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Planejamento de Geração Distribuída Eólica e

Termoelétrica em Sistemas de Distribuição

Leonardo Willer de Oliveira, Ângelo Rocha de Oliveira, Flávio Vanderson Gomes, Bruno Henriques Dias,

Ivo Chaves da Silva Jr..

Resumo  Este artigo apresenta uma metodologia para plane-jamento de geração distribuída (GD) em sistemas de distribui-ção de energia elétrica (SDE), com o objetivo de minimizar os custos de investimento, operação e as emissões de poluentes, além da melhoria da regulação de tensão e da qualidade de energia. As fontes alternativas de energia consideradas são a biomassa e a eólica. Um algoritmo genético (AG) dedicado é proposto para a solução do problema de otimização, que envolve a determinação dos pontos de inserção de GD na rede e dos tipos, biomassa ou eólica, além da capacidade e do fator de potência dos geradores a biomassa. Resultados para um sistema de 33 barras são apresentados para avaliar o método proposto.

Palavras-chaves  Geração a biomassa, geração eólica, gera-ção distribuída, algoritmo genético, sistemas de distribuigera-ção.

I.INTRODUÇÃO

Questões e restrições ambientais atuais têm contribuído para o aumento da inserção em sistemas de distribuição de energia elétrica de fontes alternativas de energia baseada em recursos renováveis. Entre estas questões, destacam-se as emissões de poluentes para a atmosfera por geradores ter-moelétricos baseados na queima de combustíveis fósseis [1]. Além dos aspectos ambientais, a presença de geração distri-buída na rede de distribuição caracteriza os sistemas moder-nos, que visam o fornecimento de energia com maior quali-dade para os consumidores. Esta qualiquali-dade está relacionada com a eficiência do processo de transporte de energia na rede, pois uma baixa eficiência deve-se à existência de perdas e alimentadores sobrecarregados, que por sua vez implicam em afundamentos de tensão e comprometimento da qualidade. Portanto, a inserção de GD [1]-[5] em sistemas de distribui-ção pode gerar benefícios para as distribuidoras e para a soci-edade de modo geral, além de ambientais quando fontes re-nováveis, como as provenientes de biomassa e regimes de ventos, são utilizadas.

As vantagens da GD dependem de sua correta localização no SDE distribuição [1], [2]. A escolha de pontos inadequa-dos para a conexão de GD pode reduzir suas potenciais van-tagens, anulá-las ou até mesmo afetar negativamente a opera-ção do sistema [6].

Este trabalho foi parcialmente financiado pela FAPEMIG, através do Projeto No. APQ-00834-13. Os autores deste artigo agradecem o apoio da FAPE-MIG, CAPES, CNPq, INERGE e do grupo de pesquisa ‘‘Otimização Heurís-tica e Bio-inspirada” da UFJF.

Quando o planejamento de geração distribuída considera a possibilidade de investimento em múltiplas fontes, a alocação ótima torna-se um problema de otimização inteira mista, não linear e não convexo [1], [2]. Para resolução deste tipo de problema, uma classe de métodos conhecidos como heurísti-cos tem sido desenvolvida. Entre estes métodos, destacam-se os algoritmos genéticos [1], [7], [8], métodos evolutivos [9], [10] e enxame de partículas [11].

Referência [12] propõe a utilização de enxame de partículas para a alocação ótima de fontes renováveis de GD incluindo eólica com a incorporação de restrições de capabilidade. A técnica de enxame de partículas também é utilizada em [13] para selecionar os locais apropriados para a instalação de turbinas eólicas considerando uma faixa pré-especificada de potência de saída e fator de potência, e em [14] para localiza-ção ótima de GD com otimizalocaliza-ção da capacidade e fator de potência unitário. Em [15] e [16], algoritmo genético e enxa-me de partículas são aplicados para definir a capacidade ótima de turbinas eólicas considerando os custos de investi-mento.

