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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Curricular - Hospital Sousa Martins (Guarda)

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dTpG

of Guarda

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Licenciatura em Farmácia

Relatório Profissional 1

Susana Catarina Paiva Quaresma fevereiro

1

2015

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Instituto Politécnico da Guarda

CURSO FARMÁCIA – 1º CICLO 4º ANO / 1º SEMESTRE

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

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Instituto Politécnico da Guarda

CURSO FARMÁCIA – 1º CICLO 4º ANO / 1º SEMESTRE

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

ESTÁGIO EM FARMÁCIA HOSPITALAR

SUSANA CATARINA PAIVA QUARESMA SUPERVISOR NO LOCAL DE ESTÁGIO: ANABELA SANTOS DOCENTE ORIENTADOR: MANUEL MORGADO

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AO - Assistentes Operacionais

CHNM - Código Hospitalar Nacional do Medicamento DCI - Denominação Comum Internacional

FEFO - First expire, First out HSM – Hospital Sousa Martins

INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I.P MSRMR - Medicamentos Sujeitos a Receita Médica Restrita

PDA – Assistente Pessoal Digital SF – Serviços Farmacêuticos SNS – Serviço Nacional de Saúde

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à equipa de profissionais que faz parte dos Serviços Farmacêuticos do Hospital Sousa Martins toda a disponibilidade e apoio que me prestaram no decorrer do estágio, assim como ao Docente Manuel Morgado. Também gostaria de agradecer aos meus colegas de estágio pelo apoio durante o período de estágio.

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Tabela 2 – Dias do mês que são enviadas as requisições para os centros de saúde……30

Tabela 3 – Serviços com distribuição por níveis……….31

ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 – Armazém das soluções de grande volume……….11

Figura 2 – Armazém de desinfetantes e inflamáveis………...12

Figura 3 – Receção………..12

Figura 4 - Armazém de medicamentos gerais……….13

Figura 5 – Área de distribuição………..….13

Figura 6 – Área de lavagem e desinfeção………....……..…..14

Figura 7 – Área de reembalagem………...…..14

Figura 8 – Laboratório……….………15

Figura 9 – Produtos requisitados em distribuição tradicional………..……...28

Figura 10 – Cassetes com reposição de níveis………,,………..…31

Figura 11 - Carro com reposição de níveis……….……….……32

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INTRODUÇÃO ... 8

1. HISTÓRIA DO HOSPITAL SOUSA MARTINS ... 10

2. CARATERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS DO HOSPITAL SOUSA MARTINS ... 10

3. CIRCUITO DO MEDICAMENTO ... 16

3.1. SELEÇÃO E AQUISIÇÃO ... 17

3.2. RECEÇÃO ... 18

3.3. ARMAZENAMENTO ... 19

3.3.1. Armazém de soluções de grande volume e armazém de inflamáveis... 20

3.3.2. Armazém geral ... 20

3.3.3. Outros locais de armazenamento ... 21

3.4. DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS ... 22

3.4.1. Distribuição de medicamentos em dose unitária ... 23

3.4.1.1. Revertências ... 26

3.4.1.2. Devoluções ... 27

3.4.2. Distribuição tradicional de medicamentos ... 27

3.4.3. Distribuição por requisição de níveis ... 30

3.4.4. Distribuição em ambulatório ... 33 4. FARMACOTECNIA ... 35 4.1. REEMBALAGEM ... 35 4.2. PREPARAÇÃO DE MANIPULADOS ... 36 5. CONCLUSÃO ... 38 BIBLIOGRAFIA ... 39

ANEXO I – Guia de remessa ... 40

ANEXO II – Nota de encomenda ... 41

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INTRODUÇÃO

No âmbito do plano curricular do 1º Semestre do 4º Ano do Curso de Farmácia da Escola Superior de Saúde da Guarda, do Instituto Politécnico da Guarda foi realizado o Estágio Profissional I em Farmácia Hospitalar.

O Estágio Profissional I foi realizado no Hospital Sousa Martins (HSM), no distrito da Guarda, no período de 6 de outubro de 2014 a 16 de janeiro de 2015 com duração de 490 horas.

A coordenação do estágio foi da competência do docente Manuel Morgado, com supervisão da Técnica de Farmácia Anabela Santos.

O objetivo geral deste estágio foi preparar os alunos para a sua vida profissional enquanto Técnicos de Farmácia. Visto que a minha escolha para este primeiro estágio foi Farmácia Hospitalar, o objetivo foi participar em todas as etapas do circuito do medicamento numa Farmácia Hospitalar.

Os objetivos deste estágio foram reconhecer a farmácia como parte da entidade prestadora de cuidados de saúde, caracterizar a estrutura física e organizacional dos SF, descrever o circuito do medicamento desde a sua prescrição até à sua administração identificando todos os intervenientes envolvidos, arrumação técnica dos medicamentos e outros produtos de saúde, demonstrar capacidades de autonomia e rigor na execução técnica, executar e avaliar as técnicas e métodos de acordo com os recursos disponíveis, aplicar normas de higiene/limpeza e desinfeção, consolidar e desenvolver as competências profissionais adquiridas ao nível da preparação académica. [1]

A primeira semana serviu para eu e os meus colegas de estágio nos ambientarmos ao funcionamento da farmácia, contudo fomos passando um pouco por todas as áreas da farmácia para termos a noção de tudo o que tinha de ser feito nessas áreas. Na segunda semana e nas semanas seguintes cada estagiário passou por uma secção diferente, trocando de secção a cada duas semanas, para que no decorrer do estágio pudéssemos fazer um pouco de tudo. As secções por onde fomos passando foram a dose unitária que se encontrava dividida por quatro balcões, em que cada balcão

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9 é responsável por determinados serviços, a reposição por níveis, os centros de saúde, reembalagem, etiquetagem de medicação e a receção.

Este relatório encontra-se estruturado de acordo com o Guia de Elaboração e Apresentação de Trabalhos Escritos da Escola Superior de Saúde da Guarda.

