• Nenhum resultado encontrado

O concurso para formandos de arquitetura e urbanismo Opera Prima : 1989-2011

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "O concurso para formandos de arquitetura e urbanismo Opera Prima : 1989-2011"

Copied!
211
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

BEATRIZ ARAUJO DA ROCHA

O CONCURSO PARA FORMANDOS DE

ARQUITETURA E URBANISMO OPERA PRIMA:

1989-2011

CAMPINAS 2016

(2)
(3)
(4)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO

O CONCURSO PARA FORMANDOS DE

ARQUITETURA E URBANISMO OPERA PRIMA:

1989-2011

BEATRIZ ARAUJO DA ROCHA

Dissertação de Mestrado aprovada pela Banca Examinadora, constituída por:

Profa. Dra. Ana Maria Reis de Goes Monteiro

Presidente e Orientadora/FEC/UNICAMP

Profa. Dra. Silvia Aparecida Mikami Goncalves Pina

FEC/UNICAMP

Prof. Dr. Paulo Afonso Rheingantz

UFRJ

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de vida acadêmica do aluno

(5)

AGRADECIMENTOS

À CAPES, pela bolsa de estudos concedida para a realização desta pesquisa.

À Prof.ª Dr.ª Ana Maria Reis de Goes Monteiro pelas orientações, pelo incentivo, por sua importante contribuição na minha formação e principalmente por acreditar em mim.

À Vanilda Sganzerla, por confiar a mim a tarefa de retratar seu importante trabalho na comissão organizadora do concurso Opera Prima, pela disponibilidade e o entusiasmo para com a pesquisa, e pelo material a nós fornecido.

À Prof.ª Dr.ª Silvia Aparecida Mikami Gonçalves Pina, pelas contribuições na qualificação e pelos ensinamentos durante o período de estágio docente.

À Prof.ª Dr.ª Regina Tirello, pelos valiosos e minuciosos comentários realizados na qualificação. Aos funcionários da Biblioteca da Universidade Estadual de Campinas e da Universidade de Fortaleza.

Aos funcionários da Secretaria de Pós-Graduação da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas.

Aos meus queridos Ariane Lindemute, Taiana Vidotto, Viviana Gonçalves, Renato Franco e Fernando Nakandakare pela colaboração e amizade.

À minha família campineira, Andre Reyes, Veronica Reyes, Aparecida Otoshi, Carolina Abedrapo e Gustavo Abedrapo pelo abrigo no coração destes.

Aos meus pais, Paula e Paulo e ao meu irmão Breno, pelo amor infinito, por se fazerem presentes na distância, pelo incentivo aos meus objetivos de vida em todos os sentidos possíveis.

(6)

RESUMO

Os concursos de projetos de arquitetura possibilitam o entendimento do panorama arquitetônico de um determinado momento e, a partir da análise do material produzido em sua organização até os resultados finais, avaliar o ideário que conduziu e norteou a seleção dos vencedores. Levando em consideração a produção acadêmica, os concursos estudantis podem revelar, de alguma maneira, questões relativas ao ensino. O material produzido pode fornecer indicativos de escolas premiadas, a participação nacional, os pontos positivos e negativos apontados, dentre outros. O Trabalho Final de Graduação (TFG) também é um ponto chave por ser um instrumento pedagógico que simula o exercício profissional e que possibilita as condições favoráveis para a avaliação das habilidades e competências adquiridas. Nessa perspectiva, um momento de grande significado ocorreu em 1988, com a criação do concurso para formandos de arquitetura e urbanismo Opera Prima, nascido para valorizar o TFG e promover análises e debates referentes à qualidade do ensino de arquitetura e urbanismo no Brasil. Seu surgimento se deu simultaneamente às mudanças nas legislações que propiciaram a expansão do ensino superior privado, e em meio às discussões sobre a importância e implementação do TFG pelas Diretrizes Curriculares Nacionais. Através de uma pesquisa documental, objetivou-se analisar o concurso

Opera Prima traçando um panorama geral do mesmo no período compreendido entre os anos de 1989 e 2011. Em função do caráter distinto das entidades promotoras, a Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA) e o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), optou-se por dividir a análioptou-se em dois períodos. Primeiramente, no período em que o concurso foi promovido pela ABEA entre 1989 e 2000, e posteriormente pelo IAB entre 2001 e 2011. Em paralelo, montou-se um banco de dados com informações dos premiados e menções honrosas por edição para sua devida documentação. A análise Opera Prima possibilitou a compreensão sobre o panorama do ensino de arquitetura e urbanismo no Brasil nas décadas de 1980, 1990 e 2000, especialmente aquele ligado à expansão do ensino superior e aos diferentes olhares e conduções que ABEA e IAB deram ao concurso.

Palavras-chave: concurso Opera Prima - Trabalho Final de Graduação - ensino de arquitetura e urbanismo

(7)

ABSTRACT

Through architectural design competitions it is possible to have an overview of the architecture production of that time. Not only analyzing the organization process of these competitions but also the final result, is plausible to understand the evaluation method, including the reasons and values that were used to decide the winner. Considering the academic production, architecture competitions promoted for students may reveal, somehow questions about education itself. It can indicate, for example, awarded and participating schools, strengths and weaknesses in each school. Besides, the Final Graduation Work is a key point in architecture education, being a pedagogical instrument that simulates professional practice as well as conditions to measure skills and competencies developed. From this point of view, in 1988, the Opera Prima competition, for graduated students in architecture and urbanism, was born to enrich the Final Graduation Work and promote analyses and discussions about the quality of architecture and urbanism education in Brazil. At the same time, debates promoting changes in educational legislation resulted in an exponential growth of the private sector education, and in the middle of discussions about the great value of Final Graduation Work implementation by the National Curriculum Guidelines. Through documental research, this dissertation objective is to analyze Opera Prima competition from 1989 to 2011, tracing an overview. Due to a different feature played by the entities that promoted the competition, the Brazilian Association of Architecture and Urbanism Education (ABEA) and the Brazilian Institute of Architects (IAB), the analyses are divided in two periods. The first one when promoted by the ABEA, between 1989 and 2000, and then, in a second period, promoted by IAB from 2001 to 2011. In addition, a database with the awarded projects was set, holding information about winners and honorable mentions in each edition for its proper documentation As a result, Opera Prima analyses made it possible to comprehend a panorama of architecture and urbanism education in Brazil in the 1980's, 1990's and 2000's,

especially about the education expansion and the different views and conveyances that brought

up by ABEA and IAB.

Key words: Opera Prima competition – Final Graduation Work – architecture and urbanism education

(8)

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Imagem 1: Exemplo da sistematização por edições do levantamento do concurso Opera Prima (1989-2011) ... 28 Imagem 2: Quadro de sistematização dos itens obtidos no levantamento inicial do concurso

Opera Prima (1989-2011) ... 29 Imagem 3: Exemplo do quadro com informações dos trabalhos premiados e contemplados com menções honrosas do concurso Opera Prima (1989-2011) ... 30 Imagem 4: Exemplo do quadro com informações gerais por edição do concurso Opera Prima (1989-2011) ... 30 Imagem 5: Exemplo da tabela com informações quantitativas por edição do concurso Opera Prima (1989-2011) ... 31 Imagem 6: Exemplo da tabela com informações quantitativas por escola e edição do concurso