Algoritmos genéticos têm sido propostos recentemente para a alocação ótima de GD [1], [7], [17]. Referência [1] propõe uma metodologia para alocação de fontes de geração eólica e termoelétrica renovável utilizando AG e fluxo de potência ótimo (FPO). O AG determina os locais e os tipos de geração, enquanto que o FPO otimiza a capacidade e o fator de potên-cia dos geradores termoelétricos.

Em continuidade ao trabalho iniciado em [1], o presente artigo propõe uma metodologia baseada em algoritmos gené-ticos para o planejamento de geração distribuída proveniente de biomassa e aerogeradores. Os objetivos são minimizar os custos totais de investimento e operação, as perdas de energia e as emissões de poluentes. Atrelados a estes objetivos, o aumento da qualidade de energia e a melhoria da regulação de tensão são visados no presente trabalho. O algoritmo gené-tico proposto é dedicado ao problema de planejamento e otimiza todas as variáveis sem a necessidade de utilização de FPO, que pode, portanto, ser substituído por um modelo de fluxo de potência convencional, sendo esta a contribuição do presente artigo em relação a referência [1]. A substituição de FPO por fluxo de potência convencional é permitida pelo aprimoramento do AG dedicado e aumenta a eficiência com-putacional do método de otimização. Um sistema radial de distribuição da literatura, de 33 barras, é utilizado para apre-sentar e avaliar os resultados.

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II.MODELO PROPOSTO

O problema de otimização para planejamento de GD em sistemas de distribuição visa à minimização do custo total de investimento e operação, de perdas de energia e de emissões de poluentes. Estes objetivos estão aliados à melhoria dos níveis de tensão e da qualidade de energia. A função objetivo utilizada [1] é formulada como

(

)

(

)

NTh NWd th th th wd wd wd t 1 wd 1 pl pl gr gr em gr gr c S OC c S OC Min c T L c T P c e T P = =   ⋅ + + ⋅ +     + ⋅ ⋅ + ⋅ ⋅ + ⋅ ⋅ ⋅   

. (1) Em que: NTh e NWd Números de geradores térmicos a biomassa e eólicos, respectivamente; cth e cwd Fatores de custo ($/kVA) para cálculo dos investimentos em geração térmica a biomas-sa e eólica, respectivamente; Sth e Swd Capacidades instaladas (kVA) das unidades térmicas e eólicas, respectivamente; OCth e OCwd Custos operacionais ($) dos geradores térmi-cos a biomassa e eólitérmi-cos, respectivamente; Lpl Perda total de potência ativa (kW); cpl Custo ($/kWh) associado à perda de potên-cia ativa; T Número de horas de operação do sistema; Pgr Potência proveniente da rede de transmissão, importada a partir da subestação; cgr Fator de custo ($/kWh) para a energia pro-veniente da rede de transmissão; cem Fator de custo ($/kg) para emissões; egr Fator de emissão (kg/kWh) associado com Pgr. O custo de operação e manutenção (O&M) para a geração eólica (OCwd) é dado por cow·T·Pwd, em que: cow Fator de custo ($/kW) para a geração eólica; Pwd Potência ativa de saída (kW) da unidade eólica; cem Fator de custo ($/kg) para emissões; egr Fator de emissão (kg/kWh) associado com Pgr. O custo operacional para a geração térmica a biomassa envolve uma parcela associada com operação e manutenção, que inclui os custos com combustíveis, e outra parcela asso-ciada com as emissões decorrentes da queima de biomassa, conforme formulado a seguir th ot th em fu th OC =c ⋅T P⋅ +c ⋅e ⋅T P⋅ . (2)

Em que: cot Fator de custo ($/kWh) para a geração térmica a bio-massa; Pth Potência ativa de saída (kW) das unidades térmicas a biomassa; efu Fator de emissão (kg/kWh) para as unidades térmicas a biomassa. A perda total de potência ativa (Lpl) é dada por

(

)