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1. HISTÓRIA DO HOSPITAL SOUSA MARTINS

A Guarda foi uma das cidades mais procuradas de Portugal. A afluência de milhares de pessoas à cidade deixou inúmeros reflexos na sua vida económica, social e cultural; a sua apologia como localidade “eficaz no tratamento da doença” foi feita por distintas figuras da época, pois era “a montanha mágica” junto à Serra. [2]

Nessa altura a tuberculose matava milhares de pessoas. Foi então que o médico Sousa Martins comprovou que o clima de alta altitude tinha condições para tratar essa doença. Com isto, foi em 18 de Maio de 1907 que foi inaugurado o Sanatório Sousa Martins, que posteriormente viria a receber pacientes de todos os pontos do país. [2]

Após o 25 de Abril de 1974, o Sanatório Sousa Martins entrou na fase final da sua existência. [2]

Em Novembro do ano seguinte foi integrado no Hospital Distrital da Guarda, após 68 anos de existência, esta instituição de saúde conclui a sua eminente função social. [2]

O Hospital da Guarda ficou então com o nome de Hospital Sousa Martins (HSM) como homenagem ao trabalho pioneiro de Sousa Martins.

Atualmente o HSM está integrado na Unidade Local de Saúde da Guarda (ULSG), juntamente com Hospital Nossa Senhora da Assunção (Seia) e os centros de saúde do distrito da Guarda.

O HSM possui 339 camas, distribuídas pelos vários serviços do hospital.

2. CARATERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS DO HOSPITAL SOUSA MARTINS

A missão da Unidade Local de Saúde da Guarda centra-se na promoção da saúde e na prevenção e tratamento da doença, de forma integrada, coordenada e humanizada, no tempo adequado e com eficácia, eficiência, efetividade e qualidade à população da sua área de influência, de acordo com as melhores práticas, procurando a obtenção de

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11 ganhos em saúde em parceria com os doentes e contribuindo para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS). [3]

Os Serviços Farmacêuticos (SF) localizam-se no novo bloco do HSM mais precisamente no piso -1.

O sistema informático utilizado nos SF do HSM é o ALERT ERP®. Este sistema informático é indispensável para a seleção e aquisição de medicamentos, para a receção de encomendas e para várias etapas da distribuição de medicamentos.

Os SF são constituídos por diversas salas e armazéns, tais como:

 Armazém de soluções de grande volume (Figura 1). Neste armazém encontram-se as soluções corretivas da volémia e das alterações eletrolíticas.

Figura 1 – Armazém das soluções de grande volume.

 Armazém de desinfetantes e inflamáveis (Figura 2). Aqui existem produtos inflamáveis e diversos tipos de desinfetantes e antisséticos, armazenados segundo a Denominação Comum Internacional (DCI), dosagem, forma farmacêutica.

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Figura 2 – Armazém de desinfetantes e inflamáveis.

 Receção (Figura 3). É nesta área que é feita a receção de encomendas, como tal esta zona tem acesso direto ao exterior para que seja mais fácil a entrega de encomendas. Nesta zona encontra-se um frigorífico para armazenar os produtos termolábeis mal estes cheguem aos SF. É aqui que todas as encomendas são rececionadas seguindo depois para o local destinado ao seu armazenamento. Esta área tem acesso direto ao armazém de soluções de grande volume, ao armazém de desinfetantes e inflamáveis e ainda ao armazém de medicamentos gerais.

Figura 3 – Receção

 Armazém de medicamentos gerais (Figura 4). É aqui que está armazenada a maioria dos medicamentos. Estes são armazenados por ondem alfabética de DCI, por forma farmacêutica, por ordem crescente de dosagem. Este armazém é constituído por várias prateleiras, frigoríficos e armários onde são armazenados os citotóxicos, os antídotos (exemplo: carvão ativado), os medicamentos importados (exemplo:

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13 Labetalol 100mg/20ml) e as ofertas. Também se encontram nesta zona dois cofres onde estão armazenados os psicotrópicos, os estupefacientes e as benzodiazepinas. Este armazém tem acesso direto à receção e à sala da distribuição.

Figura 4 - Armazém de medicamentos gerais.

 Área de distribuição (Figura 5). É nesta zona que se fazem os vários tipos de distribuição. Aqui cada posto de dose unitária tem disponível os medicamentos com maior rotação. Estes encontram-se armazenados em gavetas, ordenados por ordem alfabética de DCI e por ordem crescente de dosagem. Nesta zona também se pode encontrar um frigorífico onde são armazenados os produtos termolábeis que estão preparados para irem para os serviços.

Figura 5 – Área de distribuição.

 Área de lavagem e desinfeção de material (Figura 6). Nesta área é onde é feita a lavagem e desinfeção do material, mais precisamente das gavetas

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14 e das cassetes que regressam dos serviços com a dose unitária. É aqui que se encontram os contentores de resíduos hospitalares.

Figura 6 – Área de lavagem e desinfeção.

 Área de reembalagem (Figura 7). É aqui que se faz a reembalagem de medicamentos com o auxílio de uma máquina semi-automática reembaladora e de um computador. Este local está equipado com bisturis, luvas, compressas e álcool a 70º.

Figura 7 – Área de reembalagem.

 Atendimento Reservado. É neste local que é feito o atendimento aos utentes em regime de ambulatório e aos AO dos serviços que se dirigem aos SF para levantar pedidos urgentes feitos pelos serviços clínicos. Nesta zona pode-se encontrar um frigorífico para armazenar medicamentos termolábeis dispensados a estes utentes e um armário onde também se encontram armazenados medicamentos que se destinam aos utentes em regime de ambulatório.

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15

 “Open space”. Aqui é o local onde os farmacêuticos exercem as suas funções.

 Secretariado. Esta sala é onde os administrativos trabalham.

 Gabinete do responsável. Este gabinete pertence ao diretor dos SF, visto que este é o responsável pelos SF.

 Laboratório (Figura 8). É nesta sala que se faz a preparação de formulações magistrais e preparados oficinais.