Opera Prima (1989-2011) ... 31 Quadro 1: Períodos do concurso Opera Prima (1989-2011) ... 32 Imagem 7: Anúncio com a chamada de participação na edição 114 da Revista Projeto ... 64 Imagem 8: Publicação de um trabalho de graduação "os simbolismos da cidade num projeto de hotel" do formando Mário Biselli da Faculdade de Arquitetura Mackenzie ... 65 Imagem 9: Lançamento na FAU/USP em 15 de agosto de 1988 do concurso Opera Prima, com Vicente Wissenbach, Salvatore Privitera, Philippe Coens, Ualfrido del Carlo, Carlos Fayet, Fábio Goldman e Eduardo Kneese de Mello (da esquerda para a direita) (Foto Arquivo Fademac) .... 67 Imagem 10: Julgamento do 1° concurso Opera Prima (1989) na Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo com os júri nacional Luiz Paulo Conde, Luciano Guimarães, Hugo Segawa, Severiano Poro e Cláudio Araújo (Fotos Derly Marques) ... 68 Imagem 11: Vencedores do 1° concurso Opera Prima (1989) no evento de premiação e lançamento do 2° concurso (1990) no teatro SESC Fábrica de Pompéia em São Paulo ... 70 Gráfico 1: Quantidade de cursos de arquitetura e urbanismo existentes por tipo de instituição e por ano (1989-2011) ... 71 Quadro 2: Configuração da comissão organizadora do concurso Opera Prima (1989-2011) ... 73 Quadro 3: Regiões e respectivos estados pertencentes por edição do concurso Opera Prima (1989-2011) ... 74 Imagem 12: Configuração e modificações das regiões do concurso Opera Prima (1989-2011) ... 75 Quadro 4: Composição das comissões julgadoras por edição do concurso Opera Prima (1989-2011) ... 77

(9)

Imagem 13: Regulamentos em formato de folder do concurso Opera Prima da 1ª, 8ª, 9ª, 10ª, 11ª e 12ª edição (1989, 1996-2000) ... 85 Imagem 14: Vencedores do 4° concurso Opera Prima (1992) no evento de premiação realizado no Museu de Arte Moderna (MAM) no parque Ibirapuera em São Paulo (Foto: Interfoto) ... 90 Imagem 15: Exemplo da publicação na Revista Projeto de um único trabalho premiado no 1° concurso Opera Prima (1989) ... 90 Imagem 16: Exposição do 1° e 4° Opera Prima (1989 e 1992) no SESC de Pompéia e na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) (Fotos: César Diniz e Arquivo Projeto) ... 92 Imagem 17: Linha do tempo com as principais regras e mudanças do concurso Opera Prima sob a coordenação da ABEA (1989-2000) ... 93 Quadro 5: Responsáveis por edição no concurso Opera Prima (1989-2000) ... 95 Imagem 18: Disposição das regiões, cursos existentes e aptos a participar do concurso Opera

Prima (1989-200) ... 98 Gráfico 2: Quantidade de trabalhos inscritos, escolas participantes e cursos aptos a participar por edição no concurso Opera Prima (1989-2000) ... 99 Gráfico 3: Quantidade de trabalhos inscritos por edição e região no concurso Opera Prima (1989-2000) ... 102 Gráfico 4: Quantidade de escolas participantes por edição e região comparada à curva de expansão dos cursos em cada região no concurso Opera Prima (1989-2000) ... 102 Imagem 19: Exemplo de parte da lista de trabalhos selecionados com pareceres para o julgamento nacional da ata da região 1 da 7ª edição do concurso Opera Prima (1995) ... 105 Imagem 20: Exemplo de parte da lista de trabalhos selecionados com pareceres para o julgamento nacional da ata da região 3 da 12ª edição do concurso Opera Prima (2000) ... 106 Imagem 21: Exemplo de parte da lista de trabalhos premiados e contemplados com menções honrosas da ata nacional da 7ª edição do concurso Opera Prima (1995) ... 120 Imagem 22: Exemplo de parte da lista de trabalhos premiados e contemplados com menções honrosas da ata nacional da 11ª edição do concurso Opera Prima (1999) ... 120 Quadro 6: Trabalhos premiados e resumo dos pareceres na 1ª edição do concurso Opera Prima (1989) ... 122 Quadro 7: Trabalhos premiados e resumo dos pareceres na 2ª edição do concurso Opera Prima (1990) ... 123 Quadro 8: Trabalhos premiados e resumo dos pareceres na 3ª edição do concurso Opera Prima (1991) ... 124

(10)

Quadro 9: Trabalhos premiados e resumo dos pareceres na 4ª edição do concurso Opera Prima (1992) ... 125 Quadro 10: Trabalhos premiados e resumo dos pareceres na 5ª edição do concurso Opera Prima (1993) ... 127 Quadro 11: Trabalhos premiados e resumo dos pareceres na 6ª edição do concurso Opera Prima (1994) ... 128 Quadro 12: Trabalhos premiados e resumo dos pareceres na 7ª edição do concurso Opera Prima (1995) ... 129 Quadro 13: Trabalhos premiados e resumo dos pareceres na 8ª edição do concurso Opera Prima (1996) ... 130 Quadro 14: Trabalhos premiados e resumo dos pareceres na 9ª edição do concurso Opera Prima (1997) ... 131 Quadro 15: Trabalhos premiados e resumo dos pareceres na 10ª edição do concurso Opera Prima (1998) ... 131 Quadro 16: Trabalhos premiados e resumo dos pareceres na 11ª edição do concurso Opera Prima (1999) ... 132 Quadro 17: Trabalhos premiados e resumo dos pareceres na 12ª edição do concurso Opera Prima (2000) ... 133 Gráfico 5: Quantidade de trabalhos premiados por região no concurso Opera Prima (1989-2000) ... 135 Gráfico 6: Quantidade de menções honrosas por região no concurso Opera Prima (1989-2000) ... 135 Gráfico 7: Média de trabalhos inscritos por região no concurso Opera Prima (1989-2000) ... 135 Gráfico 8: Quantidade de trabalhos premiados por tipo de instituição no concurso Opera Prima (1989-2000) ... 136 Gráfico 9: Quantidade de menções honrosas por tipo de instituição no concurso Opera Prima (1989-2000) ... 136 Gráfico 10: Quantidade de cursos aptos a participar e por tipo de instituição e edição no concurso Opera Prima (1989-2000) ... 136 Imagem 23: Regulamentos em formato de folder do concurso Opera Prima da 13ª, 14ª, 16ª, 17ª, 18ª, 19ª e 20ª edição (2001, 2002, 2004-2008) ... 139 Imagem 24: Exemplo da publicação na Revista Projeto Design dos 5 trabalhos premiados no 1° concurso Opera Prima (1989) ... 147

(11)

Imagem 25: Linha do tempo com as principais regras e mudanças do concurso Opera Prima sob a coordenação do IAB (2001-2011) ... 149 Quadro 18: Responsáveis por edição no concurso Opera Prima (2001-2011) ... 151 Imagem 26: Disposição das regiões, cursos existentes e aptos a participar do concurso Opera

Prima (2001, 2002 e 2010) ... 154 Gráfico 11: Quantidade de trabalhos inscritos, escolas participantes e cursos aptos a participar por edição no concurso Opera Prima (2001-2011) ... 155 Gráfico 12: Quantidade de trabalhos inscritos por edição e região no concurso Opera Prima (2001-2011) ... 158 Gráfico 13: Quantidade de escolas participantes por edição e região comparada à curva de expansão dos cursos em cada região no concurso Opera Prima (2001-2011) ... 158 Imagem 27: Exemplo de parte da ata de julgamento da região 1 da 13ª edição do concurso Opera

Prima (2001) ... 161 Quadro 19: Trabalhos premiados e resumo dos pareceres na 13ª edição do concurso Opera Prima (2001) ... 172 Quadro 20: Trabalhos premiados e resumo dos pareceres na 14ª edição do concurso Opera Prima (2002) ... 173 Quadro 21: Trabalhos premiados e resumo dos pareceres na 15ª edição do concurso Opera Prima (2003) ... 174 Quadro 22: Trabalhos premiados e resumo dos pareceres na 16ª edição do concurso Opera Prima (2004) ... 174 Quadro 23: Trabalhos premiados e resumo dos pareceres na 17ª edição do concurso Opera Prima (2005) ... 175 Quadro 24: Trabalhos premiados e resumo dos pareceres na 18ª edição do concurso Opera Prima (2006) ... 175 Quadro 25: Trabalhos premiados e resumo dos pareceres na 19ª edição do concurso Opera Prima (2007) ... 176 Quadro 26: Trabalhos premiados e resumo dos pareceres na 20ª edição do concurso Opera Prima (2008) ... 177 Quadro 27: Trabalhos premiados e resumo dos pareceres na 21ª edição do concurso Opera Prima (2009) ... 178 Quadro 28: Trabalhos premiados e resumo dos pareceres na 22ª edição do concurso Opera Prima (2010) ... 179