Nbr 2 2 pl b fb tb fb tb fb tb b 1 L g V V 2 V V cos =   =

+ − ⋅ ⋅ ⋅ θ − θ . (3) Em que: Nbr Número de trechos de distribuição; gb Condutância do trecho de distribuição b; Vfb, Vtb Módulos de tensão (pu) nas barras terminais do trecho b; θfb, θtb Ângulos de fase (radianos) nas barras terminais do trecho b. A função objetivo em (1) é sujeita às seguintes restrições th k th k wd k wd k k km m k x , P , x , P , PL P 0 ∈Ω ⋅ + ⋅ − +

= . (4) th k th k wd k wd k k km m k x , Q , x , Q , QL Q 0 ∈Ω ⋅ + ⋅ − +

= . (5) Pwd k, =cfwd⋅Pwdr. (6) Qwd k, =tan acos pf( ( wd))⋅Pwd k, . (7) Qth k, =tan acos pf( ( th k, ))⋅Pth k, . (8) Sth,min ≤Sth k, ≤Sth,max. (9) pfth,min ≤pfth k, ≤pfth,max. (10) Vfb, Vtb ≥ Vmin. (11) xth,k + xwd,k ≤ 1. (12) NTh + NWd ≤ NGDmax. (13) Em que:

xth,k , xwd,k Valores inteiros associados com as

deci-sões de alocação termelétrica e eólica, respectivamente, na barra k (‘1’ para alo-cação e ‘0’ caso contrário);

Pth,k , Pwd,k Potências ativas de saída (kW) de unidades

térmicas e eólicas, respectivamente, na barra k;

Qth,k , Qwd,k Potências reativas de saída (kW) de

unida-des térmicas e eólicas, respectivamente, na barra k;

PLk , QLk Demandas de potência ativa (kW) e reativa

(kVAr), respectivamente, na barra k; Ωk Conjunto de barras diretamente

conecta-das, através de trechos de distribuição, à barra k;

Pkm , Qkm Fluxos de potências ativa (kW) e reativa

(kVAr) no trecho que conecta as barras k e m;

cfwd Fator de capacidade das unidades eólicas

de geração;

pfth,k, pfwd Fatores de potência de unidade de geração

térmica (barra k) e eólica, respectivamen-te;

tan, acos Funções tangente e cosseno inverso, res-pectivamente;

Sth,k Capacidade (kVA) da unidade térmica na

barra k;

Sth,min, Sth,max Capacidade mínima e máxima,

respecti-vamente, das unidades térmicas de geração (kVA);

(3)

pfth,min, pfth,max Fator de potência mínimo e máximo,

res-pectivamente, das unidades térmicas de geração;

Vmin Limite inferior de tensão do sistema (pu);

NGDmax Número máximo de unidades de geração

distribuída.

Equações (4) e (5) consistem nas restrições de balanço de potência ativa e reativa, respectivamente, definidas para cada barra da rede. A potência ativa de saída das unidades eólicas é dada pelo seu fator de capacidade e classe de potência como formulado em (6). Estes parâmetros recebem valores pré-especificados, ou seja, a potência Pwd,k recebe o valor

calcu-lado em (6) e é mantida constante durante todo o processo de otimização. A potência reativa de saída das unidades de GD eólicas, Qwd,k, é obtida a partir da respectiva potência ativa e

fator de potência, conforme (7). Este fator é pré-especificado e, consequentemente, Qwd,k consiste é constante.

O fator de capacidade dos geradores térmicos a biomassa é unitário. As potências reativas destas unidades, Qth,k, são

funções das respectivas potências ativas e fatores de potência, conforme em (8). Os limites de capacidade e de fator de po-tência de GD térmica por barra são formulados em (9) e (10), respectivamente. Destaca-se que as potências ativas Pth,k e

fatores de potência pfth,k são variáveis do AG proposto.

