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Secador para casulos do bicho-da-seda: desenvolvimento, simulação e experimentação.

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Academic year: 2021

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(1)

UNIVERSIDADE F E D E R A L DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

DOUTORADO E M ENGENHARIA DE PROCESSOS

SECADOR PARA CASULOS DO

BICHO-DA-SEDA:

D E S E N V O L V I M E N T O , SIMULAÇÃO E

EXPERIMENTAÇÃO

Autor: Pedro Ronaldo Herculano de Holanda Orientador: Antonio Gilson Barbosa de Lima

Campina Grande, março de 2007 PB - Brasil

(2)

UNIVERSIDADE F E D E R A L D E CAMPINA GRANDE

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

DOUTORADO E M ENGENHARIA DE PROCESSOS

S E C A D O R PARA CASULOS DO

BICHO-DA-SEDA:

D E S E N V O L V I M E N T O , SIMULAÇÃO E

EXPERIMENTAÇÃO

Autor: Pedro Ronaldo Herculano de Holanda Orientador: Antonio Gilson Barbosa de Lima

Curso: Doutorado em Engenharia de Processos

Área de Concentração: Desenvolvimento de Processos

Tese apresentada ao Programa de Doutorado em Engenharia de Processos, como requisito para a obtenção do título de Doutor em Engenharia de Processos.

Campina Grande, março de 2007 PB - Brasil

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DIGITALIZAÇÃO:

SISTEMOTECA-UFCG

F I C H A C A T A L O G R Á F I C A E L A B O R A D A P E L A B I B L I O T E C A C E N T R A L DA U F C G

H722s

2007 Holanda, Pedro Ronaldo Herculano de.

Secador para casulos do bicho-da-seda: desenvolvimento, simulação e experimentação / Pedro Ronaldo Herculano de Holanda. — Campina Grande: 2007.

161f. : i l .

Tese (Doutorado em Engenharia de processos) - Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Ciências e Tecnologia.

Referências.

Orientador: Antonio Gilson Barbosa de Lima.

1. Bicho-da-Seda. 2. Secagem. 3. Secador. 4. Casulo. 5. Experimentação 6. Simulação. I. Título.

CDU 638.2:66.047

(4)

MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA DA TESE DE DOUTORADO DE

PEDRO RONALDO HERCULANO DE HOLANDA APRESENTADA AO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PROCESSOS

DO CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DE CAMPINA GRANDE.

Tese de Doutorado Aprovada com distinção em 26 de M a r ç o de 2007.

Prof. DrT^rtmtwKin^õTf Barbosa de L i m a O R I E N T A D O R - U F C G / C C T / Ü A E M

Profa. D r a . M a r i a de F á t i m a DanVas de Medeiros E X A M I N A D O R A E X T E R N A - U F R N / D E Q

Prof. D r . J o s é Carlos Charamba Dutra E X A M I N A D O R E X T E R N O - U F P E / D E M E C

Prof. D r . Francisco de Assis de Brito E X A M I N A D O R E X T E R N O - U F C G / U A F

tardo Rangel Moreira Cavs

Prof. D r . M á r i o Eduardo Rangel Moreira Cavalcanti Mata E X A M I N A D O R I N T E R N O - U F C G / U A E A g

Campina Grande, M a r ç o de 2007. PB, Brasil

(5)

Este exemplar corresponde à versão final da Tese de Doutorado em Engenharia de Processos, defendida por Pedro Ronaldo Herculano de Holanda e aprovada pela banca examinadora em 26 de m a r ç o de 20£

Prof.Dr. Antoniq GilsorTBaTbosa d e X i m a (Orientador) U F C G / C C T / U A E M

(6)

DEDICATÓRIA

À minha esposa, Cléa Brasileiro de Holanda e às minhas filhas, Luciana Brasileiro de Holanda e Viviane Brasileiro de Holanda.

(7)

A G R A D E C I M E N T O S

Agradeço primeiramente ao meu orientador Prof. Dr. Antonio Gilson Barbosa de Lima, pelo empenho, orientação e incentivo, sem os quais não teria sido possível a conclusão desse trabalho.

À Coordenadora do curso de Doutorado em Engenharia de Processos, Prof. Dr". Odélsia Leonor S. de Alsina, por sua atenção e incentivo.

Ao Prof. Msc. Yoge Jerônimo Ramos da Costa, pelo incentivo, dedicação e ajuda nos instantes finais da conclusão desse trabalho.

Ao Prof. Dr. Mário Eduardo Rangel Moreira Cavalcanti Mata, pelo bom atendimento à mim dispensado nos momentos de dúvidas.

Ao Prof. Msc. João Baptista da Costa Agra de Melo, pela ajuda na compactação dos meus horários didáticos no período de sua coordenação.

Ao Prof. Msc. Erinaldo Clemente dos Santos, por sua atenção e incentivo no seu período de chefia do D E M .

(8)

"Escolha um trabalho que tu ames, e não terás que trabalhar um único dia em tua vida."

(9)

SUMÁRIO

1. Introdução 1

2. Revisão da literatura 3

2.1 A sericicultura 3

2.2 Aspectos mercadológico de seda e fio de seda 4

2.2.1 N o mundo 4

2.2.2 No Brasil 5

2.3 Casulos do bicho-da-seda: aspectos científicos e tecnológicos 12

2.3.1 Aspectos científicos 12

2.3.2 Aspectos tecnológicos da secagem de casulos do bicho-da-seda 20

2.3.2.1 Processo de secagem 20

2.3.2.2 A secagem de casulos 21

2.4 Modelos matemáticos de secagem 28

2.4.1 Camada fina 28

2.4.1.1 Modelos empíricos e semi-empiricos 29

2.4.1.2 Modelos difusivos 31

2.4.2 Camada espessa 32

2.4.2.1 Modelo da Universidade Estadual de Michigan 32

(10)

3 Metodologia 48

3.1 Modelagem matemática 48

3.1.2 Solução numérica 54

3.2 Procedimento experimental 57

3.2.1 Aspectos construtivos e funcionamento do secador 57

3.2.1.1 Projeto e construção do secador 57

3.2.2 Procedimento experimental 90

3.2.3 Principio de funcionamento, controle e segurança do secador 99

4 Resultados e discussões 101

4.1 Validação 101

4.2 Resultados experimentais 106

4.2.1 Teste de desempenho do secador 106

4.2.1.1 Teste para escolha do aquecedor 106

4.2.1.2 Testes para determinação da vazão de ar 109

4.2.1.3 Testes para avaliação da performance do sistema de

aquecimento 113

4.2.2 Aspectos técnico e econômico do secador desenvolvido 117

4.2.2.1 Secagem uniforme 117

4.2.2.2 Baixa vibração durante o transporte de produtos 117

4.2.2.3 Custo inicial de investimento e de manutenção 118

4.2.2.4 Espaço físico 118

4.2.2.5 Manutenção, operação e transporte 119

4.2.2.6 Isolação Térmica 119

5 Conclusões e Sugestões 120

(11)

5.2 Sugestões para trabalhos futuros 122

Referências bibliográficas 123

(12)

R E S U M O

H O L A N D A , Pedro Ronaldo Herculano de, Secador para Casulos do Bicho-da-Seda:

Desnvolvimento,Simulação e Experimentação. Campina Grande: Doutorado em Engenharia de

Processos, Universidade Federal de Campina Grande, 2007. 161 p. Tese (Doutorado).

A cultura do bicho-da-seda (Sericicultura), é uma atividade em fase de desenvolvimento no mundo inteiro, gerando emprego, renda agrícola e intercâmbio comercial. O casulo produzido pelo bicho-da-seda é constituído de casca, crisálida e espólio, sendo a casca constituída basicamente por sericina e fibroina. Devido ao alto teor de umidade (68 a 70%, em base úmida) e o curto ciclo de vida da crisálida (4 a 5 dias depois da colheita), é necessário que o casulo seja submetido ao processo de secagem, com a finalidade de ser armazenado com baixo teor de umidade (10 a 12% b.s), para posteriormente ser utilizado na Indústria de fiação, onde é transformado em produtos de alto valor comercial. Nesse sentido, esse trabalho tem como objetivo o projeto, a construção e a experimentação de um secador (tipo esteira com fluxos cruzados) e simulação da secagem de casulos do bicho-da-seda. São referenciados aspectos construtivos, funcionamento do secador e uma modelagem matemática para descrever as trocas de energia e massa entre o produto e o ar de secagem no interior do secador. As equações matemáticas foram resolvidas numericamente usando o método de volumes finitos. Resultados do desempenho de componentes do secador experimental e da secagem do casulo (simulada) são discutidos e analisados. Verificou-se que o teor de água do produto, no processo de secagem depende fortemente da temperatura, levemente da espessura da camada de casulos e praticamente independe da velocidade do ar de secagem. O secador desenvolvido tem as seguintes vantagens: versatilidade, baixo custo de construção, totalmente desmontável, boa mobilidade e esteiras controladas eletronicamente.

