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O Rio Grande do Norte e a Confederação do Equador.

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CENTRO BE CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTE DEPARTAMENTO ÜE MISTÓRÍA

A

nO HXÜ GRANDE DO NORTE E Â CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR"

PESQUISADORA; IRflNI PINTO RO» DRIGUES

ORIENTADORAS MARLENE DA SILUA iílARIZ

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CENTRO DE CIÊNCIAS HUfòANAS LETRAS E ARTE DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

"O RIO GRANDE DO NORTE E A CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR"

"fflojiografia apresentada a disciplina Pesquisa Hietó; rica II para fins de 3< A valiaçao1*.

I 9 9. 3> N A V A.L/ R N

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I CAPÍTULO;

1 CONTEXTO ,A INDEPENDÊNCIA POLÍTICA DO BRASIL 11

2 O BRASIL DE D.PEDRO E A INDEPENDÊCIA 19

- NOTAS BIBLIOGRÁFICAS 2-2

II CAPÍTULO:

1 OS IBOVIfllENTOS REVOLUCIONÁRIOS 25 2 A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE L817 E SUA REPERCUSSÃO

NO NORDESTE 2.7 3 AS PROVÍNCIAS DO NORDESTE E A PROCLAlílAÇAO DA CON.

-FEDERAÇAO DO EQUADOR 31 - NOTAS BIBÇIOGRÁFICAS 35 III CAPÍTULO; li OS LÍDERES REPUBLICANOS .... 37 - FREI CANECA 37 - CIPRIANO BARATA 30' - MANUEL DE CARVALHO Al 2 AS MASSAS POPULARES NO fflOVIlTOJTO £ A REPRESSÃO .... 43

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1 A NOTÍCIA DA ACLAH1AÇAÜ DE D.PEDRO NA CAPITANIA DO

RIO GRANDE DO NGRT 49 2 O RIO GRANDE DO NORTE E SUA PARTICIPAÇÃO NO

ftlOVI-(SENTO DE 1824 . 55

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Dentre as inúmeras bibliografias existentes so -bre os movimentos pós independência no Brasil, em especial à "Confederação do Equador", sao raras as que tentam ou pro curam demostrar a participação efetiva do nosso Estado• y j ^

A pesquisa em questão visa superar essa carência bibliográfica na tentativa de ampliar os estudos a respeito baseandose em obras existente que apontam a referida pro -víncia como participante do movimento. í sobre essa insur

* * f

reiçao republicana, resultante do centralismo politico da

*

época e do absolutismo do imperador, que se pretende estu -dar, levando em consideração a açao da provincia norte Rio-grandense* fliesmo impedido pelas tendências centralizado — ras o movimento arrastou as provindas do nordeste lideradas pela classe dominante e apoiadas pelas camadas populares»

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C A P f 1Í U, L o

XI- O Contextoc da Iindèpendência Política do Brasil

A causa inerente à vinda da Família Real pFortu guesa para o.;Brasil está nos acontecimentos que envolvera^ a Europa. £ preciso: examinar o: início da-século passado,

# *

naquelas terras europeias para entender em que circunstan-cias ocotrreui a transferência da Família Rteal. Pb de mos / considerar bem remotas a verdadeira origem das revolta^quB eclodiram durante o. período: Imperial', brasileiro. liía? vex-dade, a insatisfação do povo brasileiro sempre existiu,des.

de1 *

~ que se tornaram submissos assordens vindas da grande ffle tropole•

A insatisfação geral1 criava profundas raízes.

A França, com NapoliaocSonapartB, conseguiu o:domínio poli ^.ico e militar de quase toda a Europa. Cao» o~ objetivo atingirros interesses ecanoraicos da Ürrgl aterra, a: França fechou os portos europeus aoi comercio inglês. Decretava se, dessa forma, o chamado Bloqueio Continental, afetando seriamente a comercialização;dos produtos ingleses na Europa. Dependente economicamente da Inglaterra, Portu -gal tentou manter-se neutro nesse conflito; que envolvia a ^rança e a Inglaterra. A posição estratégica em que se encontrava Portugal, levou Napoliao a exigir dos portugue ses a adesãoo aoo bloqueio. £„ pelo mesmo motivo, Paxtui-gali se viu pressionados pela Inglaterra para que«mantives-se que«mantives-seus portos abertbs ao comercio britânica* Pressio-nado por ambas as nações, Portugal decide transferir a se

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de^tJo gov/erno português para o Brasil • Decisao aceita e

apoiada pela Inglaterra que tinha bons motiv/os para tanto ppiè, assim poderia comerciar livremente seus produtos na América.