A restrição formulada em (11) garante que todas as barras tenham suas tensões acima de um valor mínimo enquanto que a restrição em (12) estabelece que uma mesma barra não pode receber alocações de geradores termoelétricos e eólicos, respectivamente, devido a restrições geográficas [12]. A restrição modelada em (13) limita a inserção de GD e deve ser previamente planejada [12]. Destaca-se que a restrição de limite de tensão (11) conduz ao aumento da qualidade de energia e melhor regulação de tensão durante o horizonte de planejamento.

III.METODOLOGIA PROPOSTA

A metodologia proposta para o planejamento de geração distribuída em sistemas de distribuição é baseada na técnica de otimização algoritmo genético. O algoritmo genético trata da característica combinatória do problema devido às variá-veis inteiras associadas com as decisões de localização (xth,k ,

xwd,k) e dimensionamento (Pth,k , pfth,k) da geração distribuída

termoelétrica.

Cada elemento do algoritmo genético (indivíduo) é dividido em duas partes (cromossomos) e codifica uma solução candi-data para o problema de planejamento de GD, conforme ilustrado na Figura 1.

Fig. 1. Codificação do indivíduo do AG proposto.

Na estrutura da Figura 1, o indivíduo do algoritmo genético tem dois cromossomos, "A" e "B". O cromossomo "A" arma-zena a localização e o tipo de GD, codificados em sua estru-tura com NBC posições, em que NBC é o número de barras candidatas a receber GD. Cada posição (gene) do

cromosso-mo "A" pode receber um valor inteiro de ‘0’ a ‘2’. Equação (14) apresenta esta codificação em que bc é uma barra candi-data à alocação.

0 se não existe GD na barra bc

A bc 1 se existe uma GD térmica na barra bc 2 se existe uma GD eólica na barra bc   =   , ( ) , , . (14)

O cromossomo "B", por sua vez, armazena a capacidade e o fator de potência das unidades térmicas, codificados como múltiplos dos respectivos intervalos discretos, observando-se os limites de ambas as variáveis. Este cromossomo tem 2*NGDmax posições, que permite comportar o

armazenamen-to de informações quando um armazenamen-total de NGDmax unidades

sejam alocadas e todas sejam térmicas. Neste caso, cada térmica requer duas posições, uma para a capacidade e outra para o fator de potência. Para um número menor de térmicas, o cromossomo "B" apresenta posições ociosas.

No exemplo da Figura 1, o cromossomo "A" determina uma unidade de GD térmica (tipo 1) na segunda barra candi-data e uma eólica na terceira barra (tipo 2). O cromossomo "B" determina a capacidade e o fator de potência da unidade térmica como sendo o quinto e o terceiro múltiplos de cada variável, respectivamente. Desta forma, tem-se que:

Sth,2 = Sth,min + 5.ds. (14)

pfth,2 = pfth,min + 3.dpf. (15)

Em que ds e dpf são os intervalos discretos de capacidade

(kVA) e de fator de potência para as unidades de GD térmi-cas, respectivamente.

A codificação do indivíduo do algoritmo genético conforme Figura 1 e equação (14) atende a restrição (12) para as variá-veis binárias xth,k e xwd,k, pois tanto em (12) como em (14),

não são possíveis alocações de geração termoelétrica e eólica em uma mesma barra.

A solução em que não há alocações em nenhuma barra denomina-se caso base. Primeiramente, a população inicial do AG é formada por soluções candidatas geradas aleatoria-mente, e depois o caso base é incluído nesta população. Este procedimento auxilia o processo de busca apenas por solu-ções em que o investimento em GD é atrativo. O processo de geração da população inicial atende à restrição (13) associada ao número máximo de unidades de GD.