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A B S T R A C T

H O L A N D A , Pedro Ronaldo Herculano de, Dryer for Cocoons o f the Silkworm; Development, Simulation and Experimentation. Campina Grande: Doutorado em Engenharia de Processos, Universidade Federal de Campina Grande, 2007. 161 p. Tese (Doutorado).

The culture o f the silkworm (sériciculture) is an activity in development in all the world generating job, agricultural financial support and commercial exchange. Shell, chrysalis and booty constitute the cocoon produced by Bombix mori L . The shell is composed o f fibroin and sericin. The cocoon has high initial moisture content (68 - 70% w. b.) and a the chrysalis has a low life cycle ( 4 - 5 days after harvested). Then, it needs to be submitted to the drying process and to be stored at low moisture content (10 - 12% d. b.) and after it needs to be marketed to produce silk yarns, which are used on the manufacturing o f high cost products. In this sense, the goal o f this work is to design, to make and to test a cross flow band conveyon dryer and to simulate silk worm cocoon drying.

Building and working aspect o f the dryer and mathematical modeling to describe heat and mans transfer between air and product inside the dryer are reported. The mathematical equation are solved numerically using the finite volume method. Results o f the performance o f the experimental dryer and cocoon drying (simulated) are presented and analyzed. From the results it was verified that during o f the drying process, the moisture content o f the cocoon depends strongly o f the air temperature, slightly o f the cocoon layer thinkness and it is almost affected by air flow rate.

The following advantages o f the dryer can be cited versatility, low costoff the building, many easy to pieces, good mobility and electronic control o f the wire net.

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L I S T A D E F I G U R A S

Figura 2.1 Produção mundial de casulos verdes no período 2000/02 5 Figura 2.2 Produção brasileira de casulos verdes por ano de safra 6 Figura 2.3 Produção brasileira de casulos verdes por empresa 7 Figura 2.4 Produção brasileira de casulos verdes por estado 7

Figura 2.5 Produção brasileira anual de fios de seda 8

Figura 2.6 Vendas de resíduos de seda 9 Figura 2.7 Quantidade de seda brasileira por continente importador no ano de 2004 10

Figura 2.8 Fios de seda torcidos e grégia exportados para os países dos continentes 11

Figura 2.9 Ciclo vital do bicho-da-seda 13 Figura 2.10 Mariposa saindo do casulo 13 Figura 2.11 Bicho da seda adulto 14 Figura 2.12 Bicho-da-seda fiando a) Iniciando a fiação, b) Casulo suportado pela

anafaia 14 Figura 2.13 Formas dos casulos do bicho-da-seda a) Cinturada;

b) Poteaguuda; c) Oval ou elipsoidal; d)Irregular 15 Figura 2.14 Casulos melhorados devido o cruzamento de raças. 15

Figura 2.15 Vista de um casulo secionado 17 Figura 2.16 Curva de absorção e dessorção da seda Tasar á 25°C 18

Figura 2.17 Volume elementar de uma camada de produtos 33 Figura 2.18 Esquema do volume de controle diferencial 40 Figura 2.19 Camada elementar de um leito granular 44 Figura 3.1 Representação esquemática do secador tipo esteira com fluxos cruzados 49

Figura 3.2 Esquema da camada de sólido em um secador tipo esteira com fluxos cruzados 49

Figura 3.3 Fração do volume de sólido na camada 49 Figura 3.4 Esquema numérico e o volume de controle utilizados 54

Figura 3.5 Malha com 20 pontos nodais 57 Figura 3.6 a) Disposição dos rodízios na base do secador b) Rodízio esquerdo frontal

na base 58 Figura 3.7 Viga " U " enrijecida 59

Figura 3.8 Sub-módulo construído com viga " U " enrijecida e detalhes de acoplamento 59

Figura 3.9 Elementos de fixação/apoio do chassi 60 Figura 3.10 a) Módulo inferior do secador, b) Interior da câmara central; vista do apoio

do chassi 61 Figura 3.11 Estrutura do secador com os três módulos sobrepostos 61

Figura 3.12 Vista superior do módulo do secador 61 Figura 3.13 Vistas do secador; a) lateral esquerda; b) lateral direita 61

(15)

Figura 3.14 Chassi móvel completo com todos os rolos 63 Figura 3.15 a) Cubo traseiro de bicicleta; b) Rolo trator 75mm com cubo inserido 64

Figura 3.16 Rolo intermediário 50mm, a) vista frontal; b) vista em ângulo 64 Figura 3.17 Cubo dianteiro de bicicleta semi-inserido no tubo de 50mm 65 Figura 3.18 Detalhe de sustentação no chassi do rolo de 50mm com cubo 65 Figura 3.19 Relação de tamanho entre o casulo, milho, feijão e lentilha 65 Figura 3.20 a)Esteira convencional; b) Convencional secional; c) Esteira balanceada 66

Figura 3.21 Peças que compõem o sistema de acionamento da esteira 68 Figura 3.22 Conjunto de acionamento, mola, catraca, circuito e solenóide 68

Figura 3.23 Circuito do acionador da esteira 69 Figura 3.24 Aspecto físico do Transistor de Efeito de Campo (FET) 69

Figura 3.25 Aquecedor de ar com resistências blindadas 70 Figura 3.26 Resistência blindada 1000W; Resistências tipo estufa 1000W e 600W 70

Figura 3.27 Aparato para teste a) Resistência blindada, b) Resistência estufa 71

Figura 3.28 a)Suporte das resistências, vista lateral, b) vista frontal 72

Figura 3.29 Resistência com regiões incandescentes 72 Figura 3.30 a) Conjunto de módulos montados; b) conjunto desmontado 73

Figura 3.31 Esquema elétrico dos aquecedores de ar 73 Figura 3.32 Resistências incandescentes com fio resistivo tendendo à brilhante 74

Figura 3.33 Aspecto físico do NE555 74 Figura 3.34 Simulação de carga e descarga de um capacitor 75

Figura 3.35 Esquema do C l . 555 em operação astável 75 Figura 3.36 a) Forma de onda da carga; b) Forma de onda da descarga 76

Figura 3.37 Controle de um semáforo 77 Figura 3.38 Resultado da saída no circuito da Figura 3.36 78

Figura 3.39 Formas de onda dos sinais de entrada e saídas 79

Figura 3.40 Circuito Integrado CD4017BCN 79 Figura 3.41 Plano de identificação dos diodos que direcionam os sinais de saida 80

Figura 3.42 a) Transistor bipolar b) Acoplador ótico 80 Figura 3.43 Aspecto físico do Triac de potência BT137600E 81

Figura 3.44 Desenho esquemático do circuito de controle desenvolvido pelo autor 82

Figura 3.45 Circuito de lâmpadas no segundo passo sequencial 83 Figura 3.46 Cicuito lógico de controle em placa experimental em funcionamento 83

Figura 3.47 Circuito lógico de controle em placa experimental 84

Figura 3.48 Painel de lã de vidro PSI-60 85 Figura 3.49 Ventilador helicoidal 86 Figura 3.50 Ventilador tubo axial 86 Figura 3.51 Ventilador radial 86 Figura 3.52 a) Ventilador e duto. b) Duto com resistências pronto para receber

o ventilador 89 Figura 3.53 a) Acoplamento do duto cilíndrico com o prismático, b) Duto prismático onde

pode-se ver as inclinações e as entradas de ar quente para a câmara de secagem 89

Figura 3.54 a) Vista superior do duto prismático, b) Vista anterior da curvatura final 89 Figura 3.55 a)Vista posterior da curvatura final, b) Vista geral do conjunto de insuflação

e aquecimento 90 Figura 3.56 Termopares no interior da câmara de secagem, entre as duas esreiras 90

Figura 3.57 Termopares vistos no exterior da câmara de secagem 91 Figura 3.58 Localizações esquemática dos termopares no interior da câmara (cotas em

(16)

Figura 3.59 Monitores de tensão da rede, termômetro/chave e monitor de tensão

do ventilador 92 Figura 3.60 Painel de controle 92 Figura 3.61 Tacómetro ótico digital 93 Figura 3.62 Instrumentos e pontos de medição do fluxo de ar na entrada do secador 94