0 processo de independência que teve o Brasil, se deveu aos conflitos que envolviam o mundo europeu, li

-A f

deradcs pelas grandes potencias da épocas França e Tngla -terra»

Foi a vinda forçada da coroa portugqesa pelos

rm

franceses que, o processo de eroancipaçao começava» Lima vez transferida a corte, rompiam-se os laços que ligava a colónia a sua metrópole. Estava quebrado o monopólio português»

0 declínio da antiga metrópole portuguesa de

-correu da emigraçao de 0« 3oao que, na intensao de sal-var e proteger sua coroa, veio para sua colonia brasileira A. esse acontecimento se deveu a nossa emancipaçao politica, da qual custou a vidò de muitos brasileiros* A abertura dos :portos feita, pelo monarca, fez resplandecer o desejo pela liberdade, repercutindo em movimentos de emancipaçao, " Com esse ato, D* João l/I deu grande impulso para a inde-pendência quando em nosso território cricu um novo: império elevando a colonia a categoria de Reino unido " . Com

tm

essa posição, nao queriam mais os brasileiros se subordi -narem ao governo português• A partir de então, lançava-se a lançava-semente que, mais tarde,, eclodiria em movimentos

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e>mancipacionistas. E assim, em 1808, o Brasil transfor -mou-se, úb simples colonia, em principal centro de deciso. es politicas, extinguindo-se quase totalmente as normas do pacto colonial. Podemos considerar essa transferência dx sede da monarquia portuguesa como marco- inicial de um pro-cesso de formação do Estado Nacional B-rasileiro. Tal processo, chegaria ao seu ponto máximo e crítico em ld22.

A colonia foi dotada de uma série de

institui-«M »

çoes adequadas a sua nova função de sede de governo, che> gando mesmo a prejudicar os interesses metropolitanos. Contribuiu também para afetar tais interesses, a abertura dos portos, a localização da sede do governo no Rio de 3a neir^fe a elevação.- do; Brasil a categoria de reino. Con-tudo, foi a extinção do monopolio comercia$ a medida mais nefasta feita aos portugueses•

Alem de favorecer o forte estimulo que tomou o sentimento nacional, a estada da coxte no Rio provocou no povo brasileiro H a esperança de que as condiçoes da co

lonia viriam a mudar necessariamente com a transferência da

2

sede." A estada da corte no Brasil acendeu o espirite do colono que preparou-se para erguer seus anseios de liberda de. £ certo que 1B22 foi c período em que o pensamento da independência dominou de tal forma o espírito publico , que nada viam senão aquilo que os ansiavami o desejo de li berdade.

Enquanto isso, no português, o movimento

ocorria na Europa, no antigo rei revolucionário do porto, no qual

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o povo exigia novas formulas constitucionais e a volta da corte* A ausência desta, fez surgir/o desejo de um regiróe compatível com a liberdade civil e politica daquele povo português• Decididamente, a volta de 0. João a Portugal serviu como causa ocasional da indepen dência e, consequentemente, para que houvesse*a emarr -cipação política da co-lSnia* Prevendo tais aconteci-mentos, o:: monarca português deixa aqui seu filho como: nosso rei e imperador»

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O Bxasil de D, Pedra, e a Independência

Uma vez Imperador, 0« Pedro adquire populari -dade revelada pelos seus primeiros atos, £sse prestigio, que adquirira pelo povo, em muito contribuiu para qu» nao; aceitasse as imposiçoes da corte portuguesa, w* Com

o.re-torno de D» 3oao VI, cresceram os esforços dos portugueses daqui e de no sentido de fazer o Brasil voltar a ser

u-„. 3

ma colonia de verdade ». Desejavam esses portugueses que5

voltasse o monopólio de comércio que desfrutavam antes de 1808, e não^uma H colônia reino M como viera a ser a par

tir da vinda da Família Real» Contudo, havia os que agi-am no sentido contrario» Eragi-am os aristocratas interessado dos em manter as vantagens comerciais que tir&qr conseguido durante a permanência da corte. Atraindo o príncipe para seu làdo, esse grupo de aristocratas levaramno a desobe -decer às ordens proveniente de Portugal. Decidindo ficar e temendo que sua volta para Portugal acarretasse a inde pendência total do Brasil, a exemplo das republicas vizi nhãs, o Imperador rompe definitivamente com Portugal, re -solvendo permanecer no Brasil sem obedecer às ordens da corte•