Figura 8 – Laboratório.

 Sala de reunião/pausa. É neste local que são realizadas as reuniões internas da equipa de profissionais dos SF e onde se fazem as pausas e as refeições.

 Arquivo, arrecadação e vestiários/wc. O arquivo é o local onde são arquivada as informações referente aos SF. Na arrecadação é onde são arrumados os produtos de limpeza e ainda é neste local que existem alguns dos cacifos dos funcionários. Existem ainda dois vestiários/wc onde a restante equipa tem os cacifos. Esta zona para além dos cacifos está equipada com sanitas, lavatórios e chuveiros.

Os SF têm algumas salas que neste momento ainda não se encontram devidamente equipadas para a função que foram destinadas, como é o caso da sala para preparação de nutrição parentérica e a sala para a preparação de citotóxicos.

Atualmente os SF dispõem de sete Farmacêuticos, de cinco Técnicos de Farmácia, três Assistentes Operacionais (AO) e três administrativos.

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16 São funções dos Serviços Farmacêuticos Hospitalares: [4]

 A seleção e aquisição de medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos;

 O aprovisionamento, armazenamento e distribuição dos medicamentos experimentais e os dispositivos utilizados para a sua administração, bem como os demais medicamentos já autorizados, eventualmente necessários ou complementares à realização dos ensaios clínicos;

 A produção de medicamentos;

 A análise de matérias-primas e produtos acabados;

 A distribuição de medicamentos e outros produtos de saúde;

 A participação em Comissões Técnicas (Farmácia e Terapêutica, Infeção Hospitalar, Higiene e outras);

 A Farmácia Clínica, Farmacocinética, Farmacovigilância e a prestação de Cuidados Farmacêuticos;

 A colaboração na elaboração de protocolos terapêuticos;

 A participação nos Ensaios Clínicos;

 A colaboração na prescrição de Nutrição Parentérica e sua preparação;

 A Informação de Medicamentos;

 O desenvolvimento de ações de formação.

3. CIRCUITO DO MEDICAMENTO

Os Serviços Farmacêuticos Hospitalares são o serviço que, nos hospitais, assegura a terapêutica medicamentosa aos doentes, a qualidade, eficácia e segurança dos medicamentos, integra as equipas de cuidados de saúde e promove ações de investigação científica e de ensino. [4]

Os SF são responsáveis pela gestão do medicamento (seleção, aquisição, receção, armazenamento, distribuição preparação, controlo, farmacovigilância e farmacotecnia), pela implementação e monitorização da política de medicamentos, definida no Formulário Hospitalar Nacional de Medicamentos (FHNM) e pela Comissão de Farmácia e Terapêutica. [4]

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17 Em ambiente hospitalar o circuito do medicamento encontra-se organizado conforme o Esquema 1:

Esquema 1 – Circuito do medicamento.

3.1. SELEÇÃO E AQUISIÇÃO

A seleção de medicamentos para o hospital deve ter por base o FHNM e as necessidades terapêuticas dos doentes do hospital. [4]

A aquisição dos medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos (exemplos: material de penso e dispositivos intra-uterinos), é da responsabilidade do farmacêutico hospitalar, devendo ser efetuada pelos SF em articulação com o Serviço de Aprovisionamento. [4]

No HSM, mais propriamente nos SF, existe uma lista onde fazem parte todos os produtos do stock. Quando esses produtos alcançam o seu ponto de encomenda é necessário efetuar uma nova encomenda. O ponto de encomenda é o nível de reaprovisionamento, que indica quando é necessário fazer-se uma nova encomenda para repor o stock. Quando é atingido esse ponto de encomenda, o computador gera automaticamente uma lista de produtos que atingiu o stock de segurança e é dado um alerta para que se faça uma nova encomenda.

São os farmacêuticos que verificam os stocks dos produtos existentes nos SF e posteriormente entregam os administrativos a lista de produtos a encomendar, para que eles façam a encomenda.

Todos os produtos são encomendados através da sua DCI, dosagem e forma farmacêutica.

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18 Na minha opinião as encomendas são importantes para a farmácia, pois uma boa gestão assegura um bom funcionamento do circuito do medicamento de forma a assegurar uma terapêutica eficaz, segura, eficiente e com qualidade.

3.2. RECEÇÃO

Depois das etapas anteriores serem concluídas, os medicamentos chegam à receção dos SF.

A receção de medicamentos e produtos de saúde implica: [4]

 Conferência qualitativa e quantitativa dos medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos rececionados;

 Conferência da guia de remessa com a nota de encomenda;

 Assinatura da nota de entrega e entrega de um duplicado ao transportador;

 Conferência, registo e arquivo da documentação técnica;

 Registo de entrada do produto;

 Envio do original da guia de remessa para o Serviço de Aprovisionamento;

 Envio dos produtos para armazenamento, tendo em atenção os critérios técnicos;

 A conferência de hemoderivados exige ainda a conferência dos boletins de análise e dos certificados de aprovação emitidos pelo INFARMED. As encomendar são entregues à farmácia acompanhadas por uma guia de remessa (Anexo I), que assim que chegam à farmácia são entregues aos administrativos. Estes por sua vez imprimem a nota de encomenda (Anexo II), juntam-na à guia de remessa e de seguida conferem o número destes dois documentos e vêm se correspondem um ao outro.

Depois de conferirem a encomenda, faz-se o registo de entrada no computador através do programa ALERT ERP®. Para fazer o registo de entrada é necessário inserir o lote e o prazo de validade do produto a rececionar, assim como a quantidade e o

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19 estado da encomenda. Depois deste processo o profissional que realizou o registo de entrada assina a nota de encomenda que posteriormente é arquivada.

A receção de psicotrópicos, estupefacientes, benzodiazepinas é da responsabilidade dos Farmacêuticos.

Os medicamentos termolábeis são os primeiros a serem rececionados devido à necessidade de estarem em local frio. Estes assim que chegam são colocados no frigorífico que se encontra na receção e posteriormente é que são armazenados no local destinado.

