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A efetividade da atividade física para o tratamento de crianças com depressão: uma revisão sistemática

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Academic year: 2021

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Anais 2016: 18ª Semana de Pesquisa da Universidade Tiradentes. “A prática interdisciplinar

A efetividade da atividade física para o tratamento de crianças com

depressão: uma revisão sistemática

Camila Menezes Góis (Graduação-Unit), e-mail: milynha.13@hotmail.com;

Laiane Mota de Andrade Menezes (Graduação-Unit), e-mail: laymotta@hotmail.com;

Clara Janaína Almeida Cruz (Graduação-Unit); e-mail:

klaralmeida@hotmail.com

Gislâyne Môra da Cunha (Graduação-Unit); e-mail: gigimcunha@gmail.com

Lucir da Silva Campos (Graduação); e- mail: lucir_university@hotmail.com

Tarcísio Lima Brandão (Orientador), e-mail: professortarcisiobrandao@hotmail.com.

Universidade Tiradentes/Enfermagem/Aracaju, SE.

4.00.00.00-1 - Ciências da Saúde 4.04.04.00-5 - Enfermagem Psiquiátrica

Pesquisa executada com recursos próprios.

RESUMO: Reconhecida como um problema de

saúde mental, a depressão tem sido resultado do aumento da prevalência de obesidade infantil. Dessa forma, tem se buscado outras formas de intervenção para tratar a depressão, como a prática da atividade física. Essa, está associada com a qualidade de vida, contribuindo para saúde musculoesquelética, e reduzindo o índice de várias doenças, inclusive as mentais. O objetivo deste estudo é a realização de uma revisão livre de vieses, focada apenas em atividade física. A estratégia de busca foi realizada nas seguintes bases de dados: PUBMED (US

National Library of Medicine). Foram utilizados os

descritores: depressão, exercício, ensaio clínico, criança. Apenas 5 estudos preencheram os critérios de inclusão. Apresentaram indeterminado risco de viés, pois mesmo citada a aleatorização, os autores não deixam claro como esta foi realizada. Na concordância entre os avaliadores, foi obtida uma concordância perfeita (K = 1). São necessários mais ensaios clínicos aleatórios de boa qualidade sobre o assunto.

Palavras-chaves: Depressão, Exercício, Ensaio

Clínico.

INTRODUÇÃO

A depressão é umas das causas mais comuns que se leva a consulta de um clínico médico. E mesmo os antidepressivos sendo muito prescritos e eficazes, acabou despertando a curiosidade em pacientes e profissionais de área da saúde em buscar novas formas de tratamento, e uma delas foi por meio da atividade física, e ao longo do tempo a mesma vem

trazendo vários pontos positivos, (BAXTER, et al. 2010).

Ao longo dos anos os benefícios da atividade física têm sido evidenciados, e são vários na literatura de promoção a saúde. O exercício além de trazer mudanças significativas no individuo com estresse, está associado com a qualidade de vida, contribui para saúde musculoesquelética, e reduz o índice de várias doenças. Na infância a qualidade de vida é tida como essencial, já que a criança necessita dela para brincar e se desenvolver (CARTER, et al. 2012).

A inatividade física é um fator que vem contribuindo muito para o desenvolvimento e aumento da prevalência de obesidade infantil, sendo esse um dos principais fatores, ou até mesmo o principal fator para a depressão infantil. Por isso a necessidade de ser realizar uma intervenção significativa em crianças acima do peso, para que assim diminua o número de crianças com essa doença mental (PETTY, et al. 2009).

Através do incentivo nas intervenções a praticarem exercícios de sua preferência com intensidade preferida, estimula a obterem maior satisfação, aumenta a autoestima, a qualidade de vida, e melhores resultados na saúde mental, pois quando são recomendados apenas exercícios escolhidos por outra pessoa, eles podem ter uma percepção inadequada (CARTER, et al. 2012).

Uma vez que a maioria dos estudos realizados, mostra a eficiência do exercício físico na depressão em outros grupos como gestantes, mulheres e idosos. O objetivo da presente revisão sistemática é mostrar a eficiência da atividade física para o tratamento da depressão em crianças.

