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ESTATUTO DA ORDEM DOS ADVOGADOS

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P

ROPOSTA DE

L

EI DE

A

LTERAÇÃO DO

ESTATUTO

DA

ORDEM

DOS

ADVOGADOS

EM DISCUSSÃO PÚBLICA

ADAPTAÇÃO À LEI DAS ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS PROFISSIONAIS

No seguimento da comunicação recebida do gabinete da Senhora Bastonária, Dra. Elina Fraga, no passado dia 6 de janeiro, na qual foram convocados para uma reunião 6.ª feira, dia 9, pelas 14h00, os Presidentes dos Conselhos Distritais, os Presidentes dos Conselhos de Deontologia e os Presidentes das Delegações da Ordem dos Advogados, tendo como ordem de trabalhos o Estatuto da Ordem dos Advogados, foi pelo Senhor Presidente do Conselho Distrital de Lisboa, Dr. António Jaime Martins, convocado de urgência um plenário para o dia 8 de janeiro, com a finalidade de ser elaborado um documento que analisasse, com o constrangimento temporal existente, as alterações constantes da proposta de lei de alteração do Estatuto da Ordem dos Advogados, enviada pelo Ministério da Justiça, com vista à sua adaptação ao contido no regime jurídico de criação, organização e funcionamento das associações públicas profissionais, aprovado pela Lei n.º 2/2013, de 10 de Janeiro, a fim de habilitar a Senhora Bastonária e o Conselho Geral com a referida análise, com a finalidade de colaborar com este último no cumprimento do previsto na alínea b) do n.º 1 do art.º 45.º do EOA.

Do referido plenário do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados, resultou um documento que foi entregue à Senhora Bastonária na reunião havida no dia 13 de janeiro último.

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2 Distrital de Lisboa, através do seu Presidente, numa comissão de trabalho constituída pela Senhora Bastonária, que lhe preside, pelos Presidentes dos Conselhos Distritais e por dois membros do Conselho Geral, no intuito de ser elaborado um documento preparatório sobre o referido projeto de Estatuto, com a finalidade de ser entregue ao Conselho Geral para o efeito previsto na al. b) do n.º 1 do art.º 45.º do EOA.

Com o objetivo de preparar a intervenção do Conselho Distrital na referida comissão, com sessão de trabalho agendada para o dia 29 de janeiro, foi pelo Senhor Presidente do Conselho Distrital de Lisboa, convocado um plenário para o dia 27 de janeiro, do qual resultaram os seguintes comentários ao projeto de Estatuto:

Artigos 1.º e 2.º da Proposta e em todas as disposições do respetivo anexo (EOA):

Onde se lê “Estatutos” deve ler-se “Estatuto”.

Artigo 2.º (Âmbito):

A divisão interna da Ordem dos Advogados em sete regiões por referência aos extintos distritos judiciais carece de ser alterada. Propõe-se a manutenção da atual organização interna, mas eliminando-se a referência ao conceito de distrito judicial que desapareceu na Lei de Organização do Sistema Judiciário e respetivo regulamento.

Por outro lado, existe desde há muito uma tradição na utilização da denominação de “Conselho Distrital”, à qual está associada uma identificação que é reconhecida por todos os agentes do judiciário, em particular, pelos Advogados, a qual que se deverá manter em detrimento da de “Conselho Regional”, por está última não apresentar

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3 qualquer vantagem sobre a primeira.

“Artigo 2.º Âmbito

1 - A Ordem dos Advogados tem âmbito nacional e está internamente estruturada em sete regiões: a) Lisboa; b) Porto; c) Coimbra; d) Évora; e) Faro; f) Açores; g) Madeira. 2 – […]

3 – As regiões referidas no n.º 1 têm a seguinte correspondência territorial:

a) Região de Lisboa, as comarcas de Lisboa, Lisboa Norte, Lisboa Oeste, bem como os Municípios de Benavente, Bombarral, Caldas da Rainha, Peniche, Rio Maior e Sesimbra;

b) Região do Porto, as comarcas de Aveiro, Braga, Bragança, Porto, Porto Este, Viana do Castelo e Vila Real;

c) Região de Coimbra, as comarcas de Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu, com exceção dos municípios do Bombarral, Caldas da Rainha e Peniche; d) Região de Évora, as comarcas de Beja, Évora, Portalegre, Santarém e Setúbal, com exceção dos municípios de Benavente, Rio Maior e Sesimbra;

e) Região de Faro, a comarca de Faro; f) Região do Açores, a comarca dos Açores; g) Região da Madeira, a comarca da Madeira.