Quando a receção é concluída, os produtos passam para o seu local habitual de armazenamento.

Na minha opinião a receção de encomendas é imprescindível nos SF. No HSM este processo faz-se de forma correta e é bastante controlada em termos de qualidade, quantidade e segurança. Apesar deste aspeto positivo, os fornecedores nem sempre cumprem o prazo estipulado para entrega, o que algumas vezes faz com que haja falta de medicação na farmácia. Para se resolver este problema, na minha opinião, podia-se antecipar o ponto de encomenda em função do fornecedor.

3.3. ARMAZENAMENTO

O armazenamento de medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos deve ser feito de modo a garantir as condições necessárias de espaço, luz, temperatura, humidade e segurança dos medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos. [4]

De seguida à receção, os medicamentos são armazenados nos locais habituais. Na altura do armazenamento deve-se sempre ter em atenção os prazos de validade, para que os medicamentos com prazo de validade inferior sejam os primeiros a serem dispensados (First expire, First out – FEFO).

Nos SF do HSM os medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos encontram-se armazenados em diferentes locais, tais como, armazém de

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20 soluções de grande volume, armazém de inflamáveis, armazém de medicamentos gerais, na sala de preparações parentéricas e na zona destinada ao atendimento reservado.

3.3.1. Armazém de soluções de grande volume e armazém de inflamáveis

No armazém de soluções de grande volume estão armazenados os soros em paletes ao longo do armazém devidamente identificadas. Os produtos com dimensões mais pequenas encontram-se armazenados em prateleiras.

No armazém de inflamáveis podem-se encontrar soluções antisséticas e desinfetantes. Estas encontram-se em prateleiras devidamente identificadas com etiquetas com código de barras, DCI e Código Hospitalar Nacional do Medicamento (CHNM).

3.3.2. Armazém geral

 Medicamentos: Encontram-se nesta zona a maior parte dos medicamentos existentes nos SF, exceto medicamentos que requerem um armazenamento especial.

 Medicamentos termolábeis: Nesta zona encontram-se frigoríficos onde estão armazenadas as insulinas, vacinas e outros produtos que necessitem de ser armazenados no frio para não sofrerem alterações. A temperatura destes medicamentos deve estar entre os 2ºC e os 8ºC.

 Medicamentos de uso oftálmico: Encontram-se armazenados em prateleiras junto aos contracetivos.

 Medicamentos contracetivos: Local onde são armazenados os preservativos e pílulas e outros contracetivos.

 Leites: Encontram-se diferentes tipos de dietas lácteas e não lácteas em pó destinadas a recém-nascidos.

 Medicamentos de grande rotação: É onde estão armazenados produtos com grande volume de saídas e que requerem mais espaço para o armazenamento, como por exemplo a Enoxaparina Sódica 40 mg./0.4 ml.

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 Material de penso e outros produtos de aplicação tópica: São produtos de grande volume e que para uma melhor organização não se encontram na ordem geral.

 Dietas e suplementos: Encontram-se armazenadas em prateleiras específicas perto dos medicamentos de grande rotação e do material de penso.

 Citotóxicos, antídotos, medicação importada e medicação doada: Estes produtos encontram-se todos armazenados em armários separados.

 Psicotrópicos, estupefacientes e benzodiazepinas: Encontram-se armazenados em cofres pois são medicamentos que sendo mal utilizados pode induzir habituação e até mesmo dependência física e psíquica. Estes medicamentos são muitos importantes na terapêutica farmacológica, mas uma utilização incorreta dos mesmos podem trazer vários riscos para os utilizadores. Por estes motivos é que estes medicamentos se encontram em cofres para limitarem o acesso aos mesmos. [5]

 Plasma humano: Este encontra-se armazenado numa arca congeladora com temperaturas ≤ -18ºC.

Os medicamentos encontram-se todos armazenados ordem alfabética de DCI, dosagem, forma farmacêutica e CHNM.

3.3.3. Outros locais de armazenamento

Atualmente na sala de nutrição parentérica encontram-se armazenadas as bolsas de nutrição parentérica, pois esta sala ainda não se encontra a funcionar.

Na zona de atendimento reservado encontra-se armazenada a medicação destinada aos doentes em regime de ambulatório, pois como é aqui que são feitos os atendimentos, torna-se mais fácil o acesso a este tipo de medicação. Esta medicação encontra-se armazenada no frigorífico, no caso dos medicamentos termolábeis e num armário.

Acho que o armazenamento dos medicamentos no HSM é boa, contudo acho que o espaço destinado é insuficiente. Ao longo do estágio executei várias vezes esta

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22 atividade de armazenamento de medicamentos, no início era bastante complicado, mas com o tempo melhorou.

Gostaria também de dar uma sugestão de melhoria no que toca às paletes para a arrumação de soros. Se fossem utilizadas paletes de plástico em vez de paletes de madeira, seria muito mais higiénico, uma vez que as paletes de plástico podiam ser lavadas.

3.4. DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS

A distribuição de medicamentos tem como objetivo: [4]

 Garantir o cumprimento da prescrição;

 Racionalizar a distribuição dos medicamentos;

 Garantir a administração correta do medicamento;

 Diminuir os erros relacionados com a medicação (administração de medicamentos não prescritos, troca da via de administração, erros de doses, etc.);

 Monitorizar a terapêutica;

 Reduzir o tempo de enfermaria dedicado às tarefas administrativas e manipulação dos medicamentos;

 Racionalizar os custos com a terapêutica.

Atualmente os SF do HSM fornecem os Centros de Saúde do distrito da Guarda, entre os quais, Guarda e USF Ribeirinha, Manteigas, Sabugal, Almeida, Pinhel, Figueira de Castelo Rodrigo, Gouveia, Seia, Celorico, Fornos de Algodres, Trancoso e Mêda.