Pdrtugal pretendia manter todas as províncis subordinadas, tencionando enfraquecer a administraçao^ do Brasil. D» Pédro teve que confrontar com forças que per_ maneciàm fiès à Portugal e que insistiam em manter relaçoe es ou mesmo atender as ordens da corte • "As capitanias,e-levadas a Províncias{.•.) haviam sido entregues a juntas provisórias que, principalmente no nordeste, desconheciam, quase por completo,a autoridade de D, Pedro e iam restrin -gindo, sensivelmente, os poderes de que ele se achava invés

4 tido,"

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Começava a organizar o Brasil a partir desse a-to separatista* Os passos para a eraancipaçao definitiva

* m

ja estavam dados» Restava resistir e nao recuar nas con*

0 tm

cjuistas ate então.fextas. Essa separaçao vai se concreti

* IV

zando com os atos de rebeldia as determinações da corte.

5

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NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Lyea, Augusto Tavares. A Independência do Brasil.1972. p .20

2 POffiBü, Rocha. Historia do Brasil. A Formaçeo do Espi -rito de Patria. 1935.pp 396 - 397.

3- AZEI/EDO, L. de. A História de Um Povo. 1988.p 13. 4- (l); pp 22-23.

HOLANDA, S. Buarque„ História Geral da Civilização Beb sileira. 1985. p 227.

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II C A P í T U.L O

1- Os Movimentos Revolucionários

Antes mesmo que fosse oficializada a independen

* «V

cia, OLBrasil assistiu a um numero variado de revoluções que aspiravam ideias republicanas e federalistas » Hàvia, entre os defenssores das idéias republicanas e participan-tes dos movimentos, a presença da maçonaria. Das lojas maçónicas saiam também idéias de emancipação, sendo essas lojas apontadas, ou actlsadas de realizarem a revolução per nambu cana de 18117.

0 período compreendido entre 1817 a 1824 e ca -racterizado cujno "Û período de clima revolucionário". Na realidade, nesse período ,as idéias liberais tomaram

t *

campo.criando fortes raízes. Cram ideias que defendiam a Republica, o Federalismo e o fim da escravidão.. Defenso-ra dos interesses luso* recolonizadores, a carta outorgada

^ ^ 4H

e a própria causadora da eclosão das revoltas, e estas tid das como único meio disponível para que se pudesse aclamar os anseios dos que a faziam. Declarava-se em manifestos, a restrihçao da representação popular que muito critica ~ vam os revoltosos. Para tanto, como alega Azevedo " as revoltas eram as válvulas de escape do povo".

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2- A Revolução Pernambucana de 1817 e sua Repercussão no Nordeste

0 representante do rei na província pernambu«* cana nao era bem aceito pelo povo. Essa insatisfação , fez gerar, além de outros motivos, um movimento de rebel-dia marcando o rebel-dia 6 de março• Suspeitos de conspirarem contra o governo centíral, alguns liberais foram presos. 0 levante dê 1817 resultou n a adesão dé vários setores

da sociedade. Aderiu a esse movimento as provindas da Paraíba, Rio Grande dor.Norte - embora tal apoio.' nao fosse suficiente para firmar o movimento revolucionário.

Os participantes da revolução de 1917 eram con

* ii

siderados como "os grandes filhos do pais , assim escrevi-a Osorio de Cescrevi-astro.

fílesmo^ antes do levante de 1Q17, ja havia gra-ves conflitos 8ntre os comerciantes portugueses e os grandes proprietários pernambucanos, manifestado desde a Guerra dos Mascates. A revolução radicalizou«se a par-tir da participaçao que teve dos comerciantes nacionais, que tinham a intenção de eliminar os privilégios adquiri.-dos pelos portugueses *

Vale salientar a participaçao do clero no- mo-vimento, chagando mesmo a denominar-se de^revoluçao dos dOs padres" f u m a ViQZ qu e eram dos seminários olindenses

que saíam alguns dos revolucionários. 0 movimento de 1817 se fez popular, radical e social pela participaçao que teve as camadas de homens livres pobres nao proprie» tarios.

