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Onde os fracos não têm vez: socioeconomia e produção dos catadores

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Academic year: 2021

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Where the weak have no place: Socio-economics and production of land crab pickers (Ucides cordatus) in the municipality of Quatipuru-PA

RAMOS, Mayra Oliveira1 PASSOS, Patrick Heleno dos Santos2 RIBEIRO, Suezilde da Conceição Amaral3

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esumO

O presente estudo teve como objetivo definir o perfil socioeconômico e produtivo dos catadores de caranguejo-uçá do município de Quatipuru, no Pará. Os dados foram obtidos através de visitas a campo e aplicação de questionários, e a amostragem foi não probabilística. Quanto aos resultados, constatou-se que os catadores de caranguejo do município de Quatipuru são, em sua maioria, do constatou-sexo feminino, concluintes do Ensino Fundamental, adultos, com casa própria e renda familiar média/mês de 87 reais, advinda da atividade de beneficiamento e da complementação do programa Bolsa Família. Com isso, os catadores de caranguejo estudados necessitam da atuação do poder público na geração de ações socioambientais a fim de manter a atividade e a preservação dos recursos biológicos, na geração de emprego, renda e melhoria da qualidade de vida da população.

Palavras-chave: Catadores de caranguejo-uçá. Perfil socioeconômico. Produtivo.

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This study aimed to define the socioeconomic and productive profile of the land crab pickers in the city of Quatipuru, Pará. The data were obtained through field visits and questionnaires, and sampling was non-probabilistic. As for the results, it was found that the crab pickers in the city of Quatipuru - PA, are mostly female, graduating elementary school, adults with home ownership and average household income / month 87 reais, arising from the processing activity, and complement the Bolsa Familia program. With this, the crab pickers studied require the government’s role in generating social and environmental actions in order to maintain the activity and preservation of biological resources, generation of employment, income and improve the population’s quality of life.

Keywords: Scavengers of land crab. Socioeconomic profile. Production.

1 Mestranda em Ciências Ambientais pela Universidade Estadual do Pará (UEPA), Graduada em Engenheira de Produção, também pela UEPA. E-mail: <mayraolramos@gmail.com>.

2 Mestre em Desenvolvimento Rural e Gestão de Empreendimentos Agroalimentares pelo IFPA, Graduado em Direito e Ciências Sociais pela UNAMA. Técnico em Gestão de Pesca/Sociólogo (SEDAP-PA). E-mail: <ckpassos@hotmail.com>.

3 Doutora e Mestre em Engenharia de Alimentos pela UNICAMP, Graduada em Engenharia Química pela UFPA. Professora do IFPA e da UEPA. E-mail: <suziar@yahoo.com.br>.

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ntrOduçãO

Os manguezais são ecossistemas costeiros localizados em zonas tropicais e subtropicais que apresentam uma combinação intrínseca e complexa de aspectos bioecológicos (NASCIMENTO; MOURÃO; ALVES, 2011). As áreas mais extensas de manguezais do mundo encontram-se na Ásia e na África, seguidas pelas Américas do Norte e Central, a América do Sul e a Oceania. Dados históricos revelam que ocorreu uma redução de 20% no total de cobertura de manguezal nos últimos 25 anos (SAINT-PAUL, 2010). Houve uma redução nas áreas de 4 milhões de hectares entre os anos de 1980 e 2005, o que demonstra claramente a ameaça a esse importante ecossistema (RIVERA, 2015).

No Brasil os manguezais estão presentes em 13.400 km² de área em todo o litoral, correspondendo a 7,4% deste ecossistema no planeta. Estes estão distribuídos desde o extremo norte, no Amapá (04º20’ N), até Laguna, litoral Catarinense (28º30’ S), cobrindo 1,4 milhão de hectares (SOUZA FILHO et al., 2005).