Os serviços clínicos para os quais os SF fazem distribuição de medicação são os seguintes: Pneumologia, Cardiologia, Ortopedia, Cirurgia, Medicina A e B, Consultas externas, Unidade de Cuidados Intensivos de Cardiologia, Ginecologia, Obstetrícia, Otorrino e Oftalmologia, Pediatria, Unidade de Cuidados Intensivos Polivalentes, Neurologia, Dermatologia, Unidade de Acidentes Vasculares Cerebrais, Gastrenterologia, Bloco Operatório Geral e de Obstetrícia, Psiquiatria, Oncologia, Urgência Geral e Pediátrica e Unidade de Cirurgia de Ambulatório.

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23 Nos SF do HSM existem quatro tipos de sistema de distribuição de medicamentos:

 Distribuição de medicamentos em dose unitária

 Distribuição tradicional

 Distribuição por reposição de níveis

 Distribuição em ambulatório

3.4.1. Distribuição de medicamentos em dose unitária

A distribuição de medicamentos em sistema de dose unitária surge como um imperativo de: [4]

 Aumentar a segurança no circuito do medicamento;

 Conhecer melhor o perfil farmacoterapêutico dos doentes;

 Diminuir os riscos de interações;

 Racionalizar melhor a terapêutica;

 Os enfermeiros dedicarem mais tempo aos cuidados dos doentes e menos nos aspetos de gestão relacionados com os medicamentos;

 Atribuir mais corretamente os custos;

 Redução dos desperdícios.

A distribuição em dose unitária é feita consoante a prescrição médica para um período de 24h e para um determinado doente.

O Médico efetua a prescrição médica e de seguida o Farmacêutico valida essa prescrição. Através das prescrições médicas o Farmacêutico constrói o perfil farmacoterapêutico (Anexo III) de cada serviço e este é enviado para a sala de distribuição para que os Técnicos de Farmácia façam a dispensa dos medicamentos prescritos.

Nem todos os serviços clínicos do HSM têm distribuição de medicamentos por dose unitária. Apenas os serviços de Cardiologia, Pneumologia, Neurologia, Psiquiatria, Unidade de Cuidados Intensivos Polivalentes, Medicina A e B, Ortopedia, Cirurgia,

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24 Unidade de Cuidados Intensivos de Cirurgia e Unidade de Acidentes Vasculares Cerebrais.

Os medicamentos enviados por dose unitária são colocados em cassetes, sendo estas compostas por gavetas que possuem entre três a quatro divisórias. Na primeira divisória colocam-se os medicamentos que são administrados ao pequeno-almoço, na segunda divisória os que são administrados à hora de almoço, na terceira divisória são colocados os administrados ao jantar e na quarta divisória os que são administrados ao deitar ou em SOS. No caso das gavetas que possuem apenas três divisórias, na última divisória são colocados os medicamentos administrados ao jantar, ao deitar e em SOS.

4ª Divisória 3ª Divisória 2ª Divisória 1ª Divisória

Esquema 2 – Gaveta de distribuição por dose unitária.

No perfil farmacoterapêutico vem a indicação da posologia de cada medicamento, ou seja, se é administrado, por exemplo, uma, duas, três ou quatro vezes ao dia e a respetiva dose.

Normalmente os medicamentos que são administrados uma vez ao dia são colocados na primeira divisória da gaveta. No caso de os medicamentos serem administrados duas vezes ao dia (12/12h), estes são colocados na primeira e na terceira divisória da gaveta, os que são administrados três vezes por dia (8/8h) são colocados na primeira, segunda e terceira divisória, já os que são administrados quatro vezes ao dia são colocado em todas as divisórias. Isto acontece a maioria das vezes, exceto se no perfil farmacoterapêutico vier alguma indicação para que o medicamento seja administrado em alguma altura específica do dia.

Deitar/SOS

Jantar Almoço Pequeno-Almoço

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25 Todos os dias as gavetas são atualizadas com o nome dos doentes, o serviço e a cama do doente.

Às sextas-feiras este tipo de distribuição é feita a triplicar, pois como esta é preparada apenas para 24h, tem de ser preparada também a medicação para o fim-de-semana.

A distribuição em dose unitária é dividida por quatro balcões. No balção 1 é feita a distribuição em dose unitária dos serviços de Cardiologia, Neurologia, Pneumologia e Unidade de Cuidados Intensivos Polivalentes, no balcão 2 é feita a Medicina B, Ortopedia e Unidade de Acidentes Vasculares Cerebrais, no balcão 3 é feita a Medicina A, Cirurgia e Unidade de Cuidados Intensivos de Cirurgia e no balcão 4 é apenas feita a Psiquiatria. Cada técnico está responsável apenas por um determinado balcão, exceto o técnico que faz a Psiquiatria, pois este está também responsável pela distribuição para os centros de saúde.

Cada balcão para facilitar a realização da dose unitária, tem um stock dos medicamentos mais utilizados para determinado serviço clínico. Nesse stock os medicamentos estão guardados em cassetes, sendo que cada gaveta da cassete contém determinados medicamentos, que estão arrumados por ordem alfabética de DCI, forma farmacêutica, dosagem e estão devidamente identificados. No caso de algum doente necessitar de algum medicamento que não faça parte do stock do serviço, os técnicos podem arrumar esses medicamentos em armários do seu balcão para não estarem sempre a ir buscar determinado medicamento ao armazém geral.

Depois de ser preparada a medicação, o Técnico de Farmácia e o Farmacêutico conferem a medicação que está colocada nas gavetas. O técnico e o farmacêutico que conferem um determinado serviço nunca pode ser mesmo que preparou a medicação e que fez o perfil farmacoterapêutico.

Com a medicação conferida, os AO levam em transportes apropriados as cassetes para os respetivos serviços clínicos.

Algumas vezes os doentes necessitam de medicamentos termolábeis. Nesse caso, o técnico coloca o medicamento no frigorífico da sala de distribuição, assim como uma

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26 etiqueta em cima da cassete do serviço, para quando o AO for levar a medicação ao serviço clínico ir buscar o medicamento termolábil e o levar juntamente com a dose unitária. Cada medicamento colocado no frigorífico é identificado com o serviço, o nome e a cama do doente.