A Fig. 2 resume os passos do algoritmo proposto. O Passo-1 gera a população inicial, que inclui o caso base, de forma que as restrições (12)-(13) são atendidas. No Passo-2, os indivíduos desta população são avaliados pelo cálculo da função objetivo modelada em (1). Os Passos-3 a 5 aplicam os operadores genéticos:

(i) ‘seleção’, usando o método de roleta para selecionar dois cromossomos progenitores da população de acordo com suas aptidões;

(ii) ‘cruzamento’, em que um ponto de corte é aplicado aos pontos médios dos cromossomos “A” de dois indivíduos aleatoriamente escolhidos entre os previamente selecionados, a fim de formar um indivíduo descendente, até que o número de novos indivíduos seja igual ao tamanho da população; (iii) ‘mutação’, que consiste em uma alteração aleatória em um pequeno conjunto de indivíduos aleatoriamente escolhi-dos, que pode ser na localização ou no tipo de GD, bem como na capacidade ou no fator de potência de uma GD térmica.

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Fig. 2. Algoritmo proposto.

Destaca-se que os processos de cruzamento e mutação foram desenvolvidos especificamente para atender as restri-ções (12)-(13) considerando a estrutura de cromossomo retra-tada em (14).

Após o Passo-5, se o processo de convergência é alcançado, o algoritmo termina; caso contrário, o contador de gerações (g) é incrementado e o algoritmo retorna para o Passo-2 com a população atualizada. A convergência é alcançada quando o número de gerações excede um valor máximo ou quando nenhuma solução melhor que a corrente é encontrada durante um dado número de gerações.

Os parâmetros do AG foram obtidos da literatura [1], [7] também para o problema de alocação ótima de GD: (i) tama-nho da população 50; (ii) taxa de cruzamento 90%; (iii) taxa de mutação 20%; (iv) elitismo 1 cromossomo; (v) número máximo de gerações 200; (vi) número de gerações consecuti-vas sem melhoria da solução corrente 25.

IV.RESULTADOS

Esta seção apresenta os resultados obtidos para um sistema radial de distribuição de 12,66 kV e 33 barras da literatura [18], que tem carga total de 3715 kW. A topologia do sistema é mostrada na Fig. 3 [19].

Fig. 3. Sistema teste de 33 barras [19].

O horizonte de planejamento foi de 30 anos [1], [12], e os fatores de custo e de emissões foram obtidos de [12]. Assim como em [19], a potência nominal das unidades eólicas foi de 700 kW e o respectivo fator de potência 0,875, próximo do valor 0,9 utilizado em [19]. Para o fator de potência conside-rado 0,875, a potência aparente nominal das unidades eólicas foi 800 kVA. As capacidades, mínima e máxima, das unida-des térmicas a biomassa foi 100 kVA e 1500 kVA, respecti-vamente, com intervalo discreto de capacidade de 100 kVA (15 níveis discretos de capacidade) [12]. Os fatores de potên-cia, mínimo e máximo, para a GD térmica são 0,75 e 1,0, respectivamente. Quatro análises são realizadas a seguir para apresentar variações nos estudos de planejamento.

A. Análise 1

Na primeira análise, o fator de capacidade das unidades de GD eólicas é 18,8%, o que é um valor considerado relativa-mente elevado para esta modalidade de geração [12]. Ainda de acordo com [12], no máximo duas barras podem ser sele-cionadas para a instalação de unidades de GD (NDGmax = 2).

O limite de tensão considerado é 0,90 pu. A Tabela I apresen-ta os resulapresen-tados para esapresen-ta análise, incluindo todos os custos envolvidos e o valor mínimo de tensão no sistema, para o caso base, em que não há alocações, e para as soluções obti-das pelo método proposto e em [1]. Com exceção da primeira e da última linha da Tabela I, as demais apresentam os custos ($) associados a cada item. Na primeira linha, a sigla "eol" significa GD eólica e "ter" significa GD térmica.

TABELA I.RESULTADOS PARA O SISTEMA TESTE DE 33 BARRAS– ANÁLISE 1.