Figura 3.63 Medição do fluxo de ar na I a saída da câmara 95

Figura 3.64 Valores de r„ Ar,, no ventilador 96 Figura 3.65 Representação da câmara de secagem com suas esntradas e saídas 97

Figura 3.66 Ordem de acionamento das resistências nos três casos 98 Figura 3.67 Cabinhos submetidos aos testes de temperatura 100 Figura 4.1 Comparação entre os valores numérico e experimental do teor

de água médio durante a secagem de casulos para H = 0,02m 102 Figura 4.2 Temperatura do ar dentro do leito durante o processo de secagem do casulo 103

Figura 4.3 Temperatura do casulo dentro do leito durante o processo de secagem 103 Figura 4.4 Umidade absoluta do ar dentro do leito ao longo do processo de secagem 104 Figura 4.5 Umidade relativa do ar dentro do leito ao longo do processo de secagem. 105 Figura 4.6 Pressão de vapor dentro do leito ao longo do processo de secagem. 105 Figura 4.7 Resistência paralela à direção do fluxo de ar sem incandescência 108 Figura 4.8 a) Novo modelo de suporte onde as resistências estão radialmente e paralela ao

fluxo, b) Suporte com as resistências no duto 108 Figura 4.9 Pontos de incandescência nos centros dos cones 109

Figura 4.10 Conjunto tubo-axial e duto 109 Figura 4.11 Avaliação da velocidade da massa de ar nas três saídas para n = 1257rpm 109

Figura 4.12 Avaliação da velocidade da massa de ar nas três saídas para n = 510rpm 110

Figura 4.13 Velocidade do ar na entrada do ventilador 111 Figura 4.14 Velocidade média do ar na saída do secador em função da rotação do ventilador 111

Figura 4.15 Rotação do ventilador quando o aquecedor está ligado ou desligado 112 Figura 4.16 Avaliação do desempenho do aquecedor com alimentação intermitente ao longo

do tempo 113 Figura 4.17 Curvas de ajuste do desempenho do aquecedor com alimentação intermitente ao

longo do tempo 114 Figura 4.18 Comparação do desempenho do aquecedor com alimentação intermitente e

constante 115 Figura 4.19 Comparação da energia aproveitada com alimentação intermitente e constante 116

Figura 4.20 Eficiência energética do aquecedor em função da velocidade média do ar na

entrada do ventilador 116

(17)

L I S T A D E T A B E L A S

Tabela 2.1 Composição média dos casulos verdes 16 Tabela 2.2 Composição média do fio de seda bruta 16 Tabela 2.3 Propriedades físicas das fibras naturais 19 Tabela 2.4 Parâmetros de secagem de casulos do bicho da seda 24

Tabela 3.1 Condições do ar e do casulo usados nesse trabalho e comprimento total

percorrido pelo casulo dentro do secador 57

Tabela 3.2 Relação de peças do secador 62 Tabela 3.3 Unidades usadas no temporizador 555 76

Tabela 3.4 Saída versus resistências 80 Tabela 3.5 Características técnicas dos ventiladores testados 88

Tabela 3.6 Características técnicas do ventilador comercial ARGE 88

Tabela 4.1 Experimento com convecção natural 107 Tabela 4.2 Experimento com convecção forçada 107 Tabela 4.3 Parâmetros da Equação de ajuste das curvas da Figura 4.17 114

(18)

N O M E N C L A T U R A

Letras latinas

A* Área específica [ m2/ m3 ]

c Calor específico [J/kgK]

Ca Calor específico do ar seco à pressão constante [J/kgK]

Cas Calor específico do ar seco [J/kgK]

Cp Calor específico do produto [J/kgK]

Cs Calor específico do vapor d'água à pressão constante. [J/kgK]

C\v Calor específico da água [J/kgK]

C Capacitância [F]

d M / d t , õ M / õ t Taxa de difusão [kg/kg/s]

D Coeficiente de difusão [m2/s]

D* Difusividade do ar [m2/s]

Dv a Coeficiente de difusão do vapor no ar [m2/s]

Dv Coeficiente de difusão do vapor [m2/s]

D\va Coeficiente de difusão de água no ar [m2/s]

fl> ?2, f4 Equação da camada fina apropriada [-]

f Freqüência [Hz]

Ga Fluxo de massa do ar [kg/m2s]

II Espessura da camada de produto [m]

hc Coeficiente de transferência de calor por convecção [ W / m2K ]

h *f g Calor latente de vaporização da água do produto [J/kg]

I Corrente elétrica [ A ]

k Condutividade térmica [ W / m2K ]

Condutividade térmica do ar W / m2K ]

Condutividade térmica efetiva do produto [ W / m2K ]

kP Coeficiente de condutividade térmica do produto [ W / m 2K ]

rh Fluxo de massa [kg/s]

(19)

M Teor de umidade médio [ k g ^ g ]

Me Teor de umidade de equilíbrio [kg/kg]

M o Teor de umidade inicial [kg/kg]

M * Razão de umidade média [kg/kg]

mp s Massa do produto seco [kg]

P Pressão [Pa]

Q Quantidade de calor [J]

R Raio do ventilador [m]

R Resistência [ohm]

S Área de troca de calor [ m2]

T Temperatura do ar [°C] t Tempo [s] UR Umidade relativa do ar [%] V Tensão elétrica [ V ] n Rotação do ventilador [rpm] ri Número de rodízio [-] w Velocidade média do ar [m/s] W Potencia elétrica [W] wa Velocidade do ar [m/s] up Velocidade do produto [m/s] X Razão de umidade do ar [kg/kg]

Xaf Razão de umidade do ar, final [kg/kg]

Xao Razão de umidade do ar , inicial [kg/kg]

Xsat Razão de umidade do ar saturado [kg/kg]

X f Razão de umidade final do ar [kg/kg]

Razão de umidade inicial do ar [kg/kg]

y Posição ao longo da camada de produto [m]

A Hd v Calor isostérico médio [J/kg]

Letras gregas

pp Densidade do produto [kg/m3]

Pa Densidade do ar [kg/m3]

0 Temperatura do produto [°C]

9 Temperatura média do produto [°C]

9f Temperatura final do produto [°C]

n Eficiência [%1

X Período de temporização [s]

E Porosidade do leito [decimal]

(20)

Superescrito * adimensional o anterior Subescrito a ar abs absoluta aq aquecedor c convecção e equilíbrio f final m massa o inicial p produto s seco sat saturado v vapor w água

(21)

C A P I T U L O 1

INTRODUÇÃO

O inseto bicho-da-seda pertencente à espécie Bombyx mori L , é explorado pelo homem h á milênios, sendo essa exploração conhecida como sericicultura. Essa atividade inicia-se com o acasalamento das mariposas, seguido dos ovos e c o n s e q ü e n t e m e n t e a evolução para larvas. Dos quatro estágios do bicho-da-seda, isto é: ovo, larva, crisálida e mariposa, para o sericicultor a criação se processa no estágio de larva, o mais importante, seguido da secagem que é realizada no terceiro estágio. Durante a criação, o bicho-da-seda alimenta-se exclusivamente de folhas da amoreira. Quando a larva atinge a fase de larva adulta, elas migram para os bosques, estruturas feitas de diversos materiais, tais como: bambu, papelão, plástico, entre outros. Nos bosques, as larvas c o m e ç a m a tecer os casulos que demora de quatro a cinco dias. Novamente, quatro ou cinco dias depois, a crisálida, j á mariposa, segrega u m muco do e s t ô m a g o com a finalidade de amolecer o casulo, r o m p ê - l o , sair do mesmo e em seguida voar, completando assim o seu ciclo de vida. Se o último ciclo for completado, o fio do casulo torna-se imprestável para fins têxteis. Com a finalidade de aproveitar o fio produzido pelo bicho-da-seda, o ú l t i m o ciclo deve ser interrompido por qualquer processo que venha quebrar a continuidade do ciclo de vida da crisálida. Normalmente é usada a secagem para esse fim. Devido à peculiaridade do casulo, dentre os diversos tipos de secadores existentes, dois se adequam para esse tipo de secagem, são eles: secador de leito fixo e secador de fluxos cruzados tipo esteira. Esse último é mais usado na área industrial, devido ao processo contínuo, característica desse secador de oferecer maior produtividade. (Fonseca e Fonseca, 1988).