Na minha opinião, a dose unitária é o método mais eficaz de distribuição pois há um maior controlo e por outro lado é a forma de contactar mais com o utente e com outros profissionais. Assim é possível proceder às alterações da terapêutica de cada utente caso seja necessário. Sou também da opinião que poderia haver mais serviços com este método de distribuição, porque se há internamento num serviço, podia ser uma mais-valia a dose unitária.

Para melhorar este método de distribuição, sugeria que as etiquetas que são colocadas nas gavetas para identificarem os doentes, para além do nome do serviço, do número da cama e do nome do doente, também tivessem a idade do doente e a sua respetiva data de nascimento. No que diz respeito aos medicamentos termolábeis que são enviados para os serviços, acho que estes também deviam de ser transportados em caixas térmicas.

3.4.1.1. Revertências

Depois dos medicamentos serem administrados aos utentes, as cassetes regressam aos SF. Algumas das vezes as cassetes contêm medicamentos que não foram administrados aos doentes. Quando isto acontece, os Técnicos de Farmácia revertem esses medicamentos na folha de totais dos perfis farmacoterapêuticos (Anexo IV) que vem anexada aos perfis. Sendo assim, são subtraídos esses medicamentos na folha de totais e posteriormente é dada a saída desses medicamentos no sistema informático.

Para dar saída dos medicamentos que são distribuídos em dose unitária recorre-se ao sistema informático, onde é criada uma requisição do recorre-serviço.

Normalmente dá-se saída dos medicamentos que saíram para os serviços no dia anterior, pois assim pode-se debitar os medicamentos revertidos que só chegam no dia seguinte.

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27 É sempre importante verificar se os medicamentos regressaram em condições apropriadas e se estão dentro do prazo de validade. No caso destas condições se verificarem os medicamentos são arrumados no respetivo lugar; no caso destas condições não se verificarem, os medicamentos são colocados no contentor de resíduos hospitalares tipo IV. Nestes casos os medicamentos não são debitados nos totais dos perfis farmacoterapêuticos, uma vez que não voltam a entrar no stock dos SF.

As revertências são feitas pelo técnico que está responsável pelo serviço para os quais dispensou esses medicamentos.

Depois de serem dadas as saídas dos medicamentos, os perfis farmacoterapêuticos são guardados numa gaveta do balcão correspondente e no final do mês são armazenados no arquivo dos SF.

3.4.1.2. Devoluções

Quando não é possível debitar os medicamentos nos totais dos perfis é feita uma devolução no sistema informático para que esses medicamentos voltem a fazer parte do stock dos SF. Neste caso é necessário indicar que se trata de uma devolução do serviço, e, ainda, introduzir o código do medicamento, a quantidade devolvida, o lote, a validade e o motivo da devolução.

3.4.2. Distribuição tradicional de medicamentos

Este sistema de distribuição consiste na requisição de medicamentos para a reposição de stock de um determinado serviço clínico.

No HSM a distribuição tradicional de medicamentos é feita semanalmente. As requisições dos serviços (Anexo V) são realizadas informaticamente pelo enfermeiro chefe dos serviços. Essas requisições são elaboradas a partir de uma listagem informática que abrange um determinado número de medicamentos considerados mais específicos para as patologias predominantes nesse serviço. As requisições são enviadas para os SF, o farmacêutico valida a requisição e posteriormente o técnico procede à preparação da medicação requisitada.

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28 Os produtos requisitados (Figura 9) são colocados de forma organizada em caixas devidamente identificadas com o nome do serviço clínico a que se destinam. Quando a medicação está preparada, o farmacêutico e o técnico conferem a mesma e, de seguida, este último profissional dá saída no sistema informático dos medicamentos e produtos de saúde dispensados. Por fim, a requisição é transportada para o serviço por um AO.

Figura 9 – Produtos requisitados em distribuição tradicional.

Existem dias estipulados para este tipo de distribuição ser levado para os serviços, conforme pode ser observado na Tabela 1.

Tabela 1 – Serviços com distribuição tradicional.

Serviço

Dia de entrega

Bloco Obstetrícia* Cirurgia de Ambulatório*

Unidade de Cuidados Intensivos Polivalentes

Terça-feira

Ortopedia Cardiologia

Neurologia

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29 Consultas Externas*

Cirurgia

Unidade de Acidentes Vasculares Cerebrais Bloco Operatório Central*

Quinta-feira Medicina A Medicina B Pneumologia Urgência Pediátrica* Oncologia*

Unidade de Cuidados Intensivos de Cirurgia Unidade de Cuidados Intensivos Polivalentes

Sexta-feira

*Serviços que recebem medicamentos apenas por distribuição tradicional

Por vezes existem requisições de última hora ou requisições que por algum motivo não foram incluídas na requisição normal, nestes casos é feita uma requisição nova pelos serviços clínicos e um AO do serviço dirige-se aos SF para levar o pedido.

Neste tipo de distribuição são dispensados todos os tipos de medicamentos bem como soros, desinfetantes, material de penso, suplementos alimentares, etc.

É através da distribuição tradicional de medicamentos que são dispensados medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos para os centros de saúde do distrito da Guarda. Estas requisições (Anexo VI) são feitas apenas uma vez por mês. Existem dias estipulados do mês para estas requisições serem enviadas para os centros de saúde, conforme se pode observar na Tabela 2.

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30 Tabela 2 – Dias do mês que são enviadas as requisições para os centros de saúde

Semanas do mês

Centros de Saúde

1ª Semana Terça-feira – Guarda e Ribeirinha Quinta-feira – Manteigas

Sexta-feira – Sabugal 2ª Semana Quarta-feira – Almeida

Quinta-feira – Pinhel

Sexta-feira – Figueira de Castelo Rodrigo

3ª Semana Terça-feira – Foz Côa

Quinta-feira – Gouveia Sexta-feira – Seia

4ª Semana Segunda-feira – Celorico da Beira Terça-feira – Fornos de Algodres

Quinta-feira – Trancoso Sexta-feira – Mêda

Na minha opinião este método de distribuição oferece facilidade de acesso aos medicamentos para uso imediato, no entanto, torna-se mais difícil para a farmácia controlar o armazenamento correto dos medicamentos e os potenciais erros na terapêutica.