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Os revolucionários abadònaram o movimento ven-cidos que foram pela repressão dos legalistas* filas,mes-mo tendo.fracassado, a Resolução Pernambucana de 1917 é considerada como o movimento precussor da independência«

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3- As Províncias do Nordeste e a Proclamaçao da Confede-ração do Equadòr

G processo, de independência no Brasil sempre fora considerado como um processo de supremacia política da classe dos proprietários rurais. As tendências cenfc tralizadoras do.poder central serviram de obstáculo para essa classe de proprietários que não puderam fazer suas realizações nesse período. Para mover tal revolução , foinecessário, alem do antagonismo que persistia entre a classe dominante e o poder central, mobilizar o povo,dao do aomovimento um caráter mais popular. Estes, apro veitando^se da oportunidade, procuraram expressar poli -ticamente os conflitos que os ligavam à aristocracia ru-ral. Dessa forma, os proprios líderes rebeldes se sen-tiam inseguros diante de tais ameaças. Apesar da forte repressão proveniente-das forças do governo central, as revoltas continuaram ainda mais fortes.

A Carta Outorgada de 1824 e o fechamento da Constituinte provocaram grnades protestos no nordeste, a lem de expressar o despotismo do Imperador. Podemos considerar esses dois fatos como causas primeiras do mo-vimento de 1.824 que resultou na Confederação de Equador.

A*

Procuravase, ao» organizar a confederação, imitar o mo -delo americano unindo as provincias com base num governo Federativo, Representativo e Republicano. Era impor&an te a adesao de todas as províncias vi2inhas. 3a havia

forte oposição ao governo central, por parte das prouín cias do nordeste desde 1823 com relaçao a intervenção na política local. Os manifestos foram lançados as pro víncias vizinhas no sentido de fazêlas aderir a confe

-f

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pro-víncias onde já havia movimentos de rssistencia.

oposição viria violenta, principalmente dst parte das províncias do norte e nordeste, onde se avoluma vam os descontentamentos diante?, da centralização imposta pelo governo que parecia beneficiar apenas as províncias dot ^io de Janeiro e regiões vizinhas"«^

A província pernambucana se encontrava blo-queada por tropas enviadas pelo governo central, Logçr após a suspensão do bloqueio, proclamou-se a confederada çao estabelecendo o sistema representativo« foram con-vocados 25 deputados para legislarem provisoriamente até que fosse reunida uma Assembléia Contituinte encarregada de redigir a lei fundamental do ^stado. Pretendia-se uma certa autonomia que pudesse dispensar a autoridade

central que se mostrava opressora suspeita« Dessa forma, as províncias que constituíram a confederação"fi-caram num separatismo experimental, cada uma gozando de sua euforiaa independência".^ Para que esse sistema se poratista pudesse caminhar, era necessário, primeiramen-te, a aliança dos povos.

A dissolução da Constituinte representou o fim de uma política aparentemente democrático que, de cer to modo parecia orientar as diretrizes do governo centraL

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NOT'AS BIBLIOGRÁFICAS

1- ÍT1ARANH8O, Ricardo, Brasil Textb e Consulta, p 125. 2- LYRA, Tavares de. A Independência do Brasil no Rio

Grande do Norte. 1972. pp 117-118.

3- CALfflON, Pedro. História do Brasil-Q Império e a or dem Liberal. 1981. pp 1570 - 1.571,

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III C A P Í T U L O

f

I- Os Lideres Republicanos

- Frei Caneca

Divulgador das idéias liberais, Frei Ca -neca transformoy-se num dos mais combativos liberais radicais. Assim como na revolução de 1917, também na insurreição de 1824 destacou-se como grande ideologo e revolucionário, mostrando ainda seu grande empenho co mo:jornalista político em seu jornal "TÍfis Pernambu -cano", como secretário do governo e, principalmente,co mo líder popular. Com características de um revolu -cionário, Frei Caneca mobilizou grnades massas para

formarem uma oposição e combat«r.' as pressões do gover-no central. Rfevoltava-se com as magover-nobras do poder *m perial e seu despotismo e denunciava

de forma crítica

* p

em seu jornal. Q revolucionário mostravase contra rio:a Carta Outorgada. "Negavase a admitir a Cons -tituiçaopor considera-la iliberal e contraria a liber-dade, independência e direitoss do Brasil(...)" •