Solução Caso

base [1] Proposto Método Alocação

Investimento eólicas ($) Operação eólicas ($)

Energia da rede ($) Perdas ($) Emissões energia da rede ($)

Custo total ($) Tensão mínima (pu)

-- -- -- 6,07e07 3,14e06 1,85e07 8,23e07 0,913 Barra 14 (eol) Barra 30 (eol) 3,01e06 6,92e05 5,60e07 2,46e06 1,71e07 7,93e07 0,927 Barra 14 (eol) Barra 32 (eol) 3,01e06 6,92e05 5,60e07 2,46e06 1,71e07 7,92e07 0,927

Observa-se da Tabela I que a solução do método proposto apresenta menor custo total de investimento e operação que o caso base, justificando o investimento em unidades de GD eólicas. O método proposto determina duas barras da rede para a inserção de GD, sendo que uma delas, barra 32, não é selecionada em [1]. No entanto, a solução proposta tem a mesma qualidade do que a solução de [1], com menor custo total, melhoria dos perfis de tensão e menor volume de emis-sões em comparação com o caso base. Comparada à metodo-logia de [1], o método proposto no presente trabalho é mais eficiente, pois utiliza fluxo de potência convencional, cuja resolução requer menor esforço computacional do que o FPO de [1].

B. Análise 2

Esta análise considera o limite de tensão 0,95 pu enquanto que as demais condições são as mesmas da análise anterior. Para esta restrição de tensão, o caso base, em que não há

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alocações de GD, não é viável. Portanto, o planejamento de GD viabiliza a operação do sistema mesmo com esta restrição severa de tensão. Os resultados do método proposto para esta análise são apresentados na Tabela II, que inclui as capacida-des e os fatores de potência das GDs térmicas a biomassa.

TABELA II.RESULTADOS PARA O SISTEMA TESTE DE 33 BARRAS– ANÁLISE 2.

Solução [1] Método Proposto

Alocação Investimento eólicas ($) Operação eólicas ($) Investimento biomassa ($) Operação biomassa ($) Energia da rede ($) Perdas ($) Emissões energia da rede ($) Emissões GD a biomassa ($)

Custo total ($) Tensão mínima (pu) Capacidade GD térmica (kVA)

Fator de potência GD térmica

Barra 16 (eol) Barra 28 (ter) 1,51e06 3,46e05 3,44e06 1,96e08 3,86e07 9,25e05 1,17e07 1,83e04 2,52e08 0,954 1500(barra 28) 0,78 (barra 28) Barra 14 (ter) Barra 28 (ter) -- -- 2,52e06 1,70e08 4,33e07 1,31e06 1,32e07 1,59e04 2,31e08 0,950 400 (barra 14) 700 (barra 28) 0,95 (barra 14) 0,90 (barra 28)

A partir das Tabelas I e II, pode-se observar que não há alocações de geração termoelétrica a biomassa na Análise 1, enquanto que na Análise 2 há alocação de duas unidades térmicas. Isto se deve à restrição mais severa de tensão consi-derada na Análise 2, que requer maior investimento em GD. Como o fator de capacidade de GD térmica é maior que o de GD eólica e apenas duas unidades podem ser alocadas, ocorre alocação de GD térmica na Análise 2 apesar de seu custo maior em relação à eólica, devido ao montante maior de potência requerido nesta análise. Como consequência, o custo total da Análise 2 é maior que o mesmo custo na Análise 1. Entretanto, como o fator de emissões da GD a biomassa é menor que o fator da energia da rede de transmissão, o custo total de emissões, dado pelo somatório dos respectivos custos para a energia da rede e para as unidades a biomassa, é menor na Análise 2. Conforme Tabela II, a metodologia baseada em AG proposta no presente trabalho resulta em menor custo total do que o método apresentado na referência [1], demons-trando a eficácia da metodologia proposta.

C. Análise 3

Conforme visto nos resultados anteriores, o fator de capaci-dade das unicapaci-dades de GD é um parâmetro que afeta o plane-jamento destas fontes de geração. Portanto, a Análise 3 con-sidera um fator de capacidade menor para a geração eólica, 10,0%, para melhor avaliar este aspecto. O limite de tensão é 0,90 pu assim como na Análise 1. Esta redução do fator de capacidade deve-se a recursos eólicos mais limitados pelo regime de ventos na região de instalação. As demais condi-ções de planejamento são as mesmas da Análise 2. A Tabela III apresenta os resultados para a Análise 3. Os resultados da Análise 1 são novamente mostrados nesta tabela para facilitar as comparações.