(12)

Quadro 29: Trabalhos premiados e resumo dos pareceres na 23ª edição do concurso Opera Prima (2011) ... 179 Gráfico 14: Quantidade de trabalhos premiados por região no concurso Opera Prima (2001-2011) ... 181 Gráfico 15: Quantidade de menções honrosas por região no concurso Opera Prima (2001-2011) ... 181 Gráfico 16: Média de trabalhos inscritos por região no concurso Opera Prima (2001-2011) ... 181 Gráfico 17: Quantidade de trabalhos premiados por tipo de instituição no concurso Opera Prima (2001-2011) ... 182 Gráfico 18: Quantidade de menções honrosas por tipo de instituição no concurso Opera Prima (2001-2011) ... 182 Gráfico 19: Quantidade de cursos aptos a participar e por tipo de instituição e edição no concurso Opera Prima (2001-2011) ... 182 Gráfico 20: Quantidade de cursos aptos a participar por tipo de instituição e edição no concurso

Opera Prima (1989-2011) ... 189 Gráfico 21: Quantidade de trabalhos premiados por região no concurso Opera Prima (1989-2011) ... 190 Gráfico 22: Quantidade de menções honrosas por região no concurso Opera Prima (1989-2011) ... 190 Gráfico 23: Média de trabalhos inscritos por região no concurso Opera Prima (1989-2011) ... 190 Gráfico 24: Quantidade de trabalhos premiados por tipo de instituição no concurso Opera Prima (1989-2011) ... 191 Gráfico 25: Quantidade de menções honrosas por tipo de instituição no concurso Opera Prima (1989-2011) ... 191 Gráfico 26: Quantidade de trabalhos premiados por tipo de instituição e região no concurso

Opera Prima (1989-2011) ... 191 Gráfico 27: Quantidade de menções honrosas por tipo de instituição e região no concurso Opera

Prima (1989-2011) ... 191 Gráfico 28: Quantidade de trabalhos premiados por escola no concurso Opera Prima (1989-2011) ... 192 Gráfico 29: Quantidade de trabalhos com menções honrosas por escola no concurso Opera Prima (1989-2011) ... 192 Gráfico 30: Quantidade de trabalhos premiados por gênero no concurso Opera Prima (1989-2011) ... 193

(13)

Gráfico 31: Quantidade de trabalhos com menções honrosas por gênero no concurso Opera Prima (1989-2011) ... 193 Gráfico 32: Gênero nos júris regionais no concurso Opera Prima (1989-2011) ... 194 Gráfico 33: Gênero nos júris nacionais no concurso Opera Prima (1989-2011) ... 194

(14)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Quantidade de trabalhos selecionados nos julgamentos regionais por edição do concurso Opera Prima (1989-2011) ... 76 Tabela 2: Percentual de participação das escolas por edição com relação aos cursos aptos a participar no concurso Opera Prima (1989-2000) ... 100 Tabela 3: Quantidade de trabalhos selecionados nos julgamentos regionais por edição no Opera

Prima (1989-2000) ... 100 Tabela 4: Quantidade de trabalhos selecionados fixada pelo regulamento comparada à quantidade de escolas participantes e trabalhos inscritos no concurso Opera Prima em 1989 e 1990 ... 101 Tabela 5: Percentual de participação das escolas por edição no concurso Opera Prima (1989-2000) ... 103 Tabela 6: Quantidade de escolas participantes, trabalhos inscritos, premiados e menções honrosas por edição e região com destaque para o melhor desempenho em cada edição no concurso Opera

Prima (1989-2000) ... 134 Tabela 7: Percentual de participação das escolas por edição com relação aos cursos aptos a participar no concurso Opera Prima (2001-2011) ... 156 Tabela 8: Quantidade de trabalhos selecionados nos julgamentos regionais por edição no Opera

Prima (2001-2011) ... 157 Tabela 9: Percentual de participação das escolas por edição no concurso Opera Prima (2001-2011) ... 159 Tabela 10: Quantidade de escolas participantes, trabalhos inscritos, premiados e menções honrosas por edição e região com destaque para o melhor desempenho em cada edição no concurso Opera Prima (2001-2011) ... 180

(15)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABAP - Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas

ABEA - Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

BENNETT - Instituto Metodista Bennett (ou Centro Universitário Metodista Bennett de Ensino)

CAPES - Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAU/BR - Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil

CEAU - Comissão de Especialistas de Ensino de Arquitetura e Urbanismo

CEAU/MEC - Comissão de Especialistas de Ensino de Arquitetura e Urbanismo do Ministério da Educação

CESULON - Centro de Ensino Superior de Londrina

CESUP - Centro de Ensino Superior Plínio Mendes dos Santos CNE - Conselho Nacional de Educação

CNE/CES - Conselho Nacional de Educação / Câmara de Educação Superior

CONABEA - Congresso Nacional da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo

CONFEA - Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia COSU - Conselho Superior

CREA - Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura

EESC/USP - Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo ENADE - Exame Nacional de Desempenho de Estudantes

ENBA - Escola Nacional de Belas Artes ENC - Exame Nacional de Cursos

ENSEA - Encontro Nacional sobre Ensino de Arquitetura e Urbanismo ESUDA - Faculdade de Ciências Humanas

FABP - Faculdade de Arquitetura de Barra do Piraí

FAU/UFRGS - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

FAU/USP - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo FEBASP - Faculdade de Belas-Artes de São Paulo

FENEA - Federação Nacional de Estudantes de Arquitetura FISS - Faculdades Integradas Silva e Souza

(16)

FNA - Faculdade Nacional de Arquitetura

FUMEC - Fundação Mineira de Educação e Cultura FURB - Universidade Regional de Blumenau

GT - Grupo de Trabalho

IAB - Instituto de Arquitetos do Brasil

IAB/DN - Instituto de Arquitetos do Brasil / Direção Nacional IAB/MG - Instituto de Arquitetos do Brasil / Minas Gerais IAB/RJ - Instituto de Arquitetos do Brasil / Rio de Janeiro IAB/RS - Instituto de Arquitetos do Brasil / Rio Grande do Sul IAB/SP - Instituto de Arquitetos do Brasil / São Paulo

IES - Instituição de Ensino Superior

INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira LDBEN - Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

MAM - Museu de Arte Moderna

MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand MEC - Ministério da Educação

MEC/USAID - Ministério da Educação / United States Agency for International Development PUC Goiás - Pontifícia Universidade Católica de Goiás

PUC-Rio - Pontifícia Universidade católica do Rio de Janeiro PUCCAMP - Pontifícia Universidade Católica de Campinas PUCPR - Pontifícia Universidade Católica do Paraná

PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul SARJ - Sindicato dos Arquitetos do Rio de Janeiro

SESC - Serviço Social do Comércio TFG - Trabalho Final de Graduação

TGI - Trabalho de Graduação Interdisciplinar UBC - Universidade Braz Cubas

UCG - Universidade Católica de Goiás UEL - Universidade Estadual de Londrina UFAL - Universidade Federal de Alagoas UFBA - Universidade Federal da Bahia UFC - Universidade Federal do Ceará

UFES - Universidade Federal do Espírito Santo UFF - Universidade Federal Fluminense

(17)

UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais UFMS - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul UFMT - Universidade Federal do Mato Grosso UFPA - Universidade Federal do Pará

UFPB - Universidade Federal da Paraíba UFPE - Universidade Federal de Pernambuco UFPEL - Universidade Federal de Pelotas UFPR - Universidade Federal do Paraná

UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

UFV - Universidade Federal de Viçosa

UGB - Centro Universitário Geraldo Di Biase UGF - Universidade Gama Filho

UIA - União Internacional dos Arquitetos

UIA/UNESCO - União Internacional dos Arquitetos / Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

ULBRA - Universidade Luterana do Brasil UMC - Universidade de Mogi das Cruzes UNAMA - Universidade da Amazônia UnB - Universidade de Brasília

UNE - União Nacional dos Estudantes UNERJ - Universitário de Jaraguá do Sul

UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho UNESPA - União das Escolas Superiores do Estado do Pará UNG - Universidade de Guarulhos