A autonomia pretendida pelas províncias fo negada na medida em que a Constifcdiição estabelecia um^ maior articulação entre elas e o poder central, dirni -nuindo, desse modo, o poder dos conselhos provinciais. Pregando o federalismo como o sistema ideal para o Bra sii, Frei Caneca tornouse o "porta voz" dessa oposi -çao* Ele, em seu jornal, assegurava a condição dee que o Brasil tinha para formar um Estado federativo , por possuir um vasto territorio, diversas riquezas e ptèa variedadd; de seus habitantes. Pretendia esse

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lí-der revolucionário a "defesa da autonomia conquistada , a resistencia as atribuições do governo, uma imprensa li vre, o fim da vitalicidade do senado, a iniciativa de le is . * • entre outras medidas. Ele nao aceitava que o im peradòr expressasse sua soberania através de seus repre» sentantes na Constituinte. Suas críticas o; propostas a balaram o primeiro reinado e os primeiros anos da eegerr-cia. Baseadas nos ideais de Caneca, as províncias dó Nordeste levantaram-se formando a "Confederação do Equador". "A repressão foi impiedosa e rápida* Os cabe -ças do movimento, assim como ^rei Caneca, foram executai dos"

Frei Caneca, lutou em nome da verdadeira au tonomia das províncias, tornando-se o grande ideologodo movimento. Incentivava o povo a se armarem contra o poder Imperial.

— Cipriano Barata

Também de espírito republicano, Dr. Cipriano Jose Barata de Almeida, dedicou-se a vida política no pa-ís. Combatia fortemente quaiquer atitude relacionada ao poder central, sendo apontado como um nacionalista exal -tado. "Curiosa figura de agitador, sempre coerente nos anseios republicanos, mesclado de certa tinta de>. ig&ali -tarismo social, o seu vultb se projeta com inconfundível. destaque nas cortes lusa, revelando-se o batalhador

natil-4 t

vista..."' Sua açao jornalistica iniciou-se em Pernam-buco-: publicando uma especia de periódico em abril de 1823.

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fóesmo pressionado, em novembro de 1823 por suas reações republicanas, Cipriano continuou a publicar seu jornal que logo depois também foi apreendido.

Era mais uma força contraria às de D, Pedro que se via acabar causando neste "fal agrado* Foi con -siderado orverdadeiro precossor da Confederação e teria tido papel significativo no movimento de 1824 se nao o tivessem remetido parao Rio de Janeiro. fHas, teve em Frei Caneca um verdadeiro díscípolo, que continuau com as pregações republicanas.

- Manuel de Carvalho

Pêlo seu envolvimento no movimenta de 1817 ,

A

ficou exilado. Sua permanencia nos Estados Unèdos muito lhe valeu, pois absorveu idéias federalistas - que serviram para sua formaçao revolucionaria. Foi considerado chefe nominal da revolução de 1824. A ele coube a elaboraçao do projeto de Constituição da Confederação do Equador,

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2- As? Riassas Populares ao movimento e a. Rôpressao

A convocaçao: dor po;vo para participar da in -surreição de 1824, deu ao movimento um novo caráter,permitindo a massa popular de se organizarem junto às tro

-* , «w

pas revolucionarias. Inicialmente, a convocaçao do po-vo surgiu como "a mao armada1* dos dirigentes políticos ,

que controlavam essas "brigadas populares". Momentos depois, verificou-se o rompimento doe laços de dependên-cia ficando essas brigadas sesi dominaçao e fazendo sur-gir um certo radicalismo e, consequentemente, um clima de insegurança social entre os proprietários. A pró prlà reaçao dos: populares provocou nos revolucionários , um certo temor» tendo em vista o que ocorrera no Haiti

*

fazendo com que os proprietários temessem que ocorresse o mesmo aqui,: com os levantes populares*

Ao:tbmar conhecimento da proclamaçao da Confederação do Equador, tratou o Imperador de tomar medi. das que impedisse o avanço das ideias dos revoluciona -rios, temendo que o„movimento abalasse a integridade do

* * f~

territorio e a. segurança publica. Lm resposta aos que se opunham ao seu governo e às suas ordens, D. Pedro sus pendeu os direitos:e liberdades individuais para as pro-víncias. Alem disso, "determinou o Imperador a cxiaçao de tribunais militares para que fossem julgadas sumaria-me ntie os"; cabeças do movisumaria-mento{.«

0 *

Havia o-propno combate interno nas proviícias debeladas por proprietários contrários ao movimento. A»

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províncias que se viam vencida? suas tropas logo retira-vam-se para Olinda rendendo-se dias depois. Em Recife a resistência continuou liderada por Frei^ Caneca e 5gos tinho Bezerra Cavalcante. Ao<s poucos, devido aos com -bates, diminuíram-se os números das que compunham os ba-talhões revolucionários. A divisão constitucional da Confederação, organizada por Frei Caneca, logo se rendeu na fazenda 3u£z, no Estado do Ceará, em novembro ds 1824.