3.4.3. Distribuição por requisição de níveis

Neste sistema de distribuição de medicamentos, há reposição de stocks com um nível de medicamentos previamente estabelecido entre os farmacêuticos e os enfermeiros, de acordo com as necessidades do serviço clínico.

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31 Para a dispensa de medicamentos por reposição de nível utilizam-se cassetes (Figura 10), devidamente identificadas com o serviço a que pertencem e com gavetas de medicamentos identificadas pela DCI, forma farmacêutica e dosagens. Estas cassetes são semanalmente trocadas, num determinado dia estipulado, por um AO.

Figura 10 – Cassetes com reposição de níveis.

Os serviços clínicos que estão abrangidos por este sistema de distribuição podem observar-se na Tabela 3, assim como o dia em que ocorre a dispensa da medicação.

Tabela 3 – Serviços com distribuição por níveis.

Serviços Clínicos

Dias de dispensa

Urgência Geral Terça-feira

Ginecologia Quarta-feira

Obstetrícia Pediatria

Quinta-feira

Urgência Geral

Unidade de Cuidados Intensivos de Cardiologia

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32 Para os serviços de Urgência Geral e Pediatria são utilizados carros de maiores dimensões (Figura 11), devido à quantidade e tamanho dos produtos que nele se encontram armazenados.

Figura 11 - Carro com reposição de níveis.

Para se fazer a reposição de níveis, a primeira coisa a ser feita é o inventário das cassetes ou dos carros. Para se fazer o inventário é necessário contar os medicamentos existentes nas cassetes/carros e inserir essa mesma quantidade no Assistente Pessoal Digital (PDA). Depois de estar tudo contado é feita uma sincronização com o computador para se poder ter acesso às quantidades que são necessárias repor. Depois disto imprime-se uma folha com o total de medicamentos que é necessário repor (Anexo VII), ou pode-se consultar diretamente esses totais no PDA.

Ao fazer o inventário é importante verificar os prazos de validade e o estado dos medicamentos que constam no stock das gavetas, uma vez que só é reposto nas gavetas a quantidade que falta para atingir o nível estipulado.

Os serviços clínicos que usufruem de distribuição por reposição de níveis não possuem outro sistema de distribuição.

Na minha opinião esta forma de distribuição é um bom método para assegurar as necessidades básicas dos serviços, especialmente da urgência, visto que neste serviço, uma vida pode depender da rapidez com que os médicos e os enfermeiros prestam

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33 auxílio ao doente. Por outro lado, acho que neste sistema de distribuição se verificam desperdícios de medicação.

3.4.4. Distribuição em ambulatório

A distribuição de medicamentos a doentes em regime ambulatório resulta da necessidade de haver um maior controlo e vigilância em determinadas terapêuticas, em consequência de efeitos secundários graves, necessidade de assegurar a adesão dos doentes à terapêutica e também pelo facto de a comparticipação de certos medicamentos só ser a 100% se forem dispensados pelos Serviços Farmacêuticos Hospitalares. [4]

No HSM a dispensa de medicamentos em ambulatório é feita pelos farmacêuticos. São apenas dispensados medicamentos para os doentes que estão a ser seguidos por um médico do HSM.

Para adquirir os medicamentos, o doente necessita de se dirigir aos SF acompanhado da receita médica, onde é obrigatório constar o nome do doente assim como o nome do médico que prescreveu a receita.

Os medicamentos dispensados em regime de ambulatório são medicamentos que só existem em meio hospitalar e, por esse motivo são Medicamentos Sujeitos a Receita Médica Restrita (MSRMR).

Os MSRMR são aqueles cuja utilização é reservada a certos meios especializados por preencherem uma das seguintes condições: [6]

 Destinarem-se a uso exclusivo hospitalar, devido às suas caraterísticas farmacológicas, à sua novidade, ou por razões de saúde pública;

 Destinarem-se a patologias cujo diagnóstico seja efetuado apenas em

meio hospitalar ou estabelecimentos diferenciados com meios de diagnóstico adequados, ainda que a sua administração e o acompanhamento dos pacientes possam realizar-se fora desses meios;

 Destinarem-se a pacientes em tratamento ambulatório, mas a sua

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requerendo a prescrição de uma receita médica, se necessário emitida por especialista, e uma vigilância especial durante o período de tratamento.

As patologias legisladas para cedência de medicamentos em regime de ambulatório são: [7]

 Artrite reumatoide, espondilite anquilosante, artrite psoriática, artrite

idiopática juvenil poliarticular e psoríase em placas;

 Fibrose quística;

 Doentes insuficientes crónicos e transplantados renais;

 Doentes insuficientes renais crónicos;

 Indivíduos afetados pelo VIH;

 Deficiência da hormona de crescimento na criança, síndroma de turner,

perturbações do crescimento, síndrome de Prader-Willi, terapêutica de substituição em adultos;

 Esclerose lateral amiotrófica;

 Sindroma de Lennox-Gastaut;

 Paraplegias espásticas familiares e ataxias cerebelosas hereditárias,

nomeadamente a doença de Machado-Joseph;

 Profilaxia da rejeição aguda de transplante renal alogénico, profilaxia da

rejeição aguda do transplante cardíaco alogénico, profilaxia da rejeição aguda de transplante hepático alogénico;

 Doentes com hepatite C;

 Esclerose múltipla;

 Doentes acromegálicos;

 Doença de Crohn ativa grave ou com formação de fístulas;

 Hiperfenilalaninemia.

Como a dispensa de medicamentos em regime de ambulatório é da responsabilidade dos farmacêuticos, no decorrer do estágio não me foi possível realizar este tipo de distribuição.