UNIABC - Universidade do ABC

UNIBASP - Centro Universitário Belas Artes São Paulo UNICEUB - Centro Universitário de Brasília

UNIDERP - Universidade Anhanguera

UNIFENAS - Universidade de Alfenas (ou Universidade José do Rosário Vellano) UNIFIL - Centro Universitário Filadélfia

(18)

UNIRITTER - Centro Universitário Ritter dos Reis UNISANTOS - Universidade Católica de Santos UNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos Sinos UNITAU - Universidade de Taubaté

UNIVAP - Universidade do Vale do Paraíba UPM - Universidade Presbiteriana Mackenzie USP - Universidade de São Paulo

(19)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 21

2. MATERIAIS E MÉTODOS ... 26

3. O TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO ... 35

3.1 O ensino de arquitetura e urbanismo no Brasil ... 36

3.2 A Valorização do Trabalho Final de Graduação e o papel da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo ... 49

4. O CONCURSO PARA FORMANDOS DE ARQUITETURA E URBANISMO OPERA PRIMA ... 61

4.1 O surgimento do concurso Opera Prima ... 64

4.2 Um meio para valorizar o Trabalho Final de Graduação ... 67

4.3 Caracterização geral do concurso Opera Prima ... 71

4.4 Algumas problemáticas e outras considerações sobre o concurso Opera Prima ... 79

4.5 O concurso Opera Prima em períodos distintos ... 81

5. O OPERA PRIMA SOB A COORDENAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO DE ARQUITETURA E URBANISMO: 1989-2000 ... 83

5.1 Os regulamentos ... 84

5.2 As comissões organizadoras e os consultores ... 94

5.3 As comissões julgadoras ... 95

5.4 Seleção, julgamento e participação ... 97

5.5 Atas dos julgamentos regionais ... 104

5.6 Atas dos julgamentos nacionais ... 119

5.7 Premiados e menções honrosas ... 134

6. O OPERA PRIMA SOB A COORDENAÇÃO DO INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL: 2001-2011 ... 137

6.1 Os regulamentos ... 138

6.2 As comissões organizadoras e os consultores ... 150

6.3 As comissões julgadoras ... 151

6.4 Seleção, julgamento e participação ... 153

(20)

6.6 Atas dos julgamentos nacionais ... 170

6.7 Premiados e menções honrosas ... 180

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 184

REFERÊNCIAS ... 199

APÊNDICE A ... 207

(21)
(22)

Os concursos de projetos para profissionais arquitetos e urbanistas têm gerado oportunidades de investigação, de debates de caráter estilístico e filosófico, de prospecções tecnológicas e retrospectivas, demonstrando uma ligação ímpar entre o meio acadêmico e o profissional. Possibilitam a demonstração da capacidade técnica e criativa de seus competidores e inserem propostas de obras num determinado espaço e tempo, espelhando assim parte de sua história e proferindo a discussão e comparação de resultados divergentes. Por serem reflexos de cada época e da cultura criada, representam não apenas o panorama arquitetônico, mas caminhos de reflexão, a entrada de novos valores, alternativas do momento, uma forma de expressão, preferências, interesses, inquietudes e preocupações de seus autores (MARQUES, 2011; SANTOS, 2002; MALUENDA, 1998).

De acordo com Santos (2002), esses eventos possuem um caráter catalisador de discussões não somente para a prática profissional, mas também para o meio acadêmico, pois podem ser utilizados como método auxiliar na formação ou como uma atividade extracurricular. Por proporcionarem a análise de estratégias imagéticas e discursivas/argumentativas, os concursos podem evidenciar objetivos didáticos/acadêmicos, como estudos de concepção, e as práticas reflexivas no ensino/aprendizado de projeto (TROSTRUP, 1999; ADAMCZYK et al, 2004 apud VELOSO, 2009).

Para cumprir tantos objetivos é necessária a divulgação dos resultados e outros componentes fundamentais para sua realização, bem como a extensão dos debates para o público. Em geral, os materiais que detém as informações para o entendimento do panorama arquitetônico de um determinado momento sob a perspectiva dos concursos são: os responsáveis, como a comissão organizadora e o consultor; a chamada para participação; o edital de participação ou regulamento; o julgamento registrado nas atas de cada etapa com pareceres e considerações sobre os trabalhos; os trabalhos participantes; dados quantitativos da participação e demais divulgações sobre o evento. Sua organização é parte fundamental para o sucesso das discussões e debates que este virá a proporcionar.

Santos (2002, p. 8) afirmou que a União Internacional dos Arquitetos (UIA) defende a adoção de concursos "como meio apropriado para escolha de projetos que busquem [...] encorajar a criatividade, revelar novos talentos, estimular o ensino e a educação e enfatizar o exercício da arquitetura e seu papel na sociedade". A posição da UIA demonstrou que tais objetivos estão intrinsecamente ligados à formação do arquiteto e urbanista, apontando que as competições estudantis deveriam ser instrumentos mais utilizados e valorizados no meio acadêmico. A participação de estudantes nessas competições é de extremo interesse, uma vez que estas tem

(23)

uma natureza tanto investigativa quanto dissertativa, bem como proporcionam reflexões para o desenvolvimento e crescimento do ensino de arquitetura e do urbanismo.

Levada em consideração a produção acadêmica, os concursos para estudantes podem revelar, de alguma maneira, a qualidade do ensino praticado. A importância da investigação sobre a contribuição que esse tipo de concurso pode oferecer é evidente por inserir-se no processo de formação. Dessa forma, o material produzido nesses concursos são fontes para o entendimento de questões do ensino de arquitetura e urbanismo, como por exemplo, as escolas mais premiadas, a representação na participação nacional, os pontos positivos e negativos apontados em atas, entre outras questões.

Por outro lado, existe um ponto chave na formação do arquiteto e urbanista que também deveria revelar parte do resultado na busca do "ser arquiteto", o Trabalho Final de Graduação (TFG)1.

Segundo Arcipreste (2012), este é colocado como um rito de passagem e expressão de conhecimentos e habilidades. Malacrida (2004), por sua vez, caracterizou esse trabalho como um instrumento pedagógico que simula o exercício profissional e que possibilita as condições favoráveis para a avaliação das competências adquiridas durante a vida acadêmica.

No Brasil, diversos acontecimentos influenciaram na construção do atual TFG, como a Reforma de 1962 na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), as propostas de Trabalho Tese tanto na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (FAU/UFRGS) quanto na FAU/USP na década de 1960, a Reforma de 1968, o Trabalho de Graduação Interdisciplinar (TGI) da FAU/USP em 1971 e os diversos congressos e encontros que discutiram questões relativas ao ensino de arquitetura e urbanismo.

Como se verá adiante, os trabalhos de graduação foram formalizados nos currículos das escolas com denominações como Trabalho de Conclusão, Trabalho de Tese, Trabalho de Titulação ou organizados como a última disciplina, fechando reflexões e avaliando habilidades, sobretudo na prática projetual (ARCIPRESTE, 2012). Nas décadas de 1980 e 1990, o trabalho de graduação ganhou proporções maiores nos meios de comunicação, como por exemplo na Revista Projeto, que publicou matérias com opiniões de arquitetos e urbanistas a respeito deste tipo de trabalho.

1 O Trabalho Final de Graduação (TFG) assumiu diferentes nomeações em diversas escolas ao longo do tempo. Este trabalho se referenciará ao trabalho final de curso como TFG, por ser a terminologia mais utilizada pelos organizadores do concurso Opera Prima.

