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O acesso à justiça e a construção da cidadania no Brasil

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Academic year: 2021

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GRANDE DO SUL

ANA PAULA MAYER

O ACESSO À JUSTIÇA E A CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA NO BRASIL

Ijuí (RS) 2014

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ANA PAULA MAYER

O ACESSO À JUSTIÇA E A CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA NO BRASIL

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Direito objetivando a aprovação no componente curricular Trabalho de Curso - TC.

UNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

DCJS - Departamento de Ciências Jurídicas e Sociais.

Orientador: MSc. Luiz Paulo Zeifert

Ijuí (RS) 2014

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Dedico este trabalho à minha família, pelo incentivo, força e confiança em mim depositados durante toda a minha jornada acadêmica.

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AGRADECIMENTOS

.

Ao meu orientador Luiz Paulo Zeifert, com quem eu tive o privilégio de conviver

e contar com sua dedicação e

disponibilidade.

A minha irmã gêmea Marina e minha mãe Rosmeri, que sempre estiveram ao meu lado. Sem vocês eu não teria chegado até aqui. Um abraço especial para o meu avô Dalvani Bruno Nilsson, esta pesquisa é para você!

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"LUTA. Teu dever é lutar pelo Direito. Mas no dia em que encontrares o Direito em conflito com a Justiça, luta pela Justiça.”

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RESUMO

O presente trabalho de conclusão de curso estuda os aspectos históricos da cidadania, seu desenvolvimento e a conquista de direitos. Perpassando pela evolução histórica do acesso á justiça, que é um direito humano fundamental previsto na Constituição brasileira (Art. 5º, XXXV) tendo como elemento fundamental o princípio da dignidade da pessoa humana e como este é feito no Brasil. Finaliza com uma relação entre o acesso á justiça e a cidadania. O acesso á justiça é visto como um meio de efetivação da cidadania, sendo que não se pode falar em cidadania se não existir acesso á justiça.

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ABSTRACT

This conclusion work course examines the historical aspects of citizenship, their historical development, and the achievement of rights. Running along the historical evolution of access to justice, which is a fundamental human right provided for in the Brazilian Constitution (Art. 5, XXXV) with the fundamental element of the principle of human dignity and how this is done in Brazil. Ends with a relationship between access to justice and citizenship. Access to justice is seen as a means of effective citizenship, and one can not speak of citizenship if there is no access to justice.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...8

1 CIDADANIA...10

1.1 Aspectos históricos da cidadania...11

1.2 O desenvolvimento da cidadania...14

1.2.1 A cidadania para todos...14

1.2.2 As mulheres...15

1.2.3 Direito para os excluídos...19

2 ACESSO À JUSTIÇA...20

2.1 Acesso à justiça: evolução histórica...21

2.2 Como se da o acesso à justiça no Brasil...24

3 ACESSO À JUSTIÇA E CIDADANIA...27

3.1 Relação entre acesso à justiça e cidadania...28

3.2 Acesso à justiça e a construção da cidadania no Brasil...31

CONCLUSÃO...34

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho apresenta um estudo acerca do acesso à justiça e como este é visto para a construção da cidadania no Brasil. Efetua, além disso, um estudo detalhado sobre aspectos históricos do acesso à justiça e da cidadania. A temática é interessante, pois o acesso à Justiça é um princípio constitucional fundamental, tendo, com esta qualidade, grande carga valorativa a fundamentar as regras, irradiando sua efetividade em todo o ordenamento jurídico, inclusive na atividade legiferante. O referido princípio se constitui num elemento importante ao exercício da cidadania

Inicialmente, no primeiro capítulo, foi feita uma abordagem sobre o conceito de cidadania, passando por seus aspectos históricos e seu desenvolvimento. Segue uma análise da cidadania para todos e a batalha árdua das mulheres para conseguirem a cidadania. Também, por outro lado, faz uma análise do direito dos excluídos, mostrando que ainda existem diferenças concretas entre os cidadãos, o que tem como resultado uma sociedade vulnerável, com uma civilização superficial.

No segundo capítulo, é analisado mais profundamente o acesso à justiça, seu conceito, sua evolução histórica e como se dá o acesso á justiça no Brasil, uma vez que o acesso à justiça tem como objetivo principal alcançar a justiça social, conscientizando a população de seu significado real, que não é apenas resumido no acesso ao Poder Judiciário. A justiça é um princípio válido em todas as esferas, não dependendo de tempo ou espaço, todas as pessoas depois de um pouco de capacidade intelectual e amadurecimento desenvolvem senso de justiça, o que os permitem julgas as coisas como justas e injustas.

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No terceiro capítulo procura-se verificar qual a relação existente entre o acesso à justiça e a cidadania, uma vez que não se pode falar em cidadania se não houver acesso à justiça. O acesso à justiça é visto como um meio de efetivação da cidadania, a qual é entendida como princípio fundamental do ordenamento constitucional jurídico brasileiro, um direito humano básico. A ideia de acesso à justiça não pode ser encarada apenas como o simples acesso ao judiciário, mas também como uma ordem jurídica socialmente justa.

Para a realização deste trabalho foram efetuadas pesquisas bibliográficas e por meio eletrônico, foi analisado também as propostas legislativas em andamento, para poder enriquecer a coleta de informações e mostrar um aprofundamento no estudo do acesso à justiça, revelando a importância deste para a construção da cidadania.

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1 CIDADANIA

A origem da palavra cidadania vem do latim “civitas”, que significa cidade. A palavra cidadania foi usada na Roma antiga para mostrar a situação política de uma pessoa e os direitos que ela poderia exercer. A cidadania é um aglomerado de direitos que possibilita que a pessoa participe da vida e do governo do seu povo. Quem não possui cidadania está excluído da sociedade, das decisões que serão tomadas, se tornando inferior dentro de um grupo social.

No Brasil, a cidadania vem sendo construída gradativamente. Foram dados passos importantes com a Constituição de 1988 e a redemocratização, mas muito se tem a fazer. A visão de que temos a obrigação de fazer o que nos é imposto ainda predomina, fazendo com que haja muitos obstáculos históricos e culturais para a vivência da cidadania. Somos frutos de uma nação que nasceu acostumada com as injustiças, a não dar muita importância ao poder público, pensando que direitos são privilégios e a não exigi-los. Cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais estabelecidos na constituição. Os direitos e deveres de um cidadão devem andar sempre juntos, uma vez que ao cumprirmos nossas obrigações permitimos que o outro exerça também seus direitos. Exercer a cidadania é ter consciência de seus direitos e obrigações e lutar para que sejam colocados em prática. Exercer a cidadania é estar em pleno gozo das disposições constitucionais. Preparar o cidadão para o exercício da cidadania é um dos objetivos da educação de um país.

A cidadania não nos é dada, mas ela é construída e tem que ser conquistada com nossa capacidade de participar, organizar e intervir socialmente. O importante e essencial é a educação, o conhecimento, quem não tem nenhum acesso à educação não é capaz de exigir e exercer direitos civis, políticos, econômicos e sociais. Na maioria das vezes a sociedade vê os direitos como uma regalia das classes mais favorecidas economicamente.

