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ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE RISCO DE INUNDAÇÃO PARA A SUB BACIA DO RIBEIRÃO ARRUDAS NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE

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Academic year: 2021

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ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE RISCO DE INUNDAÇÃO PARA A SUB BACIA DO RIBEIRÃO ARRUDAS NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE

Rômulo Carlos Carneiro Alencar romulo.carneiro@hotmail.com, Regiane Benta Pereira, Adma Raia Silva

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

RESUMO: A dinâmica hidrometeorológica urbana frente ao crescimento populacional desordenado das cidades, impermebialização e o uso inadequado do solo, geram grandes impactos no meio físico-urbano, a exemplo das alterações climáticas e impactos socioeconômicos para a população. A Bacia do Ribeirão Arrudas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte – MG caracteriza-se por um crescente processo de metropolização e urbanização, sendo assim necessário, o uso de informações capazes de auxiliar os órgãos públicos quanto ao fluxo de água sobre a superfície, aferindo-se às áreas de baixo a alto risco de inundação. Este trabalho utilizou-se do Sistema de Informações Geográficas (SIG) para a geração do mapa síntese de risco, retomando sua importância para o planejamento urbano e ambiental, pois permite através da leitura espacial, a identificação das áreas susceptíveis a tal evento climático, associado ao uso inadequado do solo e ocupação de áreas de risco pela população.

ABSTRACT: The hydrometeorological urban dynamic front of the population growth of huge cities, the waterproof and inappropriate land use, generates large impacts on the physical city, like climate change and socioeconomic impacts for the population. The Basin of Ribeirão Arrudas in the Metropolitan Region of Belo Horizonte - MG is characterized by a growing process of urbanization and metropolises, so necessary, the use of information that can assist public agencies regarding the flow of water on the surface, measuring to areas of low to high risk of flooding. This work was used in the Geographic Information System (GIS) for the generation of synthetic risk map, returning to their importance for urban and environmental planning as it allows space by reading the identification of areas susceptible to such a weather event, associated to inappropriate land use and occupation of risk areas by population.

INTRODUÇÃO

O atual cenário das mudanças climáticas nas grandes cidades aclopadas ao desenvolvimento econômico, inchaços populacionais e alteração das características ambientais nas últimas décadas, tem levado a transformações que variam da escala local a global.

O clima urbano é compreendido como um sistema que abrange o clima de um dado espaço terrestre e sua urbanização conjugado diretamente aos fatores climáticos: temperatura do ar,

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precipitações e os ventos, que analisados conjuntamente permitem o entendimento do ciclo hidrológico e da dinâmica climática local (Tucci; Collischonn, 1998).

A topografia, a superfície do solo, vegetação e o uso do solo são relevantes na análise ambiental do sítio urbano. Quando esses são alterados em grandes proporções, são percebidas as transformações climáticas principalmente nas escalas micro e local, através de transformações em sua superfície, como os níveis de albedo, ilhas de calor e irradiação solar. Essa mudança pode aumentar a susceptibilidade aos eventos de inundações, devido ao aumento do escoamento superficial e alteração no balanço de radiação solar (Veissid, 2001).

No município de Belo Horizonte a urbanização é evidenciada na comparação do crescimento populacional entre os anos 1991, 2000 e 2010, sendo o número total de habitantes, respectivamente, 2.020161, 2.238526 e 2.375151, e 100% da população urbana (IBGE, Censo demográfico). Esse alto crescimento da urbanização altera de forma significativa as condições climáticas da cidade, quando comparadas às áreas circunvizinhas. Somente na virada do ano 2008 / 2009, ocorreram na capital Belo Horizonte 68 chamadas de inundação e 10 de risco de desabamentos, sendo que no estado de MG os números foram: 21 mortos, 295 feridos e mais de 55 mil desalojados.

METODOLOGIA

Inicialmente, foi gerada a subdivisão da bacia do Ribeirão Arrudas tendo como exutório a região de confluência entre o Córrego dos Pintos e Ribeirão Arrudas, sendo essa área alvo de uma forte inundação na noite de réveillon de 2008 para 2009.

Para as delimitações hidrológicas, foi utilizada a ferramenta Hydrology do ArcGis 10.0 que consiste em um conjunto de algoritmos capazes de, a partir dos dados do modelo digital de terreno (MDT) simular a direção de fluxo, acumulação e, localizando um exutório, delimitar a bacia hidrográfica (Coelho, 2006).

Para gerar o risco de inundação, foram utilizados os dados de altitude, declividade e uso do solo: Os dados de altitude foram extraídos do site da Embrapa a partir missão Shuttle Radar Topography Mission (SRTM), sendo que desses dados, foi gerado o MDT e a declividade. A classificação do tipo de uso e ocupação do solo foi gerada no software Spring, a partir da imagem de satélite TERRA, sensor ASTER, com a resolução horizontal de 5,5 metros. Utilizou-se do classificador supervisionado por região Utilizou-segmentada, Bhattacharya, que considera as distâncias para medir a separabilidade estatística entre cada par das classes espectrais e espaciais, sendo essas calculadas através da distância média entre as distribuições de probabilidades de classes (Fernandes, 2005).