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Anais 2016: 18ª Semana de Pesquisa da Universidade Tiradentes. “A prática interdisciplinar MATERIAL E MÉTODOS

Tipo de Estudos e Critérios de Inclusão

Revisão sistemática de ensaios clínicos aleatórios sem metanálise de acordo com os critérios da Colaboração Cochrane e Prisma-Statement. Foram incluídos nesta revisão apenas estudo clínico randomizado (ECR) sobre o tratamento da depressão por meio da prática de atividade física, em que os pacientes foram diagnosticados de acordo com os critérios do Reynolds Child Depression Scale

e Children's Depression Inventory (CDI), e em sua

avaliação foi levado em consideração pelo menos um dos desfechos propostos pelo mesmo. Não houve restrição quanto ao idioma dos estudos incluídos.

Critérios de Exclusão

Foram excluídos desta revisão ensaios clínicos que tiveram como intervenção principal a avaliação do sono, e quando o tipo de desfecho clinico não fosse o proposto pelo estudo.

Tipos de Desfecho

Qualidade de vida, aumento da autoestima, benefícios físicos.

Estratégia de Busca para Identificação dos Estudos

A estratégia de busca foi realizada por três pesquisadores independentes nas seguintes bases de dados: PUBMED (US National Library of

Medicine). Foram utilizados os descritores:

depressão, exercício, ensaio clínico, criança. A estratégia de pesquisa utilizada foi:

((("Depression"[Mesh]) AND "Exercise"[Mesh]) AND "Clinical Trial" [Publication Type]) AND "Child"[Mesh].

Avaliação do Risco de Viés

Para evitar viés de seleção, a validade interna dos estudos inclusos foi avaliada por dois revisores de forma independente e no caso de discordância entre estes, um terceiro revisor poderia ter sido solicitado. Para esta avaliação, foi seguida as recomendações da Cochrane Collaboration Handbook e foram utilizados os itens: aleatorização, ocultação da alocação, mascaramento do avaliador e análise por

intenção de tratar e foram classificados como baixo risco, quando claramente descritos, alto risco quando não descritos e indeterminado quando descritos de forma não clara no texto.

RESULTADOSEDISCUSSÃO

Durante a seleção dos estudos foram encontrados 7 resumos. Após a leitura dos resumos, 2 foram excluídos e 5 preencheram os critérios de inclusão.

Os estudos foram apresentados em duas categorias: Atividade Física X Outros Tratamentos e Atividade Física X Sem Tratamento. O número total de participantes foi de 7182. Quanto ao gênero, 4118 eram do gênero feminino, 2606 do gênero masculino e 3 não especificaram. O tempo de tratamento variou de 6 dias a 12 semanas de 20 a 40 minutos por dia.

De acordo com a classificação da Colaboração Cochrane, quanto ao item aleatorização, os 5 estudos foram classificados como risco indeterminado. No item ocultação da alocação os 4 estudos apresentaram alto risco e 1 indeterminado risco de viés. No item mascaramento do avaliador: 4 estudos apresentaram alto risco e 1 estudo apresentou baixo risco. No item intenção de tratar 3 estudos apresentaram alto risco e 2 estudos apresentaram baixo risco. Para a avaliação da concordância entre os avaliadores, foi obtida uma concordância perfeita para todos os itens (K=1), (Figura 1).

Figura

1. Sumário do risco de viés: julgamento dos autores sobre cada

item do risco de viés em todos os estudos incluídos.

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Anais 2016: 18ª Semana de Pesquisa da Universidade Tiradentes. “A prática interdisciplinar

crianças com depressão tentam estabelecer uma relação de causa e efeito com o desenvolvimento de estudos livre de vieses. Em um estudo do tipo revisão sistemática publicada em 2009 mostrou a relação dos efeitos do exercício sobre os sintomas depressivos e autoestima em crianças com sobrepeso, foram incluídos neste estudo com crianças brancas e negras, com excesso de peso e, sedentárias (PETTY, 2009).