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MOTAS" BIBLIOGRÁFICAS

1- ÍYIARANHÍÍQ,; Ricardo. Ini Op. Cit.,<p. 125),p. 35, 2- Id. Ifoiíd* pp 127-128.

3- Id. Ibid• pl28 4- Idu Ibid. p 129 5- Id: Ibid. p 129-130

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IV C A P í T U !L O

I- A Notícia da Aclamação de 0. Pedro na '-apitaniia do Rio Grande: do Norts

A capitania do Rio Grade do Norte era consi-derada uma das mais pobres e atrsada do Império, e sua capital limitava-se a um pequeno povoado de importância quase insignificante. Governava a capitania, no início do: século XIX, José. Inácio 8:orges que teve na segundà fa se de seu governo sérias divergências políticas entre: ors que tinham tendências para a recolonizaçao e os que eram a favor dos movimentos de independência. A causa dessa divergências está no fato de que. essas facções pretendi-am conquistar e apoderar-se do poder.

Os atos de solenidade na província aclamavam a notícia da regência do Imperador0, Pedro. A Junt^tío governo, encarregada da administração, mantínha-se fiel aos cumprimentos das ordens provenientes do; Rio de Janei ro* Contudo, não havia por parte dos membros da 3unta unanimidade quanto ao cumprimento e obediencia as ordens

doe governo central» Nem mesmo esse cumprimento fixei e-ra feito porrtodos os que habitavam a província. Esses desarcodos causavam sérias cisões na população da pro -víncia norte rió^grandense• Ao receber a notícia da

a-w * *

clamaçao do príncipe regente, o Senado da Camara aderiu: de imedi ato ao.governo do Rio•

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não;sendo das melhores, contava com um lastimável es -tkdo:de pobreza« Primeiramente, a própria carenciada terra nao. permitia grandes investimentos e, ainda as-sim, os representantes do governo português que aqui. s se encontiravam constantementb perseguiam" os defensores da independência de forma aa impedir que se propagassem tais ideias geradoras de rebeliões • Os próprios mem-bros da 3unt!a doe Governo, alguns deles que defendiam as idéias de liberadde, eram perseguidos. Embora houves se fortes reptessoes às manifestações que eclodiam na província, os defenssores da independência cresciam em numero e as ideias continuavam forte entre aqules que eram contrários aos atos e medidas centralizadoras do Iinperador. Pox outro lado, a ideia de desligar-se da

* * t

coxto nao era bem aceita por todos da província»

Sérgio Buarque observa, ao estudar o proses soode emancipação, que "a independência, simples trans

ferênciã de poderes dentro de uma mesma classe, entre-garia a direção da nova ação aos proprietários de ter-ras, de engenhos e aos letrados";

Com o pretfexto de viaütar a corte, o gover-nador dè província, Jose Inácio:: Borges, se ausenta da mesma entregando a administração do governo a uma Jun-ta Constitucional. 0 dito governador era aponJun-tado co

# **

mo:um aliado dos revolucionários e adepto da Revolução de-:1817. Menos de um mês após a instalação dessa pri-meira Junta do Governo, começou a haver forte reaçao cqn tra ela e: a convocação de novas eleições para formaçao

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de uma nova Junta, ja que a primeira fora considerada nu la» Sendo negado tal requerimento, pediram logo ajuda das forças armadas para a proclamação imediata de tun governo provisório* nô.18 de março elegeu-se a Junta

que deveria substituir o governo t e m p o r á r i o ( . . . .

A devida Junta do. Governo, em 06 de julho , confirmou a regência de D. Pedro de Alcantara no Brasil sem nenhuma restrição, subordinando-se e obedecendo às ordens provenientes da capital, cumpàndo-as fielmente» Porem, persistiam as divergências politicas. De 18 de março de 1822 a 24 de janeiro de 1824 ocupava a Junta a administração da província, sendo depois substituída por um cidadao sem a menor capacidade para tal cargo.