Os manguezais no estado do Pará possuem uma área total estimada em 2.176,78 km² (SOUZA FILHO et al., 2005). É no nordeste paraense que está presente um dos maiores conjuntos de manguezais do Brasil, cuja extensão é favorecida por um clima tropical úmido, com calor constante (temperaturas médias anuais maiores que 20ºC), ventos regulares e curto período seco (três a quatro meses ao ano) (PROST; MENDES, 2013). O manguezal destaca-se por possuir elevada importância ecológica, econômica e social, devido à sua alta produtividade e à diversidade funcional (SOARES et al., 2003). No estado do Pará, os manguezais possuem expressiva representatividade como uso social das comunidades amazônicas, principalmente para o extrativismo do caranguejo-uçá, de nome científico Ucides cordatus (Linnaeus, 1763)4 (OLIVEIRA; MANESCHY, 2014).

Esse crustáceo é caracterizado por habitar regiões de manguezal próximo ao mar e em meio a raízes da planta Rhizophora mangle, característica desse tipo de ecossistema (MACHADO, 2007). Vivem em galerias que podem ser retas, largas e relativamente rasas, ocorrendo no Atlântico Ocidental desde a Flórida (EUA) até Santa Catarina (MELO, 1996).

O caranguejo-uçá é o segundo maior crustáceo encontrado nos manguezais brasileiros e é a espécie mais explorada para o consumo humano (CASTRO et al., 2008). A taxa de crescimento do crustáceo é relativamente lenta (AMARAL et al., 2014). A reprodução é sazonal, e o período reprodutivo é inversamente proporcional à latitude, sendo maior no Norte do Brasil. Em seu ciclo de vida, distinguem-se três principais fases: a ecdise (muda), que constitui a estapa de crescimento do animal; o acasalamento (andada); e a desova (DIELE, 2000; FISCARELLI; PINHEIRO, 2002; RODRIGUES, 2013).

Os manguezais da região Norte representam locais de sustentação econômica e sociocultural de várias populações situadas nas suas proximidades. Estas vivem da extração e da catação de caranguejo para fins comerciais, destacando-se esta atividade na economia regional (REIS, 2007). A captura do caranguejo-uçá

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e o beneficiamento de sua carne, popularmente conhecida como “massa de caranguejo”, são bastante explorados em muitos municípios do estado do Pará e representam a sustentação econômica de várias comunidades (SILVA, 2011). Nos tempos atuais, a atividade de beneficiamento do caranguejo-uçá (Ucides

cordatus) deixou de ser apenas para subsistência e obedece a rígidas exigências do

mercado consumidor, principalmente no que diz respeito aos padrões de higiene e qualidade. O processo de beneficiamento do caranguejo se inicia com a captura do animal no manguezal, que, posteriormente, passa por cozimento com água e sal e, por fim, há a separação do caranguejo de seu exoesqueleto, quando, então, a massa é armazenada em sacos plásticos para a comercialização (MACHADO, 2007). A maioria das “empresas” que realizam o beneficiamento do caranguejo-uçá é domiciliar e possui pouca infraestrutura, com nenhum padrão tecnológico apropriado para sua manipulação (ARAÚJO, 2006).

No entorno dos manguezais da região Norte, vive uma população com baixo nível de escolaridade e precárias condições de vida (CUNHA; SANTIAGO, 2005). Nessa região, o sistema do caranguejo-uçá é passado de geração em geração, sendo iniciado precocemente, por meio do trabalho infantil, inserindo-se, assim, em um círculo vicioso de pobreza (BLANDTT; SOUSA, 2005). Os catadores de caranguejo encontram-se atualmente desprezados e excluídos, pois o poder público não dá a devida atenção a esses trabalhadores, que não têm garantias mínimas de sobrevivência, desde o acesso a programas sociais até a obtenção de documentos pessoais (SOARES; GOMES, 2014).

Diante da atual situação, faz-se necessária a realização de estudos que levem em consideração as diferentes dimensões (social, econômica, tecnológica, ecológica e de manejo), em que a multidisciplinaridade que envolve o sistema de produção caranguejo seja considerada, a fim de subsidiar medidas efetivas de gerenciamento da atividade e de manutenção do recurso na área (CAVALCANTE et al., 2011). Dessa forma, este estudo tem como objetivo definir o perfil socioeconômico e produtivo dos catadores de caranguejo-uçá do município de Quatipuru, no Pará.