A cidadania não brota do nada, nem a conquista legal de alguns direitos significa a realização destes. É imprescindível que o cidadão participe e faça valer

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seus direitos. Construir a cidadania também é edificar novas concepções e consciências. A cidadania não se aprende nos livros, mas no convívio, na vida pública e social. É na convivência do dia-a-dia que praticamos nossa cidadania, através das relações que firmamos com os outros. A cidadania deve passar pela educação, solidariedade, democracia, direitos humanos e pela ética.

A cidadania é uma incumbência que nunca termina, não é como um dever de casa, onde cada um faz a sua parte e acabou. Somos seres humanos inacabados, sempre precisamos buscar descobrir, criar, e tomar consciência dos direitos que possuímos isso passa indiscutivelmente pela educação, escola e ensino de qualidade para todos os cidadãos. Novos desafios sempre irão surgir na vida social. Outro conceito de cidadania dito por Jaime Pinsky e Carla Bassanezi Pinsky (2003, p. 9):

O que é ser cidadão? Ser cidadão é ter direito á vida, á liberdade, á propriedade, á igualdade perante á lei: é, em resumo, ter direitos civis. É também participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito á educação, ao trabalho, ao salário justo, á saúde, a uma velhice tranqüila. Exercer a cidadania plena é ter direito civis, políticos e sociais.

Dentro de cada Estado nacional o conceito da cidadania vem se alterando nos últimos duzentos, trezentos anos. Todos ainda buscamos poder exercer essa cidadania plena, ter os nossos direitos políticos, civis e sociais garantidos.

1.1 Aspectos históricos da cidadania

A cidadania é um termo que está associado á vida em sociedade. A sua origem está relacionada ao desenvolvimento das polis Gregas, que se passou entre os séculos VII e VIII a.C. Na Grécia imperava o regime aristocrático, dentro deste regime a cidadania era confundida com o conceito de naturalidade, pois era considerado cidadão o individuo que tivesse nascido em Atenas, fosse filho de pais Atenienses, tivesse cumprido o serviço militar, etc. Jaime Pinsky e Carla Bassanezi Pinsky (2003, p. 29).

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Sobre a cidadania na Grécia, nas cidades-estado, Norberto Luiz Guarinello (2003, p. 46) diz que:

Resta uma imagem que nos diz respeito: cidadania implica sentimento comunitário, processos de inclusão de uma população, um conjunto de direitos civis, políticos e econômicos e significa também, inevitavelmente, a exclusão do outro. Todo cidadão é membro de uma comunidade, como quer que esta se organize, e esse pertencimento, que é fonte de obrigações, permite-lhe também reivindicar direitos, buscar alterar as relações no interior da comunidade, tentar redefinir seus princípios, sua identidade simbólica, redistribuir os bens comunitários. A essência da cidadania, se pudesse defini-la, residiria precisamente nesse caráter público, impessoal, nesse meio neutro no qual se confrontam nos limites de uma comunidade, situações sociais, aspirações, desejos e interesses conflitantes. Há, certamente, na história, comunidades sem cidadania, mas só há cidadania efetiva no seio de uma comunidade concreta, que pode ser definida de diferentes maneiras, mas que é sempre um espaço privilegiado para a ação coletiva e para a construção de projetos para o futuro.

Em Roma a situação não era a mesma, a sociedade escravagista, baseada nas famílias, era liderada pelos patrícios, os quais possuíam a cidadania e os direitos políticos. A plebe, formada pelos romanos não nobres e pelos estrangeiros não possuíam qualquer tipo de poder ou direito. Este quadro foi alterado aos poucos, o qual possibilitou o acesso à cidadania a todos os romanos de nascimento e até mesmo aos escravos que foram libertados. Como faz referência Pedro Paulo Funari (2003, p. 76):

Como podemos avaliar a importância da experiência romana para o conceito moderno de democracia? Para muitos estudiosos do século XX, a República romana, foi encarada como uma nova oligarquia corrupta, uma aristocracia endinheirada, comparada negativamente com a Atenas democrática do século V a.C. Nas últimas décadas, entretanto, estudiosos têm mostrado que a vida política romana era menos controlada pela aristocracia do que se imaginava e, de certa maneira, Roma apresentava diversas características em comum com as modernas noções de cidadania e participação popular na vida social. Os patriarcas fundadores dos Estados Unidos da América tomaram como modelo a constituição romana republicana, com a combinação de Senado e Câmara (no lugar das antigas assembléias). A invenção do voto secreto, em Roma, tem sido considerada a pedra de toque da liberdade cidadã. O fórum pode ser considerado o símbolo maior de um sistema político com forte participação da cidadania.

O conceito de cidadania passou a ser referido também a outras esferas e não apenas a esfera política. Para ficar bem claro o significado de cidadania, é preciso atentar aos direitos sociais e civis e situar a cidadania também dentro da esfera jurídica e moral.

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Durante o período do feudalismo, que foi um modo de organização social e

político baseado nas relações servo-contratuais, muitas transformações

aconteceram nas atitudes mentais e também nas relações entre o saber e a política. Essas alterações serviram para poder visualizar duas realidades totalmente distintas na esfera social, mas parecidas na esfera política.

Pode-se pensar em dois tipos de cidadania. Em um primeiro período, após a queda do Império Romano, pode-se ver uma perda no significado de cidadania que foi herdado na Antiguidade. Surgiu uma nova organização social, baseada na fidelidade, tornando a vida política um assunto de segundo plano. Muitos autores se referem á Idade Média como um período em que as questões de vida política deram espaço a diversas outras questões, como a religião.

O segundo período é ligado ao fato dos camponeses se subordinarem aos nobres e a outras classes com superioridade, fazendo com que o povo sendo a classe inferior dentro da sociedade não tivesse os benefícios como possuíam a nobreza e o clero, pois eles eram julgados diferentes do povo. Durante esse período pode ser visto que a definição de cidadão não está bem formada. Analisando o contexto medieval pode ser dito que a noção de cidadania e de direitos políticos era frágil demais, mas o final deste período foi marcado pelas imensas alterações sociais e uma crescente urbanização.

Surge aqui à necessidade de reformar o antigo conceito de cidadania. Precisa-se construir o ideal de igualdade entre os cidadãos. Deve ser entendido que um bom cidadão é aquele que trabalha em benefício da sociedade e a sociedade deve garantir os direitos básicos à vida, educação, saúde, moradia, laser etc.

Apesar de inúmeras desigualdades sociais o termo cidadania teve uma evolução notória no passar dos anos, abriu horizontes na sua concepção tendo abraçado todas as classes sociais, não ficando restrita apenas a participação política para fazer relação de deveres da sociedade para com o cidadão.

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A cidadania é a cooperação entre os cidadãos para que com isso tenhamos uma convivência melhor. Precisamos estabelecer o respeito dentro da sociedade. A cidadania é conquistada e exercida através da educação através da qual o cidadão aprende a respeitar o meio ambiente, não desperdiçar água nem energia, selecionar e reciclar o lixo e todas aquelas coisas que estamos cansados de ouvir.