4 - As sedes das regiões são, respetivamente, Lisboa, Porto, Coimbra, Faro, Évora, Ponta Delgada e Funchal.” .

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4 Artigo 5.º (Representação da OA):

Incluir no n.º 1 o Presidente do Conselho Superior e os Presidentes dos Conselhos de Deontologia quando se trate das competências dos respetivos orgãos. Ainda no mesmo número 1, substituir a referência a “atribuições” por “competências”.

Artigo 9.º, n.º 3, al. f) e n.º 4 (Enumeração dos órgãos):

Substituir “assembleia de comarca” por “assembleia de delegação”.

Propõe-se a manutenção da atual hierarquia protocolar, devendo o n.º 4 ter a seguinte redação:

“4 - A hierarquia protocolar dos titulares dos órgãos da Ordem dos Advogados é a

seguinte:

a) O bastonário;

b) O presidente do conselho superior;

c) O presidente do conselho fiscal;

d) Os presidentes dos conselhos distritais e dos conselhos de deontologia; e) Os membros do conselho superior, do conselho geral e do conselho fiscal; f) Os membros dos conselhos distritais distritais e dos conselhos de

deontologia;

g) Os presidentes das delegações e os delegados.”

Por último, cabe referir que nos termos da al. a) do n.º 2 do art.º 15.º da LAPP, a criação duma assembleia representativa, com poderes deliberativos gerais, eleita através

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5 Artigo 10.º, n.ºs 4 e 6 (Carácter eletivo e temporário do exercício dos cargos sociais):

O proposto n.º 4, não resulta de qualquer previsão na LAPP, pelo que, deve ser suprimido, mantendo-se a redação no atual n.º 3 em sua substituição (“3. Só são reelegíveis em mandato consecutivo dois terços dos membros dos órgãos colegiais, com exceção dos membros dos conselhos de deontologia.”.

Deverá ser utilizado o mesmo critério eletivo para todos os orgãos jurisdicionais.

Artigos 11.º (Eleição dos titulares) e 18.º (Efeitos das penas disciplinares no exercício do cargo):

Da leitura das disposições resulta que pode concorrer aos órgãos da OA advogado com pena superior a advertência, uma vez que desaparece essa limitação do n.º 1 do artigo 11.º, mas a aplicação de pena superior a advertência dará lugar a caducidade do mandato nos termos do artigo 18.º.

Deverá ser mantida a atual redação do artigo 11.º (“sem qualquer punição de carácter disciplinar superior a advertência.”).

O artigo 130.º, n.º 11, em vez de caducidade como refere o artigo 18.º fala em destituição. Ou se consagra a caducidade ou o regime da destituição.

Artigos 20.º, n.º 4 e 21.º, n.º 2 (Substituição de membros dos orgãos):

As remissões efetuadas não são para o n.º 6 do art.º 10.º, mas para o n.º 7 daquela disposição.

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6 Artigo 26.º (Referendo):

Tendo em conta a existência do orgão máximo Congresso dos Advogados, de Assembleia Geral, de Assembleias Distritais e de Assembleias de Comarca, atendendo às respetivas competências, é nosso entendimento que a democraticidade e representação na Ordem dos Advogados se encontra assegurada, não havendo necessidade de consagrar a figura do referendo.

Artigo 46.º, n.º 1, al. e) (Competências do Conselho Geral) e artigo 54.º, n.º 1, al. m) (Competências dos Conselhos Distritais):

A alteração proposta para as alíneas e) do n.º 1 do art.º 46.º e m) do n.º 1 do art.º 54.º, não decorre de qualquer necessidade de adaptação à Lei das Associações Públicas Profissionais, devendo ser mantida a atual redação.