(24)

Em 1988 houve um momento de grande significado para a devida valorização do TFG. A

Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA)2, em parceria com a Revista

Projeto e a Fademac3, criaram o concurso para formandos de arquitetura e urbanismo Opera

Prima4. A competição, voltada para os trabalhos de graduação com as mais diversas nomeações, teve como motivação a valorização do TFG e a promoção de análises e debates sobre a qualidade do ensino de arquitetura e urbanismo no Brasil e sua avaliação (PROJETO, jun. 1989). Nascido para "resgatar e divulgar os mais expressivos trabalhos de graduação realizados pelas faculdades e escolas de arquitetura do Brasil" (PROJETO, set. 1988, p. 154), o Opera Prima visava ser um estímulo, um fórum de divulgação anual do panorama geral dos formados (PROJETO, mar. 1989). Para Vicente Wissenbach5, o grande objetivo era "interferir na vida acadêmica dos

estudantes, introduzindo o debate arquitetônico de forma que cada escola possa avaliar sua produção e acompanhar o trabalho das demais" (PROJETO, abr. 1989, p. 139). Nos primeiros anos de sua realização o concurso foi bastante referenciado e tema de diversas matérias na Revista Projeto, assim como a ampla divulgação de seus resultados. Para além, a ABEA utilizou o concurso como um instrumento de incentivo à implementação obrigatória do TFG na legislação de 1994, e para apresentar a realidade e representatividade dos TFGs dentro das escolas.

O surgimento do Opera Prima se deu simultaneamente às mudanças nas legislações federais que propiciaram a expansão do ensino superior privado, e em meio às discussões relativas à importância e implementação do TFG na formação do arquiteto e urbanista. Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo, por meio de uma pesquisa documental, analisar o

concurso para formandos de arquitetura e urbanismo Opera Prima entre 1989 e 2011, traçando um panorama geral do mesmo. Os objetivos específicos se delimitaram por

identificar, coletar e sistematizar dados específicos e quantitativos em períodos do concurso; montar um banco de dados anual para contribuir com seu registro histórico; e evidenciar as principais características da competição.

A análise do concurso Opera Prima foi delimitada entre 1989, ano de sua 1ª edição, até 2011, devido ao fato deste ter sofrido uma pausa em 2012. Seu regresso ocorreu somente em 2013, mas sem a participação de nenhuma entidade vinculada à arquitetura e urbanismo. De 1989 a 2000, o concurso foi promovido pela entidade designada ao ensino de arquitetura e urbanismo ABEA, e

2 Entidade sem fins lucrativos, fundada em 1973 como Associação de Escolas de Arquitetura e reformulada em 1985 como entidade de ensino, que atua na melhoria na qualidade de ensino de arquitetura e urbanismo no Brasil.

3 Empresa fabricante de pisos vinílicos, como o paviflex, patrocinadora do concurso Opera Prima entre 1989 e 2002. Atualmente pertence a também empresa de pisos vinílicos Tarkett.

4 Apesar da grafia correta para a palavra "ópera" possuir o acento agudo, o concurso Opera Prima sempre foi referenciado pela Revista Projeto sem o acento e por esta razão este trabalho utilizou a grafia Opera Prima.

(25)

de 2001 a 2011 foi realizado pela entidade voltada ao profissional arquiteto e urbanista o Instituto

de Arquitetos do Brasil / Direção Nacional (IAB/DN)6. A maneira como cada entidade

conduziu o concurso, bem como a década em que cada uma atuou, interferiu nas bases: do regulamento, do julgamento, das atas, da participação, bem como na própria divulgação dos resultados. Em função disso optou-se por realizar a análise do Opera Prima em dois períodos distintos, um entre 1989 e 2000 e outro entre 2001 e 2011.

Em ambos os períodos foram caracterizados e analisados seus regulamentos; suas comissões organizadoras e consultores; suas comissões julgadoras regionais e nacionais; sua seleção, julgamento e participação em números; suas atas de julgamentos regionais e nacionais divulgadas ao público; e por fim seus premiados e menções honrosas. Os dados quantitativos apresentados em ambas as análises foram comparados ao número de cursos com turmas formadas a cada ano, ou seja, os cursos aptos a participar do Opera Prima, a fim de compreender como o concurso estava com relação à realidade Brasileira. Em paralelo, foi montado um banco de dados com informações gerais da edição, de premiados e menções honrosas por edição, visando futuras análises com outros focos e podendo gerar outras pesquisas.

O trabalho foi estruturado em sete capítulos, os dois primeiros, introdução, materiais e métodos. O terceiro capítulo foi constituído por uma revisão bibliográfica sobre o TFG, abordando as origens, os eventos, as Reformas Universitárias, o Trabalho Tese e o TGI da FAU/UFRGS e da FAU/USP. Também foi analisada a expansão dos cursos superiores de arquitetura e urbanismo, a implantação e regulamentação do TFG, assim chegando ao atual modelo. Os três capítulos seguintes abordaram o concurso Opera Prima, sendo o primeiro destes um histórico com seus principais padrões e os outros dois a caracterização e análise dos dados. O quarto capítulo foi colocado no intuito de introduzir o Opera Prima, explicando como se deu seu surgimento, qual foi o seu papel na valorização do TFG, as principais características de como se davam suas etapas, algumas problemáticas e demais considerações observadas por outros autores, e como se deu a divisão da pesquisa em períodos. O quinto e o sexto capítulo seguiram uma mesma estrutura de análise. A competição foi caracterizada e analisada em períodos, de 1989 a 2000 e entre 2001 e 2011, pelos seguintes itens: regulamentos; comissões organizadoras e consultores; comissões julgadoras; seleção, julgamento e participação; atas dos julgamentos regionais e nacionais; premiados e menções honrosas. O trabalho se encerrou pelo sétimo capítulo com as considerações finais, unindo ambos os períodos.

6 Entidade sem fins lucrativos de livre associação de arquitetos e urbanistas brasileiros, fundada no Rio de Janeiro em 1921, dedicada à arquitetura, ao urbanismo e ao exercício da profissão.

(26)
(27)

Uma vez determinado o objetivo do trabalho como analisar o concurso para formandos de

arquitetura e urbanismo Opera Prima7 de 1989 a 2011 traçando um panorama geral do mesmo, o

trabalho foi classificado com base em sua finalidade como uma pesquisa básica estratégica, pois visou adquirir novos conhecimentos na área do ensino de arquitetura e urbanismo. Com base em seus objetivos foi classificada como uma pesquisa descritiva por caracterizar as edições do Opera

Prima utilizando técnicas padronizadas de coleta de dados e, também, pelo intuito de descobrir associações para proporcionar outras perspectivas do objeto de estudo. Ainda foi classificada como uma pesquisa documental devido aos procedimentos técnicos utilizados descritos mais adiante8.

Por se tratar de um concurso de trabalhos de graduação dos cursos de arquitetura e urbanismo, foram abordadas na revisão bibliográfica as temáticas sobre o ensino de arquitetura e urbanismo, mais especificamente com foco na expansão do ensino superior na década de 1990, as discussões que envolveram a criação do Trabalho Final de Graduação (TFG) e o histórico do concurso

Opera Prima. Para a realização, foram pesquisados os principais meios de apoio e divulgação responsáveis pelo concurso, sendo estes a Revista Projeto Design, antiga Revista Projeto, e a

Revista AU, assim como seus respectivos sites, ARCOweb9 e PINIweb10. O universo das edições

das Revistas foi delimitado a partir da primeira e da última aparição da competição nestas, partindo da informação de que a mesma foi lançada em 1988. Foram consultados os números 114 a 191 da Revista Projeto, correspondente aos anos de 1988 a 1995; as mídias digitais com a divulgação da premiação e os números 49 a 103 da Revista AU de 1993 a 2002; e os números 275 a 378 da Revista Projeto Design dos anos de 2003 a 2011. O levantamento se estendeu aos sites oficiais do concurso Opera Prima, assim como demais fontes, tais como cartazes, folders e sites independentes melhor especificados nas referências bibliográficas. O concurso sofreu uma pausa em 2012, retornando somente em 2013 para a 24ª edição com TFGs de 2011 e 2012 ao mesmo tempo e sem envolver entidades de arquitetura e urbanismo em sua promoção. Dessa maneira, a periodicidade da pesquisa foi delimitada entre os anos de 1989 e 2011.

A pesquisa documental foi delineada da seguinte maneira: determinação dos objetivos; elaboração do plano de trabalho; identificação das fontes; localização e obtenção do material de pesquisa pela biblioteca convencional, digitalizado pela autora. Posteriormente, foi realizado o tratamento dos dados com a sistematização em tabelas, quadros e gráficos que conduziram à investigação

7 O Opera Prima sofreu uma pausa em 2012, retornando em 2013 para a 24ª edição com trabalhos de graduação de 2011 e 2012 ao mesmo tempo. Após a 23ª edição (2011) não houveram entidades de arquitetura e urbanismo envolvidas na promoção do evento, delimitando assim a periodicidade da pesquisa entre os anos de 1989 e 2011. 8 A classificação foi estabelecida de acordo com Gil (2002).