(22)

Visando dar uma contribuição à área de secagem e secadores de casulos do bicho-da-seda, esse trabalho constitui uma análise do efeito produzido pelo processo de secagem sobre os casulos do bicho-da-seda, dando ênfase aos problemas causados pela temperatura, fluxo e umidade relativa do ar, espessura da camada de casulos, teor de umidade dos mesmos, na qualidade do fio de seda, no final do processo. Dentre os fatores energéticos citados o calor é o de maior importância, pois deve ser fornecido em u m nível certo para matar a crisálida e deixar os casulos em condição de armazenamento. O autor se p r o p õ e , em síntese, atingir os seguintes objetivos:

a) Construir u m secador de fluxos cruzados tipo esteira aplicado à secagem dos casulos do bicho-da-seda;

b) Avaliar o desempenho do secador com ênfase ao aquecimento e fluxo de ar e sua distribuição no interior do mesmo;

c) Propor uma modelagem m a t e m á t i c a para secagem de casulos do bicho-da-seda em um secador de fluxos cruzados tipo esteira com resolução por solução n u m é r i c a ;

d) Estudar teoricamente o efeito das condições do ar sobre a qualidade do produto durante o processo de secagem;

(23)

C A P Í T U L O 2

REVISÃO DA LITERATURA

2.1 A sericicultura

A China é considerada a Pátria da seda. H á 4000 anos lá se cria o bicho da seda para a obtenção do fio e confecção de produtos diversos. A seda é produzida principalmente pelas lagartas de certos tipos de mariposas. Distinguem-se os fios de seda produzidos pela lagarta que se alimenta da amoreira e os produzidos por lagartas que se alimentam de plantas silvestres. Esses tipos são as únicas matérias-primas têxteis que a natureza produz j á em forma de fio. Durante milênios a fabricação da seda foi u m segredo chinês. A sua revelação seria castigada com pena de morte. Era permitido exportar apenas artigos j á manufaturados. Chegavam ao Oriente M é d i o através de caravanas, passando pelo T u r q u e s t ã o Oriental, Pamir e Iran. Esse longo percurso, que durava vários anos, encarecia de tal forma o produto que era vendido ao peso de ouro. Pode-se ver que a seda só poderia e deveria ser usada por gente rica.

N o século V I conseguiu-se levar ovos da mariposa da amoreira para Bizâncio. De lá, a criação do bicho da seda e a manufaturação do fio espalharam-se pelos países que rodeavam o Mar Mediterrâneo. O Japão teve u m extraordinário desenvolvimento, destacando-se t a m b é m a Síria, seguido pela Arábia, Itália e Espanha.

(24)

Com a reativação comercial com a Pérsia, h á mais ou menos 2500 anos, e mais tarde com outros países, a exportação de seda grége ( c o m b i n a ç ã o de diversos fios babas retirados diretamente dos casulos, formando u m fio ú n i c o , sem torção) e dos tecidos de seda tomou grande importância.

A partir de 1598 a F r a n ç a teve u m grande impulso na atividade sericícola com apoio de Henrique I V . Decorridos 250 anos de atividade, a manufatura francesa entrou em declínio, devido a prática de p r e ç o s abusivos e a ânsia de produzir muito sem cuidar da saúde das larvas, o que acabou provocando d o enças que dizimaram os centros produtivos. N o Brasil, plantavam-se os primeiros p é s de amoreira. N ã o h á registros de fiações nesse p e r í o d o , devido a u m tratado assinado por D . Maria I com a Inglaterra, em 1703, estabelecia que Portugal e suas colônias importariam com exclusividade os tecidos ingleses.

N o século X I X , D . Pedro I iniciou a implantação da sericicultura no Brasil. Com o apoio de D . Pedro I I , a atividade sericícola f o i progressivamente a l c a n ç a n d o seu desenvolvimento, com a fundação da "Imperial Companhia Seropédica Fluminense", implantada no m u n i c í p i o de Itaguaí - RJ. Apesar das amplas instalações da indústria e do grande capital empregado, com o aval de D . Pedro I I , o empreendimento fracassou pouco tempo depois, mostrando assim a complexidade da arte de fiar a seda. (Hanada e Watanabe,

1986).

U m desenvolvimento significativo da atividade aconteceu por volta da Segunda Guerra Mundial, mas durou bem pouco tempo. N o final da guerra, o Brasil enfrentou uma crise sem precedentes, melhorando na d é c a d a de 50.(Fonseca e Fonseca, 1988) A partir daí, a sericicultura cresceu consideravelmente, e c o n s e q ü e n t e m e n t e a p r o d u ç ã o de fio e casulos verdes, colocando atualmente o país em quinto lugar na classificação dos maiores produtores de seda do mundo (Figura 2.1).

2.2 Aspectos m e r c a d o l ó g i c o de seda e fio de seda

2.2.1 No mundo

Nos países em que a sericicultura está em fase de desenvolvimento, a indústria sérica é considerada de grande interesse, elevando a taxa de emprego, garantindo renda agrícola compensadora e conseguindo intercâmbio comercial pela exportação de seus produtos.

(25)

PRODUÇÃO MUNDIAL DE CASULOS VERDES Anos 2000/02 700000 600000 500000 r 400000 < 300000 < [IJ 200000 z P 100000 o •i-m—m .i-r-i-i ro ç O o >ro tfí ' 3 cr cu N .O

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Figura 2 . 1 - P r o d u ç ã o mundial de casulos verdes no período 2000/02. Fonte: A B R A S S E D A (2005)

2.2.2 No Brasil

Atualmente a sericicultura atravessa uma grande baixa na p r o d u ç ã o , se comparada com as safras 93/94, concentrando suas atividades nos Estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. A Figura 2.2 evidencia a p r o d u ç ã o brasileira de casulos verdes, no período de 1985 a 2005.

De início, no Brasil, a sericicultura caracterizou-se por uma quase total d e p e n d ê n c i a do mercado externo, atravessando fases de grande desenvolvimento, como t a m b é m de grande depressão. Essas variações foram produzidas basicamente pelas profundas variações de preços dos casulos produzidos, de tal forma que não havia nenhuma uniformidade na e x p a n s ã o da p r o d u ç ã o de seda. Novas áreas com amoreira foram plantadas e novas regiões produtoras de casulos foram se formando, principalmente nos Estados de São Paulo e Paraná.

Nos últimos anos a p r o d u ç ã o de seda vem experimentando variações negativas; mesmo assim, com a p r o d u ç ã o nacional em baixa, o Brasil passou a ocupar o terceiro lugar em exportação de fio de seda, tendo a B R A T A C como líder, considerada a maior indústria de fiação de seda do mundo. Atualmente a B R A T A C participa com 65% da produção nacional 5

(26)

de fio de seda e 1,90% da p r o d u ç ã o mundial. N a Figura 2.3 pode-se ver claramente a liderança citada.

PRODUÇÃO BRASILEIRA DE CASULOS VERDES 20000 18000 16000

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í LU i n t D N f l O O l O i - I N O t l f i l O N O O O ) o o o c o c o c o o c n o o o i c n o i o i o i o i o o O O O O O O O O O O O O C O O ) C O C O C O C O a ) a 5 C 7 ) 0 ) CO í- O n •} io o o o o o Ô ? (\i t i ^ o o o o o TOTAL 270.221 TONELADAS SAFRAS

Figura 2.2 - P r o d u ç ã o brasileira de casulos verdes por ano de safra.

Fonte: A B R A S S E D A (2005)

As empresas Bratac e Kanebo, tem suas p r o d u ç õ e s concentradas no estado do Paraná, enquanto que as demais concentram-se em vários estados brasileiros, com maior concentração nos Estados de São Paulo e Paraná. Nota-se um declínio de produção a partir do estado de Goiás, que teve sua p r o d u ç ã o extinta desde o ano de 1999. Os estados do Rio Grande do Sul e Espírito Santo contribuíram com uma fase experimental da safra 90/91 à safra 96/97. Daí em diante, n ã o houve mais p r o d u ç ã o .

O estado do Rio Grande do Norte através de uma unidade da Bratac, em Canguaretama - R N , produziu desde a safra 1984/85 até a safra de 94/95, sendo desativado totalmente a partir dessa safra. O estado de R o n d ô n i a contribuiu com 12 toneladas somente nas safras de 90/91,92/93 e 94/95, época do encerramento total da p r o d u ç ã o (Figura 2.4).

(27)

160000 140000 120000 100000 80000 60000 40000 20000

PRODUÇÃO BRASILEIRA DE CASULOS VERDES POR EMPRESA PERÍODO 1985/2005

147.589 PRODUÇÃO TOTAL = 270.221 t 58.917 28.299 15.130 15.361 1.192 O CO

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o o o EMPRESAS 119 3.614 CA CO c c CO W d CD

Figura 2.3 - P r o d u ç ã o brasileira de casulos verdes por empresa.