Na verdade, a realização das inscrições dos advogados estagiários e as

inscrições preparatórias dos Advogados são desde há muito uma competência dos Conselhos Distritais, que vem sendo bem desempenhada, não

existindo razões que se possam vislumbrar como justificação para a sua transferência para o Conselho Geral.

Artigos 54.º, n.º 1, al. n) (Competências):

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7 Artigos 55.º, n.º 1, al. i) (Competências):

Substituir a referência a “assembleias de comarca” por “assembleias de delegação”.

Artigos 60.º (Assembleias de comarca) e seguintes:

Para efeitos de organização judiciária, o território nacional passou a dividir-se em 23 comarcas em substituição das antigas 232: Açores, Aveiro, Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Lisboa, Lisboa Norte, Lisboa Oeste, Madeira, Portalegre, Porto, Porto Este, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.

Contudo, a organização interna da Ordem dos Advogados não tem que constituir um decalque da nova organização judiciária, sendo rejeitado pela maioria dos Advogados portugueses um modelo de organização interna que retire das extintas comarcas ou das comarcas desqualificadas a instância ou seção de proximidade, a representação local da Ordem dos Advogados.

Assim, importa proceder à adaptação do Estatuto da Ordem dos Advogados à nova reforma do mapa judiciário, na parte respeitante à sua estrutura organizativa, tendo em conta os fins prosseguidos pela Ordem dos Advogados, que visa uma representação de proximidade junto dos seus membros e não o seu afastamento ou mesmo o seu abandono.

A adaptação do disposto nos artigos 60.º a 64.º da proposta deve por isso ter em conta a necessidade de manter a lógica que esteve subjacente à criação e funcionamento das delegações e delegados da Ordem dos Advogados, designadamente, a existência de uma delegação ou delegado em cada uma das

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8 antigas comarcas.

A proposta de redação que se sugere em seguida tem na sua base o texto aprovado na Assembleia Distrital Extraordinária, realizada em 25.07.2014, na qual foi deliberado por unanimidade:

“1. “ (…) pretender manter a atual estrutura orgânica interna da Ordem dos Advogados, incluindo, os atuais Conselhos Distritais e respetivas Delegações e Delegados, rejeitando o modelo de organização interna que poderia resultar da aplicação do novo mapa judiciário.

2. Aprovar o projeto de alteração aos artigos 56.º a 60 do Estatuto da Ordem dos Advogados aprovado pela Lei n.º 15/2005, de 26 de Janeiro, nos termos do anexo à ata da Assembleia.” .

“SECÇÃO XIII Delegações

Artigo 60.º

Assembleias de delegação

1 - Em cada instância central, ou, na falta desta, instância local, em que haja, pelo menos, 10 advogados inscritos, funciona uma assembleia constituída por todos os advogados inscritos pela respetiva instância.

2 – Nas instâncias centrais ou locais que coincidam com a sede de região para o efeito previsto no número 1 do artigo 2.º, o conselho regional respetivo delibera sobre a constituição e o funcionamento da assembleia, nos termos do número anterior.

3 – O disposto no número anterior é aplicável aos municípios onde não exista instância central ou instância local.

4 - As assembleias reúnem ordinariamente para a eleição da respetiva delegação. 5 - As assembleias são convocadas e presididas pelo respetivo presidente da delegação ou, na falta desta, pelo delegado da Ordem dos Advogados.

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9 necessárias adaptações, o regime estabelecido nos artigos 34.º a 37.º.

Artigo 61.º Delegação

1 - Em cada instância central ou instância local em que possa ser constituída a assembleia, funciona uma delegação composta por um presidente e por mais dois a quatro membros, sendo um secretário e um tesoureiro.

2 - Nas instâncias com mais de 100 advogados inscritos, a Delegação pode ser composta por um máximo de oito membros, além do presidente, mediante deliberação da assembleia de secção.

3 - A eleição para a Delegação não depende de apresentação de candidaturas.