De posse de todos os planos de informação (PI’s) foi criado um mapa de síntese de risco à inundação a partir da álgebra de mapas. Para a atribuição de pesos a cada um dos PI’s, conforme proposto por Plaster et al (2008) e Rosa et al (2008), foi utilizado o método Analytic Hierarchy

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Process (AHP) proposto por Saaty (1977). Tal método tem como fundamento aplicar uma matriz de intensidade e importância entre as variáveis para o tema estudado (Rosa et al. 2008), gerando-se assim, pesos diferenciados para os PI’s elaborados, de acordo com sua importância na deflagração do risco de inundação.

Após a definição dos pesos, foi realizado no software ArcGis 10.0 a álgebra de mapas (Raster Calculator) contendo a seguinte equação: Risco de Inundação = (0,56*declividade) + (0,26*altitude) + (0,16*uso do solo). O mapa gerado apresentou valores que variam de 1 a 8, sendo que o mesmo foi reclassificado de forma qualitativa. Foram separados, individualmente, os intervalos 8 para a classe de muito alto risco, 7 para alto risco, sendo que os demais valores, a um intervalo de dois em dois, compuseram de forma decrescente as demais classes.

RESULTADOS

A elaboração do mapa síntese (Fig. 1) possibilitou a análise e identificação das áreas susceptíveis à inundação. A partir da classificação da imagem de satélite, foram observados os tipos de uso: área urbana, solo exposto / loteamento, vegetação arbórea e vegetação rasteira. As áreas com risco baixo à inundação concentram-se principalmente na região sul da bacia, sendo esta localizada nos arredores da Serra do Curral, com vegetação de porte arbóreo e rasteira, além do pouco grau de antropização, o que denota menor índice de escoamento superficial e maior índice de barramento, não estando, portanto sujeita à inundação.

Áreas com risco médio – baixo estão dispersas em toda a bacia, de forma mais intensa na região centro – sul. Também se localiza nos arredores da Serra do Curral, sendo, portanto, uma das poucas áreas verdes da bacia, o que denota menor risco à inundação.

As áreas com risco médio, dispersas na bacia, apresentam uma pequena taxa de barramento, e relevo mais plano, que influencia no menor escoamento das águas. Estas possuem alto grau de antropização, o que aumenta os riscos à inundação, explicado também pelo uso inadequado do solo e crescente impermeabilização.

Já as áreas com risco alto – médio e alto à inundação concentram-se principalmente na região centro – norte da bacia, associadas principalmente às baixas altitudes e ao relevo plano e dissecado. Nestas áreas grande parte dos eventos extremos de inundação é associada ao caminho preferencial das águas nas baixas altitudes e à ocupação urbana nas áreas confinantes, o que provoca alagamentos, além do maior grau de impermeabilização do solo, tornando as ruas corredores naturais das enxurradas.

CONCLUSÕES

Analisando os dados referentes à população e urbanização (Fig. 2) de Belo Horizonte, disponíveis pelo IBGE e Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), respectivamente, pode-se avaliar que Belo Horizonte passou por um intenso processo de alteração das características naturais a

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partir da década de 60. Tal fato corrobora a idéia que o somatório das mudanças no clima local, aliado à ocupação irregular, favorece a um crescente aumento nos índices de adversidades, como, por exemplo, as inundações.

Vislumbrando um cenário de mudanças climáticas extremas, é possível inferir que a crescente ocupação da metrópole mineira aliado às alterações no ciclo hidrometeorológico e de balanço de radiação solar, fenômenos intensos podem acarretar problemas ainda mais significativos para o cotidiano desses moradores.

Sendo assim, é possível sugerir que o poder público deve se organizar de forma a atender as demandas crescentes da população e torná-las menos vulneráveis aos impactos socioambientais adversos, seja a partir de técnicas estruturais (obras de engenharia civil), culturais (tratamento do lixo, reciclagem, etc.) e preventivas (controle da ocupação de áreas vulneráveis, sistemas de aferição e alerta para situações de risco).

REFERÊNCIAS

Coelho, G. B., 2006: Análise e simulação do processo de transformação de chuva em vazão com suporte de sistema de informações geográficas. Centro de Tecnologia e Geociências da Universidade Federal de Pernambuco. Dissertação de mestrado.

Fernandes, S. C., 2005: Avaliação de Imagens de satélite de alta e muito alta resolução espacial para a discriminação de classes de uso e ocupação do solo: Aplicação ao caso da sub-bacia do Córrego Capão Comprido no Distrito Federal. Universidade de Brasília – Dissertação de mestrado, 106p.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Dados do Censo Demográfico, 1991, 2000, 2010.

Plaster, O. B., Silva, K. R., 2008: Risco de inundação para o município de Jerônimo Monteiro. Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e VIII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba. São José dos Campos.

Rosa, G. G. G. Santos, A. R. Peluzio, T. M.. Mariano, R., 2008: Utilização do método AHP para determinação de um modelo matemático para o mapeamento das áreas de riscos de inundação da Bacia hidrográfica do Rio Alegre, ES. XII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e VIII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação. Paraíba.

Tucci, C.; Collischonn, W., 1998: Drenagem urbana e Controle de Erosão. VI Simpósio nacional de controle da erosão.

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Figura 1: Risco de Inundação associado ao uso do solo e altitude gerada pelo MDT.

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