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aterialemétOdO

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readeestudo

O estudo foi realizado no município de Quatipuru, no estado do Pará, a uma latitude de S00°53’47” e à longitude de W47°00’19”. A cidade pertence à Mesorregião do Nordeste Paraense e à Microrregião Bragantina e localiza-se à margem direita do rio Quatipuru, áreas de grande importância para a atividade pesqueira (SANTOS et al., 2011). O município possui uma área total de 324,100 km², com limite ao norte com o Oceano Atlântico; ao sul, com o município de Bragança; a oeste, com o município de Tracuateua; ao leste, com o município de Augusto Corrêa; e ao sul, com os municípios de Viseu e Santa Luzia do Pará (ABDALA; SARAIVA; WESLEY, 2012; SILVA, 2011).

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oletadedados

Para a coleta de dados, foram realizadas 178 entrevistas estruturadas com pessoas que trabalham com o beneficiamento de caranguejo-uçá, abrangendo moradores de 10 bairros do município (Pedreira, Vitalândia, Centro, Marambaia, Sacatandeua, Guilhermão, Titica, Arariba, Barca e Taperinha), com a finalidade de obter informações de áreas diversificadas e que correspondessem à realidade social a partir da amostragem previamente definida.

O formulário das entrevistas foi dividido em três partes. A primeira continha questões referentes aos dados pessoais, como idades, sexo, escolaridade. A segunda apresentava perguntas relacionadas a informações da propriedade. E a terceira parte tinha como objetivo traçar o perfil do trabalhador, trazendo questões referentes a renda, anos de trabalho, quantidade de produção.

A amostragem foi não probabilística, pelo fato de ter sido conduzida por disponibilidade dos investigados da temática de interesse, caracterizando-se como uma amostra que foi escolhida de forma intencional (ALBUQUERQUE et al., 2006). Os dados foram coletados em outubro de 2013.

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nÁlisededados

Na análise dos dados, utilizou-se a estatística descritiva para a obtenção de frequências, médias e para a confecção de gráficos e tabelas, por meio do software Microsoft Office Excel 2013.

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esultadOsediscussões

Os resultados referentes aos dados socioeconômicos dos catadores de caranguejo do município de Quatipuru-PA iniciam-se com as informações coletadas referentes aos dados pessoais. Analisando o universo total de catadores pesquisados, que corresponde a 178 formulários, 146 são do sexo feminino, o que equivale a 82%, 22 são do sexo masculino, o equivalente a 12%, e 6% não responderam.

Os resultados encontrados mostram que a grande maioria dos catadores de caranguejo do município é de mulheres. As catadoras exercem um papel de suma importância na cadeia produtiva, estando vinculadas ao trabalho que é a principal atividade econômica das famílias.

Em geral, ocorre dicotomia na atividade, ou seja, os homens da família se encarregam da captura do caranguejo, e as etapas anteriores à catação da massa são realizadas pelas mulheres e por alguns familiares. A produção obtida artesanalmente em domicílio se destina às mãos do consumidor, de forma direta ou indireta – por meio do intermediário, a preços irrisórios diante do árduo trabalho (ALVES; PONTE, 2015). Sobre a idade do grupo social entrevistado, verifica-se que a idade mínima para iniciar a atividade de catação de caranguejo é de 15 anos, sendo 70 anos a idade

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máxima, e a média de idade do grupo é de 33 anos, caracterizando-se como de catadores relativamente jovens. Segundo Borcem, Cordovil e Furtado Junior (2014), os jovens buscam o manguezal como uma alternativa de sustento, declarando como motivos a falta de formação profissional e a cultura da coleta de caranguejo deixada de geração em geração.

Apesar da existência da lei 8.069 de 13 de julho de 1990 (BRASIL, 1990) que trata sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), vedando expressamente o trabalho de menores de 18 anos, salvo na condição de aprendiz a partir dos 16 anos, há a falta de fiscalização pelas instituições competentes, fazendo desse fenômeno social algo comum no ecossistema do manguezal. Assim, as crianças e os jovens atuam cotidianamente, mesmo com a vedação expressa ao trabalho infantojuvenil, que, nesse caso, se desenvolve em condições insalubres e de alto risco à vida humana (PASSOS, 2015).