4 – O disposto nos números anteriores é aplicável aos municípios onde não exista instância central ou local.

Artigo 62.º

Delegados da Ordem dos Advogados

1 – Nos municípios com instâncias centrais ou locais onde não possa ser constituída a assembleia de delegação por falta do número mínimo legal de advogados, há um delegado da Ordem dos Advogados nomeado pelo respetivo conselho regional, de entre os advogados inscritos pelo território abrangido pela instância central ou local em causa.

2 – O disposto no número anterior é aplicável aos municípios onde não exista instância central ou local.

3 - O delegado é também nomeado pelo conselho regional quando a assembleia de delegação não proceda à eleição da respetiva delegação.

4 - As assembleias de delegação são convocadas e presididas pelo respetivo presidente da delegação ou, na falta desta, pelo delegado da Ordem dos Advogados. 5 - À convocação e funcionamento das assembleias de delegação é aplicável, com as necessárias adaptações, o regime estabelecido nos artigos 34.º a 37.º.

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10 Artigo 63.º

Agrupamentos de Delegações […]

Artigo 64.º

Competência dos agrupamentos de delegações, delegações e dos delegados 1 - Compete aos agrupamentos de delegações ou, quando estas não existam, às delegações ou aos delegados da Ordem dos Advogados, na respetiva área territorial: a) Manter atualizado o quadro dos advogados e advogados estagiários inscritos por cada instância central, ou, na falta desta, instância local;

b) […]; c) […]; d) […]; e) […]; f) […]; g) […]; 2 - […]: a) […];

b) Emitir os cartões de identificação de empregado forense na área da respetiva instância central, ou, na falta desta, instância local;

c) […]; d) […]; e) […]; f) […].”

Artigo 65.º (Provedor dos clientes) e 15.º, n.º 3 (remuneração):

A existência de um provedor dos clientes para “analisar as queixas apresentadas pelos destinatários dos serviços prestados pelos advogados e fazer recomendações

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11 para a resolução de queixas e aperfeiçoamento da Ordem dos Advogados” seria ao completo arrepio da natureza de associação pública da Ordem dos Advogados e da auto-tutela que a caracteriza.

Com efeito, a Ordem dos Advogados não constitui uma pessoa coletiva de direito privado, sendo as suas atribuições e missões de natureza eminentemente pública (Cfr. art.º 3.º - Atribuições da OA).

Por seu lado, a conformidade do exercício da advocacia com as regras estatutárias está sujeita a tutela jurisdicional interna dos Conselhos de Deontologia e do Conselho Superior, a que acresce o tradicional papel de mediador de conflitos do Bastonário, do Presidente do Conselho Superior, dos Presidentes dos Conselhos Distritais e dos Presidentes dos Conselhos de Deontologia.

Aponte-se, ainda, a natureza onerosa da prestação e o facto de poder ser exercida por outro profissional que não seja Advogado e como tal sem sujeição aos deveres profissionais dos Advogados, maxime, ao dever de sigilo profissional.

O regime não estabelece qualquer duração para o mandato de provedor e o conceito de “falta grave” que poderá justificar a destituição é vago e indeterminado.

Dado que, nos termos do n.º 1 do art.º 20.º da LAPP, a existência de um provedor dos clientes constitui uma opção, a mesma deverá ser afastada.

Art.º 66.º e seg.s (Exercício da advocacia, mandato forense e atos próprios):

Congratulamo-nos com a criação duma certificação para os atos próprios dos advogados através de sistema informático da Ordem dos Advogados, na esteira duma reivindicação antiga da Advocacia (a vinheta jurídica) e de uma deliberação da assembleia distrital de 29.04.2014.

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12 O desenvolvimento e a gestão do sistema informático de registo deverá, no entanto, em nosso entender, conforme resulta do projeto de alteração ao regime dos atos próprios dos Advogados e Solicitadores aprovado pela Lei n.º 49/2004, de 24.08. e do projeto de portaria, aprovados em Assembleia Distrital de 29.04.2014, com vista ao alargamento do âmbito dos atos próprios de Advogados e Solicitador e à criação de uma vinheta jurídica, física e eletrónica:

1. Garantir os meios de segurança necessários à sua correta e lícita utilização, designadamente mediante o uso de meios de autenticação das pessoas que acedem ao sistema e de soluções informáticas que impeçam a alteração dos registos.