Fonte: A B R A S S E D A (2005)

PRODUÇÃO DE CASULOS VERDES POR ESTADO 240000 220000 200000 180000 160000 140000 120000 100000 80000 60000 40000 20000 0 202633 55051 9096 1502 299 1276 111 110 131 12 PR SP MS SC MG GO ESTADOS RS ES RN RO

Figura 2.4 - P r o d u ç ã o brasileira de casulos verdes por estado. Fonte: A B R A S S E D A (2005)

(28)

A exportação brasileira de fio de seda aumentou substancialmente. Do total das exportações de fio de seda, cerca de 72% é dirigido a grandes produtores mundiais, como Japão, China, Cingapura e Coréia do Sul, segundo a C A C E X - B B , (Fonseca e Fonseca,

1988). A Figura 2.5 fornece informações relativas à situação real do País, no que diz respeito à p r o d u ç ã o , consumo interno e exportação de fio de seda no p e r í o d o 1984-2004.

PRODUÇÃO BRASILEIRA DE FIOS DE SEDA

o o o LU « l O C D N O C í O T - N n í l O t p S t D Ç Í O i - N n ^ l í ) c o < » r o o o o o c » C D C o c D O ) c o a ) 0 5 c y ) C o c o o o o o o o CO

Figura 2.5 - P r o d u ç ã o brasileira anual de fios de seda. Fonte: ABRASSEDA_( 2005 )

N a d é c a d a de 90, mais precisamente até o ano de 1993, houve u m aproveitamento moderado no mercado interno dos resíduos de seda superado pela exportação nesse mesmo período. A partir de 1993, houve u m substancial aumento do consumo interno, enquanto as exportações decresciam em grandes proporções. A partir de 2003 as exportações c o m e ç a r a m a superar o consumo interno, assim permanecendo até o ano de 2004. N o ano de 2005 houve uma queda em relação ao ano de 2004 tanto no mercado interno quanto no externo. N o total, as vendas de resíduos de seda caíram 4 0 , 5 1 % em relação as vendas realizadas em 1990 (Figura 2.6).

(29)

VENDA DE RESÍDUOS DE SEDA

Figura 2.6 - Vendas de resíduos de seda. Fonte: ABRASSEDA (2005)

Na Figura 2.7 pode-se observar que a seda brasileira é exportada para os continentes

asiático, europeu, americano e africano. Na Figura 2.8 consta os países componentes desses

continentes. Vale salientar que a Tunísia, único representante do continente africano, iniciou

a atividade de consumo de produtos oriundos do bicho-da-seda proveniente do Brasil, no ano

de 2003, ocupando o 10° lugar. Curiosamente a China iniciou a importação em 2004

ocupando o 11° lugar.

Diante da conjuntura do mercado internacional, o Brasil tem plena possibilidade de

incrementar significativamente sua produção. As comunidades asiáticas e européias

dificilmente terão condições de fazer o mesmo. Isto pelas condições de clima e solo, pois

enquanto nos países asiáticos e europeus são obtidas, no máximo, três criadas (crias) de

lagartas por ano, aqui no nosso país há condições de se obter, no mínimo, seis a sete criadas

(crias). As vantagens comparativas do Brasil em relação aos outros países, além do teor

líquido de seda em cada casulo, superior ao encontrado nos demais países, podem ainda ser

observadas pela qualidade dos fios brasileiros em termos de parâmetros de grande

(30)

importância, como: a fiabilidade (grau de desenrolamento do casulo, ou melhor, a facilidade

com que o fio de seda desenrola do casulo), cor, brilho e maciez da seda.

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o

1400000 1200000 1000000 800000 600000 400000 200000

FIOS DE SEDA (GRÉGIA E TORCIDOS) DESTINO POR CONTINENTE 85,38% 1.155.678 13,30% 180.059 1,14% 15.383 0,18% ÁFRICA ÁSIA EUROPA AMÉRICA

Figura 2.7 - Quantidade de seda brasileira por continente importador no ano de 2004.

Fonte: ABRASSEDA (2005)

Vários países estão relacionados com a tecnologia adotada para obtenção do fio de

seda nas condições ideais para exportação e consumo interno. Do exposto, verifica-se que a

atividade sericícola é de grande importância para o desenvolvimento regional e do país. Esta

relevância está ligada, principalmente, ao fato de ser o fio-de-seda, produto de exportação e,

portanto, gerador de divisas, por utilizar mão-de-obra intensiva, fixando o homem no campo

e, principalmente, por estar ligada à produção agro-industrial, contribuindo dessa maneira

para a geração de empregos rurais e urbanos, além de impulsionar o comércio local e de

regiões circunvizinhas.

(31)

EXPORTAÇÃO DE FIOS DE SEDA (Grégia e Torcidos) D ) O >< O D O O cd Cl 1000000 900000 800000 700000 600000 500000 400000 300000 200000 100000 0

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Figura 2.8 - Fios de seda torcidos e grégia exportados para os países dos continentes.

Fonte: ABRASSEDA (2005)

Segundo Hanada e Watanabe (1986), o potencial industrial de uso para a casca do

casulo pode ser dividido em dois grupos. O grupo I compreende aqueles usos nos quais a

casca é empregada para a obtenção do fio de seda, que por sua vez serve de matéria prima

para a fabricação de produtos tais como: camiseta, vestido, paletó, pintura em seda, lenços de

seda, etc. O grupo I I compreende aqueles usos nos quais se aproveita o envoltório inicial do

casulo, a anafaia, para produção de bens de consumo tais como; barbante, estofamento,

travesseiros, colete a prova de bala entre outros. Em adição, a crisálida tem quase o teor

nutritivo da carne bovina e pode ser utilizada como proteínas, adubo, ração, bem como na

fabricação de óleo,seus derivados e alimento humano.

Segundo Uchino (2001), o Japão, Coréia e China desenvolveram pesquisas sobre o uso

medicinal da seda; com isso, abre-se grande expectativa para o uso como matéria prima para

produtos que não sejam só para confecções de vestuário. Recentemente descobriram-se

propriedades antes desconhecidas, inclusive medicinais, assim como novos produtos à base de

proteína da seda, a saber: pó do fio da seda aplicado em cosméticos, produtos alimentícios,

(32)

tais como: biscoitos, balas, bebidas, entre outros. As lagartas desidratadas e moídas, tem

produzido compostos macrobióticos, e os casulos moídos produzido chás. Esses dois produtos

tem comprovadas propriedades no controle do diabetes, sendo já comercializados.

Com o avanço das pesquisas, o século 21 abrirá uma nova etapa na utilização dos

produtos do bicho-da-seda que não sejam aqueles usados desde a antiguidade, melhor

aproveitando o potencial dos seus recursos naturais até então desconhecidos.

2.3 Casulos do bicho-da-seda: aspectos científicos e tecnológicos

2.3.1 Aspectos científicos

"Espécies e ciclo vital do bicho-da-seda

No mundo são conhecidos oito espécies de bicho-da-seda, criados com a finalidade de

produzir fios de seda. Atualmente, são produzidos quatro espécies de sedas natural

proveniente de insetos: a seda produzida pelo Bombyx mori L., inseto que se alimenta da folha

da amoreira, que é a mais importante e contribui com 95% do total da produção mundial; e as

produzidas pelas Mouga, Eri e Tasar, responsáveis pelos 5% restantes. A Mouga, a Eri e a

Tasar são considerados bichos-da-seda selvagens e alimentam-se de diversas outras espécies

de plantas, tais como carvalho e mamoneira.

O bicho-da-seda, durante sua vida, passa por quatro estágios: ovo, larva, pupa (crisálida)

e imago (mariposa). A larva nascida de um ovo, com menos de 0,5 mg de peso,

alimentando-se com folhas da amoreira, dentro de mais ou menos quatro alimentando-semanas cresce mais de 10 mil

vezes em relação ao seu peso inicial, (Fonseca e Fonseca, 1988 ). Durante esse período o

bicho-da-seda normal exúvia (troca de pele) quatro vezes; ao final começa então a fiar a seda

pelo orifício de sua fiandeira a uma razão de 10 a 15 cm/min (Olney, 1947); tece o casulo

(invólucro de seda, em que se abriga a larva, para no seu interior se proteger dos agentes

externos), encerrando-se nele. O comprimento dos fios de seda nos casulos varia normalmente

de 800 a 1500 metros, com espessura de 0,002 mm, (Hanada e Watanabe, 1986), em

discordância com alguns autores que chegam a afirmar que seu comprimento pode alcançar

até 4 OOOrn e nunca apresenta espessura uniforme (Erhardt et al., 1976). A larva dentro do

casulo, através da metamorfose, transforma-se em pupa (ninfa ou crisálida) e essa em

12

(33)

mariposa, que com auxílio de um suco alcalino secretado do estômago, umedece a casca do

casulo, amolecendo-a, facilitando assim o rompimento para sua saída (Ver Figuras 2.9 e

2.10). Na Figura 2.11 pode-se observar o bicho da seda na 2

a

fase, isto é, a lagarta.