Caso análogo pode ser demonstrado no município de São João de Pirabas, que também pertence à Microrregião do Salgado Paraense. Pesquisa realizada lá indicou que a média da faixa etária dos catadores de caranguejo também era de 33 anos, com a idade mínima de 14 e a máxima de 66 anos (BORCEM; CORDOVIL; FURTADO JUNIOR, 2014). Nesse sentido, estudo realizado no município de Marapanim-PA constatou que a média de idade era de 40,2 anos, demonstrando, dessa forma, que os jovens desta localidade estão seguindo outras profissões, muitas vezes, encorajados pelos próprios pais (FREITAS, 2008). Os que continuam exercendo atividades que dependem do manguezal só continuam por não possuírem outra opção. Em estudo realizado nos estados do Piauí e Rio de Janeiro, a média de idade também foi de 40 anos (PEREIRA et al., 2013; MAUAD; TERRA, 2007).

Sobre a variável escolaridade do grupo social entrevistado, verifica-se que a grande maioria dos atores sociais denominados catadores de caranguejo em Quatipuru-PA possui o primeiro grau, totalizando 141 dos entrevistados, o que representa 79,2% do universo. Ainda, destacamos que 20 pessoas declaram possuir o Ensino Médio Completo, o equivalente a 11,2% do universo.

Comparando os resultados encontrados nesta pesquisa sobre escolaridade com comunidades rurais, em 2011 o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou dados de que aproximadamente 74% da população rural do Norte do Brasil são analfabetos (IBGE, 2014). Já dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2013) apontaram que 61,75% da população de 6 a 17 anos do município de Quatipuru estavam cursando o ensino básico regular com até dois anos de defasagem idade-série. Em 2000, eram 52,29%, e, em 1991, 54,91%. Dos jovens adultos de 18 a 24 anos, 1,34% estava cursando o Ensino Superior em 2010. Em 2000, era 0,29%, e, em 1991, 0,00%.

Merece destaque o número de pessoas declaradas não alfabetizadas tendo-se por base o universo pesquisado, pois apenas 12 pessoas declararam-se analfabetas, representando 5,6% dos pesquisados. Por fim, nenhum declarou possuir o nível superior completo, e três não responderam a essa questão.

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Dos 141 catadores que disseram ter o Ensino Fundamental Completo 20 concluíram a 1ª série; 19 terminaram a 2ª série; 28 possuem a 3ª série; 27, a 4ª série; 21, 5ª série; 10, a 6ª série; 4, a 7ª série; e 12, a 8ª série. O Gráfico 1 apresenta o detalhamento do Ensino Fundamental.

Nos estudos desenvolvidos por Glaser (2005), Cunha e Santiago (2005), Maciel (2009), Rosa e Matos (2010) e Campos (2011), as condições educacionais se revelaram precárias para aqueles que vivem do manguezal (pescadores, tiradores e catadores de caranguejo), as dificuldades enfrentadas no processo de ensino-aprendizagem são muitas. Os principais fatores que contribuem para o abandono das salas de aula são: a falta de escolas; a ausência de incentivos para continuar os estudos; e a necessidade de trabalhar para contribuir para melhoria da renda familiar (PASSOS, 2015).

Nesse sentido, Lírio (2014), em seu estudo desenvolvido no Rio de Janeiro, constatou que a maioria dos catadores entrevistados estudou até a 4ª série, assim como no estudo desenvolvido por Borcem, Cordovil e Furtado Junior (2014), o que evidencia um padrão no quesito escolaridade para essa classe de trabalhadores.

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Detalhes do Ensino Fundamental, município de Quatipuru-PA - 2013

Fonte: Elaboração pelos autores a partir de dados coletados em 2013.

Tal evidência, quando comparada a estudos mais antigos, como de Alves e Nishida (2003) e Nordi (1992), constata uma melhora no quesito escolaridade, pois nesses trabalhos há a predominância de catadores analfabetos.