9 http://arcoweb.com.br/ 10 http://piniweb.pini.com.br/

(28)

com análise quantitativa. Por último, foram confeccionadas fichas para a construção lógica do trabalho e sua redação.

Num primeiro momento, as informações foram sistematizadas num quadro por números das Revistas e sites com seu respectivo conteúdo, formando uma espécie de guia de navegação do levantamento (ver imagem 1).

Imagem 1: Exemplo da sistematização por edições do levantamento do concurso Opera Prima (1989-2011)

Fonte: A autora, 2014.

O material foi separado em pastas por edição do concurso, cada qual com os itens necessários para o seu entendimento: as atas regionais e nacional, o cartaz de chamada para participação, a comissão organizadora, o consultor, os júris regionais e nacional, a lista de participantes, o regulamento, os pareceres e as publicações de premiados e menções honrosas. Em outro quadro foram preenchidos, em verde, os itens obtidos no levantamento inicial, destacando em vermelho os itens faltantes e constatando a necessidade de buscá-los em outras fontes (ver imagem 2). Para a obtenção destes foi estabelecido contato com a Sra. Vanilda Sganzerla Queiroz11, uma das

organizadoras do concurso Opera Prima pela empresa Joy Eventos12, que muito contribuiu para o

preenchimento das lacunas existentes.

11 Foi diretora geral da empresa Joy Eventos e integrante da comissão organizadora do concurso Opera Prima entre a 8ª e a 23ª edição (1996-2011).

12 Empresa estabelecida em São Paulo organizadora de eventos corporativos, ações promocionais, prêmios e concursos. Foi responsável pela logística do concurso Opera Prima em seus primeiros 23 anos (1989-2011).

(29)

Imagem 2: Quadro de sistematização dos itens obtidos no levantamento inicial do concurso Opera Prima (1989-2011)

Fonte: A autora, 2014.

A partir desse ponto, outros dois quadros e uma tabela foram confeccionados com os dados relativos a cada edição do concurso. Primeiramente, elaborou-se uma lista com o nome dos alunos premiados e contemplados com menções honrosas, sua região, o título do trabalho, o nome do orientador, da escola, a cidade, o estado, o tipo de instituição e o prêmio atribuído (ver imagem 3). Posteriormente, foram sistematizados os dados gerais com nome dos responsáveis, consultores, comissão organizadora, júris regionais e nacionais, local dos julgamentos e exposições (ver imagem 4). Por último, organizou-se uma tabela com os dados quantitativos por região e em sua totalidade para cada edição, com número de trabalhos inscritos, escolas participantes, trabalhos selecionados, premiados e com menções honrosas (ver imagem 5). O primeiro quadro, com a lista dos alunos, originou uma tabela simplificada e com informações quantitativas, passando de uma lista nominal para uma representação numérica de quantidades de premiados e menções honrosas por escola e por tipo de instituição em cada edição da premiação (ver imagem 6).

(30)

Imagem 3: Exemplo do quadro com informações dos trabalhos premiados e contemplados com menções honrosas do concurso Opera Prima (1989-2011)

Fonte: A autora, 2014.

Imagem 4: Exemplo do quadro com informações gerais por edição do concurso Opera Prima (1989-2011)

(31)

Imagem 5: Exemplo da tabela com informações quantitativas por edição do concurso Opera Prima (1989-2011)

Fonte: A autora, 2014.

Imagem 6: Exemplo da tabela com informações quantitativas por escola e edição do concurso Opera Prima (1989-2011)

(32)

A primeira análise dos dados permitiu aferir mudanças nas edições do concurso Opera Prima, especialmente no veículo de divulgação e nos responsáveis por sua promoção, o que ocasionou alterações em sua nomeação. Entre 1989 e 1995, o concurso foi nomeado de Opera Prima / Prêmio Paviflex, sendo realizado através da parceria entre a Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA), a Revista Projeto e a empresa fabricante de pisos vinílicos Fademac. A partir de 1996, a Revista Projeto rompeu a parceria, assumindo em seu lugar a Revista AU e passando a ser chamado apenas por Concurso Paviflex. Mais tarde, em 2001, foi a ABEA quem deixou a organização do evento, entrando o Instituto de Arquitetos do Brasil / Direção Nacional (IAB/DN) em seu lugar. Em 2003, a competição voltou a ter seu nome original, Opera Prima, com o regresso à Revista de origem, agora como Projeto Design, e recebeu a empresa Braskem como sua nova patrocinadora. Entre 2004 e 2010, em vista desse novo patrocínio, foi criado o prêmio "Projetando com PVC" para trabalhos que melhor especificassem componentes do material PVC em projetos participantes ou não do Opera Prima. Esse Prêmio não foi considerado na análise deste trabalho.

O concurso então, foi dividido inicialmente em 4 períodos, originados por essas trocas de veículos divulgadores, entidades responsáveis e patrocinadores. Dessa maneira, os períodos ficaram delimitados de 1989 a 1995, 1996 a 2000, 2001 a 2002, e de 2003 a 2011 (ver quadro 1).

Quadro 1: Períodos do concurso Opera Prima (1989-2011)

Edição 1ª – 7ª 8ª – 12ª 13ª - 14ª 15ª - 23ª

Ano 1989-1995 1996-2000 2001-2002 2003-2011

Nomeação do concurso

Opera Prima /

Prêmio Paviflex Concurso Paviflex

Opera Prima / Prêmio PVC (2004-2011)

Promovido por ABEA IAB/DN

Patrocinador Fademac Braskem13

Divulgação Revista Projeto Revista AU Revista Projeto Design

Organização Joy Eventos

Fonte: A partir de REGULAMENTO DO CONCURSO OPERA PRIMA, 1989-2011.

O caráter distinto entre a ABEA e o IAB/DN chamou a atenção. A ABEA como uma entidade voltada à atuação pela melhoria na qualidade do ensino de arquitetura e urbanismo no Brasil, na época realizando debates e discussões sobre a legislação do ensino que vieram inclusive a afetar as regras do próprio concurso. E o IAB/DN, uma entidade que atua na defesa de ações voltadas aos profissionais arquitetos e urbanistas, tais como atualizações e reformas do Estatuto, e o estabelecimento e aprovação de normas para concursos públicos de projetos por ele organizados voltados ao âmbito profissional. Dessa maneira, os períodos de análise se definiram entre 1989 e 2000, sob o comando da ABEA, e entre 2001 e 2011, sob o comando do IAB/DN.

13 Na 23ª edição (2011) do concurso Opera Prima não houve o patrocínio da empresa Braskem, consequentemente não houve também o prêmio originado do patrocínio, o "Projetando com PVC".

(33)

O concurso foi caracterizado e analisado em cada período através de seus regulamentos; comissões organizadoras e consultores; comissões julgadoras regionais e nacionais; sua seleção, julgamento e sua participação em números; atas de julgamentos regionais e nacionais divulgadas ao público; e por fim seus premiados e menções honrosas também em números. Os regulamentos foram caracterizados e analisados no intuito de observar seus padrões e pontuar as mudanças mais significativas dentro de cada período, de maneira que este foi dividido pelas seções de introdução, participação, apresentação dos trabalhos, cronograma, publicação e exposição. Nesse sentido, as comissões organizadoras, os consultores e as comissões julgadoras regionais e nacionais foram abordadas a fim de conhecer aqueles que atuavam em cada período da competição e como se dava essa atuação. O item de seleção, o julgamento e a participação possibilitou compreender como funcionavam as etapas de julgamento e como se dava quantitativamente a participação em cada edição por região e em sua totalidade através de gráficos e tabelas. As atas de julgamentos regionais e nacionais foram analisadas por edição a fim de saber os critérios utilizados, as considerações sobre a produção de maneira geral e os pareceres tecidos pelo júri nacional aos premiados, encontrando assim pontos em comum entre regiões e edições. Por fim, os premiados e menções honrosas também foram analisados quantitativamente através de gráficos e tabelas no intuito de saber quais regiões e o tipo de Instituição do Ensino Superior (IES), privada ou pública, que mais venceram por edição e em sua totalidade.