Tomas de Araujo Pereira, apossava-se do car-go a 5 de maio de 1024, com a intenção de lutar contrqfcs dificuldadesna província* apear da popularidade adqui rida, não o consideravam a pessoa indicada para dirigiya província. As próprias condiçoes físicas em que se encontrava e.por suas ligações politicas, ele era indese -jado para assumir o cargo de presidente da província num período equivalente a quatro meses, sendo sua passagem pelo governo efeaiera e, alem disso, nao houve como domi

-*

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Zt* O Rio Grande db Norte e.sua participação no Movimento: de 1824

"A província norte rio grandense passou a apoiar os projetos dos rebeldes integrando-se a Confederação em 03

de;agosto de 1824, quando foi confirmada sua adesão a Paess de-Andrade"* Também noc Ceara, o, movi-mento encontrou fax-te atuaçao. A movimentação:: e. os anseios dos revoluciona « rios não: eTanr bem vistos peloso latifundiários, que viam no movimento uma grande ameaça a sub ordem e, segurança* Era claro; a caratitèrfstica desse^movimento: que mostrava uma ténr denciá liberal-radical ja contida no nordeste desde 1817. Wèsmo_impedido pelàs tendências centralizadoras, o movimen-to conseguiu;arrastar as províncias do nordeste lideradas pelas camadas populares. Emboracom ideias divergentes,ha_ via entre os confederados um objectivo comum: desvincular-se das forças impostas pelo governo imperial e proclamarem -se independentes; Eram fortes as divergências chegando a aba lar a estrutura econômica e^ sociíall dos proprietários levan-do o movimento, após sucessivas lutas, ao fracasso.

A insurreição., de 1824 foi importante na medida em que elevou as províncias confederadas à categoria de ss> paratistas e participantes de uma Republica Federalista den tco;do Brasil Império* 0 esboço republicano: formado, pela confederação representou um» das principais expressões dá reação contra a política centralizadora e absolutista do Dn perador:} sendo o nordestè o "principal foco^ de resistência

f 3 ao centralismo politico imposto pela Constituição: Imperial.

Entre os projetos^ dos confederados existe um de âmbito socie al que suscitou desacordos entre os elementos do movimento.

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A abolição do trafico negreiro foi uma das m e -didas quB atingiu a estrutura econômica e social dos propri etários * provocando o recuo deles - Dessa forma, ficava c claro 03 reais limites da adesão e* portanto, "as primeiras

H contradições internas do liberalismo da aristocracia".

Os acontecimentos que se desenrolaram no decor-rerda independênoia do Brasil, e mesmo depois desse ato,pau

* * f co abalaram a estrutura socio-politica da província do Rio Qrande do Norte, Contudo, observou-se^uma participação simbólica dé província em alguns dos acontecimentos que ca-racterizaram o período imperial» Nao houve aqàl intensras vibrações de sentido patriotico como ezistia, de maneira

fortfc ,em outros pontos do país. Na maioria das vezes, as exaltações eram de;carater pessoal sem muita elevação-oumes mo ideais. 0. que as vezes uniiam ou separavam os homens , eram as próprias divergências ou identidade de interesses" q que restringiã-se ao .domínio que tinham n"as áreas de sua re sidênc-ra» Antes mesmo da definição da partidfc. . na pro víncia, "poucos foram os que tiveram-influência

genBraliza-£

d&", Não se evidenciouna provinciá quaquer reação con -trária ao ato de independencia do Brasil, ficando clara a unanimidade•

A insurreição de 1824 chegou à província« seur grande impacto e nem mesmo participação popular. "Foi" ma-is uma tentativa de galgar posiçoes pelos políticos do tem-po-. Movimento de cima para baixo, sem interesse para o po vo, porem que arrastou a província,adepta à Confederação do

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Equadox à categoria de separatista e participante de: uma Re, é

publica federalista dentro do Brasil".

As formas de repressão feita aos adeptos do mo-vimento causou temor ao povo da província do Rio Grande do Norte* "Existe no Estado uma "estaria", segundo a qual To roáz de Araujo, que tomara o governo da província, fugiu de. Natal dentro, de um barril transportado a cabeça de um es -cxavo,**. £ valido afirmar a falta de participaçao ds^jran de maioria das classes dominantes na politica, representada pelo nao acolhimento a coluna de fugitivos de Frei Caneca r

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NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

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4- HOLANDA, Buarque de. A Confederação do Equador.1985. pp 227 - 228.

^ Ibid. p 23 6- Idèfiw _

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Referências

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