1.2.1 A cidadania para todos

Nas sociedades capitalistas contemporâneas as classes sociais se dividem em duas, a primeira é a classe proprietária, que é composta por pessoas que possuem posses econômicas suficientes para satisfazerem as suas necessidades e de seus dependentes. A outra classe é a trabalhadora, que é composta pelos demais, que não possuem essas posses e vivem com os ganhos do exercício da atividade remunerada.

Em seu livro Paul Singer (2003, p.191) descreve como é a classe capitalista:

Capitalistas não são em geral ociosos; a maioria provavelmente trabalha exercendo a direção de empreendimentos, representando investidores em conselhos de administração de sociedades anônimas, exercendo mandatos de representação pública, sindical etc. O que importa é que não trabalham como assalariados ou autônomos. Há evidentemente pessoas que trabalham como assalariados e que possuem propriedades que lhes permitem viver sem depender de salário. Isso não impede que sejam, para efeitos leis, trabalhadores – e, portanto, sujeitos dos direitos sociais. Estão nesta situação os dirigentes profissionais de grandes empresas, que quase sempre poderiam viver sem trabalhar, de renda das fortunas que amealharam ou herdaram.

A classe trabalhadora é composta por duas turmas, os assalariados e os autônomos. Os assalariados vendem sua capacidade de produção para os empregadores e essa condição lhes proporciona direitos que a legislação do trabalho especifica. Os autônomos produzem com os seus próprios meios, de forma individual ou associada.

Em uma sociedade capitalista é normal que uma parcela de trabalhadores precise de recursos para a sobrevivência, pois não há emprego para todos o tempo todo nem compradores para a produção dos que trabalham como autônomos.

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A falta de trabalho gera situações de carência, pois suas vítimas não têm condições de sustentar suas famílias e a si próprio. Para evitar situações como esta é que foram criados direitos para os cidadãos que não possuem trabalho e que sem esses direitos estariam condenados á ilegalidade e á indigência.

1.2.2 As mulheres

As mulheres foram beneficiadas com os avanços da cidadania. Antigamente o ideal da domesticidade estipulou para as mulheres um modo de vida limitado á administração doméstica. Foi árdua e longa a luta pela abertura da educação feminina e preparo profissional das mulheres.

Essa luta foi iniciada a partir da segunda metade do século XIX, feita principalmente pelas mulheres das classes médias e altas. A luta foi difícil por que a educação sendo diferente para homens e mulheres não fornecia às mulheres pré-requisitos suficientes para poderem ingressar em cursos superiores por isso um dos principais objetivos de batalha foi à defesa da educação igualitária entre homens e mulheres. Mesmo esse acesso sendo limitadíssimo e complicado, capacitou algumas mulheres a ingressar em profissões consideradas masculinas ampliando suas possibilidades e assim inspirando outras a seguirem seus exemplos. Joana Maria Pedro e Carla Bassanezi Pinsky (2003, p. 265 à 304).

No século XIX, os governantes na Europa Ocidental e nos Estados Unidos criaram leis relativas ás condições de trabalho, principalmente no que diz respeito a mulheres e crianças que até então não eram considerados cidadãos plenos, mas apenas pessoas dependentes e desprotegidas. Somente as operárias foram beneficiadas por essas leis, as mulheres que trabalhavam em casa, no comércio, nas lojas da família, no campo e no serviço doméstico continuaram sem nenhuma regulamentação e permaneceram sujeitas á exploração de sua força de trabalho. Joana Maria Pedro e Carla Bassanezi Pinsky (2003, p. 265 à 304).

Crianças abaixo de dez anos e as mulheres eram proibidas de exercer trabalhos subterrâneos, nas minas, pois era um labor muito bruto. Em meados de

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1844, a Inglaterra, que se antecipou perante outras nações européias, limitou a jornada de trabalho infantil e feminino dentro das fábricas, as crianças menores de treze anos, só poderiam trabalhar até seis horas e meia e as mulheres, doze horas.

Essa lei abriu um caminho para que em 1847, estipulasse dez horas diárias para todos os trabalhadores no país. Logo depois, outra lei proibiu que as mulheres trabalhassem á noite e em atividades que fossem consideradas perigosas. Em 1913, a maioria das nações já tinha leis que protegiam as mulheres. Joana Maria Pedro e Carla Bassanezi Pinsky (2003, p. 265 à 304).

Depois que a jornada de trabalho das mulheres nas fábricas foi diminuída e o trabalho noturno estava proibido, os ganhos femininos também foram reduzidos. E em muitos casos era mais vantajoso ficarem em casa fazendo os trabalhos domésticos e cuidando da família.

Carla Bassanezi e Joana Maria Pedro (2003, p. 283) dizem que:

As leis protecionistas respondiam a uma série de interesses, que iam da filantropia á atenção aos protestos dos trabalhadores e trabalhadoras, passando pelos desejos de facilitar o trabalho das mulheres, de mantê-las em casa nos seus papéis tradicionais (ou pelo menos dar-lhes algumas horas a mais para executar suas tarefas domésticas), de preservar a maternidade e a natalidade. Conservadores e radicais defensores e críticos do capitalismo foram favoráveis a essas leis, que tiveram como um de seus efeitos colaterais a discriminação das mulheres, com base na idéia de que elas eram frágeis e devia limitar-se a certos tipos de ocupação.

Os homens enxergando as mulheres agora como suas concorrentes no mercado de trabalho, os operários não as viam como aliadas perante as reivindicações trabalhistas, por mais dedicadas que elas fossem aos movimentos dos trabalhadores, as operárias eram vistas como um trabalhador incompleto, alguém que deveria ficar em casa.

No século XIX, as trabalhadoras não eram organizadas, não tinham o apoio de seus companheiros e suas associações eram frágeis, elas corriam risco de perderem seus empregos caso decidissem se manifestar. As greves feitas pelas mulheres eram raras, mas mesmo diante disso elas marcavam presença em

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algumas manifestações e queriam reivindicar na esperança que alguém as escutasse.

No fim do século XIX, a sindicalização das mulheres aumentou e as operárias conseguiram ser aceitas nos sindicatos que eram antes somente masculinos. Os homens se deram conta da importância de terem as trabalhadoras lutando ao seu lado assim passaram a fazer campanhas para atraí-las.

Com o passar do tempo algumas mulheres conseguiram ter influência dentro dos sindicatos, na imprensa operária e dentro dos partidos políticos. Na virada do século, com todas essas influências já havia sindicatos que falavam em pagamentos iguais para as mulheres, já que trabalhavam da mesma forma.

Os cargos que as mulheres exerciam, na maioria das vezes, eram subordinados e não chegavam a exercer cargos de cheia ou gerência. Elas não tinham acesso á profissões mais bem pagas no serviço público nem nas empresas privadas. Nas duas primeiras décadas do século XX, nos Estados Unidos, as empregadas de lojas e escritórios começaram a se unir e expor suas reivindicações, como direito á férias, jornada de trabalho de oito horas, reajustes salariais, fazendo passeatas e greves.