2. O registo no sistema dos seguintes elementos mínimos: a) Identificação da natureza e espécie dos atos;

b) Identificação dos interessados, com menção do nome completo e do número do documento de identificação;

c) Identificação da pessoa que pratica o ato; d) Data e hora de execução do ato;

e) Número de identificação do ato.

3. O registo no momento da prática do ato, devendo o sistema informático gerar um número de identificação que é aposto no documento que formaliza o ato.

4. Se, em virtude de dificuldades de carácter técnico, não for possível aceder ao sistema no momento da realização do ato, esse facto deve ser expressamente referido no documento que o formaliza, devendo o registo informático ser realizado nas quarenta e oito horas seguintes.

No artigo 68.º, n.º 1 alínea c), sugere-se seja feita a seguinte alteração: “A interpelação e negociação …., tendentes à cobrança de créditos”. Na verdade, a falta daquela referência tem “legitimado” a defesa da tese segundo a qual, terceiros que não sejam Advogados, podem proceder à interpelação para cobrança de créditos.

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13 Note-se que o previsto no art.º 68.º (Atos próprios) terá que ser conjugado com o previsto no art.º 1.º da Lei n.º 49/2004, de 24.08..

Artigo 91.º, al.s h) e i) (Deveres para com a Ordem dos Advogados):

É nosso entendimento que a importância das matérias em causa e a necessidade de estabilizar o respetivo regime, justifica que as mesmas sejam objeto de regulamento do Conselho Geral como atualmente previsto e não de deliberação como é proposto. Propõe-se seja mantida a atual redação.

Artigo 126.º (Direito subsidiário):

Manter a atual redação com a subsidiariedade do Direito Penal e do Direito Processual Penal pela manifesta desadequação à natureza do regime disciplinar dos Advogados das normas do “Estatuto Disciplinar dos Trabalhadores que exercem Funções Públicas”.

Artigo 161º, n.º 8 (Audiência pública):

A remissão não é para o n.º 6, mas para o n.º 5.

Artigo 191º, n.º 3 (Patronos e requisitos para aceitação do tirocínio):

A redação do n.º 3 é deficiente, devendo ler-se: “cada patrono não pode ter sob a sua orientação, em simultâneo, mais que um estagiário nomeado pela Ordem dos

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14 Advogados …”.

Artigos 194.º (Duração do estágio, suas fases e prova de agregação) e 195.º (Competência e deveres profissionais dos advogados estagiários):

Uma vez que no final da 1.ª fase do estágio, os advogados estagiários poderão praticar os atos dos solicitadores e prestar consulta jurídica, os trabalhos ou relatórios que comprovem os conhecimentos adquiridos, devem ser por área de conhecimento da formação ministrada e de apresentação oral, sendo a classificação final a atribuir aos trabalhos ou relatórios ponderada na avaliação final de agregação.

O sistema de avaliação contínua ali previsto deverá implicar a obrigatoriedade das presenças nas sessões formativas na primeira fase de estágio, matérias que deverão ser objeto de regulamento do Conselho Geral.

Artigos 211.º (Organizações associativas de profissionais de outros Estados membros e 213.º (Sociedades de Advogados):

Nos termos do n.º 4.º do art.º 27.º da LAPP, é possível não admitir o exercício da advocacia a sociedades nas quais exerçam atividade outros profissionais que não sejam Advogados, atenta a missão de interesse público prosseguida pela profissão.

Esta a «missão de interesse público» avulta do Estatuto, pois compete aos Advogados e à sua Ordem:

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15 - pugnar pela boa aplicação das leis;

- colaborar na administração da justiça e pugnar pelo seu rápido funcionamento; - assegurar o acesso ao direito nos termos da Constituição, como defensores e patronos;

- opinar sobre os projetos de diplomas legislativos que interessem ao exercício da advocacia e o patrocínio judiciário em geral;

- propor alterações legislativas relevantes para o sistema de justiça.

