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3. CIRCUITO DO MEDICAMENTO

3.4. DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS

3.4.4. Distribuição em ambulatório

A distribuição de medicamentos a doentes em regime ambulatório resulta da necessidade de haver um maior controlo e vigilância em determinadas terapêuticas, em consequência de efeitos secundários graves, necessidade de assegurar a adesão dos doentes à terapêutica e também pelo facto de a comparticipação de certos medicamentos só ser a 100% se forem dispensados pelos Serviços Farmacêuticos Hospitalares. [4]

No HSM a dispensa de medicamentos em ambulatório é feita pelos farmacêuticos. São apenas dispensados medicamentos para os doentes que estão a ser seguidos por um médico do HSM.

Para adquirir os medicamentos, o doente necessita de se dirigir aos SF acompanhado da receita médica, onde é obrigatório constar o nome do doente assim como o nome do médico que prescreveu a receita.

Os medicamentos dispensados em regime de ambulatório são medicamentos que só existem em meio hospitalar e, por esse motivo são Medicamentos Sujeitos a Receita Médica Restrita (MSRMR).

Os MSRMR são aqueles cuja utilização é reservada a certos meios especializados por preencherem uma das seguintes condições: [6]

 Destinarem-se a uso exclusivo hospitalar, devido às suas caraterísticas farmacológicas, à sua novidade, ou por razões de saúde pública;

 Destinarem-se a patologias cujo diagnóstico seja efetuado apenas em meio hospitalar ou estabelecimentos diferenciados com meios de diagnóstico adequados, ainda que a sua administração e o acompanhamento dos pacientes possam realizar-se fora desses meios;

 Destinarem-se a pacientes em tratamento ambulatório, mas a sua utilização seja suscetível de causar efeitos adversos muito graves,

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requerendo a prescrição de uma receita médica, se necessário emitida por especialista, e uma vigilância especial durante o período de tratamento.

As patologias legisladas para cedência de medicamentos em regime de ambulatório são: [7]

 Artrite reumatoide, espondilite anquilosante, artrite psoriática, artrite idiopática juvenil poliarticular e psoríase em placas;

 Fibrose quística;

 Doentes insuficientes crónicos e transplantados renais;

 Doentes insuficientes renais crónicos;

 Indivíduos afetados pelo VIH;

 Deficiência da hormona de crescimento na criança, síndroma de turner, perturbações do crescimento, síndrome de Prader-Willi, terapêutica de substituição em adultos;

 Esclerose lateral amiotrófica;

 Sindroma de Lennox-Gastaut;

 Paraplegias espásticas familiares e ataxias cerebelosas hereditárias, nomeadamente a doença de Machado-Joseph;

 Profilaxia da rejeição aguda de transplante renal alogénico, profilaxia da rejeição aguda do transplante cardíaco alogénico, profilaxia da rejeição aguda de transplante hepático alogénico;

 Doentes com hepatite C;

 Esclerose múltipla;

 Doentes acromegálicos;

 Doença de Crohn ativa grave ou com formação de fístulas;

 Hiperfenilalaninemia.

Como a dispensa de medicamentos em regime de ambulatório é da responsabilidade dos farmacêuticos, no decorrer do estágio não me foi possível realizar este tipo de distribuição.

35 4. FARMACOTECNIA

A farmacotecnia consiste nos processos alusivos à manipulação de substâncias farmacológicas. Este processo engloba a preparação de manipulados, a reembalagem de doses unitárias sólidas, as preparações assépticas (soluções e diluições de desinfetantes) e preparações estéreis ou citotóxicas individualizadas. [4]

4.1. REEMBALAGEM

A reembalagem e rotulagem de medicamentos em unidose deve ser efetuada de maneira a assegurar a segurança e qualidade do medicamento.

Os objetivos principais da reembalagem são: [4]

 Permitir aos SF disporem do medicamento, na dose prescrita, de forma individualizada;

 Garantir a identificação do medicamento reembalado (nome genérico, dose, lote, prazo de validade);

 Proteger o medicamento reembalado dos agentes ambientais;

 Assegurar que o medicamento reembalado pode ser utilizado com segurança, rapidez e comodidade.

A reembalagem no HSM é feita com o auxílio da máquina semi-automática reembaladora. Antes de começar todo o processo é necessário desinfetar toda a área onde vai ser realizado o processo de reembalagem. Depois disto, introduzem-se os dados do medicamento a reembalar no computador que está ligado à reembaladora. De seguida, retiram-se as formas farmacêuticas orais sólidas da embalagem primária, e colocam-se na reembaladora. Quando não existem nos SF as doses prescritas de um certo medicamento, é necessário fracionar-se o mesmo de modo a ficarem com a dosagem pretendida, contudo nem todas estas formas farmacêuticas podem ser fracionadas, como por exemplo as cápsulas e os comprimidos revestidos.