Os grupos feministas que reivindicavam que as mulheres tivessem os mesmos direitos civis e políticos que os homens ficaram conhecidos como movimentos pelos direitos iguais. As feministas que exigiam esses direitos para as mulheres foram marginalizadas. Quando o liberalismo ganhou força e a democracia era um ideal político, ficou muito mais fácil para o feminismo começar a conquistar simpatizantes e alguns aliados e assim organizar movimentos pelos direitos das mulheres.

Na virada do século XIX para o XX, nos países que eram mais desenvolvidos, muitas mulheres passaram a viver em habitações mais confortáveis, a mortalidade infantil teve forte decadência, o trabalho infantil começou a diminuir e grande parte das nações mais evoluídas obrigava dentro da lei, que as crianças passassem de oito a dez anos na escola.·.

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Muito se passou e no século XX, chamado de século das mulheres, onde o movimento feminista em suas várias vertentes viu muitas de suas reivindicações sendo atendidas. No entanto ainda não foi possível alcançar a cidadania plena, com igualdade e nenhuma forma de hierarquia. Como podemos ver claramente no trecho de Bassanezi e Maria Pedro (2003, p. 304):

De simples “costela de Adão” á conquista da cidadania plena, é uma longa trajetória ainda não completada pelas mulheres. Mesmo no Ocidente, onde o avanço é maior e a subordinação social das mulheres tem se reduzido sensivelmente, elas ainda sofrem com a violência, salário menores, preconceitos de diferentes tipos. Que dirá em países africanos ou islâmicos em que são vistas como apêndice do homem, na melhor das hipóteses. Contudo, relendo as páginas deste texto, podemos avaliar o quanto já avançamos. Que as várias vitórias obtidas sirvam-nos de inspiração para as lutas futuras.

E a busca por essa igualdade continua, é uma luta árdua que está longe de acabar, por isso precisamos da compreensão de todos, para que cada vez mais as mulheres possam chegar perto da igualdade perante os homens.

1.2.3 Direito para os excluídos

A cidadania quer dizer que precisam existir direitos políticos completos e iguais, garantir e facilitar a convivência entre as maiorias e minorias, permitir coexistência regular, com pouca violência e com mais possibilidades iguais para os membros das diversas comunidades, se isso não ocorre, não podemos falar em direitos civis iguais para todos.

Peter Demant (2003, p. 373) fala sobre as limitações da cidadania:

Todos os exemplos aferidos, da história recente e atual, apontam para a insuficiência do critério de cidadania. Ou seja, embora ninguém negue que a implantação e o respeito aos direitos civis seja desejável em si, eles são nem indispensáveis nem suficientes como condição para a paz entre maioria e minoria. Podemos apontar para algumas deficiências graves embutidas no próprio conceito de cidadão, e que parecem decorrer da definição abstrata do cidadão.

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Existem diferenças concretas entre os cidadãos, a teoria da cidadania não pode dar conta das diferenças dentro de uma sociedade, por isso as sociedades modernas são tão vulneráveis, e mantêm uma civilização superficial.

Entre os fatores que influenciam a qualidade da convivência entre a maioria e a minoria, podem ser destacados três: a dificuldade para os grupos se socializarem entre si; a presença de valores compartilhados entre eles e a implantação de mecanismos políticos de proteção comunitária.

Demant (2003, p. 377) continua com suas explicações no trecho:

O bom senso sugere que “quanto mais diferentes, mais difícil será a coexistência”; mas há muitos exemplos históricos (tais como as guerras de religião) onde, ao contrário, o “narcisismo das pequenas diferenças” exacerbou conflitos. Exemplos recentes de incompatibilidade ao invés de proximidade cultural incluem os sérvios e croatas na ex-Iuguslávia. Mas dificilmente se negará que a sobreposição de diferenças étnicas com religiosas e/ou com raciais e/ou com econômicas cria uma polarização pouco propícia á solução. A divisão em duas comunidades por linhas religiosas, nacionais e de classe sobrepostas, como ocorre, por exemplo, numa cidade extremamente dividida como Jerusalém, é exemplo disso. Quando as divisões étnicas e econômicas entre as várias comunidades em vez de coincidir se cruzam, essa não-sobreposição facilita a coexistência e a diluição comunitária em cidadãos “hifenizados”, como por exemplo, nos EUA são os poloneses, irlandeses, americanos-italianos etc. Mais importante do que a distância cultural parece a existência de “tons de cinza”. Há na Bélgica, muitos graus de afiliação simultânea a vários grupos lingüísticos. Existe no Brasil uma escala infinita de graus de cor de pele que mitigam (mas também mascaram) a questão racial.

Precisam ser construídas novas formas de institucionalizar as inter-relações entre a maioria e a minoria, precisa-se incluir e equilibrar os interesses da população, só assim poderá ser evitado que o desgaste da cidadania seja reduzido a uma nova circulação de elites, ao invés de beneficiar a todos.

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2 ACESSO À JUSTIÇA

O acesso à justiça pode ser entendido como um requisito fundamental, um direito humano básico dentro de um sistema jurídico moderno que presa garantir o direito de todos os cidadãos. Na maioria das vezes o acesso à justiça é confundido com o acesso aos tribunais, mas o acesso à justiça deve ser visto como um direito fundamental que está expresso na Constituição em seu art. 5º, Inciso XXXV, que diz: 1988: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito."

Dito isso, pode-se interpretar que a Constituição não vai excluir a apreciação de qualquer lesão ou ameaça a direito, garantindo assim a eficácia das decisões judiciais, beneficiando os jurisdicionados, ricos ou pobres, sem discriminação.

José Afonso da Silva (2010, p. 67) diz o seguinte:

Formalmente, a igualdade perante a Justiça está assegurada pela Constituição, desde a garantia de acessibilidade a ela (art. 5º, XXXV). Mas realmente essa igualdade não existe, “pois está bem claro hoje, que tratar “como igual” a sujeitos que econômica e socialmente estão em desvantagem, não é outra coisa senão uma ulterior forma de desigualdade e de injustiça.

Os hipossuficientes, que são aqueles que sobrevivem com o mínimo de condições financeiras ou miseráveis, possuem acesso à justiça, mas precariamente, eles ainda têm carência de recursos para contratar advogados qualificados. A justiça gratuita ainda está com muita deficiência, mesmo a Constituição Federal tendo previsto que o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem não ter recursos, tendo como referência as Defensorias Públicas, que orientam juridicamente e defendem os necessitados, conforme previsto no art. 5º, LXXIV.

Por outro lado, falando das pessoas com mais recursos, não lhes falta condições para contratar advogados qualificados, e isso nos faz ter uma visão de que os ricos possuem uma justiça célere. A ideia é de que sendo representado por um bom advogado, rico ou pobre presumidamente teria eficiente acesso à justiça.

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2.1 Acesso à justiça: evolução histórica

Todos nós temos uma noção de justiça, a qual está relacionada com a visão que possuímos sobre o mundo e suas consequências. Pensar sobre justiça é acima de tudo fazer uma relação entre o certo e o errado, e isso varia dentro das diversas culturas. Como o acesso à justiça é uma característica básica do ser humano, é necessário que todos tenham acesso à Justiça comum.