Com efeito, são os Advogados garantes de importantes funções do Estado com consagração constitucional como é o “acesso ao direito e aos tribunais” e o “patrocínio judiciário” previstos no art.º 20.º, n.ºs 1 e 2 da Lei Fundamental e que constituem “elemento essencial da administração da justiça” como resulta do art.º 208.º da mesma Lei, sendo-nos com esse propósito conferidas garantias e imunidades no exercício do mandato forense (art.º 150.º, n.º 2 do CPC), num claro e inequívoco reconhecimento da relevante função social de interesse público da profissão.

Atente-se, aliás, na redação do art.º 13.º da Lei de Organização do Sistema Judiciário (Lei n.º 62/2013, de 26.8) com a epígrafe “Imunidade do mandato conferido a advogados”, na qual são assegurados aos Advogados o direito à proteção do segredo profissional, o direito ao livre exercício do patrocínio e ao não sancionamento pela prática de atos conformes ao estatuto da profissão, o direito à especial proteção das comunicações com o cliente e à preservação do sigilo da documentação relativa ao

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16 exercício da defesa, o direito a regimes específicos de imposição de selos, arrolamentos e buscas em escritórios de advogados, bem como de apreensão de documentos.

É a mesma missão de interesse público que justifica o dever de colaboração para com os órgãos da Ordem de entidades públicas, autoridades judiciais, policiais e particulares (art.º 8.º, n.ºs 1 e 2 do EOA).

Conquanto, entendemos que qualquer forma, direta ou indireta, de admissão de exercício da Advocacia, em estruturas profissionais com não advogados, deve ser rechaçada, como seja as que resultam:

- do disposto no n.º 1 do art.º 211.º, de forma direta, no qual se admite que “organizações associativas de profissionais equiparados a advogados constituídas noutro Estado membro da União Europeia para o exercício de atividade profissional cujo gerente ou administrador seja um profissional e cujo capital com direito de voto caiba maioritariamente aos profissionais em causa ou a outras organizações associativas cujo capital e direitos de voto caiba maioritariamente àqueles profissionais” possam inscrever as respetivas representações permanentes em Portugal, “constituídas nos termos da lei comercial, como membros da Ordem dos Advogados, sendo enquanto tal equiparadas a sociedades de advogados para efeitos dos presentes estatutos.”.

- do disposto na al. b) do n.º 2 do art.º 213.º, de forma indireta, na qual se admite que participem no capital de sociedades de advogados de direito português

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17 “organizações associativas de profissionais equiparados a advogados constituídas noutro Estado membro da União Europeia cujo capital e direitos de voto caiba maioritariamente aos profissionais em causa.”.

Verifica-se, inclusivamente, que nos termos do n.º 6 do mesmo art.º 213.º, os membros do órgão executivo das sociedades de advogados podem não ser advogados (“independentemente da sua qualidade como advogados inscritos na Ordem dos Advogados, devem respeitar os princípios e regras deontológicos, a autonomia técnica e científica e as garantias conferidas aos advogados pela lei e pelos presentes estatutos.”).

Artigo 223.º (Usurpação de funções e procuradoria ilícita):

A epígrafe deve ser apenas “Procuradoria ilícita”. A redação do n.º 1 deve ser a seguinte:

“1 - Quem, sem estar inscrito na Ordem dos Advogados ou na Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução e não sendo profissional equiparado a advogado ou solicitador em regime de livre prestação de serviços em território nacional, exercer funções ou praticar atos próprios da profissão de advogado a título remunerado ou gratuito, ou se arrogar por qualquer forma dessa profissão, incorre na pena estabelecida no artigo 358.º do Código Penal.”

A previsão do crime de procuradoria ilícita no Estatuto, implicará a revogação do previsto no art.º 7.º da Lei n.º 49/2004, de 24.08.

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18 Lisboa, 27 de janeiro de 2015

Pelo Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados,

António Jaime Martins (Presidente)

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