Para a execução de todo o processo referido anteriormente é imprescindível a utilização de luvas.

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Os medicamentos reembalados ficam com o prazo de validade reduzido a seis meses, uma vez que estes já entraram em contato com agentes externos. No caso do prazo de validade original ser inferior a seis meses, o medicamento reembalado continua com o mesmo prazo de validade. Se o medicamento reembalado não for retirado do blister, este mantém o prazo de validade original.

Na Figura 12 podem-se observar as informações que constam na embalagem reembalada de um comprimido.

Figura 12 – Embalagem de um comprimido reembalado.

No decorrer do estágio tive oportunidade de executar esta atividade, pois este procedimento é da responsabilidade dos técnicos de diagnóstico e terapêutica.

4.2. PREPARAÇÃO DE MANIPULADOS

Atualmente a preparação de manipulados é relativamente mínima devido ao grande desenvolvimento da indústria farmacêutica.

Os medicamentos manipulados são medicamentos preparados segundo fórmulas magistrais ou oficinais, cuja preparação compete às farmácias ou serviços farmacêuticos hospitalares, sob a direta responsabilidade do farmacêutico. [8]

Uma fórmula magistral é quando um medicamento é preparado em farmácia de oficina ou nos serviços farmacêuticos hospitalares segundo uma receita médica. [8]

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Um preparado oficinal é qualquer medicamento preparado segundo as indicações de uma farmacopeia ou de um formulário em farmácia de oficina ou nos serviços farmacêuticos hospitalares, destinado aos doentes de determinado serviço. [8]

No HSM não são preparados muitos manipulados, contudo nos SF existe um laboratório para a preparação dos mesmos. Esta tarefa no HSM é da responsabilidade do farmacêutico, embora os Técnicos de Farmácia tenham competência para realizar este procedimento.

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5. CONCLUSÃO

Os serviços farmacêuticos hospitalares são importantes nos cuidados de saúde, visto que sem eles seria impossível proporcionar aos utentes uma terapêutica adequada. Para que uma farmácia hospitalar tenha um bom desempenho é necessária uma boa gestão assim como uma estrutura organizada e boas condições de higiene e desinfeção.

O estágio no geral correu bem e tive a oportunidade de aprender muitas coisas que irão ser fundamentais para o meu futuro. Realizei todas as tarefas que são da responsabilidade dos técnicos no HSM, tais como, receção, armazenamento, reembalagem e os vários tipos de distribuição de medicamentos.

Os objetivos deste estágio foram cumpridos. Adquirir experiência e conhecimento no que diz respeito às tarefas executas pelos Técnicos de Farmácia em meio hospitalar, complementando os conhecimentos que adquiri ao longo das aulas práticas.

Executei com rigor as tarefas que me foram confiadas e tentei sempre realizá-las de forma autónoma e cumprindo as normas de higiene e desinfeção.

Fui recebida por uma equipa de profissionais competente que sempre se disponibilizou a dar apoio e oportunidade de desempenhar todas as atividades.

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BIBLIOGRAFIA

[1] Escola Superior de Saúde da Guarda, Instituto Politécnico da Guarda. Regulamento Especifico de Estágio

[2] Sequeira, H. “Sanatório da Guarda inaugurado há 107 anos”, http://correiodaguarda.blogs.sapo.pt/tag/sousa+martins#. Acedido a 21 de novembro de 2014.

[3] ”Relatório de Gestão e Contas 2009”. http://www.ulsguarda.min- saude.pt/files/documentos/RelatorioDeGestao2009.pdf. Acedido a 15 de dezembro de 2014.

[4] Manual da Farmácia Hospitalar, Conselho Executivo da Farmácia Hospitalar, Ministério da Saúde, Março 2005. ISBN: 972-8425-63-5.

[5] INFARMED. “Psicotrópicos e Estupefacientes”. http://www.infarmed.pt. Acedido a 5 de janeiro de 2015.

[6] INFARMED. “Classificação quanto à dispensa ao público”. http://www.infarmed.pt. Acedido a 9 de janeiro de 2015.

[7] INFARMED. “Dispensa em Farmácia Hospitalar”. http://www.infarmed.pt. Acedido a 9 de janeiro de 2015.

[8] INFARMED. “Medicamentos Manipulados”. http://www.infarmed.pt. Acedido a 10 de janeiro de 2015.

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