Sobre os atores sociais que compõem o universo da pesquisa que possuem documentos pessoais, 146 afirmaram ter o Cadastro de Pessoa Física (CPF), o equivalente a 82% do universo; já 161 entrevistados afirmaram ter o Registro Geral

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(RG), correspondendo a 90% do universo. Em seguida, verificou-se que aqueles que possuíam CPF e RG eram 146 das pessoas, o equivalente a 82% do universo. Resultado similar foi encontrado na pesquisa de Passos (2015), em que 73% do universo pesquisado apresentavam RG e CPF. A Tabela 1 sumariza as informações referentes aos dados pessoais dos entrevistados de Quatipuru-PA.

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Dados pessoais dos catadores de caranguejo de Quatipuru-PA

Características Categoria Entrevistados Número % Sexo Masculino 22 12% Feminino 146 82% Escolaridade Ensino fundamental 141 79% Ensino médio 20 11% Ensino superior 0 0% Analfabetos 12 7% Não responderam 3 2% Documentos pessoais CPF 146 82% RG 161 90% CPF e RG 146 82% Número Faixa Etária Mínima 15 Média 33 Máxima 70

Número total de entrevistados 178

Fonte: Elaboração pelos autores a partir de dados coletados em 2013.

No que diz respeito aos dados de propriedade, dos 178 entrevistados, 154 afirmaram residir em casa própria, correspondendo a 87% do total, enquanto 8 declaram residir em casa alugada, igual a 4%, e 7 declararam morar em casa emprestada, o equivale a aproximadamente 4%. Do total, 9 pessoas não responderam, ou seja, 5%. No estudo desenvolvido por Rosa e Mattos (2010) no município do Rio de Janeiro, 58% apresentavam casa própria. No Gráfico 2, há as quantitativas da moradia citadas acima.

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Quantitativa da moradia

Fonte: Elaboração pelos autores a partir de dados coletados em 2013.

Sobre o perfil dos catadores de caranguejo entrevistados, eles atuavam há no mínimo 1 ano na atividade extrativista. Quando verificados os anos trabalhados nessa atividade, foram constatados a média de 6 anos de trabalho e o tempo máximo de 22 anos na atividade de catador.

A média encontrada é inferior ao registrado por outros trabalhos desenvolvidos com catadores de caranguejo. Borcem, Cordovil e Furtado Junior (2014) obtiveram em seu estudo uma média de 16,57 anos, tendo registrado o tempo máximo de 50 anos e o mínimo de 8 meses. Outro estudo apontou que o tempo de experiência de trabalho dos caranguejeiros do Delta do Parnaíba é em média de 20,6 anos (LUSTOSA, 2005). Dessa forma, identifica-se que houve uma queda no tempo de experiência na atividade nos dados de Quatipuru-PA. Segundo Borcem, Cordovil e Furtado Junior (2014), essa redução está relacionada ao fato de existirem aqueles que trabalham somente no período da safra de caranguejo, que é conhecido como o período Verão, que vai do mês de junho a novembro. Justifica-se também pela existência de novatos no ramo da atividade extrativista.

Ao se analisar a variante renda do grupo formado por 178 catadores de caranguejo de Quatipuru-PA, depreendeu-se que a renda mínima mensal do grupo é de 42 reais, tendo-se por base o pior mês; já a renda média do grupo é equivalente a 87 reais; por sua vez, a renda máxima do grupo em análise no melhor mês é de 114 reais. A perceptível diferença entre o valor máximo e o mínimo pode ser explicada por vários fatores, como: o tempo e o local de trabalho, a quantidade de caranguejo extraída e o tipo de comercialização realizada.

Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2013), a renda per capita mensal da população de Quatipuru era, em 2010, de R$ 244,90, sendo a média daqueles que eram pobres e extremamente pobres de R$ 52,44 e R$ 30,33, respectivamente.

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A Tabela 2 apresenta as informações referentes à quantidade de anos trabalhados e à renda mensal dos catadores de caranguejo em Quatipuru-PA.

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2

Quantidade de anos trabalhados e renda mensal

Características Categoria Nº de entrevistados

Anos trabalhados Mínimo 1 Média 6 Máximo 22 Renda mensal (em R$) Mínima 42 Média 87 Máxima 114

Fonte: Elaboração pelos autores a partir de dados coletados em 2013.