15°dia 20°dia 22°dia

23°dia 25°dia 30°dia

Figura 2.9 - Ciclo vital do bicho da seda. Fonte: www.addizione.org/po/prom.php (2007)

(34)

Figura 2.11- Bicho da seda adulto. Fonte: Informativo BRATAC (2003).

"Características físicas e químicas do casulo e fio de seda

O casulo verde produzido pelo bicho-da-seda, é composto de três partes: a casca a pupa

(crisálida) e a exúvia (despojos). A primeira é tecida pela larva, cruzando os filamentos de

seda uns sobre os outros, em forma de S ou 8, formando os vários estágios do casulo (Figuras

2.12 a-b). A massa do casulo varia de 1,5 a 2,5 g (Fonseca e Fonseca, 1988). Esse valor está

em concordância com Lima (1995), que encontrou em sua pesquisa, uma massa de l,52g para

casulos verdes, depois de retirada a anafaia.

Figura 2.12 - Bicho-da-seda fiando, a) Iniciando a fiação, b) Casulo suportado pela anafaia.

Fonte: Revista Globo Rural (1996)

A temperatura, a umidade e a ventilação, bem como o poder nutritivo da amoreira, antes

e durante a formação do casulo, influem diretamente tanto no tempo de duração do

encasulamento bem como na qualidade dos casulos e no desenrolamento de fios no processo

de fiação (Hanada e Watanabe, 1986).

(35)

Conforme a raça do bicho-da-seda (Chinesa, Japonesa ou Indiana), a cor e o tipo ou

conformação do casulo podem ser diferentes. A cor dos casulos pode ter diversas tonalidades

das seguintes cores: branco, amarelo (cor de ouro) ou esverdeada. No que diz respeito à forma

geométrica, pode ser esférica, oval ou elipsoidal, cinturada, e ocasionalmente, pode também

ser pontiaguda ou fusiforme (Figura 2.13). No caso do Brasil, há uma predominância pela

forma elipsoidal com dimensões bastante expressivas, se comparada com às dos grãos de

cereais. Na Figura 2.14 pode ser observado um breve resumo de um trabalho de

melhoramento de raças desenvolvido na Fiação BRATAC.

I I I I I I I I I • •

(a) (b)

• t ê • • • I I I • I

(c) (d)

Figura 2.13 - Formas dos casulos do bicho-da-seda. a) Cinturada; b) Pontiaguda;

c) Oval ou elipsoidal; d)-Irregular. Fonte: Informativo Técnico BRATAC.

Figura 2.14 - Casulos melhorados devido o cruzamento de raças.

Fonte: Informativo Técnico BRATAC.

(36)

A composição média dos casulos verdes ou frescos é dada pela Tabela 2.1 (Bianchi,

1945). Como percebe-se pela análise da Tabela 2.1, existe no casulo uma grande quantidade

de água, sendo que a maior parte dessa água se encontra na crisálida. A composição média do

filamento é dada pela Tabela 2.2 (Fonseca e Fonseca, 1988). Percebe-se que além da

existência da fibroína, parte interna do filamento, e da sericina, que circunda a fibroína, há

também presente na seda bruta cerca de 2% de cera, e cerca de 1 % de material mineral. A

sericina tem aparência de uma cola (goma-arábica) e envolve a fibroína do fio-baba de cada

casulo, solidificando-se depois de expelida pela larva, quando exposto ao ar por algumas

horas (Coutinho Filho, 1973). A quantidade total de sericina presente na seda bruta é variável,

dependendo do tipo de seda e da região ou país de sua origem. Ela é o material que produz na

fibra a sensação de rigidez e aspereza, e é totalmente solúvel em água quente. A fibroína é a

substância proteica que constitui tudo quanto resta da seda bruta depois de completamente

purgada, isto é, depois da retirada total da sericina (Bianchi, 1945).

Tabela 2.1- Composição média dos casulos verdes

COMPONENTE % EM MASSA

Agua 68,20 %

Sedagrége

1

14,30%

Materiais gomosos solúveis em água 0,70 %

Crisálida 16,80 %

Tabela 2.2 - Composição média do fio de seda bruta

COMPONENTE PERCENTUAL

Fibroína 72 ~ 80 %

Sericina 19 ~ 27%

Gordura e cera 0,5 ~ 1,0 %

Carboidrato 1,0 ~ 1,5 %

Materiais corantes e inorgânicos 1,0 ~ 1,5%

A seda grégia (grége), é a seda obtida pela combinação de 3 a 12 fios tirados diretamente dos casulos e formando um único fio sem torção.

(37)

Na época de colheita, o casulo possui massa com a seguinte composição média: casca

(17,0 a 24,4%), crisálida (75,0 a 82,3%) e exúvia (0,6 a 0,7%) (Fonseca e Fonseca, 1988);

dos quais 68,2% é água; 14,3% é de seda grege, 16,8% é crisálida e 0,7% são materiais

gomosos solúveis em água (Bianchi, 1945). A casca do casulo, depois de retirada a anafaia, é

constituída unicamente do fio de seda, que por sua vez é composto basicamente de sericina

(20 à 30%) e fibroina (70 à 80%) (Hanada e Watanabe, 1986)( Ver Figura 2.15).

A seda é parte integrante da categoria de produtos higroscópicos. Hess (1941), Bianchi

(1945) e Mauersberger (1947), afirmaram que a seda é muito higroscópica, e sob

circunstâncias favoráveis, absorverá até 30% de seu peso, em água, e contudo parece ser seca.

Essa umidade é adsorvida na superfície interna da fibra. Esses produtos tem a propriedade de

realizar trocas de água, sob a forma de vapor, com o ar ambiente que os envolve, por absorção

(adsorção) ou dessorção

2

, considerando-se as características hídricas dos produtos e do ar que

o circunda.

Todas as fibras têxteis quando expostas à atmosfera úmida, de UR (umidade relativa)

variando de 0 a 100%, a uma certa temperatura, absorve vapor de água até atingir seu

equilíbrio. Essas condições quando plotadas em um gráfico, representam a curva de adsorção,

semelhante a curva A da Figura 2.16.

(38)

Por outro lado, se a fibra for seca quando exposta as condições atmosféricas do ar, a

curva obtida assemelha-se a curva B da Figura 2.16. O percentual Regain é o percentual de

água que o material possui em relação ao seu peso seco. Essas curvas são de grande

importância técnica, uma vez que a água absorvida ou perdida pela fibra têxtil, modifica suas

propriedades físicas, tais como: peso, espessura, fiabilidade, alongamento

3

, etc.

O equilíbrio higroscópico dos materiais biológicos, a uma certa umidade relativa e

temperatura, é mais elevado durante a dessorção do que durante a sorção, e essa diferença está

em torno de 1% de teor de água, em base seca (Kososki, 1977). No caso de grãos, Chung e

Pfost, citados por Brooker et al. (1974), afirmam que esse efeito de histerese pode ser devido

ao encolhimento do grão durante a dessorção, reduzindo assim, a disponibilidade de água de

ligação na sua superfície.

Umidade relativa %

Figura 2.16- Curva de absorção e dessorção da seda Tasar à 25 °C.

Fonte: Garner (1949).

3 O alongamento representa a ductilidade e não deve ser confundido com o alongamento elástico, que representa

(39)

Segundo Hess (1941), Bianchi (1945) e Olney (1947), a seda pode ser aquecida até a

temperatura de 140 °C, sem perigo de decomposição, contudo, ela é rapidamente desintegrada

a temperaturas superiores a 165 °C, dando como produtos, gases, sólidos e líquidos,

semelhantes aos obtidos pela destilação seca das outras substâncias proteicas.

A seda é um mau condutor de calor, possuindo uma condutividade térmica de 0,040

W/m.K, segundo Weast, citado por Hall (1980), e quando submetida a temperatura elevada

por tempo prolongado, perde em resistência à ruptura e elasticidade. A seda, bruta ou livre da

cola (sericina) é a mais resistente das fibras naturais (Corbman, 1975).

Segundo Woolman e Mcgowan (1943), a resistência à tração da seda bruta é

aproximadamente 441,27 kPa.