José Cichocki Neto (1999, p. 61) diz que:

Nessa perspectiva, a expressão acesso à justiça engloba um conteúdo de largo espectro: parte da simples compreensão do ingresso do indivíduo em juízo perpassa por aquela que enforca o processo como instrumento para a realização dos direitos individuais, e, por fim, aquela mais ampla, relacionada a uma das funções do próprio Estado a quem compete, não apenas garantir a eficiência do ordenamento jurídico: mas, igualmente, proporcionar a realização da justiça ao cidadão.

O acesso à justiça não está limitado ao contato com os tribunais, mas sim com o Direito em si, a estrada que está entre as leis e o cidadão comum. A relação está entre o Estado e o cidadão, tendo em vista que o Estado é um representante político, com o poder e o dever de solucionar conflitos, e é soberano para impor a qualquer membro da sociedade o cumprimento das leis.

Falando sobre a trajetória do acesso á justiça, podemos ver que ela está ligada ás ideias iluministas que tiveram influência nos séculos XVIII e XIX, pois nesta época o Estado não assumia compromissos com a população pelas prestações de serviços jurídicos, cada cidadão era responsável pelos custos do processo sem ajuda do Estado. E isso privilegiava a elite econômica, fazendo contradição dentro de um avanço de ideias democráticas, e do momento histórico vivido.

Dentro do século XX, a população criou uma organização, e começou a legitimar sobre o tema, como diz Souza (2003, p. 167):

No princípio do século, tanto na Áustria como na Alemanha foram frequentes as denúncias da discrepância entre a procura e a oferta da

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justiça e foram várias as tentativas para minimizar, quer por parte do Estado [...], quer por parte dos interesses organizados das classes sociais mais débeis.

O Estado ganhando cada vez mais aspectos democráticos, e o acesso à justiça começando a ganhar visibilidade, o Estado precisa tomar algumas providências sobre o assunto. Cappelletti (1988, p. 31) fala sobre este período:

O despertar do efetivo acesso à justiça deu origem a primeira onda de reformas, podendo ser classificada, numa ordem cronológica, da seguinte forma: a) assistência judiciária; b) representação jurídica para os interesses difusos; c) enfoque de acesso à justiça.

Segundo ele mesmo, esse sistema não apresentou muitas vantagens, pois como não possuía motivação econômica, a qualidade dos serviços era muito baixa, esses serviços eram prestados por advogados sem experiência e sem qualificação. Então foi incumbido ao Estado novamente apresentar uma melhoria no serviço, para que tivesse uma igualdade entre os cidadãos.

Então surgiu o Judiciare, que é um sistema no qual a assistência judiciaria é vista como um direito para todas as pessoas, onde os advogados particulares seriam pagos pelo Estado, para poder proporcionar aos litigantes com baixa renda a mesma representação que teriam se pudessem pagar um advogado.

Esse sistema que surgiu na Inglaterra em 1949, veio para solucionar. O acesso á justiça começaria a ter uma definição. Este sistema ainda possuía diversos problemas, não assegurava alguns remédios individuais, e faltavam advogados qualificados, mas ele ao contrário da assistência judiciaria, englobava todos não só os pobres.

Após essas medidas, teria surgido então outro sistema, abordando algumas das falhas do Judiciare, discutindo questões de direito publico, etc. O sistema diz respeito à facilitação para o acesso à justiça, criando medidas que tornaria os processos mais rápidos, o sistema judiciário tentando se enquadrar a sociedade para poder atingir o maior número de pessoas possível.

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É interessante que no Brasil o acesso á justiça é tratado como algo importante, por que desde muito tempo temos uma constituição que se preocupa com a justiça e com a igualdade. Como Caetano ressalta:

No Brasil, especificamente, cuja Carta Política de 1988 é, sem sombra de dúvida, a que mais se encontra, no ocidente, impregnada pelo pensamento humanista jurídico, determina que seja dever do Estado prestar a tutela jurisdicional sem restrições ao apregoar (artigo cinco, XXXV) que nenhuma lesão ou ameaça a direito pode ser excluída da apreciação do Poder Judiciário. (CAETANO, 1993, p.197).

A maneira como o Direito é visto aqui no Brasil é interessante, pois não houve muitos estudos sociológicos antes da década de 80, surgiu a partir desta o interesse no acesso a justiça. Ele veio impulsionado por diversos movimentos sociais, onde o objetivo principal era sem dúvida o direito coletivo. O Brasil é um país que está sim em um estágio evoluído dentro do acesso á justiça, mas na prática, apresenta muitas desigualdades, como a própria diferença social e econômica.

É necessária a criação de uma política pública que tenha como objetivo solucionar os conflitos existentes dentro da nossa sociedade, complementando o sistema formal, trazendo efetividade para os Juizados Especiais, para conseguirmos uma igualdade e um acesso á justiça fácil para todas as pessoas, independentemente da classe social.

2.2 Como se dá o acesso à justiça no Brasil

A evolução do acesso à justiça no Brasil foi lenta. Do descobrimento até os séculos XVII e XVIII, período onde os países centrais cultuavam a liberdade de consciência, liberdade religiosa e ideias sobre a democracia, que foi relevante dentro das Revoluções Inglesa, Francesa e Americana, no Brasil nada acontecia dentro desse campo.

Dentro do campo Legislativo, até o final do século XVIII, poucas foram as referências do acesso à justiça. As Ordenações Filipinas, que vigoravam no Brasil, continham algumas disposições a um eventual direito onde as pessoas pobres pudessem ter amparo de um advogado. Em 1822, com a proclamação da

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Independência do Brasil, pouco se modificou a respeito do acesso à justiça e a noção de liberdade.

Passados mais de três séculos do descobrimento do Brasil, a legislação ainda era quase toda formada pelas Ordenações Filipinas, cartas régias que tinham resoluções do rei, regimentos, cartas de lei de caráter geral e também alvarás contendo normas específicas.

O Código Civil, que foi escrito no ano de 1824 somente foi vigorado no ano de 1916, e o Código Criminal apenas em 1830, em seguida surgiu o Código de Processo Criminal, em 1832.

Como diz Carneiro ( 2000, p. 37):

A noção de acesso á justiça como atividade caritativa, como favor prestado aos mais pobres única e exclusivamente no campo da litigância, do processo, e em especial na área penal, foi à tônica dominante durante grande parte do século atual, que, nos países em desenvolvimento como o Brasil, retrata o ideário do Estado Liberal (a igualdade meramente formal), tendo praticamente como ressalva única de monta a criação da Justiça do Trabalho.

Os Estados federais só mostraram interesse na criação de órgãos para assistência judiciaria após a Lei nº1060, de 5 de fevereiro de 1950, estando em vigor até os dias de hoje mas com algumas modificações. Traz dentro dela várias normas sobre a assistência judiciaria para os pobres. Os Estados de São Paulo (1954), e depois o Estado do Rio de Janeiro (1962) criaram os cargos de Defensor Público.