As considerações finais, além de concluírem as análises, uniram ambos os períodos para revelar também quais foram as regiões e o tipo de IES que mais venceram nesses 23 anos da competição. Ainda, quais as escolas de arquitetura e urbanismo e os gêneros mais premiados e com menções honrosas, bem como o gênero que prevaleceu nos júris regionais e nacionais.

Como o concurso dedica-se aos formandos de arquitetura e urbanismo, os dados quantitativos foram comparados ao número de cursos com turmas formadas a cada ano, ou seja, os cursos

que já estavam aptos a participar do Opera Prima. Esses dados foram obtidos através da

consulta ao site E-MEC14 do Ministério da Educação (MEC), que forneceu a data de início de

cada curso de arquitetura e urbanismo e seu tempo de integralização. Dessa maneira, foi possível fazer uma previsão de quando cada curso teria sua primeira turma formada, para assim comparar ao número de cursos participantes na competição. Nesse sentido, o Opera Prima denomina como escolas, os cursos de arquitetura e urbanismo existente por campus, e não pela IES em si ou a quantidade de cursos dentro da IES15. Sendo assim, foi necessário contabilizar os cursos de

14 http://emec.mec.gov.br/

15 Por exemplo, a Universidade Paulista (UNIP) que, apesar de ser uma única instituição de ensino, possuía 20 campus espalhados por todo o Brasil até 2011. Para o concurso Opera Prima estes campus são considerados como 20 escolas distintas independentemente da quantidade de cursos de arquitetura existentes num único campus. Ou, por

(34)

arquitetura e urbanismo aptos a participar da mesma maneira como o concurso o faz, para assim não haverem discrepâncias nas comparações.

Por fim, foi montado um banco de dados inédito dos 23 anos de competição (1989-2011) com informações por edição. Foram colocados o cartaz de divulgação da premiação; capa utilizada na divulgação dos resultados pela Revista que o veiculava; nome das empresas, entidades e pessoas responsáveis por sua organização; nome dos arquitetos participantes das comissões julgadoras regionais e nacionais com seu respectivo estado de origem; trabalhos premiados e contemplados com menções honrosas com sua imagem, título, nome do autor, orientador, IES, localização da IES, tipo de IES e a região a qual pertencia no concurso. Tudo isso a fim de contribuir como seu registro e para futuras análises com outros focos.

exemplo, a Universidade Federal da Bahia (UFBA) que, até 2011, possuía 2 cursos ativos no Campus Federação/Ondina, sendo considerado pelo concurso como uma única escola pelos cursos estarem concentrados num único campus.

(35)
(36)

Ao longo do tempo, os trabalhos de graduação assumiram diferentes nomeações. Sua utilização e significado como coroamento dentro dos cursos precederam séculos antes de ser proposto como um trabalho obrigatório componente dos cursos de arquitetura e urbanismo no Brasil em 1994. Foi nesse sentido que Arcipreste (2012, p. 25) atestou a presença e a importância desse tipo de trabalho:

A elaboração de um trabalho ao final dos processos de formação em arquitetura, desde seus primórdios pré-modernos na opera prima das corporações medievais, é colocada como rito de passagem, expressão de conhecimentos e habilidades necessárias ao ofício. Sua realização, acredita-se, tem enorme importância na vida dos alunos e das instituições, por seu caráter simbólico de ligação da vida acadêmica com a profissional. Nas escolas brasileiras, a essência deste trabalho final sempre existiu, embora ao longo do tempo tenham variado as formas de sua institucionalização, os processos pedagógicos adotados, assim como os problemas arquitetônicos e urbanísticos frequentemente considerados e suas abordagens.

A criação e implementação do Trabalho Final de Graduação (TFG) esteve entrelaçada aos modelos de ensino provindos da Europa do século XVIII e às diversas discussões, no Brasil, envolvendo a qualidade do ensino de arquitetura e urbanismo a partir da década de 1950. Neste capítulo foram abordadas a história e as principais influências na construção do modelo do atual TFG no país.

3.1 O ensino de arquitetura e urbanismo no Brasil

Nas primeiras décadas do século XX, a necessidade em alinhar o ensino com a realidade profissional provocou movimentações dos arquitetos e mudanças no ensino de arquitetura e urbanismo no Brasil. Um processo iniciou-se em 1921, com a criação do primeiro núcleo do Instituto Brasileiro de Arquitetura, futuro Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). Continuou em 1933 com a regulamentação da profissão engenheiro-arquiteto, através do Decreto n° 23.569/33, e a criação do Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura (CONFEA) e dos Conselhos Regionais de Engenharia e Arquitetura (CREA). Essa regulamentação foi bastante criticada por Artigas (in ABEA, 1977), pois, na realidade, prejudicou a visão do arquiteto perante a sociedade:

Os arquitetos e o ensino de Arquitetura saíram deste processo bastante prejudicados. Não se compreendeu o papel que os arquitetos teriam que desempenhar nesse momento histórico. Na verdade prevaleceu o conceito que o tipo de formação da antiga Academia de Belas-Artes tinha criado para o arquiteto. Uma espécie de técnico menor, um desenhador, ignorante das exigências da lei da gravidade e do comportamento das estruturas (ARTIGAS in ABEA, 1977, p. 32).

Os engenheiros-arquitetos paulistas começaram a se reunir no Instituto de Arquitetos do Brasil de São Paulo (IAB/SP), a partir de 1943, para discutir a atuação profissional e a criação de escolas

(37)

autônomas de arquitetura, pois era necessário que a formação estivesse voltada para a profissão, introduzindo na formação a ideologia profissional defendida pelo IAB. Com esse foco, ocorreram diversos eventos importantes relativos ao ensino e à profissão do arquiteto, como por exemplo os Congressos Brasileiro de Arquitetos organizados pelo Instituto nos anos de 1945, 1948, 1953, 1954 e 1957. As discussões sobre ensino, no 1º Congresso em 1945, resultaram na

criação da Faculdade Nacional de Arquitetura (FNA) da Universidade do Brasil16, cujo currículo

deveria ser adotado obrigatoriamente por todos os cursos no país e, posteriormente, na criação de outras escolas autônomas de arquitetura. Essa foi a primeira grande conquista dos arquitetos para estabelecer uma nova visão de sua atuação profissional perante a sociedade (VIDOTTO, 2014).

A FNA, criada sob o Decreto-Lei nº 7.918/45, foi constituída a partir da Faculdade de Arquitetura do Rio de Janeiro originada do curso de arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes (ENBA). A Faculdade logo apresentou influências vindas do modelo de ensino europeu, pois de acordo com Arcipreste (2012), existem menções a concursos de projetos na Faculdade que cumpriam o papel de instância avaliativa de alguma maneira. Foi na FNA, em 1946, que implantou-se a reforma proposta por Lucio Costa enquanto diretor da ENBA em sua breve passagem em 1931, no intuito de aproximar a arquitetura da realidade urbana, social e das novas tecnologias. De acordo com Cordeiro (2012), essa reforma propôs a inserção de disciplinas como o Urbanismo e o Paisagismo, e a separação do ensino de arquitetura das Belas Artes, assumindo assim uma identidade mais próxima das ideias modernistas. Essa proposta ajudou na consolidação do modernismo e também valorizou a área do urbanismo, como expôs o autor:

A proposta de Lucio Costa para o ensino da Arquitetura está no cerne das transformações de ordem cultural e artística que tomavam corpo entre a vanguarda da intelectualidade que iria consolidar o modernismo. DestacamǦse, mais uma vez, a introdução do urbanismo como disciplina e o desenvolvimento de projetos sob novos programas e funções, que demandavam por um novo tipo de edificação e organização do espaço urbano, para uma sociedade que se urbanizava e se preparava para a industrialização. O entrelaçamento desta nova arquitetura, isto é, da arquitetura moderna com outros setores da cultura brasileira tornaǦse claro e é visível o otimismo com que se identifica com as soluções que retirariam o país do atraso (CORDEIRO, 2012, p. 960).