O teor de água na fibra têxtil tem uma grande influência na sua deformação, resistência

e espessura (Garner, 1949). Tratando-se da seda, essa conserva cerca de 80 a 90% de sua

resistência a seco, quando umedecida (Erhardt et al., 1976). Hollen et al. (1979a), publicaram

em seu trabalho, uma série de quadros de propriedades físicas das fibras naturais e sintéticas,

que foram aqui reagrupados em parte e resumidos, apenas para as fibras naturais (Tabela 2.3).

Os números são médios ou medianos, mas podem ser tomados como referência.

Tabela 2.3 - Propriedades físicas das fibras naturais

PROPRIEDADE

FIBRA NATURAL

Algodão

Seda

Resistência à abrasão

decresce —>

Absorção (umidade "Regain")*

í 1 _ H £.

7 - 1 1

11

13 ~ 18

Densidade (g/cm )

1,52

1,25

1,32

Recuperação elástica (% de recuperação

75

92

99

para 2 a 5% de extensão).

Alongamento (% de alongamento até ruptura)

Úmido

9,5

30

35

Padrão ( T = 21,1°C e UR = 65 % ).

3 - 7

20

25

* A umidade "Regain" é expressada como a percentagem do peso livre de água a uma U R = 65%. Informações adicionais sobre o tema discutido nesta seção podem ser encontradas em Lima e Mata (1995) e nas demais referências citadas.

(40)

2.3.2 Aspectos tecnológicos da secagem de casulos do bicho-da-seda

2.3.2

.1 O processo de secagem

Secagem é a operação de remoção de parte da água ou qualquer outro líquido de um

corpo, através de processos mecânicos ou térmicos. A secagem torna-se indispensável no

correto armazenamento e/ou processamento de produtos biológicos. Durante o processo, os

produtos biológicos sofrem alterações em suas características físicas e químicas; dependendo

da temperatura, os produtos biológicos podem ser afetados em suas estruturas, assim como as

sementes podem perder o poder germinativo, ou até mesmo a perda total dos produtos.

Pesquisadores de todo o mundo tem trabalhado analisando os processos de secagem.

Alguns consideram as condições externas, tais como temperatura do ar, velocidade e umidade

relativa, correlacionadas à taxa de secagem dos produtos, enquanto outros dão ênfase as

condições internas dos mesmos, levando em consideração o movimento da água no seu

interior. O conhecimento desses mecanismos internos no transporte da água é de fundamental

importância quando se tenta descrever a migração da água na massa de um produto.

A seguir são listadas várias teorias que tentam descrever o transporte de água e calor

em meios porosos.

• Teoria da difusão líquida;

• Teoria da vaporização-condensação;

• Teoria capilar;

• Teoria de Kricher;

• Teoria de Luikov;

• Teoria de Philip e De Vrie;

• Teoria de Berger e Pei;

• Teoria de Fortes e Okos

Discussão com riqueza de detalhes sobre as teorias de secagem pode ser encontradas em

Ibrahim et al. (1997), Fortes e Okos (1980), Alvarenga et al. (1980), Mariz (1986), Keey

(1992), Lima (1995).

(41)

A migração de água no interior de produtos biológicos ainda não é bem conhecida.

Alguns pesquisadores afirmam que nesse fenômeno a migração da água pode ser uma

combinação de movimentos por difusão de líquidos e de vapor, cada um predominando em

determinadas etapas da secagem (Steffe e Singh, 1980). A seguir são citados alguns

mecanismos de transporte de água, fornecidos pela literatura (Fortes e Okos, 1980; Hall,

1980; Strumillo e Kudra, 1986; Brooker et al., 1992; Lima, 1995).

• transporte por difusão líquida: ocorre devido a gradientes de concentração de água;

• transporte por difusão de vapor: ocorre devido a gradientes de concentração de água e

pressão parcial do vapor (causado por gradientes de temperatura);

• transporte por efusão (escoamento Knudsen): ocorre quando o diâmetro médio dos

poros por onde o vapor migra tem tamanho equivalente ao das moléculas que compõem o

vapor. É importante para condições de alto vácuo, como por exemplo, secagem do produto

congelado, por sublimação, em "freeze-drying".

• transporte de vapor por termo-fusão: ocorre devido a gradientes de temperatura;

• transporte de líquido por forças capilares: ocorre devido a fenômenos de

capilaridade;

• transporte de líquido por pressão osmótica: ocorre devido a força osmótica;

• transporte de líquido por gravidade: ocorre devido a ação de forças gravitacionais

• transporte de líquido e de vapor: ocorre, devido à diferença de pressão total, causada

pela pressão externa, contração, alta temperatura e capilaridade.

2.3.2.2 A secagem de casulos

O casulo verde produzido pelo bicho-da-seda, é composto de uma casca exterior onde

existe a seda bruta propriamente dita e no interior a crisálida, que ao final de algum tempo se

transforma em mariposa, a qual emite uma saliva que rompe o casulo, escapando pela

abertura produzida.

A casca é composta de 17 ~ 24% em massa e a crisálida de 76 ~ 83%, sendo que nos

casulos verdes, o teor de água inicial na casca é de cerca de 11 à 14% (b.u.) e para a crisálida

(42)

este teor varia entre 74 à 78% (b.u.), mais o teor de água desejado ao final do processo é de

10 a 12% (b.s.) (Shiruo, 1986). Sendo assim, a secagem de casulos, tem por objetivos:

• Interromper o processo da metamorfose da crisálida, matando-a. Desta forma

evita-se a sua saída dos casulos, como mariposa, o que provoca a perda do casulo pelo

rompimento do fio, o que impossibilita o processamento visando a produção de

linha, servindo apenas para a produção de materiais semelhantes ao algodão.

• Eliminar a umidade excessiva dos mesmos.

A secagem dos casulos do bicho-da-seda, devido ao seu alto teor de água, (68 à 70%

em base úmida

4

) (Bansal e Garg, 1987), o baixo ciclo de vida da crisálida (10 à 12 dias, a

partir do início de encasulamento e 4 a 5 dias após a colheita do casulo) (Hanada e Watanabe,

1986) passa a ter relevante importância, na medida em que esses precisam ser armazenados,

de forma a minimizar a sua deterioração, evitar o seu rompimento, com posterior inutilização,

pela metamorfose da crisálida em mariposa, através da morte da primeira.

Contudo, vale ressaltar que a secagem defeituosa de casulos, provoca dificuldades em se

manufaturar os mesmos, detectadas através dos exames de pré-estocagem, que visam

principalmente a análise do lote quanto à qualidade de fio e fiabilidade. Essa secagem

artificial é realizada atualmente no Brasil, em secadores de fluxos cruzados, com processo de

secagem contínua ou intermitente. No entanto, dependendo da produção, a secagem em leito

fixo e em camada fina, também são realizadas. O alto preço da seda natural, bem como sua

elevada aceitabilidade no mercado nacional e internacional, tem relevante importância na

medida em que, para fins de comercialização, seja armazenada em local bem seco (baixa

umidade), de forma a evitar tanto a sua deterioração, como também a produção de fungos e

ação de outros microorganismos, que contribuem significativamente para sua decomposição

com conseqüente perda. Posteriormente será utilizada como matéria-prima nas fábricas de

fiar seda, para produção contínua de outros produtos de alto valor comercial.

O comportamento dos casulos verdes, durante o processo de secagem tem sido estudado

por Shiruo (1986), Shi-ruo et al.(1992), Lima (1995), Lima e Mata (1996) e Thangavel et al.

4 Define-se tradicionalmente, teor de água em base úmida.0xu.), como sendo a massa de água por unidade de

massa total, e teor de água em base seca.(b.s.), a relação massa de água por unidade de matéria seca.

(43)

(1996). De acordo com Shiruo (1986), o casulo verde, produzido pelo bicho-da-seda, tem um

comportamento especial na secagem, apresentando dois períodos: o período de secagem com

velocidade constante e o de velocidade decrescente.

Durante o fenômeno de secagem dos casulos, as suas propriedades tecnológicas podem

ser alteradas significativamente; isto deve ser tanto quanto possível evitado. Nesse sentido, as

influências da temperatura e da umidade do ar para secagem de casulos do bicho-da-seda têm

sido estudadas (Shiruo, 1986; Lima, 1995; Lima e Mata, 1996). Geralmente, no processo de

secagem de casulos, faz-se necessário proteger a sericina de excessiva modificação para

possibilitar a obtenção de boas características tecnológicas, tais como: alta percentagem de

elasticidade (recuperação elástica) e alta percentagem de seda bruta dos casulos. Levando-se

em consideração as diferentes combinações de temperatura e umidade do fluido de trabalho,

consegue-se casulos de qualidades diferentes.