A renda média mensal dos catadores de caranguejo era aproximadamente 8 vezes menor do que o salário mínimo em 2013 (R$ 678,00), ressaltando condições econômicas precárias para a sobrevivência desses catadores. Dessa forma, 86 entrevistados declararam possuir outra atividade para complementar a renda mensal. Entre estes, 1 é doméstica, 1 recebe benefício do governo para deficientes, 2 trabalham na lavoura, 3 possuem comércio, 3 são aposentados e 76 declararam receber Bolsa Família. O Gráfico 3 expõe as informações apresentadas acima.

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Fonte de renda extra

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Alves e Pontes (2015) afirmaram que, diferente dos valores para renda mensal encontrados neste estudo, as catadoras de caranguejo na cidade de Marapanin-PA recebiam em média um salário mínimo por mês (R$ 678,00) com a atividade de beneficiamento do caranguejo-uçá em 2013. Borcem, Cordovil e Furtado Junior (2014) apontaram que o salário mensal dos catadores de caranguejo em São João de Pirabas, também no Estado do Pará, girava em torno de R$ 612,81.

Em outros Estados a realidade é diferente. Assim, segundo Lírio (2014), a maioria dos catadores recebia até dois salários mínimos com a atividade da catação em Majé-RJ em 2013, corroborando com os resultados encontrados por Rosa e Mattos (2010), referentes à Baia de Guanabara no período de 2004/2005. Dessa forma, pode-se concluir que há uma diferença entre a renda dos extrativistas da região Norte quando comparada à dos extrativistas da região Sudeste do país.

A disparidade dos resultados encontrados em outros estudos comparados aos deste pode estar relacionada à abrangência das informações de renda mensal. A renda mensal a que este trabalho se refere leva em consideração somente a receita auferida com a atividade de beneficiamento, sem contar a renda advinda de outras atividades, diferente do apresentado nos trabalhos supracitados.

Outros estudos apontam que a grande maioria recebe auxílio financeiro do programa Bolsa Família. Destaca-se também o fato de existirem poucas alternativas para se adquirir renda, sendo que 51% declararam possuir a catação de caranguejo como fonte principal. Isso pode ser explicado pelo fato de os catadores terem pouca ou nenhuma escolaridade, característica que limita suas qualificações e torna menor o leque de opções para realização de outras atividades remuneradas (ALVES; PONTES, 2015).

No que diz respeito à produção dos catadores de caranguejo de Quatipuru-PA, verificou-se que, em um dia de trabalho, este beneficia em média 100 caranguejos, que geram 3,12 kg de massa, os quais, quando vendidos ao valor médio de 2 reais, equivalem a R$ 6,25. A partir dessa informação, em cinco dias de trabalho do catador, ele beneficia em média 500 caranguejos, que geram 15,6 kg de massa, os quais, quando vendidos ao valor médio de 2 reais, equivalem a R$ 31,20. Assim, em 20 dias de trabalho do catador, este beneficia em média 2.000 unidades de caranguejos, que geram 60,6 kg de massa, os quais, quando vendidos ao valor médio de 2 reais, equivalem a R$ 121,21. A Tabela 3 apresenta essas informações.

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Dias trabalhados x produção x renda

Dia de trabalho Cata por dia/média Produção diária de caranguejo em Kg Valor final do Kg beneficiado Total/dia 1 100 3,12 R$ 2,00 R$ 6,25 5 500 15,6 R$ 2,00 R$ 31,20 20 2000 60,6 R$ 2,00 R$ 121,21

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É pertinente destacar que, no município de Marapanim-PA, foi percebida a média de 17,4 kg de produção mensal, valor este aproximado do encontrado neste trabalho. Porém, o preço cobrado por quilograma era de R$ 3,50 a R$ 4,00, tratando-se das catadoras contratadas por intermediário (ALVES; PONTES, 2015)

Observam-se ao longo da cadeia de comercialização poucos ganhos para os catadores, os quais ainda continuam com nível de vida precária, submetidos a riscos constantes na profissão, à invisibilidade social de seu trabalho e à desvalorização profissional. Portanto, a atividade somente vem beneficiando os atravessadores5,

que pouco esforço fazem e lucram bem mais, principalmente nas etapas finais da cadeia de comercialização.

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Porcentagem de tiradores que vendem para seus respectivos comerciantes

Fonte: Elaboração pelos autores a partir de dados coletados em 2013.

