminuída na região lombar da coluna, assim como a diminuição da pressão intradiscal e da atividade muscular do tronco (HAMILL e KNUTZEN,

1999).

Para Alter (2001), a postura sentada imprópria, com o tempo torna o corpo adaptável aos estresses através de deformações acrescidas dos tecidos posteriores e encurtamento dos tecidos anteriores do tronco, resultando em uma amplitude de movimento diminuída e ao desenvolvimento de dor e desconforto.

No organismo, diversas alterações acontecem quando a posição é a sentada: o alinhamento a curvatura lombar, o aumento da pressão intradiscal,

(35)

dificuldades do retomo venoso nos membros inferiores e encurtamentos musculares (BRACCIALU, 2000).

Moffat e Vickery (2002), afirmam que uma boa postura mantém o

ou seja, este esforço para as estruturas mais aptas de suportá-lo. Esta boa postura compreende principalmente ao alinhamento correto da coluna vertebral, lado, a postura aumenta o estresse total e o para estruturas menos capazes suportá-lo. Qualquer postura incorreta coloca as costas e o pescoço sob riscos de entorses e distúrbios, especialmente por se partir do princípio que as costas e a região lombar são estruturas extremamente sensíveis à postura, e também pode ocasionar o deslocamento da escápula, interferindo a livre movimentação da articulação do ombro.

orcovooc:ar dores de curta duração em uma ou mais áreas, principalmente na região lombar, ou até mesmo evidenciar problemas que já existam. A permanência da má postura origina dores graves e crônicos

problemas ao longo do tempo (MOFFAT e VICKERY 2002).

Tribastone (2001) afirma "o principal fator da postura é o tônus muscular, que não é somente a base da acomodação postura!, mas também a expressão das emoções e dos movimentos ou atitudes".

São muitos os fatores que podem influenciar a manutenção e a reeducação da postura, sendo eles: a hereditariedade, a patologia, o controle emocional, os vícios posturais, o desenvolvimento, os aspectos psicológicos, sociedade e o ambiente. Os autores ainda salientam que a postura é "pura imagem", e que ela é a reação de responder frente a algo, e assim, a partir dessa postura a atitude do indivíduo forma sua própria postura corporal (BANKOFF, 1995).

Para Bridger (1995) embora nós normalmente não estamos atentos as nossas atividades, o trabalho intenso, contínuo e por longos períodos podem conduzir ao incomodo. Comportamentos como dobrar os braços e cruzar as pernas são estratégias de postura para se defender dos atritos acometidos.

A posição sentada não pode se limitar somente à cadeira, mas também incluir a mesa e os demais acessórios da atividade. Não existe nenhuma cadeira que possa ser utilizada de maneira contínua ao longo de oito horas, devido à

(36)

compressão dos tecidos que exigem periódicas mudanças de posição, é

necessário pausas para se ficar em pé, principalmente para pessoas que permanecem sentadas por prolongado (COUTO, 2002),

Os principais fatores influenciam os oomportamentos posturais saudáveis são os aspectos da imagem corporal: social e emocional; e os aspectos apresentam o de esforço muscular e ausência de fadiga, oomo o ajuste de maneiras tencionais equilibradas e baixo de tensão nas unidades músculo-tendão e tendão-osso e a flexibilidade e resistência da região lombar, buscando o equilíbrio das estruturas corporais (LEONI, 1996).

Para o referido autor, os alongamentos prolongados e oom baixo número de repetições, são os mais eficazes

repetições.

que as bruscas trações e grande

Os desvios posturais não se organizam por segmentos isolados, quando se instalam, modificam e desorganizam o sistema looomotor do indivíduo oomo um todo, somando estes desequilíbrios ao seu histórioo de vida, acumulará em uma

série de dificuldades e problemas (BANKOFF, 1995).

Para minimizar o alto acometimento de problemas posturais se faz necessário um trabalho abrangente de base, atuando principalmente no plano preventivo e educacional, possibilitando a mudança de hábitos inadequados

(BRACCIALLI e VILARTA, 2000).

Munhos (1995), estudou dez indivíduos do sexo feminino, não sedentários e que não apresentavam desvios posturais significativos. Como metodologia utilizou a reoonstrução tridimensional a partir de fotos estereoscópicas que tornou possível a localização no espaço euclidiano tridimensional de vinte pontos anatômicos marcados sobre os processos espinhosos da coluna vertebraL

O objetivo da pesquisa foi realizar uma análise tridimensional dos ajustes posturais da coluna vertebral obtidos nos indivíduos submetidos à sobrecarga progressiva unilateraL Aplicou-se na avaliação sobrecargas de 0,4; 12 e 16Kg, calculando-se para cada situação as projeções sagitais, frontais e as curvaturas

(37)

24

Os resultados desse estudo mostraram que perante o aumento da sobrecarga, as respostas posturais foram acentuando-se principalmente em relação ao deslocamento posterior do tronco, a acentuação da curvatura torácica e escolioses.

Levando-se em consideração, às bibliografias, que a manutenção desenvolvimento da flexibilidade auxilia a recuperação e o desenvolvimento de uma postura adequada, no seguinte abordaremos diversas considerações sobre esta importante capacidade física.

2.3 FLEXIBILIDADE

ser estudada como um importante componente da aptidão física relacionada à

saúde e ao desempenho. Farinatti (2000), relata que atualmente se considera a opinião de que níveis mínimos de amplitude articular são indispensáveis para uma boa qualidade de vida.

Segundo Dantas (1999), a flexibilidade é uma "qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesão". Para o referido autor, a flexibilidade apesar de ser uma qualidade física integral, ela ocorre de maneira específica para cada movimento ou articulação.