Além das propriedades tecnológicas, a secagem altera várias características físicas dos

casulos quando submetidos a tal processo, entre elas as dimensões e volume. Essas duas

últimas podem ser desprezíveis em pesquisa de modelagem e simulação. No caso específico

de casulos do bicho-da-seda, a quantidade de água removida, dependendo da temperatura de

secagem, pode alcançar os 65% em peso, para uma temperatura de 80°C (Bansal e Garg,

1987), o que acarreta uma modificação relativa embora pequena, no volume dos casulos, mas

muito acentuada na crisálida, devido essa conter maior quantidade de água.

O percentual de espaços integrantes em massa de material não consolidada é

denominado porosidade; tal parâmetro está associado à passagem de ar pelos grãos,

(Mohsenin, citado por Prado, 1978). Lima e Mata (1996), em sua pesquisa sobre casulos

verdes em estágio pré-secagem, encontrou para a porosidade do mesmo um valor de 0,147 e

uma densidade real de 158,64 kg/m

J

. Segundo os autores, a baixa densidade e porosidade são

devidas a sua geometria arredondada, grande volume e pequena massa.

Para Tsukada (1978), a seda bruta, quando submetida a temperatura acima de 80°C e

por tempo prolongado, perde em peso, pela volatilização endotérmica da sericina, e também

sofre variação na sua cor. As variações são de branco para amarelo luminoso, amarelo

profundo, marrom luminoso e preto (» 190°C). Lima (1995), realizando experimentos com

(44)

temperatura de 90°C, fluxo de ar de 8345,3 m

3

/(h.m

2

) e espesura da camada de casulos de 2,0

cm, observou, apenas qualitativamente, que a casca do casulo foi afetada, evidenciado pela

sua coloração amarelada no final do processo, cuja duração foi de aproximadamente 2 horas.

De acordo com Takahashi (1987), a operação de secagem deve ser feita no ponto ideal,

isto é, na temperatura certa para matar a crisálida, deixar os casulos em condições ideais de

armazenamento e possibilitar a transformação física da sericina, com conseqüente retirada do

fio de primeira qualidade.

As formas e temperaturas de secagem de casulos do bicho-da-seda em camada fixa, têm

sido fornecidas por diversos autores. Segundo Harper (1921) e Olney (1947), os casulos são

postos para secar em temperatura na faixa de 70 a 80°C, com vapor ou ar quente. Quando são

secados com vapor, os casulos se mantém úmidos por um certo período de tempo (10 a 15

min.), e a seguir são postos em locais apropriados até que fiquem secos.

De acordo com Marsh (1948), o procedimento é aquecer o casulo por 10 minutos em

vapor ou em um forno à temperatura na faixa de 60 a 70°C, por 3 horas. Tal resultado está em

concordância com os valores apresentados por Silva (1982), que sugere um período de 3 horas

e 75 °C para a temperatura de secagem.

Moinar et al. (1962) citam experimentos controlados com métodos radioativos, os quais

indicam que, em comparação com o tratamento de aquecimento usual de 90 ~ 96°C, a

utilização de ondas eletromagnéticas do tipo radiação y (Gama) como fonte de energia para o

aquecimento dos casulos, resulta numa alta taxa de mortalidade das crisálidas do

bicho-da-seda.

Bansal e Garg (1987) fornecem os seguintes parâmetros de secagem de casulos do

bicho-da-seda contidas na Tabela 2.4. Da análise dos dados nessa tabela, verifica-se uma

redução de 82,86% do valor inicial do produto ao final do processo de secagem

Tabela 2.4 Parâmetros de secagem de casulos do bicho-da-seda

Teor de Umidade

Percentagem

Temperatura Máxima

Umidade inicial (b.u. )

6 8 - 7 0

80 ° C

(45)

Lima (1995) e Lima e Mata (1996), realizaram experimentos de secagem de casulos

com ar quente, em leito fixo, nas temperaturas de 70, 83 e 90°C. Nessa pesquisa, os autores

concluíram que a taxa de secagem do casulo é fortemente dependente da temperatura,

levemente da espessura da camada de casulos (obviamente para pequenas espessuras) e

praticamente independente do fluxo específico do ar de secagem. Essa última conclusão

permitiu caracterizar o processo de secagem como difusional interno.

Posteriormente, Lima e Mata (1997), com base nos trabalhos de Lima (1995) e Lima e

Mata (1996), apresentaram uma equação empírica para calcular a constante de secagem de

casulos do bicho-da-seda, em camada fina, que é dependente da temperatura e independente

do fluxo do ar de secagem. Observe-se que implicitamente, esse procedimento assume análise

concentrada do fenômeno e que o processo é controlado externamente. No entanto,

conseguiu-se excelentes resultados, para tempos de aproximadamente 2 horas de secagem.

Shi-Ruo et al. (1992), realizando estudos preliminares de secagem de casulos, em leito

fixo, em dois estágios e em estágio simples, com vapor superaquecido, concluíram que a taxa

de secagem desse produto é mais rápida se comparada com a obtida usando ar quente, nas

mesmas condições termodinâmicas. Segundo os autores, essa nova técnica oferece uma

alternativa viável para secagem do produto, mas com a ressalva que ela precisa ainda ser

estudada com maior ênfase.

Thangavel et al. (1996), estudando o processo de secagem e sufocamento de casulos

(crisálidas) para longa armazenagem, concluíram que: a) usando ar quente a 80 e 90 °C, os

casulos (crisálidas) poderão ser sufocados por 12 e 10 minutos, respectivamente, que o teor de

umidade de equilíbrio será atingido dentro de duas horas e que os casulos poderão ser

armazenados por duas semanas, sem problema; b) usando vapor a 90 °C, os casulos

(crisálidas) deverão ser sufocados por um período de 20 minutos.

No processo de secagem dos casulos verdes, em fluxos contínuos, geralmente adota-se o

aquecimento com ar quente. Shiruo (1986) referencia que muitas experiências foram feitas

anteriormente nesse processo de secagem, mas a máxima temperatura de ar quente usada

nunca era maior que 100 °C. Ainda segundo o autor, após uma série de pesquisas, opiniões

muito diversas e confusas, sustenta-se que a máxima temperatura de secagem de casulos não

será acima de 115 °C.

(46)

De acordo com a Fiação de Seda Bratac S/A, faz-se necessário um controle muito

rigoroso de temperatura para os diversos tipos de casulos, visando a escolha da faixa ideal

para cada tipo de casulo verde. Segundo ela, utilizando-se uma faixa de temperatura de 120°

C, provocará a morte da crisálida e uma dificuldade em se fiar esses casulos, com um número

acentuado de emendas. Para o caso de secar os mesmos em temperaturas baixas, haverá

dificuldades no cozimento e na manufaturação do fio, provocados pelas emendas e paradas

sucessivas das máquinas. Em ambos os casos, se acentuam uma enorme redução da produção.

Fonseca e Fonseca (1988) demonstraram que a secagem é realizada fazendo-se

atravessar uma corrente de ar quente, sobre a massa de casulos verdes, com uma temperatura

de cerca de 100 a 110 °C; terminando entre 40 e 50°C. A regressão progressiva da

temperatura se faz à medida que se vai completando a secagem do casulo.

Novaes (2005) reporta um estudo teórico da secagem do casulo do bicho-da-seda em

secador de leito fixo. Todas as equações do balanço de energia e massa, do produto e ar de

secagem, foram resolvidas usando o método dos volumes finitos. O autor concluiu que:

• O teor de umidade dos casulos durante o processo de secagem diminui com o

aumento do tempo. A secagem dos casulos depende da espessura da camada e

independe do fluxo de ar.

• A velocidade de secagem dos casulos aumenta sensivelmente se aumentar a

temperatura do ar.

• Os maiores gradientes de temperatura de secagem no interior do leito ocorre nos

instantes iniciais do processo.

Lima (1995), estudando a secagem de casulos em fluxo cruzado, realizou experimentos

em dois secadores industriais, sendo um localizado na cidade de Maringá-PR, de propriedade

da COCAMAR, e outro na cidade de Canguaretama-RN, de propriedade da Fiação de Seda

Bratac S.A. No primeiro secador, que contém 8 câmaras de secagem, a temperatura variou de

125°C, para a temperatura da l

ã

câmara de secagem, até 62°C para a última câmara. Para o

segundo secador, que contém apenas seis câmaras de secagem, a temperatura variou de 105°C

para a primeira câmara, até 60 °C para a última. Em ambos os casos, não houve problemas de

supersecagem e deterioração do produto.

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