A Constituição de 1946 preservava as inovações da Carta de 1934, mas, além disso, ampliou os direitos sociais, criando título próprio para a família, educação e a cultura. As normas da Carta de 1946 tiveram influencia de atos institucionais os quais vieram com a ditadura militar no Brasil, que durou cerca de 20 anos.

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A Nova Carta de 1967, apesar de semelhante, do ponto de vista da distribuição formal das matérias, á de 1946, concentra novamente, como foi o caso da Carta de 1937, poderes fortíssimos na figura do presidente, com o fortalecimento do poder Executivo, inaugurando oficialmente o ESTADO DE SEGURANÇA. Durante esse período novos alargamentos dos poderes do presidente foram praticados, atingindo grau praticamente absoluto a partir do Ato Institucional nº5, de 13 de dezembro de 1968, que paralisou o funcionamento da Constituição então vigente, a Carta de 1969. Com exceção do período do governo Médice, a ditadura foi recuando progressivamente, até a edição da Emenda Constitucional nº11, de 13 de outubro de 1978, que veio a revogar os chamados atos de exceção- atos institucionais e complementares-, seguindo-se a ela lei da Anistia (Lei nº6683, de 28 de agosto de 1979), o movimento “Diretas Já”, até a convocação da Assembleia Nacional que elaborou a Carta e 1988, ora vigente.

Começaram a se intensificar no Brasil, ainda no período da ditadura, movimentos sociais que lutavam pela igualdade social, cidadania plena, discutindo problemas enfrentados no dia a dia das pessoas.

A Igreja Católica foi a portadora dessa organização popular, o papel político da igreja é sinal de que a sociedade civil, depois da democracia, passou a se organizar pelos tubos institucionais da participação politica, e não mais pelos percursos inaceitáveis do regime militar.

Falando ainda das transformações legislativas, foi a partir da década de 80, que estabilizada a reabertura política, com a Lei da Anistia, desencadeou também a criação do Partido dos Trabalhadores (PT), começaram a tomar forma diferentes movimentos sociais.

Todo e qualquer resultado visível que decorre dos movimentos sociais que tem tendência à democratização do acesso á justiça, como um portador da efetivação de direitos individuais, sociais e coletivos, surgiram dentro do campo legislativo, após a década de 80.

Cerneiro (2000, p. 46) diz que:

No plano da defesa dos direitos individuais cumpre destacar, de início, a Lei nº7019, de 31 de agosto de 1982, que criava o procedimento de arrolamento de bens em caso de partilha amigável, evitando o inventário tradicional. Em seguida, precedida pela experiência dos Conselhos de Conciliação, instalados a partir de 1982 pela Associação dos Magistrados do Rio Grande do Sul, em parceria com o poder Judiciário, veio a lume, sob

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o patrocínio do Ministério da Desburocratização, a Lei nº7244, de 7 de novembro de 1984, que criava o Juizado de Pequenas Causas.

A Lei procura acolher várias finalidades. Descentralizar a justiça, para que esta fique mais próxima da população, favorecendo assim o acesso das classes com menos recursos. Autorizar a conciliação extrajudicial como forma de pacificar, e resolver conflitos, incentivar a participação popular na organização da justiça, ser gratuita, informal e rápida, desafogando a justiça tradicional.

No ano de 1988, veio à nova Constituição Brasileira, influenciada pelos movimentos sociais. Ampliou o âmbito de direitos fundamentais, individuais e sociais, anunciou a criação de mecanismos adaptados para garanti-los, especialmente os que dizem respeito ao acesso á justiça. Mas também, consagrou o principio da igualdade, como objetivo fundamental, tendo como meta uma sociedade livre, justa e solidária, reduzindo as desigualdades sócias, dentretantas outras.

Após a Carta de 1988, surgiram diversos diplomas legais. Mas as instituições que são consideradas essenciais para o bom funcionamento da Justiça foram devidamente reguladas. O Ministério Público, pela Lei Orgânica Nacional nº8625, de 12 de fevereiro de 1993, Lei Complementar nº75, de 1993. O Ministério Público da União, e também a Defensoria Pública, através da Lei Complementar nº80, de 12 de janeiro de 1994.

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3 ACESSO À JUSTIÇA E CIDADANIA

A Constituição Federal de 1988 consagrou a universalidade e a indivisibilidade dos direitos humanos, e com isso diretamente entregou ao cidadão a possibilidade de ter direitos humanos e cidadania. E os direitos humanos fundamentais só alcançaram a efetividade com a colaboração de todos os participantes da sociedade e do Estado.

Não é possível exercer um direito pacificamente se não se conhece a titularidade do mesmo. A maioria da população brasileira além de não exercer seus direitos, desconhece muitos deles. Por isso a importância da educação. E é nesse contexto de desconhecimento que a Defensoria Publica precisa atuar de uma forma rigorosa e eficaz, tendo em vista a grande desigualdade social.

Amélia Soares da Rocha (2005) comenta sobre:

O simples ato de protocolizar uma petição inicial apenas aumentaria o tamanho da parte submersa que um dia acabará por estourar e, provavelmente, prejudicar a vida em sociedade. Não se pode simplesmente diminuir a febre, mas tem-se que curar a infecção. Sendo ponto convergente de cidadania, uma vez detectado o problema, a Defensoria Pública deve contatar as demais instituições democráticas para as providências necessárias a saná-lo, posto que seja ela a instituição jurídica que tem o contato mais próximo com a realidade da grande maioria da população brasileira [...] Vê-se, por todo o exposto, que é conferir o acesso à justiça aos necessitados a função institucional e essencial da Defensoria Pública; e que, uma vez concretizada tal realidade, a igualdade material será garantida.

Pode-se perceber que a falta de conhecimento é gerada pelas limitações trazidas pela desigualdade econômica, social, educacional, etc. A principal causa é a falta de informação, ou até informações incorretas, tendo em vista que o acesso à justiça tem que ser visto como um requisito fundamental, um direito humano básico dentro de um sistema jurídico moderno que presa garantir o direito de todos os cidadãos.

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3.1 Relação entre acesso à justiça e cidadania

O acesso à ordem jurídica está ligado diretamente com a cidadania, por que o direito de ter acesso á justiça é um direito que garante outros direitos, e também é um meio de garantir a efetividade aos direitos de cidadania.

Segundo Pereira (2005, p. 12)

O acesso à justiça é um direito elementar do cidadão, pelo qual ocorre a materialização da cidadania e a efetivação da dignidade da pessoa humana. Mediante o exercício dos direitos humanos e sociais torna possível o Estado democrático de direito. Entretanto, não basta a simples declaração de um direito nos textos legais, para que este se concretize, o cidadão deve ter a certeza e a segurança de que sua fruição não lhe será negada, e de que estará à sua disposição um canal capaz de compelir e submeter à ordem legal, todo aquele que injustificadamente tentar impedi-lo de exercer seus direitos e garantias, tal canal consubstancia-se no acesso à justiça.