Analisando a relação existente entre tiradores e comerciantes, verifica-se que, do universo de 178 catadores entrevistados, 137 vendem o caranguejo vivo para os marreteiros, o equivalente a 77% do universo. Do total, 10 vendem para os marreteiros, sendo: 2 para o sujeito social conhecido pela alcunha de Bagre, 2 para o sujeito social conhecido pela alcunha de Badá, 2 para o sujeito social conhecido pela alcunha de Nego Fausto, 2 para a atriz social conhecida pela alcunha de Teca, 2 para o sujeito social conhecido pela alcunha de Píu. Ainda, 8 disseram vender para os sujeitos sociais conhecidos pelas alcunhas de Arnaldo, Barral, Binho, Buchudo, Raimunda, Márcio, Samuel, Wilson. As informações citadas estão presentes no Gráfico 4.

No caso dos catadores de Majé-RJ, a maioria (65%) dos produtos segue o fluxo de comercialização para as feiras e as comunidades. Na localidade, o atravessador não

5 Representam posição intermediária na cadeia produtiva do caranguejo-uçá, pois realizam a compra do produto diretamente com o tirador a um preço mais baixo e o passa ao mercado consumidor com um preço mais elevado.

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é figura tão presente na comercialização da massa do caranguejo, tendo sido citado por apenas 18% do total de entrevistados (LÍRIO, 2014).

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Onsiderações finais

O estudo sobre as populações costeiras faz-se importante, pois auxilia na compreensão da cadeia produtiva do caranguejo e fornece dados para análise das principais dinâmicas internas e externas necessárias para a compreensão desse imbricado sistema de produção e comercialização. Além disso, lança luz sobre aspectos socioeconômicos e culturais da vida dos sujeitos sociais que residem no meio campesino, que necessitam ser percebidos em suas complexidades, uma vez que o trabalho é extremamente penoso, desumano, insalubre e desconsidera preceitos insculpidos nas convenções da organização internacional do trabalho – das quais o Brasil é signatário –, as quais, de fato, não cumpre.

Outra questão é o volume de crustáceos extraídos do manguezal diariamente e que é comercializado por farta rede de atravessadores, que sobrevivem cada vez mais da exploração do trabalho humano da região. Nesse sentido, os trabalhos feminino e infantojuvenil são importantes no contexto do beneficiamento artesanal da polpa da carne do caranguejo. Em contrapartida, os trabalhadores padecem de invisibilidade social, visto que as baixas remunerações, a desqualificação do trabalho, as jornadas excessivas e desgastantes, com aparição de doenças ocupacionais, são reflexos do sistema no qual estão inseridos, onde os fracos não têm vez. Desse modo, não são percebidos em suas vulnerabilidades, ao ponto de serem esquecidos como público-alvo de políticas públicas de assistência social que poderiam proporcionar a inclusão social e a melhora da estima desse grupo de trabalhadores aviltados em sua dignidade. Conclui-se que os catadores de caranguejo do município de Quatipuru-PA são, em sua maioria, do sexo feminino, concluintes do Ensino Fundamental, adultos, com casa própria e renda familiar média mensal de 87 reais, advinda da atividade de beneficiamento e da complementação do programa Bolsa Família.

Diante desse cenário de alta produção de crustáceos e concentração da renda nas mãos de poucos comerciantes – atravessadores –, fazem-se necessários novos estudos sobre a complexidade socioeconômica, produtiva, ambiental e jurídica dessa atividade para compreender algumas relações sociais ainda presentes entre os atores campesinos e que demonstram um pouco do que é esse universo à parte no Brasil, onde o Estado ordena através da legislação ambiental brasileira, mas pouco monitora e tampouco avalia sua aplicabilidade sobre a vida das pessoas. O que se vê é a dicotomia presente entre pescadores e patrões, e não se percebe a porta de saída para modificar a lógica usual do capital de explorar trabalhadores em função da manutenção da riqueza.

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eferências

ABDALA, G.; SARAIVA, N.; WESLEY, F. Plano de Manejo da Reserva Extrativista

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Data da submissão: 25/06/2016 Data da aprovação: 28/07/2016

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