Hamill e Knutzen (1999), consideram a flexibilidade como um elemento essencial da aptidão física, o seu aumento enriquece a eficácia do movimento, propicia a redução de distensão muscular, melhora a qualidade da postura e a habilidade nos esportes.

A flexibilidade é dependente de inúmeros fatores, como a constituição das articulações, das propriedades elásticas dos ligamentos, dos músculos e da regulação nervosa do tônus muscular (GOMES e FRANCISCON, 1996).

Enoka (2000), relata que os exercícios de flexibilidade são "elaborados para aumentar a amplitude de movimento com músculos dos membros passivos

(38)

25

(estáticos) ou com um ou mais músculos tentando auxiliar no alongamento (dinâmico)".

Para Alter (2001), flexibilidade se caracteriza como a extensibilidade dos tecidos perartículares permitem o movimento normal ou fisiológico de uma articulação ou de um membro.

De acordo com (2002), é a capacidade mni·nr::> originada pela genética e pelo meio ambiente, sendo este o que respeito aos exercícios e ao estilo de vida. Para o referido autor, ela é descrita pela maior medida possível de movimento de um grupo músculo-articular, sem que provoque lesões.

Hamill e Knutzen 999), acreditam que a estrutura articular é um

determinante da a em algumas

das articulações do corpo, resultando no do movimento, os autores também adicionam o tecido mole como outro fator detenminante da flexibilidade, definido-o como um "segmento comprimido pelo tecido mole do segmento adjacente, contribuindo para o término do movimento".

A ocorrência do aumento da flexibilidade acontece pelo uso sistêmico do alongamento, que são solicitações de aumento da extensibilidade muscular e de outras estruturas sustentadas por tempo determinado (BAGRICHEVSKY, 2002).

Ao contrário, a carência da mobilidade, pode restringir a aparecimento da capacidade de força de reação, da velocidade de movimento, da resistência, do aumento dos gastos de energia e tornando mais exaustivo o trabalho, além da facilitação de ocorrência de lesões em músculos e ligamentos (GOMES e

FRANCISCON, 1996).

Os alongamentos são estímulos sistematizados, que buscam a promoção de maiores níveis de flexibilidade. Esses estímulos são requerimentos de acréscimo da extensibilidade muscular e de outras estruturas, mantidas por tempo determinado (SOUZA, 1998).

O alongamento para Dantas (1999), é a forma de trabalho que possui o objetivo da manutenção dos níveis de flexibilidade adquiridos e a execução de movimentos de amplitude normal com o mínimo possível de restrição física.

(39)

26

Segundo Achour Junior (2002), alongamento se caracteriza em um exercício físico que pode manter ou aumentar a capacidade de flexibilidade.

Alongamento destina-se à conquistas superiores da flexibilidade, segundo Ramos (2()0~~) é maior de distensibilidade muscular e de outras estruturas em tempo determinado.

Magnusson et (1996) apud Bagrichevsky explicam que os alongamentos são baseados no princípio de intensificação de fusos musculares e Órgão Tendinosos de Golgi, delicados à mudanças no comprimento, na velocidade e na tensão muscular.

Os alongamentos baseiam-se no princípio de ativação de fusos musculares e Órgãos Tendinosos de Golgi, susceptíveis às modificações no comprimento e

No estímulo originado pelo alongamento, o músculo sofre uma tensão inicial, essa tensão causa o aumento no comprimento dos sarcômeros, atingindo seu limiar, a partir disso, é adicionado o número de sarcômeros, sendo estes de comprimento menor do que na tensão anterior. O aumento do número de sarcômeros faz com que a fibra muscular atinja um comprimento maior, adaptando-se à forma muscular (LEONI, 1996).

2.3.1 MÉTODOS DE TREINAMENTO DA FLEXIBILIDADE

Diante das pesquisas realizadas, pudemos verificar que há diversos métodos de treinamento da flexibilidade, entre os mais referenciados são primeiramente: flexibilidade geral e especial, ativo e passivo, e posteriormente: a flexibilidade estática, passiva, balística, dinâmica

e

o método de Facilitação

Neuromuscular Proprioceptiva.

A flexibilidade geral distingue-se pela mobilidade em todas as articulações corporais e a flexibilidade especial, se refere à mobilidade limitada nas articulações individualizadas, sendo que é determinada pela efetividade da atividade desenvolvida e/ou praticada (GOMES e FRANCISCON, 1996).

Referências

Documentos relacionados

Therefore, the time required for desorption (~ 120 min or more) was always one order of magnitude higher than the time required for complete sorption (~ 30 min). In the

Fórmula infantil em pó, à base de proteína extensamente hidrolisada do soro do leite, para lactentes e crianças de 0 a 36 meses de idade, com diagnóstico de alergia à proteína

O Caderno de Atividades será o seu guia diário que vai orientar, passo a passo, o que fazer no trabalho de campo e como você pode realizar o diagnóstico das condições de vida e

O destaque é dado às palavras que abrem signi- ficados e assim são chaves para conceitos que fluem entre prática poética na obra de arte e sua reflexão em texto científico..

Além desta verificação, via SIAPE, o servidor assina Termo de Responsabilidade e Compromisso (anexo do formulário de requerimento) constando que não é custeado

Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo realizar testes de tração mecânica e de trilhamento elétrico nos dois polímeros mais utilizados na impressão

libras ou pedagogia com especialização e proficiência em libras 40h 3 Imediato 0821FLET03 FLET Curso de Letras - Língua e Literatura Portuguesa. Estudos literários

Principais fontes de financiamento disponíveis: Autofinanciamento: (corresponde aos fundos Principais fontes de financiamento disponíveis: Autofinanciamento: (corresponde aos