O acesso à justiça, visto como um direito humano fundamental, que é intrínseco aos povos, deve ser matéria de preocupação do estado, principalmente nos países que apresentam uma perspectiva de pobreza e educação precária. É preocupante a omissão do Estado frente á isto, pois se o Estado não alcançar todos os grupos sociais, estes de alguma maneira vão se resolver entre si, criando tipos diferentes de ordem legal, dentro dos parâmetros de conivência social. Uma situação não confortável para um Estado democrático de Direitos.

Bucci (2006, p. 36) diz que:

Existem fatores políticos que podem limitar ou comprometer o sucesso das instituições jurídicas e assim impedir a materialização dos direitos, fato que demanda ações estatais efetivas. Nesta perspectiva, a ação do Estado deve voltar-se para formulação e execução de políticas públicas, dispondo na sua estrutura burocrática de funções e órgãos capazes de instrumentalizar o exercício da cidadania, com o efetivo acesso à justiça, possibilitando ao cidadão que reivindique seus direitos.

É obrigação de o Estado garantir acesso à justiça para todos os cidadãos, para evitar que surja um caos e com isso a alteração da ordem jurídica, pelo pluralismo de ordens jurídicas, ou da celebração de justiça pelas próprias mãos.

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Essa preocupação não é de agora, pois pode se dizer que os direitos civis que estiveram em vigor nos séculos XVIII e XIX, não eram igualitários e nem estavam livres de falhas, eles asseguravam que a igualdade perante a lei não existia, e que muitas vezes o direito mesmo estando lá, estava fora do alcance dos indivíduos, mostrando a importância do Estado assegurar o acesso á justiça, como uma garantia de direitos ligados á cidadania.

O destaque do acesso á justiça como uma forma de conquista da cidadania, vem tendo ênfase em vários seminários, onde em um deste, o Professor Machado (1981, p. 27-28) disse que:

E é por isso que considero relevante o problema do acesso ao judiciário [...] Ampliar esse acesso, de tal forma a permitir a mais ampla representação de interesses coletivos marginalizados, é tarefa intimamente ligada à expansão da cidadania, cerne do que deveria ser um autêntico processo de democratização.

Ainda são muitos os obstáculos para um acesso efetivo e uma ordem jurídica que seja justa. Marshall (1967, p. 80) afirma:

O direito lá estava, mas o remédio jurídico estava muitas vezes fora do alcance do indivíduo. As barreiras entre os direitos e os remédios eram de duas espécies: A primeira se originava nos preconceitos de classe e parcialidade; a segunda, nos efeitos automáticos da distribuição desigual de renda que operava através do sistema de preços. Os preconceitos de classe que indubitavelmente, caracterizavam a distribuição da justiça no século XVIII, não podem ser abolidos por leis, mas somente pela educação social e a edificação de uma tradição de imparcialidade. Este é um processo difícil e moroso que pressupõe uma mudança no modo de pensar nos escalões superiores da sociedade.

É indiscutível o avanço já obtido, mas ainda muito há de ser feito, olhando para trás vemos muitos problemas que hoje já foram superados. Marshall mostra alguns problemas que existiam no Poder judiciário Inglês que traziam diversos prejuízos, pois os mesmos não alcançavam resultados satisfatórios, freando o acesso para a conquista de direitos, e da justiça:

A ação processual [...] é muito cara. As custas do processo não são altas, mas os honorários de advogado e as taxas cobradas pelo escrivão podem representar quantias significativas. Uma vez que uma ação legal toma a forma de um litígio, cada parte acha que suas possibilidades de ganhá-la aumentarão se se utiliza dos serviços dos melhores defensores do que aqueles empregados pela outra parte. Há é lógico uma dose de verdade

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nisso [...] torna-se difícil estimar com antecipação os custos de uma ação. Além disso, nosso sistema segundo o qual a parte derrotada terá de arcar com as custas aumenta o riso e a incerteza. Um indivíduo de recursos limitados sabedor de que, no caso de perder a ação terá de pagar as custas de seu oponente bem como as suas, pode facilmente, ser levado a aceitar um acordo não satisfatório, principalmente se seu oponente é suficientemente rico para não se preocupar com esses aspectos. E mesmo no caso de ter ganhado de causa, aquilo que recebe deduzidos os impostos, será em geral, inferior a seu gasto real. Assim sendo, foi induzido a levar a seu caso adiante com gastos consideráveis, isto poderá representar uma vitória de Pirro1. (MARSHAL, 1967, p. 82)

Precisamos nos focar nas medidas que são tomadas para superar esses obstáculos, para a efetivação do acesso á justiça. O quadro social brasileiro, com forte pobreza material e intelectual, mostrando com isso milhões de analfabetos, sem condições de uma vida digna, muitas pessoas ocupando a periferia onde apresentam precária informação jurídica, possuindo uma linguagem rebuscada, não conseguem compreender a linguagem jurídica, necessitam de um profissional para orientá-los. E só irão atrás de seus direitos se tiverem educação e informação para isso.

Apesar de todas as políticas publicas criadas pelo estado brasileiro, as quais vieram para diminuir as dificuldades do acesso à justiça, como a criação dos juizados especiais, defensoria pública, justiça gratuita, informatização dos processos, entre outras, pode ser afirmado que, ainda não foi conseguido concretizar na totalidade do país uma ordem jurídica justa.

Como dito, a legitimidade está na razão, no amadurecimento da participação dos cidadãos democraticamente. É preciso que o cidadão tome consciência do seu importantíssimo papel como promotor da eficácia dos direitos fundamentais, através do exercício da cidadania.

1

Vitória pírrica ou vitória de Pirro é uma expressão utilizada para expressar uma vitória obtida a alto preço, potencialmente acarretadora de prejuízos irreparáveis. Esta expressão tem origem em Pirro, general grego que, tendo vencido a Batalha de Ásculo contra os Romanos com um número considerável de baixas, ao receber os parabéns pela vitória tirada a ferros, teria dito preocupado: "Mais uma vitória como esta, e estou perdido.” (Disponível em: <http://pt.wikipedia.org>. Acesso em: 22 set. 2014).

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3.2 Acesso à justiça e a construção da cidadania no Brasil

Acesso à justiça e cidadania são termos que ganharam ênfase ao longo do tempo. No Brasil, essas questões tiveram destaque com a criação da Constituição Federal de 1988, que consagra a cidadania como seu princípio fundamental dentro do ordenamento jurídico brasileiro e o acesso à justiça como uma garantia constitucional dos direitos fundamentais que são indispensáveis á toda pessoa humana.

O Brasil visto como um país de terceiro mundo apresenta uma grande quantidade de desigualdades socioeconômicas, onde grande parte da população não possuiu atendimento as suas necessidades básicas, muitas vezes faltando as mínimas condições para uma vida digna. Isso ocorre pela pouca intervenção estatal, junto com o processo de globalização da economia.

É difícil falar em execução e concretização dos direitos e garantias fundamentais, dentro de uma crise no plano politico, econômico, jurídico e social, principalmente sobre a cidadania e o acesso à justiça. Pois, para alcançar a cidadania, é necessário que todos tenham acesso à justiça e a seus direitos, mas essas pessoas só irão atrás de seus direitos se tiverem educação, por isso a importância do estado investir em educação para todos sem distinção.