Em 1948, no Brasil, os cursos de Arquitetura do Instituto de Belas-Artes uniram-se à Escola de Engenharia de Porto Alegre, originando a futura Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (FAU/UFRGS), instalada oficialmente apenas em 1952 (INEP, 2010). Ao mesmo tempo, ainda em 1948, foi criada a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Paulo (FAU/USP) a partir do curso especial de

(38)

arquiteto existente na Escola Politécnica de São Paulo. O curso possuía natureza marcadamente técnica e também seguia os padrões vigentes da FNA (ARCIPRESTE, 2012).

No 1° Congresso Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo em 1952, na cidade de Salvador, surgiu uma proposta que delineava a conclusão do curso por meio da realização "de um trabalho completo, elaborado durante o 5º ano, devendo os departamentos de Cultura e História, Técnica e Cálculo concluírem seus estudos no 4º ano, dando desta maneira ao trabalho o caráter de síntese de conhecimentos adquiridos no curso" (ANAIS..., 1952, p. 45). No Congresso

seguinte, no ano de 1953 em Recife, o professor Sylvio de Vasconcellos17 tentou implantar uma

avaliação diferenciada para o último ano do curso, na qual o aluno apresentaria um trabalho completo com cálculo de estrutura, memorial descritivo, dentre outros itens (ANAIS..., 1953). Apesar das propostas não se concretizarem, estas simbolizaram a vontade de arquitetos e estudantes na implantação de uma avaliação que distinguisse a área da arquitetura das demais, e ao mesmo tempo evidenciassem sua interdisciplinaridade. Também ressaltou-se a utilização da expressão "síntese de conhecimentos", que veio a ser bastante utilizada com o passar dos anos por diversos arquitetos, docentes e autores, no sentido de resumir os conteúdos finalizados no curso.

No ano seguinte, em 1954 na cidade de Porto Alegre, ocorreu ainda o 3º Congresso Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo. Esses Congressos de estudantes, na primeira metade da década de 1950, indicaram problemas no programa das disciplinas e a necessidade de interação entre o ensino e a realidade profissional, significando um momento de mudanças em ambas as realidades. Já a segunda metade da década, foi marcada por lutas por uma nova legislação profissional e pela continuidade das discussões e eventos no intuito de rever as bases do ensino de arquitetura e urbanismo no país.

Em 1957, houve a proposta de uma reforma para a FAU/USP, que iniciou-se quando os professores Vilanova Artigas, Rino Levi18, Hélio de Queiroz Duarte19 e Abelardo de Souza20 formaram uma comissão para propor uma reestruturação do curso, a qual colocou o ateliê como

17 Formado pela Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) (1944); foi professor (1948-1969) e diretor (1963-1964) da Escola de Arquitetura da UFMG; presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil / Minas Gerais (IAB/MG) (1957).

18 Formado pela Escola Superior de Arquitetura de Roma (1926); foi diretor do Instituto de Arquitetos do Brasil / São Paulo (IAB/SP) (1952-1955); professor da FAU/USP (1957-1959).

19 Formado pela ENBA (1930); foi professor na Escola de Belas Artes de Salvador (1939-1944); professor da FAU/USP (1949-1976); professor na Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC/USP) (1953-1955); diretor e presidente da Comissão Organizadora da Escola de Arquitetura da Universidade Federal do Ceará (UFC) (1965); professor visitante da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (UFBA) (1966); professor da Universidade de Brasília (UnB) (1967); presidente da Comissão de Pós-graduação da FAU/USP (1970-1977).

(39)

uma centralidade. Essa comissão editou o documento "Sugestões em Estudo" com a proposta de um novo currículo que equilibrasse a formação do arquiteto e com conceitos que os reconhecessem como profissionais distintos dos engenheiros, reforçando também uma atuação voltada para a autoria de projeto e o atendimento das necessidades da sociedade (VIDOTTO, 2014).

Ainda em 1957, Pereira21 (mai. 1987) relatou a presença do trabalho final na FAU/UFRGS

denominado como Trabalho de Diplomação. Nesse mesmo período, entre 1957 e 1958, Arcipreste (2012) apontou a presença e formalização do trabalho final pela Comissão de Ensino, encarregada da proposta para a Reforma do Ensino de Arquitetura na FNA. Dentre as medidas apresentadas para a Congregação do curso estava a realização de um trabalho final que oferecesse uma visão da realidade profissional e que representasse a fusão de todos os conhecimentos adquiridos ao longo do curso:

Para perfeita coordenação dos programas das cadeiras de aplicação de cada curso da Faculdade, visando objetivos comuns, far-se-á, no término do curso, um "trabalho final" que constará de um projeto de conjunto, em que se terá por mira incutir no estudante a ideia de que as matérias chamadas a intervir nos programas não se somam ou se superpõem como compartimentos distintos e sim se amalgamam e se fundem num todo único e indivisível, participando, efetivamente, desde a "esquisse" inicial, até os detalhes de execução, de toda a sequência e desenvolvimento do projeto (UNIVERSIDADE DO BRASIL, 1960, p. 82 apud ARCIPRESTE, 2012, p. 68).

Os temas do "Trabalho final" [...] terão por escopo dar ao estudante uma visão tão objetiva e exata quanto possível da realidade profissional, fugindo de divagações ideais e fantasiosas, e, muito ao contrário, atendendo-se a problemas específicos da comunidade brasileira, dos que os estudantes terão, mais tarde de enfrentar, abrangendo, inclusive, a coleta de dados e informações, feita diretamente pelos estudantes, fora da Faculdade (UNIVERSIDADE DO BRASIL, 1960, p. 83 apud ARCIPRESTE, 2012, p. 68).

Essa definição reforçou as propostas de trabalho final abordadas nos Congressos Nacionais de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo, a necessidade de um trabalho completo para o encerramento do curso que contemplasse todas as disciplinas numa espécie de síntese de conhecimentos. Ao mesmo tempo, colocou o que vinha sendo solicitado pela categoria profissional, a conformidade com a realidade profissional e o foco em problemas sociais no país, bem como a exigência de um trabalho de campo para coleta de dados e informações.

Nos primeiros anos da década de 1960, docentes, pesquisadores e o movimento estudantil

21 Foi arquiteto formado pela FAU/UFRGS em 1957, professor da FAU/USP (1982-1990; 1995-2013), professor da FAU/UFRGS (1965-1970), diretor do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da UnB 1976) e professor (1968-1978; 1988-1992), presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil / Direção Nacional (IAB/DN) (1972-1976), coordenador da Comissão de Especialistas de Ensino de Arquitetura e Urbanismo do Ministério da Educação (CEAU/MEC) (1973-1976) e coordenador da Comissão de Formação Profissional da União Internacional de Arquitetos (UIA).

Referências

Documentos relacionados

Os estudos originais encontrados entre janeiro de 2007 e dezembro de 2017 foram selecionados de acordo com os seguintes critérios de inclusão: obtenção de valores de

Os alunos que concluam com aproveitamento este curso, ficam habilitados com o 9.º ano de escolaridade e certificação profissional, podem prosseguir estudos em cursos vocacionais

O Banco Mundial está desenvolvendo um projeto de gestão integrada de águas urbanas com o objetivo de estabelecer procedimentos para preparar uma estratégia

b) Uso da teoria das probabilidades para avaliar os resultados da amostra, incluindo a mensuração do risco de amostragem. Muitos autores são unanimes na definição deste tipo

Crisóstomo (2001) apresenta elementos que devem ser considerados em relação a esta decisão. Ao adquirir soluções externas, usualmente, a equipe da empresa ainda tem um árduo

24, de onde é possível afirmar que, para o setor II as razões cíclicas de cada braço são dadas pela expressão (69).. 25 – Diagrama de blocos do sistema

Apesar do glicerol ter, também, efeito tóxico sobre a célula, ele tem sido o crioprotetor mais utilizado em protocolos de congelação do sêmen suíno (TONIOLLI

Cada Parte deverá assegurar que os procedimentos de avaliação previstos no Anexo I sejam aplicados ao processo de planejamento das decisões sobre qualquer atividade realizada na área