TABELA III.RESULTADOS PARA O SISTEMA TESTE DE 33 BARRAS– ANÁLISE 3.

Solução Caso base Método Proposto Análise 3 Método Proposto Análise 1 Alocação Investimento eólicas ($) Operação eólicas ($) Energia da rede ($) Perdas ($) Emissões energia da rede ($)

Custo total ($) Tensão mínima (pu)

-- -- -- 6,07e07 3,14e06 1,85e07 8,23e07 0,913 Barra 17 (eol) Barra 32 (eol) 3,01e06 6,92e05 5,82e07 2,75e06 1,78e07 8,21e07 0,923 Barra 14 (eol) Barra 32 (eol) 3,01e06 3,68e05 5,60e07 2,46e06 1,71e07 7,92e07 0,927 Conforme Tabela III, as decisões de planejamento podem variar com o fator de capacidade da geração eólica, ou seja, com a disponibilidade de ventos na região de interesse, pois a barra 17, selecionada na Análise 3 (fator de capacidade 10%), não foi selecionada na Análise 1 (fator de capacidade 18,8%). Além disto, o custo total, o custo de emissões e de perdas da Análise 3 são superiores à Análise 1, enquanto que a tensão mínima da Análise 3 é mais baixa, devido à menor disponibi-lidade de ventos nas condições desta análise. Porém, assim como na Análise 1, o investimento em geração termoelétrica a biomassa permanece inviável. A viabilidade da geração termoelétrica, neste caso, ocorre apenas quando os requisitos operacionais tornam-se mais severos, com o limite de tensão de 0,95 pu conforme mostrado na Análise 2.

Observa-se ainda que o custo operacional associado às GDs eólicas é menor na Análise 3 do que na Análise 1, pois como o fator de capacidade eólico é inferior na Análise 3, a geração é inferior e os custos operacionais são diretamente proporcio-nais.

D. Análise 4

Esta análise considera uma condição em que o fator de capacidade eólico é ainda menor do que o considerado nas análises anteriores. Um fator de 5% é considerado nesta aná-lise e a tensão mínima é 0,90 pu. Para esta condição, o inves-timento em geração distribuída eólica também é inviável, ou seja, os benefícios da GD eólica não compensam os custos de investimento tendo em vista a pouca disponibilidade de ven-tos na região de interesse do planejamento. A alocação de GD térmica, por sua vez, é inviável devido à restrição de 0,90 pu não requerer um montante de GD que justifique o alto custo de investimento nesta modalidade.

V.OBSERVAÇÕES FINAIS

Este artigo apresentou uma metodologia de otimização baseada em algoritmos genéticos para o planejamento de fontes de geração distribuída em sistemas de distribuição de energia elétrica. As modalidades de geração distribuída con-sideradas são a térmica a biomassa e a eólica. O problema de otimização visa à minimização dos custos totais de investi-mento e operação e as emissões de poluentes para a atmosfe-ra, decorrentes dos processos de conversão de energia. Adi-cionalmente, o planejamento proposto promove melhoria da regulação de tensão e, consequentemente, maior qualidade de energia. O algoritmo genético trata as variáveis discretas que representam as localizações e os tipos de geração distribuída, bem como a capacidade e o fator de potência da geração

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térmica a biomassa, apresentando como vantagem a indepen-dência de um modelo de fluxo de potência ótimo para esta tarefa, o que resulta em maior eficiência computacional. As análises apresentadas através de um estudo de caso demons-tram a eficácia da metodologia proposta, através de variações nas condições de planejamento e na geração eólica.

VI.REFERÊNCIAS

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Referências

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