Dentro de um conjunto, de uma nova ordem constitucional, o legislador colocou o Poder Judiciário como um ente central para a democracia participativa no país, devendo este órgão não apenas se preocupar em resolver conflitos coletivos e individuais, mas também no cumprimento amplo dos direitos humanos. É falando sobre isso que o Judiciário vem apostando na elaboração de projetos de descentralização da justiça, para melhor efetivação dos direitos de cidadania.

O acesso à justiça tem como objetivo principal alcançar a justiça social, conscientizando a população de seu significado real, que não é apenas resumido no acesso ao Poder Judiciário. A justiça é um princípio válido em todas as esferas, não dependendo de tempo ou espaço. Todas as pessoas depois de um pouco de

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capacidade intelectual, e amadurecimento desenvolvem senso de justiça, que os permitem julgar as coisas como justas e injustas.

O que todo mundo espera é uma igualdade no tratamento humano, que seja justo para todos. Para que isso seja alcançado faz-se necessário que a igualdade passe a fazer parte de nossa realidade, que ela seja exercida com efetividade, deixando o plano da utopia e passe a existir, a ser verdadeira.

O Estado tem como responsabilidade o cumprimento do acesso á justiça, como direito, mas isso não significa que garanta uma existência digna para toda sua população. O cidadão está de certa forma preso ao Estado, não pode exercer plenamente a cidadania. Sobre este tema, RODRIGUES apud CAOVILLA ( 2003, p. 36) diz que:

[...] espera-se que um dia todos os estados existentes garantam eficazmente a plena liberdade de expressão e ação, dentro dos limites estabelecidos pela própria sociedade, ou por ela referendados – não encobrindo, dessa forma, as contradições e a pluralidade inerentes a qualquer agrupamento humano. Que estejam estruturados segundo um modelo de organização social que assegure a todos os membros uma existência digna e saudável, caracterizada pelo suprimento das suas necessidades básicas e pela existência de condições concretas de sua realização enquanto pessoa humana. E que seu ordenamento jurídico contenha instrumentos efetivos de tutela desses valores. Essa realidade em termos concretos, contemporaneamente não passa de um sonho.

Seria importantíssimo para todos esses sonhos se tornarem realidade que a justiça social se entrelaçasse com o acesso á justiça. Necessário é que as classes hipossuficientes tenham acesso à justiça. Falar sobre acesso á justiça ampla e abrangente é relatar as diversas garantias que estão à disposição de todos os cidadãos os quais ainda estão precários de informações, conhecimento dos seus direitos e o caminho a ser percorrido para chegar até eles.

Como todos estão cansados de saber a educação no Brasil ainda é muito deficiente, principalmente no que diz respeito á educação para a cidadania. Os programas de televisão, novelas e afins, desviam o olhar da população para uma realidade fictícia e imaginária totalmente fora da realidade em que vivemos raros são os programas que passam cultura aos telespectadores. Assistências jurídicas,

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informação são pouco divulgadas, o cidadão acaba sendo privado de suas próprias garantias constitucionais.

A nossa sociedade contemporânea, não apresenta uma percepção de existência de direitos, principalmente para os pobres, essa barreira poderia ser revertida se as pessoas mais humildes tivessem acesso á informações jurídicas e fossem orientadas. Como frisa Marinoni (2000, p. 65). “a assistência jurídica é um sonho ainda muito distante.”

A aquisição de uma ordem jurídica justa está profundamente ligada á cidadania. Segundo Pereira (2005, p. 12),

O acesso à justiça é um direito elementar do cidadão, pelo qual ocorre a materialização da cidadania e a efetivação da dignidade da pessoa humana. Mediante o exercício dos direitos humanos e sociais torna possível o Estado democrático de direito.

Para que as pessoas possam reconhecer a sua cidadania será necessária à criação de novos institutos processuais, novas alternativas e técnicas para exercer o direito das pessoas, que tem como objetivo a igualdade entre as partes, e a celeridade dos procedimentos, e acima de tudo isso que as decisões sejam justas.

Para que isso tudo ocorra é importante transformação da postura dos profissionais envolvidos na área jurídica, todos precisam de uma visão mais humana, que estejam voltados para o aspecto social e também da cidadania da população, e assim podendo cumprir o verdadeiro papel que o Direito tem que oferecer.

Não se pode falar em cidadania se não houver acesso á justiça. O acesso á justiça é visto como um meio de efetivação da cidadania. A justiça pode sim resultar em mais cidadania e sua construção é um processo lento e contínuo, que precisa ser traçado todos os dias. Frisando aqui que o caminho para o acesso á justiça e a construção da cidadania é a educação, o conhecimento que leva o cidadão a buscar seus direitos, fazer uso do que lhe é direito.

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CONCLUSÃO

Ao longo deste trabalho foi possível ver elementos importantes para a compreensão do tema cidadania, momentos onde foram abordados vários conceitos e posicionamentos de intelectuais acerca de sua evolução histórica e formação, sem esquecer suas reais influências para a conquista de uma vida melhor em sociedade. .

Foi possível ainda refletir sobre o acesso á justiça, sua evolução histórica, e como isso influencia na criação e desenvolvimento da cidadania. O direito de acesso à justiça é um verdadeiro instrumento da cidadania, pois possibilita aos cidadãos que sofrem violações de seus direitos busquem guarida na justiça e desfrutem da proteção estendida a todos pela justiça.

Não se pode falar em acesso à justiça para construção da cidadania sem falar em educação, pilar fundamental na formação do indivíduo. O Estado precisa investir prioritariamente na educação. O povo necessita de conhecimento para poder buscar os seus direitos, só irá atrás deles se souber que os possui.

Finalmente, considerando as pretensões elencadas no planejamento da pesquisa por ocasião da elaboração do projeto - problema, hipótese e objetivos -, conclui-se que a realização desse trabalho de conclusão de curso foi plenamente satisfatória, uma vez que possibilitou ampliar os conhecimentos referentes à cidadania e ao acesso à justiça.

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REFERÊNCIAS

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CAPPELLETTI, Mauro, Processo, ideologias e sociedade, Porto Alegre: Sergio Fabris, 2010.

CARNEIRO, Paulo Cezar Pinheiro. Acesso à justiça: juizados especiais cíveis e ação civil pública. Rio de Janeiro: Forense, 1999.

CESAR, Alexandre. Acesso à justiça e cidadania. Cuiabá: Coordenador, 2002. CICHOCKI, José Neto. Limitações ao acesso à justiça. Curitiba: Juruá, 1999. LAMOUNIER, Bolívar Lamounier et al. (Org.). Direito cidadania e participação. São Paulo: Queiroz Editor, 1981.

LEVI LOPES, Caetano. Algumas reflexões acerca do acesso à justiça. In: SANTOS, Ernane Fidelis dos. Atualidades jurídicas. Belo Horizonte: Editora Del Rey, 1993. MACHADO, Mario Bockmann. Comentário sobre cultura jurídica e democracia: Paulo: Saraiva, 2006.

PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi. História da cidadania. São Paulo: Contexto, 2003.

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