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4. FARMACOTECNIA

A farmacotecnia consiste nos processos alusivos à manipulação de substâncias farmacológicas. Este processo engloba a preparação de manipulados, a reembalagem de doses unitárias sólidas, as preparações assépticas (soluções e diluições de desinfetantes) e preparações estéreis ou citotóxicas individualizadas. [4]

4.1. REEMBALAGEM

A reembalagem e rotulagem de medicamentos em unidose deve ser efetuada de maneira a assegurar a segurança e qualidade do medicamento.

Os objetivos principais da reembalagem são: [4]

 Permitir aos SF disporem do medicamento, na dose prescrita, de forma individualizada;

 Garantir a identificação do medicamento reembalado (nome genérico, dose, lote, prazo de validade);

 Proteger o medicamento reembalado dos agentes ambientais;

 Assegurar que o medicamento reembalado pode ser utilizado com segurança, rapidez e comodidade.

A reembalagem no HSM é feita com o auxílio da máquina semi-automática reembaladora. Antes de começar todo o processo é necessário desinfetar toda a área onde vai ser realizado o processo de reembalagem. Depois disto, introduzem-se os dados do medicamento a reembalar no computador que está ligado à reembaladora. De seguida, retiram-se as formas farmacêuticas orais sólidas da embalagem primária, e colocam-se na reembaladora. Quando não existem nos SF as doses prescritas de um certo medicamento, é necessário fracionar-se o mesmo de modo a ficarem com a dosagem pretendida, contudo nem todas estas formas farmacêuticas podem ser fracionadas, como por exemplo as cápsulas e os comprimidos revestidos.

Para a execução de todo o processo referido anteriormente é imprescindível a utilização de luvas.

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36 Os medicamentos reembalados ficam com o prazo de validade reduzido a seis meses, uma vez que estes já entraram em contato com agentes externos. No caso do prazo de validade original ser inferior a seis meses, o medicamento reembalado continua com o mesmo prazo de validade. Se o medicamento reembalado não for retirado do blister, este mantém o prazo de validade original.

Na Figura 12 podem-se observar as informações que constam na embalagem reembalada de um comprimido.

Figura 12 – Embalagem de um comprimido reembalado.

No decorrer do estágio tive oportunidade de executar esta atividade, pois este procedimento é da responsabilidade dos técnicos de diagnóstico e terapêutica.

4.2. PREPARAÇÃO DE MANIPULADOS

Atualmente a preparação de manipulados é relativamente mínima devido ao grande desenvolvimento da indústria farmacêutica.

Os medicamentos manipulados são medicamentos preparados segundo fórmulas magistrais ou oficinais, cuja preparação compete às farmácias ou serviços farmacêuticos hospitalares, sob a direta responsabilidade do farmacêutico. [8]

Uma fórmula magistral é quando um medicamento é preparado em farmácia de oficina ou nos serviços farmacêuticos hospitalares segundo uma receita médica. [8]

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37 Um preparado oficinal é qualquer medicamento preparado segundo as indicações de uma farmacopeia ou de um formulário em farmácia de oficina ou nos serviços farmacêuticos hospitalares, destinado aos doentes de determinado serviço. [8]

No HSM não são preparados muitos manipulados, contudo nos SF existe um laboratório para a preparação dos mesmos. Esta tarefa no HSM é da responsabilidade do farmacêutico, embora os Técnicos de Farmácia tenham competência para realizar este procedimento.

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5. CONCLUSÃO

Os serviços farmacêuticos hospitalares são importantes nos cuidados de saúde, visto que sem eles seria impossível proporcionar aos utentes uma terapêutica adequada. Para que uma farmácia hospitalar tenha um bom desempenho é necessária uma boa gestão assim como uma estrutura organizada e boas condições de higiene e desinfeção.

O estágio no geral correu bem e tive a oportunidade de aprender muitas coisas que irão ser fundamentais para o meu futuro. Realizei todas as tarefas que são da responsabilidade dos técnicos no HSM, tais como, receção, armazenamento, reembalagem e os vários tipos de distribuição de medicamentos.

Os objetivos deste estágio foram cumpridos. Adquirir experiência e conhecimento no que diz respeito às tarefas executas pelos Técnicos de Farmácia em meio hospitalar, complementando os conhecimentos que adquiri ao longo das aulas práticas.

Executei com rigor as tarefas que me foram confiadas e tentei sempre realizá-las de forma autónoma e cumprindo as normas de higiene e desinfeção.

Fui recebida por uma equipa de profissionais competente que sempre se disponibilizou a dar apoio e oportunidade de desempenhar todas as atividades.

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BIBLIOGRAFIA

[1] Escola Superior de Saúde da Guarda, Instituto Politécnico da Guarda. Regulamento Especifico de Estágio

[2] Sequeira, H. “Sanatório da Guarda inaugurado há 107 anos”, http://correiodaguarda.blogs.sapo.pt/tag/sousa+martins#. Acedido a 21 de novembro de 2014.

[3] ”Relatório de Gestão e Contas 2009”. http://www.ulsguarda.min-saude.pt/files/documentos/RelatorioDeGestao2009.pdf. Acedido a 15 de dezembro de 2014.

[4] Manual da Farmácia Hospitalar, Conselho Executivo da Farmácia Hospitalar, Ministério da Saúde, Março 2005. ISBN: 972-8425-63-5.

[5] INFARMED. “Psicotrópicos e Estupefacientes”. http://www.infarmed.pt. Acedido a 5 de janeiro de 2015.

[6] INFARMED. “Classificação quanto à dispensa ao público”. http://www.infarmed.pt. Acedido a 9 de janeiro de 2015.

[7] INFARMED. “Dispensa em Farmácia Hospitalar”. http://www.infarmed.pt. Acedido a 9 de janeiro de 2015.

[8] INFARMED. “Medicamentos Manipulados”. http://www.infarmed.pt. Acedido a 10 de janeiro de 2015.

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Referências

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