Segundo Cater (2012), as pessoas com doença mental são mais propensas a sofrer problemas de saúde física do que comparáveis que não têm doença mental. Um projeto sequencial de métodos mistos foi utilizado para avaliar a eficácia de um programa de exercícios. Esse projeto consiste em três partes: um ensaio controlado randomizado (RCT), grupos focais e entrevistas, e uma avaliação econômica. O resultado deste estudo mostrou que o exercício tem efeito sobre os efeitos na saúde mental das crianças.

O rápido aumento da prevalência da obesidade pediátrica levou desenvolvimento de numerosas intervenções comportamentais destinadas a resolver o consumo alimentar e atividade física. Os resultados deste estudo sugerem que sintomas depressivos podem prejudicar a conclusão da terapia de controle de peso. Os possíveis mecanismos desta associação incluem a baixa motivação ou auto eficácia entre as crianças com sintomas depressivos, o aumento do potencial de falha do tratamento resultante da compulsão alimentar periódica (JENSER, 2012).

No estudo de Johnson (2008), os níveis de atividade física foram medidos utilizando tanto acelerometria e auto relatório, e nenhum destes métodos indicou uma relação entre atividade física e sintomas depressivos. A ausência de uma associação significativa entre sintomas depressivos e atividade física neste e em outros estudos é indicativo da natureza complexa dessa relação, sua possível dependência de outras variáveis, e os fatores sócio demográficos dentro específicos subgrupos (JOHNSON, 2008).

O comportamento sedentário, como ver televisão e usar um computador, é prevalente na adolescência. Tempo de exibição têm sido relacionados com a obesidade, vários comportamentos de risco, isolamento social, e redução no desempenho acadêmico. A atividade física como um

comportamento preventivo ganhou maior atenção para a prevenção da doença prematura, deficiência, e sua contribuição para a qualidade de vida. Os adolescentes classificados como os que assistem televisão frequente são mais propensos a ter uma associação longitudinal com baixa autoestima, e as notas escolares mais pobres. E em um estudo controlado, televisão e computador reduzido e aumento da atividade física resultou em melhoria de fatores que poderiam levar a problemas metais, com a depressão (CAO, 2011)

Devido à falta de padronização dos estudos quanto aos desfechos avaliados, instrumentos de avaliação e tempo de intervenção, não foi possível a realização das metanálises.

CONCLUSÕES

Algumas dificuldades foram encontradas neste estudo e estão relacionadas ao baixo número de estudos, amostra pequena e a avaliação do risco de viés classificados como risco indeterminado, o que dificulta as análises. Portanto, é essencial que estudiosos desenvolvam suas pesquisas de acordo com as normas estabelecidas na literatura, minimizando os erros metodológicos.

Portanto, os resultados desta revisão são insuficientes para demonstrar a efetividade da atividade física para o tratamento da depressão em crianças. Além disso, demonstraram a baixa qualidade dos ensaios clínicos publicados sobre a temática.

REFERÊNCIAS

BAXTER, H. et al. Physical activity as a treatment for depression: the tread randomized trial protocol. Trials Journal, v.11, n.12, p.105, nov. 2010.

CAO H. et al. Screen time, physical activity and mental health among urban adolescents in China. Preventive Medicine, v. 4-5, n. 53, p. 316-20, oct. 2011.

CARTER, T. et al. The effectiveness of a preferred intensity exercise programme on the mental health outcomes of young people with

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Anais 2016: 18ª Semana de Pesquisa da Universidade Tiradentes. “A prática interdisciplinar depression: a sequential mixed methods

evaluation. BMC Public Health, v. 12, n. 13, p. 187, mar. 2012.

JENSEN C.D.; AYLWARD B.S. e STEELE R.G. Predictors of attendance in a practical clinical trial of two pediatric weight management interventions. Obesity (Silver Spring), v.11, n.20, p. 2250-6, nov. 2012.

JOHNSON, C. C. et al. Depressive symptoms and physical activity in adolescent girls. Medicine & Science in Sports & Exercise, v. 5, n. 40, p. 818-26, may. 2008.

PETTY, K.H. et al. Exercise effects on depressive symptoms and self-worth in overweight children: a randomized controlled trial. Journal of Pediatric Psychology, v. 9, n. 34, p. 929-39, oct. 2009.

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